Kardec discute a pluralidade das existências. É um tema fundamental dentro da doutrina Espírita.
A reencarnação é um dos princípios fundamentais da doutrina espírita. Perpassa toda a sustentação filosófica, religiosa e científica da doutrina.
É um conteúdo rico e profundo.
O processo reencarnatório é a maior demonstração do amor de Deus para com as suas criaturas. É a infinitude do amor de Deus.
A reencarnação é uma oportunidade de aprendizado, de evoluirmos, de crescermos enquanto Espíritos, enquanto criaturas de Deus.
As dificuldades da vida são instrumentos de aprendizado utilizados pela Lei Divina para promover a evolução e são de acordo com as necessidades de cada um, conforme as escolhas feitas por cada um, sejam elas boas ou más.
Capitulo v consideracoes sobre a pluralidade das existencias
1. CAPÍTULO V: CONSIDERAÇÕES SOBRE A PLURALIDADE DAS
EXISTÊNCIAS
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pluralidade-das-existencias
OBS: Os números destacados ao lado do texto referem-se às telas a cada tela apresentada no slide exposto
no seguinte endereço: https://pt.slideshare.net/MartaMiranda6/25-consideracoes-sobre-a-pluralidade-das-
existencias
COMENTÁRIOS:
Kardec discute a pluralidade das existências. É um tema fundamental
dentro da doutrina Espírita.
A reencarnação é um dos princípios fundamentais da doutrina espírita.
Perpassa toda a sustentação filosófica, religiosa e científica da doutrina.
É um conteúdo rico e profundo.
Não temos aintenção de aprofundar nenhuma das questões,mas temos
a necessidade de discuti-las de forma mais ampla.
222 – O dogma da reencarnação, dizem certas pessoas, não é novo,
pois foi tomado de Pitágoras. Jamais dissemos que a Doutrina Espírita é
invenção moderna; o Espiritismo, decorrendo de uma lei natural, deve existir
desde a origem dos tempos e nos esforçamos sempre em provar que se
encontram traços dele desde a mais alta antiguidade. Pitágoras, como
sabemos, não é o autor do sistema da metempsicose, pois o tomou dos
filósofos indianos e dos meios egípcios, onde existiu desde tempos
imemoriais.
COMENTÁRIOS:
Pitágoras foium importante matemático e filósofogrego (570à496 a.C.).
Como todos os grandes filósofos gregos, Pitágoras excursionou pelos
domínios do Espírito.Concebeua imortalidade da alma e as vidas sucessivas.
A doutrina espírita não criou a ideia da reencarnação. Ela faz parte de
várias crenças de diversos povos. Várias religiões da humanidade tem a
reencarnação em seus dogmas.
Portanto, desde tempos imemoriais, o ser humano possui a ideia da
reencarnação.
Atualmente, se algumas pessoas continuam a negar a existência da
reencarnação, por outro lado ninguém (nenhum cientista) é capaz de provar a
não existência da reencarnação.
Há uma infinidade de comprovações que não nos deixam dúvidas.
Filme: Minha vida na outra vida.
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2. A ideia da transmigração das almas era, pois, uma crença comum,
admitida pelos homens mais eminentes. Por que meio chegou até eles? Pela
revelação ou pela intuição? Não sabemos, porém, qualquer que seja, uma
ideia não atravessa os tempos e é aceita por inteligências destacadas, sem
ter um lado sério. A antiguidade dessa doutrina seria, pois, antes uma prova
que uma objeção. Todavia, como se sabe igualmente, há entre a
metempsicose dos antigos e a doutrina moderna da reencarnação, esta
grande diferença que os Espíritos rejeitam de maneira absoluta: a
transmigração da alma do homem para os animais e dos animais para o
homem.
COMENTÁRIOS:
A metempsicoseé ensinada diferente do que ensina a doutrina Espírita.
Ela admite que o Espírito de um homem possa em uma vida futura vir
reencarnar nos demais reinos da natureza, como em um corpo de um animal
ou nos vegetais. Isso a doutrina Espírita não admite
A doutrina Espírita nos esclarece que o caminho da vida é ascendente.
Todas as criações de Deus passam pela evolução. Não há retrocesso na
caminhada da criatura. Se já se conquistou a condição hominal, conquistoua
razão, não irá mais retornar para uma experiênciaanimal. Isso não é possível.
Não há retrocesso.
Reino mineral – Princípio espiritual no reino vegetal – experiências no
reino animal – Princípio espiritual se individualiza e entra no reino hominal
(pensamento contínuo e livre arbítrio - razão).
