2. Constituição do sistema
circulatório humano
O sistema circulatório sanguíneo
humano é constituído:
pelo sangue,
por um órgão propulsor, o coração
e por uma série de vasos condutores de
sangue – vasos sanguíneos –
interligados de uma forma complexa.
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3. Sangue e seus
constituintes
Todo o sangue de um adulto
corresponde a um volume médio de
cerca de 5L e representa cerca de 8%
do seu peso corporal.
O sangue é constituído por duas
partes:
3. Fracção liquida;
4. Fracção figurada, ou seja constituída
por células e fragmentos de células.
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4. O sangue tem como
principais funções:
1. Transportar nutrientes e oxigénio até às
células;
3. Transportar dióxido de carbono e outros
produtos tóxicos, resultantes da actividade
celular, desde as células até aos órgãos de
excreção.
5. Ajuda a manter e regular a temperatura do
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corpo;
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5. Plasma
Fracção líquida do sangue é constituída por água (90 a 93%),
onde se encontram dissolvidas ou em suspensão, entre outras
substâncias:
Aminoácidos,
ácidos gordos,
glícidos simples (glicose nomeadamente) – resultantes da digestão de
prótidos e glicidos complexos –
e vitaminas;
Produtos de excreção de células tais como:
ureia e ácido úrico;
Proteínas complexas, tais como:
a albumina,
o fibrinogénio (que, em certas condições, se transforma em fibrina),
e as imunoglobinas (que intervêm em certas reacções de defesa do organismo
contra agentes infecciosos, bactérias, por exemplo);
Sais minerais;
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Dióxido de carbono.
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6. Plasma (cont.)
O papel do plasma é:
o transporte de nutrientes para as células,
e o transporte de dióxido de carbono e
outros produtos tóxicos (resultantes da
actividade celular) das células para o
exterior.
O plasma está relacionado, ainda, com a
coagulação sanguínea.
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7. Em resumo
O sistema circulatório humano é constituído pelo sangue, por um
órgão propulsor –o coração - e uma série de vasos condutores – os
vasos sanguíneos.
O sangue é constituído por uma parte liquida – plasma -, por células
– hemácias e leucócitos – e fragmentos de células – plaquetas
sanguíneas.
O plasma, composto por água com substâncias dissolvidas
(nutrientes, dióxido de carbono e outros produtos tóxicos resultantes
da actividade celular), exerce papel de transporte de nutrientes para
as células e, também, de dióxido de carbono e outros produtos
tóxicos das células para órgãos de excreção, intervindo, ainda, na
coagulação.
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8. Hemácias
As hemácias ou glóbulos vermelhos são um dos dois
grandes tipos de células existentes no sangue e cuja
principal função é o transporte de gases.
São células especiais: não têm núcleo e estão cheias de
uma substância chamada hemoglobina, que é
responsável pela cor vermelha do sangue.
A hemoglobina possui a capacidade de se ligar tanto ao
oxigénio como ao dióxido de carbono.
É a hemoglobina que permite às hemácias exercerem a
função de transporte de gases.
Quando se encontra ligada ao oxigénio passa a chamarse oxiemoglobina e quando se encontra ligada ao dióxido
de carbono o nome de carboemoglobina
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9. A separação das duas
fracções pode ser
conseguida deixando
depositar, lentamente
sangue tratado para
não coagular, por
adição de um
anticoagulante, por
exemplo vinagre, ou
mais rapidamente,
sujeitando o sangue a
centrifugação, ou seja
uma rotação rápida.
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10. Conforme o estado da hemoglobina, o
sangue encontra-se:
Mais carregado de oxigénio, apresentando
cor vermelha viva e tomando, então, o
nome de sangue arterial;
Mais carregado de dióxido de carbono,
apresentando cor arroxeada e tomando o
nome de sangue venoso.
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11. Leucócitos
São o outro grande tipo de células
que entra na constituição do
sangue.
São células incolores e possuem
núcleo inteiro ou dividido em
lobos.
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12. Propriedades dos
leucócitos
Podem permitir prolongamentos – pseudópedes – o que
lhes permite atacar, directamente, os agentes infecciosos,
englobando-os e digerindo-os pelo processo de
fagocitose.
