Este documento discute o potencial e perspectivas da energia eólica no Brasil. Apresenta o crescimento da capacidade instalada mundial e nacional de energia eólica ao longo dos anos. Destaca o Nordeste brasileiro como a principal região com potencial eólico e os maiores parques eólicos instalados no país.
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Energia eólica - Cenário e perspectivas no Brasil
1. Energia Eólica
Este trabalho tem como objetivo apresentar cenários e perspectivas do
aproveitamento da energia eólica – uma importante fonte de energia limpa e ainda
pouco explorada no Brasil, para geração de energia elétrica.
FACULDADE ÁREA 1
PÓS-GRADUAÇÃO EM GESTÃO AMBIENTAL
Disciplina: Otimização Energética
Professor: Raimundo Sousa
Aluna: Mônica Maria da Silva
8/5/2013
2. 1
1- INTRODUÇÃO
A Agência Nacional de Energia Elétrica denomina a energia eólica como sendo a
energia cinética contida nas massas de ar em movimento. Seu aproveitamento ocorre
por meio da conversão da energia cinética de translação em energia cinética de
rotação, com o emprego de turbinas eólicas, também denominadas aerogeradores,
para a geração de eletricidade.
Na década de 1970, foi iniciada a utilização dessa fonte para geração de energia
elétrica, em larga escala, quando se acentuou a crise internacional de petróleo. Alguns
países da Europa e EUA se preocuparam em buscar fontes alternativas para geração de
eletricidade focando reduzir a dependência do petróleo e seus derivados.
A energia eólica é tecnicamente aproveitável quando sua densidade é maior ou igual a
500 W/m2
, a uma altura de 50 metros, o que demanda uma velocidade mínima do
vento de 7 a 8 m/s. Em apenas 13% da superfície terrestre o vento apresenta
velocidade média igual ou superior a 7 m/s, a uma altura de 50 m. Essa proporção
varia muito entre regiões e continentes, chegando a 32% na Europa Ocidental.
No Brasil, foram realizados vários estudos e levantamentos do comportamento do
vento através de mapas eólicos e estes apontam o Nordeste e Sul como as principais
regiões com potencial eólico. O Nordeste principalmente tem uma das melhores
jazidas do mundo, contam com boa velocidade de vento, baixa turbulência e
uniformidade. O potencial total é estimado em 30 mil MW.
Figura 1: Levantamento do Potencial Eólico Brasileiro
Fonte: http://www.cresesb.cepel.br/publicacoes/index.php?task=livro&cid=1
3. 2
2- CAPACIDADE INSTALADA NO MUNDO
Ao longo de 16 anos o crescimento mundial da energia eólica foi bastante significativo.
Destaca-se que entre 2004 e 2008 houve um aumento expressivo de
aproximadamente 152% na capacidade instalada mundial de energia eólica (47,6 GW
para 120 GW). Em 2011, a capacidade instalada mundial era de 238 GW. Atualmente a
capacidade instalada no mundo gera 282 GW, o que corresponde a 20 vezes a geração
de energia da hidroelétrica de Itaipu. Essa capacidade supre apenas 2,5% do consumo
de energia global, mas a expectativa é que até 2020, algo entre 8 e 12% do consumo
seja suprido pela energia eólica.
Figura 2: Evolução da Capacidade Instalada Mundial ao Longo de 16 anos.
Fonte: http://exame.abril.com.br/meio-ambiente-e-energia/energia/noticias/o-mercado-da-energia-eolica-no-
mundo
Em 2012, no mercado da energia eólica pode-se destacar a China, EUA e Alemanha
como os três países detentores de 58% da capacidade global na geração de energia
eólica. A Espanha está em 4º lugar produzindo 8,1% (22,8 GW) da capacidade
mundial. O Brasil ocupa a 15ª posição global com 2,5 GW de capacidade instalada, mas
sobe sua posição para 8ª posição como o país onde a energia eólica cresceu 2,4 % em
2012.
4. 3
Figura 3: Capacidade Eólica Instalada nos dez Principais Parques Eólicos do Mundo.
Fonte: http://exame.abril.com.br/meio-ambiente-e-energia/energia/noticias/o-mercado-da-energia-
eolica-no-mundo
3- ENERGIA EÓLICA NO CONTEXTO NACIONAL
No Brasil, a participação da energia eólica na geração de energia elétrica ainda é
pequena. Seu emprego teve início com o Programa de Fontes Alternativas de Energias
Renováveis (PROINFA) em 2004.
