SlideShare ist ein Scribd-Unternehmen logo
1 von 30
Síndrome de Behçet
Conceito da doença
A Síndrome de Behçet (SB) é uma vasculite sistémica (inflamação
dos vasos sanguíneos) de etiologia desconhecida.
Local afetado: Caracteriza-se por úlceras orais e/ou genitais
recorrentes, inflamação dos olhos (uveíte) e lesões cutâneas.
Também pode afetar as articulações, todo o tipo de vasos,
pulmões, sistema nervoso central e trato digestivo.
Esta Síndrome recebeu o nome de um médico turco, Prof. Dr
Hulusi Behçet, que foi o primeiro a descrevê-la, em 1937.
A Doença de Behçet não é infecciosa nem cancerosa nem está
relacionada com o HIV. Não é transmissível de pessoa para pessoa.
Etiopatogênese
Atualmente, a SB possui causa desconhecida, mas
sabe-se que existe um “terreno’’ propício para que a
doença se desenvolva, bem como a presença de um ou
mais “agressores’’, responsáveis pelo seu aparecimento
e evolução.
“Terreno” : HLA-B51
“Agressores’’: Alguns alimentos, bactérias e fatores de
caráter hormonal.
Etiopatogênese
O alelo HLA-B51 do MHC classe I possui uma
frequência mais alta em doentes de Behçet, em um
estado de hiper-reatividade;
Percebe-se também frequência elevada do alelo MICA
( gene “A’’ relacionado ao MHC de classe I) nos
pacientes com SB;
Etiopatogênese
Os genes do grupo MICA são transcritos em respostas a
situações de hipertemia, anóxia ou metabólitos tóxicos,
gerando “proteínas de choque’’ (HSP). Atuam como
moléculas apresentadoras de antígenos a linfócitos T.
Já se descreveu alguns peptídeos derivados da HSP 65
microbiana que são capazes de estimular os linfócitos T de
pacientes com SB, provocando o processo de úlcerações;
Etiopatogênese
Tal agente microbiano pode ser, por exemplo,
estreptococus encontradas na microbiota oral, sendo
causadora de lesões aftosas recorrentes.
As lesões são causadas pela presença de neutrófilos,
considerados hiper- reativos na SB, com quimiotaxia
exacerbada e produção de diversas enzimas
lisossômicas, além da participação de linfócitos T e B.
Mecanismo do aparecimento da lesão
Na Síndrome de Behçet
De forma simplificada, o conhecimento atual sugere
que o processo se inicia com a exposição a antígenos
infecciosos.
Estes, ao serem processados pelas células apresentadoras
de um indivíduo com a predisposição geneticamente
determinada pelo HLA-B51 ou MICA, são capazes de
desencadear a resposta imune envolvendo um número
excessivo de linfócitos T.
Mecanismo do aparecimento da lesão
Na Síndrome de Behçet
Este processo culmina em neutrófilos hiper-reativos
que são responsáveis pela lesão tecidual, afetando
células do paciente que expressam moléculas
semelhantes às do agente infeccioso inicial.
A produção aumentada das citocinas pró-inflamatórias
IL-1 e TNF pode estar relacionada aos mecanismos de
lesão tecidual ( úlceras- aftas).
Fisiopatologia
Conceito
Devido à vasculite: danos no revestimento do vaso,
causando estreitamento ou obstrução.
Hipercoabilidade também característico na SB,com
formação de trombos venosos ou arteriais.
Devido às lesões oculares: glaucoma, cataratas, cegueira.
Fisiopatologia
Comprometimento do SNC: comprometimento da
transmissão do impulso nervoso, paralisia de nervos
cranianos, convulsões, encefalites, distúrbios mentais e
lesões medulares em casos mais avançados e neurite do
nervo óptico.
Comprometimento das articulações: costuma ser
localizada nos joelhos e tornozelos.
Sintomas
Úlceras Orais
Quase todos os doentes com Behçet sofrem de
úlceras (aftas) orais, idênticas às que ocorrem em
muitas pessoas que não são afectadas pela doença.
Úlceras Genitais
As úlceras genitais afetam mais de metade das pessoas
com Doença de Behçet, nos homens estas são mais
comuns no escroto e nas mulheres, na vulva.
Lesões da pele
As lesões cutâneas são frequentemente vermelhas e
altas, cheias de pus ou como hematomas.
Inflamação Ocular (Uveíte)
