Vila itaúnas recanto da tranquilidade e simplicidade
A minha aldeia, ontem e hoje (1)
1. A minha aldeia é uma pequena freguesia do
concelho de Sátão, que está inserido no distrito
de Viseu. Está localizada mesmo no extremo
norte do concelho, no planalto da Serra da Lapa.
Consta que, da qualidade e riqueza das suas
águas, provém o nome:
ÁGUAS BOAS
2. A paisagem
uma aldeia tipicamente
rural, virada para o sector
agrícola e florestal.
a floresta predominam o
pinheiro bravo e o
castanheiro.
3. Terra de bons ares
or aqui, respira-se
ainda o ar puro da
serra.
disfruta-se de belas
paisagens naturais.
4. O património
o seu património
destacam-se:
Igreja Matriz, que é um
templo do século XIX.
Largo do chafariz,
outrora o palco das
8. A desertificação
al como aconteceu na
maioria das aldeias
portuguesas, também a
minha aldeia foi assolada
pelo fenómeno da
emigração.
a minha geração, poucos
por lá ficaram.
9. A minha casa
casa onde nasci e fui
criada, outrora, estava
sempre cheia de gente. A
porta estava aberta todo
o dia.
oje, é mais uma, das
muitas, que na aldeia
permanecem quase
10. A minha escola
a minha escola primária
havia mais de cem alunos.
Mas, no meu ano, poucos
fizeram a 4ª classe.
inda não era obrigatório!
lém disso, o trabalhinho
infantil era precioso no
orçamento familiar!
11. A evoluçao escolar
oje, dos poucos jovens
que por lá restam, a
maioria são licenciados.
as não têm emprego!
té a nova escola primária
já fechou, por falta de
12. O clima e seus extremos
a minha aldeia, recordo
ainda os verões
escaldantes que
obrigavam as gentes à
tradicional sesta.
as recordo também os
invernos rigorosos, com
neve e frio intenso.
13. A neve
o manto branco de neve,
que cobria a aldeia durante
vários dias.
aliam-nos as velhas
lareiras, à volta das quais
toda a família se reunia.
oje há modernos tipos de
14. As boas águas
o chafariz a água jorrava com
abundância, dava para
satisfazer as necessidades da
aldeia.
o grande tanque traseiro
lavava-se a roupa.
avia ainda um regadio
15. O progresso
progresso trouxe a
rede pública. E até
um lavadouro novo.
as a velhinha fonte
quase secou.
16. A agricultura
a agricultura de cariz
familiar, as famílias e os
vizinhos entreajudavam-se
nos trabalhos mais díficeis.
oje, ainda existe alguma
entreajuda, mas acentuou-
se o individualismo.
17. A alegria no trabalho
trabalho era árduo, mas
feito com muita alegria,
cantando à desgarrada.
sse cântico foi, há muito,
substituído pelo ruído das
máquinas agrícolas.
18. O abandono da agricultura
utrora, a aldeia era
circundada por férteis
terras de regadio e belas
searas em movimento.
oje, nesses espaços
existem lameiros e mato.
19. Os pastos
é do aproveitamento
desses pastos que, ainda
hoje, alguns corajosos
tentam sobreviver da
agricultura.
as, essa função está
restrita apenas aos mais
velhos!
20. O regresso
lguns emigrantes ainda
regressaram de vêz.
Deram muita vida às suas
casas e à aldeia.
as, a maior parte deles só
vêm nas férias.
21. A festa na aldeia
é então nas férias,
quando muitos outros
regressam à aldeia, que
ainda hoje se realiza a
tradicional festinha.
nde não faltam a
procissão secular e o
animado bailarico.
22. A procissão
procissão vai-se também
adaptando às novas
realidades.
oje, as restantes
festividades centralizam-se
na Casa do Povo.
ambém ainda se realiza a
tradicional visita pascal.
23. Os cafés
progresso trouxe
também os cafés, que
deram à aldeia um
ambiente mais citadino.
as hoje, alguns já
fecharam as portas. E a
aldeia vai ficando cada
vez mais deserta.
24. O envelhecimento da população
actividade mais marcante
da minha aldeia é hoje a do
centro social para idosos.
Onde, agora na velhice,
estes podem disfrutar de
uma qualidade de vida bem
diferente da dos seus pais
e avós.
25. Concluindo
O retrato da minha aldeia é, afinal, a
imagem real de grande parte do
nosso Portugal Rural.
Maio de 2012
ElviraVideira