Nos anos de 2005 a 2008 o investimento em energia eólica foi baixo, destaca-se que
em 2007 não houve investimento voltado para esta fonte de energia. Mas a partir de
2012 o volume de investimento ganhou impulso devido principalmente ao modelo de
financiamento proposto pelo BNDES e pelo BNB e incentivo de ICMS para instalação de
parques eólicos. Com um investimento de R$ 3,5 bilhões, a potência eólica instalada
no Brasil em 2012 foi de 2,5 GW.
5. 4
Figura 4: Volume de Investimento Anual em Energia Eólica.
Fonte: www.advivo.com.br/blog/luisnassif/o-investimento-em-energia-eolica
Na América Latina o Brasil é líder na capacidade instalada o que corresponde a 72% da
capacidade total. A capacidade de geração de energia eólica é suficiente para
abastecer 7,5 milhões de habitantes e sua participação na matriz elétrica brasileira
corresponde a 2% (atrás das hidroelétricas e térmicas e a frente das usinas nucleares).
O Brasil possui 109 usinas instaladas e 77 parques em construção. A Associação
Brasileira de Energia Eólica (ABEEólica) prevê que a capacidade eólica instalada cresça
141% em 2013, até 6 GW.
Figura 4: Evolução da Capacidade Instalada no Brasil de 2005 a 2017.
Fonte: http://exame.abril.com.br/meio-ambiente-e-energia/noticias/capacidade-de-geracao-de-energia-eolica-
subiu-73-em-2012
6. 5
4- PRINCIPAIS PARQUES EÓLICOS INSTALADOS
São seis principais parques eólicos instalados no Brasil. Observa-se que cinco estão
instalados na região Nordeste nos estados da Bahia, Ceará e Rio Grande do Norte. A
segunda maior usina está instalada no Rio Grande do Sul na cidade de Osório.
Complexo Eólico Alto Sertão I (BA): o maior parque gerador de energia eólica
do Brasil e também da América Latina. Cerca de 30% de toda energia eólica
gerada no Brasil. Possui a capacidade instalada 294 mW. Este parque foi
construído pela Renova Energia e entregue em Abril/2013, mas a execução da
linha de transmissão por parte da Chesf ainda não está pronta. Essa linha é o
que interliga o parque ao sistema integrado nacional (SIN). Segundo o diretor
de energia da Seinfra, Gilson Moraes “a Chesf atrasou a obra porque algumas
áreas passam por lugares que necessitam de autorização do Instituto do
Patrimônio Histórico e Artístico Nacional (Iphan), do Inema e do Ibama, órgãos
de licenças ambientais. Não há previsão de quando o parque Alto Sertão I
entrará em funcionamento”.
Parque Eólico de Osório (RS): o segundo maior centro de geração de energia
eólica no Brasil (em 2011) 150 mW.
Usina de Energia Eólica de Praia Formosa (CE): Possui a capacidade instalada de
104 mW.
Parque Eólico Alegria (RN): Possui a capacidade instalada de 51 mW.
Parque Eólico do Rio de Fogo (RN): Possui capacidade instalada de 41 mW.
Parque Eólico Eco Energy (CE). Possui capacidade instalada de 25 mW.
5- INICIATIVAS NO USO DE ENERGIA EÓLICA
O emprego da energia eólica pode ser voltado para grandes empresas que dispõem de
recursos financeiros para investir, assim como, para pequenos negócios, condomínios,
prédios, escolas e propriedades rurais. O uso de aerogeradores nestes locais, graças ao
desenvolvimento da tecnologia permite que cada vez mais estes estejam associados ao
projeto arquitetônico. O uso racional da energia eólica para a geração de eletricidade
além de uma fonte não-poluidora, é inesgotável, de baixo impacto ambiental e retorno
financeiro a um curto prazo. Seguem abaixo algumas iniciativas de uso de energia
limpa no Brasil:
A fabricante de carros Honda anunciou a construção em 2014, de um parque eólico no
Rio Grande do Sul. A empresa irá investir 100 milhões na instalação do parque e
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espera-se uma redução de 40% na conta de energia. A Honda será 100% movida à
energia limpa.
