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                                             TV digital

                  Ana Paula Teixeira*, Ana Valéria Moura*, Marília Lessa*

                      *Graduandas em Biblioteconomia e Documentação
         Instituto de Ciência da Informação - Universidade Federal da Bahia (UFBA)
         Av. Reitor Miguel Calmon, s/n, Canela – 40110-100– Salvador – BA – Brasil

                 atanateixeira@gmail.com, anavaleria_131@hotmail.com,
                                lessa.marilia@gmail.com




Resumo: Aborda a evolução dos aparelhos televisivos e seu modo de transmissão a partir do ponto de vista
social, tecnológico e econômico. Observa-se uma quebra de paradigmas devido ao rompimento da tecnologia
analógica para digital. O presente trabalho esclarece diferenças entre os sinais de transmissão e os novos
aparelhos de TV, que a princípio parecem ser todos iguais, porém este artigo trás informações específicas de
como diferenciar cada um de acordo com as tecnologias utilizadas para sua fabricação, assim como, aponta as
vantagens e desvantagens visando sua aquisição. Ao tempo que é mostrado o Brasil despontando neste âmbito
tecnológico, criando softwares para proporcionar a interatividade entre os usuários e os programas televisivos
disponibilizados pelas emissoras. Todavia um novo cenário é traçado, o telespectador deixa de ser um mero
individuo passivo à programação disponíveis pela emissora de televisão e passa a ser um agente participativo.
Contudo mostra que a inserção da TV digital no Brasil trás para a população benefícios mercadológicos,
fortalecimento da indústria e oferece novos mecanismos de suporte a cultura, educação e saúde.

Palavras-chave: Televisão; TV digital; Interatividade.

1 Introdução
    A televisão surgiu como meio de propagar a informação e trazer entretenimento para
a sociedade. Contudo fatores como o crescimento da indústria, o êxodo rural, e a sede da
população em ter contato com outras culturas fizeram com que a televisão se propagasse
constituindo novos valores sociais. A TV criou a chamada “cultura de massa” pois permite
que várias pessoas de diferentes etnias, religião ou crença vejam a mesma coisa e ao mesmo
tempo, logo percebe-se que a televisão possibilitou um fluxo mais rápido da informação.
       O artigo reúne informações sobre a história da televisão no mundo e no Brasil,
contextualizando a evolução do aparelho e da transmissão ao longo do século XX.
O paradigma da TV digital é foco desse trabalho. O estudo pautou na descrição dos novos
aparelhos televisos, a característica do sinal digital e sua diferença em relação ao analógico,
os padrões existentes no mundo e o adotado no Brasil e o impacto socioeconômico dessa
nova tecnologia no país.
    Para o desenvolvimento dessa pesquisa contamos com o apoio do Prof. Dr. Celso Saibel
da Universidade Federal da Bahia. O pesquisador disponiblizou referências de seus estudos
e explicou como funciona essa tecnologia e qual o seu futuro para a nação. Saibel destacou
os seguintes benefícios na adesão da TV digital: o fortalecimento da indústria, a formação
de pessoal especializado, novas oportunidades de trabalho, a possibilidade de estender a
inclusão digital a toda população e o acesso a uma rede universal de ensino a distância com
significante impacto educacional e cultural.
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2 Histórico
    A história da televisão remonta o século o final do século XIX e início do século XX.
Esse invento contou com a colaboração de diversos colaboradores. Na década de 1920
dois sistemas foram desenvolvidos para televisão – mecânico e o eletrônico. Em 1928 John
Baird construi a primeira televisão mecânica para câmaras de televisão baseado no disco de
Nipkow inventado por Vladimir Zworykin. Esse sistema era composto por uma lâmpada e
um disco igual ao primeiro que girava à mesma velocidade. A Luz produzida pela lâmpada
variava de acordo com a intensidade da corrente recebida, produzindo assim a imagem
original.
     A televisão eletrônica é o modelo atual que utiliza os raios catódicos obtido com
kinoscópio. Este aparelho foi desenvolvido em 1923. A televisão mecânica foi posta de lado
em 1930.
   A Segunda Guerra Mundial impulsionou o aprimoramento da TV e é desse período o
surgimento da televisão a cores. O surgimento das emissoras também é dessa época. Canais
como a BBC, CBS e CGT abriam as portas para a transmissão de programas e eventos
esportivos. Houve melhora na rede de transmissão que passou de 60 linhas para até 405.
   No Brasil a TV foi introduzida em 1950 por Assis Chateaubriand também criador da
primeira emissora de televisão.

2.2 Impacto social
    A televisão é considerada um aparelho multimídia por acoplar várias funções entre elas:
som, leitura, visão, escrita entre outros. O surgimento desse invento no início do século XX
abalou a forma de transmissão da informação que até aquele momento era feita pelo rádio e
pela escrita.
   Existem várias correntes ideológicas que estudam o impacto da televisão na humanidade.
Algumas enfatizam os malefícios e outras os benefícios. Filósofos como Pierre Bourdieu
(1997) afirma “que a televisão é o pior mal da civilidade, onde é impossível pensar; é o
cenário do espetáculo incessante, onde a comunicação morre em prol do contato, e onde o
real se esvai na auto-preferência do meio”. Contudo podemos citar benefícios como: levar
a informação a lugares longínquos, educação à distancia – tele aula, geração de emprego,
fortalecimento da pesquisa.

