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CUIDADOS COM A
ALIMENTAÇÃO DO UTENTE
Cursos de Enfermagem Geral e ESMI
Módulo 6 – Fundamentos de Enfermagem
Aula 7
Competências
 Reconhecer os objectivos e importância da alimentação
e hidratação do paciente;
 Identificar os tipos de dietas hospitalares;
 Prestar assistência de enfermagem na alimentação do
paciente, de acordo com o tipo de dieta;
 Administrar alimentos ao paciente através de sonda
nasogástrica (gavagem);
 Realizar cuidados especiais em relação a sonda
alimentar.
Curso de Enfermagem Geral e ESMI
Após a discussão deste tema os alunos
deverão ser capazes de:
Alimentação e Hidratação
 Importância da alimentação:
 Essencial para a saúde e bem-estar;
 Fornecer nutrientes;
 Facilitar a recuperação do paciente;
 Contribui nos diversos processos
orgânicos:
 Crescimento;
 Desenvolvimento;
 Imunológico;
 Cicatrização ;
 Fornecimento de energia.
Cursos de Enfermagem Geral e ESMI
Alimentação e Hidratação
 Importância da
Hidratação:
Prevenir desidratação;
Aumento da força
muscular;
Manter o balanço hídrico
(reposição de perdas);
Manutenção da
termorregulação e volume
circulatório;
Manutenção da função
renal.
Cursos de Enfermagem Geral e ESMI
Tipos de dietas hospitalares
1. Dieta de Rotina
 Geral, Livre ou
Voluntária;
 Pastosa;
 Branda;
 Leve;
 Líquida.
2. Dietas Especias
 Hipocalórica/diabéticos);
 Hipercalórica;
 Hipossódica;
 Assódica
 Hiperproteíca;
 Hipogordurosa;
 Obstipante;
 Laxativa.
Cursos de Enfermagem Geral e ESMI
Dietas de Rotina
 Dieta geral, livre ou voluntária
 Permite escolha ilimitada de
alimentos;
 Todo tipo de alimentos e preparação
sem restrições de acordo com a
tolerância do paciente.
 Dieta Pastosa:
 Aplicável a pacientes com
dificuldades de mastigação e/ou
deglutição;
 Alimentos permitidos em
consistência cremosa: Purés, sopas
cremosas, arroz bem cozido, papa de
bolacha, pudins, frutas cozidas.
Cursos de Enfermagem Geral e ESMI
Dietas de Rotina
 Dieta Branda:
 Constituída de alimentos bem
cozidos, restrita de celulose e
alimentos fermentáveis;
 Usadas nos pré e pós-operatórios e
em transição para a dieta geral.
 Dieta Leve:
 Consistência semi-liquida, usada nos
pré e pós-operatórios e distúrbios
gastrointestinais;
 Alimentos: caldos, sopas, carnes,
verduras, legumes (bem cozidos e
em puré), frutas macias, gelatinas e
pudins.
Cursos de Enfermagem Geral e ESMI
Dietas de Rotina
 Dieta Líquida:
 Consistência líquida e requer
mínimo de trabalho digestivo;
 Aplicável para pacientes com
disfagias, desconforto
gastrointestinais, dificuldades
de mastigação, deglutição e pré
e pós-operatórios;
 Alimentos: água, chá, gelatinas,
sucos, verduras e frutas em
forma de suco, caldos, sopas
liquidificadas, verduras, cremes,
sorvete, gelatina, cereais.
Cursos de Enfermagem Geral e ESMI
Dietas Especiais
Cursos de Enfermagem Geral e ESMI
Dieta Características
Hipocalórica
( diabéticos)
– Aplicável para pacientes que não podem comer
açucar e necessitam controlar os alimentos
energéticos: arroz, batata, pão e massa;
– São proibidos: alimentos e bebidas contendo açucar,
alimentos gordurosos e frituras em excesso.
Hipercalórica – Para fornecer mais energia
– Recomenda-se o fornecimento de maior quantidade
de arroz, massa, doces.
Hipossódica – Dieta com controlo de sódio e sal, pode ser oferecido
até 2g de sal (em 24 horas);
– São proibidos: pão, bolachas de água e sal,
biscoitos, queijos salgados e embutidos
Assódica – Dieta preparada sem adição do sal no cozimento dos
alimentos.