O envolvimento ocular consiste na inflamação da parte
média ou posterior do olho (uvea) incluindo a íris, e
ocorre em mais de metade dos pacientes com Doença de
Behçet .
Diagnóstico
É essencialmente clínico
Teste de Patergia ( teste cutâneo)
Diagnóstico
Diagnóstico por imagens:
Ressonância magnética ( Angiorressonância);
Tomografia ( Angiotomografia);
Ultra sonografia com Doppler;
Endoscopia.
Diagnóstico
Avaliação oftalmológica
Exames laboratoriais:
VHS
PCR
Líquor: aumento proteínas IgG, PMN e Linfócitos.
Análise do fenótipo HLA-B51 e DR4
Critérios De Classificação Da
Sindrome De Behçet(SB)
Em 1990, foram estabelecidos critérios de diagnóstico
para esta doença, pelo Grupo Internacional de
Estudos em Doença de Behçet , que em pouco tempo
tornaram-se padrão para estudos clínicos no mundo
todo.
Os critérios são os seguintes:
Critério 1: Ulcerações orais recorrentes (pelo menos 3
vezes dentro de 12 meses);
Critério 2: Ulcerações genitais recorrentes;
Critério 3: Lesões oculares (uveíte anterior e/ou posterior,
células no humor vítreo ou vasculite retiniana);
Critério 4: Lesões cutâneas (eritema nodoso,
pseudofoliculite, lesões papulopostulares ou acneiformes);
Critério 5: Teste de patergia positivo.
Um paciente pode ser considerado portador da doença
de Behçet quando houver a presença do critério 1 em
associação com quaisquer dois dos demais critérios,
não necessariamente de forma simultânea.
Tratamento
A causa da doença de Behçet é desconhecida, e não há
um tratamento específico. Sendo realizado de acordo
com os sintomas individuais.
São dois tipos de doentes:
- Pacientes que não precisam de tratamento do
todo(menos grave);
- Pacientes que necessitam de tratamento combinados
por terem um envolvimento de diferentes sistemas,
como, o vascular, ocular ou do SNC ( mais grave).
Tratamento
Principais medicamentos
- Colchicina
- Corticosteróides
- Imunossupressores
- Anti-agregantes e anti-coagulantes
- Anti-TNFs
Tratamento
Efeitos secundários dos medicamentos
- A diarreia é proveniente da colchicina. Em alguns casos
pode diminuir o número de glóbulos brancos.
- Os corticosteróides é o mais eficaz contra a inflamação.
Tempo de duração do tratamento
Geralmente a terapia com imunossupressores é
interrompida após 2 anos. Mas em crianças com doença
vascular ou ocular em que a remissão não é fácil de
conseguir, a terapia pode durar a vida inteira.
Tratamento
O tratamento com doentes com a DB requerem um
trabalho de equipe. Além de um reumatologista
pediátrico, um oftalmologista e um hematologista
devem também ser incluídos no grupo. A família do
paciente e ele próprio devem estar sempre em contato
com o médico e o centro que os acompanham.
Conclusão
Por ter uma etiologia duvidosa a Síndrome de Behçet, tem que
ser tratada a partir do momento que for diagnosticada, mas
não esquecendo que todos os protocolos de tratamento têm
suas indicações e contra-indicações.
O paciente portador da SB tem que ser atendido por uma
equipe multidisciplinar.
Apesar de rara em nosso meio, é importante que o clínico
conheça as manifestações da DB, para que se possa aventar
essa hipótese diagnóstica.
Importância do nutricionista:
O nutricionista exerce papel importante nesta
patologia, uma vez que os pacientes diagnosticados
com a SB necessitam de alguns cuidados com a
alimentação.
Evitar a ingestão de alguns produtos alimentares que
facilitem o aparecimento das aftas.
Importância do farmacêutico
O farmacêutico tem papel de destaque junto ao
paciente no tratamento da SB, funcionando como elo de
ligação entre o médico e o paciente.
Ajuda a entender a prescrição da receita, orientando
sobre a forma correta de utilização do remédio.
Importância do Biomédico:
O biomédico auxilia o médico no diagnóstico da
SB, uma vez que é este profissional quem realiza
os exames de imagens e laboratoriais solicitados
pelo médico.
Obrigado!