4. Tipos de transmissão
   A transmissão ou difusão é o envio de conteúdo seja ele em áudio, vídeo ou dados de um
provedor para outros pontos, neste caso os receptores e logo depois os espectadores. Os
meios de difusão mais comuns são o via satélite, cabo e radiodifusão (chamado também
de difusão terrestre). A principal vantagem do uso de cabos é a boa largura de banda para
o canal de difusão e para o canal de retorno, facilitando a interação entre telespectador e o
provedor do serviço, mas a grande desvantagem do uso de TV a cabo é que á transmissão só
alcança as residências que estão interligadas fisicamente.
    O uso da difusão por satélite tem com vantagem o alcance do sinal que pode alcançar os
lugares mais remotos do Planeta, não possui grandes custos, no entanto, esse meio de difusão
apresenta dificuldade de estabelecer um canal de retorno entre o telespectador e o provedor.
   A difusão terrestre apresenta como vantagem o fato deste meio ser usado atualmente pelos
televisores convencionais, assim é possível estabelecer a migração entre telespectador de TV
convencional para a TV digital interativa. E tem como desvantagens o fato de possuir menos
largura de banda disponível, logo a quantidade de canais e serviços interativos é menor que
os outros tipos de difusão, e assim como nos satélite neste tipo de difusão há problemas coma
questão do retorno.
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4.1 Sinal analógico x Sinal digital
  Pode-se ressaltar como diferenças entre o sinal analógico e o sinal digital o fato de que um
é passível de interferência (ruído aleatório) e o outro não tem perda.
Para o sinal analógico quanto mais o sinal for copiado e transmitido, e quanto maior
for à distância do sinal, mais ruído terá sobre o sinal original, resultando em distorção,
interferência e até a total perda do sinal. Todavia, o sinal digital pode ser copiado,
armazenado, reproduzido e transmitido sem perda da informação.
   O sinal Analógico ocupa uma faixa de freqüência bem maior, sua definição de imagem é
de 480 linhas horizontais com um padrão de som estéreo. Já o sinal digital possui uma taxa
de freqüência bem menor que o sinal analógico e seu formato de definição da imagem são os
mesmos da TV analógica.

5 TV a cabo
   A TV a cabo se distingue da TV aberta em vários aspectos, mas a principal diferença é o
fato da televisão a cabo ser capaz de carregar muito mais transmissões e controlar quem pode
ou não pode receber um sinal de televisão. O sinal de distribuição a cabo só é transmitido
para assinantes através de uma rede de fibra ótica ou cabos coaxiais.

6 TV por satélite
    Consiste na utilização de satélites para a transmissão do sinal da TV. A televisão por
satélite vem para solucionar os problemas referentes ao alcance e distorção da transmissão,
pois é feita através de satélites que ficam em orbita da Terra, assim há muitos mais clientes
recebendo o sinal.
    Os sistemas de televisão por satélite transmitem e recebem sinais de rádio utilizando
antenas especializadas as parabólicas de satélite.
Veja a figura abaixo:




                                         Figura1: Os componentes

     Para se ter a TV por satélite é necessário comprar a parabólica e o receptor, estes
equipamentos dá aos clientes – espectadores as ferramentas para captar estações estrangeiras,
transmissões ao vivo e diversas outras coisas transmitidas por meio de satélites. Estes
serviços da TV por satélite proporcionam aos seus clientes uma programação exclusiva que
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não se destinava necessariamente às audiências de massa.
  As funções básicas dos equipamentos de transmissão e recepção são:
   ● Satélites: recebem os sinais da estação de transmissão e o retransmitem para o
       solo.
   ● Parabólica: capta o sinal do satélite (ou múltiplos satélites na mesma região do
       céu) e o envia para o receptor na casa do espectador.
   ● Receptor: processa o sinal e o envia para um aparelho de televisão comum.

 7. TV digital
    A TV digital é uma evolução da TV analógica, proporcionando uma melhoria na
qualidade das transmissões de vídeo e áudio e, além de oferecer interatividade com os
telespectadores, recepção do sinal em aparelhos móveis e a possibilidade de uma mesma
emissora transmitir, em um único canal, diversos programas. A transmissão de sinais é de
forma digital, um sistema que aumenta a garantia de resultados da imagem e som de melhor
qualidade para o telespectador.
    Trata-se de uma nova plataforma de comunicação baseada em tecnologia digital para
transmissão de sinais. Há a combinação de características tradicionais da TV analógica
com algumas funcionalidades de um computador pessoal, logo, será possível acessar a rede
mundial de computadores a partir de um aparelho de televisão.

 8. Padrões da Tv digital Japão x EUA e Europa
    Existem três padrões mundiais de sistema de televisão digital o DVB (Digital Video
Broadcasting) padrão europeu, o ATSC (Advanced Television Systems Committee) padrão
americano e o ISDB (Integrated Services Digital Broadcasting) padrão japonês.
Estes padrões adotam diferentes características para modulação para o sinal de difusão.
Observe as características de cada padrão abaixo:
    ● Padrão ATSC – Estados Unidos: Apresenta flexibilidade em termos de resolução
        de imagem, se preocupando com uma televisão de alta definição, no entanto, não
        permite aplicações móveis e portáteis, devido a uma série de fatores tais como:
        modulação, entrelaçamento temporal e inflexibilidade na configuração dos parâmetros
        de transmissão.
    ● Padrão DVB – União Européia: Privilegia a múltipla programação, a interatividade
        e novos serviços. Apresenta mobilidade de transmissão sem grandes diferenciais para
        a qualidade obtida nos aparelhos analógicos. Comporta transmissão em dispositivos
        móveis, no entanto, não funciona satisfatoriamente, principalmente no modo
        hierárquico, quando transmite ao mesmo tempo para televisão em alta definição e
        sistemas móveis.
    ● Padrão ISDB – Japão : É considerado o mais avançado, pois possui alta definição,
        mobilidade e flexibilidade, logo se adequa a recepção portátil de dados e imagens.
        Este padrão tem uma intensa convergência, suporta modulação digital de alta
        qualidade e engloba conceitos de alta definição. Possibilita uma gama de serviços,
        confere benefícios aos radiofusores e fabricantes de receptores.

