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GONE
By Deborah Bladon
Parte Um
Capítulo Um
— Estou à procura de Lilly. Eu fiquei com a sua calcinha.
Eu prendo a respiração esperando que quando eu me virar, o rosto ligado a essa
voz não seja de quem eu acho que é. Não que eu envie regularmente minhas calcinhas
pelo correio para homens. Quem faz isso? Tudo bem, eu. Eu fiz, mas foi só dessa
vez. Eu admito que me arrependi imediatamente após ter enviado. Assim que ele me
enviou uma foto dele, eu gostaria de ter pensado sobre isso mais um pouco. Ele parece
gostoso como o cara da porta ao lado. Mas estou mais à procura de um homem gostoso
que pode me deixar gritando depois de tomar o controle do meu corpo em uma noite.
— Eu sou Lilly. — digo rapidamente quando viro em meus calcanhares. —
Você é Parker, não é?
Seus profundos olhos azuis passam pelo meu corpo, parando no meu crachá. —
Como você sabe o meu nome?
Ele é mais velho do que a foto que ele me enviou. Acho que, pelo menos, sete ou
oito anos. Ele tem barba agora. Seu cabelo está diferente também. — Quando você
cortou o cabelo? Não é tão cacheado como eu pensei que seria.
— Meu cabelo? — ele passa a mão pelo cabelo castanho antes de balançar a
cabeça ligeiramente. — Eu lhe fiz uma pergunta. Como você sabe o meu nome?
— Você sabe como sei o seu nome ou você está agindo assim porque você foi
pego? — eu me inclino sobre o balcão e sussurro as palavras: — Será que você deixou
seu e-mail aberto e sua namorada viu aquela foto que você enviou do seu... — aceno
com a cabeça em direção a sua virilha, que está coberta pelo que parece ser um terno
muito caro. Ele disse que trabalhava no departamento de peças de uma loja
automotiva. Cada mentira que esse cara me disse on-line não estava a favor dele. Se ele
está procurando conseguir alguma coisa ele só precisa ser ele mesmo.
— Pego? — seu belo rosto torce em uma carranca. — Que tipo de jogo é esse?
— Eu gosto de ser amarrada. — eu lambo meu lábio inferior. — Você já sabe
sobre isso.
Um fantasma de um sorriso pega o canto da sua boca antes que ele desapareça
em um flash. — Você acha que me conhece, Lilly?
— Eu sei que você gosta de amarrar. — eu tomo uma respiração
profunda. Talvez enviar minha calcinha para um estranho junto com uma foto minha
quase nua não seja o pior erro que já cometi, afinal.
— Quem te disse isso? — seus olhos se movem para baixo do meu peito para
descansar na parte superior do meu decote.
Ele deve ser um daqueles tipos que bebe ou fuma maconha quando está
procurando bocetas on-line. Faz todo sentido, dado o quão misterioso ele está
sendo. Eu deveria apenas perguntar se ele quer me encontrar depois que eu acabar o
meu turno. — O que vai fazer mais tarde?
— Você está cheia de perguntas, não é? — ele coloca o envelope pardo sobre o
balcão.
Pego e abro. Não há nada dentro. — Você disse que tinha a minha calcinha,
Parker.
— Eu tenho. — ele chega ao bolso do seu paletó, puxando a borda do laço
branco em vista. — Eu disse a você que a tenho. Eu não disse que ia devolver para
você.
Eu dou um passo para trás. Eu não estava esperando isso. — Não há nenhum
endereço no envelope. Como você sabia onde me encontrar?
Sua mão mergulha de volta no bolso. Meus olhos estão colados a ele. Eu vejo
quando ele puxa lentamente uma foto Polaroid das suas profundezas. — Esta foi a
minha primeira pista.
Eu tiro a foto da sua mão, embora eu já saiba exatamente o que parece. Ofereci-
me para enviar-lhe uma selfie on-line, mas ele insistiu em uma imagem real. Eu não
sou de julgar o fetiche de outra pessoa, por isso tirei com a minha velha câmera
Polaroid. Abri o meu uniforme de barista, tirei meu sutiã e tirei a foto a uma
distância. — Meu cabelo parece ter ficado bom. — eu inclino minha cabeça para o
lado.
— Seu cabelo parece bom. O resto de você é de tirar o fôlego. — ele descansa a
mão sobre o balcão. — Eu gosto de ruivas.
— Sorte minha. — sussurro quando olho para sua boca. Seus lábios são
lindos. Eles podem ser os lábios mais bonitos que eu já vi em um homem. Eu mataria
por aqueles lábios e os olhos. Sou elogiada pelos meus olhos verdes todos os dias, mas o
seu é um tom de azul que nunca vi antes. Eles são vibrantes e profundos.
Eu não consigo desviar meus olhos de seu rosto quando a campainha da entrada
sinaliza que tem um cliente passando pela porta. Se eu quero manter este trabalho, eu
preciso cuidar disso. Eu sou a única aqui.
— Eu já volto. — passo a mão sobre as costas dele. — Não fuja.
— Ah, eu não vou a lugar nenhum, Lilly. — sua voz é suave e uniforme.
Eu não tiro os olhos dele enquanto caminho de volta para a caixa
registadora. — Bem-vindo ao Star Bistrô. O que eu posso fazer por você?
— Lilly? Você é Lilly, não é?
Meus olhos focam nele. Eu aperto do lado do balcão. É ele. Ele é mais jovem com
os mesmos cachos que tinha na foto que me enviou. Ele está vestindo uma camiseta e
jeans verde. É o próprio. Esse é o cara que enviei minha calcinha e foto. — Quem é
você? — eu quase grito perguntando para ele.
— Eu sou Parker. Não me diga que você não me reconhece?
— Se ele é Parker, quem diabos é você? — eu olho para o cara de terno.
Ele se inclina para trás contra o balcão, segura a minha imagem quase nua no
ar e aponta para o cara que enviei o e-mail há semanas. — Eu sou o seu pior pesadelo.
— Que porra é essa? — o cara de camiseta fuzila com o olhar o outro Parker e
de volta para mim antes de repousar sobre o rosto do outro homem. — O que está
acontecendo? Você me mandou uma mensagem para vir aqui porque você encontrou
Lilly para mim?
Meus olhos parecem jogar uma partida de Voleibol indo e voltando entre os
dois homens. A cor dos seus olhos é a mesma. A forma dos seus narizes é
idêntica. Mesmo à sombra de seu cabelo é uma combinação perfeita. Qualquer um que
desse uma rápida olhada para eles seria capaz de dizer que eles são parentes.
— Eu pedi que você viesse aqui por causa disso. — o cara de terno gesticula no
ar com a minha foto ainda em suas mãos. — Por que ela mandou isso para o meu
endereço?
Seu endereço? Eu não tinha questionado o endereço que me foi dado pelo cara
que estava flertando on-line. Quando empurrei a foto que eu tinha tirado, junto com a
calcinha que estava usando dentro do envelope, apenas dei um passo adiante antes de
enviá-los. Eu escrevi uma nota, detalhando como o chuparia. Depois de assinar o meu
primeiro nome no fim, eu escrevi no envelope o único nome que eu conhecia,
Parker. Eu não tinha pensado em mais nada, até agora.
— Ela não poderia enviar para o meu apartamento. — o Parker mais jovem de
cabelos encaracolados disse batendo a mão no balcão. — Eu estou tentando voltar com
a minha namorada Elsie. E se ela visse?
— Você não pode usar o meu apartamento para merdas como esta. — o homem
de terno latiu as palavras. — Eu não me importo com quem você fode Parker, mas
você não vai fazer isso na minha casa.
— Acalme-se. — ele balança a cabeça ligeiramente fazendo com que os cachos
saltem pelo seu rosto, fazendo-o parecer ainda mais jovem do que ele disse que era. Ele
me disse em um e-mail que ele tinha vinte e quatro, mas vendo-o pessoalmente não
consigo imaginar quantos anos ele tem. — É apenas uma foto.
O de terno dá um passo firme para frente, com a minha foto desaparecendo em
sua mão depois de ser completamente amassada. — Acalme-se? Você quer que eu me
acalme, seu pequeno pedaço de merda? Eu chego de Boston para o fim de semana e na
recepção do meu condomínio havia um envelope dirigido a mim com uma foto nua de
uma ruiva que eu nunca vi antes.
— E daí? — sua boca desliza em um meio sorriso enquanto sua mão vai à gola
de sua camiseta. Eu posso ver as pequenas gotas de suor na testa. — Não é grande
coisa.
— Eu tinha uma mulher comigo. — não há qualquer dúvida na decepção das
palavras do Parker de terno, quando ele empurra minha foto de volta no bolso. — Ela
encontrou o envelope antes de mim. Você fodeu tudo para mim, Parker.
Já passa das nove agora, o que significa que o Bistrô está oficialmente
fechado. Isso também significa que posso começar a minha rápida rotina de limpeza
antes de trancar a porta da frente e decolar para a noite e encontrar um buraco que
possa entrar e empurrar a minha vergonha sozinha. A julgar pelo olhar no rosto do
Parker mais velho, eu arrisco um palpite de que, a menos que entre no meio dessa
confusão, vou acabar assistindo ele bater pra caralho no cara que mandei o e-mail. Eu
já tive emoção suficiente por uma noite.
— Ei Parkers. — digo. — O Bistrô está fechado. Vocês podem levar isso pra fora.
Ambos se viram para me olhar e eu juro que foi aí que eles perceberam que eu
ainda estava aqui. Eu deveria ter prestado mais atenção a essa voz tranquila na parte
de trás da minha cabeça que me dizia que conversar com caras on-line era um
erro. Eu também deveria ter ouvido a minha companheira de quarto que me alertou
que enviar uma foto nua para um estranho iria arruinar minha vida.
— Devolva a chave do meu apartamento. — o Parker mais velho, mais bonito,
salta para agarrar a frente da camiseta do outro. — Agora.
O som agudo do toque do telefone celular quebra a tensão palpável no ar. O
homem de terno balança a cabeça um pouco antes de sua mão mergulhar no bolso
interno do paletó, puxando seu bonito telefone para fora. — Clive Parker. — diz ele
calmamente ao telefone.
Clive Parker? Será que ele realmente disse Clive Parker? Não, por favor, não
deixe que ele seja Clive Parker.
— Ele não é Clive Parker, não é? — eu sussurro para o outro lado do balcão
para o cara de cabelos encaracolados. — Ele não disse que era Clive Parker.
Seus olhos digitalizam meu rosto enquanto surgem sulcos na sua testa. — Ele é
Clive Parker. Ele é o pé no saco do meu meio-irmão. Eu não sabia dele até poucos
meses atrás, quando minha mãe disse quem o meu verdadeiro pai era e...
— Não. — interrompo na esperança de que uma palavra vai mudar a realidade
da situação. — Ele não pode ser Clive Parker.
— Ele é Clive Parker. — ele repete. — Eu sou Parker Jarvis.
Eu não me importo quem ele seja. Seu nome não tem significado para mim. O
nome de Clive Parker sim. Este é o homem cuja atenção eu tenho tentado obter desde
que tenho o meu diploma universitário há três meses. Eu tenho acampado do lado de
fora do seu escritório em Manhattan por horas, esperando desesperadamente
conseguir uma reunião com ele. Eu não posso contar o número de e-mails e cartas que
enviei cheios das minhas ideias. Esperei com impaciência uma resposta dele, mas não
consegui qualquer coisa. Agora, ele está de pé a menos de cinco metros de distância de
mim. O único problema é que ele já viu meus seios nus, tem minha calcinha no bolso e
leu minha nota manuscrita explicando exatamente como gosto de chupar um pau.
Eu corro minhas mãos sobre a minha testa, tentando em vão, que o meu cérebro
absorva o que está acontecendo. — Isso não pode ser real.
— O que não pode ser real, Lilly? — o rosto do Parker mais novo está há poucos
centímetros do meu agora. Ele está inclinando-se sobre a caixa registradora e eu não
ficaria surpresa se ele engatasse seu joelho sobre ela para me agarrar. — Você precisa
esquecê-lo. Clive é um idiota.
Clive é o primeiro e único homem neste mundo que pode me dar o futuro que
quero. Tudo o que tenho feito nos últimos quatro anos, desde que me formei no ensino
médio, tem sido me preparar com o objetivo de trabalhar ao lado dele. Ele tem sido a
minha inspiração. Olho para cima rapidamente, meus olhos flutuando em seu rosto
bonito enquanto ele fala em seu telefone. Como é que eu não o reconheci quando me
virei cerca 10 minutos atrás? Já vi fotos suficientes dele on-line para saber como ele se
parece. Eu até o vi brevemente a uma distância na rua fora do seu escritório meses
atrás, mas ele estava bem barbeado. A barba curta em seu rosto agora me enganou. O
fato de que ele é ainda mais lindo pessoalmente me desarma também. Como poderia
saber que Clive Parker teria entrado no Bistrô com a minha foto nua em seu bolso?
— Parker. — Clive diz seu nome, assim que abaixa o telefone de sua boca. —
Vamos embora.
— Eu não vou a lugar nenhum. — a melodia brincalhona na voz de Parker é
completamente equivocada. — Eu vou sair com Lilly.
— Não... hum, não... — eu gaguejo enquanto balanço a cabeça violentamente de
um lado para o outro. — Você não vai sair comigo. Nem hoje nem nunca.
A sobrancelha de Clive se aperta enquanto seus olhos atiraram sobre o meu
rosto. — Você é mais esperta do que pensei que você fosse.
Isso não é um elogio. Em qualquer outro momento da minha vida, eu ficaria
emocionada ao ouvir essas palavras vindas da sua boca, mas não agora. Agora, ele me
vê como uma garota enlouquecida por sexo que persegue homens on-line.
— Clive. — digo o nome dele antes de perceber o quão fora de lugar isso
parece. — Sr. Parker? — seu rosto suaviza um pouco quando um pequeno sorriso
puxa o canto dos seus lábios carnudos.
— O que é, Lilly?
— Eu sinto muito por isso. — ofereço as palavras não apenas como uma oferta
de paz. Eu preciso fazer algum grande controle de danos se espero salvar a carreira
que tenho muito tempo planejado. — Eu não tinha ideia quando mandei o pacote que
você recebeu.
Ele dá um passo em direção ao balcão, pegando o envelope em sua mão. — Não,
é culpa do Parker, mas...
Eu tremo enquanto espero o sermão inevitável que está prestes a ser lançado
diretamente para mim. Ele é mais do que uma década mais velho do que eu. Ele é
culto, sofisticado e bem-sucedido. Ele sai com modelos e atrizes. Eu sou nada, apenas
uma jovem mulher boba que trabalha como barista para ele.
— Lilly. — sua grande mão repousa sobre o balcão quando se inclina para
frente. — Quantos anos você tem?
Eu puxo uma respiração profunda antes de responder em um tom uniforme. —
Eu tenho vinte e dois.
— Você é muito jovem. — suas palavras são afiadas e simples.
— Muito jovem? — eu inclino minha cabeça para trás para que possa olhar
diretamente para o rosto dele.
— Você é muito jovem para perceber agora, mas você vale mais do que isso. —
ele aponta para o envelope na mão.
Concordo com a cabeça incapaz de encontrar todas as palavras que possam
refutar o que ele disse. Estou humilhada. Estou devastada e estou pensando em fugir
para outro país com a pequena poupança que tenho acumulada.
— Eu não sei para quantos homens você anda enviando fotos de si. — ele faz
uma breve pausa. — Eu sugiro que você pare com isso, Lilly. Você nunca sabe onde
uma imagem como essa vai acabar.
Eu fico olhando em silêncio enquanto ele vira as costas e sai pela porta do Bistrô
com a minha foto ainda escondida no bolso e meu orgulho respingado por todo o
chão.
Capítulo Dois
— Se você me perguntar, você está cometendo um grande erro.
