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UNIVERSIDADE LUTERANA DO BRASIL 
CST em Fotografia 
Resenha-técnica do livro 
“O Negativo” – Ansel Adams 
Paola Grass de Medeiros 
Laboratório em Preto e Branco 
Professor Fernando Pires 
2014/2
Visualização e tons 
No primeiro capítulo do livro O Negativo, Ansel Adams começa explicando que 
a visualização é um processo criativo e consciente de projetar mentalmente a 
fotografia final antes de realmente fotografar. 
Não existe como retratar a luminosidade do objeto qual tal como ela é, por isso 
a fotografia é uma interpretação dos tons do objeto e até mesmo do objeto em si, pois 
podemos representá-lo de diversas maneiras e utilizar diversos recursos (exposição, 
revelador, filtros...) para alterá-lo. 
A visualização é pensar em cada detalhe antes mesmo de se aproximar do 
objeto. O primeiro passo para a visualização é tornar nossos olhos mais perspicazes, 
examinando e explorando o mundo ao nosso redor nos permitindo conhecer novas 
cores, texturas, objetos e assim por diante. É preciso também conhecer a natureza da 
fotografia e dominar o conhecimento sobre os tons. Praticar e estudar cópias é 
fundamental. 
Luz e filme 
Quando aprendemos a visualizar os tons de uma imagem, também devemos 
entender e ter consciência de que o que os nossos olhos veem não é a mesma coisa 
que o filme “vê”. Essas diferenças surgem da natureza da luz e do modo que ela é 
compreendida pelos nossos olhos. Para não nos desapontarmos com o resultado final 
da foto devemos ter isso bem entendido. 
O espectro eletromagnético 
A luz é um tipo de radiação eletromagnética que pode ser ondas de luz, de 
rádio, de radar, raios-X… O que difere cada uma delas é o comprimento de onda. 
Aqueles comprimentos de onda visíveis são definidos como luz, os outros são 
chamados de radiação. Tanto a radiação ultravioleta quanto a infravermelha são 
capazes de expor a maioria das emulsões fotográficas, do mesmo modo que outras 
formas de radiação. 
Luz Incidente e Luz Refletida 
Quando a luz atinge uma superfície ela pode ser transmitida, absorvida ou 
refletida. Quando a superfície é transparente a maior parte da luz será transmitida. Um 
objeto translúcido tem capacidade de transmissão muito menor e difunde a luz que
passa por ele. Podemos utilizar fotômetros de luz para calcular a luz média de um 
objeto. 
Reflexão difusa e especular 
A luz refletida possui um caráter difuso, ou seja, as reflexões ocorrem em todas 
as direções e de forma uniforme a partir de superfícies foscas e texturizadas. Quando 
as superfícies são lisas e polidas, a reflexão é especular, na qual a maior parte a luz é 
refletida em um feixe. 
Os componentes do filme 
A fotografia depende da redução química do metal prata a partir dos haletos de 
prata que são expostos à luz. Os cristais de haleto de prata quando expostos a luz, 
são “ativados” e reduzidos a partículas pretas de prata metálica durante a revelação. 
Quando existe em um filme porções que foram expostas a grande quantidade de luz, 
elas produzem grande quantidade de prata reduzida, o que é chamado de densidade 
mais alta. A imagem que vemos no filme é negativa, ou seja, o que é escuro na 
realidade é claro e vice-versa. 
Imagem retirada do livro "O Negativo" 
A velocidade do filme 
Cada filme possui uma sensibilidade característica a luz que já é determinada 
durante sua fabricação. Devemos conhecer essa sensibilidade para podermos 
controlar abertura e tempo de exposição.
A velocidade ASA de um filme é representada por uma escala aritmética na 
qual o dobro da sensibilidade corresponde ao dobro da velocidade. Toda escala e 
divida em intervalos equivalentes a um terço de ponto das variações de exposições. 
64 80 100 125 160 200 250 … 
O Tamanho do Grão 
Quando examinamos um negativo com o auxílio de um focalizador de grão, 
vemos que ele não é composto de um campo continuo de tons preto e branco, mas 
sim que esses tons são simulados por meio de um depósito controlado de partículas 
petas (prata preta metálica reduzida depositada quando o cristal de haleto respondeu 
a luz e foi “revelado”). O tamanho do grão e outros fatores determinam a nitidez 
aparente da imagem final. 
O armazenamento do filme 
É importante o armazenamento adequado dos filmes, pois com o tempo eles 
acabam se deteriorando. Um filme virgem já vem protegido contra umidade graças a 
sua embalagem, porém, é necessário cuidar a temperatura (varia de 10 a 22 ºC) do 
local onde ele irá ser guardado. Quando o filme já foi exposto, ele deve ser revelado o 
quanto antes, se não for possível fazer a revelação em menos de 72 horas, deve-se 
colocar o filme em um recipiente hermeticamente fechado e resfriado. Fatores naturais 
também aceleram a deterioração do filme fotográfico. 