8.1 SBTVD – Sistema Brasileiro de Televisão Digital
   O sistema de brasileiro de televisão aberta pode ser considerado um dos maiores do mundo
e, entre as características mais relevantes, podemos citar a gratuidade do acesso.
Para permitir o acesso à nova TV digital foi criado o middleware uma camada de software
responsável por manter a compatibilidade entre os sistemas computacionais e as aplicações
interativas, ele surgiu com a necessidade de resolver o problema da combinação de TV
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tradicional com a interatividade, textos é gráficos. No Brasil esta camada de software
é chamada de Ginga e tem como objetivo, dar suporte na interação dos usuários com o
conteúdo televisivo e a incorporação de funcionalidades e serviços.
      O Sistema Brasileiro de TV Digital Terrestre escolheram o padrão japonês, o ISDB
(Integrated Services Digital Broadcasting) devido principalmente a sua flexibilidade e
mobilidade, estas características abria uma leque de possibilidades e particularidades para
o desenvolvimento de aplicações interativas dentro do ambiente da TV Digital, utilizando o
middleware Ginga.
Foi lançado o decreto Nº 4.901, de 26 de novembro de 2003, que instituiu o Sistema
Brasileiro de TV Digital (SBTVD). E dentre suas leis se destacam:
    ● promover a inclusão social, a diversidade cultural do País por meio do acesso à
        tecnologia digital, visando à democratização da informação;
    ● propiciar a criação de rede universal de educação à distância;
    ● estimular a pesquisa e o desenvolvimento e propiciar a expansão de tecnologias
        brasileiras e da indústria nacional relacionadas à tecnologia de informação e
        comunicação;
    ● planejar o processo de transição da televisão analógica para a digital, de modo a
        garantir a gradual adesão de usuários a custos compatíveis com sua renda;
     É evidente que o decreto além de estabelecer diretrizes para a transição do sistema
analógico para o digital, deixa claro que o avanço tecnológico não se restringe a apenas a
troca de equipamentos, visando também à inclusão social.
Quanto aos benefícios esperados do Programa Brasileiro de TVD são:
    ● Redução da dependência tecnológica.
    ● Incentivo à produção de softwares e conteúdo regional e local, novas oportunidades
        de negócio.
    ● Promoção da Cultura Digital.
    ● Melhor capacidade de articulação e negociação.


11 Equipamentos
      Para que um aparelho de televisão receba o sinal digital, e necessário possuir uma
antena UHF e um conversor que também é conhecido como Set-Top Box, no qual pode ser
interno ou externo. O conversor é um equipamento que faz a ligação entre a antena UHF
e o televisor, sendo que ao conectá-lo na antena, este recebe o sinal digital e o transforma
em um sinal que o televisor com tecnologia analógica consegue processar. A antena UHF
é um elemento de extrema importância para a captação do sinal digital, mesmo com toda
tecnologia envolvida na qualidade digital de alta definição.

12 Tipos de Telas
   Com a evolução dos processos de fabricação e novos inventos, os monitores de televisão
sofreram várias mudanças. Ficaram menos volumosos, assim não ocupando tanto espaço na
sala, a imagem e o som passaram a ter mais qualidades, entre outros. Existem diversos tipos
de telas no mercado, porém neste artigo só iremos abordar alguns deles.

12.1 TV de tubo (CRT- Cathode Ray Tube)
    Foram os primeiros aparelhos a serem fabricados cerca do ano de 1929 por Vladimir
Zworykin. Tratava-se de um tipo específico de tubo de raios catódicos, que iria ser usado
para os primeiros sistemas práticos de televisão. Suas principais características são:
    ● Volumosas e pesadas;
    ● Maior consumo de energia;
    ● Excelente ângulo de visão.
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12.2 LCD (Liquid Crystal Display)
     É uma tela plana comumente grande que possui um perfil de aproximadamente 3
centímetros de espessura em seu lado mais estreito. Há dois tipos entre os quais se podem
escolher uma tela plana: cristal líquido e plasma.
    No televisor de LCD, existe uma iluminação traseira (back light) atrás da tela de cristal
líquido feita por uma lâmpada tipo fluorescente. A tela de LCD já é utilizada há algum
tempo em dispositivos portáteis como relógios digitais, calculadoras, mp4, câmeras digitais e
celulares. No entanto possuem algumas peculiaridades como:
    ● Por possuir uma tela plana, elimina as distorções de imagem dos monitores do tipo
        tubo de raios catódicos, (que têm suas telas curvas);
    ● Consomem menos energia;
    ● O tamanho da tela é limitado (40 polegadas).

12.3 Plasma
   O ângulo de visão de uma tela de plasma é semelhante ao dos televisores de tubo. Sua
tela formada por células com gás em seu interior, que emitem ondas eletromagnéticas
quando excitadas pela corrente elétrica. A televisão de plasma é digital e suas imagens são
consideravelmente boas, porém não podem ser consideradas de alta definição, pois existem
várias TVs de plasma de 42 polegadas que possuem resolução de 852 x 480 pixels, ou
seja, 480 linhas horizontais, e para ter uma boa qualidade, teriam que ter resolução de 720
linhas horizontais. Entretanto é necessário considerar alguns aspectos relacionados a estes
aparelhos:
    ● Melhor uniformidade da luz em todas as partes da tela;
    ● Emissão de luz pelas células da tela, proporcionando melhor brilho, contraste e
        resolução;
    ● Aparelho com maior profundidade e mais pesado.

12.4 LED TV (Light Emitter Diodes)
    A TV de LED é a combinação de duas tecnologias: tela de LCD com iluminação por LED.
Esta tela emprega na sua composição um painel de diodos emissores de luz que permite uma
qualidade de imagem ainda maior. Outro fator em destaque é que para a sua fabricação são
utilizados materiais que não agridem o meio ambiente. Algumas características desta TV são:
     ● Economia de energia, em até 40%;
     ● Mega contraste que propicia imagens mais claras e definidas;
     ● Extremamente fino e leve.

12.5 TV 3D
    São televisores com tecnologia LED, LCD ou plasma, porém exibem imagens em três
dimensões, que com o auxílio de óculos especiais promove uma sensação de que a imagem
está “saltando” da tela. Algumas vantagens desta tecnologia são:
    ● Proporcionar uma imagem mais próxima da realidade da visão humana, em três
        dimensões.
    ● Oferece recursos disponíveis em modelo de alta definição.
Desvantagem:
    ● Após muitas horas assistindo à TV, o telespectador pode ficar com a vista cansada.