Eu sorrio para minha colega de quarto. Ela calmamente me observava toda a
manhã enquanto eu imprimia o meu currículo, reservava um lugar no trem para Nova
Iorque esta tarde e colocava algumas coisas fundamentais na minha bolsa para a
viagem. Roni tem sido a minha voz da razão, muitas vezes indesejável, desde que
aluguei o quarto extra em seu apartamento mais de dois anos atrás. Você pensaria que
agora nós nos chamamos de amigas. Isso seria demais. Percebi dentro de poucos dias
de convivência que ela acena com a varinha de julgamento para mim sempre que ela
quer. Nunca foi um segredo que ela me vê como se me faltasse quase todos os sentidos
essenciais. Aprendi a ignorar seus olhares de desaprovação e abraçar as partes que
acho boas nela. Ela me empurrou para meus estudos quando eu senti vontade de
desistir. Ela se tornou o sargento que eu nunca soube que precisava.
— Lilly, você está me ouvindo? — ela estatela na beira da minha cama,
deslizando as mãos sobre a saia do vestido de cor creme que ela está usando.
Eu olho brevemente, meus olhos correndo sobre seu rosto. — Ouvi você, Roni.
— Você já passou por lá, pelo menos uma dúzia de vezes. — ela volta a sua
atenção para a pilha de cartas fechadas do correio, na mesa ao lado da minha cama. —
Você não espera, realmente, que alguém vá recebê-la sem hora marcada, não é?
Eu não. Exatamente por isso não posso deixar que Veronica Morel, a única
pessoa que conheço que tem toda a sua vida organizada para o minuto exato,
escape. Estou voando para pegar as minhas calças e digo a única coisa que posso que
vai ajudar a aliviar sua mente e parar todas as suas perguntas incessantes. — Eu
conheci o proprietário da empresa na semana passada.
Eu vejo quando o catálogo de móveis que ela está estupidamente folheando cai
das suas mãos. Nós duas nos olhamos em silêncio enquanto ele cai com um baque no
chão de madeira.
— Você conheceu Clive Parker?
— Sim. — atiro de volta. — Ele veio ao Bistrô na última sexta-feira à noite.
— Clive Parker foi ao Star Bistrô? — as sobrancelhas dela sobem. — Por que
você não me contou?
A resposta honesta para essa pergunta é muito simples. Eu ainda estou me
recuperando do embaraço de todo o encontro. — Nós não tivemos muita chance de
falar desde então.
Ela se inclina para baixo para pegar o catálogo, puxando sem pensar uma das
páginas. O catálogo se rasga e cai novamente no chão. — Parece ser importante ele
estar no Bistrô, Lilly.
— Eu sei. — não acrescento nada para a simples resposta. Agacho-me, puxando
o catálogo pesado em minhas mãos. — Eu vou enviar para a reciclagem, a menos que
você queira.
Ela balança a cabeça brevemente. — Então, você disse a ele sobre as suas ideias?
A questão em si seria risível se não fosse tão desanimadora. Eu estava tentando
garantir um encontro cara a cara com o CEO da Corteck durante anos, e no momento
em que eu o tenho sozinho e só para mim, toda a nossa conversa foi focada na minha
imagem seminua e minha calcinha. Saber que ele leu e, eventualmente, voltará a ler
meu bilhete detalhando como eu gosto de chupar pau, só faz a questão sobre
compartilhar as minhas ideias muito mais irônico. — Eu não tive chance, mas ele sabe
o meu nome agora.
— Esse é um passo na direção certa. — sinto que ela está olhando diretamente
para mim. — Ele a convidou para ir à Nova Iorque para se encontrar com ele?
— Tecnicamente, não. — respondo com sinceridade. — Na verdade, ele ficou
com algo meu e vou pegar de volta.
— O que ele pegou?
Eu puxo o zíper da minha mala já cheia. — É um envelope. E tinha o nome dele.
— Foi uma daquelas cartas com as suas ideias sobre o que você pode fazer por
ele? — ela dá um passo fazendo suas próprias suposições. — Você acha que o que
você escreveu chamou a sua atenção?
A ironia da questão não é perdida por mim. — Eu tenho certeza que sim.
— Então por que você vai até Nova Iorque para pagá-la de volta?
— Eu não estava pronta para mostrar a ele ainda. — sim, eu estou me referindo
à imagem dos meus seios, mas Roni não sabe. — Eu preciso explicar mais
detalhadamente, para que ele entenda exatamente o que eu posso oferecer.
Se ela tivesse qualquer pista sobre o que eu tinha colocado no envelope, ela
perceberia toda a insinuação por traz das minhas respostas. Felizmente, ela está muito
focada em seu iminente encontro hoje à noite para saber o que estou fazendo ou por
que eu realmente estou indo para Nova Iorque.
***
— Você não pode simplesmente entrar aqui e esperar que o Sr. Parker possa
atendê-la. — diz ela rapidamente antes de agitar seu dedo indicador no ar. É uma
ordem silenciosa para eu ficar quieta. É a terceira vez nos últimos 10 minutos que ela
tenta me convencer.
Eu me inclino para frente no balcão de aço tentando desviar a atenção de sua
chamada. Eu tinha ensaiado o que queria dizer a Clive várias vezes ontem à noite antes
de me arrastar para a cama e fechar os olhos em um pequeno quarto de hotel perto da
Estação Penn. O barulho incessante do quarto ao lado do meu tinha me impedido de
dormir. Eu estou cansada, estou nervosa e estou tentando ignorar o fato de que esta
pode muito bem ser a minha última chance de conseguir o emprego dos sonhos que
tenho ansiando por toda minha vida adulta.
— A Assistente do Sr. Parker ligará para você na terça-feira, às dez. — ela não
espera por uma resposta da pessoa do outro lado da linha antes de bater uma longa
unha vermelha, brilhante na base do telefone. — Eu lhe disse para ir. O Sr. Parker não
está no escritório hoje. Anotarei o seu nome e darei a mensagem a ele.
Eu joguei esse jogo por meses. Eu nunca tive um retorno. Clive nunca respondeu
sequer uma das dezenas de mensagens de e-mail que enviei para ele. — Eu vi o Sr.
Parker quando ele estava em Boston na semana passada. Se lhe disser que Lilly está
aqui, acho que ele vai me ver.
É o pensamento que mais desejo que cresça e se concretize. Eu estou jogando,
jogando o meu nome para ela. Eu debati longamente ontem à noite se faria ou não.
Considerando quantas vezes Clive Parker está nas páginas de fofoca com uma nova
mulher em volta do seu braço, talvez ele me confunda com outra Lilly ou ele se esforce
para lembrar o nome. Aposto todo o meu futuro em um desses.
— Eu te disse, ele não está aqui. — ela não desvia os olhos do monitor do
computador na frente dela. — Ele está fora do escritório em reuniões hoje.
Ela quer que eu acredite nela, porque isso é o que se espera. Eu sei melhor. Três
meses atrás, tinha acabado em um táxi que estava puxando para o tráfego quando vi
Clive sair do prédio. A recepcionista então tinha me dado à mesma rotina de música e
dança. A única diferença era que ela, pelo menos, tentou fazer contato visual comigo.
— Como eu disse, me encontrei com o Sr. Parker quando ele estava em Boston
na semana passada. — faço uma pausa, enquanto tento procurar o que eu preciso
dizer em seguida para entrar em seu escritório. — Tenho certeza que ele faria...
— Você viu Clive quando ele estava em Boston? — o som da voz de uma
mulher atrás de mim me assusta. Viro-me para olhar para ela. Ela é alta, morena,
magra e elegante. O sorriso nos seus lábios irradia nos olhos dela. Este é o primeiro
rosto amigável que vi desde que comecei minha peregrinação bimensal para Nova
Iorque e ao lobby do edifício em Manhattan.
— Sim. — dou um passo para frente. — Sou Lilly Randall.
— Lilly Randall. — ela repete o meu nome de volta quando sua mão é estendida
no ar entre nós. — Eu sei quem você é, Lilly Randall.
Minha mão treme brevemente antes de apertar a dela com força. Passo a mão
livre sobre a minha testa tentando afugentar todas as autodúvidas. Não tem como ela
saber sobre o envelope que mandei para Parker. Sem chance. — Você sabe?
Ela balança a cabeça lentamente antes de cruzar os braços sobre o peito. —
Venha comigo. Temos muito que conversar.
Capítulo Três
— Eu não sei o que eu estava pensando. — ela me dá um copo de água. — Eu
deveria ter me apresentado no saguão. Meu nome é Rowan Bell. Eu trabalho
diretamente com Clive.
Eu bebo um gole. Na minha pressa de chegar aqui por volta das nove horas em
ponto, eu tinha negligenciado a necessidade do meu corpo por comida e café. Eu sinto
sede e a água fresca está ajudando a aliviar. Infelizmente, não está fazendo nada para a
minha ansiedade por saber que Rowan sabe o meu nome. — Obrigada por isso. — eu
agradeço antes de tomar outro grande gole.
Ela balança a cabeça bruscamente quando ela se abaixa na cadeira ao meu lado
na frente da sua mesa. — Então você viu Clive quando ele estava em Boston?
Eu chego para frente colocando o copo sobre a mesa antes de perceber que
segurá-lo ocupará minhas mãos e talvez ela não vá notar como elas estão
tremendo. — Nós nos encontramos brevemente no café que eu trabalho.
Seus olhos me digitalizam da cabeça aos pés, tendo os sapatos marinho simples
que uso junto com uma saia lápis do mesmo tom e uma blusa branca. Eu me sinto
malvestida perto dela. Eu não sou uma aficionada por grife, por qualquer meio, mas
não há dúvidas sobre o terno caro, quando uma mulher bem vestida está sentada à
minha frente, com longas pernas, perfeitamente tonificadas que se projetam até um
par de saltos Louboutin.
— Você está trabalhando em um café? — ela se inclina ligeiramente para trás
em sua cadeira, relaxando as costas. — Você não conseguiu outra coisa?
Ela não é a primeira pessoa a me fazer essa pergunta. É esperado dado o
caminho que fiz para me formar. O desenvolvimento de software é a minha paixão,
mas me contentar com um trabalho de nível básico, onde eu estou escondida em um
cubículo para lidar com erros de codificação para o futuro próximo é tão atraente
quanto fazer cafés. Quero um emprego e só, e até eu saber com absoluta certeza que
não conseguirei isso, vou manter o meu olho nesse emprego. A profissão de fazer
bebidas e servir sanduíches é apenas um meio para um fim. O fim está dentro das
paredes desta torre de escritórios.
Tomo outro gole de água antes de olhar diretamente para ela. — Meu objetivo é
trabalhar nesta empresa.
Ela sorri amplamente. — Eu gosto da sua determinação, Lilly.
Dou um suspiro que tento segurar. Eu não quero que ela veja o quão
incrivelmente estou ansiosa por dentro. Eu vim aqui com a esperança fugaz que eu
fosse entrar no escritório do ilustre Clive Parker tempo suficiente para não só
convencê-lo de que eu seria um trunfo inestimável para o seu negócio, mas também
para explicar o pacote que enviei ao seu meio-irmão. Em meus pensamentos dispersos
na semana passada, a calcinha e a foto Polaroid seriam minhas desculpas para vê-
lo. Uma vez que isso aconteceu, iria deslumbrá-lo com todas as minhas ideias de
aplicativos para o crescimento na divisão da sua empresa. Era um plano complicado
na melhor das hipóteses, mas quando você está trabalhando com a bagunça que eu fiz
da minha vida, você não pode ser exigente.
— Eu realmente gostaria de discutir algumas das ideias que tenho para... — eu
começo antes de parar abruptamente. — Quer dizer, eu gostaria de discutir a
possibilidade de um cargo aqui. Eu sei que posso trazer um monte de informações
sobre novas tecnologias.
Ela corre o dedo indicador sobre sua bochecha antes de descansar contra seus
lábios. — Você não tem que me convencer Lilly. Eu sou a única que tem lido todos os
seus e-mails e cartas. Eu posso ver o potencial que você tem. É só que não estamos
contratando no momento.
Eu fecho meus olhos enquanto seguro firme o copo quase vazio que está entre
as palmas das mãos no meu colo. É o que eu esperava. Corteck tem pairado perto do
topo da lista dos cinquenta melhores lugares para se trabalhar na América do Norte
durante os últimos cinco anos. Se uma pessoa tiver a sorte de conseguir um emprego
aqui, eles não vão a lugar algum. Eu sei que, logicamente, as chances de ser contratada
são pequenas, mas esta é a única oportunidade que vou ter de começar a me vender
para alguém que tem autoridade para realmente considerar-me para um cargo.
— Eu tenho o seu arquivo no meu escritório há mais de um ano, Lilly. — ela se
inclina para frente em seu assento, para que ela possa tocar na borda do meu
joelho. — Eu vou mantê-lo acessível. Se alguma vaga surgir, eu te ligo.
Ela está esperando que eu me levante, lhe agradeça pela sua hospitalidade e saia
do seu escritório com um sorriso na promessa de um cargo que nunca se
concretizará. — Existe alguma chance de que eu possa ver o Sr. Parker?
— Clive? — ela me lança um sorriso duro. — Ele é muito ocupado, Lilly. Ele
não lida com coisas como esta.
Eu não tenho absolutamente nada a perder neste momento. Eu posso seguir as
regras e graciosamente desaparecer na multidão zanzando pelas ruas de Manhattan
na manhã desta segunda-feira, ou eu posso empurrar minha sorte aos seus limites. —
Não é sobre isso. Eu preciso falar com ele sobre o irmão dele.
Sua respiração para assim como sua testa franze ligeiramente. Eu posso dizer
que ela está tentando recuperar a compostura. — Você conhece Parker?
Eu sei como o pênis de Parker parece. Será que isso conta? — Sim. — eu digo,
porque é muito mais fácil do que tentar explicar os detalhes sórdidos da minha
atividade on-line descabidas, das últimas semanas.
— Quando você conheceu Parker? — ela corre o dedo indicador sobre a lapela
de seu paletó. — Vocês dois são quase da mesma idade, não é?
Eu sempre acreditei que quando uma pessoa joga duas perguntas para você
consecutivamente, você pode ignorar a primeira. É como uma regra simples que
sempre me serviu bem, inclusive neste exato momento. — Parker é dois anos mais
velho que eu.
— Você nunca mencionou conhecê-lo em qualquer um dos seus e-mails. —
ceticismo transborda por suas palavras.
— Eu não queria... — gaguejo. — É só que eu não queria ter qualquer
consideração especial por causa disso.
Um leve sorriso puxa nas bordas dos seus lábios. — Eu entendo completamente.
— ela sussurra enquanto se inclina para frente. — Você quer fazer isso por conta
própria.
Claro. É isso aí. Eu estou tão longe neste buraco neste ponto que eu vou agarrar
qualquer coisa.
— Como eu disse, eu gostaria de falar com o Sr. Parker sobre o irmão dele. —
eu repito para reforçar. — É importante.
Ela balança a cabeça antes de ir em direção a sua mesa para pegar seu
smartphone. — Clive não está hoje. Eu posso transmitir uma mensagem para ele
quando o vir amanhã.
Eu suspiro pesadamente. Por essa hora amanhã, eu estarei de volta no Bistrô
atendendo algum cliente ingrato com uma bebida quente, com um nome que a
maioria das pessoas não pode pronunciar corretamente. Eu sei que quando eu sair
deste edifício, estarei novamente à estaca zero. — Existe alguma maneira que eu possa
encontrá-lo? Eu vim de Boston.
— Parker é importante para você, não é?
Não, absolutamente não. Parker Jarvis não é nada para mim.
Eu engulo em seco. Mentir nunca foi fácil para mim, mas isso não é exatamente
uma mentira. Encolho os ombros de forma exagerada antes de responder: — Eu tenho
compartilhado muito com Parker.
Ela fica sem reação. Seus saltos movem-se rapidamente sobre o piso acarpetado,
enquanto ela chega à sua mesa. — Eu não sabia que você conhecia Parker tão bem. Eu
sei que Clive vem se esforçando muito para construir um vínculo com ele. Tenho
certeza de que ele iria querer dar-lhe uma consideração extra, uma vez que você é
uma amiga próxima de seu irmão.