Os Espíritos, ensinando a doutrina da pluralidade das existências
corporais, renovam, pois, uma doutrina que nasceu nas primeiras idades do
mundo e que se conservou até os nossos dias no pensamento íntimo de
muitas pessoas.
COMENTÁRIOS:
Desde tempos imemoriais há a ideia do retorno em novos corpos.
Provavelmente, desde o princípio da consciência (Australopitecos). Quando
começam a ter a preocupação de enterrar os corpos, fornecendo um destino
digno à matéria daqueles que partiram.
Os povos do mundo inteiro têm em seu íntimo a ideia da reencarnação.
Ex: Os aborígenesdaOceania,os povos daÁfrica,os indianos,os índios
da América.
A doutrina espírita sistematiza (organiza), codifica os conhecimentos
acerca da reencarnação e da espiritualidade,fundamentando dentro da lógica
factual e racional essa crença.
Apresentam-na apenas sob um ponto de vista mais racional, mais
conforme com as leis progressivas da Natureza e mais em harmonia com a6
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3. sabedoria do Criador, despojada dos acessórios da superstição. Uma
circunstância digna de nota é que não foi somente neste livro que eles a
ensinaram nos últimos tempos. Antes da sua publicação numerosas
comunicações da mesma natureza foram obtidas, em diversos países, e
depois se multiplicaram consideravelmente. Seria o caso de examinarmos,
aqui, porque todos os Espíritos não parecem de acordo com este ponto; isto
faremos mais tarde.
COMENTÁRIOS:
Kardec analisava todas as questões que os Espíritos procurando
explicar todas as argumentações que podem negar essas questões.
Em tudo na vida há posições contrárias. Os questionamentos são
importantes para refletir, para buscar provas, para crescer, para buscar a
verdade. A busca do conhecimento faz parte da alma humana, necessária
para a evolução. É questionando que aprendemos.
Buscamos uma compreensão da reencarnação. Na antiguidade era a
maneira como os povos a compreendia, a transmigração da alma através da
metempsicose, pois ainda não havia um estudo sobre a evolução do Espírito
e a sua correlação com as diversas oportunidades de experiência nos reinos
da natureza.
A doutrina Espíritavem esclarecerde formabem racional como ocorre a
Lei Divina, como é a criação, a escala evolutiva, nos mostrando que não há
involução, retrocesso. A caminhada é sempre para frente.
Examinemos o assunto sob um outro ponto de vista, e, abstração feita
de toda a intervenção dos Espíritos, deixemo-los de lado por enquanto;
suponhamos que esta teoria não foi ensinada por eles e mesmo que ela não
foi, jamais, por eles cogitada. Coloquemo-nos, momentaneamente, em um
terreno neutro, admitindo o mesmo grau de probabilidade para uma e outra
hipótese,a saber: a da pluralidade e da unidade das existências corpóreas,e
vejamos para qual delas nos guiará a razão e o nosso próprio interesse.
COMENTÁRIOS:
Vamos considerar que os Espíritos nunca tenham falado sobre a
reencarnação e perguntamos para nós mesmos. Para que lado o nosso
sentimento,pensamento,entendimento irá indicar: pluralidade ou unidade das
existências?
Certas pessoas repelem a ideia da reencarnação pormotivos apenas da
sua conveniência, dizendo acharem bastante uma só existência e que não
gostariam de recomeçar outra semelhante; reconhecemos que o simples
pensamento de que tenham de reaparecer sobre a Terra, as faz pularem de
furor. Temos só uma coisa a lhes perguntar: é se pensam que Deus pediu
seus conselhos e consultou seu gosto para regular o Universo. Ora, de duas
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4. coisas, uma: ou a reencarnação existe, ou não existe; se existe, embora os
contrarie, será preciso suportá-la sem que Deus tenha que lhes pedir
permissão para isso. Parece-nos ouvir um doente dizer: “Já sofri demais hoje
e não quero mais sofrer amanhã”. Qualquer que seja a sua irritação, ela não
o ajudará a sofrermenos amanhã e nos dias seguintes,até que esteja curado;
portanto, se eles devem tornar a viver corporalmente, eles viverão, eles se
reencarnarão; protestarão inutilmente, como uma criança que não quer ir à
escolaou um condenado que não quer ir para a prisão, pois é necessário que
passem por ela. Semelhantes objeçõessão muito pueris para merecerem um
exame mais sério. Diremos, entretanto, para os tranquilizar, que a doutrina
espírita sobre a reencarnação não é tão terrível como imaginam, e se a
tivessem estudado a fundo não ficariam tão assustados. Saberiam que as
condições dessa nova existência dependem deles; ela será feliz ou infeliz
segundo o que tiverem feito neste mundo, e podem, a partir desta vida, se
elevarem tão alto que não temerão mais a queda no lodaçal.