13 Qualidade de imagem e som
    A resolução é o elemento que garante a nitidez da imagem. Todavia, as constituições
das imagens em uma TV podem ser feitas por: escaneamento progressivo(p) ou por
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entrelaçamento(i). A primeira elimina estágios de correção, tornando as imagens mais nítidas,
já a segunda passa por um processo que gera algumas imperfeições na imagem. Entretanto a
resolução de um sinal de TV varia de acordo com o formato ou padrão utilizado. Deste modo
segue abaixo alguns tipos:
   ●   HD Ready: Indica que um aparelho pode receber sinais digitais em (720p ou 720i);
   ● Full HD: Fornece melhor qualidade das imagens de alta definição (1.920 x 1.080p),
     porém é necessário possuir aparelhos com sinal de padrão 1080. Ex: Blu Ray,
     playstation 3;
   ● Quad Full HD: Proporciona resoluções quatro vezes maiores que um televisor Full
     HD. Apresenta 3840 X 2160p dentro da tela, somando mais de oito milhões de
     pontos.

14 Interatividade
       Ocorre quando o telespectador ou usuário deixa de assistir passivamente o que as
emissoras de TV definem em sua programação, e passa a interagir com o conteúdo televisivo.
Com o controle remoto, por exemplo, os usuários, podem fazer compras responder a testes,
acessar mais informações sobre os programas, comprar produtos anunciados entre outros.
    O Google está investindo pesado nesta questão da interatividade. A Sony fechou um
contrato com o Google e em outubro começaram a vender televisores com o Google TV
já embutido. O Google quer transformar aparelhos de TV em computadores nos quais as
pessoas naveguem na internet, façam buscas e principalmente cliquem em links patrocinados.
Estes aparelhos já vêm com o android 2.2 e o navegador Chrome instalados, nos quais
permite acessar a internet e executar aplicativos online enquanto se assiste a um programa.

15 Futuro da TV digital
    Alguns especialistas em mídias dizem que as TVs irão ser ainda mais interativas, que as
telas terão tecnologias com uma nitidez ainda maior, que a televisão irá ligar com o estalar
dos dedos e ainda que se possa assistir a programas em 3D sem precisar dos óculos especiais.
Contudo são fronteiras a serem quebradas entre o mundo real e o virtual com a finalidade de
propiciar um novo modo de vida para toda a humanidade.

16 Conclusão
    Pecebemos uma evolução constante nos recursos tecnológicos destinados a comunicação
e informação, é evidente a importância da televisão na construção de uma sociedade
interativa, além de sua contribuição para inclusão digital e melhoria na qualidade de vida,
principalmente na sociedade brasileira, um país de vasta extensão territorial.
    A interatividade, mobilidade e a portabilidade estarão ainda mais presente na TV digital,
juntamente com o surgimento de aparelhos de TVs ainda mais modernas. Entretanto com
a inserção da internet neste cenário, é necessário o desenvolvimento de tecnologias que
proporcione segurança para o usuário que efetuar transições utilizando a internet na TV.


Referências

FONSECA, Willian. O Full HD já está ficando ultrapassado! Confira a nova tecnologia
em resolução de televisores. 2009. Disponível em:<http://www.baixaki.com.br/tecnologia/
2462-o-full-hd-ja-esta-ficando-ultrapassado-confira-a-nova-tecnologia-em-resolucao-de-
televisores.htm>. Acesso em: 29 nov. 2010.
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                                                                 Salvador, Bahia, dezembro de 2010


NENO, Mylène. Saiba como escolher sua TV de alta definição para a Copa do Mundo.
Disponível em: <http://g1.globo.com/tecnologia/noticia/2010/04/saiba-como-escolher-sua-tv-
de-alta-definicao-para-copa-do-mundo.html> Acesso em: 01 dez 2010.

R7 tecnologia e ciência. 2010. Especialistas dizem que TV do futuro será ligada com
um estalar dedos. Disponível em:<http//noticias.r7.com/tecnologia-e-ciencia/noticias/
especialistas-dizem-que-tv-do-futuro-sera-ligada-com-um-estalar-dedos-20101203.html>.
Acesso em: 03 dez 2010.

BRAIN, Marchall. Como funciona a TV digital. Disponível em:< http://
eletronicos.hsw.uol.com.br/televisao-digital7.htm>. Acesso em: 03 dez. 2010.

LETHBRIDGE, Tiago. O Google vai à guerra. Exame, São Paulo, v. 44, n. 14, p. 20-30,
ago. 2010.

Entenda os diferentes tipos de transmissão da TV de alta-definição.2004. Disponível em: <
http://www1.folha.uol.com.br/folha/informatica/ult124u17459.shtml>. Acesso em: 06 dez.
2010.
Padrões de Middleware para TV Digital: Conclusões. Disponível em:< http://
www.teleco.com.br/tutoriais/tutorialtvdpadrao/pagina_5.asp> Acesso em: 06 dez. 2010.

FERNANDES ,Jorge; LEMOS, Guido; SILVEIRA, Gledson. Introdução à Televisão
Digital Interativa:Arquitetura, Protocolos, Padrões e Prática. 2004. Apresentado na Jornada
de Atualização em Informática do Congresso da Sociedade Brasileira de Computação.
Salvador. Anais do JAI—SBC.

OLIVEIRA, Etienne César Ribeiro de; ALBURQUEQUE, Célio Vinícius Neves de.
TV Digital Interativa: Padrões para uma nova era. Instituto de Computação. Universidade
Federal Fluminense (UFF) – Niterói, RJ – Brasil.

BAIXAKI, 2010. Disponível em: <http://www.baixaki.com.br/tecnologia/2397-historia-da-
televisao.htm#topo>. Acesso em: 07 dez. 2010.

BOURDIUE, Pierre. Sobre televisão. Madrid: Anagrama, 1997.

