O documento relata que:
1) Uma mulher foi presa e condenada injustamente a 24 anos de prisão por um crime que não cometeu;
2) A verdadeira criminosa esclareceu o caso 15 dias depois, libertando a mulher inocente;
3) O projeto "Proteção para Todos" distribuiu máscaras de proteção na orla de Maceió para prevenir a propagação do coronavírus.
O Dia Digital - MP: “FLÁVIO LIDERAVA AORGANIZAÇÃOCRIMINOSA”
Maiara inocente é libertada após ser condenada injustamente por latrocínio em Alagoas
1. Alagoas l 9 a 15 de agosto I ano 08 I nº 389 l 2020 redação 82 3023.2092 I e-mail redacao@odia-al.com.br
Maiara,presa sem culpa no crime
DISPUTA SERÁ PESADA
Câmara quer reeleiçãoQuem está dentro não
quer sair e quem está fora
quer entrar seja como for.
Esse é o desejo dos vereado-
res com mandato e de meda-
lhões como o ex-deputado
federal Givaldo Carimbão; a
ex-senadora Heloísa Helena;
o ex-prefeito Cícero Almeida
e o ex-vereador Jorge VI que já
anunciaram que vão às urnas
este ano. Entre esses, alguns
têm vagas garantidas e, para
eles entrarem alguém vai ter
quesair.Alutajácomeçoueos
candidatos novos ou à reelei-
ção já iniciaram as visitas e a
disputa nas redes sociais. 3
PARA VOCÊEVENTOS
O seguro
residencial é
um custo ou
investimento?
Empresários
se organizam
para voltarem
a trabalhar
94
EDITORIAL:TEM UM PROJETO DE DITADOR SENTADO NA CADEIRA DE PRESIDENTE DA REPÚBLICA FEDERATIVA DO BRASIL
FUTEBOL
Marcelo Cabo
faz história em
Alagoas com a
conquista do
terceiro título
estadual
A jovem Maiara Alves da
Silva, de 27 anos, foi conde-
nada a 24 anos de prisão por
crime de latrocínio: matar para
roubar. Ele foi presa em maio
de 2019, e estava no Presídio
Santa Luzia, cumprindo a
pena.Ocorrequeelanãocome-
teu crime nenhum. A mulher
foi inocentada pela verdadeira
criminosa, identificada como
Mayara Luzia de Souza, presa
há 15 dias. Na quinta-feira
(6), Maiara - a injustiçada - foi
colocada em liberdade. Ela foi
direto se encontrar com os três
filhos, entre eles um bebê de
um ano e 11 meses.
JonathanLins
MULHER FOI PRESA e condenada a 24 anos de prisão por um crime que não cometeu; verdadeira criminosa esclareceu o caso
INOCENTE NA CADEIAPROTEÇÃO PARA TODOS
2
10
8
Em três dias, foram distribuídas 630 mil máscaras no calçadão da orla de Maceió; outras 370 mil serão entregues em 33 municípios alagoanos
Ação distribui máscaras na orla
O projeto Proteção para
Todos segue cobrindo os
rostos das pessoas com o
objetivo de evitar a conta-
minação pelo novo coro-
navírus. Enquanto a vacina
não chega, o remédio é
a prevenção. Durante a
semana,aequipedoprojeto
esteve na orla de Maceió e
distribuiu quase duas mil
máscaras de proteção.
2. 2 O DIA ALAGOAS l 9 a 15 de agosto I 2020
EXPRESSÃO redação 82 3023.2092
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CNPJ 07.847.607/0001-50 l Rua Pedro Oliveira Rocha, 189, 2º andar, sala 210 - Farol - Maceió - AL - CEP 57057-560 - E-mail: redacao@odia-al.com.br - Fone: 3023.2092
Para anunciar,
ligue 3023.2092
EXPEDIENTE
ElianePereira
Diretora-Executiva
DeraldoFrancisco
Editor-Geral
Conselho Editorial Jackson de Lima Neto JoséAlberto Costa JorgeVieiraODiaAlagoas
Jorge Vieira Jornalista
C
hocante! Foi o
melhor termo
que veio à
cabeça para se referir ao atual
cenário social, econômico,
religioso, político e institucio-
nal! E nada mais adequado
do que recorrer à letra do
Hino Nacional: BRASIL:
“DEITADOETERNAMENTE
EM BERÇO ESPLÊNDIDO”!
O caos se instalou e a socie-
dade brasileira encontra-se
em estado de coma profundo
ou obnubilada!
Caos social! Milhões e
milhões de desempregados
somando-se a cada dia pelas
cifras anunciadas pelo IBGE,
acumulando-se aos milhões
de moradores de rua, aos
milhões de sem terra, sem
educação, sem saúde e,
consequentemente, sem
esperança.
A economia, com a insta-
lação do neoliberalismo
como a única e exclusiva
doutrina, fundada e alimen-
tada na Escola de Chicago, o
país afundou. O patrimônio
público vendido por valores
ínfimos para o capital inter-
nacional, ou como dizia-
-se antigamente, “a preço
de banana” – mas nem isso
pode-se de dizer, visto que o
preço da banana estourou nas
feiras e nos mercados! -, e com
isso, a economia entrou em
colapso, empresas brasileiras
quebrandoemicroepequenas
empresas fechando as portas,
deixando como única alterna-
tiva o mercado informal.
Nocamporeligioso,parce-
las significativas das denomi-
nações cristãs estão alinhadas
ao neoliberalismo, leia-se A
ética protestante e o espírito
do capitalismo, Max Weber,
enquanto que outras foram
cooptadas pelo discurso
conservador e moralista, com
base neopentecostal evangé-
lica e católica. O próprio Jesus
Cristo não os reconheceria
na sua pregação do Reino de
Deus escrito --nos Evange-
lhos. Os verdadeiros profetas
desapareceram!
Na seara política, instalou-
-se o marasmo envergonhado
do establishment por alguns
e, por outros, o comprometi-
mento consentido e alinhado
com a retórica discursiva em
defesa do caos, restando algu-
mas vozes dissonantes e inca-
pazes de articular um projeto
alternativo de sociedade.
Como entender o silêncio
político diante do aprofunda-
mentodacriseeconômicaeda
vergonhosa incapacidade do
presidencial, dos milhões de
desempregados, dos milhões
de moradores de rua e de
quase 100 mil mortes de brasi-
leiros pela pandemia?!
E as instituições da Repú-
blica? Para começar, a voz do
presidente da Câmara dos
Deputados, Rodrigo Maia
diantedoquadroescritoacima
declarou não existir crime! E
o Senado? E a Procuradoria
Geral da República (PGR)? E
o Supremo Tribunal Federal
(STF)? Onde estão?
E a maioria da população,
ondeestá?Arespostaficapara
reflexão e, quem sabe um dia,
quando despertar, agir em
defesa da cidadania!
Brasil: “deitado eternamente em berço esplêndido”
M
a t é r i a
d a
Revista
Piauí dessa semana reve-
lou a intenção do Presi-
dente Jair Bolsonaro em
intervirnoSupremoTribu-
nal Federal, através do
Exército Brasileiro, desti-
tuindo os atuais ministros
e nomeando ministros
indicados exclusivamente
por Bolsonaro.
Nãohá outronomepara
essa intenção de Bolsonaro
que não seja GOLPE.
Não é de hoje que se
sabe que Bolsonaro tem
arroubos autoritários,
saudosista de períodos
ditatoriais, defendendo
inclusive o fechamento do
Congresso Nacional e do
STF. Seus filhos possuem
o mesmo pensamento
e alguns outros lunáti-
cos que já integraram o
governo, como o ex-Minis-
tro da Educação Abraham
Weintraub que, na fami-
gerada reunião de abril
foi explícito ao dizer que
“prenderia” os vagabun-
dos, começando no STF.
Esse desejo também é
manifestado por diversos
apoiadores do Presidente,
que não possuem nenhum
interesse democrático e
que vivem pedindo em
suas manifestações a
intervenção militar com
suposto fulcro no art. 142
da Constituição, o que é
incabível, como se posicio-
nou em artigo publicado
neste jornal o advogado
alagoano Floriano Julião.
“Vou intervir!” foi a
frase dita por Bolsonaro
na reunião revelada pela
Revista Piauí e que mostra
que o Presidente tem dese-
jos sempre visíveis de
intervenção em diversos
órgãos e poderes da repú-
blica, achando que possui
um poder que na verdade
não tem. Diga-se de passa-
gem,quandoex-juizSérgio
Moro se demitiu do Minis-
tério da Justiça acusou
Bolsonaro de tentar inter-
vir ilegalmente (ou imoral-
mente) na Polícia Federal.
Felizmente,pelomenos
por hora, Bolsonaro não
conseguiu colocar à frente
o seu desejo golpista. No
entanto é necessário se
manter sempre atento,
pois ela não aconteceu
não por falta de vontade
do Presidente, mas tão
somen te porque foi
convencido a não fazê-
-lo. No momento em que
ele achar mais oportuno,
ele não deixará de ferir
o estado democrático de
direito e tentará dar um
golpe de poder.
Nossa democracia
ainda é jovem, possui
pouco mais de 30 anos e
surgiu depois de 21 anos
de um regime autoritário
de cunho civil-militar que
mergulhou o país em um
período obscuro de miti-
gação dos direitos e garan-
tias fundamentais e uma
crise econômica terrível.
É impressionante ver
pessoasquepedemainter-
venção militar e a volta
de um período ditatorial,
justamente no momento
em que se tem um projeto
de ditador sentado tempo-
rariamente na cadeira da
Presidência e que possui
um alto número de milita-
res integrando cargos de
primeiro e segundo esca-
lões.
Bolsonaro não desis-
tiu, apenas recuou, está
testando até onde pode ir,
como se fosse dando um
passo de cada vez para o
caminhodoautoritarismo,
mas não terá apoio e não
será fácil. Nós, democra-
tas, estamos de plantão,
vigiando a democracia e a
constituição contra qual-
quer levante e arroubo de
quem se ache mais do que
é.
Arroubo de golpismo!
3. ArielCipola
Repórter
A
s e l e i ç õ e s
2020 já estão
bat e ndo à
porta. Oficialmente, nenhum
candidato deu início à campa-
nha, mas, reuniões com as
chamadas “lideranças” estão
acontecendo todos os dias.
NãoésóolugardoprefeitoRui
Palmeira(sempartido)queestá
sendo disputado em Maceió.
No legislativo, eram 21 e neste
pleitosão25cadeirasnoPalácio
MárioGuimarãesqueestãoem
jogo.Ao que tudo indica todos
os vereadores que ali se encon-
tramhoje,tentarãosereeleger.
O MDB é o partido com
mais vereadores na capital
alagoana, 8 no total, são eles;
Ana Hora, Anivaldo da Silva
(Lobão), Antonio Hollanda,
Francisco Filho, Galba Netto,
Ib Breda, Luciano Marinho,
Ronaldo Luz. Em seguida vem
o Progressistas com 3; Davi
Davino (pai), Fátima Santiago
e Aparecida Augusta (do Luiz
Pedro). O PSB também ocupa
atualmente 3 cadeiras; Dr
Cleber Costa, Francisco Sales,
SiderlaneMendonça.
