3. Daniel Marques Ferreira nasceu em Macinhata do
Vouga, Águeda. Aos 14 anos foi viver para o Porto,
onde frequentou o curso de pintura. Profissionalmente
tem-se dedicado ao design gráfico, mas a escrita
acompanha-o desde sempre.
Tem publicados cerca de duas dezenas de livros
nas áreas infanto-juvenil.
Livros publicados: “O Leão comilão, e outras
fábulas que aqui estão”; “Meu cavalinho de pau,
amigo do coração”; “Marcella, uma amiga que veio de
longe” (área infantil). “Sonata em tons de azul”;
“Quarto com vista para o paraíso”; “Primavera
interrompida” e “Últimos suspiros da Casa dos Anjos”
(área juvenil).
4. Este livro fala sobre uma família de dois adultos e três filhos: o Eugénio(que
era o mais velho), a Sara e o Simão. Estes eram gémeos e tinham
personalidades muito diferentes: a Sara era muito rebelde e não ligava a
ninguém e o Simão era um rapaz calmo e sossegado. Este tinha um amigo
na turma, o Joca, e era com ele que Simão passava os intervalos, mas Joca
era um jovem com problemas familiares e outros, e, como muita gente hoje em
dia, achava que a melhor solução era as drogas.
De dia para dia, Joca ficava cada vez mais dependente do consumo de
drogas e Simão tentava ajudá-lo. Então, nas férias da Páscoa, Simão
convidou-o para ir com ele passar umas férias à aldeia dos avós, longe de
casa e dos problemas. Joca aceitou e ninguém desconfiava de que ele iria
levar drogas consigo - o objetivo do Simão era afastá-lo do seu vício durante
aquela semana. Numa das últimas noites, em Paradela, Joca acompanhou o
tio de Simão a beber jeropiga, coisa que não correu lá muito bem, pois
passadas umas horas o amigo de Simão começou a entrar em pânico e a
gritar que lhe faltava o ar. Simão estava muito preocupado com Joca a
caminho do hospital, onde mais tarde descobriu que este não só consumia
heroína como também já se injetava.
Nas férias de Verão, Joca foi parar ao hospital, outra vez, ficando lá uns dias
para fazer uns exames. Quando o Simão chegou de férias, todos sabiam que
Joca tinha SIDA.
5. Eu achei este livro interessante porque fala-nos sobre um dos problemas que a
droga pode causar, neste caso em particular, a SIDA. Também penso que nos
ensina como reagir quando estamos perante uma situação como a do Joca,
afastando as vítimas aos poucos do seu vício e alertando-as para as
consequências dos seus consumos excessivos, quer seja de droga ou álcool.
Quando iniciei esta leitura, estava à espera de uma história que narrasse um
assunto completamente diferente.
Joca era muito jovem para se iniciar no mundo da droga, e eu penso que a
palavra “Primavera” refere-se a isso. A palavra “Interrompida”, pode relacionar-se
com o fim da história, pois Joca era demasiado novo para lhe acontecer o que
aconteceu…
Com esta história, o autor pretende transmitir alguns valores importantes que
muitas pessoas ignoram quando estão perante estas situações. Em vez de
ajudarem as vítimas deste vício, fazem o contrário: mostram-se indignadas,
pensam que falharam na educação(no caso dos pais), rejeitam as pessoas
quando deveriam fazer precisamente o contrário -dar apoio, atenção,
acompanhar o processo de desintoxicação, mostrar solidariedade, afetos, etc. Só
o Simão demonstrou esses valores. A leitura alerta também para a consciência
das nossas escolhas que, nem sempre, têm consequências boas e por isso
devemos pensar nelas antes de tomar qualquer decisão. No caso do Joca,
houve uma escolha errada…