Weitere ähnliche Inhalte

Was ist angesagt?

Tipos de estudos epidemiológicos
Tipos de estudos epidemiológicosTipos de estudos epidemiológicos
Tipos de estudos epidemiológicos
Arquivo-FClinico
 
Osteomielite e Pioartrite
Osteomielite e PioartriteOsteomielite e Pioartrite
Osteomielite e Pioartrite
Carlos Andrade
 
Prova 1 - dermatologia (lesões elementares, semiologia, exames e sinais)
Prova 1 - dermatologia (lesões elementares, semiologia, exames e sinais)Prova 1 - dermatologia (lesões elementares, semiologia, exames e sinais)
Prova 1 - dermatologia (lesões elementares, semiologia, exames e sinais)
Guilherme Sicuto
 
Atlas de alterações e doenças hematológicas Alberto Galdino
Atlas de alterações e doenças hematológicas   Alberto GaldinoAtlas de alterações e doenças hematológicas   Alberto Galdino
Atlas de alterações e doenças hematológicas Alberto Galdino
Lívia Galvão
 
Apresentação caso clínico
Apresentação caso clínicoApresentação caso clínico
Apresentação caso clínico
janinemagalhaes
 

Was ist angesagt? (20)

Aula residência ave avc
Aula residência ave avcAula residência ave avc
Aula residência ave avc
 
Apresentação acidente vascular cerebral
Apresentação acidente vascular cerebralApresentação acidente vascular cerebral
Apresentação acidente vascular cerebral
 
Propedeutica das hemorragias digestivas
Propedeutica das hemorragias digestivasPropedeutica das hemorragias digestivas
Propedeutica das hemorragias digestivas
 
Demências
DemênciasDemências
Demências
 
Leucemias
LeucemiasLeucemias
Leucemias
 
Distúrbios hematológicos
Distúrbios hematológicosDistúrbios hematológicos
Distúrbios hematológicos
 
Acidente vascular cerebral
Acidente vascular cerebralAcidente vascular cerebral
Acidente vascular cerebral
 
Relato de caso clínico
Relato de caso clínicoRelato de caso clínico
Relato de caso clínico
 
Hemograma em idosos (pacientes geriátricos)
Hemograma em idosos (pacientes geriátricos)Hemograma em idosos (pacientes geriátricos)
Hemograma em idosos (pacientes geriátricos)
 
Tipos de estudos epidemiológicos
Tipos de estudos epidemiológicosTipos de estudos epidemiológicos
Tipos de estudos epidemiológicos
 
Lesões Cutâneas do RN
Lesões Cutâneas do RNLesões Cutâneas do RN
Lesões Cutâneas do RN
 
Osteomielite e Pioartrite
Osteomielite e PioartriteOsteomielite e Pioartrite
Osteomielite e Pioartrite
 
Artrose
ArtroseArtrose
Artrose
 
Paralisia cerebral atetóide - Revisão
Paralisia cerebral atetóide - RevisãoParalisia cerebral atetóide - Revisão
Paralisia cerebral atetóide - Revisão
 
Aula sobre a Síndrome de guillain barré (sgb) - Adriana
Aula sobre a Síndrome de guillain barré (sgb) - AdrianaAula sobre a Síndrome de guillain barré (sgb) - Adriana
Aula sobre a Síndrome de guillain barré (sgb) - Adriana
 
Prova 1 - dermatologia (lesões elementares, semiologia, exames e sinais)
Prova 1 - dermatologia (lesões elementares, semiologia, exames e sinais)Prova 1 - dermatologia (lesões elementares, semiologia, exames e sinais)
Prova 1 - dermatologia (lesões elementares, semiologia, exames e sinais)
 
Atlas de alterações e doenças hematológicas Alberto Galdino
Atlas de alterações e doenças hematológicas   Alberto GaldinoAtlas de alterações e doenças hematológicas   Alberto Galdino
Atlas de alterações e doenças hematológicas Alberto Galdino
 
Aula sobre prevenção da tromboembolia venosa
Aula sobre prevenção da tromboembolia venosaAula sobre prevenção da tromboembolia venosa
Aula sobre prevenção da tromboembolia venosa
 