Dietas Especiais
Cursos de Enfermagem Geral e ESMI
Dieta Características
Hiperproteíca – Contém maior quantidade de proteínas;
– Alimentos: leite, gelatina, carne, iogurte, queijos e
ovos.
Hipoproteíca – Contém menor quantidade de proteínas.
Obstipante
(sem resíduos)
– Para pacientes com diarreia;
– São proibidos: verduras cruas ou cozidas, legumes,
frutas cruas, frituras e alimentos gordurosos, leite e
derivados, doces (só gelatinas) e sumos de frutas.
Laxativas
(com resíduos)
– Para pacientes com obstipação;
– Alimentos em maior quantidade: verduras, legumes,
frutas (laranja, papaia, ameixa) e líquidos.
Hipogordurosa
(problemas de
fígado)
– Contém pouca quantidade de gordura;
– São proibidos: manteiga, margarina, queijo, iogurte,
frituras e alimentos gordurosos.
Cursos de Enfermagem Geral e ESMI
 Acompanhar os utentes de quem
cuida, preparando o ambiente e
auxiliando-as durante as
refeições;
 É importante verificar se os
pacientes aceitam a dieta e
identificar os factores que
interferem na alimentação do
utente;
 Deve familiarizar se do tipo de
dieta do paciente;
 Organize bem a bandeja da dieta
dos pacientes;
 Estar atendo as quantidades e a
apresentação ou a disposição dos
alimentos no prato.
Dicas
Úteis
Assistência de Enfermagem na
alimentação do Utente - Prática LH
Critérios para apoio na
alimentação:
Pacientes disfágicos;
Pacientes cegos;
Pacientes com demência;
Pacientes debilitados;
Pacientes em coma;
Pacientes com Sonda
Nasogástrica.
Cursos de Enfermagem Geral e ESMI
Assistência de Enfermagem na
alimentação do Utente - Prática LH
Material:
Bandeja
Copo com água, sumo ou chá;
Lenço de papel ou guardanapo;
Talheres;
 A refeição ou dieta específica para
o paciente;
Materiais para reposicionamento
do paciente;
Materiais para higiene das mãos.
Cursos de Enfermagem Geral e ESMI
Assistência de Enfermagem na
alimentação do Utente - Prática LH
 Lavar as mãos antes de servir a bandeja;
 Entregar a bandeja de refeições, observando a
temperatura desejável;
 Conferir o nome na bandeja e comparar ao bracelete de
identificação;
 Colocar a bandeja diante do paciente;
 Retirar as tampas dos alimentos e verificar o aspecto;
 Auxiliar o paciente, se necessário, a abrir as
embalagens e a preparar os alimentos;
 Substituir os alimentos indesejáveis ou solicite
alimentos especiais adicionais;
Cursos de Enfermagem Geral e ESMI
Servindo e retirando a Bandeja de refeições
Assistência de Enfermagem na
alimentação do Utente - Prática LH
 Verificar se o paciente possui outras solicitações:
posicionamento, uso de óculos, etc;
 Certificar de que a campainha esteja ao alcance da mão;
 Verificar a evolução do paciente periodicamente;
 Retirar a bandeja quando o paciente concluir a refeição;
 Observar a percentagem de alimentos consumidos;
 Auxiliar o paciente a escovar os dentes e a usar o fio
dental;
 Colocar o paciente na posição confortável;
 Fazer registos: tipo de dieta, percentagem dos alimentos
consumidos e a quantidade de líquidos consumidos.