Concordo com a cabeça. Esta reunião tornou-se algo muito mais pessoal do que
deveria ser a uma velocidade vertiginosa. Eu deveria corrigi-la. Eu preciso dizer-lhe
que eu mal conheço Parker e praticamente todas as interações que eu já tive com ele
foi do conforto do meu quarto, enquanto digitava mensagens para ele no meu
laptop. Eu não sei nada sobre Parker além do fato de que ele provavelmente tem uma
coleção ou fotos de mulheres nuas que ele nunca conheceu e que seu pau curva um
pouco demais para a esquerda para o meu gosto.
Eu lambo meus lábios antes de abrir minha boca, sabendo que eu preciso dizer
alguma coisa. Eu tenho que parar com isso antes que ela assuma que Parker e eu temos
algo forte e quente. Quem eu estou enganando? Eu posso dizer do sorriso
excessivamente largo no rosto que ela já pulou de cabeça nessa teoria. — Eu gostaria
de falar...
Seu dedo se agita para cima no ar, em um gesto que imita a mulher na recepção
da frente. Tem que ser parte do treinamento dos funcionários. Seu polegar passa pela
tela do seu aparelho antes de trazer para sua orelha. — Oi, é Rowan. Eu preciso de
você para montar um contrato de emprego para mim. — ela faz uma pausa enquanto
seus dedos tocam na borda da mesa. — Faça com um nível de entrada dois. Lilly
Randall é o nome.
Sento-me em silêncio enquanto eu a ouço soletrar meu nome, letra por
letra. Isso não pode ser real. Eu não apenas consegui um cargo na empresa dos meus
sonhos, porque mandei uma foto de meus seios a um cara aleatório. Pode não ser a
minha primeira escolha para ter o meu pé na porta, mas eu estou dentro e uma vez
que eu provar que tenho o que é preciso para Rowan e Clive, tudo que está no
envelope deixará de importar. Tem que deixar de importar. A alternativa significará
que vou fazer lattes mocha até me aposentar.
Capítulo Quatro
— Tudo está assinado. — ela passa a mão sobre a borda dos papéis. — Você
pode começar quando quiser.
Hoje não seria possível. Depois que uma mulher tinha batido na porta 15
minutos atrás com os meus contratos de trabalho em suas mãos, eu tinha caído em um
poço de pura alegria. Os pequenos detalhes sobre onde vou viver e o aviso prévio que
preciso dar ao meu chefe no Star Bistrô, parecem irrelevantes no momento. Rowan
tinha me oferecido um cargo temporário para substituir uma funcionária que ia sair
de licença maternidade em poucos dias. Eu li as letras miúdas e sei logicamente que a
posição só vai durar por três meses. Eu também sei que farei o máximo de cada hora
que estiver aqui. Eu vou impressioná-los ao ponto de que eles não tenham uma
escolha, exceto me oferecer algo permanente. Não vou perder esta oportunidade. Eu
não posso.
— Eu sei que você tem que fazer alguns arranjos em Boston, Lilly. — ela enfia
os papéis que acabei de assinar em uma pasta de arquivo. — Por que você não me liga
amanhã e me deixa saber se você pode começar na próxima segunda-feira?
— Próxima segunda-feira está perfeito. — atiro de volta alegremente. — Eu não
posso agradecer o suficiente por esta oportunidade.
— Você vai se encaixar bem aqui. — ela dá um passo atrás e sinaliza para que
eu levante. — Estou animada para compartilhar a notícia com Clive.
Eu estou de pé antes que seu nome deixe os lábios dela. No meu estado
vertiginoso eu tinha esquecido o detalhe não tão pequeno de Clive Parker e o fato de
que ele é dono da empresa. Minha única esperança é que ele não vai encaixar as peças
do quebra-cabeça e perceber que a Lilly, que foi contratada para trabalhar no quinto
andar no desenvolvimento estratégico, é a mesma Lilly que escreveu o manifesto
detalhando sobre a melhor maneira de chupar um homem até o
esquecimento. Quando ele conectar estes pontos infelizes, eu vou ter garantido meu
lugar como um membro valioso da equipe Corteck.
Balanço para frente e para trás em meus saltos tentando laçar toda a energia
nervosa que sinto bombeando através de mim. — Eu não posso agradecer o suficiente
por me dar esta oportunidade, Srta. Bell. Eu prometo que vou trabalhar tão duro
quanto posso.
Ela corre a mão ao longo da manga da minha blusa, parando para descansar os
dedos contra o meu ombro. — Meu nome é Rowan. Você vai me chamar de Rowan e
sei que você fará coisas boas aqui.
Eu tenho que fazer. Antes dos papéis chegarem, ela confessou que teria que
fazer mágica com os recursos humanos para o pessoal receber minha posição para
outra divisão. Eu percebo que o comprometimento dela em me ajudar é baseado
principalmente em calcular mal a minha ligação com o irmão de Clive. Com o número
de funcionários que andam pela catraca no lobby a cada dia, duvido que eu vá sequer
passar por ela no corredor durante o meu tempo aqui. Vou rapidamente tornar-me
apenas mais um número na folha de pagamento.
— Seus pais vivem em Boston? — ela pergunta, me pegando desprevenida. —
Essa será a sua primeira vez longe de casa?
Estendo a mão para a borda da sua mesa para firmar meus joelhos. Não há
nenhuma maneira possível de que ela possa compreender a onda de emoção que corre
por mim sempre que alguém pergunta sobre os meus pais. É algo que eu deveria estar
acostumada a esta altura da minha vida. Amigos e colegas perguntaram a mesma coisa
no dia da formatura, quando cruzei o palco para receber o meu diploma. — Eu vivo
em um apartamento perto do campus há alguns anos.
Ela balança a cabeça e instantaneamente reconheço que a resposta pouco
importa para ela. Ela estava perguntando apenas como uma cortesia. — Eu entrarei
em contato amanhã. Eu tenho o seu número de celular.
Aproveito a dica e avanço para a porta aberta do seu escritório. — Você pode
me ligar a qualquer momento. Eu trabalho amanhã, mas eu sempre tenho o meu
telefone no meu avental.
— Foi ótimo ter conhecido você, Lilly. — ela vem em minha direção com a mão
estendida. — Você é uma adição muito bem-vinda à nossa família.
Viro-me para sair depois de lhe cumprimentar rapidamente. Eu congelo no
lugar, meus olhos presos nos botões fechados de uma camisa branca que está cobrindo
o peito de um homem. Eu inspiro profundamente inalando o cheiro inebriante de
perfume caro. Meu olhar segue o caminho dos botões para seu pescoço, antes de parar
sobre sua barba bem aparada e um par de olhos azuis que eu nunca vou esquecer.
— Lilly. — ele diz meu nome em um tom baixo e grosso. — Eu gostaria de um
momento.
***
— Gostaria de algo para beber? — Clive me pergunta de onde ele está sentado
em uma cadeira de couro atrás de sua enorme mesa de madeira. — Eu posso pedir
para a minha assistente trazer-lhe um copo de água ou talvez algo mais forte, o que
deseja?
O brilho nos seus olhos sugere que ele está me testando. Meu pulso acelerado
sugere que estou à beira de ter um ataque cardíaco. Quando ele perguntou a Rowan
sobre os papéis que eu tinha acabado de assinar, vi todas as minhas aspirações serem
entregues à ele. Eu silenciosamente o segui pelo corredor para o elevador e me
mantive impotente até o trigésimo sétimo andar, sabendo que meu breve momento de
celebração eufórica havia caído em um milhão de pedaços não reparáveis. Minha vida,
como eu esperava que fosse, não existia mais e tudo pela minha necessidade estúpida
de flertar com alguns caras aleatórios on-line.
Maneira de se foder mais, Lilly.
— Lilly? — ele se inclina ligeiramente para frente, com os cotovelos apoiados
na borda da mesa. — Posso te oferecer alguma coisa?
— Não. — digo mal humorada, quando tento afundar na cadeira em frente a
ele. Não há nenhuma maneira que eu possa esconder a minha vergonha e
decepção. Eu sinto como se o anel de bronze que sempre quis estivesse firmemente ao
meu alcance por apenas dez segundos antes de ele ser empurrado violentamente por
um homem lindo que não consegue tirar os olhos de mim agora. Normalmente, eu
estaria lisonjeada com isso. É difícil sentir nada além de arrependimento e humilhação.
Seus olhos finalmente saem de mim enquanto se inclina para trás em sua
cadeira, cruzando as pernas. — Vamos falar sobre o motivo de você estar aqui.
— Eu estava esperando falar com você. — eu ofereço, porque é a
verdade. Minha razão inicial em fazer esta viagem era garantir uma reunião com ele,
sob o pretexto de explicar porque mandei a Parker esse pacote cheio de delícias
eróticas. Eu ia usar esse motivo habilmente e seguir uma discussão sobre os meus
méritos como uma potencial funcionária. É um grande salto, mas sei que se eu
escolher cuidadosamente as minhas palavras, vou fazer o meu ponto e convencê-lo de
que Corteck precisa de mim.
— Por que Rowan lhe ofereceu um emprego? — ele pega um dos papeis e
inclina-o para mim. — Você trouxe o nome de Parker durante o seu encontro com
ela?
Eu toco minha testa brevemente antes de traçar um caminho para o meu nariz
com o dedo indicador. — Sim.
Todo o seu corpo muda em sua cadeira. Seus ombros empurram para trás
enquanto sua cabeça se inclina para o lado. — Você usou seu relacionamento com o
meu irmão para conseguir um emprego aqui?
Eu não sei como responder a isso. Eu fiz. Eu não fiz isso intencionalmente, mas
pouco importa agora. Rowan havia deixado claro que ela não tinha nada a e oferecer
até que eu trouxe o nome de Parker. — Eu acabei mencionando o nome dele.
— Você trabalha em um café, Lilly. — ele se inclina para frente agora, jogando
a pasta de arquivo inteiro em sua mesa. — A posição para a qual foi contratada é
altamente técnica. Você não está qualificada para isso. Isso é parte do jogo que você
está jogando com o meu irmão?
Eu luto contra a vontade de levantar e correr para fora de seu escritório. Em vez
disso, deslizo minha bunda para a beirada da cadeira que estou sentada, descanso
minhas mãos no meu colo e digo muito claramente e com calma: — Eu sou mais
qualificada para trabalhar aqui do que a maioria da sua equipe. Eu não quero o seu
irmão. Eu quero você.
Capítulo Cinco
Não. Espere. Eu realmente não disse isso, disse?
Eu puxo meus olhos da pasta de arquivo que contém os meus contratos de
trabalho assinados para o seu rosto. Seu olhar está definido no meu colo e onde as
minhas mãos estão firmemente entrelaçadas. — Eu sinto muito, Sr. Parker. Isso saiu
errado.
Ele não reconhece as minhas palavras. Seus olhos ficam trancados em minhas
mãos. Eu as movo um pouco e foi aí que percebi. Eu olho para baixo, onde minha saia
levantou até minhas coxas revelando o topo das minhas ligas de renda. Eu respiro por
um momento, oscilando de um lado para outro, de uma nádega para a outra, enquanto
puxo o tecido de volta ao lugar. Isso pode realmente ficar pior. Ele vai pensar que sou
um exibicionista. Eu não o culparia. Ele já viu mais do meu corpo do que a maioria dos
homens que eu namorei.
— Eu me formei no topo da minha turma do MIT. — eu começo antes de parar
para cruzar os meus pés na altura dos tornozelos por medida de segurança. — Eu já
desenvolvi vários aplicativos que estão disponíveis em vários mercados no momento.
— Você o quê? — ele chega para pegar a pasta de arquivo novamente,
deslizando sobre cada um dos trabalhos. — Por que não consta nada disso aqui?
Recolho minha mala enorme de onde descansava no chão perto da minha
cadeira e faço uma busca dentro dela. Jogo uma cópia do meu currículo e faculdade
que coloquei dentro dela antes de sair de Boston. Na minha pressa para ficar pronta
para vir aqui hoje, tinha esquecido sobre isso. Eu a pego na bagunça amassada da
parte inferior da minha bolsa. Tento suavizar as rugas no meu colo antes de mantê-los
no ar sobre sua mesa. — Eu trouxe estes.
Eu vejo a hesitação em seus olhos antes que ele finalmente pegue os papeis de
mim. Eu não posso culpá-lo. Tudo sobre mim grita ninfomaníaca desesperada para
ele. É um milagre ele não ter ligado para a segurança para me retirar do local ainda.
Ele estuda ambos os documentos cuidadosamente, franzindo a testa enquanto
ele faz uma varredura no final do meu currículo onde detalhei os três aplicativos que
desenvolvi nos últimos dois anos. — Isso é muito impressionante. Você se formou com
honras do MIT?
Juro que há um sarcasmo atado firmemente na questão. Normalmente, saltaria
de um palanque e ferraria a pessoa questionando como uma jovem mulher pode ter o
conhecimento técnico para ir ombro a ombro com os seus homólogos masculinos com
o dobro de sua idade. Eu não posso fazer isso agora. Eu tenho que lembrar que sou a
pessoa que sem querer lhe enviou uma foto nua. Não é à toa que ele duvida da minha
capacidade acadêmica. Garotas inteligentes sabem melhor do que se expor aos homens
que não conhecem.
— Você teve uma carga horária pesada. — ele continua. — Como é que você
conseguiu fazer isso e ter tempo para investir na programação desses aplicativos?
— Eu amo programação. — eu me inclino para trás na minha cadeira. — Dois
deles começaram como projetos de classe, mas percebi o seu potencial assim que
desenvolvi algo mais para a escola e foquei nesses no meu tempo livre.
Ele endireita os ombros. — Eu tive alguém dedicado em tempo integral no
desenvolvimento de um aplicativo móvel que os viajantes no exterior podem usar
quando se deparam com uma emergência médica.
Eu puxo uma respiração profunda e tento conter o sorriso no meu rosto. —
Como você pode ver no meu currículo, desenvolvi um aplicativo simples, mas com o
meu, os viajantes são capazes de dizer imediatamente se o seu seguro vai cobrir a sua
situação de emergência médica. Então eles podem facilmente encontrar uma clínica
que aceita o seguro com base em seu GPS atual.
— É impressionante. — diz ele em voz baixa.
— Eu também adicionei um recurso que acho que é inestimável. — eu começo
antes de parar para expirar profundamente. — O usuário pode programar toda a sua
informação vital, relacionando as condições atuais, prescrições e quaisquer médicos
primários, assim, se eles estiverem incapacitados em qualquer ponto, o pessoal da área
médica irá ajudá-los a saber com o que estão lidando.
Encaro-o à espera da sua resposta. Sua mandíbula aperta um pouco quando ele
abaixa o meu currículo de volta para sua mesa. — O que realmente está acontecendo
aqui?
Minha mão salta para a minha bochecha. Eu sei que meu rosto está
vermelho. Eu posso sentir o calor fluindo através de mim. — O que você quer dizer?
— eu devolvo com pouca emoção.
— Quem te mandou aqui? — ele inclina o queixo em direção a mim. — Você
precisa me dizer agora quem inferno te mandou aqui?
Eu fecho meus olhos brevemente enquanto tento absorver as palavras que ele só
jogou em mim. — Ninguém me mandou aqui. Eu estou aqui porque eu quero um
emprego.
— Você quer um emprego? — ele atira de volta. — Você tentou seduzir meu
irmão e agora você está me dizendo que você desenvolveu estes aplicativos sozinha?
Uau. Apenas uau. Alerta para babacas.
Eu empurro meu corpo para frente na esperança de que a ação vá me dar à
coragem que preciso para continuar esta conversa. — Sr. Parker, o que aconteceu com
seu irmão foi uma infeliz coincidência. Eu comecei a falar com ele completamente por
acaso. Eu estava realmente testando o aplicativo de namoro que o seu...
— Você espera que eu acredite que você não sabia quem Parker era quando
você o procurou? — ele exclama.
— Procurou? — levanto-me rapidamente agora. — Sem ofensas, mas seu irmão
não é realmente o meu tipo.