Após a “migração” dos
vereadores Eduardo Canuto
e Kelmann Vieira, o Podemos
conta com dois vereadores,
ambos seguiram o prefeito Rui
Palmeira, e se despediram do
PSDB. O PSD também ocupa
duas cadeiras com os vereado-
res, José Márcio Filho e Mauro
GuedesJr.
O DEM, que perdeu a
vereadora Aparecida (do Luiz
Pedro) para o Progressistas,
hoje só ocupa uma vaga com
a vereadora Simone Andrade,
e aposta na renovação com a
pré-candidata Gaby Ronalsa.
O PTC também ocupa uma
cadeira com o vereador Samyr
Malta. Assim como também o
PRTBcomavereadoraSilvania
Barbosa.
Até o momento, todos os
vereadoresqueestãoexercendo
seus mandatos, almejam se
reeleger. Existe a possibilidade
de algum nome da Câmara vir
a ser indicado como vice na
chapaparaaprefeitura,masaté
o momento não tem nada defi-
nido,apenasareeleição.
A eleição deste ano para
vereador de Maceió “ressus-
citará” alguns “medalhões”
da política alagoana, e no que
depender deles, a reeleição
dos vereadores de mandato se
tornaráumatarefaárdua.Helo-
ísa Helena, Carimbão, Cícero
Almeida – que agora diz que
quer concorrer à prefeitura –,
PastorJoãoLuiz,JorgeVI,estão
a procura do “paraíso”, e com
certeza não se pode ignorar
essas candidaturas, no jogo da
política,omaistolovoa.
3O DIA ALAGOAS l 9 a 15 de agosto I 2020
PODER redação 82 3023.2092
e-mail redacao@odia-al.com.br
Chapa de Alfredo Gaspar é a
primeira a ter vice confirmado
A semana que passou foi
marcada por uma “polêmica”
queparecepassarlongedapré-
-campanha do ex-procurador
geraldeJustiça,AlfredoGaspar,
rumo à prefeitura de Maceió.
Tudo começou com uma
entrevista do atual prefeito,
Rui Palmeira, que confirmou
o nome do ex-secretário Tácio
Melo, presidente do Podemos
em Alagoas, para compor a
chapamajoritáriadoMDB.
O próprio Alfredo Gaspar
tratouoassuntodeformatran-
quila e afirmou que sua pré-
-candidatura é fruto de uma
convergência maior, além dos
partidos e cargos. Segundo
ele, a trajetória de Tácio Melo
o habilita a compor a chapa,
independentemente das indi-
cações, que fazem parte do
processo político.
“Euacompanhoatrajetória
deTácioMeloháalgumtempo
etê-locomoparceironaeleição
municipalmuitomehonra.Ele
iniciou sua vida pública, assim
como eu, muito jovem. Passou
noconcursodaPolíciaRodovi-
ária Federal e se destacou rapi-
damente como uma voz ativa
da categoria. Na gestão muni-
cipal, desempenhou funções
importantes, sempre apresen-
tandoresultadosqueelevaram
a qualidade de vida da popu-
lação”, afirmaAlfredo Gaspar.
Para o ex-procurador-
-geral, o nome de Tácio como
pré-candidato a vice-prefeito
vem consolidar a convergên-
cia de propósitos, pautada
semprenoqueformelhorpara
os maceioenses.
“Foi sua carreira exitosa
que o credenciou para presi-
dir o Podemos em Alagoas e a
compor a nossa pré-candida-
tura. Ao construir essa união,
tive o apoio do governador,
de quem fui secretário de
Segurança, e do prefeito, com
quem sempre tive uma relação
respeitosa. É assim que segui-
mos juntos por uma cidade
mais próspera e humana para
todos”, conclui o pré-candi-
dato a prefeito.
‘Medalhões’ da política podem
atrapalhar planos de reeleição
LEGISLATIVO MUNICIPAL terá 25 cadeiras em 2021; quem está dentro quer permanecer,mas quem está fora quer entrar
JUÍZO DE DIREITO DA 22ª Vara Cível da Capital / Família
EDITAL DE INTERDIÇÃO
PRAZO DE 30 (TRINTA) DIAS
Publicação por 03 vezes com intervalo de 10 dias.
A Doutora Ana Florinda Mendonça da Silva Dantas, Juíza de
Direito da Maceió, Estado deAlagoas, na forma da lei etc.
FAZ SABER aos que o presente edital virem ou dele conhe-
cimento tiverem que, por esse Juízo e Cartório da 22ª Vara Cível
da Capital / Família, nos termos dos autos da Ação de Interdição,
tombados sob nº 0728818-23.2019.8.02.0001, que tem como Inter-
ditante: Rita Maria Santana Prado e Interditando: Wilson Barreto
Prado, por Sentença prolatada pela M.M. Juíza Dra. Ana Florinda
Mendonça da Silva Dantas, datada de 11 de março de 2020, com o
seguinte teor: É o breve relatório. D E C I D O: 5. Examinando os
autos, verifico que a concessão da curatela provisória foi concedida
tendo em vista que a documentação juntada atestou que o inter-
ditando não tinha capacidade para exercer os atos da vida civil
devidoaproblemasmentaiscodificadospeloCID10G30.1eF01.1,
demência deAlzheimer, fase moderada a avançada, com demência
vascular associada; 6. A autora, por sua vez, demonstrou que tem
legitimidade para propor a ação, a teor do art. 747 do Código de
Processo Civil, sendo que a recente Lei nº 13.146/2015 (Estatuto da
Pessoa com Deficiência), objetivando a proteção da dignidade da
pessoacomdeficiência,elevouoinstitutodaInterdiçãoaumcaráter
muito mais auxiliador do que privativo dos direitos da personali-
dade do interditado; 7. Desse modo, a nomeação de curador inde-
pende, inclusive, da decretação da interdição, uma vez que o papel
principal do curador é auxiliar o interditando a lidar com suas limi-
tações na prática dos atos da vida civil, estando revogados expres-
samente os dispositivos do Código Civil quanto à possibilidade
de se decretar a interdição absoluta e permanente do curatelando,
bem como alterados os dispositivos que trazem a possibilidade de
interdição relativa, como se pode observar da nova redação do seu
artigo 3º; 8. Vê-se, contudo, que a gravidade do estado de saúde
mental do interditando requer uma permanente assistência e inter-
venção da curadora, razão pela qual julgo a ação procedente em
parte, para, de acordo com o art. 4º do referido código, deferir a
curatela de WILSON BARRETO PRADO, relativamente ao exer-
cício dos atos patrimoniais da vida civil, atos que poderá praticar
com a representação da sua curadora ora nomeada, ou seja, a sua
esposa, Rita Maria Santana Prado, nos termos do art. 755 do CPC,
achando-se a curatela limitada à restrição da prática de atos patri-
moniais; 9. Fica a curadora obrigada a prestar, anualmente, contas
de sua administração ao juiz, apresentando o balanço do respectivo
ano, informando ainda se a curatela deve permanecer em vigor e se
ocurateladoestásendosubmetidoaassistênciamédicopsiquiátrica
quelheassegurecondiçõesdevidaesaúdeadequadas,podendoser
levantada quando cessar a causa que a determinou; 10. Atendendo
ao disposto no art. 755 § 3º do CPC, esta sentença, uma vez transi-
tandoemjulgado,deveserinscritanoregistrodepessoasnaturaise
imediatamentepublicadanosítiodoTribunaldeJustiçadaAlagoas
e na plataforma de editais do Conselho Nacional de Justiça, onde
permanecerá por 6 (seis) meses, na imprensa local, 1 (uma) vez, e
no órgão oficial, por 3 (três) vezes, com intervalo de 10 (dez) dias,
com os dados informativos da curatela, assegurando a plena divul-
gação da medida para resguardo dos interesses do curatelando; 11.
Custas pela requerente. P. R. I. Maceió,11 de março de 2020. Ana
Florinda Mendonça da Silva Dantas, Juíza de Direito. E para que
não se alegue ignorância, mandei passar o presente edital, que será
afixado no átrio deste Fórum e publicado na Imprensa Oficial por
03 (três) vezes, com intervalo de 10 (dez) dias. Dado e passado nesta
cidade de Maceió, Estado de Alagoas, aos 18 de março de 2020. Eu,
Juliana Pedrosa Pereira,Analista Judiciário que digitei e subscrevi.
Ana Florinda Mendonça da Silva Dantas
Juíza de Direito
SalvoseforcomporchapadoExecutivo,todososvereadoresbuscamreeleição
Alfredo Gaspar afirma que sua pré-candidatura é fruto de convergência maior
4. Janaina Marques
Ascom
A
Mesa Dire-
t o r a d a
Assembleia
Legislativa promulgou, no
último dia 4, a Emenda Cons-
titucional nº 48/2020 que
transforma o cargo de agente
penitenciário em policial
penal. Agora, a Constituição
do Estado de Alagoas passa a
relacionar,emseuartigo244,a
PolíciaPenalcomoamaisnova
força de segurança pública,
reconhecendo e valorizando
o trabalho dos profissionais
responsáveis, sobretudo, pelo
controle do sistema prisional.
A emenda, de autoria do
deputado Antonio Albuquer-
que (PTB), dá nova redação
ao parágrafo 1°, criando os
parágrafos 7° e 8° do artigo
244, além do parágrafo 3° do
artigo 245. A mesma emenda
dá nova redação ao artigo 276
da Constituição Estadual,
descrevendo como responsá-
veis pela segurança pública,
respeitada a competência da
União, as polícias Civil e Mili-
tar, o Corpo de Bombeiros
Militar e a Polícia Penal.
A Emenda estabelece que
à Polícia Penal caberá a segu-
rança dos estabelecimentos
penais do estado, prevendo
também legislação específica
sobre a carreira, atribuições
e competências da catego-
ria, que deve reunir servido-
res efetivos e com ingresso
mediante concurso público.
O documento ainda classifica
a Polícia Penal como institui-
ção permanente, autônoma e
essencial à segurança pública
e à execução penal.
MARCO PARA O
SISTEMA PRISIONAL
Segundo o chefe especial
de Gestão Penitenciária da
Secretaria da Ressocialização
e Inclusão social (Seris), poli-
cial penal Milton Pereira, a
promulgaçãodaemendaéum
marcoparaosistemaprisional
alagoano. “Com a promulga-
ção,aPolíciaPenalvaireforçar
o combate às facções crimino-
sas que agem dentro e fora
dos presídios do estado, além
de conferir mais eficiência aos
processos de execução penal,
auxiliando as demais forças
no enfrentamento à violên-
cia”, afirmou.
Ainda na opinião de
Pereira, a regulamentação da
Polícia Penal vai reforçar a
integração entre as polícias.
“Já temos um histórico de
cooperação com as demais
forças de segurança, graças
à competência dos policiais
penais e ao apoio que nos
é ofertado pela secretaria.
Agora, com a promulgação,
vamos contribuir ainda mais
com as instituições coirmãs”,
emendou o policial penal.
O secretário da Resso-
cialização e Inclusão Social,
coronel PM Marcos Sérgio de
Freitas, celebrou a promulga-
ção e parabenizou a todos os
policiaispenaispeloempenho
nocumprimentodoseudever,
reconhecendo a importância
da categoria. “Vamos seguir
trabalhando firme no sentido
de valorizar e capacitar cada
vez mais os nossos policiais
penais”, assegurou.