Exposição 
Um negativo perfeito é aquele exposto e revelado com os tons visualizados 
pelo fotógrafo, lá na visualização. Porém, se não tivermos os devidos controles não 
chegaremos ao resultado que desejamos. Podemos expor uniformemente o filme com 
intensidade de luz relativamente alto por um curto período ou com menos luz intensa 
por um período mais logo. O termo exposição significa a abertura de câmera e 
velocidade de obturar utilizadas para realizar a foto. 
Fotômetros 
Para Ansel Adams, a utilidade do fotômetro de luz incidente é limitada, já que 
ela mede apenas a luz que cai sobre o objeto e não leva em consideração as 
luminâncias especificas que produzem a imagem. 
Os números lidos no fotômetro são transferidos para um disco de cálculos que 
os converte em números f e em velocidade do obturador levando em conta a
velocidade do filme, mas isso não isenta o fotografo de ter que ter capacidade de 
julgamento para realizar os ajustes apropriados. Deve-se lembrar de que um fotômetro 
não sabe como é o objeto que ele esta fazendo a leitura, e nem a proporção de áreas 
claras e escurar, cabe ao fotografo ter o domínio da leitura. 
Como fazer a média das altas e baixas luzes 
Esta técnica serve para examinar o objeto com o objetivo de encontrar a área 
mais escura e a mais clara das quais o fotografo deseja registrar os detalhes. Deve-se 
primeiro medir separadamente cada área, logo depois se ajusta o disco do fotômetro a 
meio caminho entre elas, assim estaremos levando em conta as luminâncias principais 
do objeto. 
Super e subexposição 
A subexposição é a mais perigosa, pois quando a cena está subexposta, as 
áreas escuras não serão registradas no filme, e não há técnica de revelação para 
resolver isso. Por outro lado, a superexposição tem como problema a perda de 
resolução, maior granulação e pouca separação nas altas-luzes. 
Números EV 
Os números EV referem-se a combinações especificas de numero f e 
velocidade do obturador e permitem que essas funções sejam interligadas, de forma 
que uma mudança em uma delas muda automaticamente a outra. Se a câmera foi 
ajustado para 1/60 em f/11, esse mecanismo permite que se faça um único ajuste para 
estabelecer todas as exposições equivalentes: 1/30 em f/16, 1/15 em f/22 e assim por 
diante. 
Sistema de Zonas 
Esta técnica serve, basicamente, para expor corretamente e obter tons e 
contrastes mais próximos da realidade no processo de revelação. 
Para realizar este método de forma efetiva o fotógrafo deve conhecer a 
seguinte tabela de zonas: 
Os valores significam:
0/- 5.0 – Preto máximo do papel fotográfico. Preto puro. 
I /-4.0 – Tom percebido com o preto, levemente diferenciado do –3.0. 
II/- 3.0 – Cinza escuro, limite entre o visível e invisível de texturas. 
III/- 2.0 – Primeiro tom de cinza escuro. 
IV /-1.0 Cinza Intermediário. 
V 0 Cinza médio padrão. Índice de reflexão 18%. 
VI/ +1.0 Cinza claro. 
VII/ +2.0 Tom de cinza mais claro, com percepção definida das texturas. 
VIII/ +3.0 Último tom de cinza claro, onde as texturas não são mais reconhecidas. 
IX/ +4.0 Branco máximo do papel fotográfico. Branco puro. 
Filtros 
Um filtro é um material óptico plano que contém tintas ou compostos para 
limitar certas transmissões de cores da luz. Para escolher o filtro que será utilizado 
deve-se ter em mente que: 
· O sol produz luz mais quente no inicio e no final do dia. Um céu limpo 
tem mais azul, violeta e ultravioleta; 
· Céu limpo produz luz mais fria; 
· Luz de dia nublado tem mais ou menos a mesma temperatura de cor o 
sol; 
· Sombras iluminadas apenas pelo céu são mais frias quando está limpo; 
· Existem diversos tipos de filtros para diversas situações de luz. É 
importante o fotografo conhecê-los para utiliza-los de maneira correta. 
Fotografia com luz natural 
A luz natural vem principalmente de cima para baixo e ocasionalmente pelos 
lados. A luz natural nem sempre é a mesma. Em um dia chuvoso é uma, em uma 
tempestade é outra e assim por diante. O fotógrafo deve conhecer essas diferentes 
formas para retratar as formas, volumes, texturas, enfim, o objeto em si, da maneira 
mais adequada nessas situações. A qualidade da luz do sul é reconhecida pela nitidez 
das altas-luzes. Na medida em que ele é coberto por nuvens, as bordas das sombras 
e altas luzes se tornam mais suaves. Pode-se entender a luz do sol como a luz 
principal e a luz o céu como de enchimento.