Cursos de Enfermagem Geral e ESMI
Servindo e retirando a Bandeja de refeições
Assistência de Enfermagem na
alimentação do Utente - Prática LH
 Lavar as mãos antes de preparar os alimentos;
 Obter ou limpar os utensílios;
 Elevar a cabeceira da cama para colocar o paciente
sentado ou use uma cadeira;
 Verificar para que a dieta e a bandeja correctas sejam
servidas ao paciente;
 Cobrir a parte superior do peito e o colo do paciente
com uma toalha ou um guardanapo;
 Sentar-se ao lado do paciente ou diante dele;
 Retirar a tampa dos alimentos e abrir as embalagens,
colocar os temperos;
Cursos de Enfermagem Geral e ESMI
Alimentando um Paciente
Assistência de Enfermagem na
alimentação do Utente - Prática LH
 Estimular o paciente a colaborar o máximo, segundo as
suas capacidades;
 Evitar a pressa;
 Colaborar com o paciente em relação aos alimentos
desejados antes de colocar a comida nos talheres;
 Oferecer porções razoáveis de alimento a cada mordida;
 Dar tempo para que o paciente mastigue completamente
e engula o alimento;
 Deixar o paciente indicar quando está pronto para nova
porção ou novo gole de bebida;
 Conversar agradavelmente com o paciente;
Cursos de Enfermagem Geral e ESMI
Alimentando um Paciente
Assistência de Enfermagem na
alimentação do Utente - Prática LH
 Retirar a bandeja e deixar o paciente confortável,
permanecendo sentado ou semi-sentado pelo menos 30
minutos;
 Oferecer ao paciente oportunidade para a higiene oral;
 Calcular a percentagem de alimentos ingeridos;
 Fazer registos sobre:
 Tipo de dieta e a percentagem de alimentos ingeridos;
 Quantidade de líquidos ingeridos;
 Tolerância aos alimentos;
 Problemas encontrados com o acto de mastigar e de engolir;
 Métodos utilizados para resolver os problemas.
Cursos de Enfermagem Geral e ESMI
Alimentando um Paciente
Alimentação pela Sonda Nasogástrica
(Gavagem)
 Consiste na administração de
alimentos por meio de uma
sonda nasogástrica ou através
de gastrostomia ou
jejunoscopia, aconselhando se
uma pausa nocturna, não
superior a 4/6 horas
 Esta técnica também é
chamada Gavagem.
 Esta alimentação também se
chama de Nutrição Enteral.
Cursos de Enfermagem Geral e ESMI
Alimentação pela Sonda Nasogástrica
(Gavagem)
 Métodos de gavagem:
Bólus: provoca frequentemente náuseas, vómitos,
diarreia e cólicas, devendo por isso ser evitada.
Contínua: o alimento em administrado em
gotejamento gravitacional. Indicada para pacientes
hemodinâmicamente instáveis e em pacientes com
duodenostomia ou jejunostomia, diminuindo o
risco de aparecimento de náuseas, vómitos,
diarreia e cólicas. Exige controlo rigoroso acada 30
minutos.
Intermitente: a introdução do alimento pode ser
feita por meio de seringa, com fluxo lento, para
evitar náuseas, diarreia, distensão e cólicas.
Cursos de Enfermagem Geral e ESMI
Alimentação pela Sonda Nasogástrica
(Gavagem)
 Precauções:
 Verificar as condições de higiene da sonda;
 Testar o posicionamento da sonda e sua
permeabilidade antes do uso. Para estimular o
peristaltismo podem ser administrados pequenos
bólus de alimentos (10 - 20CC);
 Controlar a existência de conteúdo gástrico a cada 4
em 4 horas quando a alimentação é contínua.
Cursos de Enfermagem Geral e ESMI
Nos pacientes em ventilação mecânica (ventilador)
durante a pausa nocturna e após ter sido digerido o
conteúdo alimentar, o sistema de alimentação deve
ser colocado em drenagem passiva, para se
prevenir a distenção gástrica.
Alimentação pela Sonda Nasogástrica
(Gavagem)
 Materiais e EPI:
Tabuleiro com:
 Seringa 100cc;
 Copo plástico de uso único com água;
 Guardanapos de papel ou similar;
 clamp ou pinça de Kocher (se necessário);
 Recipiente com alimentação;
 Sistema para alimentação entérica ou sistema de soro
sem filtro;
 Bomba de alimentação entérica ou bomba infusora;
 Material para higiene oral;
 Suporte de soros (se necessário).
Cursos de Enfermagem Geral e ESMI
Assistência de Enfermagem na Gavagem
 Identificar o doente e conferir a rescrição: tipo de
alimentação, forma e duração da administração;
 Proceder à lavagem higiénica das mãos;
 Preparar o material e transportá-lo para junto do
doente;
 Explicar ao doente todos os procedimentos;
 Proporcionar um ambiente calmo, sem cheiros
desagradáveis e apresentar os alimentos em
recipientes adequados;
 Aspirar o conteúdo gástrico e reintroduzi-lo,
excepto se contra-indicado.