Apresentação caso clínico
Apresentação caso clínicoApresentação caso clínico
Apresentação caso clínico
 
Esclerose múltipla
Esclerose múltiplaEsclerose múltipla
Esclerose múltipla
 

Andere mochten auch (8)

2014 behçet em portugal 2
2014 behçet em portugal 22014 behçet em portugal 2
2014 behçet em portugal 2
 
2014 behçet em portugal
2014 behçet em portugal2014 behçet em portugal
2014 behçet em portugal
 
Celulitis & Enf. Tej. Conectivo 2011
Celulitis & Enf. Tej. Conectivo 2011Celulitis & Enf. Tej. Conectivo 2011
Celulitis & Enf. Tej. Conectivo 2011
 
Cefaléia nas doenças autoimunes
Cefaléia nas doenças autoimunesCefaléia nas doenças autoimunes
Cefaléia nas doenças autoimunes
 
Síndrome de Reiter
Síndrome de ReiterSíndrome de Reiter
Síndrome de Reiter
 
Diagnóstico clínico
Diagnóstico clínicoDiagnóstico clínico
Diagnóstico clínico
 
Celulitis Infecciosa
Celulitis InfecciosaCelulitis Infecciosa
Celulitis Infecciosa
 
Atlas Imagenes de Dermatologia
Atlas Imagenes de DermatologiaAtlas Imagenes de Dermatologia
Atlas Imagenes de Dermatologia
 

Ähnlich wie Doença de behçet

Fr revisão sistemática 2011
Fr   revisão sistemática 2011Fr   revisão sistemática 2011
Fr revisão sistemática 2011
gisa_legal
 

Ähnlich wie Doença de behçet (20)

Lupus
LupusLupus
Lupus
 
Choque séptico
Choque séptico Choque séptico
Choque séptico
 
Meningite tuberculosa
Meningite tuberculosaMeningite tuberculosa
Meningite tuberculosa
 
Gedr2
Gedr2Gedr2
Gedr2
 
Doenças Raras 2 parte
Doenças  Raras 2 parte Doenças  Raras 2 parte
Doenças Raras 2 parte
 
Aula 6 - Doenças Previníveis por Vacinação - Parte I.pdf
Aula 6 - Doenças Previníveis por Vacinação - Parte I.pdfAula 6 - Doenças Previníveis por Vacinação - Parte I.pdf
Aula 6 - Doenças Previníveis por Vacinação - Parte I.pdf
 
Doença de gaucher
Doença de gaucherDoença de gaucher
Doença de gaucher
 
Especial npc
Especial npcEspecial npc
Especial npc
 
Apresentação lupus
Apresentação lupusApresentação lupus
Apresentação lupus
 
Apresentação lupus
Apresentação lupusApresentação lupus
Apresentação lupus
 
sindromes-de-mononucleose INFECTOLOGIA MEDICA
sindromes-de-mononucleose INFECTOLOGIA MEDICAsindromes-de-mononucleose INFECTOLOGIA MEDICA
sindromes-de-mononucleose INFECTOLOGIA MEDICA
 
Tuberculose e Hanseníase, doenças negligenciadas
Tuberculose e Hanseníase, doenças negligenciadasTuberculose e Hanseníase, doenças negligenciadas
Tuberculose e Hanseníase, doenças negligenciadas
 
Artigo definições boas
Artigo   definições boasArtigo   definições boas
Artigo definições boas
 
Les
LesLes
Les
 
2 fiebre reumatica 2015.
2 fiebre reumatica 2015.2 fiebre reumatica 2015.
2 fiebre reumatica 2015.
 
Purpura h..
Purpura h..Purpura h..
Purpura h..
 
