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Por Davis Sena Filho — Blog Palavra Livre
(Fotos: Dida Sampaio/AE)




            Gurgel prevaricou e não quer dar satifações à sociedade
“A lei é a razão livre da paixão” (Aristóteles)
“Teu dever é lutar pelo direito, mas no dia em que encontrares o
direito em conflito com a justiça, luta pela justiça” (Eduardo Couture)

“Presidenta Dilma, cadê o projeto de marco regulatório para as
comunicações elaborado pelo jornalista Franklin Martins? Se a
senhora não sabe, pergunte ao ministro das Comunicações Paulo
Bernardo!"

      Há dias não escrevo. Contudo, tenho acompanhado o
noticiário, os artigos e as opiniões de especialistas da imprensa
comercial e privada (privada nos dois sentidos, tá?), bem como de
blogueiros considerados sujos e até mesmo imundos por jornalistas
que defendem o establishment, como alguns bate-paus da “Veja” —
a revista porcaria — e das “Organizações(?) Globo”. As notícias tem
por objetivo, a depender de quem a dissemina, dar ou não
transparência aos brasileiros sobre a CPMI do Cachoeira, que é a
do Demóstenes, que, por sua vez, é a do Cavendish da Delta, que
também pode ser chamada de CPMI do Gurgel/Perillo, mas que,
para mim, tem de ser chamada de CPMI da Veja/Globo.

      E por quê? Porque não seria possível para o senador do
DEM, Demóstenes Torres, um procurador quase desconhecido, e
para o governador do PSDB, Marconi Perillo, e para o principal
aliado de ambos, o empresário do ramo de jogos, como gosta de
afirmar a “Folha de S. Paulo”, vencerem eleições com certa
facilidade, terem forte influência política e partidária no Estado de
Goiás, no Congresso, em setores do Judiciário e também no meio
empresarial sem o “providencial” apoio do sistema midiático
empresarial e politicamente conservador, além da estranha conduta
do procurador-geral da República, Roberto Gurgel, e de sua mulher,
a subprocuradora da República, Cláudia Sampaio, que
simplesmente deixaram mofar na gaveta os autos de inquérito
relativos à Operação Vegas realizada, em 2009, pela Polícia
Federal.




  Cachoeira era o chefe de Demóstenes e influenciava no governo de Perillo

Gurgel, como todo mundo sabe, somente deu continuidade ao
inquérito neste ano, ou seja, quase três anos depois, após um
grupo de parlamentares o “visitar” na Procuradoria quando o inquiriu
sobre o porquê de tal defensor dos interesses do povo brasileiro ter
segurado por tanto tempo um processo de investigação tão
importante e grave para a República e, consequentemente, para a
Nação. Os autos da Vegas são de 2009 e envolvem deputados
federais e estaduais, promotor, policiais civis e militares, governador
Perillo (a imprensa privada quer incluir os governadores Sérgio
Cabral e Agnelo Queiroz), senador, empresários, servidores
públicos das três esferas de poder e, evidentemente, o jogo do
bicho, controlado por um dos bicheiros mais poderosos do Brasil, o
Carlinhos Cachoeira, cujo falecido pai foi sócio do contraventor mais
famoso de todos os tempos, o bicheiro carioca Castor de Andrade.

     Não faço ilações contra o procurador Gurgel quanto à sua
conduta moral, mas ressalvo que suas ações no que diz respeito ao
seu cargo e às suas responsabilidades deixaram muita gente em
dúvida, o que inclui nesse bojo setores da sociedade que
acompanham o escândalo com mais atenção e os parlamentares
que integram a CPMI, que, para mim, é principalmente da “Veja” e
da “Globo”. A minha assertiva é válida, porque, certamente, a
atitude de Gurgel teve o propósito de não atrapalhar ao tempo que
favorecer as candidaturas majoritárias no ano de 2010 do
governador tucano Marconi Perillo, do senador Demóstenes Torres
(menina dos olhos e fake da imprensa burguesa), além de outras
candidaturas proporcionais, menos relevantes sem deixar de ser
importantes. Se o procurador-geral não agiu de forma calculista,
não me sinto impedido para afirmar que suas ações, mesmo
involuntárias, concorreram para favorecer a dupla goiana de
políticos do DEM e do PSDB.