Quando temos uma mistura de luz do sol e sombra, o principal problema é 
preservar a sensação e luz. Devemos lembrar que a temperatura de cor das sombras 
é mais alta, então podemos considerar o uso de filtros. 
Fotografia com luz Artificial 
O uso da luz artificial pode ser entendido em um processo de síntese, no qual 
somos livres para controlar a quantidade e a natureza da luz. Existem diferentes fonte 
de lua artificial e uma gama imensa de acessórios no mercado. 
Polarização cruzada 
O polarizador é um meio de eliminar clarões e reflexões especulares. 
Flash 
As lâmpadas de flash fornecem luz “sob medida”. Existem lâmpadas de flash 
transparentes e outras com revestimento filtrante azul. O flash eletrônico apresenta 
balanceamento de cor muito próximo da luz natural. Entre as características 
importantes, estão sua duração e sincronização com o obturador. 
Exposição com flash 
A maneira mais comum de determinar a exposição com flash é usar o numero 
guia que incorpora a intensidade do flash com refletor e a velocidade do filme. O 
numero guia é divido pela distancia em pés entre o flash e o objeto. 
- Flash Rebatido 
A luz do flash costuma ser rebatida em paredes e tetos para evitar efeitos 
desarmônicos, porém, sem um flash meter é difícil calcular a exposição correta. Ao 
rebater, é necessário ter em mente a relação entre o flash e a superfície refletora do 
objeto. 
- Flash múltiplo 
Com o flash múltiplo, o obturador é aberto primeiro com o objeto no escuro, 
então o flash é disparado uma ou mais vezes para expor o filme. 
- Flash de enchimento 
Ao ar livre, o flash é usado com o objetivo de fornecer iluminação de 
enchimento par um objeto iluminado pelos lados ou por trás. Deve-se prestar atenção 
no equilíbrio entre a luz direta e a luz de compensação
Os procedimentos no laboratório 
O processamento de negativos e cópias é praticamente o mesmo. Quando a 
luz atinge a emulsão sensível à luz, ela altera a carga elétrica dos cristais de haleto de 
prata, fazendo-os reagir ao revelador. Depois que o negativo é exposto, ele passa 
carregar uma imagem latente invisível composta de cristais alterados que serão 
reduzidos a prata preta metálica no revelador. Após passar pelo revelador, o negativo 
apresenta minúsculas partículas de prata metálica combinadas a resíduos de haleto 
de prata que não foram expostos, portanto, ele é transferido para o banho interruptor 
que irá neutralizar o revelador que restou na emulsão. Em seguida, o negativo vai para 
o fixador que irá remover os resíduos de haletos de prata não reduzidos que 
permaneceram na emulsão. 
Reveladores e Revelação 
O revelador é de extrema importância na revelação. Existem diferentes tipos de 
reveladores no mercado, é aconselhável que o fotógrafo comece com as fórmulas que 
já vêm preparadas, seguindo bem as instruções de cada fabricante. É importante 
escolher e aplicar com atenção qual revelador será usado de acordo com o filme e 
também de acordo com o que foi fotografado. É importante também conserva-los de 
forma correta, o que leva em conta o PH da água, o local onde ele fica armazenado, 
sua fórmula química e evitar contaminação de outro químico com ele. 
Reveladores padrão: para uso geral em tanques ou bandejas, em filme plano, 
de rolo ou em chapa. Proporciona excelente tonalidade, grãos moderados e alta 
acutância. 
Reveladores de grão fino: nos negativos de pequeno formato o tamanho dos 
grãos é um fator que deve ser considerado. Os reveladores de grão fino conservam a 
acutância sem alterar a estrutura e o tamanho do grão. 
Reveladores de alta energia: São soluções de revelação usadas em 
trabalhos de alto-contraste. Eles são recomendados para criar alguns efeitos 
especiais, não para fotografia em geral. 
Reveladores para finalidades especiais: são reveladores formulados para 
reproduções, raio x, positivos e outras ampliações especificas. 
Interruptor 
O interruptor exerce, basicamente, as seguintes funções:
· Como é acido, neutraliza os resíduos alcalinos do reveladores que 
restaram na emulsão, interrompendo a revelação; 
· Ajuda a evitar que o banho ácido fixador seja neutralizado por resíduos 
alcalinos presentes na emulsão; 
· Ajuda a evitar manchar e a formação de espuma no negativo. 
É importante estar atento ao químico nesta etapa, pois o excesso de ácido 
forma bolhas de gás dentro da emulsão e a falta de ácido pode fazer com que a 
interrupção não seja feita. 