Cursos de Enfermagem Geral e ESMI
Assistência de Enfermagem na Gavagem
 Introduzir 2cc (em crianças) a 10cc de ar auscultando
simultaneamente a região epigástrica (aspirar de
seguida), se não existir conteúdo gástrico residual.
 Posicionar o doente em semi-Fowler;
 Verificar a temperatura dos alimentos a administrar.
 Preparar e conectar o sistema de alimentação à sonda.
Se usar seringa de alimentação, injectar lentamente e
de forma contínua, observando as reacções do
paciente;
 Regular o ritmo da administração de acordo com a
prescrição;
 Lavar a sonda injectando 5 a 30CC de água após
terminar a administração;
Cursos de Enfermagem Geral e ESMI
Assistência de Enfermagem na Gavagem
 Lavar o sistema/seringa de alimentação após cada
utilização. Reutilizá-lo apenas durante 24 horas;
 Proporcionar higiene oral uma vez por turno e SOS;
 Manter o doente com a cabeceira elevada pelo menos
a 30°, em decúbito lateral direito ou decúbito semi-
dorsal direito, durante 30' após a alimentação.
 Recolher e dar o destino adequado a todo o material
 Proceder à lavagem higiénica das mãos.
Cursos de Enfermagem Geral e ESMI
Assistência de Enfermagem na Gavagem
 Registos de Enfermagem
 Procedimento (data/hora).
 Tipo de alimentação.
 Quantidade.
 Duração.
 Reacção do doente.
 Data de substituição do sistema ou seringa.
 Complicações.
Cursos de Enfermagem Geral e ESMI
Referência Bibliográfica
1. Timby, Barbara K. Conceitos e Habilidades
Fundamentais no Atendimento de Enfermagem. 6ª
Edição. Editora Artmed, Porto Alegre – Brasil, 2001;
2. MISAU. Guião de Procedimentos Básicos de
Enfermagem. Maputo – Moçambique, 2009
3. Potter & Perry. Fundamentos de Enfermagem, 6ª
Edição, Mosby Elsevier Editora Lda. São Paulo - Brasil,
2005
4. Universidade Fernando Pessoa. Fundamentos Básicos
em Enfermagem. Normas e Procedimentos. Escola
Superior de Saúde, 2006. Brasil
Cursos de Enfermagem Geral e ESMI

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Aula 7 cuidados com alimentacao do utente - curso de enfermagem - modular

  • 1. CUIDADOS COM A ALIMENTAÇÃO DO UTENTE Cursos de Enfermagem Geral e ESMI Módulo 6 – Fundamentos de Enfermagem Aula 7
  • 2. Competências  Reconhecer os objectivos e importância da alimentação e hidratação do paciente;  Identificar os tipos de dietas hospitalares;  Prestar assistência de enfermagem na alimentação do paciente, de acordo com o tipo de dieta;  Administrar alimentos ao paciente através de sonda nasogástrica (gavagem);  Realizar cuidados especiais em relação a sonda alimentar. Curso de Enfermagem Geral e ESMI Após a discussão deste tema os alunos deverão ser capazes de:
  • 3. Alimentação e Hidratação  Importância da alimentação:  Essencial para a saúde e bem-estar;  Fornecer nutrientes;  Facilitar a recuperação do paciente;  Contribui nos diversos processos orgânicos:  Crescimento;  Desenvolvimento;  Imunológico;  Cicatrização ;  Fornecimento de energia. Cursos de Enfermagem Geral e ESMI
  • 4. Alimentação e Hidratação  Importância da Hidratação: Prevenir desidratação; Aumento da força muscular; Manter o balanço hídrico (reposição de perdas); Manutenção da termorregulação e volume circulatório; Manutenção da função renal. Cursos de Enfermagem Geral e ESMI