      Além disso, a mulher do procurador, subprocuradora Cláudia
Sampaio, disse que o delegado Raul Alexandre, que conduziu as
operações, solicitou o arquivamento do inquérito, o que foi
contestado em nota da PF do dia 14 de maio. A verdade é que
muitos procuradores, promotores e juízes se tornaram “políticos”
sem mandato popular, e, por conseguinte, agem de forma
ideológica, opcionalmente conservadora e voltada para os
interesses políticos e partidários de agremiações de direita e que
controlam, historicamente, o Poder Judiciário. São juízes e
procuradores ou promotores que querem manter ostatus quo de
grupos econômicos e políticos até então dominantes que, com o
amadurecimento da democracia brasileira, perceberam que estão a
perder espaço para segmentos políticos-ideológicos de ordem
trabalhista, a mesma que desenvolveu o Brasil de 1930 até 1954 e
foi deposta pelo golpe empresarial-militar de 1964.




  Perillo, governador de Goiás, reconheceu "certa" influência de Cachoeira

O establishment está desesperado, pois há dez anos é derrotado
nas urnas. Ele sabe que os partidos conservadores estão
fragilizados e por isso seu porta-voz e aliado principal e mais
poderoso, o baronato da velha imprensa corporativa, associou-se
ao crime organizado. Todo mundo percebe esse processo
draconiano de corrupção de setores do estado, que teve não
apenas a cumplicidade da imprensa, mas também sua efetiva
participação por intermédio da “Veja” e da defesa, intransigente, das
“Organizações(?) Globo” para com as ações e atos de tal revista,
sua co-irmã de lutas contra o trabalhismo e a concretização de uma
sociedade plural, democrática, solidária e justa para todos os
brasileiros..

       Esses dois setores, o sistema midiático e parte do Judiciário,
são, atualmente, os maiores empecilhos para o desenvolvimento da
democracia brasileira, porque recusam, terminantemente, ver as
classes ricas afastadas do controle do estado nacional. São
nepotistas, patrimonialistas e detestam não poder se beneficiar dos
privilégios que o estado propiciou a essas classes durante décadas
ou séculos. O Judiciário sempre foi a alma dos ricos, ainda mais em
um País que teve 350 anos de escravidão. E a imprensa sempre foi
a ponta-de-lança, a porta-voz das classes empresariais urbanas e
rurais que sempre formaram seus próprios juízes e advogados.

       Eles são a elite que mesmo privilegiada e beneficiada
economicamente como ocorre com os trabalhistas no poder não
suportam ver a ascensão econômica e social de outras classes,
porque o estado é bom somente para servi-los, pois, do contrário,
os governantes trabalhistas vão ter de se defender de golpes e
contragolpes no Judiciário e na Imprensa, mesmo se for por meio
de notícias mentirosas, manipuladas e distorcidas ou por intermédio
de chicanas, protelações, abuso de autoridade e até mesmo pela
injustiça. Juízes são homens e mulheres e tem valores e princípios
trazidos de seus berços e por causa disso podem naturalmente
serem injustos. E é o que acontece. E repetidas vezes.
Globo protege o Civita, que faz da Veja, a revista porcaria, um mar de lama
      O PT e seus aliados não podem tergiversar com aqueles que
sempre acusaram e tentaram até dar golpe de estado como ocorreu
em 2005. O procurador Roberto Gurgel, a subprocuradora Cláudia
Sampaio, o ministro do STF, Gilmar Mendes, não deveriam se
precipitar e tentar, equivocadamente, blindar os que estão
envolvidos na CPMI da Veja/Globo com o caso Mensalão, que não
foi comprovado e negado no STF pelo pivô do caso que atende pelo
nome de Roberto Jefferson. A imprensa forjou matérias e
manipulou-as, e mentiu quando foi necessário. Isto tem de ficar
esclarecido para a sociedade brasileira, que se tornou vítima de
informação propositalmente distorcida. É crime, sim, porque visa
favorecer grupos econômicos e políticos e com isso permitir que
seus aliados (da imprensa) sejam beneficiados, inclusive, como se
observa, na esfera pública.

      A imprensa comercial e privada (privada nos dois sentidos
tá?) e setores do Judiciário precisam do Mensalão (nunca foi
comprovado) tanto quanto os entes vivos necessitam de oxigênio.
Gurgel, que lembra a inépcia e o conservadorismo do procurador
Brindeiro do neoliberal FHC, tentou se blindar com o caso Mensalão
para disfarçar o que ele não quis fazer, que era apresentar os
relatórios, as investigações da Operação Vegas (que antecedeu a
Operação Monte Carlo que prendeu o bicheiro Cachoeira) ao STF.
Gurgel tinha que denunciar e não o fez. O motivo eu não sei. Talvez
ele saiba. E aí o que ele faz? Acusa os parlamentares da CPMI da
Veja/Globo eleitos pelo povo de o atacarem por causa do Mensalão
que vai ser julgado daqui a alguns meses.