Conseguem atravessar as paredes dos vasos sanguíneos
e vir para o seu exterior, fenómeno que toma o nome de
diapedese.
O principal papel dos leucócitos é de defesa do organismo
contra agentes agressores.
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13. Granulócitos – leucócitos com o núcleo dividido
em lobos e granulações no citoplasma que
intervêm, por fagocitose, no combate a agentes
infecciosos.
Linfócitos – Leucócitos de citoplasma não
granuloso e com grande núcleo que produzem
substâncias para combater microorganismos.
Monócitos – Leucócitos com grande núcleo em
forma de rim e funções semelhantes às dos
granulócitos.
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14. Plaquetas sanguíneas
Plaquetas sanguíneas ou trombócitos:
Não são verdadeiras células mas sim fragmentos de células com
papel de destaque na coagulação;
O que impede a saída de todo o sangue para o exterior é a chamada
coagulação.
Para que ocorra a coagulação é necessária a actuação das
plaquetas.
Aquando de uma situação de ruptura de um vaso sanguíneo, as
plaquetas libertam, entre outros produtos, uma substância que vai
provocar a transformação do fibrinogénio em fibrina.
Esta forma uma espécie de rede que estanca a hemorragia e impede
a entrada de certos agentes infecciosos.
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16. Em resumo
As hemácias ou glóbulos vermelhos não têm núcleo e
estão cheias de hemoglobina, que é responsável pela cor
vermelha do sangue e pela função de transporte de gases.
Os leucócitos ou glóbulos brancos são incolores,
possuem núcleo, podem emitir pseudópedes
(prolongamentos citoplasmáticos), realizar fagocitose
(digestão de corpos estranhos) e diapedese (atravessar a
parede dos vasos sanguíneos).
O principal papel dos leucócitos é o de defesa do
organismo contra agentes agressores.
As plaquetas sanguíneas têm papel de destaque na
coagulação, promovendo, nomeadamente, a
transformação do fibrinogénio em fibrina.
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17. Sistema circulatório
sanguíneo
Coração:
Tem uma forma cónica;
É constituído por uma camada muscular espessa – miocárdio.
Encontra-se interna e externamente revestido por membranas finas
– endocárdio e pericárdio, respectivamente.
O seu carácter musculoso permite-lhe impulsionar o sangue,
fazendo-o circular pelos vasos sanguíneos.
No homem adulto normal o coração tem o tamanho aproximado de
um punho cerrado e pesa cerca de 300 g.
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18. O coração do homem (como dos restantes mamíferos) é constituído,
internamente, por quatro cavidades:
Duas aurículas (direita e esquerda);
Dois ventrículos (direito e esquerdo).
Cada aurícula comunica com o ventrículo do mesmo lado, pelo orifício
ariculo-ventricular:
O orifício aurículo-ventrícular direito está munido de uma válvula com
três valves (pregas) que, por isso, toma o nome de válvula tricúspida;
O orifício aurículo-ventrícular esquerdo está munido de uma válvula
com duas valves, a válvula bicúspida ou mitral;
A metade direita do coração está completamente separada da metade
esquerda por um septo;
As aurículas têm paredes mais finas que os ventrículos e a parede do
ventrículo esquerdo é mais espessa do que a do direito.
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20. Vasos sanguíneos
Há três tipos principais de vasos sanguíneos:
artérias, veias e capilares.
Artérias e veias:
As artérias e veias são vasos de grande calibre;
As artérias têm paredes mais musculosas e
levam o sangue do coração para as diferentes
partes do corpo;
As veias têm paredes elásticas e pouco
musculosas e transportam o sangue das
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diferentes partes do corpo Moreira o coração.
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21. As duas principais artérias do corpo humano são:
A artéria aorta que comunica com o ventrículo esquerdo
através de um orifício que está munido pelas válvulas
semilunares dividindo-se, depois, em outras artérias que
vão para a cabeça, o tronco e os membros e tomam,
normalmente, o nome do órgão que vão irrigar (artéria
renal, artéria hepática…);
É a artéria aorta que sai do ventrículo esquerdo e que
leva o sangue para todos os órgãos do corpo à excepção
dos pulmões.