Fixador 
O fixador tem como tarefa remover da emulsão os restos de haleto de prata 
não-reduzidos na revelação. É importante ficar atento, pois o excesso de fixação pode 
levar a sulfetação da prata e branquear a imagem. 
Armazenamento dos negativos 
Os negativos devem ser armazenados em envelopes de material não-ácido, 
em um ambiente fresco e com umidade moderada ou baixa. Os negativos não devem 
ser empilhados e nunca se deve guarda-los no laboratório. 
O laboratório: equipamento e procedimentos 
O Laboratório 
Um laboratório pode ser grande ou pequeno, o importante é que o espaço e as 
instalações funcionem bem para o fotógrafo. O local deve ser dividio entre parte seca 
e molhada. A área seca deve ter um espaço amplo de trabalho para o carregamento 
dos chassis e para os suportes de revelação, para o ampliador e o equipamento 
correspondente. É recomendável que o ampliador fique do lado oposto da pia, onde 
ficara a bandeja do revelador de cópias. O lado seco também serve para guardar 
ferramentas e outros materiais, porém, os filmes e os papeis devem ser guardados do 
lado de fora do laboratório por causa dos químicos e da umidade. A ventilação deve 
ser boa, a pia deve ter de preferencia, agua quente e fria, e as paredes podem ser 
claras, exceto as próximas ao ampliador.
Equipamento para processar o filme 
Espirais e tanques para filmes em rolo 
Os tanques de aço inoxidável são mais aconselháveis. Deve-se ter um tanque, 
uma ou mais espirais de filme, uma tampa com abertura a prova de luz para adicionar 
e escoar os químicos, uma tampa pequena para essa abertura e uma haste para 
erguer as espirais do tanque. Paciência, tranquilidade e cuidado é necessário para 
enrolar o filme apropriadamente nas espirais, mas com prática o processo se torna 
automático e seguro. 
Tanques de lavagem ou lavadoras 
O filme pode ser lavado em tanque comum ou em tanque de lavagem especial, 
o mais importante é que a agua seja trocada de forma uniforme e frequente. 
Termômetro 
O uso de termômetro em laboratório é importante e aconselhável para ter um 
melhor controle sobre a revelação. 
Recipientes graduados 
É preciso ter recipientes graduados de diversos tamanhos para observar o 
nível preciso dos líquidos. 
Recipientes 
Vai depender do volume de trabalho e o tempo de armazenamento previsto. 
Timer 
De extrema importância para cuidar o tempo de revelação, que é critico. 
Tempo, temperatura e agitação 
Na revelação, o tempo e a temperatura são proporcionais: um aumento de 
temperatura acelera o processo, reduzindo o tempo necessário para chegar a certo 
grau de revelação. A temperatura de 20 ºC foi adotada como padrão nos processos 
em preto e branco, mas em geral, os fabricantes produzem uma tabelo ou um gráfico 
onde apresentam tempo x temperatura para indicar o processamento. A agitação é de 
extrema importância em todas as etapas de revelação, pois garante que o químico 
atinja todo o filme de forma uniforme. Deve-se ter cuidado ao agitar, pois um excesso 
de agitação gera um aumento de contraste.
O processamento 
O primeiro passo para revelação é reunir todo o equipamento que será 
utilizado. No escuro, retira-se o filme do carretel ou do rolo e corta-se o adesivo. Para 
carregar a espiral, curve ligeiramente o filme contra o dedo polegar e o indicador e 
introduza a ponta sob a lingueta, no meio da espiral e vai empurrando delicadamente o 
filme. Essa é uma etapa que exige muito paciência e habilidade, é indicado pratica-la 
com um rolo descartável até virar algo automático. Assim que as espirais estiverem 
carregadas, coloque-as na haste de suspensão e mergulhe-as na agua da pré-lavagem 
por pelo menos 30 segundos. Depois, coloque-as no tanque do revelador e 
feche bem. Agora, pode-se acender as luzes. Na etapa do revelador, se o tempo for 
de 10 minutos, agita-se a cada 30 segundo, no banho interruptor deve-se agitar por 30 
segundos e no fixador agitação constante no primeiro minuto e depois agitar quinze 
segundo a cada um minuto (total de 10 minutos). 
Lavagem, secagem e armazenamento 
Deve-se lavar em água corrente filtrada por vinte minutos, depois, a secagem 
vai de cinco a vinte minutos a uma temperatura constante de 20 ºC. Se for desejo do 
fotografo aumentar o contraste, aumenta-se o tempo de revelação de 10 a 30%. Para 
diminuir o contraste diminui de 10 a 30. Muitas vezes a água da lavagem deixa marcas 
de gotas no filme. Para que isso não aconteça, leva-se o filme para um banho 
umectante (Photo-flo) antes da secagem durante 30 segundos em agitação constante. 
