3. • O aumento da pobreza agravou a crise
habitacional, característica constante na vida
urbana do Rio, desde meados do século XIX. O
ponto fundamental dessa crise era cada vez mais
a Cidade Velha e suas adjacências, onde se
multiplicavam as habitações coletivas e surgiam
de forma violentas as epidemias de febre
amarela, varíola, cólera-morbo, que atribuíam à
cidade fama internacional de porto imundo.
• Houve várias revoltas populares, entre essas a
mais famosa – a Revolta da Vacina de 1904, que
também teve como motivo o registro de medidas
contra a vontade da população, como as
reformas urbanas do centro do Rio, realizadas
pelo engenheiro Pereira Passos. Nessas
reformas foram demolidos vários cortiços e, a
população pobre da Região Central foi deslocada
para as encostas de morros na Zona Portuária e
no Caju, sobretudo os Morros da Saúde e da
Providência. Esses povoamentos cresceram de
forma desordenada, iniciando o processo de
favelização e não preocupando as autoridades
da época que promoveram a adoção de várias
outras reformas urbanas e sanitárias,
transformando assim a arquitetura da capital da
República.
4. PERÍODO IMPERIAL E REPUBLICANO ATÉ A
ATUALIDADE
A cidade de São Sebastião do Rio de Janeiro foi fundada por
Estácio de Sá em 1° de março de 1565, quando desembarcou num
istmo* entre o Morro Cara de Cão e o Pão de Açúcar, erguendo um
tapume feito com estacas fincadas na terra servindo de obstáculo
para defesa militar.
A vitória de Estácio de Sá subjugando elementos remanescentes
franceses (os quais, aliados aos Tamoios, dedicavam-se ao
comércio, ameaçando o domínio português na costa do Brasil),
garantiu a posse do Rio de Janeiro, rechaçando a partir daí
novas tentativas de invasões estrangeiras e expandindo, à
custa de guerras, seu domínio sobre as ilhas e o continente. A
povoação foi refundada no alto do Morro do Castelo
(completamente arrasado em 1922), no atual centro histórico da
cidade. O novo povoado marca, de fato, o começo da expansão
urbana. No final do século XVII e início do século
XVIII, o crescimento da cidade do Rio de Janeiro
se destacou pela localização do principal porto de
escoamento da produção para abastecer a
população que se desenvolveu cada vez mais. O
café era cultivado ao redor da cidade. Nessa
época, os escravos transportavam a carga
através de tropas de mulas. Nesse mesmo
período, a população foi desalojada da cidade
para receber a Corte da Família Real Portuguesa.
5. O interesse estético para a urbanização da cidade recebeu influências da
Europa como modelo, principalmente da Inglaterra. No início do século
XIX, o desenvolvimento industrial contribuiu muito para a urbanização
das cidades brasileiras acelerando o desenvolvimento habitacional,
embora o crescimento das cidades nem sempre esteja relacionado à
presença de indústrias.
Em relação a outras cidades do país, a cidade do Rio de Janeiro era um
centro urbano bem mais desenvolvido porque era a capital da República,
concentrando as principais casas comerciais brasileiras. Alguns bairros
como Jardim Botânico, Laranjeiras ou Tijuca tiveram uma aceleração no
processo urbano devido às indústrias têxteis instaladas durante os anos
de 1850 a 1900. São Cristóvão e Gamboa são bairros que se
desenvolveram devido à sua origem na atividade industrial. A Central do
Brasil foi inaugurada em 1877, acelerando o desenvolvimento da cidade
que ligava São Paulo ao Rio de Janeiro. Pois, até o começo do século XX
o transporte era realizado por burros de carga. O uso da eletricidade
mudou totalmente o ritmo da cidade, surgiram os bondes permitindo
maior movimento e circulação de pessoas nas ruas iluminadas,
acarretando também mudanças no transporte urbano.
6.
7. Nos últimos anos, a cidade do Rio de Janeiro cresceu
rapidamente, dominando os espaços naturais. A infraestrutura
está avançando cada vez mais para o interior, principalmente o
sistema de transporte. A população começa a se tornar urbana,
mesmo que continuem se dedicando à atividade agrícola. Com
aumento de carros nas ruas, aumentam-se os problemas de
congestionamentos de trânsito e poluição ambiental. A cidade
está avançando para a periferia, surgindo assim, as cidades
integradas que apresentam problemas de infraestrutura em
comum, sendo chamadas de região metropolitana. A favelização
está aumentando consideravelmente, tornando-se necessário um
planejamento de políticas habitacionais através de estudos
ambientais e dos sistemas de transporte. Atualmente, as favelas
se tornaram espaços semi-rurais, ou seja, espaços sem definição.
Nesta região, muitas pessoas moram numa cidade e trabalham
em outra. A aglomeração urbana reflete as diferenças sociais
entre a população nos bairros. Isso significa que a população que
detém mais recursos financeiros reside em condomínios fechados
com infraestrutura paga completa, e a população mais carente
reside em bairros mais distantes do centro comercial num quadro
de quase ou sem infraestrutura básica mínima.
O Rio de Janeiro tem uma geografia favorável à vegetação
mesclada à vida urbana, mas já apresenta grandes problemas de
poluição, como o lançamento de esgoto residencial e industrial
sem tratamento na Baía de Guanabara. O saneamento básico se
tornou um problema crônico, pois o volume de lixo e esgoto é
muito grande, gerando problemas de grande impacto ambiental e
de saúde pública. A qualidade de vida perde espaço para o lucro
exorbitante das construtoras.
8. O Rio de Janeiro tem uma
geografia favorável à vegetação
mesclada à vida urbana, mas já
apresenta grandes problemas de
poluição, como o lançamento de
esgoto residencial e industrial
sem tratamento na Baía de
Guanabara. O saneamento básico
se tornou um problema crônico,
pois o volume de lixo e esgoto é
muito grande, gerando problemas
de grande impacto ambiental e
de saúde pública. A qualidade de
vida perde espaço para o lucro
exorbitante das construtoras.