A artéria pulmonar que comunica com o ventrículo direito
através de um orifício que está munido pela válvula
sigmóide e que, depois, se divide em dois ramos um para
cada pulmão – artéria pulmonar direita e artéria pulmonar
esquerda, que, em seguida, sofrem outras divisões.
Artéria que sai do ventrículo direito é que leva o sangue 21
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para os pulmões.
22. As principais veias do organismo humano
são:
As veias cavas superior e inferior que
trazem o sangue respectivamente, da parte
superior e inferior do corpo e dão entrada
na aurícula direita;
As veias pulmonares (duas de cada
pulmão) que trazem o sangue dos pulmões
para o coração e dão entrada na aurícula
esquerda.
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23. Arteríolas, vénulas e
capilares
As arteríolas, vénulas e capilares são vasos de pequeno calibre.
Quando chegam perto dos órgãos que vão irrigar, as artérias
subdividem-se em arteríolas.
As arteríolas, por sua vez, ramificam-se nos capilares arteriais, os
quais se continuam pelos capilares venosos.
Estes depois, reunindo-se uns aos outros, constituem as vénulas que,
reunindo-se entre si formam as veias.
Os capilares têm parede muito, muito fina, constituída por uma só
camada de células.
A generalidade dos órgãos do organismo está recoberta de uma
vastíssima rede de capilares, como que envolventes do órgão, e
através da parede dos quais se dão trocas entre células e sangue.
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24. Circulação sanguínea
O sangue percorre o corpo humano em circuito fechado, ou seja,
sempre no interior dos vasos sanguíneos.
Quando algum acidente provoca a ruptura dos vasos dá-se uma
hemorragia.
A hemorragia tem que ser estancada naturalmente ou com intervenção
médica senão causará graves problemas e por fim morte.
O circuito fechado que o sangue executa passa pelo coração.
É este órgão que com os seus movimentos rítmicos – batimentos
cardíacos – impulsiona, inicialmente, a circulação do sangue.
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25. Bater do coração – ciclo
cardíaco e pulsações
No homem adulto, o coração bate, em
situações normais e em média, cerca de 70
vezes por minuto.
Numa criança ou jovem, o ritmo dos
batimentos é um pouco maior – 80 a 90
batimentos por minuto.
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26. Os batimentos do coração manifestam-se não por um mas por dois
ruídos – ruídos cardíacos – separados por um curto instante de silêncio
Ciclo cardíaco:
Cada ciclo cardíaco inclui as fases seguintes:
Diástole, que corresponde à dilatação geral de todas as cavidades do
coração , durante o qual o sangue entra nas aurículas (na direita através
das veias cavas e na esquerda através das veias pulmonares), e
começa a passar, passivamente, das aurículas para os ventrículos;
Sístole auricular, ou seja, contracção das aurículas com passagem
forçada do resto do sangue nelas contido para os ventrículos e fecho
das portas de comunicação entre as aurículas e ventrículos, ou seja, as
válvulas auriculo-ventrículares.
Sístole ventricular – que corresponde à contracção dos ventrículos
com passagem do sangue para a artéria aorta (no caso do ventrículo
esquerdo) e da artéria pulmonar (no caso do ventrículo direito) e fecho
das portas de saída dos ventrículos, quer dizer, das válvulas sigmóides,
que existem nos início daquelas artérias.
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27. O fim de um ciclo
coincide com o início do
seguinte.
Os ciclos cardíacos
continuam-se,
ininterruptamente, desde
que nascemos até que
morremos.
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28. Dupla circulação
Circulação do sangue em dois circuitos diferentes.
Um dos círculos – pequena circulação – consiste
na ida de sangue venoso aos pulmões, onde se
vai transformar em sangue arterial e, depois, no
seu regresso ao coração.
O outro circuito – grande circulação – consiste
na ida do sangue arterial desde o coração até às
diferentes partes do corpo onde ele vai passando
de arterial a venoso, regressando, depois ao
coração.