POLÍCIA PENAL
Em dezembro de 2019, o
Congresso Nacional já havia
promulgado emenda que
resultou na criação da Polícia
Penal,equiparandoosagentes
penitenciários aos membros
das demais polícias, mas
com atribuições específicas, a
serem reguladas em lei. Com
a emenda, os policiais penais
passaram a integrar o rol do
artigo 144 da Constituição
Federal, que lista os órgãos
que compõem a segurança
públicanoBrasil:PolíciaFede-
ral, Polícia Rodoviária Fede-
ral, polícias Civil e Militar, e
Corpo de Bombeiros Militar.
Empresários de eventos se
mobilizam para o retorno
MAIS FORTES
Empresários do segmento
deeventossereuniramnanoite
de terça-feira, 4, para discutir
o protocolo para retorno das
atividades do setor. O encontro
aconteceunaChoperiaResenha,
noFeitosa,emMaceió.Naopor-
tunidade, o empresário Junior
Bahia, um dos participantes do
evento, citou itens de reivindi-
caçõeselaboradaspeloscolegas.
Entre os itens exigidos
pelos empresários estão
a ajuda financeira para as
empresas até o retorno das
atividades e a prorrogação
dos impostos municipais,
estaduais e federais. “Também
queremos a prorrogação de
contratos de trabalho, que
é muito importante”, disse
Bahia. Ainda levantou a ques-
tão da necessidade de diálogo
comogovernadorRenanFilho
para retomada dos trabalhos.
“Temos também que cons-
tituir a nossa associação para
sermosmaisfortes.Termosum
presidenteecriarumgrupode
trabalho. O político precisa da
gente para se eleger e depois
que ganha, já foi. Precisamos
nos impor. Geramos milhares
de empregos”, destacou. O
empresário do ramo da comu-
nicação Wellington Sena, o
Seninha, deu sua contribuição
durante o evento.
Disse que “a criação de
uma associação deveria ter
sido feita há muito tempo”, o
que fortaleceria as empresas.
“A preocupação do governo
estadual é a capacidade dos
hospitais. Se vocês tiverem
uma solução, uma ideia, para
prevenir a covid-19 em bares
e shows ficaria mais fácil de
chegar a um consenso com o
governador”, sugeriu.
4 O DIA ALAGOAS l 9 a 15 de agosto I 2020
ESTADO redação 82 3023.2092
e-mail redacao@odia-al.com.br
Assembleia promulga a lei
que institui a Polícia Penal
CONQUISTA: Categoria passa a integrar as forças de Segurança Pública do Estado e deve reforçar o combate à violência
Emenda valoriza servidores responsáveis pela segurança do sistema prisional
Reunião aprovou exigência de ajuda financeira e prorrogação de impostos
SarahBrandão
6. Acredito que uma
boa parte dos meus
leitores e ou ouvin-
tes sabe o quanto eu
adoro escrever ou
falar ditados e provér-
bios.Como também
criar neologismos e
produzir aglutinação
de palavras. Alguém
até já me disse que
é minha marca. E,
confesso: adorei a
referência. Pois tem
muitashistóriasatrásdessesjuízosetambémtenhomuita
honra e gratidão por estarei escritos no meu livro vital.
Deixando de lado meu pequeno segredo bibliográfico,vou
justificar o titulo desta nota.Avórtual é a uma aglutinação-
-neologística oriunda das palavras avós+virtual. O fato é
que na última data homenageativa do dia dos avós, dia
26 de julho passado, as comemorações que em anos
anteriores já não recebiam o destaque social, comercial
e midiático merecido,
porcontadapandemia
daCovid-19alastrante
que nos encontramos,
as devidas home-
nagens foram mais
tímidas ainda. Mesmo
assim, ordinariamente
e necessariamente
ajustadas às novas
tecnologias, alguns
encontros virtu-
ais comemorativos
foram incrementados.
Levando em consideração que o enredo da data marcante
já tinha essa configuração, lamentavelmente ficou ainda
mais velada para a quase totalidade dos avós.Atualmente
temos, principalmente em nosso Estado, um grande
número de idosos (pessoas com 60 anos ou mais idade
quecompõemomaiornúmerodeparticipantesdestafase
de vida) que ainda não tem a mínima habilidade e acesso
às novas tecnologia.
6 O DIA ALAGOAS l 9 a 15 de agosto I 2020
PODERGrisalho redação 82 3023.2092
e-mail redacao@odia-al.com.br
Francisco Silvestre silvestreanjos@bol.com.br
Coroavívus
Contradição pandêmica
Desde que as pessoas idades avançadas imprimiram uma identidade como
sendo um novo ator social,em número e portador de uma velhice mais longeva,
queasciências,instituiçõeseoutrosorganismoscriameidealizamdiversostipos
demençõesereferênciassobreofenômeno.ComacrisepandêmicadoCovid-19
eanoticiaçãosempreconstanteealertadoraindicandoqueaspessoasdeidades
avançadascompõemogrupoparaummaiorriscodecontaminação,oquesetem
verificadoéoapagamentodasexpressõesedostermosreportáveisaummodelo
doenvelhecimentoedavelhicequesejamexitosas.Unsdessestermos:serativo,
ter autonomia e independência sempre foram dirigidos ao segmento de forma
impulsionadores e populares. Mas, o que mais testaemunhamos agora, depois
de quase cinco meses, essas expressões tornaram-se doutrinas contraditórias.
Hoje,oensinamento“fiqueemcasa”semumabulaorientadoraesemosnossos
idosos serem adaptáveis e permissíveis ao novo estilo de vida, a sobrevivência
ficou mais exaustiva.
Sem falsa modéstia e mesmo sabendo que sou suspeito
de relatar o sucesso que atingiu a Tarde da Majestosidade,
não me intimida vangloriar o pré-evento comemorativo aos
avós. O acontecimento aplausível foi realizado pela Ideias
& Ideais Cursos e Eventos Gerontólogicos juntamente
com o Observatório do Idoso em Alagoas (OIA), os quais
eu pertenço aos seus quadros de colaboradores.As come-
morações remotas e inusitadas aconteceram no dia 25 de
julho,reunindodezenasdeinternautas,avós,netoseoutros
protagonistas que curtiram um inédito concurso de xícaras
e um pomposo bingo com dois prêmioscestas de mimos
paraavós.Queminiciouaprogramaçãovespertinaemajes-
tosacomchavedeourofoiaeminenteprofªSaraCerqueira,
comaprosa-show“Osavósimportam!”Oconcursodexíca-
ras na categoria artesanais teve como vencedora a bisavó
Dulce Aprigio, que ganhou uma massagem facial do salão
de estética Jacy Calixto, mais um momento de beleza do
institutodebelezaVênus.Quemganhouoconcursodexíca-
ras clássicas foi a Sra Dênia Dantas,que foi premiada com
um kit de serviços de terapias (emocional e mental) daAC2
Espaço Vipderm. Os vencedores dos bingos foram o avô
HugoTaques e a avó Jande Silver.
Avórtual
Acima da expectativa
Se cantar, espanta os males como o ditado diz, uma dica que
pode nos ajudar a amenizar as ocorrências da quarentena é
ler,interpretar e cantar a canção de Lulu Santos,“como uma onda
no mar”. Nesta fase do isolamento sócio-comercial, a simples e
sugestiva dinâmica terapêutica ocasiona a associarmos alguns
trechos da canção retratável e possuinte de um sucesso inigua-
lável na musicalidade brasileira. Para exemplificar, extraímos
de uma das estrofes contidas na música e destacamos o verso
“num indo e vindo infinito”.A seguir,ligaremos a alternância frasal
aos números inconstantes de óbitos e das mudanças de faixas
de riscos, provocadas pelo Covid-19. Mas, a nossa dica para os
Coroavívus é: se mantenham prudentes, coroando a sua vivaci-
dade diferenciada,analisando a finalidade “dúbia” de como está
sendo divulgado e como está sendo usado o termo flexibilização.
Se prestarmos bem atenção, verificamos que nos mais diversos
informes midiáticos e por outros meios,é a expressão flexibiliza-
ção da quarentena. Que ganha um mascarado significado com a
subnotificação para flexibilização do isolamento social e flexibiliza-
çãocomercial.Mesmoambasestaremrelacionadascomomesmo
sentido.Mas,oquequeremossugerir,oumesmoaconselharéque
os Coroavívus saibam lidar com o fato de que a flexibilização do
isolamento social é uma atitude intrinsecamente pessoal, e que a
flexibilização comercial seja institucionalizada pelos governantes
do seu município ou Estado.
7. 7O DIA ALAGOAS l 9 a 15 de agosto I 2020
SOCIAL redação 82 3023.2092
e-mail redacao@odia-al.com.br
EM SOCIEDADE Jailthon Sillva
jailthonsilva@yahoo.com.br
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HAPPYDAY|OdinâmicoPrefeitodeMaribondoSerginhoMarques,éoutropai
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HAPPY DAY | Família Félix sempre unida
com o paizão Dr.Wesley Souza,sua
elegante esposa Eliane e as lindas
princesas Lavynia e Letycia Félix
HAPPY DAY |Três gerações de sucesso
na família Gomes,o pequeno
Nicolas Ferro,Evandro e
o paizão Erivan Gomes
HAPPY DAY | Os médicos Betinho
e Luciana formam um belo
casal,pais de José Neto e
Maria Júlia
HAPPY DAY | O empresárioWellison Lakuka,agora tem muito a
aproveitar com seus filhos Kevin,Benício,Gustavo e o Filippo
que está chegando para enriquecer sua linda família
ELE É SEU HERÓI...
Pai, herói de carne e osso.
Herói que não está nos
quadrinhos. Ele não precisa
ter necessariamente o seu
DNA,maséumpaiparavocê.
Pode ser um avô, um tio, o
marido da mãe, um irmão
mais velho, um brother, um
mestre ou um pai de verdade
mesmo. Ele é o carinha que
em algum momento teve
um papel definitivo no que
você é hoje.Pai é aquele que
naquele dia, naquela hora
disse algo que você preci-
sava ouvir.Aquilo que só um
pai faria. Neste dia dos Pais,
demonstre todo o seu amor
para esse carinha que é tão
especialnasuavida!Felizdia
dos Pais!!!
8. Iracema Ferro
Repórter
“Nenhuma coisa ou emoção é
permanente, há momentos
de felicidades e de tristezas.
Como parte natural da vida,
eles passam”. O ensina-
mento do matemático Malba
Tahan, sobre a impermanên-
cia, reflete bem o que Maiara
Alves da Silva, de 27 anos,
passou nos últimos dias.
De condenada a 24 anos de
prisão por um latrocínio e
encarcerada na Penitenci-
ária Feminina Santa Luzia,
em Maceió, em uma semana
ela não somente foi inocen-
tada do crime, mas também
experimentou novamente a
liberdade.
Vamosaosfatos.Otaxista
Aguinaldo Alfredo dos
Santos, 63, estava em mais
um dia normal de atividade,
levando seus passageiros no
Space Fox, placa OEH-0544/
AL. Era 6 de janeiro de 2014
e passava alguns minutos
das 21h. Santos pegou o que
ele imaginava ser dois casais
de passageiros para levar do
Virgem dos Pobres I até a
orla de Maceió. Mas, à altura
da Rua Paulina Maria de
Mendonça, em Mangabei-
ras, o passageiro que estava
sentado ao lado do moto-
rista anunciou o assalto e o
que estava sentado atrás de
Santos sacou uma arma. O
taxista teria tentado reagir
ao assalto, levou dois tiros,
chegou a sair do veículo,
mas acabou sendo morto
com um terceiro tiro na
cabeça. Após o crime, os
acusados fugiram levando
todo o dinheiro que encon-
traram em poder da vítima e
cartões de crédito.