— Claramente. — ele rosna a palavra para mim quando ele fica em uma
posição ereta. — A julgar pelo que você enviou no envelope pelo correio para o meu
endereço, você está disposta a fazer qualquer coisa para chamar a minha atenção. Era
óbvio que iria te procurar depois que tive um vislumbre do seu corpo.
Isso foi um elogio? Será que importa neste momento? — Eu mandei esse
envelope para o seu irmão, por diversão.
— Por diversão? — ele repete como um papagaio. — Você mandou aquele
envelope para o meu endereço sabendo que eu iria vê-lo. Você escreveu uma carta
dizendo-me como você queria me chupar.
— Não. — quero elevar minha voz ao som mais alto do que ele, mas eu não
posso puxar qualquer coisa de dentro de mim. — Não foi assim.
— O que é? — ele zomba. — É evidente a partir do conteúdo do envelope que
você estava esperando foder a mim ou o meu irmão.
Balanço minha cabeça com tanta força que meu cabelo cai em meu rosto. — Eu
não estava esperando por isso. Eu estava apenas tentando me divertir um pouco. Faz
um longo tempo desde que eu... — paro. Eu não estou a ponto de confessar que não
tenho nenhum encontro em meses.
— Uma mulher não envia a um homem esses detalhes. — ele aponta o dedo no
ar para mim. — Uma carta muito detalhada sobre como iria chupar o seu pau, se ela
não está à procura de um pedaço dele.
Eu puxo as minhas mãos para o meu rosto tentando encobrir o pânico que estou
sentindo. — Eu não achei que você iria ler a carta.
— Você enviou uma carta para a minha casa sobre como iria chupar o meu pau
e você achou que eu não iria lê-la? Eu quero saber agora quem lhe enviou Lilly. Foi
alguém de Veriolt? Você está trabalhando para Taylor Lungrund? Eu vou descobrir de
qualquer maneira. Torne isso mais fácil para você e só cuspa.
— Não tenho nada para cuspir. — é uma má escolha de palavras dada a
discussão atual, mas estou usando as palavras dele. — Eu estou sendo completamente
honesta com você.
Ele é um lunático. Eu entendo completamente agora porque ele é muitas vezes
rotulado como difícil e ofensivo na imprensa. Ele realmente acha que eu sou uma espiã
para um de seus dois maiores concorrentes. — Eu não sei o que você está falando. Eu
tenho tentado conseguir um emprego aqui há anos.
— Besteira. — a palavra é brutal e direta. — Por que não ouvi sobre você até
agora? Explique isso para mim?
Dou um passo para trás por pura necessidade. Eu posso ver a raiva dentro das
linhas finas ao redor dos olhos. Todo o seu rosto muda para um lugar mais escuro. —
Sr. Parker, por favor.
— Por favor? — ele sibila para mim. — Por favor, o que, Lilly?
É isso. Eu tenho uma chance de convencer este homem que não sou uma espiã
enviada por um de seus concorrentes para minar a integridade dos seus mais recentes
desenvolvimentos. — Eu sempre admirei você. — digo as palavras, mesmo que elas
soem artificiais. — Eu tenho me aplicado para o programa de estágio pelos últimos
quatro anos e eu escrevi-lhe muitos e-mails explicando como acho que posso
melhorar as coisas dentro da sua empresa.
O olhar de confusão em seu rosto espelha o que eu estou sentindo por
dentro. Isso soou muito pomposo e expectante. Eu sou uma jovem, recém-saída da
faculdade, que apenas disse a um homem que tem uma das mentes mais brilhantes da
minha geração, que estou aqui para fazer-lhe um favor. — Eu posso verificar todas
essas reivindicações aleatórias que você está fazendo.
Concordo com a cabeça energicamente. — Você deveria. Quer dizer, sim, por
favor, faça isso.
Ele se inclina para trás contra sua mesa, cruzando as pernas na altura dos
tornozelos. — Eu vou. Nesse meio tempo, por que você não explica uma melhoria que
você faria hoje?
Ele me empurrou para um canto. A expressão de satisfação no rosto dele sugere
que ele pensa que vou cair sob a pressão da questão. Eu pego o movimento de seu rosto
quando ele se inclina.
— Bem. — ele começa enquanto bate seu sapato preto caro no chão. — Eu
estou esperando, Lilly.
Eu cruzo meus braços, empurro os ombros para trás e tento conter um pequeno
sorriso. — O aplicativo de namoro que você lançou há três meses é um pedaço de
merda. Está faltando estrutura, não tem fluidez e o fato de que você está cobrando os
usuários, é um crime.
Capítulo Seis
— Eu conversei com o meu pai na noite passada sobre a empresa que ele
trabalhava. — diz Roni da porta do meu quarto. — Não é exatamente o que você está
procurando, mas ele acha que pode conseguir algo para você, para fazer alguma
codificação.
É um gesto doce vindo dela. Roni não tem sido tão favorável à minha escolha em
um plano de carreira, principalmente porque ela nunca entendeu o apelo dele. Ela está
estudando para ser uma advogada, advogada de defesa criminal, para ser exata. —
Obrigada por perguntar a ele sobre isso. — falo ainda que a ideia de mudar a minha
vida para o Alabama, para trabalhar em um cubículo fazendo estúpidas codificações
para sempre, seja ainda menos atraente do que trabalhar no Star Bistrô.
— Eu sinto muito pelo que aconteceu em Nova Iorque, Lilly. — ela balança para
frente e para trás sobre os calcanhares. — Você não pode culpá-lo por você ser jogada
fora de seu escritório depois de humilhar seu trabalho.
Contar para Roni tinha sido uma prioridade absoluta depois de eu ter tomado o
trem de volta para Boston ontem à tarde. Quando compartilhei minha opinião sobre o
aplicativo de namoro do Corteck, talvez Clive não tivesse reagido de alguma forma
legível. Ele olhou para mim pelo que parecia ser dez minutos antes dele se inclinar
para recuperar minha bolsa. Assim que eu a peguei da mão dele, ele me pediu para
sair. Por esse ponto eu sabia que tudo estava acabado. Qualquer esperança de
trabalhar ao lado dele e de sua equipe foi esmagada quando eu tirei aquela foto e
enviei ao seu irmão. Eu não sei como eu pensei que ele me levaria a sério.
— Você está trabalhando hoje?
Esfrego minha mão sobre a testa antes de responder. — Eu estou no turno da
tarde. Eu preciso estar lá às duas.
— Você quer ir a algum lugar para almoçar? — seus olhos não encontram os
meus. — Por minha conta.
Este lado carinhoso compassivo da minha colega de quarto é estranho para
mim. Eu já sei que não vou ser capaz de lidar com isso em grandes doses. Eu preciso
facilitar a ideia de que ela se preocupa comigo. — Talvez nós possamos fazer isso
outro dia? — pergunto com um pequeno sorriso. — Eu vou organizar alguns arquivos
no meu computador.
— Claro. — eu posso ouvir o alívio em sua voz. Obviamente esta preocupação
recente dela está sendo demais para ela também. — Eu vou correr até o mercado para
comprar algumas frutas.
Abro a tampa do meu laptop e mergulho na tarefa de limpar todos os projetos
que comecei e nunca terminei nos últimos meses. Se não vou conseguir meu emprego
dos sonhos, vou focar mais no desenvolvimento de meus próprios aplicativos. Agora,
os que tenho disponíveis, estão trazendo algumas centenas de dólares extras a cada
mês. Eu preciso aumentar dez vezes se eu quiser desistir do meu trabalho no café.
Passei a próxima hora organizando meus arquivos, salvando os mais
importantes em pen drives e arrumando meu quarto. Em menos de uma hora preciso
estar no trabalho, o que significa que agora é a minha chance de ter algo substancial
para comer. Eu tento evitar os doces açucarados que são trazidos todos os dias. É uma
tentação que muitas vezes é muito difícil de resistir, mas estou trabalhando em
redescobrir a força de vontade que perdi quando comecei a faculdade. Eu decido por
um sanduíche de peru no pão centeio e um copo de suco.
Assim quando estou sentada junto à mesa da cozinha para aproveitar a minha
festa modesta ouço o movimento do lado de fora da porta do apartamento. Para
alguém estudando para uma carreira na lei, Roni não é a pessoa mais organizada que
conheço. Ela me arrastou para fora da classe mais do que um punhado de vezes ao
longo dos últimos dois anos, porque ela esqueceu suas chaves no apartamento. Corro
para a porta para deixá-la entrar, sabendo que ela provavelmente comprou mais
mantimentos do que qualquer uma de nós será capaz de consumir no período de um
mês.
— Você pode me agradecer mais tarde por resgatar você. — digo com um
sorriso quando abro a porta.
— Eu vou agradecer você agora. — sua boca curva em um sorriso, enquanto
seus olhos correm sobre a calcinha vermelha e o top que estou usando.
— Sr. Parker?
— Lilly Randall. — sua voz é profunda e sedutora. — Você não vai me convidar
para entrar?
Capítulo Sete
— Eu não estava esperando você. — murmuro enquanto caminho de volta para
a sala principal, depois me desculpo e vou me vestir. Vesti uma calça jeans e uma blusa
sem mangas com gola antes de soltar meu cabelo do rabo de cavalo. — Eu
normalmente não atendo a porta desse jeito.
— Eu deveria ter ligado antes. — ele se vira da estante que ele está em pé na
frente pelos últimos minutos. — Eu estava no MIT e decidi ver se você estaria em casa.
— Você estava no MIT? — eu nem sequer tento ocultar a surpresa nas
palavras. Eu ainda estou me recuperando do choque de vê-lo em pé na minha
porta. Acrescente a isso o horror de novamente revelar minha escolha de calcinha
para ele, e é uma maravilha eu não subir na escada de incêndio do lado de fora da
janela do meu quarto. Eu não quero saltar para a conclusão de que ele estava na
minha alma para confirmar que me formei no programa de ciência da computação
com honras. Estou esperançosa de que fazia parte da sua visita embora.
— Eu tinha negócios em Boston hoje. — ele para antes de se corrigir. —
Negócios pessoais e pensei em parar lá e rever um velho amigo.
O fato do que ele está falando para mim, quer dizer que tudo não está
perdido. — Por que você está aqui?
— Eu falei com Rowan depois que você saiu ontem. — ele puxa o tecido das
calças que cobrem suas coxas antes de ele abaixar e se sentar em uma cadeira de
balanço bege. — Ela me mostrou alguns dos e-mails que você tem enviado para nós ao
longo dos anos.
Eu esperava por um breve momento, no tempo que passei no trem de volta para
Boston, que ele discutisse com ela. A minha parte otimista queria acreditar que ela o
convenceria de que a minha capacidade técnica superava todo o resto. A parte mais
realista de mim sabia que ela provavelmente diria a ele que eu usei meus breves
encontros com Parker para passar pela porta.
Quando finalmente desci do trem após as três horas e meia de viagem, me senti
desanimada. Eu não sou uma pessoa tola. Saber que eu poderia ter perdido a promessa
de uma carreira gratificante por causa de um erro que fiz on-line é devastador.
— Você falou com Parker desde que você o viu no Bistrô? — ele pergunta
baixinho.
Eu balancei minha cabeça levemente. — Não. Eu não tenho o número dele e eu
não dei o meu para ele. Lamento o que aconteceu com Parker.
— Como você se conectou inicialmente com ele?
Eu engulo em seco. Não é uma pergunta que tem uma resposta simples e que
vai trazer de volta para a superfície um tópico que eu prefiro manter enterrado. Eu
não posso evitá-lo embora. Se ele já não tiver perguntado ao Parker sobre isso, ele
vai. Eu preciso morder a bala e cuspir a verdade. — Eu estava testando seu novo
aplicativo de namoro quando Parker entrou em contato comigo nele.
— O aplicativo móvel? O que você acha que tem falhas? — seu tom é difícil de
decifrar. Eu não posso dizer se ele ainda está ofendido com o que eu disse em seu
escritório na manhã de ontem. Ele teve mais de 24 horas para absorver minha crítica
brutalmente honesta de um dos maiores lançamentos da história da sua companhia.
— Sim. — ofereço de volta em um tom abafado. — Eu pensei que se usasse o
produto, eu seria capaz de oferecer algumas sugestões viáveis em termos de melhoria.
Eu estava esperando que fosse conseguir uma reunião com você.
Ele traça o dedo indicador sobre seu maxilar com a barba por fazer. — Eu
perguntei se Parker poderia usar o aplicativo. Venho tentando envolvê-lo com a
empresa.
Eu aceno, mesmo que esta seja a primeira vez que ouço falar sobre o
irmão. Presumi que Parker era apenas um cara à espreita. — Decidimos mudar para
e-mail, porque era mais fácil para ele.
Um leve sorriso atropela seus lábios carnudos. — Parker me disse que ele teve
problemas com o aplicativo.
Sinto uma satisfação de validação em suas palavras. Não é provável que a
opinião de seu irmão vá ajudar a fundamentar meu ponto de vista do aplicativo, mas
certamente não pode ferir. — Eu não sabia quem Parker era naquela época. Ele
parecia divertido e agradável.
Pela primeira vez desde que ele entrou no Bistrô, na semana passada, sinto
compreensão nos olhos de Clive. — A vida de Parker é uma bagunça. Sua história com
as mulheres é complicada. Estou feliz que você não investiu nele também.
São as palavras que você esperaria de um amigo que tem a sua volta. — Eu me
peguei nas coisas que falamos. Eu não acho que eu vou ouvir falar de Parker
novamente.
— Você está certa sobre isso. — sorrindo, ele bate no braço da cadeira com a
palma da sua mão. — Eu coloquei Parker em um avião para Dubai, esta manhã. Ele vai
trabalhar em nossa divisão de lá, pelo menos nos próximos dois anos.
Capítulo Oito
Nota mental: Não irrite Clive Parker ou a sua bunda será enviada para um local
remoto em um futuro próximo.
— Rowan disse que você estaria disponível para começar a trabalhar para nós
na próxima semana. — seus olhos não deixam a tela do seu smartphone. — Isso ainda
está de pé?
— Você quer que eu trabalhe para você? — eu pergunto por que preciso
compreender o que realmente ele está dizendo. Em um período de pouco mais de 24
horas, fui de enterrar qualquer esperança que poderia ter tido de trabalhar para sua
empresa para ouvi-lo me perguntando se estou pronta, disposta e capaz de assumir a
tarefa.
— Você já assinou toda a documentação necessária. — seus olhos voam sobre o
meu rosto em um ritmo rápido. Eu posso dizer que ele não está ansioso para trazer à
tona o que aconteceu em seu escritório ontem.
— Eu entendi que depois da nossa conversa de ontem, isso não iria acontecer.
Ele descansa seu telefone em sua coxa, seus olhos que se projetam até encontrar
os meus. — Eu quero pedir desculpas pelo o que aconteceu no meu escritório. Eu
trabalho em uma indústria cruel, Lilly. Nós tivemos vários problemas no passado, com
funcionários que compartilharam informações com a nossa concorrência.
Eu sei que isso acontece. Isso só faz sentido dado o desejo de ser sempre superior
no campo da tecnologia e aparelhos. Houve várias histórias sobre a notícia de ações
feitas contra funcionários da Corteck. Presumo que é por isso que tive que assinar um
acordo de não divulgação no escritório de Rowan ontem. Eu tinha feito isso sem
dúvida. — Eu entendo, Sr. Parker.
Ele se inclina para frente, puxando seu telefone na palma da mão. — Você tem
um lugar para viver em Nova Iorque?
Eu não tenho. Minha intenção era correr atrás disso hoje. Eu ia procurar um
hotel de estadia prolongada até que pudesse encontrar uma solução mais
permanente. — Ainda não. Eu posso começar a procurar isso hoje.
— Uma amiga minha está à procura de uma companheira de quarto. — ele
olha diretamente para mim, seus olhos azuis parecendo ainda mais vibrantes na luz
solar natural que está refletindo através da janela na parede diretamente atrás de
mim. — Você vai ser capaz de pagar facilmente com seu salário e é apenas uma curta
viagem de metro de lá para o escritório.
— Isso soa muito bem. — ofereço de volta tentando não parecer tão chocada
como eu me sinto. — Isso me ajudaria muito.