COMENTÁRIOS:
A existência ou não da reencarnação independe da vontade do homem,
faz parte da Lei divina.
São fatos que estão nas Leis da Natureza e mesmo não aceitando ou
não acreditando, esses fatos continuarão ocorrendo. A reencarnação é um
desses fatos.
Não há que se ter medo da reencarnação.
Deus nos proporciona o progresso. As provas pelas quais passamos
atualmente são resultantes das nossas ações do passado e, conforme
procedermos hoje saberemos o que virá em nosso futuro, conforme a Lei de
causa e efeito e o livre arbítrio.
Sofremos as consequências das nossas escolhas.
Se hoje passamos por alguma dificuldade é porque fizemos más
escolhas no passado.
Se eunão quero passarporsofrimentos nas existências vindouras,basta
fazer boas escolhas desde já.
As boas escolhas foram ensinadas e exemplificadas pelo nosso Mestre
Jesus. Todas estão inseridas na Lei do Amor. Plantar o bem para colher o
bem. A prática da caridade.
Quanto mais próximo estivermos dos valores cristicos, mais seremos
felizes.
Supomos que falamos a pessoas que creem em um futuro qualquer
depois da morte, e não àqueles que tomam o nada por perspectiva, ou que
pretendem afogar sua alma no todo universal, sem individualidade, como as
gotas de chuva no oceano, o que vem a ser o mesmo. Se, pois, credes num
futuro qualquer, não admitireis,sem dúvida, que ele seja o mesmo para todos,
pois,de outro modo,onde estaria a utilidade do bem? Porque se reprimir, não
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5. satisfazer todas as suas paixões, todos os seus desejos, mesmo à custa de
outros, uma vez que não teria consequência?
COMENTÁRIOS:
Não estamos falando com materialistas, nem com panteístas.
Se o meufuturo forigual ao seu,qual a necessidadede me esforçarpara
ser melhor? Independentemente de qualquer ato o resultado será o mesmo.
Isso foge da justiça divina.
Credes que este futuro será mais ou menos feliz ou infeliz segundo o
que fizermos durante a vida; tendes,pois,o desejo de que sejatão feliz quanto
possível, uma vez que deve sê-lo pela eternidade. Teríeis, por acaso, a
pretensão de serdes um dos homens mais perfeitos dos que existiram sobre
a Terra e de ter, assim, o direito de alcançar sem dificuldade a felicidade
suprema dos eleitos? Não. Admitis que há homens que valem mais que vós e
que têm direito a uma melhor situação, sem que com isso estejais entre os
condenados. Muito bem! Colocai-vos, por um instante, pelo pensamento,
nessa situação intermediária que seria a vossa, como o admitis, e supondo
que alguém venha dizer-vos:“Sofreis;não sois tão felizes como poderíeis ser,
enquanto tendes diante de vós seres que gozam uma felicidade perfeita;
quereis trocarvossaposição comadeles?” – Sem dúvidadireis,“que é preciso
fazer?” – Menos que nada, recomeçar o que fizestes mal e procurar fazer
melhor. – Hesitaríeis em aceitar mesmo ao preço de várias existências de
provas? Tomemos umacomparação mais prosaica.Se aum homem que,sem
estar entre os últimos dos miseráveis, sofre privações em consequência da
escassez de seus recursos, viessem dizer: “Eis uma imensa fortuna de que
podeis gozar, sendo necessário, para isso, trabalhar arduamente durante um
minuto”. Fosse ele o mais preguiçoso da Terra e diria sem hesitar: –
“Trabalhemos um minuto, dois minutos, uma hora, um dia se for preciso;que
importa isso se vou terminar minha vida na abundância?” Ora, o que é a
duração da vida corpórea em confronto com a eternidade? Menos que um
minuto, menos que um segundo.
COMENTÁRIOS:
No campo das Leis Divinas a meritocracia se estabelece.
E qual o pai dentre vós que, se o filho lhe pedir pão, lhe dará uma
pedra? Ou, se lhe pedir peixe, lhe dará por peixe uma serpente? (Lc 11:11)
Parábola dos talentos.
O processo reencarnatório é a maior demonstração do amor de Deus
para com as suas criaturas. É a infinitude do amor de Deus.