MaiaraAlves passou um ano e dois meses na prisão sem ter cometido crime
Poícia Civil se enrola
com os nomes dos
acusados no crime
Até que no último dia 30
de julho, a história começou a
mudar e aquele período ruim
estava por passar.
Policiais da Divisão Espe-
cial de Investigações e Captu-
ras (Deic), comandados pelo
delegado Gustavo Henrique
Barros, deflagraram uma
operação para prender fora-
gidos da Justiça. Entre os
presos daquela noite estava
PolianaVianadosSantos,com
mandado de prisão expedido
pelo juiz da 4ª Vara Crimi-
nal da Capital, pela morte do
taxista. Ao ser ouvida pelo
delegado Gustavo Henrique,
no dia 30, a verdade veio à
tona.
“O fato mais importante
que a Poliana trouxe era o de
que a Maiara que estava presa
desde maio do ano passado
não teria participado do latro-
cínio. Estaria presa inocen-
temente neste caso. Então, o
ServiçodeInteligênciadaDeic
conseguiu identificar e locali-
zar a Mayara que realmente
havia participado do crime.
Imediatamente remetemos
tudo ao juiz que, na segunda-
-feira expediu o mandado de
prisão e ela foi capturada no
mesmo dia”, explica o dele-
gado.
“A Mayara presa na
segunda-feira confessou que
estava no carro do taxista e
alegou que não participou
do crime, mas a Poliana já
tinha dito que ambas estavam
na hora do crime”, assinala
Gustavo Henrique.
Outros dois fatos também
foram esclarecidos na prisão
de Mayara Luzia de Souza.
Primeiro, o Berg que partici-
pou do crime era Rosemberg
dos Santos Farias, que chegou
a ser arrolado como acusado
no começo do inquérito que
levou à prisão e condenação
de Maiara Alves, mas depois
trocado por Gutemberg
Pimentel.
Injustiçada se reencontra com os filhos
Acusada estava no interior,no dia do crime
De acordo com Mayara,
Rosemberg foi assassinado
no mesmo ano do crime
contra Santos, no Vergel
do Lago, num tiroteio de
facções ligadas ao tráfico.
O último fato foi a iden-
tificação do autor dos dispa-
ros,apenaspeloprenomede
José. Mas José, assim como
Rosemberg, não poderá ser
levado a julgamento, uma
vez que foi assassinado no
ano passado em Recife.
“Meu sentimento como
delegado e ser humano é
de dever cumprido, contri-
buir para que o Judiciário
fizesse justiça. O sentimento
de satisfação só não é maior
porque essa Maiara tem
antecedente criminal”,
admite o delegado.
Se a prisão de Poliana
já havia reacendido as
esperanças da advogada
Fernanda Noronha de tirar
Maiara Alves da prisão,
a captura da ‘verdadeira’
Mayara Luzia fez com que
elaimpetrasseumpedidode
habeas corpus, que foi parar
nasmãosdodesembargador
Washington Luiz Freitas.
“Concedi o habeas
corpus à Maiara na quarta-
-feira [dia 5] e a decisão foi
publicada no Diário Oficial
da quinta [6]. Se não tiver
outro mandado de prisão
será solta”, informou o
desembargador.
E assim aconteceu. Na
quinta-feira passada, por
volta das 13h, Fernanda
Noronha saía do sistema
prisional levando Maiara
Alves de volta para a vida
“normal”.
RECOMEÇO
Esta etapa passou e
agora a defesa tem cinco
dias úteis para entrar com
a revisão criminal, tirando
Maiara definitivamente do
processo.
“Neste momento meu
único sentimento é de grati-
dão a Deus por tudo. Estou
aliviada em saber que a
justiça foi feita de forma
correta, mesmo depois de
tanto tempo. Confesso,
ainda me sinto um pouco
confusa em relação às coisas
como estão aqui fora, parece
quesepassaramanos.Entre-
tanto, tenho esperança de
ter um recomeço, seguir a
minha vida de forma reta e
fazer por merecer essa opor-
tunidade, declarou Maiara.
Sobre o reencontro com
os filhos, uma menina de 9
anos, um garoto de 3 anos e
umabebêde1anoe11meses,
queestavamsoboscuidados
de uma ex-cunhada desde
que a mãe de jovem faleceu,
enquanto ela estava encar-
cerada, Maiara disse que os
viu rapidamente, no final da
tarde de quinta-feira, mas
que ainda não os pegou.
“Chorei muito ao ver minha
filha mais nova de 1 ano e
11 meses; não vi os primei-
ros passos dela, não ouvi as
primeiras palavrinhas, mas
parece que ela me reconhe-
ceu, me abraçou, cheirou
meu rosto e falou ‘mamãe’.
Meu filho e minha filha mais
velhaficarammuitoemocio-
nados. O menino pergun-
tou onde eu estava; isso me
desestabilizou, mas os cari-
nhos e abraços me conforta-
ram, preciso ter forças para
ter meus filhos comigo e
poder vê-los crescer. Irei me
esforçaraomáximoparanos
mantermos unidos”, afirma.
Paraofuturo,Maiaratem
alguns desejos: recomeçar
do zero, oferecer uma vida
digna aos filhos, manter-se
firme na fé em Deus, traba-
lharhonestamenteeconcluir
a faculdade de Direito.
O caso foi investigado pela
equipe da Delegacia Especia-
lizada de Roubos da Capital,
sendopresididopeladelegada
Maria Angelita de Lucena e
MeloSouza.Deacordocomos
levantamentos da delegada,
eles chegaram ao nome de três
dos quatro acusados do crime:
Poliana, Berg e Maiara.
Poliana Viana dos Santos
foi a primeira identificada
como partícipe do crime. Ela
já havia sido presa anterior-
mente por roubo, mas seu
paradeiro não foi descoberto.
Não tardou para que a
polícia chegasse ao nome do
segundo acusado. Tratava-
-se de Gutemberg de Melo
Pimentel, que era amigo de
infância de Almir dos Santos,
um dos filhos da vítima e,
inclusive, teria questionado
o rapaz, dias antes do crime,
se o táxi de Santos tinha
seguro. Dias depois da morte
de Santos, Gutemberg teria
ido à casa do amigo e a famí-
lia passou a temer e resolveu
deixar Alagoas. Ele já havia
sido preso em abril de 2006,
quando servia ao Exército, por
desacato à autoridade, além te
ter sido condenado por tráfico
de entorpecentes.
A terceira personagem era
‘Maiara do Joaquim Leão’.
Não há maiores informa-
ções sobre como a jovem foi
relacionada ao crime, mas a
advogada Fernanda Noronha
Albuquerque acredita que,
pelo fato de a jovem ter sido
indiciada por tráfico em 2016,
ela acabou sendo arrolada
como acusada. “Não há outro
motivopararelacionarMaiara
Alves da Silva a este crime.
No dia do crime ela estava no
enterro de Almir Protázio da
Silva, pai de um amigo dela,
em Arapiraca, onde ela estava
residindo. Ela se mudou para
Maceió dois anos depois e foi
coincidentemente indo morar
no Joaquim Leão”, defende a
advogada.
O processo foi desmem-
brado e, à revelia, o juiz Jose-
mir Pereira de Sousa, da 4ª
Vara Criminal da Capital,
condenou Gutemberg a 28
anos de reclusão, e Maiara,
a 24 anos, ambos em regime
inicialmente fechado. O juiz
não concedeu direito de recor-
rer em liberdade, e decretou a
prisão dos dois.
A defesa de Gutemberg
recorreu e o rapaz foi inocen-
tado crime.
Qual não foi a surpresa de
Maiara Alves quando, no dia
9 de maio do ano passado, foi
presa.Semsaber,elaeraconsi-
derada foragida da Justiça
e condenada a 24 anos em
regime fechado por latrocí-
nio. Levada ao Presídio Santa
Luzia, permaneceu presa por
um ano e dois meses.
8 O DIA ALAGOAS l 9 a 15 de agosto I 2020
ESPECIAL redação 82 3023.2092
e-mail redacao@odia-al.com.br
Investigações confusas levam
inocente para a penitenciária
JOVEM É CONFUNDIDA pelo nome com verdadeira envolvida num latrocínio, vai presa e passa 14 meses no presídio
9. Já falamos algumas vezes sobre os
benefícios do seguro residencial e
seus serviços agregados. Então fica
a pergunta: “Seguro Residencial é
custo ou investimento?”. Durante a
semana que passou, tivemos alguns
incidentes de incêndio na capital
alagoanaenointeriordoestado.Num
apartamento na parte alta de Maceió,
as chamas consumiram uma cama
além de diversas roupas e objetos
pessoais, em outro bairro,uma casa
teve o forro de PVC e três cômodos,
destruídos pelo fogo.
Nointerior,umacasaemPalmeirados
Índios,teve seus cômodos destruídos
pelo incêndio; já em Maragogi,o fogo
atingiu duas lojas em uma pousada
causando danos materiais.
Em todos os casos, os prejuízos
podem ser minimizados com a
contratação de um seguro de incên-
dio. Muita gente pensa que ter um
seguroéalgocaro,especialmenteem
setratandodeum seguroresidencial.
O preço desta apólice, se comparado
ao valor de um seguro auto, é bem
baixo e mais acessível a todos. Em
geral,você pode contratar um seguro
porvaloresapartirde0,2%doimóvel.
Esse seguro, garante coberturas
contra incêndios, quedas de raio e
explosõesdequalquernatureza.Além
disso, há ainda a possibilidade de
realizar a contratação de uma apólice
multirrisco,conhecida como compre-
ensiva.Tudo isso vai depender da sua
escolha.
O seguro residencial pode oferecer
coberturas bem interessantes. Mora-
dia temporária é uma delas. Caso
ocorra algum dano com a sua resi-
dência, impossibilitando a moradia,
o seguro irá cobrir os custos de um
hotel e alimentação durante todo o
período de reparo. Você ainda pode
contar com serviços de assistência
residencial, disponível 24 horas por
dia. Neles estão englobadas manu-
tenções emergenciais que envolvam
chaveiro, encanador, eletricista e
muito mais.
Não é incomum vermos vidros ou
espelhos quebrando ou trincando em
nossas casas. Mas, para isso existe
a cobertura de danos a vidros. Ela
ressarce o segurado em casos de
quebradevidrosinternosouexternos,
espelhos e box, desde que eles este-
jam instalados fixamente no interior
da residência. Aposto que você não
conhecia todos esses benefícios do
seguro,não é mesmo?
Antes de contratar o seguro residen-
cial, é importante analisar junto com
seu corretor de seguros,as situações
de risco que podem atingir o seu
patrimônio. Em certas regiões com
maior propensão a enxurradas, por
exemplo, vale mais a pena incluir no
plano a proteção contra enchentes.
Dependendo do índice de criminali-
dade do seu município, a cobertura
contra roubos pode ser priorizada.
