O documento é um discurso do Presidente do Brasil defendendo ações para reduzir as doenças crônicas não transmissíveis, como o câncer e diabetes. Ele destaca iniciativas do governo brasileiro para melhorar o acesso a medicamentos e promover estilos de vida saudáveis, e pede cooperação global para lidar com os determinantes socioeconômicos dessas doenças.
Em um local de crime com óbito muitas perguntas devem ser respondidas. Quem é...
Discurso do Presidente do Brasil na Reunião de Alto Nível sobre Doenças Crônicas Não-Transmissíveis
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Senhor Presidente da Assembleia Geral, Nassir Abdulaziz Al-Nasser,
Senhor Secretário-Geral das Nações Unidas, Ban Ki-moon,
Senhora Diretora-Geral da Organização Mundial da Saúde, Dra. Margaret Chan,
Senhoras e Senhores Chefes de Estado e de Governo,
Senhoras e Senhores,
Gostaria de congratular a Organização das Nações Unidas e a Organização Mundial
da Saúde pela realização desta Reunião de Alto Nível, sobre as Doenças Crônicas Não-
Transmissíveis.
O êxito obtido, nas reuniões anteriores, é um estímulo para avançarmos na
agenda global da saúde. Nas outras duas ocasiões, foram mudados os paradigmas para a
prevenção da poliomielite e o enfrentamento da epidemia de HIV/AIDS.
Neste momento, a nossa pauta se estrutura em função das pessoas que sofrem
de doenças como hipertensão, diabetes, câncer e doenças respiratórias.
A principal causa de nossa determinação e empenho para reduzí-las, são as perdas
de vida precoces e o sofrimento das pessoas e seus familiares. No meu país, 72% das causas
não violentas de óbitos, entre pessoas com menos de 70 anos, são por estas doenças. Elas
atingem os mais pobres e vulneráveis.
Não bastasse isso, a queda da produtividade, os gastos das famílias e do Sistema
Único de Saúde (SUS), em função destas doenças, geram um custo equivalente a 1% do
nosso PIB.
Senhor Presidente,
O Brasil defende o acesso aos medicamentos como parte do direito humano à saúde. É elemento
estratégico para a inclusão social, busca da equidade e fortalecimento dos sistemas públicos de saúde.
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Uma das primeiras medidas do meu Governo foi aumentar o acesso a
medicamentos para os pacientes hipertensos e diabéticos no Sistema Único de Saúde (SUS).
O programa “Saúde não tem Preço” distribui medicamentos gratuitamente por meio de
uma parceria com mais de 20 mil farmácias públicas e privadas. Nesses sete primeiros
meses do meu governo, esta ação já chegou a 5,4 milhões de brasileiros, aumentando em
três vezes o número de beneficiados.
Além disso, é importante a ampliação do acesso às novas terapias e tecnologias. O
Brasil respeita seus compromissos em matéria de propriedade intelectual. Mas estamos
convencidos de que as flexibilidades previstas no Acordo TRIPS da OMC, na “Declaração de
Doha sobre TRIPS e Saúde Pública”, e na “Estratégia Global sobre Saúde Pública, Inovação
e Propriedade Intelectual”, da Organização Mundial da Saúde, são indispensáveis para
políticas que garantam o direito à saúde.
Senhor Presidente,
A defesa pelo acesso a medicamentos e a promoção e prevenção à saúde devem
caminhar juntas. É por isso que vamos intensificar o combate aos fatores de risco com
maior influência no aparecimento dessas doenças: o tabagismo, o consumo abusivo de
álcool, a inatividade física e a alimentação não-saudável.
Estamos promovendo a reformulação dos espaços urbanos. O “Programa Academia
da Saúde” prevê a criação de 4 mil novos espaços para a atividade física orientada. O
governo do Brasil vem tomando medidas para garantir alimentação mais adequada, com o
incentivo ao aleitamento materno, à rotulagem dos alimentos e ao programa de
alimentação nas escolas. Outra iniciativa do meu governo, foram acordos voluntários com a
indústria alimentar, para a eliminação das gorduras trans e para a redução de sódio.
Queremos avançar ainda mais no combate ao tabagismo, com a implementação
plena dos artigos da Convenção Quadro para Controle do Tabaco. Uma medida recente, foi
o aumento de tributos sobre o cigarro e o combate à produção e comercialização ilegais.
Para atacar o uso nocivo do álcool, implantamos a “lei seca”, que proíbe a condução de
veículos por pessoas alcoolizadas.
A saúde da mulher é uma prioridade do meu governo. Estamos fortemente
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empenhados na redução da mortalidade pelo câncer de mama - o mais freqüente - e pelo
câncer de colo do útero, que ainda é um grave problema nas áreas mais vulneráveis, em
especial, na Amazônia.
Assim, estamos facilitando o acesso aos exames preventivos, melhorando a qualidade das
mamografias e ampliando o tratamento para as vítimas de câncer.
Senhor Presidente,
Esta reunião de chefes de estado de todo mundo deve produzir passos decisivos
para a redução de doenças crônicas não-transmissíveis!
A incidência desproporcional destas doenças, entre os mais pobres, demonstra a
necessidade de resposta integral ao problema. É fundamental que haja coordenação entre
as políticas de saúde e aquelas destinadas a lidar com os determinantes sócio-econômicos
destas enfermidades. A importância central do tema para o Brasil e para o mundo, levou
meu país a promover, em conjunto com a OMS, a Conferência Mundial Sobre os
Determinantes Sociais da Saúde. Convido a todos os presentes para essa Conferência, que
será realizada de 19 a 21 de outubro de 2011, no Rio de Janeiro.
Muito obrigado.