Fr revisão sistemática 2011
Fr   revisão sistemática 2011Fr   revisão sistemática 2011
Fr revisão sistemática 2011
 
Febre Reumática: revisão sistemática
Febre Reumática: revisão sistemáticaFebre Reumática: revisão sistemática
Febre Reumática: revisão sistemática
 
2- hanse e TB.ppt
2- hanse e TB.ppt2- hanse e TB.ppt
2- hanse e TB.ppt
 
Infectologia tetano neo e acidental
Infectologia tetano neo e acidentalInfectologia tetano neo e acidental
Infectologia tetano neo e acidental
 

Kürzlich hochgeladen

A EDUCAÇÃO FÍSICA NO NOVO ENSINO MÉDIO: IMPLICAÇÕES E TENDÊNCIAS PROMOVIDAS P...
A EDUCAÇÃO FÍSICA NO NOVO ENSINO MÉDIO: IMPLICAÇÕES E TENDÊNCIAS PROMOVIDAS P...A EDUCAÇÃO FÍSICA NO NOVO ENSINO MÉDIO: IMPLICAÇÕES E TENDÊNCIAS PROMOVIDAS P...
A EDUCAÇÃO FÍSICA NO NOVO ENSINO MÉDIO: IMPLICAÇÕES E TENDÊNCIAS PROMOVIDAS P...
PatriciaCaetano18
 
19- Pedagogia (60 mapas mentais) - Amostra.pdf
19- Pedagogia (60 mapas mentais) - Amostra.pdf19- Pedagogia (60 mapas mentais) - Amostra.pdf
19- Pedagogia (60 mapas mentais) - Amostra.pdf
marlene54545
 
Revolução russa e mexicana. Slides explicativos e atividades
Revolução russa e mexicana. Slides explicativos e atividadesRevolução russa e mexicana. Slides explicativos e atividades
Revolução russa e mexicana. Slides explicativos e atividades
FabianeMartins35
 

Kürzlich hochgeladen (20)

Plano de aula Nova Escola períodos simples e composto parte 1.pptx
Plano de aula Nova Escola períodos simples e composto parte 1.pptxPlano de aula Nova Escola períodos simples e composto parte 1.pptx
Plano de aula Nova Escola períodos simples e composto parte 1.pptx
 
Projeto de Extensão - DESENVOLVIMENTO BACK-END.pdf
Projeto de Extensão - DESENVOLVIMENTO BACK-END.pdfProjeto de Extensão - DESENVOLVIMENTO BACK-END.pdf
Projeto de Extensão - DESENVOLVIMENTO BACK-END.pdf
 
Recomposiçao em matematica 1 ano 2024 - ESTUDANTE 1ª série.pdf
Recomposiçao em matematica 1 ano 2024 - ESTUDANTE 1ª série.pdfRecomposiçao em matematica 1 ano 2024 - ESTUDANTE 1ª série.pdf
Recomposiçao em matematica 1 ano 2024 - ESTUDANTE 1ª série.pdf
 
DeClara n.º 75 Abril 2024 - O Jornal digital do Agrupamento de Escolas Clara ...
DeClara n.º 75 Abril 2024 - O Jornal digital do Agrupamento de Escolas Clara ...DeClara n.º 75 Abril 2024 - O Jornal digital do Agrupamento de Escolas Clara ...
DeClara n.º 75 Abril 2024 - O Jornal digital do Agrupamento de Escolas Clara ...
 
EDUCAÇÃO ESPECIAL NA PERSPECTIVA INCLUSIVA
EDUCAÇÃO ESPECIAL NA PERSPECTIVA INCLUSIVAEDUCAÇÃO ESPECIAL NA PERSPECTIVA INCLUSIVA
EDUCAÇÃO ESPECIAL NA PERSPECTIVA INCLUSIVA
 
A EDUCAÇÃO FÍSICA NO NOVO ENSINO MÉDIO: IMPLICAÇÕES E TENDÊNCIAS PROMOVIDAS P...
A EDUCAÇÃO FÍSICA NO NOVO ENSINO MÉDIO: IMPLICAÇÕES E TENDÊNCIAS PROMOVIDAS P...A EDUCAÇÃO FÍSICA NO NOVO ENSINO MÉDIO: IMPLICAÇÕES E TENDÊNCIAS PROMOVIDAS P...
A EDUCAÇÃO FÍSICA NO NOVO ENSINO MÉDIO: IMPLICAÇÕES E TENDÊNCIAS PROMOVIDAS P...
 