— Eu vou colocá-la em contato com você. — os vincos de sua boca amolecem.
— Obrigada. — aliso as mãos sobre as pernas do meu jeans. — Estou animada
para começar a trabalhar para você.
— Quero esclarecer uma coisa, Lilly. — ele esfrega a mão sobre a testa. — Isto é
desconfortável, mas necessário.
Vacilo não só com suas palavras, mas também pela expressão em seu rosto. —
O que é?
— Você é uma jovem muito atraente. — ele inclina o queixo para cima, de
modo que seus olhos fixam os meus. — Você está, obviamente, muito confortável com
quem você é.
Eu engulo em seco. Eu não posso dizer se ele está esperando por mim para
confirmar isso ou não. — Sim. — digo baixinho, porque não consigo pensar em mais
nada para preencher o silêncio que agora está envolvendo a sala.
Ele sopra um pouco de ar entre os lábios. — Eu preciso que você entenda que
prefiro que meus funcionários mantenham sua vida pessoal fora do escritório.
Eu sinto meus ombros irem para frente involuntariamente. Por que eu não
estava esperando esse sermão? O homem me vê como nada além de uma pervertida,
tola seminua. Eu lanço meus olhos para baixo. É um rótulo que eu nunca vou ser
capaz de largar. Ele sempre vai me ver como a ruiva que mostrou os peitos ao seu
irmão. — Acho que eu entendo.
— Você vai trabalhar em uma divisão que é principalmente de homens. — ele
bate o dedo no braço da cadeira. — Você vai ser muito abordada.
Eu levanto uma sobrancelha. — Eu posso me cuidar.
Ele bate com os dedos na sua própria testa. — Eu não tenho certeza de que você
possa lidar com todos eles, Lilly.
— Eu vou manter as coisas profissionais, Sr. Parker. — passo minha língua
sobre meu lábio inferior.
Seus olhos fixam em minha boca antes de sua própria língua traçar um
caminho lento ao longo de seu lábio superior. — Mantenha o profissionalismo no
escritório. O que você faz depois das cinco horas é com você.
***
— São quase cinco horas. Você precisa viver um pouco. — ele está tentando me
convencer a desistir.
— A festa no escritório? — viro a cabeça para olhar para Dan, um dos homens
que conheci há quatro dias quando comecei a trabalhar no Corteck. — Isso acontece
muito?
— Algumas vezes por ano. — ele cruza os braços sobre o peito. — É uma forma
de misturar os novos funcionários com os condenados à prisão perpétua.
Eu rio da inferência de que Dan é um preso condenado. Ele é a única pessoa que
eu passei mais tempo desde que entrei pela porta do edifício no início desta
semana. Ele me ajudou a configurar o computador, ele me mostrou o escritório e ouvi
inúmeras histórias sobre como abençoado ele é, por ter a mais incrível esposa, filhos e
netos do mundo. Em um curto período de tempo, ele se tornou alguém que posso
contar com a ajuda para me guiar através do labirinto do meu novo trabalho.
— Você vai estar lá, certo? — ele bate no vidro de seu relógio. — Tudo começa
em poucos minutos na sala de conferência no vigésimo oitavo andar.
Eu quero perguntar se Clive vai estar lá. Eu não falei com ele desde que ele saiu
do meu apartamento na semana passada, depois de me dizer que tinha carta branca
para foder quem eu quisesse, depois do trabalho a cada noite. Ele pode não ter usado
essas palavras exatamente, mas não havia dúvida sobre sua linguagem corporal. Eu vi
o mesmo brilho de desejo nos olhos dele quando ele entrou pela primeira vez no
Bistrô. O problema é que ele é meu chefe agora e, a julgar pelos murmúrios que ouvi
flutuando no ar na estação de café e na sala de almoço, o homem tem um tipo
específico de mulher e isso é tudo o que me reforça para fugir da escolha de que tem
por volta de um metro e oitenta de altura. Eu sou dez centímetros menor e eu
programo computadores durante todo o dia. Estou começando a pensar que o que eu
vi em seus olhos era nada mais do que diversão.
— Você acha que eu tenho que ir? — toco algumas teclas no meu teclado. — Eu
prefiro ficar aqui e trabalhar.
— Trabalhando até tarde não vai chegar a qualquer lugar, Lil. — Dan vai até
minha mesa. — Você precisa conhecer outras pessoas. A maioria dos gerentes de
divisão estará lá.
Suponho que deva significar algo para mim. — Eu não vejo como isso importa.
Estarei aqui por três meses.
Ele empurra o canto de um pedaço de papel na minha mesa. — Os gerentes de
divisão podem fazer as mudanças que quiserem. Se você se der bem com um, você
pode ter algo em um longo prazo.
Eu coço meu ouvido. — Eu não tinha pensado nisso.
— Você precisa começar a pensar de forma grande. — ele estende a mão. —
Vamos juntos e ficaremos no máximo uma hora e então nós dois podemos ir embora.
Eu estudo a palma da mão. — Apenas uma hora?
— Vou levar minha esposa para jantar. — ele se atrapalha com o botão de sua
camisa, que sempre se abre sobre seu estômago. — Eu não posso decepcionar aquela
mulher, então eu tenho que sair em uma hora.
— Eu posso fazer isso por uma hora. — eu empurro minhas mãos contra a
minha mesa e me empurro para cima. — Eu estou pronta, se você estiver.
Capítulo Nove
— Todo mundo tem regras quando se trata de quem vai foder. — a voz de um
homem, obviamente animado passa por cima do meu ombro.
Eu nunca estive em uma festa de cocktail de escritório. Nós nem sequer
tínhamos uma festa no Star Bistrô, por isso, este é um universo novo para mim. Quem
diria que as pessoas tensas que eu trabalho ao lado todo o dia se tornariam tão abertas
e dispostas a discutir suas vidas sexuais, depois de uma taça de vinho ou duas? Olho
para a taça quase cheia de líquido vermelho na minha mão e decido que alcancei meu
limite. Se mantiver o ritmo com os meus colegas de trabalho vou começar partilhar
detalhes sobre o que eu gosto de fazer na cama.
— Quais são as suas regras, Lilly? — Kathryn, uma mulher que conheci meros
momentos atrás respira no meu pescoço. — É diferente hoje em dia, não é?
Todos os olhos do grupo de sete pessoas fecham em mim. Eu estou parada e eles
estão bloqueados em mim. Eu não sou uma puritana. O renomado Clive Parker pode
atestar isso. Eu só não estou tão disposta a partilhar as partes íntimas da minha vida
com estas pessoas. Eu tenho que voltar para o escritório na segunda-feira de manhã e
quero ser capaz de fazer isso sem nenhum estigma ligado ao meu rosto.
— Quando eu tinha sua idade, esperava até o casamento antes de termos um
homem. — Kathryn está em um rolo e eu estou bem no caminho disso. — Você
provavelmente já fez com mais caras neste mês do que eu fiz a vida toda.
Pare de me jogar debaixo do ônibus prostituta, Kathy. — Eu duvido disso. —
respondo, porque, sério, o que mais há para dizer?
— Basta nos informar suas regras. — ela bate a mão no meu ombro. — Você
gosta de mais jovens, ou mais velhos?
Eu não vou sair desta sem pelo menos algumas perguntas respondidas e esta é
fácil, então eu digo: — Eu não tenho uma preferência quando se trata de idade.
— Isso é uma grande notícia para mim. — Bernie, que me atreveria a dizer que
está se aproximando da idade da aposentadoria, ajusta a gravata em volta do
pescoço. — Nós poderíamos ter essa festa no meu apartamento, Lilly.
Ou eu poderia me esconder debaixo da mesa perto da entrada, onde duas
mulheres estão felizes servindo bebidas. Eu rio, só porque não consigo pensar em uma
resposta que não seria morder. Estou tentando estabelecer mais relações de negócios
aqui, não me atirar na cama de um homem com idade para ser meu avô.
— Clive tem uma coisa sobre a idade. — a voz de Kathryn está de volta na
conversa. — Eu ouvi rumores sobre isso.
Na verdade, me pergunto por um breve momento se meus ouvidos se animaram
com a menção do seu nome. Eu tenho ficado um tempo extra no saguão e nos
corredores durante toda a semana na esperança de esbarrar com ele. Eu nunca
conheci um homem mais atraente e a partir de agora, seu rosto e corpo são o que eu
estou imaginando quando estou em pé no chuveiro do meu novo apartamento, todas
as manhãs me dando um orgasmo.
— Quais rumores? — Bernie inclina-se mais perto de mim como se eu fosse a
guardiã desse segredo. — Ele gosta delas tão jovens como Lilly?
Eu não deveria estar tão ansiosa pela resposta à sua pergunta como estou. Eu
espero Kathryn desembuchar, mas só há silêncio no nosso canto da sala.
Eu remexo em meus pés antes de perceber que os olhos de todos se deslocaram
para um espaço perto da entrada da sala de conferência. Viro-me para seguir a linha
dos olhares e lá está ele. Em pé, à vontade em um terno escuro, camisa azul e um
pequeno sorriso no rosto, está Clive Parker.
— Ele é tão gostoso. — Kathryn sussurra no ar. — Eu trairia o meu marido por
isso.
Eu levanto a minha mão para a boca para abafar o riso que não posso conter. É
o que toda mulher na sala deve estar pensando a julgar pela forma como todos os
olhos femininos estão seguindo cada passo que ele está dando.
— Ele está vindo para cá. — Bernie anuncia embora ninguém tenha parado de
olhar. A sala inteira fica muda.
Eu levo a taça até a minha boca. Não penso muito sobre isso, enquanto o lanço
contra os meus lábios e para baixo em um gole rápido quando ele para ao lado de
Kathryn.
— Está todo mundo se divertindo? — sua voz é culta e refinada. Há uma
melodia brincalhona em seu tom de voz que não tinha ouvido antes.
— Suas festas são sempre as melhores, Sr. Parker. — Bernie oferece a taça de
líquido âmbar em sua mão para Clive.
— Estou feliz que você esteja se divertindo, Bernie. — diz Clive através de um
sorriso, embora seu olhar esteja fixo em mim. — E você, Lilly? Você está gostando da
sua primeira festa?
Concordo com a cabeça lentamente. — Eu estou.
Seus olhos varrem o meu corpo, mergulhando no vestido verde que estou
usando junto com saltos pretos. — Eu gostaria de vê-la em meu escritório.
Meu coração para. Eu literalmente sinto-o parar dentro dos limites do meu
peito. — Agora?
— Se você puder se ausentar um pouco, agora é perfeito.
Capítulo Dez
É quase sete horas. Isso significa que eu estou livre para fazer o que quiser de
acordo com as regras de Clive Parker. Isso seria mais emocionante se eu não estivesse
presa no meio de uma reunião, a qual eu não pertenço.
Meus olhos viajam lentamente sobre o belo rosto do assistente de Clive,
Bruce. Ele é um pouco mais velho do que eu. À primeira vista, poderia pensar que ele
está feliz de estar aqui, na noite de uma sexta-feira, mas a carranca que tomou conta
da sua expressão quando Clive virou as costas para ele, deixou claro que há mais do
que um pequeno pedaço de hostilidade lá. Eu não ouvi muito sobre Bruce desde que
comecei aqui, além do fato de que ele fez seu caminho na empresa para se tornar o
braço direito de Clive.
Ele foi gentil para mim no momento em que entrei pela porta do escritório logo
atrás de Clive. Ele me ofereceu algo para beber quase imediatamente e o jeito
carinhoso que ele disse meu nome ajudou o meu humor.
É um contraste gritante com Clive, que não disse mais do que duas palavras
para mim desde que o segui para fora da sala de conferência. Eu tinha passado toda a
viagem de elevador para o andar que abriga todos os escritórios corporativos,
ouvindo-o falar com um homem da minha idade. Eu honestamente estava me
divertindo na festa e eu estou começando a sentir uma mordida de ressentimento por
ter sido tirada dela.
— Eu preciso de você para firmar meu itinerário para Londres no próximo mês.
— os olhos de Clive não deixam a tela do seu tablet enquanto ele continua com a lista
interminável de coisas que ele queria que Bruce cuidasse. — Vou querer isso na minha
mesa na segunda-feira.
— Eu vou tê-lo pronto até amanhã. — Bruce digita algo em seu smartphone. —
Mais alguma coisa?
Eu o ouço perguntar, pelo menos, três vezes desde que entramos pela porta do
escritório quase trinta minutos atrás. Eu fico sentada pacientemente em uma das
cadeiras perto da mesa de Clive eliminando todas as mensagens antigas do meu
telefone.
— Eu acho que é isso. — Clive finalmente se levanta e me sinto tentada a fazer
o mesmo. — Eu o vejo depois.
— Eu vou indo também. — eu lanço meu celular de volta na minha bolsa.
— Você vai sentar ali até eu voltar, Lilly.
— Foi bom conhecer você. — Bruce me lança um olhar que grita entendimento
tranquilo. — Eu a vejo pelo escritório.
Concordo com a cabeça enquanto tento puxar um pequeno sorriso no meu
rosto. Eu me inclino para trás e descanso minha cabeça contra o couro de luxo
esperando o que quer que Clive tenha reservado para mim.
***
— É uma cidade bonita, você não acha? — sua voz é pouco mais que um
sussurro, uma vez que fala sobre a minha nuca. — Eu amo Nova Iorque.
Quando ele não retornou imediatamente, eu caminhei para o banco de janelas
com vista para a cidade às escuras. Fiquei em silêncio, foquei-me nas muitas pessoas
que se deslocavam ao longo das calçadas. Eu não tinha notado seu reflexo na janela
quando ele se aproximou de mim. Agora, ele está quase tocando as minhas costas. — É
uma cidade maravilhosa.
Eu sinto-o dar um passo à frente e com a necessidade de manter minha
compostura, eu faço o mesmo. Olho para baixo quando percebo que as pontas dos
meus sapatos estão tocando a janela até o chão. Eu respiro tão fortemente que minha
respiração embaça o vidro.
— Você está gostando de seu tempo aqui, Lilly?
Minhas mãos mexem inquietas na minha frente. Eu não tenho lugar para
colocá-las. Eu aperto-as juntas firmemente enquanto respondo à pergunta com a voz
mais calma que eu posso. — Este é um lugar maravilhoso para trabalhar, Sr. Parker.
Eu pulo um pouco quando sua mão direita repousa contra o vidro da janela. —
Você está trabalhando aqui agora. Você pode me chamar de Clive.
— Clive. — repito de volta percebendo o quão equivocada essa palavra parece
na minha língua. De alguma forma abstrata eu gostava da formalidade de nossas
trocas.
— Diga isso de novo, Lilly. — as palavras saem de sua boca, conforme sua mão
esquerda salta para o vidro, prendendo-me dentro.
— Clive. — digo em um gemido sem fôlego. Eu olho para cima para pegar o seu
olhar no reflexo da janela. — Eu vou te chamar de Clive.
— O que você estava falando na sala de conferência quando eu entrei?
A questão é séria com insinuações escondidas. Ele deve ter visto a antecipação
ansiosa no meu rosto quando ele me viu na sala. Não há absolutamente nenhuma
maneira que ele possa saber que Kathryn estava prestes a me dizer à idade das
mulheres que ele gosta de foder.
— Nada. — eu tento sorrir. — Não foi nada.
— Eu fui a essas festas por anos. — ele se inclina para perto de mim. — Eu sei o
que Kathryn gosta de falar.
Eu posso sentir o contorno de sua ereção contra mim. Ele está tão excitado
quanto eu. O cheiro da sua pele, combinada com a posição que ele está me mantendo
presa, me deixa com mais desejos do que eu já tive. Fecho as minhas mãos ao meu lado
para tentar evitar o anseio de me virar e envolvê-las em seu cabelo antes de puxá-lo
para um beijo profundo. — Ela é muito simpática.
Sua cabeça ruge com o riso enquanto ele brevemente mói-se em mim. O
movimento me pega desprevenida e estou certa que um pequeno gemido escapa
minha boca. Ele para abruptamente e olha para o meu reflexo na janela. — Será que
Kathryn disse que gostaria de transar comigo?