Os negativos devem estar completamente secos antes de serem colocados em 
envelopes. 
O controle de tons na revelação 
A visualização pode ter como objetivo a interpretação realista ou afastamentos 
intencionais da realidade. Neste processo, Ansel Adams explica maneiras de controlar 
a densidade e o contraste, o controle de exposição e como chegar à imagem 
visualizada antes de fotografar o objeto. 
Nos capítulos seguintes, Ansel Adams ensina métodos para testar filmes e 
como analisar estes testes, além de mostrar uma série de soluções químicas de todos 
os banhos.

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Resenha-técnica - "O Negativo" - Ansel Adams

  • 1. UNIVERSIDADE LUTERANA DO BRASIL CST em Fotografia Resenha-técnica do livro “O Negativo” – Ansel Adams Paola Grass de Medeiros Laboratório em Preto e Branco Professor Fernando Pires 2014/2
  • 2. Visualização e tons No primeiro capítulo do livro O Negativo, Ansel Adams começa explicando que a visualização é um processo criativo e consciente de projetar mentalmente a fotografia final antes de realmente fotografar. Não existe como retratar a luminosidade do objeto qual tal como ela é, por isso a fotografia é uma interpretação dos tons do objeto e até mesmo do objeto em si, pois podemos representá-lo de diversas maneiras e utilizar diversos recursos (exposição, revelador, filtros...) para alterá-lo. A visualização é pensar em cada detalhe antes mesmo de se aproximar do objeto. O primeiro passo para a visualização é tornar nossos olhos mais perspicazes, examinando e explorando o mundo ao nosso redor nos permitindo conhecer novas cores, texturas, objetos e assim por diante. É preciso também conhecer a natureza da fotografia e dominar o conhecimento sobre os tons. Praticar e estudar cópias é fundamental. Luz e filme Quando aprendemos a visualizar os tons de uma imagem, também devemos entender e ter consciência de que o que os nossos olhos veem não é a mesma coisa que o filme “vê”. Essas diferenças surgem da natureza da luz e do modo que ela é compreendida pelos nossos olhos. Para não nos desapontarmos com o resultado final da foto devemos ter isso bem entendido. O espectro eletromagnético A luz é um tipo de radiação eletromagnética que pode ser ondas de luz, de rádio, de radar, raios-X… O que difere cada uma delas é o comprimento de onda. Aqueles comprimentos de onda visíveis são definidos como luz, os outros são chamados de radiação. Tanto a radiação ultravioleta quanto a infravermelha são capazes de expor a maioria das emulsões fotográficas, do mesmo modo que outras formas de radiação. Luz Incidente e Luz Refletida Quando a luz atinge uma superfície ela pode ser transmitida, absorvida ou refletida. Quando a superfície é transparente a maior parte da luz será transmitida. Um objeto translúcido tem capacidade de transmissão muito menor e difunde a luz que
  • 3. passa por ele. Podemos utilizar fotômetros de luz para calcular a luz média de um objeto. Reflexão difusa e especular A luz refletida possui um caráter difuso, ou seja, as reflexões ocorrem em todas as direções e de forma uniforme a partir de superfícies foscas e texturizadas. Quando as superfícies são lisas e polidas, a reflexão é especular, na qual a maior parte a luz é refletida em um feixe. Os componentes do filme A fotografia depende da redução química do metal prata a partir dos haletos de prata que são expostos à luz. Os cristais de haleto de prata quando expostos a luz, são “ativados” e reduzidos a partículas pretas de prata metálica durante a revelação. Quando existe em um filme porções que foram expostas a grande quantidade de luz, elas produzem grande quantidade de prata reduzida, o que é chamado de densidade mais alta. A imagem que vemos no filme é negativa, ou seja, o que é escuro na realidade é claro e vice-versa. Imagem retirada do livro "O Negativo" A velocidade do filme Cada filme possui uma sensibilidade característica a luz que já é determinada durante sua fabricação. Devemos conhecer essa sensibilidade para podermos controlar abertura e tempo de exposição.