SAIBEL, Celso Alberto; VILAR, Antonio Carlos. Desenvolvimento de aplicações para TV
Digital Interativa com Ginga: Abordagem Procedural e Abordagem Declarativa. Disponível
em: <http://www.tvdi.inf.br/index.php?s=artigos>. Acesso em: 07 dez. 2010
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Artigo tv digital

  • 1. UFBA/IM – Departamento de Ciência da Computação – MAT115 – 2010.2 Salvador, Bahia, dezembro de 2010 TV digital Ana Paula Teixeira*, Ana Valéria Moura*, Marília Lessa* *Graduandas em Biblioteconomia e Documentação Instituto de Ciência da Informação - Universidade Federal da Bahia (UFBA) Av. Reitor Miguel Calmon, s/n, Canela – 40110-100– Salvador – BA – Brasil atanateixeira@gmail.com, anavaleria_131@hotmail.com, lessa.marilia@gmail.com Resumo: Aborda a evolução dos aparelhos televisivos e seu modo de transmissão a partir do ponto de vista social, tecnológico e econômico. Observa-se uma quebra de paradigmas devido ao rompimento da tecnologia analógica para digital. O presente trabalho esclarece diferenças entre os sinais de transmissão e os novos aparelhos de TV, que a princípio parecem ser todos iguais, porém este artigo trás informações específicas de como diferenciar cada um de acordo com as tecnologias utilizadas para sua fabricação, assim como, aponta as vantagens e desvantagens visando sua aquisição. Ao tempo que é mostrado o Brasil despontando neste âmbito tecnológico, criando softwares para proporcionar a interatividade entre os usuários e os programas televisivos disponibilizados pelas emissoras. Todavia um novo cenário é traçado, o telespectador deixa de ser um mero individuo passivo à programação disponíveis pela emissora de televisão e passa a ser um agente participativo. Contudo mostra que a inserção da TV digital no Brasil trás para a população benefícios mercadológicos, fortalecimento da indústria e oferece novos mecanismos de suporte a cultura, educação e saúde. Palavras-chave: Televisão; TV digital; Interatividade. 1 Introdução A televisão surgiu como meio de propagar a informação e trazer entretenimento para a sociedade. Contudo fatores como o crescimento da indústria, o êxodo rural, e a sede da população em ter contato com outras culturas fizeram com que a televisão se propagasse constituindo novos valores sociais. A TV criou a chamada “cultura de massa” pois permite que várias pessoas de diferentes etnias, religião ou crença vejam a mesma coisa e ao mesmo tempo, logo percebe-se que a televisão possibilitou um fluxo mais rápido da informação. O artigo reúne informações sobre a história da televisão no mundo e no Brasil, contextualizando a evolução do aparelho e da transmissão ao longo do século XX. O paradigma da TV digital é foco desse trabalho. O estudo pautou na descrição dos novos aparelhos televisos, a característica do sinal digital e sua diferença em relação ao analógico, os padrões existentes no mundo e o adotado no Brasil e o impacto socioeconômico dessa nova tecnologia no país. Para o desenvolvimento dessa pesquisa contamos com o apoio do Prof. Dr. Celso Saibel da Universidade Federal da Bahia. O pesquisador disponiblizou referências de seus estudos e explicou como funciona essa tecnologia e qual o seu futuro para a nação. Saibel destacou os seguintes benefícios na adesão da TV digital: o fortalecimento da indústria, a formação de pessoal especializado, novas oportunidades de trabalho, a possibilidade de estender a inclusão digital a toda população e o acesso a uma rede universal de ensino a distância com significante impacto educacional e cultural.
  • 2. UFBA/IM – Departamento de Ciência da Computação – MAT115 – 2010.2 Salvador, Bahia, dezembro de 2010 2 Histórico A história da televisão remonta o século o final do século XIX e início do século XX. Esse invento contou com a colaboração de diversos colaboradores. Na década de 1920 dois sistemas foram desenvolvidos para televisão – mecânico e o eletrônico. Em 1928 John Baird construi a primeira televisão mecânica para câmaras de televisão baseado no disco de Nipkow inventado por Vladimir Zworykin. Esse sistema era composto por uma lâmpada e um disco igual ao primeiro que girava à mesma velocidade. A Luz produzida pela lâmpada variava de acordo com a intensidade da corrente recebida, produzindo assim a imagem original. A televisão eletrônica é o modelo atual que utiliza os raios catódicos obtido com kinoscópio. Este aparelho foi desenvolvido em 1923. A televisão mecânica foi posta de lado em 1930. A Segunda Guerra Mundial impulsionou o aprimoramento da TV e é desse período o surgimento da televisão a cores. O surgimento das emissoras também é dessa época. Canais como a BBC, CBS e CGT abriam as portas para a transmissão de programas e eventos esportivos. Houve melhora na rede de transmissão que passou de 60 linhas para até 405. No Brasil a TV foi introduzida em 1950 por Assis Chateaubriand também criador da primeira emissora de televisão. 2.2 Impacto social A televisão é considerada um aparelho multimídia por acoplar várias funções entre elas: som, leitura, visão, escrita entre outros. O surgimento desse invento no início do século XX abalou a forma de transmissão da informação que até aquele momento era feita pelo rádio e pela escrita. Existem várias correntes ideológicas que estudam o impacto da televisão na humanidade. Algumas enfatizam os malefícios e outras os benefícios. Filósofos como Pierre Bourdieu (1997) afirma “que a televisão é o pior mal da civilidade, onde é impossível pensar; é o cenário do espetáculo incessante, onde a comunicação morre em prol do contato, e onde o real se esvai na auto-preferência do meio”. Contudo podemos citar benefícios como: levar a informação a lugares longínquos, educação à distancia – tele aula, geração de emprego, fortalecimento da pesquisa. 