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29. Grande circulação
Começa no ventrículo esquerdo.
A parede mais musculosas deste ventrículo está relacionada com a sua função
de impulsionar o sangue para locais do corpo mais afastados.
O sangue arterial, impulsionado pela contracção do referido ventrículo, durante
a sístole ventrícular, sai para a artéria aorta.
Esta ramifica-se em artérias que vão para a cabeça, membros inferiores,
coração, parte inferior do corpo, e membros inferiores.
Através destas ramificações da aorta o sangue arterial seguirá para todas as
partes do corpo com excepção do pulmão.
Ao chegar aos órgãos que vão irrigar, as artérias vão-se dividindo noutras cada
vez mais finas e estas arteríolas, as quais, por sua vez, se subdividem numa
rede de capilares arteriais, que envolve os órgãos.
Os capilares arteriais continuam por outros, os capilares venosos.
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30. É ao nível dos capilares que se dão as trocas entre o sangue e o
interior das células.
Passam oxigénio e nutrientes dos capilares arteriais para o interior das
células e dióxido de carbono e outros produtos de excreção das células
para os capilares venosos.
Os capilares venosos reúnem-se para formar as veias.
O sangue que, entretanto, passou de arterial a venoso, vai pelas
diversas veias até chegar ás veias cavas superior e inferior.
A veia cava superior recolhe o sangue da parte superior do corpo e a
veia cava inferior o sangue da parte inferior do corpo.
As duas veias cavas abrem-se na aurícula direita que é a cavidade do
coração onde vai desaguar o sangue venoso, durante a diástole.
O sangue irá, depois passar ao ventrículo direito e irá dar-se inicio à
pequena circulação.
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31. Pequena circulação
Começa no ventrículo direito.
O sangue venoso impulsionado pela contracção do ventrículo direito, sai para a artéria
pulmonar, durante a sístole ventrícular.
Esta ramifica-se em artérias que vão para os dois pulmões.
As artérias pulmonares ramificam-se sucessivamente, até formar os capilares arteriais
que envolvem os alvéolos pulmonares.
Estes continuam-se capilares venosos alveolares, que envolvem os alvéolos
pulmonares.
É ao nível dos capilares alveolares que se dão as trocas gasosas entre o sangue e o
ar contido nos alvéolos.
O sangue venoso absorve oxigénio e liberta dióxido de carbono, transformando-se em
sangue arterial.
O sangue arterial vai pelas veias pulmonares até à aurícula esquerda onde entra
durante o período de diástole.
Em seguida, irá passar ao ventrículo esquerdo, durante a diástole e sístole auricular.
Tudo se irá então repetir, de novo, início à grande circuçlação.
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32. Pressão sanguínea e
velocidade de circulação
do sangue
O sangue exerce força sobre as paredes do coração e dos vasos onde
é lançado.
Esta força que o sangue exerce sobre as paredes dos vasos
considerada por unidade de superfície toma o nome de pressão
sanguínea e pode ser medida em mm Hg.
A pressão sanguínea faz-se sentir mais intensamente nas artérias
porque:
Por um lado, elas recebem sangue impulsionado pelo coração sobre
pressão;
Por outro lado, forçadas a distender-se por acção da força que o sangue
exerce sobre elas, em cada local, as suas fortes paredes musculares,
reagem contraindo-se, o que faz com que a pressão do sangue sobre a
parte seguinte da parede da artéria se vá mantendo elevada.
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33. Estando, em parte, dependente da
impulsão que o coração imprime ao
sangue, a pressão arterial oscila entre dois
valores típicos:
um mais elevado, correspondendo à fase
de sístole ventrícular – pressão sistólica
–
e outro mais baixo, relacionado com a fase
de diástole - pressão diastólica.
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34. Principais factores que
determinam a circulação do
sangue nas veias
Compressão das veias pelos músculos;
O fecho sistemático das válvulas venosas que
impedem o sangue de refluir;
Os movimentos da caixa torácica durante a
inspiração e a expiração;
Efeito de aspiração do coração sobre as veias
cavas e pulmonares aquando da diástole.
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