  • 4. A velocidade ASA de um filme é representada por uma escala aritmética na qual o dobro da sensibilidade corresponde ao dobro da velocidade. Toda escala e divida em intervalos equivalentes a um terço de ponto das variações de exposições. 64 80 100 125 160 200 250 … O Tamanho do Grão Quando examinamos um negativo com o auxílio de um focalizador de grão, vemos que ele não é composto de um campo continuo de tons preto e branco, mas sim que esses tons são simulados por meio de um depósito controlado de partículas petas (prata preta metálica reduzida depositada quando o cristal de haleto respondeu a luz e foi “revelado”). O tamanho do grão e outros fatores determinam a nitidez aparente da imagem final. O armazenamento do filme É importante o armazenamento adequado dos filmes, pois com o tempo eles acabam se deteriorando. Um filme virgem já vem protegido contra umidade graças a sua embalagem, porém, é necessário cuidar a temperatura (varia de 10 a 22 ºC) do local onde ele irá ser guardado. Quando o filme já foi exposto, ele deve ser revelado o quanto antes, se não for possível fazer a revelação em menos de 72 horas, deve-se colocar o filme em um recipiente hermeticamente fechado e resfriado. Fatores naturais também aceleram a deterioração do filme fotográfico. Exposição Um negativo perfeito é aquele exposto e revelado com os tons visualizados pelo fotógrafo, lá na visualização. Porém, se não tivermos os devidos controles não chegaremos ao resultado que desejamos. Podemos expor uniformemente o filme com intensidade de luz relativamente alto por um curto período ou com menos luz intensa por um período mais logo. O termo exposição significa a abertura de câmera e velocidade de obturar utilizadas para realizar a foto. Fotômetros Para Ansel Adams, a utilidade do fotômetro de luz incidente é limitada, já que ela mede apenas a luz que cai sobre o objeto e não leva em consideração as luminâncias especificas que produzem a imagem. Os números lidos no fotômetro são transferidos para um disco de cálculos que os converte em números f e em velocidade do obturador levando em conta a
  • 5. velocidade do filme, mas isso não isenta o fotografo de ter que ter capacidade de julgamento para realizar os ajustes apropriados. Deve-se lembrar de que um fotômetro não sabe como é o objeto que ele esta fazendo a leitura, e nem a proporção de áreas claras e escurar, cabe ao fotografo ter o domínio da leitura. Como fazer a média das altas e baixas luzes Esta técnica serve para examinar o objeto com o objetivo de encontrar a área mais escura e a mais clara das quais o fotografo deseja registrar os detalhes. Deve-se primeiro medir separadamente cada área, logo depois se ajusta o disco do fotômetro a meio caminho entre elas, assim estaremos levando em conta as luminâncias principais do objeto. Super e subexposição A subexposição é a mais perigosa, pois quando a cena está subexposta, as áreas escuras não serão registradas no filme, e não há técnica de revelação para resolver isso. Por outro lado, a superexposição tem como problema a perda de resolução, maior granulação e pouca separação nas altas-luzes. Números EV Os números EV referem-se a combinações especificas de numero f e velocidade do obturador e permitem que essas funções sejam interligadas, de forma que uma mudança em uma delas muda automaticamente a outra. Se a câmera foi ajustado para 1/60 em f/11, esse mecanismo permite que se faça um único ajuste para estabelecer todas as exposições equivalentes: 1/30 em f/16, 1/15 em f/22 e assim por diante. Sistema de Zonas Esta técnica serve, basicamente, para expor corretamente e obter tons e contrastes mais próximos da realidade no processo de revelação. Para realizar este método de forma efetiva o fotógrafo deve conhecer a seguinte tabela de zonas: Os valores significam:
  • 6. 0/- 5.0 – Preto máximo do papel fotográfico. Preto puro. I /-4.0 – Tom percebido com o preto, levemente diferenciado do –3.0. II/- 3.0 – Cinza escuro, limite entre o visível e invisível de texturas. III/- 2.0 – Primeiro tom de cinza escuro. IV /-1.0 Cinza Intermediário. V 0 Cinza médio padrão. Índice de reflexão 18%. VI/ +1.0 Cinza claro. VII/ +2.0 Tom de cinza mais claro, com percepção definida das texturas. VIII/ +3.0 Último tom de cinza claro, onde as texturas não são mais reconhecidas. IX/ +4.0 Branco máximo do papel fotográfico. Branco puro. Filtros Um filtro é um material óptico plano que contém tintas ou compostos para limitar certas transmissões de cores da luz. Para escolher o filtro que será utilizado deve-se ter em mente que: · O sol produz luz mais quente no inicio e no final do dia. Um céu limpo tem mais azul, violeta e ultravioleta; · Céu limpo produz luz mais fria; · Luz de dia nublado tem mais ou menos a mesma temperatura de cor o sol; · Sombras iluminadas apenas pelo céu são mais frias quando está limpo; · Existem diversos tipos de filtros para diversas situações de luz. É importante o fotografo conhecê-los para utiliza-los de maneira correta. Fotografia com luz natural A luz natural vem principalmente de cima para baixo e ocasionalmente pelos lados. A luz natural nem sempre é a mesma. Em um dia chuvoso é uma, em uma tempestade é outra e assim por diante. O fotógrafo deve conhecer essas diferentes formas para retratar as formas, volumes, texturas, enfim, o objeto em si, da maneira mais adequada nessas situações. A qualidade da luz do sul é reconhecida pela nitidez das altas-luzes. Na medida em que ele é coberto por nuvens, as bordas das sombras e altas luzes se tornam mais suaves. Pode-se entender a luz do sol como a luz principal e a luz o céu como de enchimento.