No entanto,o seguro contra incêndio,
por ser o produto mais básico, já vai
lhe garantir a segurança mínima para
proteger a sua casa em diversas situ-
ações, e os benefícios são inúmeros.
Em relação ao pagamento: ele ainda
podeserparcelado,deixandoosvalo-
res mensais baixíssimos.
Em caso de imóvel financiado, fique
atento. Nessas circunstâncias, o
seguro habitacional é obrigatório,
ou seja, a sua casa já está protegida
com a cobertura básica.Mas isso não
impede de você contratar um seguro
para o conteúdo do imóvel, uma vez
que o seguro habitacional protege
somente o imóvel. Além disso, em
caso de falecimento do proprietário,
o seguro termina de pagar as parce-
las, o que também ocorre quando há
invalidez por acidente.
Conclusão
Em suma, o seguro residencial é um
investimento importante para prote-
ger o seu patrimônio e garantir o seu
futuro. Não pense nele como custo,
até porque os benefícios são incrí-
veis! E ainda garante proteção para
seu patrimônio!
Entãoéissopessoal!Esperoquetenha
gostado do tema dessa semana e
sempre que vocês desejarem enviem
suas dúvidas para meu e-mail. Não
deixem de acompanhar as novida-
des em minhas redes sociais. Até a
próxima se Deus quiser! Bom final de
semana para todos! Grande abraço!
9O DIA ALAGOAS l 9 a 15 de agosto I 2020
MOMENTO SEGURO redação 82 3023.2092
e-mail redacao@odia-al.com.br
DjaildoAlmeida
Corretor de Seguros - djaildo@jaraguaseguros.com
Seguro Residencial é investimento ou custo?
10. Campeonato Brasileiro
Uma das melhores, a maior e não menos importante competi-
ção do futebol brasileiro já começou. Nesta última sexta-feira
alguns jogos já foram realizados pela Série B. Neste sábado
(8) o CRB jogou em Caxias/RS diante do Juventude e o CSA
recebeu o Guarani de Campinas no estádio Rei Pelé. Com uma
longa trajetória, serão 38 jogos, viagens constantes, jogos com
poucos dias de diferença entre uma e outra partida, come-
çar ganhando é importante, continuar assim no início é fazer
gordura para perder depois. Foi assim com o CSA em 2018,
quando conquistou uma vaga para a Série A de 2019.
Dispensas e contratações
C o m o
uma coisa
natural, as
diretorias
de CSA e
CRB estão
anunciando
r e f o r ç o s
p a r a o
Brasileirão.
N o C R B ,
provavel-
mente, em
número menor.Hoje são de 4 a 5 jogadores,incluindo o goleiro,
tendo o Deola, do Asa, no radar do Galo. Dispensas também
ocorrerão, dentro de um critério de valorização do atual grupo
vencedor do Campeonato Alagoano. Com certeza, o CRB tem
menos problemas do que o CSA.
Vai passar a régua
Se no CRB o ambiente é dos melhores, o mesmo não pode-se
dizer no CSA. A perda do título do Estadual mexeu com a dire-
toria e,pelo menos,10 jogadores estão sendo ameaçados para
rescisão de seus contratos. Gente que veio até para ser titular,
mas que não jogou nada até agora, não correspondendo aos
altos investimentos do clube. São jogadores que fizeram uma
boa temporada por onde passaram no ano passado, mas no
CSA não deram um chute a gol, não apoiaram e nem defende-
ram, como se diz na gíria do futebol.
Mais uma ameaça do Rafael
Depois de mais uma derrota como presidente do CSA, a perda
do título do Campeonato Alagoano, o presidente Rafael Tenório
foi à mídia, mais precisamente à Rádio Maceió AM, para dizer
que ia deixar o CSA, porque esse ambiente não é para homem
de bem, que cumpre com suas obrigações e não recebe a
resposta dentro de campo.Declaração forte do presidente que,
quando se sente ameaçado por alguma coisa, dana-se a falar
pelos cotovelos.
10 O DIA ALAGOAS l 9 a 15 de agosto I 2020
ESPORTES redação 82 3023.2092
e-mail redacao@odia-al.com.br
Marcelo Cabo se consolida
como tri-campeão alagoano
TÉCNICO DO GALO FAZ HISTÓRIA no futebol deAlagoas nos dois principais clubes do Estado; venceu os três últimos campeonatos
JOGODuro Jorge Moraes
jorgepontomoraes@gmail.com
Thiago Luiz
Estagiário
O
CRB é o novo
c a m p e ã o
A l a g o -
ano. No último dia 5, o Galo
venceu, impediu o tricampe-
onato do rival e conquistou o
primeiro título da temporada.
E se o CSA não conseguiu o
terceiro campeonato seguido,
isso não foi problema para
o atual treinador regatiano,
Marcelo Cabo. Em 2018 e
2019 ele comandou o Azulão
e foi bicampeão, justamente
em decisões com Clássico das
Multidões. O treinador tem o
DNA de vencedor, como se
fala no futebol.
O nome de Cabo já estava
marcadonahistóriadofutebol
alagoano por conseguir colo-
car o CSA na Série A de 2019.
Aliás, acesso à primeira divi-
são do Brasileirão é um dos
pontos mais fortes da carreira
do “professor”. Em 2016, pelo
Atlético Goianiense, além
da ascensão, ele conseguiu o
título da Segundona.
Não diferente, na Final
do Alagoano de 2020, Cabo
parece ter calculado cada
momento do jogo. Depois da
retomada do futebol, a monta-
gemdostimestitulares,substi-
tuiçõeseescolhasdotreinador
estavam deixando a torcida
desconfiada. Das quatro parti-
das que tinha feito até a Final
do Alagoano, o Regatas tinha
vencido apenas uma, empa-
tando outra e somando duas
derrotas. Uma delas, justa-
mente para o CSA.
Mas, quando foi “para
valer”, o protagonista de fora
das quatro linhas foi cirúrgico.
Soube segurar o ímpeto do
adversário. Atacou na hora
certa. Se fechou bem quando
o CSA se lançou ao ataque.
Mostrouaorganizaçãotécnica
e tática que chamou a atenção
desde janeiro.
“Eumesintomuitolisonje-
ado em ganhar o meu terceiro
título estadual consecutivo.
Mas o mais importante era
conquistar esse título para dar
solidez ao nosso trabalho”,
afirmou o técnico do Galo.
“É um título que a gente
buscava bastante, desde a
nossa apresentação, um título
que a gente gostaria muito
de presentear toda a torcida.
Quero agradecer à direto-
ria pela confiança da minha
contratação, e foi um campeo-
nato estadual atípico. A gente
tinha que jogar de dois em
dois dias e eu quero parabeni-
zartodaaequipedetrabalho”,
concluiu.
Puxando pelo lado mais
histórico do futebol de
Alagoas, o feito conquistado
por Marcelo Cabo é para ficar
registrado. De acordo com
dadospublicadosporhistoria-
dores como Lauthenay Perdi-
gão, divulgados em um vídeo
do canal Pelota Alagoana, o
último técnico que conseguiu
realizar um trabalho de conti-
nuidade dessa forma foi Jorge
Vasconcelos. Ele chegou a ser
supervisor de futebol, conse-
lheiro e treinador do Regatas.
Além dos títulos de 1964
e 1969, Jorge conseguiu ser
tetracampeãoàfrentedoclube
alvirrubro, em 76, 77, 78 e 79.
Somente 41 anos depois, Cabo
conseguiu repetir a façanha
de acumular uma caminhada
recente tão vitoriosa.
“Quando cheguei ao CRB,
mesmo com a desconfiança de
alguns torcedores, eu sou um
profissional que tenho honra.
O clube acreditou no meu
trabalho e eu sabia que tinha
a capacidade de devolver o
título estadual ao CRB. Essa
conquista é para a nação rega-
tiana”, disse o treinador por
meio de suas redes sociais.
Mas, se o que vem sendo
apresentado pela diretoria e
por todo o plantel regatiano
se cumprir ao fim da tempo-
rada, Cabo vai ter ainda mais
história para contar nas terras
de Alagoas. Desde o começo
do ano, jogadores, comissão
técnica e dirigentes afirmam
que o principal objetivo de
2020 é conseguir o acesso à
SérieA do próximo ano.
Ganhou o melhor: o título muda de mão
No futebol,nem sempre o melhor vence.Algumas vezes as
pressões terminam atrapalhando,e o resultado não vem.
Como em Alagoas,a decisão foi com o clássico CSA e CRB,o
resultado era imprevisível, mas ficou claro que o CRB foi a
campodeterminadoasaircomotítulo,mesmosemfazeruma
boa apresentação, dando espaço ao CSA, que atacou mais.
Depoisdaparadatécnica,equilibrouojogoefezogoldotítulo
nofinaldoprimeirotempo.RestouaoCSApressionarnavolta
para o jogo e o CRB a se defender muito bem,como gosta de
fazerotécnicoMarceloCabo,conhecidoporcolocarseustimes
jogandoatrásdalinhadabola.
OimportantemesmoéreconhecerqueotécnicodoCRBéum
profissional vitorioso,com dois acessos à Série A do Campe-
onato Brasileiro - com o Atlético Goianiense e o CSA - e,em
Alagoas,trêstítulosestaduais,2018e2019comoCSA,e,agora,
comoCRB.Nãorestanenhumadúvidaque,individualmente,o
CRBémelhordoqueoCSA,temumtreinadorvibranteemoti-
vador no trabalho,enquanto Eduardo Batista no seu rival não
conseguesacudirotime,compeçasquenãoseencaixamem
campoesemapresentarumpadrãodejogo.Tambéméverdade
que,esseanoatípicoporcontadapandemia,osdoistimesainda
nãojogaramosuficienteparaempolgar.
Agora CSA e CRB tem o Campeonato Brasileiro da Série B,
começandotudonessefinaldesemana,semaconfiançados
torcedoresnosdoistimes.Háumacoisaparaquestionarcom
osjogadoresdosatuaisgruposvamosbrigarparapermanecer,
cairousubirdesérie?Subirachomuitoforte,ficaréocaminho
maislógicoecairachodifícil,masnãocustanadaobservarque
nosinaltemacorvermelha,quetiraosonodemuitagente.Pode
atésercedoparasefalarnisso,masseguromorreudevelho.
l A maior alfinetada dessa edição foi dada pelo técnico
Marcelo Cabo, no CSA. Não preciso nem me esforçar para
dizer isso. Dispensado no ano passado, Cabo veio depois
para o CRB e ganhou um título contra seu ex-time, o que
aumenta muita a dor dos torcedores do CSA e a euforia do
treinador;
l É como se Marcelo Cabo tivesse dado um recado ao
CSA,especialmente para Rafael Tenório.Quer descobrir se
eles andam se bicando, chame os dois para um almoço. É
bomolharseelesnãoestãocomvenenonobolso.Qualquer
descuido é fatal;
l Ruim mesmo é esse descontrole do presidente Rafael
Tenório. Toda vez que o CSA perde uma decisão, o homem
ameaça renunciar. Não foi diferente agora e a turma do
deixa disso apagou mais um incêndio. Como um homem
vencedor,motivador,que faz gestão com muita competên-
cia,Rafael precisa parar com isso;
l Não é surpresa para ninguém que o futebol tem suas
artimanhas, que nem sempre o mesmo time sai vence-
dor em tudo e em todos os momentos. O maior exemplo
de equilíbrio é Marcos Barbosa, do CRB, que perdeu dois
campeonatos seguidos para o CSA, viu o rival na Série A e
manteve a classe. Em nenhum momento falou em largar.