Meus lábios abrem ligeiramente. Eu corro minha língua sobre eles tentando
afugentar a necessidade desesperada que sinto de empurrar o meu corpo de volta ao
seu. — Eu não quero colocá-la em apuros. — digo sem sinceridade. Eu não me
importo se Kathryn tem um trabalho na segunda-feira ou não. Eu não me importo se
tenho um trabalho e agora não posso dizer se Clive está testando os limites para ver o
que vou fazer para mantê-lo ou não.
— São quase oito horas agora, Lilly. — sua mão direita cai do vidro em minha
coxa. — Você se lembra do que eu disse a você sobre o que acontece depois do
trabalho?
Eu empurro minhas mãos contra o vidro, descansando minha testa contra
elas. — Sim, mas...
— Kathryn lhe disse que ela quer me foder. Kathryn disse a todos que ela quer
me foder, inclusive a mim. — um estrondo profundo flui através de seu peito e em
mim. — A mulher deixou bem claro que tenho carta branca.
Eu suspiro quando sinto sua mão roçar a barra do meu vestido.
— Eu já namorei um monte de mulheres. — seus lábios estão flutuando sobre a
pele macia de meu pescoço. — Eu comi a maioria dessas mulheres.
Eu puxo minha cabeça fora da janela para que possa assistir a mão no
reflexo. Meus olhos estão colados a ele enquanto ele continua a deslizar para cima da
minha coxa. — Sr. Parker... Clive... Eu... — gaguejo, porque todas as palavras que
poderiam ter saído agora estão presas na ponta da minha língua.
— Eu nunca conheci ninguém como você. — seus dedos correm quentes sobre
a borda da minha liga agora. — Você quase me deixou de joelhos quando vi isso pela
primeira vez.
Olho rapidamente para baixo enquanto sinto sua mão se mover ainda mais
alto. — Por favor. — digo por meio de um gemido.
— Lilly. — seus lábios tocam o meu pescoço em um beijo suave enquanto o
dedo indicador desliza sobre a minha coxa. — Abra suas pernas para mim.
Não hesito quando empurro minhas mãos contra o vidro e afasto os meus
pés. Eu quero dizer alguma coisa. Eu deveria dizer algo, mas a necessidade esmagadora
que meu corpo tem de sentir prazer silencia tudo, exceto o meu desejo.
— Eu pensei sobre o quão bonito seus seios são desde que eu vi aquela foto sua.
— sua voz é pesada à medida que ele envolve a mão esquerda na minha cintura,
puxando meus quadris contra ele. — Eu não parei de pensar sobre como sua boceta se
parece. Como bonita e rosa deve ser.
Eu nunca ouvi essa palavra cair dos lábios de um homem tão facilmente antes. É
cru, cheio de desejo incomensurável e ele puxa um pequeno gemido incontrolável de
dentro de mim. — Eu quero...
— Tudo o que o seu corpo quer, eu vou dar a ele, Lilly. — seus dedos longos
deslizam sobre a seda que cobre o meu monte, puxando a umidade no tecido. — Você
está tão molhada.
Eu empurro para trás com as minhas mãos ainda descansando contra o vidro. A
cidade abaixo de nós não parou. Ninguém que passa pelo edifício saberia o que estava
acontecendo contra a janela, andares acima de onde eles estão. O edifício de escritórios
do outro lado da rua ainda tem uma pitada de luzes acesas e de repente percebo que
isso significa. — Alguém pode nos ver?
Seu dedo indicador mergulha rapidamente sob a borda da minha calcinha e
quase choro pela corrida repentina da sensação enquanto ele desliza em meu clitóris
inchado. — Você é depilada. Eu sabia que você era depilada.
Minha mão direita cai do vidro para a minha virilha. Eu quero
desesperadamente sentir mais, assim pressiono minha mão sobre a dele; a única
separação da nossa pele é o tecido de seda. — Eu gosto de ser depilada.
— Foda-se. — ele rosna em meu pescoço. — Espalhe mais as pernas para mim.
Eu me inclino contra minhas mãos na janela, sabendo que preciso do apoio se
for mudar de posição. Eu já estou perto de um orgasmo e não é apenas a perfeita e
hábil pressão que ele está aplicando ao meu núcleo. É o som da sua voz, o cheiro da
sua pele e o perigoso limite de saber que alguém pode estar olhando através de uma
das cortinas fechadas no prédio do outro lado da rua. Eu deslizo meu pé direito antes
de fazer o mesmo com o esquerdo. Engulo em seco para abafar um grito do momento
que o sinto deslizar o dedo no meu canal.
— Você vai gozar para mim. — seus lábios estão contra a minha bochecha
agora e a mão livre em volta do meu pescoço. — Eu quero ouvir os sons doces que
você faz quando você gozar na minha mão.
Eu me inclino para trás para ele, cedendo a necessidade do meu corpo para
encontrar sua ereção. Eu jogo meus quadris em sua mão, em busca de maior
profundidade do prazer. — Toque meu clitóris. Por favor, Sr. Parker. Toque-o.
O único som que preenche a sala é o rosnado baixo que flui dele enquanto ele
puxa meu clitóris entre dois dedos, me levando cada vez mais perto do orgasmo.
— Eu vou gozar. — digo sem fôlego.
Ele inclina a cabeça para trás e faz uma ligeira pressão com sua mão no meu
pescoço enquanto ele desliza os lábios exuberantes sobre o meu. — Deixe-me ouvi-la,
Lilly. Deixe-me ouvi-la.
Meus joelhos se dobram quando o orgasmo me bate com força brutal. Eu gemo
baixinho antes de deixar escapar um gemido profundo e gutural.
Capítulo Onze
— Sr. Parker? — uma voz de mulher chama na porta de seu escritório.
Entro em pânico, porque isso é o que as mulheres fazem instintivamente
quando estão presas em uma posição comprometedora com seu chefe. Eu tento me
livrar dos seus braços, mas ele roça seus lábios úmidos sobre a minha bochecha antes
de soltar o meu pescoço e retirar a mão da minha calcinha.
— Não se mexa. — sua respiração sussurra no meu ouvido. — Fique aqui.
Eu faria o que me disse, mas a parte de mim acredita que eu deveria correr para
fora do seu escritório com o meu rosto coberto por minhas mãos, está ganhando a
batalha interna do que está acontecendo dentro de mim. Eu não tenho nenhuma ideia
de quanto tempo a mulher na porta esteve lá. Eu não sei o que ela ouviu ou viu, mas
sei que não estou prestes a ficar por perto para descobrir.
Viro-me rapidamente apenas para olhar o rosto calmo e muito descontraído do
homem que acabou de me dar um orgasmo entorpecente. Ele morde o canto do lábio,
antes de trazer lentamente a mão para seu rosto, correndo dois dos dedos que estavam
enterrados dentro de mim através de sua boca. Eu assisto em silêncio enquanto ele
muda a posição de sua mão. Eu entendo imediatamente quando ele segura o dedo
indicador no local sobre os lábios. Ele quer que eu fique quieta. Eu preciso fazer isso.
— Allison, estou ocupado. — ele gira então ele está de frente para ela agora. —
O que você quer?
Ela torce seus lábios em uma careta antes de oscilar para trás em um dos
sapatos de salto alto preto que está usando. — Você me pediu para encontrá-lo aqui às
oito horas. São oito.
Eu fico olhando para a parte de trás da sua cabeça enquanto ele mergulha em
direção ao seu pulso e o relógio de prata adornando-o. — Eu esqueci, tivemos uma
reunião.
— Você me pediu para encontrá-lo aqui. — ela não disfarça a decepção em seu
tom. — Mudei o meu outro compromisso para que pudesse vir.
— Eu preciso ir. — eu saio de onde eu estive de pé em silêncio atrás dele. — Eu
deveria ir para casa.
Ele pega a saia do meu vestido antes de eu ter a chance de dar mais um passo
em frente. — Lilly, eu gostaria de falar com você antes de sair.
Meus olhos vão do seu rosto de volta para a mulher na entrada. Reconheço-a de
algumas fotografias que eu vi de Clive. Ela dirige uma das muitas instituições de
caridade que Clive dedica seus recursos. Seus braços estão cruzados e posso sentir que
ela está sentindo-se tão desconfortável quanto eu. Talvez eu tenha sido a única
pressionada na janela tendo um orgasmo com os dedos dele, mas ela teve que
testemunhar as consequências disso. Eu não posso nem pensar que ela viu a coisa toda,
então vou assumir que com base no seu comportamento um tanto quanto calmo, que
não viu muito mais do que os braços de Clive envolvidos em torno de mim.
— Você vai ter tempo para se encontrar comigo ou não? — Allison dá um passo
para dentro do escritório. — Eu gostaria de fazer isso antes da meia-noite.
Sigo sua sugestão enquanto puxo delicadamente de seu alcance. — Eu preciso
ir.
Ele não tenta me impedir. Ele apenas balança a cabeça em concordância
enquanto o vejo deslizar o paletó de seus ombros. Eu começo a sair, mas antes de
cruzar o limiar viro uma última vez para vê-lo sentado ao seu lado em um sofá de
couro branco encostado contra uma parede ao lado da janela. Seu braço é envolto
preguiçosamente sobre a parte de trás da peça de mobiliário luxuoso enquanto ele fala
baixinho com ela. Eu me afasto da porta no momento em que a vejo descansar a mão
em seu joelho.
***
— Alguma vez você já dormiu com seu chefe?
Rebecca morde o canto de um pedaço de torrada. — Clive é o seu chefe. Você
está transando com ele?
Eu, obviamente, não acho que essa conversa é conveniente. — Não, não estou.
— Ninguém acredita em você Lilly. — ela dá uma mordida maior na torrada
antes de engolir com um gole de café. Eu imediatamente me dei bem com ela de uma
forma que nunca tive com Roni. Rebecca me acolheu de braços abertos e me deu uma
cartilha sobre o que esperar quando se trata de encontros com homens em
Manhattan. Ela é alguns anos mais velha do que eu, mas há uma grande aura de irmã
sobre ela que já me agrada. Tê-la como uma companheira de quarto é dar-me um
sentimento de pertencer a um lugar que não sentia há muito tempo.
— Quando você conheceu Clive? — eu pergunto por qualquer curiosidade
real. Estou simplesmente tentando dirigir este desastre de uma discussão em um lugar
que tire os holofotes de cima de mim e do que aconteceu no escritório de Clive na
noite passada.
— Isso foi há alguns meses. — ela pressiona o dedo indicador entre os lábios
antes de puxá-lo sobre o prato. Ela lambe as migalhas esparsas da torrada de sua
pele. — Perto de um ano agora.
— Como vocês se conheceram? — eu pego outra xícara de café antes de servir
para ela também. — Você trabalhou para ele?
— Não. — ela aponta com seu queixo em direção à caneca. — Você pode pegar
o leite da geladeira para mim?
Dou um passo para a esquerda e abro a porta da geladeira com espaço
suficiente para tirar a pequena caixa de leite. — Vocês namoraram?
Após colocar uma boa dose de leite em sua caneca, ela empurra a embalagem
de volta para mim. — Eu estava saindo com alguém quando nos conhecemos. Nós nos
demos bem como amigos de imediato.
De alguma forma, a ideia de Clive Parker sendo amigo de uma mulher tão
bonita como Rebecca parece quase impossível. — Ele disse que vocês dois são bons
amigos.
— Ele tem sido meu braço direito que me ajuda quando estou em apuros com
um cara real. — ela ri na inferência implícita que Clive não é um homem real. — Ele
me ajudou muito com coisas de namoro e coisas da vida.
— É muito bom ter um amigo assim. — eu ofereço por educação. Eu já me
afastei da maioria dos amigos que tive em minha vida. É um buraco que estou
esperando que possa preencher agora que estou começando a estabelecer minha vida
em Manhattan.
— Eu costumava ter uma amiga chamada Jess. — ela aponta para o
corredor. — Ela realmente viveu aqui quando ela se mudou para Nova Iorque, de
Connecticut.
— No meu quarto? — eu pergunto.
Seu nariz enruga ligeiramente. — Foi o quarto dela. Foi um dos melhores
momentos da minha vida. Tivemos muita diversão juntas.
— Vocês perderam o contato?
Seus olhos voam sobre o meu rosto rapidamente antes de puxar para baixo em
direção ao balcão. — Eu fiquei no meio do seu relacionamento e as coisas azedaram
entre a gente.
— Isso é duro. — eu quero confortá-la, mas a conheço há menos de uma
semana. — Talvez você possa reparar as coisas um dia.
— Eu tentei. — ela pega a caneca em ambas as mãos. — Na verdade, eu conheci
Clive quando eu fui ver Jess no trabalho um dia.
— Ela trabalha na Corteck?
— Ela é uma chef. Ela trabalha no restaurante do pai adotivo do sobrinho de
Clive. — ela levanta seu queixo com cada referência. — Eu acho que tinha esse direito.
Ela tem razão. Ela está falando sobre Hunter Reynolds, o homem que possui
tanto Axel NY e Axel Boston. Ele é o pai adotivo do sobrinho de Clive, Cory. Cory foi
nomeado após Coral Parker, a irmã de Clive morrer mais de uma década atrás. Não há
escassez de informações on-line sobre a tragédia da morte de Coral e da decisão de sua
família em doar seus órgãos. Seu coração tinha sido transplantado para a esposa de
Hunter Reynold, Sadie. É uma cruel reviravolta do destino que eu achei não só
fascinante como desolador.
— Clive viu que eu estava sofrendo. — ela continua sem qualquer resposta
minha. — Ele perdeu um monte de gente em sua vida, então ele entende.
Eu entendo também, mas empurrar o meu passado nesta conversa não vai
acontecer. Não hoje e talvez nunca. Raramente compartilhei com alguém o que
aconteceu com os meus pais e a julgar pela dor que Rebecca ainda parece estar
sentindo em perder sua melhor amiga, eu só posso lhe dar um ombro amigo para
apoiar.
— Eu estou aqui se você quiser conversar. — eu bato a mão antes de pegar o
leite para colocá-lo de volta na geladeira. — Eu preciso sair.
— Onde você está indo tão cedo em um sábado? — ela diz depois de me ver
colocar um suéter sobre o vestido branco simples que estou usando.
— A biblioteca. — respondo enquanto agarro minhas chaves do apartamento
na minha mão e coloco a cabeça para fora da porta.
Capítulo Doze
— Onde é que uma jovem mulher, nova na cidade passa o sábado? — Clive
pergunta sua voz soando rouca.
— Estou na biblioteca. — sussurro em meu telefone não querendo chamar a
atenção dos outros clientes que estão em volta tentando ler ou estudar.
— Na biblioteca? — há uma pausa e ouço o inconfundível farfalhar de
lençóis. Ele está na cama. Eu olho para baixo no canto da tela do meu laptop. É depois
de uma hora da tarde. Uma dor súbita derrama através de mim enquanto penso sobre
como deve ser para passar uma manhã preguiçosa de sábado enfiada na cama de Clive
e seus braços.
— Estou respondendo alguns e-mails e outras coisas. — eu não explico, porque
não há necessidade. Eu não estou no meu horário de trabalho no momento. É fim de
semana e sou livre para fazer o que quiser, até voltar para o saguão do seu prédio na
segunda-feira de manhã. Até então, meu tempo não pertence a ele.
— Você já almoçou?
É uma pergunta que me pega completamente desprevenida. Quando vi pela
primeira vez o número dele me chamando, eu pensei que ele queria explicar o que
aconteceu em seu escritório ontem à noite. Eu havia passado horas revirando na cama,
recordando cada toque de suas mãos na minha pele. — Ainda não.
— Estarei pronto em quinze minutos.
A maneira ocasional que ele diz as palavras me surpreende. Nunca imaginei
compartilhar uma refeição com ele. — Você quer que eu o encontre em algum lugar?
— Você pegou o metrô para Quinta Avenida, certo?