  • 5. Tipos de dietas hospitalares 1. Dieta de Rotina  Geral, Livre ou Voluntária;  Pastosa;  Branda;  Leve;  Líquida. 2. Dietas Especias  Hipocalórica/diabéticos);  Hipercalórica;  Hipossódica;  Assódica  Hiperproteíca;  Hipogordurosa;  Obstipante;  Laxativa. Cursos de Enfermagem Geral e ESMI
  • 6. Dietas de Rotina  Dieta geral, livre ou voluntária  Permite escolha ilimitada de alimentos;  Todo tipo de alimentos e preparação sem restrições de acordo com a tolerância do paciente.  Dieta Pastosa:  Aplicável a pacientes com dificuldades de mastigação e/ou deglutição;  Alimentos permitidos em consistência cremosa: Purés, sopas cremosas, arroz bem cozido, papa de bolacha, pudins, frutas cozidas. Cursos de Enfermagem Geral e ESMI
  • 7. Dietas de Rotina  Dieta Branda:  Constituída de alimentos bem cozidos, restrita de celulose e alimentos fermentáveis;  Usadas nos pré e pós-operatórios e em transição para a dieta geral.  Dieta Leve:  Consistência semi-liquida, usada nos pré e pós-operatórios e distúrbios gastrointestinais;  Alimentos: caldos, sopas, carnes, verduras, legumes (bem cozidos e em puré), frutas macias, gelatinas e pudins. Cursos de Enfermagem Geral e ESMI
  • 8. Dietas de Rotina  Dieta Líquida:  Consistência líquida e requer mínimo de trabalho digestivo;  Aplicável para pacientes com disfagias, desconforto gastrointestinais, dificuldades de mastigação, deglutição e pré e pós-operatórios;  Alimentos: água, chá, gelatinas, sucos, verduras e frutas em forma de suco, caldos, sopas liquidificadas, verduras, cremes, sorvete, gelatina, cereais. Cursos de Enfermagem Geral e ESMI
  • 9. Dietas Especiais Cursos de Enfermagem Geral e ESMI Dieta Características Hipocalórica ( diabéticos) – Aplicável para pacientes que não podem comer açucar e necessitam controlar os alimentos energéticos: arroz, batata, pão e massa; – São proibidos: alimentos e bebidas contendo açucar, alimentos gordurosos e frituras em excesso. Hipercalórica – Para fornecer mais energia – Recomenda-se o fornecimento de maior quantidade de arroz, massa, doces. Hipossódica – Dieta com controlo de sódio e sal, pode ser oferecido até 2g de sal (em 24 horas); – São proibidos: pão, bolachas de água e sal, biscoitos, queijos salgados e embutidos Assódica – Dieta preparada sem adição do sal no cozimento dos alimentos.
  • 10. Dietas Especiais Cursos de Enfermagem Geral e ESMI Dieta Características Hiperproteíca – Contém maior quantidade de proteínas; – Alimentos: leite, gelatina, carne, iogurte, queijos e ovos. Hipoproteíca – Contém menor quantidade de proteínas. Obstipante (sem resíduos) – Para pacientes com diarreia; – São proibidos: verduras cruas ou cozidas, legumes, frutas cruas, frituras e alimentos gordurosos, leite e derivados, doces (só gelatinas) e sumos de frutas. Laxativas (com resíduos) – Para pacientes com obstipação; – Alimentos em maior quantidade: verduras, legumes, frutas (laranja, papaia, ameixa) e líquidos. Hipogordurosa (problemas de fígado) – Contém pouca quantidade de gordura; – São proibidos: manteiga, margarina, queijo, iogurte, frituras e alimentos gordurosos.