Muito pelo contrário,foi buscar mais uma reeleição.
ALFINETADAS...
Marcelo Cabo levantou aTaça de CampeãoAlagoano nos últimos três anos
Diuvlgação
11. 11O DIA ALAGOAS l 9 a 15 de agosto I 2020
Estudarláfora redação 82 3023.2092
e-mail redacao@odia-al.com.br
Alyshia Gomes
alyshiagomes.ri@gmail.com
Dicas para participar do concurso de ensaios do Banco de Desenvolvimento da América Latina
Oconcurso de Ensaios do Banco de Desenvolvimento da
AméricaLatinafoitemadocomentárionaediçãodigitaldesta
semana.Paraquemnãoconheceainda,trata-sedeumconcurso
realizado anualmente em parceria com os bancos centrais da
região,parapromoverointercâmbioeadiscussãodeideiasentre
os jovens da Ibero-américa.
Para participar, o interessado deverá ser universitário, ter entre
18 e 29 anos,ter a nacionalidade de um dos países membros do
CAF e enviar um ensaio que será avaliado por um júri. Segundo
o edital,os temas que podem ser explorados estão,entre outros,
os seguintes:como reagir ante a crises económicas e/ou sanitá-
rias; como evitar a armadilha da renda média; como equilibrar a
agenda social com a estabilidade económica; como estabelecer
mecanismos adequados para a expressão do descontentamento
social; quais áreas do desenvolvimento necessitam mais aten-
ção; como melhorar a competitividade das pequenas e médias
empresas.”
Para aquele que nunca participou de um concurso neste modelo,
a sugestão é visitar a aba “recursos” do site do concurso. Você
encontrará conselhos sobre como escrever um ensaio, suges-
tões para a elaboração do projeto e alguns casos apresentados
em edições anteriores.Os organizadores também realizaram um
workshop online sobre as experiências anteriores, bem como
com dicas para a participação da nova edição do concurso.Você
pode ter acesso através do link https://bit.ly/3kgG6iN .
Segundo o edital,“receberão prêmios o melhor ensaio em nível
nacionaleostrêsmelhoresensaiosemnívelibero-americano.Os
ganhadores do nível ibero-americano apresentarão seus ensaios
na Conferência CAF na América Latina, que será realizada na
Cidade do México em novembro de 2020 e poderão receber os
seguintes prêmios:
* Prêmio Guillermo Perry: US$ 3.000
* Segundo lugar: US$ 2.000
* Terceiro lugar: US$ 1.000”
Ficou interessado? As inscrições já estão abertas e você pode
enviar o ensaio até o dia 04 de setembro de 2020 até as 23h59
(EDT) através do formulário habilitado como registro no concurso
em https://bit.ly/33A5lGz . Bom trabalho e boa sorte!
Alyshia Gomes escreve sobre Educação Internacional, Educa-
ção Global e temas correlacionados no jornal “O DIA ALAGOAS”
e no site“O Dia Mais”.Também orienta interessados em estudar
fora do Brasil e atende instituições de ensino em processo de
internacionalização.Dúvidas,comentários e sugestões,entre em
contato através do email alyshiagomes.ri@gmail.com .
Bolsa de Estudos de Pós-Graduação
no Campo da Música - Alemanha
Fonte: DAAD
AsbolsasdeestudosdoDAADoferecemaosgraduadosaoportunidadedeconti-
nuarseusestudosnaAlemanhacomumcursodepós-graduaçãooucontinuação
de seu curso.As bolsas também promovem o intercâmbio de experiências e o
trabalho em rede entre colegas.
Candidatos estrangeiros que obtiveram o primeiro diploma universitário no
campo da música poderão aplicar. Importante lembrar que, neste programa de
estudo,ointeressadopodeconcluiremumafaculdadeestadualalemãdemúsica
de sua escolha:
* um mestrado / pós-graduação conducente a uma qualificação final,ou
* um curso complementar que não leva a uma qualificação final (não a um curso
de graduação)
Este programa financia apenas projetos no campo artístico. Outros programas
de bolsas de estudos do DAAD estão disponíveis para candidatos do campo da
musicologia ou educação musical ou músicos com um projeto científico.
Selecionados serão beneficiados com:
* Pagamento mensal de 861 euros
* Subsídio de viagem
* Auxílio único para estudo
* Pagamentos para seguro de saúde,acidentes e responsabilidade pessoal
Sob certas circunstâncias, os bolsistas podem receber os seguintes benefícios
adicionais. Por isso, visite o link do programa em https://bit.ly/3a32FCT e leia o
edital completo.
Cátedra de Música e Outras Artes - Estados Unidos
Fonte: Fulbright Brasil
Estão abertas as inscrições para o programa da Cátedra
de Música e OutrasArtes,como performance ou pesquisa,
na Universidade Indiana. A Cátedra se destina a acadê-
micos ou profissionais que atuem nas áreas de música
(performance, composição, estudos de jazz, teoria musi-
cal, musicologia, etnomusicologia e artistas) ou nas artes
(artes visuais, teatro, drama ou dança contemporânea).A
bolsa compreende um semestre acadêmico para realizar
performances,pesquisas e/ou ministrar cursos.
O edital prevê dois critérios básicos de elegibilidade. No
primeiro, caso o candidato seja acadêmico (professor/
pesquisador), precisará necessariamente possuir douto-
rado e ter ao menos 5 anos de experiência profissional.
Para o segundo caso, o candidato poderá ser intérprete
ou artista e deve possuir ao menos 5 anos de experiência
profissional em atuação ou gravações já reconhecidas.
Além disso,todos os candidatos devem:
* Ter nacionalidade brasileira e não ter nacionalidade
norte-americana;
* Ser afiliado a uma instituição de ensino superior como
docente e/ou como pesquisador em instituição de
pesquisa, ou ser artista/intérprete, compositor, músico
profissional, além de artistas nas áreas de teatro, drama
ou dança contemporânea;
* Ter fluência em inglês;
*Nãoreceberbolsaoubenefíciofinanceirodeoutrasagên-
cias ou entidades brasileiras com o mesmo objetivo; e
* Permanecer no Brasil durante a seleção, afiliação e
partida aos EUA.
O edital prevê os seguintes benefícios:
* US$20.000paracobrirasdespesasdepassagemaérea
e manutenção nos EUA;
* Taxa do visto J-1;
*Moradiaouauxíliomoradia,sujeitoataxas,paraobolsista
na cidade de Bloomington, Indiana, compatível com o
padrão oferecido a professores visitantes em Indiana;
* Seguro para acidentes e doenças limitado (ASPE Acci-
dent and Sickness Program for Exchanges); e
* Acesso às facilidades e serviços de Indiana, como escri-
tório, espaço para ensaio, biblioteca e outras cortesias
regularmente disponibilizadas para a comunidade acadê-
mica para assegurar o êxito das atividades de pesquisa e
ensino.
As inscrições vão até dia 15/09/2020. Maiores informa-
ções em https://bit.ly/2XvVk9N.
12. Os modelos nacionais da
Jeep Compass e Renegade são
sucesso desde que chegaram
ao mercado em outubro de
2016 e março de 2015, respec-
tivamente. Ambos são fabri-
cados no Polo Automotivo de
Goiana (Pernambuco), que
conta com a mais moderna
fábrica da FCA no mundo.
Com eles, a marca conseguiu
que um a cada 5 SUVs no
Brasil seja Jeep. Esse é o
melhor desempenho em todo
o mundo. O Jeep Compass
está prestes a completar 200
mil unidades comercializadas
– está com cerca de 198 mil
atualmente. Líder de mercado
por dois anos consecutivos
(2017 e 2018), o modelo ficou
atrás apenas de seu irmão
Jeep Renegade entre os SUVs
mais vendidos em 2019 e no
primeiro semestre de 2020 já
alcançou 17.639 carros comer-
cializados. Número 1 entre os
SUVs no Brasil em 2019 e no
primeirosemestrede2020com
20.711 emplacamentos, o Jeep
Renegade já atingiu 265.122
unidades comercializadas
desdeentão(atéjunho).Agora
é a vez da chegada da linha
2021 de ambos os modelos
com novidades importantes.
12 O DIA ALAGOAS l 9 a 15 de agosto I 2020
redação 82 3023.2092
e-mail redacao@odia-al.com.br
igor93279039@hotmail.comIGOR PEREIRA
Nissan aceita
eletricidade como
pagamento de
estacionamento
A Nissan está dando
mais um motivo para
os clientes amarem
seus carros elétricos:
usar eletricidade para
pagar o estacionamento.
Pela primeira vez no
mundo, os condutores
de veículos elétricos
poderão fornecer
energia da bateria de
seus carros para pagar
o estacionamento
enquanto visitam o
centro de exposições
Nissan Pavilion, em
Yokohama, no Japão.
O local estará aberto
ao público a partir de
amanhã, 1º de agosto. O
sistema de pagamento é
apenas uma das várias
experiências inovadoras
que os clientes podem
vivenciar no Pavilion.
Groupe PSA inicia
a produção em
série do Novo
PEUGEOT 208
O Novo PEUGEOT 208
é um veículo global do
Groupe PSA e faz parte do
seu plano de crescimento
rentável“Push to Pass”,
que se estende até 2021.
Seu lançamento na
Argentina marca também
o início da implantação da
CMP - Common Modular
Platform - naAmérica
Latina,a nova plataforma
modular e multienergia do
Grupo dedicada à produção
de veículos compactos
(segmento B),de média
gama (segmento C) e SUVs
compactos.Trata-se de uma
plataforma diferenciada,
que proporciona ao veículo
performance,robustez
e conforto para uma
experiência de condução
realmente única.O Novo
PEUGEOT 208,eleito
“Car of theYear 2020”
na Europa,estão na
tecnologia embarcada de
última geração,que inclui
o i-cockpit 3D e o pacote
tecnológico de assistência
à condução,inéditos no
segmento de hatches
compactos.
ACONTECE
esta semana
NOVO BRONCO SPORT
DÁ FIM À PRODUÇÃO
DO FORD FUSION
Em maio deste ano, o Ford
Fusion se despediu do
Brasil, mas seguia sendo
produzido no México para
abastecer o mercado
americano, por exemplo.
Muito se falava que isso
duraria até o começo
de julho, porém o sedã
conseguiu alguns dias a
mais de vida e se despediu
desse mundo no dia 31
de julho, abrindo espaço
na linha para o novo
Bronco Sport. Da planta de
Hermosillo, o Fusion chegou
ao Brasil e fez sucesso.
Por muitos anos, foi o líder
entre os sedãs grandes e
conseguiu até mesmo brigar
em alguns meses com
diversos modelos de sedãs
médios, já que entregava
maior porte e equipamentos
cobrando pouco a mais.
A Yamaha MT-07
foi criada para
causar impacto
Visualmente a MT-07
é moderna, não tem
adereços aerodinâmicos ou
subterfúgios rebuscados
para chamar a atenção,
a aparente simplicidade
nas soluções do design é
genial, sem tirar os méritos
de suas poderosas linhas.A
MT-07 é a irmã do meio de
uma família que agradou
no mundo inteiro e tornou-
se sucesso de vendas em
todas as cilindradas, a MT03
(também de dois cilindros) e
MT-09 (com motor de três
cilindros) fazem sucesso por
aqui também. Na Europa e
em alguns países da Ásia
a Yamaha também tem
no seu lineup outras duas
irmãs menores a MT-125 e
MT-15.