A reencarnação é uma oportunidade de aprendizado, de evoluirmos, de
crescermos enquanto Espíritos, enquanto criaturas de Deus.
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6. As dificuldades da vida são instrumentos de aprendizado utilizados pela
Lei Divina para promover a evolução e são de acordo com as necessidades
de cada um, conforme as escolhas feitas por cada um, sejam elas boas ou
más.
Essa comparação de Kardec é interessante, pois do ponto de vista
espiritual que almejamos é exatamente isso que acontece,porque o tempo de
vida na matéria, o tempo de vida em uma encarnação considerando a nossa
existência espiritual é menos que um minuto.
O sofrimento em uma reencarnação por maior que pareça ser é quase
nada diante da eternidade. Basta que utilizemos melhor as nossas vidas, ao
realizar nossas escolhas, procuremos os ensinamentos de Jesus, os
exemplos de Jesus.
Raciocinemos desta maneira: Deus, que é soberanamente bom, não
pode imporao homem o recomeço de uma série de misérias e de tribulações.
Concluiremos,por acaso, que há mais bondade em condenar o homem a um
sofrimento perpétuo poralguns momentos de erro, antes que lhe dar os meios
de reparar suas faltas?
COMENTÁRIOS:
Na doutrina da Reologia tradicional, ao final de uma existência estará
definitivamente deliberada a felicidade eterna ou o sofrimento eterno.
Uma existência única com erros implicará numa condenação eterna,
sem possibilidades de reparação.
A outra opção são os meios de se reparar as próprias faltas.
Essa segunda opção em que Deus nos fornece as oportunidades para
repararmos os nossos erros vai ao encontro com o que Jesus nos ensinou
através do perdão.
Devemos perdoar infinitas vezes.
Se Jesus nos ensinou que devemos perdoarinfinitamente, porque Deus
faria diferente? Se Ele é perfeito, é a suprema bondade, a Justiça divina.
“Dois fabricantes tinham, cada um, um operário que podia aspirar a vir a
ser o sócio do patrão. Ora, aconteceu que esses dois operários empregaram
uma vez muito mal a sua jornada de trabalho e mereceram ser despedidos.
Um dos dois fabricantes despediuseuoperário,malgrado suas súplicas,e ele,
não tendo encontrado trabalho, morreu de miséria. O outro disse ao seu:
perdeste um dia e me deves outro em compensação. Executaste mal o teu
trabalho e me deves a reparação. Eu te permito recomeçar;trata de executá-
lo bem e eu te conservarei, podendo ainda aspirar sempre à posição superior
que te prometi.” Há necessidadede se perguntar qual dos dois fabricantes foi
mais humano? Será Deus, a própria clemência, mais impiedoso que um
homem?
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7. COMENTÁRIOS:
Compensando o dia perdido, reparando a falha, continuará o trabalho
com a proposta de ascensão.
Qual dos dois foi mais humano?
Se nós seres imperfeitos, conseguimos uma solução melhor, Deus em
sua Perfeição Absoluta não estaria nos fornecendo todas as oportunidades
que necessitarmos?
Um dos atributos de Deus é a bondade.
A bondade divina se expressaem nos oportunizaro recomeço reparando
os erros,nos dando novas oportunidades de acertarmos.O instrumento desse
recomeço é a reencarnação.
O pensamento de que nosso destino está fixado para sempre em razão
de alguns anos de provas, ainda mesmo quando não tenha dependidode nós
alcançarmos a perfeição sobre a Terra, tem qualquer coisa de doloroso,
enquanto que a ideia contrária é eminentemente consoladora:ela nos deixa a
esperança. Assim, sem nos pronunciarmos pró ou contra a pluralidade das
existências, sem admitir uma hipótese à outra, diremos que, se podemos
escolher, não existe ninguém que prefira um julgamento sem apelação.
COMENTÁRIOS:
Se nós já conseguimosfazero bem uns pelos outros, com certeza Deus
faz bem melhor.
A pluralidade das existências vem confirmar a bondade de Deus em não
nos condenar indefinidamente poralgo que fizemos em umaúnica experiência
de vida que representa um milésimo de segundo diante da eternidade.
Um filósofo disse que se Deus não existisse seriapreciso inventá-lo para
felicidade do gênero humano; poder-se-ia dizer o mesmo da pluralidade das
existências. Mas, como dissemos, Deus não nos pede permissão, não
consulta nosso gosto; isto é, ou não é. Vejamos de que lado estão as
probabilidades e tomemos a questão sob outro ponto de vista, sempre
abstração feita do ensinamento dos Espíritos e unicamente como estudo
filosófico.