  • 11. Cursos de Enfermagem Geral e ESMI  Acompanhar os utentes de quem cuida, preparando o ambiente e auxiliando-as durante as refeições;  É importante verificar se os pacientes aceitam a dieta e identificar os factores que interferem na alimentação do utente;  Deve familiarizar se do tipo de dieta do paciente;  Organize bem a bandeja da dieta dos pacientes;  Estar atendo as quantidades e a apresentação ou a disposição dos alimentos no prato. Dicas Úteis
  • 12. Assistência de Enfermagem na alimentação do Utente - Prática LH Critérios para apoio na alimentação: Pacientes disfágicos; Pacientes cegos; Pacientes com demência; Pacientes debilitados; Pacientes em coma; Pacientes com Sonda Nasogástrica. Cursos de Enfermagem Geral e ESMI
  • 13. Assistência de Enfermagem na alimentação do Utente - Prática LH Material: Bandeja Copo com água, sumo ou chá; Lenço de papel ou guardanapo; Talheres;  A refeição ou dieta específica para o paciente; Materiais para reposicionamento do paciente; Materiais para higiene das mãos. Cursos de Enfermagem Geral e ESMI
  • 14. Assistência de Enfermagem na alimentação do Utente - Prática LH  Lavar as mãos antes de servir a bandeja;  Entregar a bandeja de refeições, observando a temperatura desejável;  Conferir o nome na bandeja e comparar ao bracelete de identificação;  Colocar a bandeja diante do paciente;  Retirar as tampas dos alimentos e verificar o aspecto;  Auxiliar o paciente, se necessário, a abrir as embalagens e a preparar os alimentos;  Substituir os alimentos indesejáveis ou solicite alimentos especiais adicionais; Cursos de Enfermagem Geral e ESMI Servindo e retirando a Bandeja de refeições
  • 15. Assistência de Enfermagem na alimentação do Utente - Prática LH  Verificar se o paciente possui outras solicitações: posicionamento, uso de óculos, etc;  Certificar de que a campainha esteja ao alcance da mão;  Verificar a evolução do paciente periodicamente;  Retirar a bandeja quando o paciente concluir a refeição;  Observar a percentagem de alimentos consumidos;  Auxiliar o paciente a escovar os dentes e a usar o fio dental;  Colocar o paciente na posição confortável;  Fazer registos: tipo de dieta, percentagem dos alimentos consumidos e a quantidade de líquidos consumidos. Cursos de Enfermagem Geral e ESMI Servindo e retirando a Bandeja de refeições
  • 16. Assistência de Enfermagem na alimentação do Utente - Prática LH  Lavar as mãos antes de preparar os alimentos;  Obter ou limpar os utensílios;  Elevar a cabeceira da cama para colocar o paciente sentado ou use uma cadeira;  Verificar para que a dieta e a bandeja correctas sejam servidas ao paciente;  Cobrir a parte superior do peito e o colo do paciente com uma toalha ou um guardanapo;  Sentar-se ao lado do paciente ou diante dele;  Retirar a tampa dos alimentos e abrir as embalagens, colocar os temperos; Cursos de Enfermagem Geral e ESMI Alimentando um Paciente
  • 17. Assistência de Enfermagem na alimentação do Utente - Prática LH  Estimular o paciente a colaborar o máximo, segundo as suas capacidades;  Evitar a pressa;  Colaborar com o paciente em relação aos alimentos desejados antes de colocar a comida nos talheres;  Oferecer porções razoáveis de alimento a cada mordida;  Dar tempo para que o paciente mastigue completamente e engula o alimento;  Deixar o paciente indicar quando está pronto para nova porção ou novo gole de bebida;  Conversar agradavelmente com o paciente; Cursos de Enfermagem Geral e ESMI Alimentando um Paciente
  • 18. Assistência de Enfermagem na alimentação do Utente - Prática LH  Retirar a bandeja e deixar o paciente confortável, permanecendo sentado ou semi-sentado pelo menos 30 minutos;  Oferecer ao paciente oportunidade para a higiene oral;  Calcular a percentagem de alimentos ingeridos;  Fazer registos sobre:  Tipo de dieta e a percentagem de alimentos ingeridos;  Quantidade de líquidos ingeridos;  Tolerância aos alimentos;  Problemas encontrados com o acto de mastigar e de engolir;  Métodos utilizados para resolver os problemas. Cursos de Enfermagem Geral e ESMI Alimentando um Paciente
  • 19. Alimentação pela Sonda Nasogástrica (Gavagem)  Consiste na administração de alimentos por meio de uma sonda nasogástrica ou através de gastrostomia ou jejunoscopia, aconselhando se uma pausa nocturna, não superior a 4/6 horas  Esta técnica também é chamada Gavagem.  Esta alimentação também se chama de Nutrição Enteral. Cursos de Enfermagem Geral e ESMI
  • 20. Alimentação pela Sonda Nasogástrica (Gavagem)  Métodos de gavagem: Bólus: provoca frequentemente náuseas, vómitos, diarreia e cólicas, devendo por isso ser evitada. Contínua: o alimento em administrado em gotejamento gravitacional. Indicada para pacientes hemodinâmicamente instáveis e em pacientes com duodenostomia ou jejunostomia, diminuindo o risco de aparecimento de náuseas, vómitos, diarreia e cólicas. Exige controlo rigoroso acada 30 minutos. Intermitente: a introdução do alimento pode ser feita por meio de seringa, com fluxo lento, para evitar náuseas, diarreia, distensão e cólicas. Cursos de Enfermagem Geral e ESMI
  • 21. Alimentação pela Sonda Nasogástrica (Gavagem)  Precauções:  Verificar as condições de higiene da sonda;  Testar o posicionamento da sonda e sua permeabilidade antes do uso. Para estimular o peristaltismo podem ser administrados pequenos bólus de alimentos (10 - 20CC);  Controlar a existência de conteúdo gástrico a cada 4 em 4 horas quando a alimentação é contínua. Cursos de Enfermagem Geral e ESMI Nos pacientes em ventilação mecânica (ventilador) durante a pausa nocturna e após ter sido digerido o conteúdo alimentar, o sistema de alimentação deve ser colocado em drenagem passiva, para se prevenir a distenção gástrica.