      Agora, faço a pergunta que não quer calar: “o Gurgel é
maluco ou quer se blindar por não ter feito, aparentemente, o seu
trabalho?” Porque, como diz o sábio povo: “uma coisa é uma coisa.
Outra coisa é outra coisa”. Mensalão é Mensalão, que é uma
criação dos tucanos de Minas Gerais, que também beneficiou os de
São Paulo e de outros estados quando o presidente neoliberal FHC
estava no poder. A imprensa burguesa sempre se esquece desse
“pequeno” mas importante detalhe. A quem Gurgel quer proteger?
Do Gilmar Mendes é o que sempre se espera. Ele,
irremediavelmente, é a herança maldita do neoliberal FHC e não
resiste defender os interesses da burguesia, o status quo e as
causas inglórias. Os barões da imprensa burgueses e os burgueses
do Judiciário são, realmente, os setores mais atrasados da
sociedade brasileira.




  Gilmar é a herança maldita de FHC e mesmo sendo juiz defendeu Gurgel


      A Comissão Parlamentar Mista de Inquérito tem uma
oportunidade ímpar para mostrar como a imprensa de negócios
comete crimes, bem como deixar claro como políticos, empresários,
togados e outros seres abissais se alastraram pelo estado. Eles tem
de sair definitivamente da vida pública. Como, por exemplo, o
proprietário da "Veja", Roberto Civita, ficar livre de não depor na
CPMI? É uma insensatez. Essa gente quer desviar a atenção do
povo do escândalo Cachoeira/Demóstenes/Veja e com isso ganhar
fôlego e tempo com o Mensalão. Para mim, quem tiver culpa no
cartório no que tange ao Mensalão que seja punido com o rigor da
lei. Ora bolas!

       Agora, a imprensa conservadora e historicamente golpista e
autoridades públicas usar de subterfúgios para desviar a atenção do
País e com isso se safar da CPMI é um absurdo. Se o Gurgel tiver
de depor, que vá. Presidentes foram derrubados e
sofreram impeachment. Parlamentares foram cassados, e são
eleitos pelo povo. O procurador Roberto Gurgel, para o bem da
instituição a qual representa, deveria estar honrado por dar
satisfação à sociedade brasileira. Presidenta Dilma, cadê o projeto
de marco regulatório para as comunicações elaborado pelo
jornalista Franklin Martins? Se a senhora não sabe, pergunte ao
ministro das Comunicações Paulo Bernardo. É isso aí.