COMENTÁRIOS:
Kardec busca a compreensão dos fatos sobre todos os pontos de vista
para só depois buscar as conclusões plausíveis.
Se não há reencarnação, não há senão uma existência corporal, isto é
evidente.Se nossaatual existênciacorporalé a única, a alma de cada homem
é criada no seu nascimento, a menos que se admita a anterioridade da alma,
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8. caso em que se perguntaria o que era a alma antes do seu nascimento e se
esse estado não consistiria, de alguma forma uma existência. Não há meio-
termo: ou a alma existia ou não existia antes do corpo;se ela existia antes do
corpo, qual era a sua situação? Tinha, ou não, consciênciade si mesma? Se
não tinha consciência é como se não existisse. Se tinha sua individualidade,
era ela progressivaou estacionária? Num ou noutro caso, em que grau estava
ao tomar o corpo?
COMENTÁRIOS:
Kardec colocaa seguinte situação: Uma única existência, mas a alma já
existia antes do nascimento. O que seria a alma antes de nascerem?
Ou a alma existia ou não existia antes do corpo.
Penso, logo existo (Descartes)
Todas essas questões respondem por que as pessoas ao nascer são
diferentes umas das outras. Essas questões são transversais à diversidade
dos seres humanos.
Admitindo, de acordo com a crença vulgar, que a alma nasce com o
corpo,ou, o que vem a ser o mesmo,que antes da encarnação ela não tinha
senão faculdades negativas, colocamos as seguintes questões:
1 – Por que a alma mostra aptidões tão diversas e independentes das ideias
adquiridas pela educação?
COMENTÁRIOS:
Se a educação é mais ou menos padronizada dentro da sociedade,por
que saímos tão diferentes na conclusão do processo educativo? Por que
somos tão diferentes no seio familiar?
2 – De onde vem a aptidão extranormal, de certas crianças de tenra idade por
tal arte ou tal ciência, enquanto outras se conservam inferiores ou medíocres,
por toda a vida?
COMENTÁRIOS:
Ex: Mozart
3 – De onde provêm, para alguns, as ideias inatas ou intuitivas que não
existem em outros?
4 – De onde vêm, para certas crianças, os instintos precoces de vícios ou de
virtudes, os sentimentos inatos de dignidade ou de baixeza, que contrastam
com o meio em que nasceram?
5 – Por que certos homens, abstração feita da educação, são uns mais
avançados que outros?
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9. 6 – Por que há selvagens e homens civilizados? Se tomardes uma criança
hotentote recém-nascidae a educardes nas melhores escolas,fareis dela, um
dia, um Laplace ou um Newton?
Perguntamos: qual é a filosofia ou a teosofia capaz de resolver estes
problemas? Não resta dúvida que ou as almas são iguais ao nascerem ou são
desiguais. Se são iguais, por que aptidões tão diversas? Dir-se-ia que isto
depende do organismo? É, então, a doutrina mais monstruosa e mais imoral.
O homem não é mais que uma máquina, joguete da matéria, sem
responsabilidade dos seus atos, podendo tudo repelir em razão de suas
imperfeições físicas. Se elas são desiguais é que Deus as criou assim; mas,
então, por que a superioridade inata concedidaa algumas? Esta parcialidade
está conforme a sua justiça e o amor igual que ele tem a todas as suas
criaturas?
COMENTÁRIOS:
Qualquer ideia que tente explicar a diversidade dos seres humanos que
não seja pela pluralidade das existências vai de encontro aos princípios de
bondade e de justiça de Deus.
Com essaanálise bem colocadapor Kardec,considerara unicidade das
existências fica muito difícil concebermos a justiça divina. Há muitas
diferenças entre nós ao nascermos.
Kardec expõe as diferenças de aptidões, de capacidades de
aprendizagem, mas há as diferenças de oportunidades que a vida dá a cada
um de nós. Uns pobres,outros ricos,uns enfermos,outros saudáveis, uns em
famílias equilibradas, voltadas aos valores humanos e espirituais, outros em
famílias desestruturadas emocionalmente e espiritualmente.
Onde estaria a justiça divina, se todos nós fôssemos criados ao nascer?
O que justificaria essas diferenças? O criador estaria dando privilégios a uns
em detrimento de outros.
A justiça divina só pode serconcebidase tivermos por base a existência
anterior da alma e uma história já construída por ela, englobando os débitos,
o s méritos e todo o aprendizado.