  • 22. Alimentação pela Sonda Nasogástrica (Gavagem)  Materiais e EPI: Tabuleiro com:  Seringa 100cc;  Copo plástico de uso único com água;  Guardanapos de papel ou similar;  clamp ou pinça de Kocher (se necessário);  Recipiente com alimentação;  Sistema para alimentação entérica ou sistema de soro sem filtro;  Bomba de alimentação entérica ou bomba infusora;  Material para higiene oral;  Suporte de soros (se necessário). Cursos de Enfermagem Geral e ESMI
  • 23. Assistência de Enfermagem na Gavagem  Identificar o doente e conferir a rescrição: tipo de alimentação, forma e duração da administração;  Proceder à lavagem higiénica das mãos;  Preparar o material e transportá-lo para junto do doente;  Explicar ao doente todos os procedimentos;  Proporcionar um ambiente calmo, sem cheiros desagradáveis e apresentar os alimentos em recipientes adequados;  Aspirar o conteúdo gástrico e reintroduzi-lo, excepto se contra-indicado. Cursos de Enfermagem Geral e ESMI
  • 24. Assistência de Enfermagem na Gavagem  Introduzir 2cc (em crianças) a 10cc de ar auscultando simultaneamente a região epigástrica (aspirar de seguida), se não existir conteúdo gástrico residual.  Posicionar o doente em semi-Fowler;  Verificar a temperatura dos alimentos a administrar.  Preparar e conectar o sistema de alimentação à sonda. Se usar seringa de alimentação, injectar lentamente e de forma contínua, observando as reacções do paciente;  Regular o ritmo da administração de acordo com a prescrição;  Lavar a sonda injectando 5 a 30CC de água após terminar a administração; Cursos de Enfermagem Geral e ESMI
  • 25. Assistência de Enfermagem na Gavagem  Lavar o sistema/seringa de alimentação após cada utilização. Reutilizá-lo apenas durante 24 horas;  Proporcionar higiene oral uma vez por turno e SOS;  Manter o doente com a cabeceira elevada pelo menos a 30°, em decúbito lateral direito ou decúbito semi- dorsal direito, durante 30' após a alimentação.  Recolher e dar o destino adequado a todo o material  Proceder à lavagem higiénica das mãos. Cursos de Enfermagem Geral e ESMI
  • 26. Assistência de Enfermagem na Gavagem  Registos de Enfermagem  Procedimento (data/hora).  Tipo de alimentação.  Quantidade.  Duração.  Reacção do doente.  Data de substituição do sistema ou seringa.  Complicações. Cursos de Enfermagem Geral e ESMI
  • 27. Referência Bibliográfica 1. Timby, Barbara K. Conceitos e Habilidades Fundamentais no Atendimento de Enfermagem. 6ª Edição. Editora Artmed, Porto Alegre – Brasil, 2001; 2. MISAU. Guião de Procedimentos Básicos de Enfermagem. Maputo – Moçambique, 2009 3. Potter & Perry. Fundamentos de Enfermagem, 6ª Edição, Mosby Elsevier Editora Lda. São Paulo - Brasil, 2005 4. Universidade Fernando Pessoa. Fundamentos Básicos em Enfermagem. Normas e Procedimentos. Escola Superior de Saúde, 2006. Brasil Cursos de Enfermagem Geral e ESMI