Foi inaugurado em 2006, o Edifício Eólis em Porto Alegre o primeiro prédio comercial
do Brasil a utilizar energia eólica, gerando 20% de toda a energia consumida pelas
áreas comuns do condomínio. Na época, o custo do equipamento (importado dos
Estados Unidos - o mais avançado do mundo) foi em torno de R$ 40 mil.
Outro exemplo de iniciativa de uso de energia eólica com um baixo investimento foi o
Edifício Via Barra (RJ) que em 2010 investiu pouco mais de R$ 12 mil para instalar um
aerogerador para abastecer a garagem, as escadas e a área comum do condomínio.
Este investimento proporcionou uma redução de 30% na conta de energia elétrica. A
concessionária na época fez várias vistorias nas instalações do condomínio para buscar
possíveis irregularidades como o “gato” na rede elétrica.
O grupo HSBC (conhecido como a maior organização de serviços financeiros e bancários
do mundo) inaugurou em 2011 no Maranhão um projeto-piloto de uma agência com
aerogerador com capacidade de gerar 800 kWh por mês, que corresponde a 15% de
toda energia elétrica consumida na unidade. O valor do investimento para instalar os
aerogeradores foi aproximadamente R$ 30 mil.
Temos o exemplo de instalação de aerogerador em um posto de gasolina em Petrolina
que teve redução de seus custos mensais com eletricidade usando energia eólica.
Em 2010, no Fórum Econômico Mundial de Davos foi apresentado o selo WindMade ,
cuja finalidade foi estimular o investimento em energia eólica através do aumento da
demanda por produtos verdes e pela produção de itens com a utilização de energias
renováveis. Hoje, o selo WindMade certifica, globalmente, empresas que obtem pelo
menos 25% de sua energia de fontes eólicas. Uma iniciativa que vem atraindo grandes
marcas globais como LEGO®, PWC® e Motorola®.
6- CONSIDERAÇÕES
O Brasil é o país mais propício à geração de energia eólica do mundo, segundo
avaliação do Global Wind Energy Council, organismo internacional que agrupa
entidades e empresas relacionadas à produção de energia eólica.
Atualmente, somente uma pequena parcela deste potencial é aproveitada, mas a
energia alternativa tem ajudado a movimentar a economia brasileira.
Empresas multinacionais estão se instalando no País e promovendo a criação de mais
de um milhão de empregos diretos e três milhões indiretos. A energia eólica disputa
8. 7
com outras fontes de energia e com o aumento da demanda seu custo em 2011 foi
comercializado a R$ 99 o MWh – entre os menores do mundo e atraindo investidores.
O Governo Federal espera que até 2020 os investimentos alcancem R$ 40 bilhões
naquela que é a segunda energia mais competitiva do País.
Ainda existem desafios e alvos a superar, mas a energia eólica no país apresenta um
cenário muito positivo e conforme Jean-Paul Prates, diretor-geral do CERNE, seu
sucesso dependerá de “um trabalho integrado entre empreendedores, fornecedores e
governos para minimizar os impactos e traumas inevitavelmente causados pelas obras.
Isso implica no planejamento de infra-estrutura de acesso, gestão logística adequada,
e bom relacionamento com as comunidades. Trabalhando estes fatores integrada e
efetivamente temos a certeza que estaremos construindo, de fato, a indústria dos
ventos”.
7- REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS
1. Energia Eólica. Disponível na INTERNET via:
http://www.mma.gov.br/clima/energia/energias-renovaveis/energia-eolica
2. Energia Eólica. Disponível na INTERNET via:
http://www.brasil.gov.br/sobre/economia/energia/matriz-energetica/energia-eolica
3. Energia Eólica. Disponível na INTERNET via:
www.energiapura.com/content/primeiro-edifício-no-brasil-funcionar-com-energia-
eólica
4. Energia Eólica. Disponível na INTERNET via:
http://www.institutocarbonobrasil.org.br/noticias3/noticia=728994
5. Energia Eólica. Disponível na INTERNET via:
http://www.brasil.gov.br/sobre/economia/energia/matriz-energetica/energia-eolica
6. Energia Eólica. Disponível na INTERNET via: http://www.viex www.viex-
americas.com/index.php?option=com_content&view=article&id=78:qa-energia-eolica-
veio-para-ficarq&catid=35:entrevistas
7. Energia Eólica. Disponível na INTERNET via: www.aneel.gov.br/aplicacoes/atlas/pdf/06-
energia_eolica(3).pdf