Cartão de crédito e fatura do cartão.pptx
Cartão de crédito e fatura do cartão.pptxCartão de crédito e fatura do cartão.pptx
Cartão de crédito e fatura do cartão.pptx
 
PROJETO DE EXTENSÃO I - SERVIÇOS JURÍDICOS, CARTORÁRIOS E NOTARIAIS.pdf
PROJETO DE EXTENSÃO I - SERVIÇOS JURÍDICOS, CARTORÁRIOS E NOTARIAIS.pdfPROJETO DE EXTENSÃO I - SERVIÇOS JURÍDICOS, CARTORÁRIOS E NOTARIAIS.pdf
PROJETO DE EXTENSÃO I - SERVIÇOS JURÍDICOS, CARTORÁRIOS E NOTARIAIS.pdf
 
Slides Lição 6, CPAD, As Nossas Armas Espirituais, 2Tr24.pptx
Slides Lição 6, CPAD, As Nossas Armas Espirituais, 2Tr24.pptxSlides Lição 6, CPAD, As Nossas Armas Espirituais, 2Tr24.pptx
Slides Lição 6, CPAD, As Nossas Armas Espirituais, 2Tr24.pptx
 
6ano variação linguística ensino fundamental.pptx
6ano variação linguística ensino fundamental.pptx6ano variação linguística ensino fundamental.pptx
6ano variação linguística ensino fundamental.pptx
 
P P P 2024 - *CIEJA Santana / Tucuruvi*
P P P 2024  - *CIEJA Santana / Tucuruvi*P P P 2024  - *CIEJA Santana / Tucuruvi*
P P P 2024 - *CIEJA Santana / Tucuruvi*
 
Monoteísmo, Politeísmo, Panteísmo 7 ANO2.pptx
Monoteísmo, Politeísmo, Panteísmo 7 ANO2.pptxMonoteísmo, Politeísmo, Panteísmo 7 ANO2.pptx
Monoteísmo, Politeísmo, Panteísmo 7 ANO2.pptx
 
19- Pedagogia (60 mapas mentais) - Amostra.pdf
19- Pedagogia (60 mapas mentais) - Amostra.pdf19- Pedagogia (60 mapas mentais) - Amostra.pdf
19- Pedagogia (60 mapas mentais) - Amostra.pdf
 
PRÁTICAS PEDAGÓGICAS GESTÃO DA APRENDIZAGEM
PRÁTICAS PEDAGÓGICAS GESTÃO DA APRENDIZAGEMPRÁTICAS PEDAGÓGICAS GESTÃO DA APRENDIZAGEM
PRÁTICAS PEDAGÓGICAS GESTÃO DA APRENDIZAGEM
 
Revolução russa e mexicana. Slides explicativos e atividades
Revolução russa e mexicana. Slides explicativos e atividadesRevolução russa e mexicana. Slides explicativos e atividades
Revolução russa e mexicana. Slides explicativos e atividades
 
Jogo de Rimas - Para impressão em pdf a ser usado para crianças
Jogo de Rimas - Para impressão em pdf a ser usado para criançasJogo de Rimas - Para impressão em pdf a ser usado para crianças
Jogo de Rimas - Para impressão em pdf a ser usado para crianças
 
Produção de Texto - 5º ano - CRÔNICA.pptx
Produção de Texto - 5º ano - CRÔNICA.pptxProdução de Texto - 5º ano - CRÔNICA.pptx
Produção de Texto - 5º ano - CRÔNICA.pptx
 
PROJETO DE EXTENSÃO - EDUCAÇÃO FÍSICA BACHARELADO.pdf
PROJETO DE EXTENSÃO - EDUCAÇÃO FÍSICA BACHARELADO.pdfPROJETO DE EXTENSÃO - EDUCAÇÃO FÍSICA BACHARELADO.pdf
PROJETO DE EXTENSÃO - EDUCAÇÃO FÍSICA BACHARELADO.pdf
 
PROJETO DE EXTENSÃO I - AGRONOMIA.pdf AGRONOMIAAGRONOMIA
PROJETO DE EXTENSÃO I - AGRONOMIA.pdf AGRONOMIAAGRONOMIAPROJETO DE EXTENSÃO I - AGRONOMIA.pdf AGRONOMIAAGRONOMIA
PROJETO DE EXTENSÃO I - AGRONOMIA.pdf AGRONOMIAAGRONOMIA
 
Currículo - Ícaro Kleisson - Tutor acadêmico.pdf
Currículo - Ícaro Kleisson - Tutor acadêmico.pdfCurrículo - Ícaro Kleisson - Tutor acadêmico.pdf
Currículo - Ícaro Kleisson - Tutor acadêmico.pdf
 