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  • 1. Por Davis Sena Filho — Blog Palavra Livre (Fotos: Dida Sampaio/AE) Gurgel prevaricou e não quer dar satifações à sociedade “A lei é a razão livre da paixão” (Aristóteles) “Teu dever é lutar pelo direito, mas no dia em que encontrares o direito em conflito com a justiça, luta pela justiça” (Eduardo Couture) “Presidenta Dilma, cadê o projeto de marco regulatório para as comunicações elaborado pelo jornalista Franklin Martins? Se a senhora não sabe, pergunte ao ministro das Comunicações Paulo Bernardo!" Há dias não escrevo. Contudo, tenho acompanhado o noticiário, os artigos e as opiniões de especialistas da imprensa comercial e privada (privada nos dois sentidos, tá?), bem como de blogueiros considerados sujos e até mesmo imundos por jornalistas que defendem o establishment, como alguns bate-paus da “Veja” — a revista porcaria — e das “Organizações(?) Globo”. As notícias tem por objetivo, a depender de quem a dissemina, dar ou não transparência aos brasileiros sobre a CPMI do Cachoeira, que é a do Demóstenes, que, por sua vez, é a do Cavendish da Delta, que também pode ser chamada de CPMI do Gurgel/Perillo, mas que, para mim, tem de ser chamada de CPMI da Veja/Globo. E por quê? Porque não seria possível para o senador do DEM, Demóstenes Torres, um procurador quase desconhecido, e para o governador do PSDB, Marconi Perillo, e para o principal aliado de ambos, o empresário do ramo de jogos, como gosta de afirmar a “Folha de S. Paulo”, vencerem eleições com certa
  • 2. facilidade, terem forte influência política e partidária no Estado de Goiás, no Congresso, em setores do Judiciário e também no meio empresarial sem o “providencial” apoio do sistema midiático empresarial e politicamente conservador, além da estranha conduta do procurador-geral da República, Roberto Gurgel, e de sua mulher, a subprocuradora da República, Cláudia Sampaio, que simplesmente deixaram mofar na gaveta os autos de inquérito relativos à Operação Vegas realizada, em 2009, pela Polícia Federal. Cachoeira era o chefe de Demóstenes e influenciava no governo de Perillo Gurgel, como todo mundo sabe, somente deu continuidade ao inquérito neste ano, ou seja, quase três anos depois, após um grupo de parlamentares o “visitar” na Procuradoria quando o inquiriu sobre o porquê de tal defensor dos interesses do povo brasileiro ter segurado por tanto tempo um processo de investigação tão importante e grave para a República e, consequentemente, para a Nação. Os autos da Vegas são de 2009 e envolvem deputados federais e estaduais, promotor, policiais civis e militares, governador Perillo (a imprensa privada quer incluir os governadores Sérgio Cabral e Agnelo Queiroz), senador, empresários, servidores públicos das três esferas de poder e, evidentemente, o jogo do bicho, controlado por um dos bicheiros mais poderosos do Brasil, o Carlinhos Cachoeira, cujo falecido pai foi sócio do contraventor mais famoso de todos os tempos, o bicheiro carioca Castor de Andrade. Não faço ilações contra o procurador Gurgel quanto à sua conduta moral, mas ressalvo que suas ações no que diz respeito ao seu cargo e às suas responsabilidades deixaram muita gente em dúvida, o que inclui nesse bojo setores da sociedade que acompanham o escândalo com mais atenção e os parlamentares que integram a CPMI, que, para mim, é principalmente da “Veja” e
  • 3. da “Globo”. A minha assertiva é válida, porque, certamente, a atitude de Gurgel teve o propósito de não atrapalhar ao tempo que favorecer as candidaturas majoritárias no ano de 2010 do governador tucano Marconi Perillo, do senador Demóstenes Torres (menina dos olhos e fake da imprensa burguesa), além de outras candidaturas proporcionais, menos relevantes sem deixar de ser importantes. Se o procurador-geral não agiu de forma calculista, não me sinto impedido para afirmar que suas ações, mesmo involuntárias, concorreram para favorecer a dupla goiana de políticos do DEM e do PSDB. Além disso, a mulher do procurador, subprocuradora Cláudia Sampaio, disse que o delegado Raul Alexandre, que conduziu as operações, solicitou o arquivamento do inquérito, o que foi contestado em nota da PF do dia 14 de maio. A verdade é que muitos procuradores, promotores e juízes se tornaram “políticos” sem mandato popular, e, por conseguinte, agem de forma ideológica, opcionalmente conservadora e voltada para os interesses políticos e partidários de agremiações de direita e que controlam, historicamente, o Poder Judiciário. São juízes e procuradores ou promotores que querem manter ostatus quo de grupos econômicos e políticos até então dominantes que, com o amadurecimento da democracia brasileira, perceberam que estão a perder espaço para segmentos políticos-ideológicos de ordem trabalhista, a mesma que desenvolveu o Brasil de 1930 até 1954 e foi deposta pelo golpe empresarial-militar de 1964. Perillo, governador de Goiás, reconheceu "certa" influência de Cachoeira O establishment está desesperado, pois há dez anos é derrotado nas urnas. Ele sabe que os partidos conservadores estão fragilizados e por isso seu porta-voz e aliado principal e mais