Admitamos, ao contrário, uma sucessão de existências anteriores
progressivas e tudo estaráexplicado.Os homens trazem,ao nascer, a intuição
do que aprenderam antes. São mais ou menos avançados segundo o número
de existências que viveram, segundo estejam mais ou menos distantes do
ponto de partida; absolutamente como numa reunião de indivíduos de todas
as idades,cada um terá um desenvolvimento proporcionalao número de anos
que tenha vivido. As existências sucessivas serão,para a vida da alma, o que
os anos são para a vida do corpo.Reuni, um dia, mil indivíduos de um a oitenta
anos; suponde que um véu caia sobre todos os dias que precederam e que na
vossa ignorância os creiais nascidos no mesmo dia; perguntareis,
naturalmente, porque uns são grandes e outros pequenos,uns velhos e outros
jovens, uns instruídos e outros ainda ignorantes; mas se a nuvem que oculta
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10. o passado vem a se dissipar, compreendereis que eles viveram um tempo
mais ou menos longo, e tudo se explicará. Deus, em sua justiça, não pode ter
criado almas mais, ou menos, perfeitas; mas, com a pluralidade das
existências, a desigualdade que vemos não contraria a mais rigorosa
equidade, pois apenas vemos o presente, não o passado. Repousa este
raciocínio sobre um sistema ou uma suposição gratuita? Não, partimos de um
fato patente, incontestável:a desigualdade das aptidõese do desenvolvimento
intelectual e moral, que se encontra inexplicado em todas as teorias correntes;
enquanto que a explicação simples, natural, lógica, por uma outra teoria. É
racional preferir aquela que não explica nada a esta que explica?
Em relação à sexta questão, dir-se-á, sem dúvida, que o hotentote de
uma raça inferior; então perguntaremos se o hotentote é um homem ou não.
Se é um homem, por que Deus o fez, e à sua raça, deserdadodos privilégios
concedidos à raça caucásica? Se não é um homem, por que procurar fazê-lo
cristão? A Doutrina Espíritatem mais amplitude do que tudo isto. Segundo ela,
não há várias espécies de homens, há apenas homens cujos espíritos estão
mais ou menos atrasados, mais suscetíveis de progresso; isto não está mais
conforme a justiça de Deus?
COMENTÁRIOS:
A reencarnação explica a justiça de Deus em todas as nuances de forma
racional e compreensível para todos nós. Explica as nossas dificuldades,
sofrimentos,nossas aptidõese nos dá a esperançade que podemosconstruir
um futuro melhor para nós, já que os instrumentos de aprendizado que a vida
nos dará será de acordo com as nossas necessidades. Se seguirmos as leis
de amor que Jesus nos ensinou, não precisaremos passar por tantas
dificuldades nas vidas futuras.
Vimos a alma em seu passado e em seu presente; se a considerarmos
quanto ao seu futuro, encontraremos as mesmas dificuldades:
1– Se nossa existência atual, unicamente, deve decidir o nosso destino, qual
é, na vida futura, a posição respectiva do selvagem e do homem civilizado?
Estão eles no mesmo nível ou distanciados em relação à felicidade eterna?
2 – O homem que trabalhou toda a sua vida no seu aprimoramento está na
mesma posição daquele que permaneceu inferior, não por sua culpa, mas
porque não teve tempo, nem possibilidade de se aperfeiçoar?
3 – O homem que praticou o mal porque não pôde se esclarecer,seráculpado
de um estado de coisas que não dependeu dele?
4 – Trabalha-se para esclarecer,moralizar e civilizar os homens. Mas por um
que se esclarece, há milhões que morrem, cada dia, antes que a luz chegue
até eles.Qual o destino destesúltimos? São tratados comoréprobos?No caso
contrário, que fizeram para merecerem estar na mesma categoria que os
outros?
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11. 5 – Qual o destino das crianças que morrem em tenra idade,antes de poderem
fazer o bem ou o mal? Se estão entre os eleitos, por que este favor, sem
haverem nada feito para o merecer? Por qual privilégio estão isentas das
tribulações da vida?
Existe uma doutrina que possa resolver todas essas questões?
Admitias existências consecutivas e tudo se explicaráconforme ajustiça
de Deus.O que não se puder fazernuma existência,se fará em outra. É assim
que ninguém escapaà lei do progresso,em que cada um será recompensado
segundo o seu mérito real, e ninguém está excluído da felicidade suprema, a
que todos podem pretender, quaisquer que sejam os obstáculos que tenham
encontrado em seu caminho.
COMENTÁRIOS:
Jesus nos ensinou: nenhuma ovelha de meu pai se perderá.