Não é surpreendente que ele chegaria a essa conclusão. Entrando neste ramo da
biblioteca, era como entrar em outro mundo. Os detalhes arquitetônicos marcantes só
aumentam a riqueza da experiência. Eu já posso dizer que este vai ser o refúgio que
preciso nessa cidade. É o lugar onde posso vir trabalhar e me descontrair. — Eu
peguei.
— Estarei do lado de fora esperando por você em 20 minutos.
Olho fixamente para o meu telefone quando ele desliga.
***
— Você não gosta de salada? — ele inclina o queixo em direção ao meu prato
antes de empurrar outra garfada de macarrão em sua boca.
— Está boa. — eu corro o meu dedo indicador sobre a borda do copo de água
na minha frente. — Eu não estou com tanta fome assim.
— Você está pensando sobre o que aconteceu na noite passada. — ele come
outro pedaço de sua massa antes de engolir com um gole de cerveja nacional, que ele
pediu. — Eu estive pensando sobre isso também.
Olho para ele diretamente, espantada que ele possa mudar fluidamente a
conversa sobre o quão quente está lá fora hoje para mergulhar nos detalhes mais sutis
do nosso encontro íntimo no seu escritório. Eu queria deixar escapar o quanto gostei
no momento em que saí pela porta da frente da biblioteca para vê-lo sentado em um
dos bancos de concretos vestindo jeans desbotados e uma camisa azul. Ele estava tão
bonito, como sempre, na luz do sol brilhante desta tarde de sábado. Meu coração
parou quando ele se virou para mim e um largo sorriso brilhou em seus lábios.
— É difícil não pensar sobre isso. — digo baixinho não querendo revelar nas
palavras o desejo desesperado que ele está alimentando.
Ele arqueia suas sobrancelhas. — Devemos falar sobre isso, Lilly. Eu preciso
esclarecer algumas coisas com você.
Meu coração cai com as palavras. Já namorei alguns homens nos últimos anos e
sempre que uma discussão começa com uma necessidade de clarificação geralmente
termina em uma promessa para permanecermos amigos. Clive já está lamentando o
que aconteceu entre nós e isso vai tornar as coisas desconfortáveis toda vez que tiver
que discutir qualquer coisa de trabalho com ele.
— Tenho 34 anos de idade. — ele puxa o guardanapo de linho sobre a sua boca
antes de atirar em seu prato agora vazio. — Eu não me encontro com mulheres da sua
idade.
Este era o rumor que Kathryn estava falando a noite passada. — Mulheres da
minha idade?
— Você tem vinte e dois. — ele bate o dedo contra a garrafa de cerveja. — Eu
tenho um limite rígido sobre o namoro com alguém da sua idade. E principalmente
sobre os interesses e objetivos de vida.
De repente, sinto toda a euforia persistente que estive carregando comigo desde
a noite passada se dissipando. — Eu sou muito jovem para você?
Sua mão salta para o rosto para traçar um caminho ao redor de sua boca. Eu
fico olhando para os seus dedos longos lembrando como era a sensação de gozar
apenas por seu toque. Quando voltei para o meu apartamento, me arrastei para a
minha cama e tinha acabado com minhas mãos no meu núcleo para reviver o que
senti quando ele habilmente me trouxe ao orgasmo. A julgar pela conversa que
estamos tendo agora, um gosto de prazer com Clive Parker era tudo que eu ia
conseguir.
— Você é muito jovem. — ele não elabora, além disso.
Meus olhos passam por ele para descansar em uma fileira de banquetas que
estão vazias. Mais tarde, esta noite, o restaurante em que estamos sentados se deslocará
para outra coisa. As famílias e os recém-casais de namorados que agora enchem o
espaço apertado vão seguir em frente com os seus dias. Homens e mulheres que
procuram algo cru, primitivo e fugaz vão passar através das portas quando o
crepúsculo sombrio tomar conta da cidade. Eles vão se encontrar, vão beber e em
seguida, eles vão para um hotel ou talvez um apartamento na parte alta da cidade,
onde eles vão transar antes mesmo de saber os nomes uns dos outros.
Esta é uma cidade onde o sexo casual acontece ao virar a esquina e se eu
precisar disso, vou ser capaz de encontrá-lo sem nenhum problema. Posso substituir o
desejo do meu corpo pelo de Clive Parker com outro homem lindo. O que eu não posso
substituir é o meu trabalho.
— Eu entendo completamente. — cruzo os braços sobre o peito, num gesto
impensado para proteger minhas próprias emoções. Deixei meus sentimentos me
dominar quando cheguei ao seu escritório ontem à noite. É um erro que não vou
cometer novamente. Eu tenho que manter o foco apenas na minha carreira. Eu não
posso deixar isso escapar por entre meus dedos. — Vamos esquecer o que aconteceu.
— Esquecer o que aconteceu? — ele passa a mão pelos cabelos despenteados. —
Eu não quero isso.
A declaração me bate com a força bruta de um tapa no rosto. — O que você
quer, então?
— Você. — suas mãos caem na mesa com um baque pesado simultâneo. — Eu
quero você, Lilly.
Capítulo Treze
Eu emaranho minhas mãos no seu cabelo enquanto ele desliza os lábios sobre os
meus, aprofundando o beijo exuberante. Estou pressionada contra a porta do meu
apartamento, minhas costas empurrando contra a madeira e seu corpo duro
balançando dentro de mim.
— Lilly. — meu nome escapa da sua boca e tremula sobre meus lábios. —
Cristo, Lilly.
Tínhamos concordado depois que terminamos o nosso almoço que ele ia me
levar para casa e nos encontraríamos esta noite para jantar no seu apartamento. A
julgar pela forma como sua boca gananciosa é, sei que a promessa do que me espera
mais tarde, fará com que qualquer outro encontro íntimo que tive com um homem,
seja sem graça em comparação a esse. Clive me beijou durante os últimos quinze
minutos e a energia sexual tão bruta que está fluindo do seu corpo no meu, é diferente
de tudo que eu já senti antes. Eu posso sentir cada gota de desejo dentro de mim
acumulando entre as minhas pernas.
Eu puxo as minhas mãos do seu cabelo passando para trás de mim
destrancando a maçaneta da porta. Eu preciso entrar. Eu preciso ir antes de explodir
em chamas pelo sabor da sua boca. Eu nunca estive tão perto de um orgasmo sem
qualquer estimulação direta. Eu sei que não vai demorar muito para eu chegar ao
limite.
Suas mãos estão nas minhas, antes que eu tenha tempo para reagir, as
empurrando sobre a minha cabeça contra a madeira. — Eu não posso ficar longe de
você. Eu quero te amarrar na minha cama e...
Eu solto um gemido com a sugestão. É o que eu quero. O pensamento dele tomar
o controle do meu corpo acelera minha respiração. — Eu quero isso. — sussurro
contra a suavidade da sua barba.
Seus lábios selam sobre os meus novamente. Sua língua empurra na minha
boca, traçando um caminho ao longo da borda do meu lábio inferior antes de
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  • 1.
  • 3. Capítulo Um — Estou à procura de Lilly. Eu fiquei com a sua calcinha. Eu prendo a respiração esperando que quando eu me virar, o rosto ligado a essa voz não seja de quem eu acho que é. Não que eu envie regularmente minhas calcinhas pelo correio para homens. Quem faz isso? Tudo bem, eu. Eu fiz, mas foi só dessa vez. Eu admito que me arrependi imediatamente após ter enviado. Assim que ele me enviou uma foto dele, eu gostaria de ter pensado sobre isso mais um pouco. Ele parece gostoso como o cara da porta ao lado. Mas estou mais à procura de um homem gostoso que pode me deixar gritando depois de tomar o controle do meu corpo em uma noite. — Eu sou Lilly. — digo rapidamente quando viro em meus calcanhares. — Você é Parker, não é? Seus profundos olhos azuis passam pelo meu corpo, parando no meu crachá. — Como você sabe o meu nome? Ele é mais velho do que a foto que ele me enviou. Acho que, pelo menos, sete ou oito anos. Ele tem barba agora. Seu cabelo está diferente também. — Quando você cortou o cabelo? Não é tão cacheado como eu pensei que seria. — Meu cabelo? — ele passa a mão pelo cabelo castanho antes de balançar a cabeça ligeiramente. — Eu lhe fiz uma pergunta. Como você sabe o meu nome? — Você sabe como sei o seu nome ou você está agindo assim porque você foi pego? — eu me inclino sobre o balcão e sussurro as palavras: — Será que você deixou seu e-mail aberto e sua namorada viu aquela foto que você enviou do seu... — aceno com a cabeça em direção a sua virilha, que está coberta pelo que parece ser um terno muito caro. Ele disse que trabalhava no departamento de peças de uma loja automotiva. Cada mentira que esse cara me disse on-line não estava a favor dele. Se ele está procurando conseguir alguma coisa ele só precisa ser ele mesmo. — Pego? — seu belo rosto torce em uma carranca. — Que tipo de jogo é esse?
  • 4. — Eu gosto de ser amarrada. — eu lambo meu lábio inferior. — Você já sabe sobre isso. Um fantasma de um sorriso pega o canto da sua boca antes que ele desapareça em um flash. — Você acha que me conhece, Lilly? — Eu sei que você gosta de amarrar. — eu tomo uma respiração profunda. Talvez enviar minha calcinha para um estranho junto com uma foto minha quase nua não seja o pior erro que já cometi, afinal. — Quem te disse isso? — seus olhos se movem para baixo do meu peito para descansar na parte superior do meu decote. Ele deve ser um daqueles tipos que bebe ou fuma maconha quando está procurando bocetas on-line. Faz todo sentido, dado o quão misterioso ele está sendo. Eu deveria apenas perguntar se ele quer me encontrar depois que eu acabar o meu turno. — O que vai fazer mais tarde? — Você está cheia de perguntas, não é? — ele coloca o envelope pardo sobre o balcão. Pego e abro. Não há nada dentro. — Você disse que tinha a minha calcinha, Parker. — Eu tenho. — ele chega ao bolso do seu paletó, puxando a borda do laço branco em vista. — Eu disse a você que a tenho. Eu não disse que ia devolver para você. Eu dou um passo para trás. Eu não estava esperando isso. — Não há nenhum endereço no envelope. Como você sabia onde me encontrar? Sua mão mergulha de volta no bolso. Meus olhos estão colados a ele. Eu vejo quando ele puxa lentamente uma foto Polaroid das suas profundezas. — Esta foi a minha primeira pista. Eu tiro a foto da sua mão, embora eu já saiba exatamente o que parece. Ofereci- me para enviar-lhe uma selfie on-line, mas ele insistiu em uma imagem real. Eu não sou de julgar o fetiche de outra pessoa, por isso tirei com a minha velha câmera Polaroid. Abri o meu uniforme de barista, tirei meu sutiã e tirei a foto a uma
  • 5. distância. — Meu cabelo parece ter ficado bom. — eu inclino minha cabeça para o lado. — Seu cabelo parece bom. O resto de você é de tirar o fôlego. — ele descansa a mão sobre o balcão. — Eu gosto de ruivas. — Sorte minha. — sussurro quando olho para sua boca. Seus lábios são lindos. Eles podem ser os lábios mais bonitos que eu já vi em um homem. Eu mataria por aqueles lábios e os olhos. Sou elogiada pelos meus olhos verdes todos os dias, mas o seu é um tom de azul que nunca vi antes. Eles são vibrantes e profundos. Eu não consigo desviar meus olhos de seu rosto quando a campainha da entrada sinaliza que tem um cliente passando pela porta. Se eu quero manter este trabalho, eu preciso cuidar disso. Eu sou a única aqui. — Eu já volto. — passo a mão sobre as costas dele. — Não fuja. — Ah, eu não vou a lugar nenhum, Lilly. — sua voz é suave e uniforme. Eu não tiro os olhos dele enquanto caminho de volta para a caixa registadora. — Bem-vindo ao Star Bistrô. O que eu posso fazer por você? — Lilly? Você é Lilly, não é? Meus olhos focam nele. Eu aperto do lado do balcão. É ele. Ele é mais jovem com os mesmos cachos que tinha na foto que me enviou. Ele está vestindo uma camiseta e jeans verde. É o próprio. Esse é o cara que enviei minha calcinha e foto. — Quem é você? — eu quase grito perguntando para ele. — Eu sou Parker. Não me diga que você não me reconhece? — Se ele é Parker, quem diabos é você? — eu olho para o cara de terno. Ele se inclina para trás contra o balcão, segura a minha imagem quase nua no ar e aponta para o cara que enviei o e-mail há semanas. — Eu sou o seu pior pesadelo. — Que porra é essa? — o cara de camiseta fuzila com o olhar o outro Parker e de volta para mim antes de repousar sobre o rosto do outro homem. — O que está acontecendo? Você me mandou uma mensagem para vir aqui porque você encontrou Lilly para mim?
  • 6. Meus olhos parecem jogar uma partida de Voleibol indo e voltando entre os dois homens. A cor dos seus olhos é a mesma. A forma dos seus narizes é idêntica. Mesmo à sombra de seu cabelo é uma combinação perfeita. Qualquer um que desse uma rápida olhada para eles seria capaz de dizer que eles são parentes. — Eu pedi que você viesse aqui por causa disso. — o cara de terno gesticula no ar com a minha foto ainda em suas mãos. — Por que ela mandou isso para o meu endereço? Seu endereço? Eu não tinha questionado o endereço que me foi dado pelo cara que estava flertando on-line. Quando empurrei a foto que eu tinha tirado, junto com a calcinha que estava usando dentro do envelope, apenas dei um passo adiante antes de enviá-los. Eu escrevi uma nota, detalhando como o chuparia. Depois de assinar o meu primeiro nome no fim, eu escrevi no envelope o único nome que eu conhecia, Parker. Eu não tinha pensado em mais nada, até agora. — Ela não poderia enviar para o meu apartamento. — o Parker mais jovem de cabelos encaracolados disse batendo a mão no balcão. — Eu estou tentando voltar com a minha namorada Elsie. E se ela visse? — Você não pode usar o meu apartamento para merdas como esta. — o homem de terno latiu as palavras. — Eu não me importo com quem você fode Parker, mas você não vai fazer isso na minha casa. — Acalme-se. — ele balança a cabeça ligeiramente fazendo com que os cachos saltem pelo seu rosto, fazendo-o parecer ainda mais jovem do que ele disse que era. Ele me disse em um e-mail que ele tinha vinte e quatro, mas vendo-o pessoalmente não consigo imaginar quantos anos ele tem. — É apenas uma foto. O de terno dá um passo firme para frente, com a minha foto desaparecendo em sua mão depois de ser completamente amassada. — Acalme-se? Você quer que eu me acalme, seu pequeno pedaço de merda? Eu chego de Boston para o fim de semana e na recepção do meu condomínio havia um envelope dirigido a mim com uma foto nua de uma ruiva que eu nunca vi antes. — E daí? — sua boca desliza em um meio sorriso enquanto sua mão vai à gola de sua camiseta. Eu posso ver as pequenas gotas de suor na testa. — Não é grande coisa.
  • 7. — Eu tinha uma mulher comigo. — não há qualquer dúvida na decepção das palavras do Parker de terno, quando ele empurra minha foto de volta no bolso. — Ela encontrou o envelope antes de mim. Você fodeu tudo para mim, Parker. Já passa das nove agora, o que significa que o Bistrô está oficialmente fechado. Isso também significa que posso começar a minha rápida rotina de limpeza antes de trancar a porta da frente e decolar para a noite e encontrar um buraco que possa entrar e empurrar a minha vergonha sozinha. A julgar pelo olhar no rosto do Parker mais velho, eu arrisco um palpite de que, a menos que entre no meio dessa confusão, vou acabar assistindo ele bater pra caralho no cara que mandei o e-mail. Eu já tive emoção suficiente por uma noite. — Ei Parkers. — digo. — O Bistrô está fechado. Vocês podem levar isso pra fora. Ambos se viram para me olhar e eu juro que foi aí que eles perceberam que eu ainda estava aqui. Eu deveria ter prestado mais atenção a essa voz tranquila na parte de trás da minha cabeça que me dizia que conversar com caras on-line era um erro. Eu também deveria ter ouvido a minha companheira de quarto que me alertou que enviar uma foto nua para um estranho iria arruinar minha vida. — Devolva a chave do meu apartamento. — o Parker mais velho, mais bonito, salta para agarrar a frente da camiseta do outro. — Agora. O som agudo do toque do telefone celular quebra a tensão palpável no ar. O homem de terno balança a cabeça um pouco antes de sua mão mergulhar no bolso interno do paletó, puxando seu bonito telefone para fora. — Clive Parker. — diz ele calmamente ao telefone. Clive Parker? Será que ele realmente disse Clive Parker? Não, por favor, não deixe que ele seja Clive Parker. — Ele não é Clive Parker, não é? — eu sussurro para o outro lado do balcão para o cara de cabelos encaracolados. — Ele não disse que era Clive Parker. Seus olhos digitalizam meu rosto enquanto surgem sulcos na sua testa. — Ele é Clive Parker. Ele é o pé no saco do meu meio-irmão. Eu não sabia dele até poucos meses atrás, quando minha mãe disse quem o meu verdadeiro pai era e...