RODASDUAS
Com 163 mil emplaca-
mentos de veículos leves
registrados em julho, foi
confirmada a tendência de
rigorosa recuperação mensal
observada desde o tombo
abrupto do mercado a partir
do meio de março, quando a
economia foi paralisada pela
pandemia de coronavírus.
De acordo com o número
apurado pela agência Auto-
informe, houve crescimento
de quase 33% nas vendas em
comparação com junho, mas
o resultado ainda está cerca
de 30% abaixo do volume de
licenciamentos observado
no mesmo mês de 2019. Na
soma de janeiro a julho, os
926,3 mil emplacamentos de
automóveiseutilitáriosregis-
trados colocam o acumulado
anual 37,5% abaixo das 1,48
milhão de unidades vendidas
no mesmo período do ano
passado.
Jeep Renegade e Compass
chegam à linha 2021
Veículos leves: recuperação
com 163 mil emplacamentos
SUCESSO
JULHO
13. CORONAPANDEMIAISOLAMENTOCORONAPANDEMIAISOLAMENTOCORONAPANDEMIAISOLAMENTO
Alagoas l 9 a 15 de agosto I ano 08 I nº 389 l 2020 redação 82 3023.2092 I e-mail redacao@odia-al.com.br
CAMPUSCAMPUSCAMPUSCAMPUS
PedroCabr
al
Envie crítica e sugestão para ndsvcampus@gmail.com
Dois
dedos
de
prosa
Continuamos sendo um repositório de depoimentos sobre a passagem e a passada
do virus em Alagoas. Hoje, trazemos mais um número com escritos de jornalistas,
testemunhas de nosso cotidiano e que escrevem sistematicamente sobre ele. Desta feita,
demonstram o modo, intensidade e forma como foram afetados.Agradecemos a todos e ao
Ênio Lins, pela capa. Precisamos deixar claro, que nada seria possível sem a coordenação de
Elen Oliveira. É uma honra para nós, podermos contar com sua colaboração.
Vamos ler.
Um abraço!
Sávio de Almeida
VIVENTE DAS ALAGOAS
E PANDEMIA (XVII):
JORNALISTAS E O COVID-19
14. Flávia Batista é
jornalista alagoana,
residente em Stut-
tgart, na Alemanha. Atuou
comorepórter,chefederepor-
tagem e editora no jornalismo
impresso e webjornalismo
em Maceió e em Portugal.
Também tem experiência
em assessoria de comunica-
ção, atendimento a clientes e
marketing. Coordenou a polí-
tica de comunicação do Insti-
tuto do Meio Ambiente (IMA)
de Alagoas, foi assessora de
comunicação do Departa-
mentoEstadualdeTrânsitode
Alagoas(Detran-AL)erespon-
sável pelo departamento de
Assessoria de Comunicação
da Perfil Comunicação &
Marketing, onde coordenou,
editou e escreveu para jornais
institucionais de diversos
órgãos públicos. Também foi
editora de conteúdo no portal
de notícias TNH1 e no diário
O Jornal, emAlagoas.
Guilherme Lamenha é
jornalista, com experiência
em produção de conteúdo
e gestão de comunicação,
atuandotambémcomoprofes-
sor. Possui ampla vivência
em assessoria de imprensa e
consultoria em comunicação
institucional e empresarial,
tendo trabalhado nos princi-
pais veículos de comunicação
em Alagoas. Foi secretário de
Estado da Comunicação do
Governo de Alagoas, coor-
denador de comunicação
da Prefeitura de Arapiraca e
secretário-adjunto de Comu-
nicação do Governo do Mato
Grosso do Sul. Trabalha como
consultor de planejamento
estratégico em Marketing e
Tendências.
Eliana Custódio é jorna-
lista, editora de texto, social
media, gestora e sonhadora.
Criadora do blog suahistoria-
narede.com que surge com
a proposta de contar histó-
rias de superação, ações de
pessoas que fazem a diferença
na vida de outras pessoas e
atitudes individuais ou cole-
tivas para a construção de
um mundo melhor. Para que
essa semente cresça e floresça,
vamos juntos semear. Basta
enviar seu relato para suahis-
torianarede@gmail.com.Esta
matéria foi encaminhada
através da Professora Evelina
Oliveira,aquemagradecemos
pela gentileza da colaboração.
N
ão é fácil
falar de dor
quando ela
ainda está latente. As emoções
se sobrepõem à razão e no fim
das contas, a gente não conse-
gue transmitir exatamente o
que queria. E nesses dias, onde
toda sorte de sentimentos nos
toma de forma mais abrupta,
ser racional tem sido um exer-
cício melindroso.
Desde o inicio da pande-
mia, uma espécie de guerra
silenciosa tomou conta de
mim. Morando na Alemanha
há pouco mais de um ano,
por um lado eu me senti mais
segura, graças ao suporte
garantido pelo Estado germâ-
nico, em caso de contágio. Eu,
marido e filho estávamos de
certa forma protegidos por
um sistema de saúde eficaz e
por um plano governamen-
tal que nos permitiu manter a
segurança, apesar do caos que
se instalou mundialmente.
Entretanto,oinevitávelpânico
tomou conta de mim, já que
uma vida inteira estava do
outro lado do Atlântico. Famí-
lia e amigos estavam exata-
mente onde a catástrofe se
anunciava todos os dias e era
confirmada em relatos recebi-
dos pelas notícias que chega-
vamatravésdasmídiassociais
etelejornaisquevoltaramaser
consumidos de forma voraz.
A vida foi alterada na
Alemanha, mas se manteve
dentro de uma segurança
controlada. Em casa, o filho
adolescente e eu passamos a
rotina de atividades dentro de
um confinamento, enquanto
o marido continuou o crono-
gramalaboralsobfortesregras
de controle. Nossos dias esta-
vam mediados por um vírus.
Parecíamos presos dentro de
um roteiro de ficção científica,
semsaberqualdesfechoestava
destinado para os persona-
gens.
Enquanto isso, a vida no
Brasil tomava um rumo mais
assustador a cada instante. As
notícias não eram em nada
animadoras e todos os dias eu
temia pelos meus. Os contatos
diários passaram a ter como
tema central a tal doença, o
medo e as intermináveis reco-
mendações. Mas, apesar de
tudo, todos parecíamos cons-
cientes do que precisávamos
fazer para nos mantermos
sãos. Mas não foi bem assim.
Depois de passar dois
meses confinada em Curitiba,
na casa de uma das minhas
irmãs, minha mãe, uma idosa
de 70 anos, doente renal
crônica, precisou voltar para
Maceió, onde tinha marcado
um procedimento cirúrgico,
típico do tratamento. Saiu
da capital paranaense sob
protestos e recomendações do
que deveria e poderia fazer
até chegar em casa. Mas em
algum momento falhou. Entre
apartida,conexãoechegada,o
vírus cruel a pegou. Só desco-
briu na mesa de cirurgia, dias
depois. Estava contagiada,
tinha a Covid-19.
A notícia caiu como bomba
em nossas cabeças. O chão
tinha sumido dos nossos pés.
Mas ela estava forte.A cirurgia
tinha corrido bem e a doença
não tinha se manifestado de
forma forte. Chegou a receber
altahospitalarparatratamento
em casa, já que não apresentou
os sintomas graves do mal.
Os dias seguintes, entre-
tanto, não saíram como o espe-
rado. Uma piora repentina
levou dona Elba de volta ao
hospital, onde ficou internada
para sair quatro dias depois,
sem vida, na véspera do seu
71º aniversário.
A morte pela Covid-19 é de
uma crueldade avassaladora.
Foi assim para nós. Cresce-
mos num mundo onde fomos
habituados a tratar dos nossos
doentes. Nos casos de morte, a
regra sempre foi passar pelos
rituais de despedida, reunir
família e amigos para o último
adeus, a abraçarmos e confor-
tarmos uns aos outros, dividir
a dor da perda. Nada disso é
permitido nesse cenário atual.
Minha mãe morreu sozinha,
num hospital, em meio a
estranhos. Não houve fune-
ral. Ninguém se abraçou ou
chorou sua dor no ombro do
outro. Estávamos separados e
assim continuamos. Cada um
sofrendo sua perda isolada-
mente, aumentando o senti-
mento de vazio deixado pela
morte repentina.
A falta dos ritos de despe-
dida causam um fenômeno
estranho. Talvez seja cultural,
mas o fato é que sem o encer-
ramento do ciclo, a aceitação
da morte é ainda mais difícil.
Passado mais de um mês, até
hoje me flagro me preparando
para telefonar e contar algo
a minha mãe. Me cobro por
que ainda não nos falamos
até determinada hora do dia.
A mente ainda não processou
completamente a perda, o fim.
Hoje, ainda obrigada a
manter distância do Brasil,
devido às regras sanitárias,
tento acalentar a dor virtu-
almente. Não posso estar ao
lado das minhas irmãs para
confortá-las e ser confortada
por elas, do meu pai e de uma
legião de amigos que também
sentiram a perda da minha
mãe. O espaço das redes
sociais, as chamadas de áudio
e vídeo ou a troca de mensa-
gens tomaram o terreno antes
ocupado pelos abraços, mãos
entrelaçadas, fatias de bolo e
xícaras de café.
CAMPUS
2 O DIA ALAGOAS l 9 a 15 de agosto I 2020
redação 82 3023.2092
e-mail redacao@odia-al.com.br
Este suplemento foi coordenado pela jornalista Elen Oliveira que, inclusive forneceu
as informações sobre os autores.
Quem
é
quem?
CNPJ 07.847.607/0001-50 l Rua Pedro Oliveira Rocha, 189, 2º andar, sala 215 - Farol - Maceió - AL - CEP 57057-560 - E-mail: redacao@odia-al.com.br - Fone: 3023.2092
Para anunciar,
ligue 3023.2092
EXPEDIENTE
ElianePereira
Diretora-Executiva
DeraldoFrancisco
Editor-Geral
Conselho Editorial JorgeVieira JoséAlberto CostaODiaAlagoas
Elen Oliveira Jornalista
Flávia Batista jornalista alagoana residente na Alemanha
Nossos autores
Covid-19: isolamento social e emocional
15. CAMPUS
3O DIA ALAGOAS l 9 a 15 de agosto I 2020
redação 82 3023.2092
e-mail redacao@odia-al.com.br
A opinião dos autores pode não coincidir no todo ou em parte com a de Campus.
A
p a n d e m i a
mundial da
C o v i d - 1 9 ,
que já matou no Brasil 45.456
pessoas até a primeira quin-
zena de junho, forçou a huma-
nidade a uma mudança de
hábitos: o isolamento social
fez-se necessário para evitar
a contaminação e a dissemi-
nação do vírus, principal-
mente para pessoas inseridas
no grupo de risco: idosos e
portadores de doenças crôni-
cas. Agora, quem precisa
sair de casa o faz munido de
máscaras, álcool em gel e nos
ambientes públicos mantêm a
distância de 1,5 m das outras
pessoas.
Estes hábitos passaram
a configurar o novo normal.