4. Tipos de transmissão A transmissão ou difusão é o envio de conteúdo seja ele em áudio, vídeo ou dados de um provedor para outros pontos, neste caso os receptores e logo depois os espectadores. Os meios de difusão mais comuns são o via satélite, cabo e radiodifusão (chamado também de difusão terrestre). A principal vantagem do uso de cabos é a boa largura de banda para o canal de difusão e para o canal de retorno, facilitando a interação entre telespectador e o provedor do serviço, mas a grande desvantagem do uso de TV a cabo é que á transmissão só alcança as residências que estão interligadas fisicamente. O uso da difusão por satélite tem com vantagem o alcance do sinal que pode alcançar os lugares mais remotos do Planeta, não possui grandes custos, no entanto, esse meio de difusão apresenta dificuldade de estabelecer um canal de retorno entre o telespectador e o provedor. A difusão terrestre apresenta como vantagem o fato deste meio ser usado atualmente pelos televisores convencionais, assim é possível estabelecer a migração entre telespectador de TV convencional para a TV digital interativa. E tem como desvantagens o fato de possuir menos largura de banda disponível, logo a quantidade de canais e serviços interativos é menor que os outros tipos de difusão, e assim como nos satélite neste tipo de difusão há problemas coma questão do retorno.
  • 3. UFBA/IM – Departamento de Ciência da Computação – MAT115 – 2010.2 Salvador, Bahia, dezembro de 2010 4.1 Sinal analógico x Sinal digital Pode-se ressaltar como diferenças entre o sinal analógico e o sinal digital o fato de que um é passível de interferência (ruído aleatório) e o outro não tem perda. Para o sinal analógico quanto mais o sinal for copiado e transmitido, e quanto maior for à distância do sinal, mais ruído terá sobre o sinal original, resultando em distorção, interferência e até a total perda do sinal. Todavia, o sinal digital pode ser copiado, armazenado, reproduzido e transmitido sem perda da informação. O sinal Analógico ocupa uma faixa de freqüência bem maior, sua definição de imagem é de 480 linhas horizontais com um padrão de som estéreo. Já o sinal digital possui uma taxa de freqüência bem menor que o sinal analógico e seu formato de definição da imagem são os mesmos da TV analógica. 5 TV a cabo A TV a cabo se distingue da TV aberta em vários aspectos, mas a principal diferença é o fato da televisão a cabo ser capaz de carregar muito mais transmissões e controlar quem pode ou não pode receber um sinal de televisão. O sinal de distribuição a cabo só é transmitido para assinantes através de uma rede de fibra ótica ou cabos coaxiais. 6 TV por satélite Consiste na utilização de satélites para a transmissão do sinal da TV. A televisão por satélite vem para solucionar os problemas referentes ao alcance e distorção da transmissão, pois é feita através de satélites que ficam em orbita da Terra, assim há muitos mais clientes recebendo o sinal. Os sistemas de televisão por satélite transmitem e recebem sinais de rádio utilizando antenas especializadas as parabólicas de satélite. Veja a figura abaixo: Figura1: Os componentes Para se ter a TV por satélite é necessário comprar a parabólica e o receptor, estes equipamentos dá aos clientes – espectadores as ferramentas para captar estações estrangeiras, transmissões ao vivo e diversas outras coisas transmitidas por meio de satélites. Estes serviços da TV por satélite proporcionam aos seus clientes uma programação exclusiva que
  • 4. UFBA/IM – Departamento de Ciência da Computação – MAT115 – 2010.2 Salvador, Bahia, dezembro de 2010 não se destinava necessariamente às audiências de massa. As funções básicas dos equipamentos de transmissão e recepção são: ● Satélites: recebem os sinais da estação de transmissão e o retransmitem para o solo. ● Parabólica: capta o sinal do satélite (ou múltiplos satélites na mesma região do céu) e o envia para o receptor na casa do espectador. ● Receptor: processa o sinal e o envia para um aparelho de televisão comum. 7. TV digital A TV digital é uma evolução da TV analógica, proporcionando uma melhoria na qualidade das transmissões de vídeo e áudio e, além de oferecer interatividade com os telespectadores, recepção do sinal em aparelhos móveis e a possibilidade de uma mesma emissora transmitir, em um único canal, diversos programas. A transmissão de sinais é de forma digital, um sistema que aumenta a garantia de resultados da imagem e som de melhor qualidade para o telespectador. Trata-se de uma nova plataforma de comunicação baseada em tecnologia digital para transmissão de sinais. Há a combinação de características tradicionais da TV analógica com algumas funcionalidades de um computador pessoal, logo, será possível acessar a rede mundial de computadores a partir de um aparelho de televisão. 8. Padrões da Tv digital Japão x EUA e Europa Existem três padrões mundiais de sistema de televisão digital o DVB (Digital Video Broadcasting) padrão europeu, o ATSC (Advanced Television Systems Committee) padrão americano e o ISDB (Integrated Services Digital Broadcasting) padrão japonês. Estes padrões adotam diferentes características para modulação para o sinal de difusão. Observe as características de cada padrão abaixo: ● Padrão ATSC – Estados Unidos: Apresenta flexibilidade em termos de resolução de imagem, se preocupando com uma televisão de alta definição, no entanto, não permite aplicações móveis e portáteis, devido a uma série de fatores tais como: modulação, entrelaçamento temporal e inflexibilidade na configuração dos parâmetros de transmissão. ● Padrão DVB – União Européia: Privilegia a múltipla programação, a interatividade e novos serviços. Apresenta mobilidade de transmissão sem grandes diferenciais para a qualidade obtida nos aparelhos analógicos. Comporta transmissão em dispositivos móveis, no entanto, não funciona satisfatoriamente, principalmente no modo hierárquico, quando transmite ao mesmo tempo para televisão em alta definição e sistemas móveis. ● Padrão ISDB – Japão : É considerado o mais avançado, pois possui alta definição, mobilidade e flexibilidade, logo se adequa a recepção portátil de dados e imagens. Este padrão tem uma intensa convergência, suporta modulação digital de alta qualidade e engloba conceitos de alta definição. Possibilita uma gama de serviços, confere benefícios aos radiofusores e fabricantes de receptores. 8.1 SBTVD – Sistema Brasileiro de Televisão Digital O sistema de brasileiro de televisão aberta pode ser considerado um dos maiores do mundo e, entre as características mais relevantes, podemos citar a gratuidade do acesso. Para permitir o acesso à nova TV digital foi criado o middleware uma camada de software responsável por manter a compatibilidade entre os sistemas computacionais e as aplicações interativas, ele surgiu com a necessidade de resolver o problema da combinação de TV