Se todos nós chegaremos a igual destino, como entender isso na
unicidade das existências? Os ensinamentos de Jesus estariam totalmente
contrários ao ensinamento da teologia tradicional que diz que ao final da
existência, cada um de nós, de acordo com as nossas obras será separado
para o que chamam de inferno ou para o que chamam de Céu.
O fato é que se cada um de nós terá sua sorte inevitavelmente decidido
após uma reencarnação, onde se coloca a palavra de Jesus?
O bom e o mau poderá ter a mesma sorte no futuro. Aquele que já
conseguiu ser bom passará por caminhos mais amenos, não terá tanta
tribulação na vida. Aquele que ainda não conseguiudespertarparaa bondade,
passará por dificuldades, resgatará seus débitos e depois vai aprendendo a
crescerpara atingir a felicidade.Isso está mais condizente com a doutrina de
Jesus e com a justiça divina.
A reencarnação não só explica as nossas dificuldades,as diferenças ao
nascer, como também o nosso destino para o nosso futuro.
Cada um de nós receberá aquilo que plantou, colherá os frutos do seu
plantio. Mas aqueles que fizeram um mal plantio, terão as oportunidades para
retomar o seu plantio através de nova vivência corporal.
A reencarnação é o caminho da evolução do ser humano.
Essas questões poderiam ser multiplicadas ao infinito, porque os
problemas psicológicos e morais que não encontram solução, senão na
pluralidade das existências, são inumeráveis; limitamo-nos aos mais gerais.
Qualquer que ele seja,dir-se-á que a doutrina da reencarnação não é admitida
pela Igreja; isto seria, pois, a subversão da religião.
Nosso objetivo não é tratar esta questão neste momento; é-nos
suficiente o termos demonstrado que ela é eminentemente moral e racional.
Ora, o que é moral e racional, não pode ser contrário a uma religião que
proclama Deus a bondade e a razão por excelência.Que teria sido da religião
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12. se, contra a opinião universal e o testemunho da Ciência, ela se obstinasse
contra a evidência, e rejeitasse do seu seio todos os que não acreditassem no
movimento do Sol e nos seis dias da Criação? Que crédito houvera merecido,
e que autoridade teria tido, entre povos esclarecidos, uma religião baseada
em erros manifestos dados como artigos de fé? Quando a evidência se
patenteou, a Igreja se colocou a seu lado. Se está provado que, sem a
reencarnação, as coisas que existem são impossíveis, se certos pontos do
dogmanão podem serexplicados senão por este meio, é preciso admitir-se e
reconhecer-seque o antagonismo destadoutrinae dessesdogmas não é mais
que aparente. Mais tarde mostraremos que a religião está menos distanciada
do que se pensa, destadoutrina, e que não sofreriamais do que já sofreucom
a descoberta do movimento da Terra e dos períodos geológicos que, à
primeira vista, pareceram desmentir os textos sagrados.
O princípio da reencarnação ressalta, aliás, de várias passagens das
Escrituras e se encontra notavelmente formulado, de maneira explícita no
Evangelho:
“Quando desciam do monte (após atransfiguração), Jesus lhes ordenou,
dizendo: A ninguém conteis do que acabais de ver, até que o Filho do homem
seja ressuscitado de entre os mortos.Os seus discípulos então o interrogaram
dizendo: Por que, pois, dizem os escribas que é preciso que Elias venha
primeiro? Mas Jesus lhes respondeu: Em verdade, Elias virá primeiro, e
restabelecerá todas as coisas. Mas declaro-vos que Elias já veio, e não o
conheceram, mas fizeram-lhe sofrer tudo o que quiseram. Assim farão eles
também morrer o Filho do homem. Então entenderam os discípulos que lhes
falara de João Batista” (São Mateus, cap. XVII).
Uma vez que João Batista era Elias, há, pois, uma reencarnação do
Espírito ou da alma de Elias no corpo de João Batista.
Qualquer que seja, de resto, a opinião que se tenha sobre a
reencarnação, que se a aceite ou não, se existe deve ser suportada, não
obstante toda a crença em contrário. O ponto essencialé que o ensinamento
dos Espíritos é eminentemente cristão: apoia-se na imortalidade da alma, nas
penas e recompensas futuras, na justiça de Deus, no livre-arbítrio do homem,
na moral do Cristo, não sendo, portanto, antirreligioso.
COMENTÁRIOS:
Jesus nos ensinou acerca da reencarnação. Além dessa passagem da
transfiguração (de Elias e João Batista), há outras passagens dos
ensinamentos de Jesus que também nos levam à reencarnação.