  • 4. poderoso, o baronato da velha imprensa corporativa, associou-se ao crime organizado. Todo mundo percebe esse processo draconiano de corrupção de setores do estado, que teve não apenas a cumplicidade da imprensa, mas também sua efetiva participação por intermédio da “Veja” e da defesa, intransigente, das “Organizações(?) Globo” para com as ações e atos de tal revista, sua co-irmã de lutas contra o trabalhismo e a concretização de uma sociedade plural, democrática, solidária e justa para todos os brasileiros.. Esses dois setores, o sistema midiático e parte do Judiciário, são, atualmente, os maiores empecilhos para o desenvolvimento da democracia brasileira, porque recusam, terminantemente, ver as classes ricas afastadas do controle do estado nacional. São nepotistas, patrimonialistas e detestam não poder se beneficiar dos privilégios que o estado propiciou a essas classes durante décadas ou séculos. O Judiciário sempre foi a alma dos ricos, ainda mais em um País que teve 350 anos de escravidão. E a imprensa sempre foi a ponta-de-lança, a porta-voz das classes empresariais urbanas e rurais que sempre formaram seus próprios juízes e advogados. Eles são a elite que mesmo privilegiada e beneficiada economicamente como ocorre com os trabalhistas no poder não suportam ver a ascensão econômica e social de outras classes, porque o estado é bom somente para servi-los, pois, do contrário, os governantes trabalhistas vão ter de se defender de golpes e contragolpes no Judiciário e na Imprensa, mesmo se for por meio de notícias mentirosas, manipuladas e distorcidas ou por intermédio de chicanas, protelações, abuso de autoridade e até mesmo pela injustiça. Juízes são homens e mulheres e tem valores e princípios trazidos de seus berços e por causa disso podem naturalmente serem injustos. E é o que acontece. E repetidas vezes.
  • 5. Globo protege o Civita, que faz da Veja, a revista porcaria, um mar de lama O PT e seus aliados não podem tergiversar com aqueles que sempre acusaram e tentaram até dar golpe de estado como ocorreu em 2005. O procurador Roberto Gurgel, a subprocuradora Cláudia Sampaio, o ministro do STF, Gilmar Mendes, não deveriam se precipitar e tentar, equivocadamente, blindar os que estão envolvidos na CPMI da Veja/Globo com o caso Mensalão, que não foi comprovado e negado no STF pelo pivô do caso que atende pelo nome de Roberto Jefferson. A imprensa forjou matérias e manipulou-as, e mentiu quando foi necessário. Isto tem de ficar esclarecido para a sociedade brasileira, que se tornou vítima de informação propositalmente distorcida. É crime, sim, porque visa favorecer grupos econômicos e políticos e com isso permitir que seus aliados (da imprensa) sejam beneficiados, inclusive, como se observa, na esfera pública. A imprensa comercial e privada (privada nos dois sentidos tá?) e setores do Judiciário precisam do Mensalão (nunca foi comprovado) tanto quanto os entes vivos necessitam de oxigênio. Gurgel, que lembra a inépcia e o conservadorismo do procurador Brindeiro do neoliberal FHC, tentou se blindar com o caso Mensalão para disfarçar o que ele não quis fazer, que era apresentar os relatórios, as investigações da Operação Vegas (que antecedeu a Operação Monte Carlo que prendeu o bicheiro Cachoeira) ao STF. Gurgel tinha que denunciar e não o fez. O motivo eu não sei. Talvez
  • 6. ele saiba. E aí o que ele faz? Acusa os parlamentares da CPMI da Veja/Globo eleitos pelo povo de o atacarem por causa do Mensalão que vai ser julgado daqui a alguns meses. Agora, faço a pergunta que não quer calar: “o Gurgel é maluco ou quer se blindar por não ter feito, aparentemente, o seu trabalho?” Porque, como diz o sábio povo: “uma coisa é uma coisa. Outra coisa é outra coisa”. Mensalão é Mensalão, que é uma criação dos tucanos de Minas Gerais, que também beneficiou os de São Paulo e de outros estados quando o presidente neoliberal FHC estava no poder. A imprensa burguesa sempre se esquece desse “pequeno” mas importante detalhe. A quem Gurgel quer proteger? Do Gilmar Mendes é o que sempre se espera. Ele, irremediavelmente, é a herança maldita do neoliberal FHC e não resiste defender os interesses da burguesia, o status quo e as causas inglórias. Os barões da imprensa burgueses e os burgueses do Judiciário são, realmente, os setores mais atrasados da sociedade brasileira. Gilmar é a herança maldita de FHC e mesmo sendo juiz defendeu Gurgel A Comissão Parlamentar Mista de Inquérito tem uma oportunidade ímpar para mostrar como a imprensa de negócios comete crimes, bem como deixar claro como políticos, empresários, togados e outros seres abissais se alastraram pelo estado. Eles tem de sair definitivamente da vida pública. Como, por exemplo, o proprietário da "Veja", Roberto Civita, ficar livre de não depor na CPMI? É uma insensatez. Essa gente quer desviar a atenção do povo do escândalo Cachoeira/Demóstenes/Veja e com isso ganhar fôlego e tempo com o Mensalão. Para mim, quem tiver culpa no
  • 7. cartório no que tange ao Mensalão que seja punido com o rigor da lei. Ora bolas! Agora, a imprensa conservadora e historicamente golpista e autoridades públicas usar de subterfúgios para desviar a atenção do País e com isso se safar da CPMI é um absurdo. Se o Gurgel tiver de depor, que vá. Presidentes foram derrubados e sofreram impeachment. Parlamentares foram cassados, e são eleitos pelo povo. O procurador Roberto Gurgel, para o bem da instituição a qual representa, deveria estar honrado por dar satisfação à sociedade brasileira. Presidenta Dilma, cadê o projeto de marco regulatório para as comunicações elaborado pelo jornalista Franklin Martins? Se a senhora não sabe, pergunte ao ministro das Comunicações Paulo Bernardo. É isso aí.