  • 5. UFBA/IM – Departamento de Ciência da Computação – MAT115 – 2010.2 Salvador, Bahia, dezembro de 2010 tradicional com a interatividade, textos é gráficos. No Brasil esta camada de software é chamada de Ginga e tem como objetivo, dar suporte na interação dos usuários com o conteúdo televisivo e a incorporação de funcionalidades e serviços. O Sistema Brasileiro de TV Digital Terrestre escolheram o padrão japonês, o ISDB (Integrated Services Digital Broadcasting) devido principalmente a sua flexibilidade e mobilidade, estas características abria uma leque de possibilidades e particularidades para o desenvolvimento de aplicações interativas dentro do ambiente da TV Digital, utilizando o middleware Ginga. Foi lançado o decreto Nº 4.901, de 26 de novembro de 2003, que instituiu o Sistema Brasileiro de TV Digital (SBTVD). E dentre suas leis se destacam: ● promover a inclusão social, a diversidade cultural do País por meio do acesso à tecnologia digital, visando à democratização da informação; ● propiciar a criação de rede universal de educação à distância; ● estimular a pesquisa e o desenvolvimento e propiciar a expansão de tecnologias brasileiras e da indústria nacional relacionadas à tecnologia de informação e comunicação; ● planejar o processo de transição da televisão analógica para a digital, de modo a garantir a gradual adesão de usuários a custos compatíveis com sua renda; É evidente que o decreto além de estabelecer diretrizes para a transição do sistema analógico para o digital, deixa claro que o avanço tecnológico não se restringe a apenas a troca de equipamentos, visando também à inclusão social. Quanto aos benefícios esperados do Programa Brasileiro de TVD são: ● Redução da dependência tecnológica. ● Incentivo à produção de softwares e conteúdo regional e local, novas oportunidades de negócio. ● Promoção da Cultura Digital. ● Melhor capacidade de articulação e negociação. 11 Equipamentos Para que um aparelho de televisão receba o sinal digital, e necessário possuir uma antena UHF e um conversor que também é conhecido como Set-Top Box, no qual pode ser interno ou externo. O conversor é um equipamento que faz a ligação entre a antena UHF e o televisor, sendo que ao conectá-lo na antena, este recebe o sinal digital e o transforma em um sinal que o televisor com tecnologia analógica consegue processar. A antena UHF é um elemento de extrema importância para a captação do sinal digital, mesmo com toda tecnologia envolvida na qualidade digital de alta definição. 12 Tipos de Telas Com a evolução dos processos de fabricação e novos inventos, os monitores de televisão sofreram várias mudanças. Ficaram menos volumosos, assim não ocupando tanto espaço na sala, a imagem e o som passaram a ter mais qualidades, entre outros. Existem diversos tipos de telas no mercado, porém neste artigo só iremos abordar alguns deles. 12.1 TV de tubo (CRT- Cathode Ray Tube) Foram os primeiros aparelhos a serem fabricados cerca do ano de 1929 por Vladimir Zworykin. Tratava-se de um tipo específico de tubo de raios catódicos, que iria ser usado para os primeiros sistemas práticos de televisão. Suas principais características são: ● Volumosas e pesadas; ● Maior consumo de energia; ● Excelente ângulo de visão.
  • 6. UFBA/IM – Departamento de Ciência da Computação – MAT115 – 2010.2 Salvador, Bahia, dezembro de 2010 12.2 LCD (Liquid Crystal Display) É uma tela plana comumente grande que possui um perfil de aproximadamente 3 centímetros de espessura em seu lado mais estreito. Há dois tipos entre os quais se podem escolher uma tela plana: cristal líquido e plasma. No televisor de LCD, existe uma iluminação traseira (back light) atrás da tela de cristal líquido feita por uma lâmpada tipo fluorescente. A tela de LCD já é utilizada há algum tempo em dispositivos portáteis como relógios digitais, calculadoras, mp4, câmeras digitais e celulares. No entanto possuem algumas peculiaridades como: ● Por possuir uma tela plana, elimina as distorções de imagem dos monitores do tipo tubo de raios catódicos, (que têm suas telas curvas); ● Consomem menos energia; ● O tamanho da tela é limitado (40 polegadas). 12.3 Plasma O ângulo de visão de uma tela de plasma é semelhante ao dos televisores de tubo. Sua tela formada por células com gás em seu interior, que emitem ondas eletromagnéticas quando excitadas pela corrente elétrica. A televisão de plasma é digital e suas imagens são consideravelmente boas, porém não podem ser consideradas de alta definição, pois existem várias TVs de plasma de 42 polegadas que possuem resolução de 852 x 480 pixels, ou seja, 480 linhas horizontais, e para ter uma boa qualidade, teriam que ter resolução de 720 linhas horizontais. Entretanto é necessário considerar alguns aspectos relacionados a estes aparelhos: ● Melhor uniformidade da luz em todas as partes da tela; ● Emissão de luz pelas células da tela, proporcionando melhor brilho, contraste e resolução; ● Aparelho com maior profundidade e mais pesado. 12.4 LED TV (Light Emitter Diodes) A TV de LED é a combinação de duas tecnologias: tela de LCD com iluminação por LED. Esta tela emprega na sua composição um painel de diodos emissores de luz que permite uma qualidade de imagem ainda maior. Outro fator em destaque é que para a sua fabricação são utilizados materiais que não agridem o meio ambiente. Algumas características desta TV são: ● Economia de energia, em até 40%; ● Mega contraste que propicia imagens mais claras e definidas; ● Extremamente fino e leve. 12.5 TV 3D São televisores com tecnologia LED, LCD ou plasma, porém exibem imagens em três dimensões, que com o auxílio de óculos especiais promove uma sensação de que a imagem está “saltando” da tela. Algumas vantagens desta tecnologia são: ● Proporcionar uma imagem mais próxima da realidade da visão humana, em três dimensões. ● Oferece recursos disponíveis em modelo de alta definição. Desvantagem: ● Após muitas horas assistindo à TV, o telespectador pode ficar com a vista cansada. 13 Qualidade de imagem e som A resolução é o elemento que garante a nitidez da imagem. Todavia, as constituições das imagens em uma TV podem ser feitas por: escaneamento progressivo(p) ou por