E momentos de tanta incer-
teza são também uma opor-
tunidade para que saibamos
ressignificar valores, atitu-
des, convivências, senti-
mentos. É o que explica a
psicóloga clínica Jaciane
Brandão, especialista em
transtornos mentais. Em
função do isolamento social,
ela mudou o seu modo de
trabalho - que passou de
presencial para on-line - e,
mesmo assim, viu os atendi-
mentos crescerem em 50%:
“As pessoas se comunicavam
comigo assustadas dizendo
que estavam sentindo os
sintomas da doença, mas era
tudo psicológico”, explicou.
Convivo em casa com
minha mãe idosa (79 anos) e
no início da pandemia ela teve
um comportamento que osci-
lou entre a ansiedade, o medo
e a tristeza por estar longe das
colegas e do culto da igreja
que frequentava. Percebi que
práticas diárias de assistir ao
noticiário toda noite e abrir
mensagens frequentes em
WhatsApp sobre novos casos
e óbitos afetavam mais ainda
seu estado de espírito. Come-
cei a filtrar as comunicações
e a auxiliá-la em atividades
como bordado, renda e até
exercícios físicos. A mudança
foi visível e tem contribuído
para que minha mãe viven-
cie este momento atual com
menos tristeza.
E quais são os sinais em
que soa o alerta para procurar
ajuda psicológica? “Quando
as pessoas apresentarem
sintomas de insônia, irritabi-
lidade, mudança no apetite
(falta ou excesso) e muita
ansiedade”, esclarece a espe-
cialista, que tem identificado
esse comportamento mais em
idosos e em adolescentes que
se sentem isolados do conví-
vio com os grupos aos quais
pertencem. Para minimizar os
sintomas de ansiedade, algu-
mas dicas são assistir bons
filmes, leitura, se exercitar
mesmo em casa vendo vídeos
no YouTube ou em lives e –
para os mais religiosos – ler a
Bíblia e assistir cultos, missas,
palestras on-line. Dá até para
aprender uma atividade
manual, um artesanato, tudo
de graça, nas plataformas
on-line.
E por conta do desem-
prego gerado pela pandemia,
muitas pessoas estão mesmo
redescobrindo talentos ador-
mecidos. Dados do Portal
do Empreendedor mostram
que no mês de maio aumen-
tou em 18,5% o número de
novos microempreendedores
em Alagoas, em comparação
com o mesmo período do
ano passado. “É uma opor-
tunidade para buscarmos o
autoconhecimento, descobrir
novos talentos e até estreitar a
comunicação com familiares,
um exercício que exige paci-
ência, diálogo e afeto”, explica
Jaciane. Que possamos então
nos reinventar na profissão,
nos afetos, no olhar para o
mundo!
A
c o r d e i n a
terça-feira,
d i a 7 / 0 7 ,
com uma grande indisposi-
ção. Uma dor muscular no
lado direito das costas, difi-
culdade de respirar forte e
uma leve sensação de febre
(pescoço quente e olhos
ardendo). Procurei me acal-
mar e me resignar com o fato
de ser mais uma vítima da
Covid-19. Mas, então, decidi:
não vou me entregar assim
facilmente, vou correr atrás o
quanto puder. Afinal, como
diz o poeta “viver é melhor
quesonhar”.Naquarta-feiraà
tarde, ainda com os sintomas,
fui até a Unidade de Pronto
Atendimento (UPA) do Jacin-
tinho buscar ajuda médica.
Sou do proletariado e, bom ou
ruim, o SUS é o meu plano de
saúde.
Tomei um carro por apli-
cativo e durante a viagem
falei sobre minhas suspeitas
e recomendei ao motorista
a tomar todos os cuidados
durante e depois da corrida
(nuncasesabe,né?).Aoentrar
na unidade de atendimento já
observei certas diferenças no
ambienteemrelaçãoaosservi-
ços de saúde pública que são
oferecidos pelas redes muni-
cipais e estaduais. O ambiente
climatizado e impecavel-
mentelimpo.Nãoháporteiro/
segurança barrando a entrada
de ninguém (esses seguran-
ças ficam na segunda porta
de acesso). Primeiro, fui aten-
dido por um técnico de saúde
que mediu pressão, tempera-
tura, batimentos cardíacos e
faz uma rápida anamnese dos
sintomas. Após esse contato
inicial, fui encaminhado
para fazer o prontuário e, em
seguida, atendido por uma
enfermeira que completou a
anamnese da minha situação.
Depois disso, o atendimento
médico. Após uma conversa
criteriosa, fui encaminhado
para medicação, exames, etc.
Nessas alturas, o medo de
haver contraído o vírus e estar
com sintomas da doença já
tinham sumido.
Bem, para tranquilizar
quem chegou até aqui na
leitura, o meu diagnóstico: a
dor lombar era resultado de
uma má postura durante o
sono e a febre, o sintoma de
uma leve infecção urinária.
Medicado e de receita na mão
voltei pra casa, para seguir
vivendo e sonhando. Sem
desembolsar um centavo de
real.
Emcasa,depoisdepassado
o susto, tomei a iniciativa de
escrever esse depoimento,
prestar meu testemunho
sobre a importância desse
projeto de saúde pública idea-
lizado durante o governo da
ex-presidenta Dilma Rous-
seff. Um projeto que atente
criteriosamente tudo o que a
Constituição Federal (a partir
do Art. 196) de que é dever
do Estado, garantir políti-
cas sociais e econômicas que
visem à redução do risco de
doença e de outros agravos e
ao acesso universal e igualitá-
rioàsaçõeseserviçosparasua
promoção, proteção e recupe-
ração. Portanto, rico ou pobre
valorize o SUS. Se o Word
2010 salva texto, o SUS salva
vidas.
Eliana Custódio Jornalista
Alvaro Brandão Professor mestre em Linguística Aplicada pelo PPGLL/Ufal
O novo normal pós-pandemia:
O que podemos assimilar de positivo?
Relatos de uma experiência pessoal
sobre pandemia, ansiedade e acolhimento
16. “T
oda histó-
ria para
t e r u m
final precisa ser narrada”. Não
lembro onde li a citação, mas
acho que foi de algum pensa-
dor exilado ou a caminho do
desterro. A verdade é que se
trata de uma frase recorrente
nos estudos sobre a memó-
ria e a preservação dos fatos
ao longo da linha do tempo.
Comecei a escrever esse texto
pensando em como o futuro
vai relatar essa pandemia em
pleno2020,princípiodoséculo
XXI, em um mundo onde a
tecnologia digital parecia ter
vencido a arte, a estética e o
próprio fio narrativo da histó-
ria.
Emmarço,asnotíciassobre
o novo coronavírus e suas
consequências chegaram mais
próximas do ocidente após as
seguidas tragédias na Itália.
Até então, imprensa e popu-
lação aqui no Brasil tratavam
a doença (que ainda não era
pandemia) como mais uma
gripe circunscrita aos países
asiáticos, mais precisamente à
China e sua densidade demo-
gráfica monumental. Aos
poucos, fomos sabendo dos
primeiros casos no Brasil e,
mais precisamente no dia 20,
chegou ao meu ambiente de
trabalho.
Eu sou jornalista, mas nos
últimos anos trabalho com
consultoria,apoiandoplaneja-
mentos de marketing e gestão
estratégica. Em outras pala-
vras, continuo trabalhando
com comunicação, só que de
forma mais focada, baseada
em dados de pesquisas de
opinião e de tendências. Já
não trabalho numa redação
clássica, mas numa agência ou
algo que se assemelhe a isso.
O principal ativo, no entanto,
ainda é o contato com as
pessoas.
Apartirdaqueledia,minha
atuação passou a ser semipre-
sencial e, pela primeira vez,
em 25 anos de profissão, expe-
rimentava o teletrabalho, as
chamadas de vídeo com inter-
locutores diversos, que agem
com mais ou menos desenvol-
turadeacordocomsuaidadee
suaconsequentefamiliaridade
com o mundo multitela, onde
computador, celular e tablet
adquiremstatusdeferramenta
indispensável. Ficar sem uma
rede estável de conexão à
internet, então, impossível.
Eu rompi recentemente
a barreira dos 50 anos. Faço
parte de uma geração híbrida,
que nasceu e foi criada no
universo analógico e desde
então passou a amadurecer no
mundo digital. Não vou recla-
mar aqui da minha trajetória
pessoal. Ainda no início dos
anos 2000 tive a oportunidade
de concluir uma pós-gradu-
ação cujo tema já tratava dos
efeitos da Globalização na
economia, na cultura, no coti-
diano das pessoas. Recente-
mente, também tive a chance
de obter uma certificação
sobre gestão em tempos de
mudança do modelo mental.
Nesse curso, as expressões
são usadas (e abusadas) em
outras línguas. Não vale a
pena mencioná-las, porque
em nada acrescentam ao que
eu realmente gostaria de
falar nesse breve texto sobre
esses tempos de pandemia,
tempos de tristeza e catarse
coletivas. Mas como gostava
de dizer a escritora dinamar-
quesa IsakDinesen, “todas
as mágoas são suportáveis
quando se pode contar uma
história a seu respeito”.
Poisentão,sigamos.Julhoé
quartomêsqueatravessoentre
reuniões on-line e furtivos
encontrospresenciais,quando
o contato físico é estritamente
necessário e arriscado. Ainda
não sei se tenho anticorpos
para o vírus que subverteu a
ordem natural das socieda-
des digitais de todo o mundo.
Agora mesmo, escrevendo
essas palavras, monitoro os
sinais vitais, já que estou com
sintomas leves que podem (ou
não) ser da Covid-19. Tudo
é incerto, volátil, complexo e
ambíguo. É admirável como
avançamos do ponto de vista
tecnológico, mas é temeroso
o quanto nos distanciamos da
nossa própria humanidade.
Lembro que a amiga jorna-
lista que me convidou a parti-
cipar desse projeto, Elenilda
Oliveira, era minha colega
do curso de Comunicação,
quando fui escalado para
entrevistar o professor Savio
de Almeida, o grande artífice
da compilação desses relatos
de memória. Na época, ainda
um jovem estudante, fiquei
fascinado pela erudição telú-
rica do mestre e suas vivências
mundoafora,tempoafora.Até
hojerecordodotítulodaentre-
vista: “O Amante do Vulcão”,
uma citação carinhosa ao
então recém-lançado romance
da ensaísta Susan Sontag,
que coincidentemente me
faz companhia nessa pande-
mia, através de sua biografia
lançada no Brasil em 2019.
Susan, Sávio, Elen me
fazem lembrar que a memó-
ria não é apenas vasto mate-
rial para estudos e pesquisa
(atuais ou futuras). Cultivar
a memória é acima de tudo
uma tarefa ética. No tempo da
tecnologia de ponta, convive-
mos com um negacionismo
perigoso. No tempo da cele-
bração de conquistas históri-
cas no campo das liberdades
individuais, convivemos com
pensamentos arcaicos. Mas
penso que esse também é um
tempo de resgate da delica-
deza, onde escrever um texto
nos salva da “realidade” e
nos coloca em contato com o
exercício da narração como
meio de preservação. Com seu
começo, meio e fim.
CAMPUS
4 O DIA ALAGOAS l 9 a 15 de agosto I 2020
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Guilherme Lamenha Jornalista, trabalha como consultor de planejamento estratégico em Marketing e Tendências
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