  • 7. Quando temos uma mistura de luz do sol e sombra, o principal problema é preservar a sensação e luz. Devemos lembrar que a temperatura de cor das sombras é mais alta, então podemos considerar o uso de filtros. Fotografia com luz Artificial O uso da luz artificial pode ser entendido em um processo de síntese, no qual somos livres para controlar a quantidade e a natureza da luz. Existem diferentes fonte de lua artificial e uma gama imensa de acessórios no mercado. Polarização cruzada O polarizador é um meio de eliminar clarões e reflexões especulares. Flash As lâmpadas de flash fornecem luz “sob medida”. Existem lâmpadas de flash transparentes e outras com revestimento filtrante azul. O flash eletrônico apresenta balanceamento de cor muito próximo da luz natural. Entre as características importantes, estão sua duração e sincronização com o obturador. Exposição com flash A maneira mais comum de determinar a exposição com flash é usar o numero guia que incorpora a intensidade do flash com refletor e a velocidade do filme. O numero guia é divido pela distancia em pés entre o flash e o objeto. - Flash Rebatido A luz do flash costuma ser rebatida em paredes e tetos para evitar efeitos desarmônicos, porém, sem um flash meter é difícil calcular a exposição correta. Ao rebater, é necessário ter em mente a relação entre o flash e a superfície refletora do objeto. - Flash múltiplo Com o flash múltiplo, o obturador é aberto primeiro com o objeto no escuro, então o flash é disparado uma ou mais vezes para expor o filme. - Flash de enchimento Ao ar livre, o flash é usado com o objetivo de fornecer iluminação de enchimento par um objeto iluminado pelos lados ou por trás. Deve-se prestar atenção no equilíbrio entre a luz direta e a luz de compensação
  • 8. Os procedimentos no laboratório O processamento de negativos e cópias é praticamente o mesmo. Quando a luz atinge a emulsão sensível à luz, ela altera a carga elétrica dos cristais de haleto de prata, fazendo-os reagir ao revelador. Depois que o negativo é exposto, ele passa carregar uma imagem latente invisível composta de cristais alterados que serão reduzidos a prata preta metálica no revelador. Após passar pelo revelador, o negativo apresenta minúsculas partículas de prata metálica combinadas a resíduos de haleto de prata que não foram expostos, portanto, ele é transferido para o banho interruptor que irá neutralizar o revelador que restou na emulsão. Em seguida, o negativo vai para o fixador que irá remover os resíduos de haletos de prata não reduzidos que permaneceram na emulsão. Reveladores e Revelação O revelador é de extrema importância na revelação. Existem diferentes tipos de reveladores no mercado, é aconselhável que o fotógrafo comece com as fórmulas que já vêm preparadas, seguindo bem as instruções de cada fabricante. É importante escolher e aplicar com atenção qual revelador será usado de acordo com o filme e também de acordo com o que foi fotografado. É importante também conserva-los de forma correta, o que leva em conta o PH da água, o local onde ele fica armazenado, sua fórmula química e evitar contaminação de outro químico com ele. Reveladores padrão: para uso geral em tanques ou bandejas, em filme plano, de rolo ou em chapa. Proporciona excelente tonalidade, grãos moderados e alta acutância. Reveladores de grão fino: nos negativos de pequeno formato o tamanho dos grãos é um fator que deve ser considerado. Os reveladores de grão fino conservam a acutância sem alterar a estrutura e o tamanho do grão. Reveladores de alta energia: São soluções de revelação usadas em trabalhos de alto-contraste. Eles são recomendados para criar alguns efeitos especiais, não para fotografia em geral. Reveladores para finalidades especiais: são reveladores formulados para reproduções, raio x, positivos e outras ampliações especificas. Interruptor O interruptor exerce, basicamente, as seguintes funções:
  • 9. · Como é acido, neutraliza os resíduos alcalinos do reveladores que restaram na emulsão, interrompendo a revelação; · Ajuda a evitar que o banho ácido fixador seja neutralizado por resíduos alcalinos presentes na emulsão; · Ajuda a evitar manchar e a formação de espuma no negativo. É importante estar atento ao químico nesta etapa, pois o excesso de ácido forma bolhas de gás dentro da emulsão e a falta de ácido pode fazer com que a interrupção não seja feita. Fixador O fixador tem como tarefa remover da emulsão os restos de haleto de prata não-reduzidos na revelação. É importante ficar atento, pois o excesso de fixação pode levar a sulfetação da prata e branquear a imagem. Armazenamento dos negativos Os negativos devem ser armazenados em envelopes de material não-ácido, em um ambiente fresco e com umidade moderada ou baixa. Os negativos não devem ser empilhados e nunca se deve guarda-los no laboratório. O laboratório: equipamento e procedimentos O Laboratório Um laboratório pode ser grande ou pequeno, o importante é que o espaço e as instalações funcionem bem para o fotógrafo. O local deve ser dividio entre parte seca e molhada. A área seca deve ter um espaço amplo de trabalho para o carregamento dos chassis e para os suportes de revelação, para o ampliador e o equipamento correspondente. É recomendável que o ampliador fique do lado oposto da pia, onde ficara a bandeja do revelador de cópias. O lado seco também serve para guardar ferramentas e outros materiais, porém, os filmes e os papeis devem ser guardados do lado de fora do laboratório por causa dos químicos e da umidade. A ventilação deve ser boa, a pia deve ter de preferencia, agua quente e fria, e as paredes podem ser claras, exceto as próximas ao ampliador.