Se João Batista era Elias isso só poderia se dar pela reencarnação.
(Verificar livro Aroldo Dutra)
Raciocinamos, como o dissemos, abstração feita de todo ensinamento
espírita– que para certas pessoas não tem autoridade – que, se nós, e tantos
outros, adotamos a opinião da pluralidade das existências, não é só porque
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13. ela nos veio dos Espíritos, mas porque nos pareceu a mais lógica e a única
que resolveu essas questões, até então insolúveis.
Viesse ela de um simples mortal e a teríamos adotado da mesma forma
e não hesitaríamos mais tempo em renunciar às nossas próprias ideias. Do
momento que um erro está demonstrado, o amor-próprio tem mais a perder,
que a ganhar, se se obstina em uma ideia falsa.
Do mesmo modo nós a teríamos repelido, embora vinda dos Espíritos,
se nos parecesse contrária à razão, como repelimos tantas outras, porque
sabemos porexperiênciaque não é preciso aceitarcegamente tudo o que vem
deles, como aquilo que vem da parte dos homens. Seu primeiro título, para
nós, antes de tudo, é de ser lógico, mas existe outro que é de ser confirmado
pelos fatos:fatos positivos,e,porassim dizer, materiais, que um estudo atento
e racional pode revelar a qualquer um que se dê ao trabalho de observar com
paciência e perseverança, na presença daqueles que não permitem mais a
dúvida. Quando esses fatos se popularizarem como os da formação e do
movimento da Terra, será necessário reconhecer a evidência, e os seus
opositores terão gasto em vão os argumentos contrários. Reconheçamos,
pois, em resumo, que a doutrina da pluralidade das existências é a única que
explica isto que, sem ela, é inexplicável; que ela é eminentemente
consoladora,conforme amais rigorosajustiça e é, para o homem,a âncora de
salvação dada por Deus em sua misericórdia.
As próprias palavras de Jesus não podem deixar dúvidas a respeito.
Eis o que diz no Evangelho segundo São João, capítulo III:
“Jesus,respondendo a Nicodemos,disse:Em verdade, em verdade te
digo, que se um homem não nascer de novo, não pode ver o reino de Deus.
Disse-lhe Nicodemos: Como pode um homem nascer, sendo velho?
Pode tornar a entrar no ventre de sua mãe, e nascer uma segunda vez?
Jesus respondeu: Em verdade, em verdade te digo que se um homem
não nascer da água e do Espírito,não pode entrar no reino de Deus. O que é
nascido da carne é carne, e o que é nascido do Espírito é espírito. Não te
espantes do que te disse: É preciso que nasçais de novo.” (Ver a seguir o
artigo Ressurreição da carne, item 1010).
COMENTÁRIOS:
A lógica da vida nos mostra que a reencarnação é da justiça divina. Só
ela pode nos fornecer uma melhor compreensão dos entendimentos daquilo
que Jesus nos ensinou e da Lei do criador.
Esse diálogo entre Jesus e Nicodemos (Jo 3:1-12) é outra passagem
que nos comprovaos ensinamentos de Jesus na lei da reencarnação. A igreja
explica o renascimento pelo batismo, mas Jesus foi explícito,o que nasce da
carne é carne – o corpo provém do corpo,que é concebido acadanascimento.
O que nasce do Espírito é Espírito – o Espírito não provém da concepção do
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14. corpo, mas do próprio Espírito que já existia antes de nascer. Renascer da
água e do Espírito.A água é o princípio material. Desde de Gênesis – Cap. 01
até no Evangelho, a água sempre foi apresentada como princípio material
representando o corpo, o Espírito é o princípio inteligente, formando a
necessidade dareencarnação para que todos possam buscara sua evolução.
Renascerde novo – a reencarnação – esse é o grande caminho para a
evolução do Espírito.
15. REFERÊNCIAS:
KARDEC, Allan. O Evangelho Segundo o Espiritismo. Tradução de
Salvador Gentile. 365ª Ed. Araras – SP: IDE, 2009.
KARDEC, Allan. O Livro dos Espíritos. Tradução de Salvador Gentile. 182ª
Ed. Araras – SP: IDE, 2009.
https://www.bibliaonline.com.br/
http://www.olivrodosespiritoscomentado.com/questoes.html
https://www.youtube.com/user/livrodosespiritos/videos
https://www.youtube.com/watch?v=4xRhAKctMo8&list=PLI-
OgasY7T5tz8FFyT2yr5aKTPbavF7by&index=111