Doença de behçet

  • 2. Conceito da doença A Síndrome de Behçet (SB) é uma vasculite sistémica (inflamação dos vasos sanguíneos) de etiologia desconhecida. Local afetado: Caracteriza-se por úlceras orais e/ou genitais recorrentes, inflamação dos olhos (uveíte) e lesões cutâneas. Também pode afetar as articulações, todo o tipo de vasos, pulmões, sistema nervoso central e trato digestivo. Esta Síndrome recebeu o nome de um médico turco, Prof. Dr Hulusi Behçet, que foi o primeiro a descrevê-la, em 1937. A Doença de Behçet não é infecciosa nem cancerosa nem está relacionada com o HIV. Não é transmissível de pessoa para pessoa.
  • 3. Etiopatogênese Atualmente, a SB possui causa desconhecida, mas sabe-se que existe um “terreno’’ propício para que a doença se desenvolva, bem como a presença de um ou mais “agressores’’, responsáveis pelo seu aparecimento e evolução. “Terreno” : HLA-B51 “Agressores’’: Alguns alimentos, bactérias e fatores de caráter hormonal.
  • 4. Etiopatogênese O alelo HLA-B51 do MHC classe I possui uma frequência mais alta em doentes de Behçet, em um estado de hiper-reatividade; Percebe-se também frequência elevada do alelo MICA ( gene “A’’ relacionado ao MHC de classe I) nos pacientes com SB;
  • 5. Etiopatogênese Os genes do grupo MICA são transcritos em respostas a situações de hipertemia, anóxia ou metabólitos tóxicos, gerando “proteínas de choque’’ (HSP). Atuam como moléculas apresentadoras de antígenos a linfócitos T. Já se descreveu alguns peptídeos derivados da HSP 65 microbiana que são capazes de estimular os linfócitos T de pacientes com SB, provocando o processo de úlcerações;
  • 6. Etiopatogênese Tal agente microbiano pode ser, por exemplo, estreptococus encontradas na microbiota oral, sendo causadora de lesões aftosas recorrentes. As lesões são causadas pela presença de neutrófilos, considerados hiper- reativos na SB, com quimiotaxia exacerbada e produção de diversas enzimas lisossômicas, além da participação de linfócitos T e B.
  • 7. Mecanismo do aparecimento da lesão Na Síndrome de Behçet De forma simplificada, o conhecimento atual sugere que o processo se inicia com a exposição a antígenos infecciosos. Estes, ao serem processados pelas células apresentadoras de um indivíduo com a predisposição geneticamente determinada pelo HLA-B51 ou MICA, são capazes de desencadear a resposta imune envolvendo um número excessivo de linfócitos T.
  • 8. Mecanismo do aparecimento da lesão Na Síndrome de Behçet Este processo culmina em neutrófilos hiper-reativos que são responsáveis pela lesão tecidual, afetando células do paciente que expressam moléculas semelhantes às do agente infeccioso inicial. A produção aumentada das citocinas pró-inflamatórias IL-1 e TNF pode estar relacionada aos mecanismos de lesão tecidual ( úlceras- aftas).
  • 9.
  • 10. Fisiopatologia Conceito Devido à vasculite: danos no revestimento do vaso, causando estreitamento ou obstrução. Hipercoabilidade também característico na SB,com formação de trombos venosos ou arteriais. Devido às lesões oculares: glaucoma, cataratas, cegueira.
  • 11. Fisiopatologia Comprometimento do SNC: comprometimento da transmissão do impulso nervoso, paralisia de nervos cranianos, convulsões, encefalites, distúrbios mentais e lesões medulares em casos mais avançados e neurite do nervo óptico. Comprometimento das articulações: costuma ser localizada nos joelhos e tornozelos.
  • 12. Sintomas Úlceras Orais Quase todos os doentes com Behçet sofrem de úlceras (aftas) orais, idênticas às que ocorrem em muitas pessoas que não são afectadas pela doença.
  • 13. Úlceras Genitais As úlceras genitais afetam mais de metade das pessoas com Doença de Behçet, nos homens estas são mais comuns no escroto e nas mulheres, na vulva.
  • 14. Lesões da pele As lesões cutâneas são frequentemente vermelhas e altas, cheias de pus ou como hematomas.