  • 10. Equipamento para processar o filme Espirais e tanques para filmes em rolo Os tanques de aço inoxidável são mais aconselháveis. Deve-se ter um tanque, uma ou mais espirais de filme, uma tampa com abertura a prova de luz para adicionar e escoar os químicos, uma tampa pequena para essa abertura e uma haste para erguer as espirais do tanque. Paciência, tranquilidade e cuidado é necessário para enrolar o filme apropriadamente nas espirais, mas com prática o processo se torna automático e seguro. Tanques de lavagem ou lavadoras O filme pode ser lavado em tanque comum ou em tanque de lavagem especial, o mais importante é que a agua seja trocada de forma uniforme e frequente. Termômetro O uso de termômetro em laboratório é importante e aconselhável para ter um melhor controle sobre a revelação. Recipientes graduados É preciso ter recipientes graduados de diversos tamanhos para observar o nível preciso dos líquidos. Recipientes Vai depender do volume de trabalho e o tempo de armazenamento previsto. Timer De extrema importância para cuidar o tempo de revelação, que é critico. Tempo, temperatura e agitação Na revelação, o tempo e a temperatura são proporcionais: um aumento de temperatura acelera o processo, reduzindo o tempo necessário para chegar a certo grau de revelação. A temperatura de 20 ºC foi adotada como padrão nos processos em preto e branco, mas em geral, os fabricantes produzem uma tabelo ou um gráfico onde apresentam tempo x temperatura para indicar o processamento. A agitação é de extrema importância em todas as etapas de revelação, pois garante que o químico atinja todo o filme de forma uniforme. Deve-se ter cuidado ao agitar, pois um excesso de agitação gera um aumento de contraste.
  • 11. O processamento O primeiro passo para revelação é reunir todo o equipamento que será utilizado. No escuro, retira-se o filme do carretel ou do rolo e corta-se o adesivo. Para carregar a espiral, curve ligeiramente o filme contra o dedo polegar e o indicador e introduza a ponta sob a lingueta, no meio da espiral e vai empurrando delicadamente o filme. Essa é uma etapa que exige muito paciência e habilidade, é indicado pratica-la com um rolo descartável até virar algo automático. Assim que as espirais estiverem carregadas, coloque-as na haste de suspensão e mergulhe-as na agua da pré-lavagem por pelo menos 30 segundos. Depois, coloque-as no tanque do revelador e feche bem. Agora, pode-se acender as luzes. Na etapa do revelador, se o tempo for de 10 minutos, agita-se a cada 30 segundo, no banho interruptor deve-se agitar por 30 segundos e no fixador agitação constante no primeiro minuto e depois agitar quinze segundo a cada um minuto (total de 10 minutos). Lavagem, secagem e armazenamento Deve-se lavar em água corrente filtrada por vinte minutos, depois, a secagem vai de cinco a vinte minutos a uma temperatura constante de 20 ºC. Se for desejo do fotografo aumentar o contraste, aumenta-se o tempo de revelação de 10 a 30%. Para diminuir o contraste diminui de 10 a 30. Muitas vezes a água da lavagem deixa marcas de gotas no filme. Para que isso não aconteça, leva-se o filme para um banho umectante (Photo-flo) antes da secagem durante 30 segundos em agitação constante. Os negativos devem estar completamente secos antes de serem colocados em envelopes. O controle de tons na revelação A visualização pode ter como objetivo a interpretação realista ou afastamentos intencionais da realidade. Neste processo, Ansel Adams explica maneiras de controlar a densidade e o contraste, o controle de exposição e como chegar à imagem visualizada antes de fotografar o objeto. Nos capítulos seguintes, Ansel Adams ensina métodos para testar filmes e como analisar estes testes, além de mostrar uma série de soluções químicas de todos os banhos.