  • 7. UFBA/IM – Departamento de Ciência da Computação – MAT115 – 2010.2 Salvador, Bahia, dezembro de 2010 entrelaçamento(i). A primeira elimina estágios de correção, tornando as imagens mais nítidas, já a segunda passa por um processo que gera algumas imperfeições na imagem. Entretanto a resolução de um sinal de TV varia de acordo com o formato ou padrão utilizado. Deste modo segue abaixo alguns tipos: ● HD Ready: Indica que um aparelho pode receber sinais digitais em (720p ou 720i); ● Full HD: Fornece melhor qualidade das imagens de alta definição (1.920 x 1.080p), porém é necessário possuir aparelhos com sinal de padrão 1080. Ex: Blu Ray, playstation 3; ● Quad Full HD: Proporciona resoluções quatro vezes maiores que um televisor Full HD. Apresenta 3840 X 2160p dentro da tela, somando mais de oito milhões de pontos. 14 Interatividade Ocorre quando o telespectador ou usuário deixa de assistir passivamente o que as emissoras de TV definem em sua programação, e passa a interagir com o conteúdo televisivo. Com o controle remoto, por exemplo, os usuários, podem fazer compras responder a testes, acessar mais informações sobre os programas, comprar produtos anunciados entre outros. O Google está investindo pesado nesta questão da interatividade. A Sony fechou um contrato com o Google e em outubro começaram a vender televisores com o Google TV já embutido. O Google quer transformar aparelhos de TV em computadores nos quais as pessoas naveguem na internet, façam buscas e principalmente cliquem em links patrocinados. Estes aparelhos já vêm com o android 2.2 e o navegador Chrome instalados, nos quais permite acessar a internet e executar aplicativos online enquanto se assiste a um programa. 15 Futuro da TV digital Alguns especialistas em mídias dizem que as TVs irão ser ainda mais interativas, que as telas terão tecnologias com uma nitidez ainda maior, que a televisão irá ligar com o estalar dos dedos e ainda que se possa assistir a programas em 3D sem precisar dos óculos especiais. Contudo são fronteiras a serem quebradas entre o mundo real e o virtual com a finalidade de propiciar um novo modo de vida para toda a humanidade. 16 Conclusão Pecebemos uma evolução constante nos recursos tecnológicos destinados a comunicação e informação, é evidente a importância da televisão na construção de uma sociedade interativa, além de sua contribuição para inclusão digital e melhoria na qualidade de vida, principalmente na sociedade brasileira, um país de vasta extensão territorial. A interatividade, mobilidade e a portabilidade estarão ainda mais presente na TV digital, juntamente com o surgimento de aparelhos de TVs ainda mais modernas. Entretanto com a inserção da internet neste cenário, é necessário o desenvolvimento de tecnologias que proporcione segurança para o usuário que efetuar transições utilizando a internet na TV. Referências FONSECA, Willian. O Full HD já está ficando ultrapassado! Confira a nova tecnologia em resolução de televisores. 2009. Disponível em:<http://www.baixaki.com.br/tecnologia/ 2462-o-full-hd-ja-esta-ficando-ultrapassado-confira-a-nova-tecnologia-em-resolucao-de- televisores.htm>. Acesso em: 29 nov. 2010.
  • 8. UFBA/IM – Departamento de Ciência da Computação – MAT115 – 2010.2 Salvador, Bahia, dezembro de 2010 NENO, Mylène. Saiba como escolher sua TV de alta definição para a Copa do Mundo. Disponível em: <http://g1.globo.com/tecnologia/noticia/2010/04/saiba-como-escolher-sua-tv- de-alta-definicao-para-copa-do-mundo.html> Acesso em: 01 dez 2010. R7 tecnologia e ciência. 2010. Especialistas dizem que TV do futuro será ligada com um estalar dedos. Disponível em:<http//noticias.r7.com/tecnologia-e-ciencia/noticias/ especialistas-dizem-que-tv-do-futuro-sera-ligada-com-um-estalar-dedos-20101203.html>. Acesso em: 03 dez 2010. BRAIN, Marchall. Como funciona a TV digital. Disponível em:< http:// eletronicos.hsw.uol.com.br/televisao-digital7.htm>. Acesso em: 03 dez. 2010. LETHBRIDGE, Tiago. O Google vai à guerra. Exame, São Paulo, v. 44, n. 14, p. 20-30, ago. 2010. Entenda os diferentes tipos de transmissão da TV de alta-definição.2004. Disponível em: < http://www1.folha.uol.com.br/folha/informatica/ult124u17459.shtml>. Acesso em: 06 dez. 2010. Padrões de Middleware para TV Digital: Conclusões. Disponível em:< http:// www.teleco.com.br/tutoriais/tutorialtvdpadrao/pagina_5.asp> Acesso em: 06 dez. 2010. FERNANDES ,Jorge; LEMOS, Guido; SILVEIRA, Gledson. Introdução à Televisão Digital Interativa:Arquitetura, Protocolos, Padrões e Prática. 2004. Apresentado na Jornada de Atualização em Informática do Congresso da Sociedade Brasileira de Computação. Salvador. Anais do JAI—SBC. OLIVEIRA, Etienne César Ribeiro de; ALBURQUEQUE, Célio Vinícius Neves de. TV Digital Interativa: Padrões para uma nova era. Instituto de Computação. Universidade Federal Fluminense (UFF) – Niterói, RJ – Brasil. BAIXAKI, 2010. Disponível em: <http://www.baixaki.com.br/tecnologia/2397-historia-da- televisao.htm#topo>. Acesso em: 07 dez. 2010. BOURDIUE, Pierre. Sobre televisão. Madrid: Anagrama, 1997. SAIBEL, Celso Alberto; VILAR, Antonio Carlos. Desenvolvimento de aplicações para TV Digital Interativa com Ginga: Abordagem Procedural e Abordagem Declarativa. Disponível em: <http://www.tvdi.inf.br/index.php?s=artigos>. Acesso em: 07 dez. 2010
  • 9. UFBA/IM – Departamento de Ciência da Computação – MAT115 – 2010.2 Salvador, Bahia, dezembro de 2010
  • 10. UFBA/IM – Departamento de Ciência da Computação – MAT115 – 2010.2 Salvador, Bahia, dezembro de 2010