  • 15. Inflamação Ocular (Uveíte) O envolvimento ocular consiste na inflamação da parte média ou posterior do olho (uvea) incluindo a íris, e ocorre em mais de metade dos pacientes com Doença de Behçet .
  • 16. Diagnóstico É essencialmente clínico Teste de Patergia ( teste cutâneo)
  • 17. Diagnóstico Diagnóstico por imagens: Ressonância magnética ( Angiorressonância); Tomografia ( Angiotomografia); Ultra sonografia com Doppler; Endoscopia.
  • 18. Diagnóstico Avaliação oftalmológica Exames laboratoriais: VHS PCR Líquor: aumento proteínas IgG, PMN e Linfócitos. Análise do fenótipo HLA-B51 e DR4
  • 19. Critérios De Classificação Da Sindrome De Behçet(SB) Em 1990, foram estabelecidos critérios de diagnóstico para esta doença, pelo Grupo Internacional de Estudos em Doença de Behçet , que em pouco tempo tornaram-se padrão para estudos clínicos no mundo todo.
  • 20. Os critérios são os seguintes: Critério 1: Ulcerações orais recorrentes (pelo menos 3 vezes dentro de 12 meses); Critério 2: Ulcerações genitais recorrentes; Critério 3: Lesões oculares (uveíte anterior e/ou posterior, células no humor vítreo ou vasculite retiniana); Critério 4: Lesões cutâneas (eritema nodoso, pseudofoliculite, lesões papulopostulares ou acneiformes);
  • 21. Critério 5: Teste de patergia positivo. Um paciente pode ser considerado portador da doença de Behçet quando houver a presença do critério 1 em associação com quaisquer dois dos demais critérios, não necessariamente de forma simultânea.
  • 22. Tratamento A causa da doença de Behçet é desconhecida, e não há um tratamento específico. Sendo realizado de acordo com os sintomas individuais. São dois tipos de doentes: - Pacientes que não precisam de tratamento do todo(menos grave); - Pacientes que necessitam de tratamento combinados por terem um envolvimento de diferentes sistemas, como, o vascular, ocular ou do SNC ( mais grave).
  • 23. Tratamento Principais medicamentos - Colchicina - Corticosteróides - Imunossupressores - Anti-agregantes e anti-coagulantes - Anti-TNFs
  • 24. Tratamento Efeitos secundários dos medicamentos - A diarreia é proveniente da colchicina. Em alguns casos pode diminuir o número de glóbulos brancos. - Os corticosteróides é o mais eficaz contra a inflamação. Tempo de duração do tratamento Geralmente a terapia com imunossupressores é interrompida após 2 anos. Mas em crianças com doença vascular ou ocular em que a remissão não é fácil de conseguir, a terapia pode durar a vida inteira.
  • 25. Tratamento O tratamento com doentes com a DB requerem um trabalho de equipe. Além de um reumatologista pediátrico, um oftalmologista e um hematologista devem também ser incluídos no grupo. A família do paciente e ele próprio devem estar sempre em contato com o médico e o centro que os acompanham.
  • 26. Conclusão Por ter uma etiologia duvidosa a Síndrome de Behçet, tem que ser tratada a partir do momento que for diagnosticada, mas não esquecendo que todos os protocolos de tratamento têm suas indicações e contra-indicações. O paciente portador da SB tem que ser atendido por uma equipe multidisciplinar. Apesar de rara em nosso meio, é importante que o clínico conheça as manifestações da DB, para que se possa aventar essa hipótese diagnóstica.
  • 27. Importância do nutricionista: O nutricionista exerce papel importante nesta patologia, uma vez que os pacientes diagnosticados com a SB necessitam de alguns cuidados com a alimentação. Evitar a ingestão de alguns produtos alimentares que facilitem o aparecimento das aftas.
  • 28. Importância do farmacêutico O farmacêutico tem papel de destaque junto ao paciente no tratamento da SB, funcionando como elo de ligação entre o médico e o paciente. Ajuda a entender a prescrição da receita, orientando sobre a forma correta de utilização do remédio.
  • 29. Importância do Biomédico: O biomédico auxilia o médico no diagnóstico da SB, uma vez que é este profissional quem realiza os exames de imagens e laboratoriais solicitados pelo médico.