  • 8. — Não. — interrompo na esperança de que uma palavra vai mudar a realidade da situação. — Ele não pode ser Clive Parker. — Ele é Clive Parker. — ele repete. — Eu sou Parker Jarvis. Eu não me importo quem ele seja. Seu nome não tem significado para mim. O nome de Clive Parker sim. Este é o homem cuja atenção eu tenho tentado obter desde que tenho o meu diploma universitário há três meses. Eu tenho acampado do lado de fora do seu escritório em Manhattan por horas, esperando desesperadamente conseguir uma reunião com ele. Eu não posso contar o número de e-mails e cartas que enviei cheios das minhas ideias. Esperei com impaciência uma resposta dele, mas não consegui qualquer coisa. Agora, ele está de pé a menos de cinco metros de distância de mim. O único problema é que ele já viu meus seios nus, tem minha calcinha no bolso e leu minha nota manuscrita explicando exatamente como gosto de chupar um pau. Eu corro minhas mãos sobre a minha testa, tentando em vão, que o meu cérebro absorva o que está acontecendo. — Isso não pode ser real. — O que não pode ser real, Lilly? — o rosto do Parker mais novo está há poucos centímetros do meu agora. Ele está inclinando-se sobre a caixa registradora e eu não ficaria surpresa se ele engatasse seu joelho sobre ela para me agarrar. — Você precisa esquecê-lo. Clive é um idiota. Clive é o primeiro e único homem neste mundo que pode me dar o futuro que quero. Tudo o que tenho feito nos últimos quatro anos, desde que me formei no ensino médio, tem sido me preparar com o objetivo de trabalhar ao lado dele. Ele tem sido a minha inspiração. Olho para cima rapidamente, meus olhos flutuando em seu rosto bonito enquanto ele fala em seu telefone. Como é que eu não o reconheci quando me virei cerca 10 minutos atrás? Já vi fotos suficientes dele on-line para saber como ele se parece. Eu até o vi brevemente a uma distância na rua fora do seu escritório meses atrás, mas ele estava bem barbeado. A barba curta em seu rosto agora me enganou. O fato de que ele é ainda mais lindo pessoalmente me desarma também. Como poderia saber que Clive Parker teria entrado no Bistrô com a minha foto nua em seu bolso? — Parker. — Clive diz seu nome, assim que abaixa o telefone de sua boca. — Vamos embora.
  • 9. — Eu não vou a lugar nenhum. — a melodia brincalhona na voz de Parker é completamente equivocada. — Eu vou sair com Lilly. — Não... hum, não... — eu gaguejo enquanto balanço a cabeça violentamente de um lado para o outro. — Você não vai sair comigo. Nem hoje nem nunca. A sobrancelha de Clive se aperta enquanto seus olhos atiraram sobre o meu rosto. — Você é mais esperta do que pensei que você fosse. Isso não é um elogio. Em qualquer outro momento da minha vida, eu ficaria emocionada ao ouvir essas palavras vindas da sua boca, mas não agora. Agora, ele me vê como uma garota enlouquecida por sexo que persegue homens on-line. — Clive. — digo o nome dele antes de perceber o quão fora de lugar isso parece. — Sr. Parker? — seu rosto suaviza um pouco quando um pequeno sorriso puxa o canto dos seus lábios carnudos. — O que é, Lilly? — Eu sinto muito por isso. — ofereço as palavras não apenas como uma oferta de paz. Eu preciso fazer algum grande controle de danos se espero salvar a carreira que tenho muito tempo planejado. — Eu não tinha ideia quando mandei o pacote que você recebeu. Ele dá um passo em direção ao balcão, pegando o envelope em sua mão. — Não, é culpa do Parker, mas... Eu tremo enquanto espero o sermão inevitável que está prestes a ser lançado diretamente para mim. Ele é mais do que uma década mais velho do que eu. Ele é culto, sofisticado e bem-sucedido. Ele sai com modelos e atrizes. Eu sou nada, apenas uma jovem mulher boba que trabalha como barista para ele. — Lilly. — sua grande mão repousa sobre o balcão quando se inclina para frente. — Quantos anos você tem? Eu puxo uma respiração profunda antes de responder em um tom uniforme. — Eu tenho vinte e dois. — Você é muito jovem. — suas palavras são afiadas e simples.
  • 10. — Muito jovem? — eu inclino minha cabeça para trás para que possa olhar diretamente para o rosto dele. — Você é muito jovem para perceber agora, mas você vale mais do que isso. — ele aponta para o envelope na mão. Concordo com a cabeça incapaz de encontrar todas as palavras que possam refutar o que ele disse. Estou humilhada. Estou devastada e estou pensando em fugir para outro país com a pequena poupança que tenho acumulada. — Eu não sei para quantos homens você anda enviando fotos de si. — ele faz uma breve pausa. — Eu sugiro que você pare com isso, Lilly. Você nunca sabe onde uma imagem como essa vai acabar. Eu fico olhando em silêncio enquanto ele vira as costas e sai pela porta do Bistrô com a minha foto ainda escondida no bolso e meu orgulho respingado por todo o chão.
  • 11. Capítulo Dois — Se você me perguntar, você está cometendo um grande erro. Eu sorrio para minha colega de quarto. Ela calmamente me observava toda a manhã enquanto eu imprimia o meu currículo, reservava um lugar no trem para Nova Iorque esta tarde e colocava algumas coisas fundamentais na minha bolsa para a viagem. Roni tem sido a minha voz da razão, muitas vezes indesejável, desde que aluguei o quarto extra em seu apartamento mais de dois anos atrás. Você pensaria que agora nós nos chamamos de amigas. Isso seria demais. Percebi dentro de poucos dias de convivência que ela acena com a varinha de julgamento para mim sempre que ela quer. Nunca foi um segredo que ela me vê como se me faltasse quase todos os sentidos essenciais. Aprendi a ignorar seus olhares de desaprovação e abraçar as partes que acho boas nela. Ela me empurrou para meus estudos quando eu senti vontade de desistir. Ela se tornou o sargento que eu nunca soube que precisava. — Lilly, você está me ouvindo? — ela estatela na beira da minha cama, deslizando as mãos sobre a saia do vestido de cor creme que ela está usando. Eu olho brevemente, meus olhos correndo sobre seu rosto. — Ouvi você, Roni. — Você já passou por lá, pelo menos uma dúzia de vezes. — ela volta a sua atenção para a pilha de cartas fechadas do correio, na mesa ao lado da minha cama. — Você não espera, realmente, que alguém vá recebê-la sem hora marcada, não é? Eu não. Exatamente por isso não posso deixar que Veronica Morel, a única pessoa que conheço que tem toda a sua vida organizada para o minuto exato, escape. Estou voando para pegar as minhas calças e digo a única coisa que posso que vai ajudar a aliviar sua mente e parar todas as suas perguntas incessantes. — Eu conheci o proprietário da empresa na semana passada. Eu vejo quando o catálogo de móveis que ela está estupidamente folheando cai das suas mãos. Nós duas nos olhamos em silêncio enquanto ele cai com um baque no chão de madeira.
  • 12. — Você conheceu Clive Parker? — Sim. — atiro de volta. — Ele veio ao Bistrô na última sexta-feira à noite. — Clive Parker foi ao Star Bistrô? — as sobrancelhas dela sobem. — Por que você não me contou? A resposta honesta para essa pergunta é muito simples. Eu ainda estou me recuperando do embaraço de todo o encontro. — Nós não tivemos muita chance de falar desde então. Ela se inclina para baixo para pegar o catálogo, puxando sem pensar uma das páginas. O catálogo se rasga e cai novamente no chão. — Parece ser importante ele estar no Bistrô, Lilly. — Eu sei. — não acrescento nada para a simples resposta. Agacho-me, puxando o catálogo pesado em minhas mãos. — Eu vou enviar para a reciclagem, a menos que você queira. Ela balança a cabeça brevemente. — Então, você disse a ele sobre as suas ideias? A questão em si seria risível se não fosse tão desanimadora. Eu estava tentando garantir um encontro cara a cara com o CEO da Corteck durante anos, e no momento em que eu o tenho sozinho e só para mim, toda a nossa conversa foi focada na minha imagem seminua e minha calcinha. Saber que ele leu e, eventualmente, voltará a ler meu bilhete detalhando como eu gosto de chupar pau, só faz a questão sobre compartilhar as minhas ideias muito mais irônico. — Eu não tive chance, mas ele sabe o meu nome agora. — Esse é um passo na direção certa. — sinto que ela está olhando diretamente para mim. — Ele a convidou para ir à Nova Iorque para se encontrar com ele? — Tecnicamente, não. — respondo com sinceridade. — Na verdade, ele ficou com algo meu e vou pegar de volta. — O que ele pegou? Eu puxo o zíper da minha mala já cheia. — É um envelope. E tinha o nome dele.
  • 13. — Foi uma daquelas cartas com as suas ideias sobre o que você pode fazer por ele? — ela dá um passo fazendo suas próprias suposições. — Você acha que o que você escreveu chamou a sua atenção? A ironia da questão não é perdida por mim. — Eu tenho certeza que sim. — Então por que você vai até Nova Iorque para pagá-la de volta? — Eu não estava pronta para mostrar a ele ainda. — sim, eu estou me referindo à imagem dos meus seios, mas Roni não sabe. — Eu preciso explicar mais detalhadamente, para que ele entenda exatamente o que eu posso oferecer. Se ela tivesse qualquer pista sobre o que eu tinha colocado no envelope, ela perceberia toda a insinuação por traz das minhas respostas. Felizmente, ela está muito focada em seu iminente encontro hoje à noite para saber o que estou fazendo ou por que eu realmente estou indo para Nova Iorque. *** — Você não pode simplesmente entrar aqui e esperar que o Sr. Parker possa atendê-la. — diz ela rapidamente antes de agitar seu dedo indicador no ar. É uma ordem silenciosa para eu ficar quieta. É a terceira vez nos últimos 10 minutos que ela tenta me convencer. Eu me inclino para frente no balcão de aço tentando desviar a atenção de sua chamada. Eu tinha ensaiado o que queria dizer a Clive várias vezes ontem à noite antes de me arrastar para a cama e fechar os olhos em um pequeno quarto de hotel perto da Estação Penn. O barulho incessante do quarto ao lado do meu tinha me impedido de dormir. Eu estou cansada, estou nervosa e estou tentando ignorar o fato de que esta pode muito bem ser a minha última chance de conseguir o emprego dos sonhos que tenho ansiando por toda minha vida adulta. — A Assistente do Sr. Parker ligará para você na terça-feira, às dez. — ela não espera por uma resposta da pessoa do outro lado da linha antes de bater uma longa
  • 14. unha vermelha, brilhante na base do telefone. — Eu lhe disse para ir. O Sr. Parker não está no escritório hoje. Anotarei o seu nome e darei a mensagem a ele. Eu joguei esse jogo por meses. Eu nunca tive um retorno. Clive nunca respondeu sequer uma das dezenas de mensagens de e-mail que enviei para ele. — Eu vi o Sr. Parker quando ele estava em Boston na semana passada. Se lhe disser que Lilly está aqui, acho que ele vai me ver. É o pensamento que mais desejo que cresça e se concretize. Eu estou jogando, jogando o meu nome para ela. Eu debati longamente ontem à noite se faria ou não. Considerando quantas vezes Clive Parker está nas páginas de fofoca com uma nova mulher em volta do seu braço, talvez ele me confunda com outra Lilly ou ele se esforce para lembrar o nome. Aposto todo o meu futuro em um desses. — Eu te disse, ele não está aqui. — ela não desvia os olhos do monitor do computador na frente dela. — Ele está fora do escritório em reuniões hoje. Ela quer que eu acredite nela, porque isso é o que se espera. Eu sei melhor. Três meses atrás, tinha acabado em um táxi que estava puxando para o tráfego quando vi Clive sair do prédio. A recepcionista então tinha me dado à mesma rotina de música e dança. A única diferença era que ela, pelo menos, tentou fazer contato visual comigo. — Como eu disse, me encontrei com o Sr. Parker quando ele estava em Boston na semana passada. — faço uma pausa, enquanto tento procurar o que eu preciso dizer em seguida para entrar em seu escritório. — Tenho certeza que ele faria... — Você viu Clive quando ele estava em Boston? — o som da voz de uma mulher atrás de mim me assusta. Viro-me para olhar para ela. Ela é alta, morena, magra e elegante. O sorriso nos seus lábios irradia nos olhos dela. Este é o primeiro rosto amigável que vi desde que comecei minha peregrinação bimensal para Nova Iorque e ao lobby do edifício em Manhattan. — Sim. — dou um passo para frente. — Sou Lilly Randall. — Lilly Randall. — ela repete o meu nome de volta quando sua mão é estendida no ar entre nós. — Eu sei quem você é, Lilly Randall.
  • 15. Minha mão treme brevemente antes de apertar a dela com força. Passo a mão livre sobre a minha testa tentando afugentar todas as autodúvidas. Não tem como ela saber sobre o envelope que mandei para Parker. Sem chance. — Você sabe? Ela balança a cabeça lentamente antes de cruzar os braços sobre o peito. — Venha comigo. Temos muito que conversar.
  • 16. Capítulo Três — Eu não sei o que eu estava pensando. — ela me dá um copo de água. — Eu deveria ter me apresentado no saguão. Meu nome é Rowan Bell. Eu trabalho diretamente com Clive. Eu bebo um gole. Na minha pressa de chegar aqui por volta das nove horas em ponto, eu tinha negligenciado a necessidade do meu corpo por comida e café. Eu sinto sede e a água fresca está ajudando a aliviar. Infelizmente, não está fazendo nada para a minha ansiedade por saber que Rowan sabe o meu nome. — Obrigada por isso. — eu agradeço antes de tomar outro grande gole. Ela balança a cabeça bruscamente quando ela se abaixa na cadeira ao meu lado na frente da sua mesa. — Então você viu Clive quando ele estava em Boston? Eu chego para frente colocando o copo sobre a mesa antes de perceber que segurá-lo ocupará minhas mãos e talvez ela não vá notar como elas estão tremendo. — Nós nos encontramos brevemente no café que eu trabalho. Seus olhos me digitalizam da cabeça aos pés, tendo os sapatos marinho simples que uso junto com uma saia lápis do mesmo tom e uma blusa branca. Eu me sinto malvestida perto dela. Eu não sou uma aficionada por grife, por qualquer meio, mas não há dúvidas sobre o terno caro, quando uma mulher bem vestida está sentada à minha frente, com longas pernas, perfeitamente tonificadas que se projetam até um par de saltos Louboutin. — Você está trabalhando em um café? — ela se inclina ligeiramente para trás em sua cadeira, relaxando as costas. — Você não conseguiu outra coisa? Ela não é a primeira pessoa a me fazer essa pergunta. É esperado dado o caminho que fiz para me formar. O desenvolvimento de software é a minha paixão, mas me contentar com um trabalho de nível básico, onde eu estou escondida em um cubículo para lidar com erros de codificação para o futuro próximo é tão atraente quanto fazer cafés. Quero um emprego e só, e até eu saber com absoluta certeza que não conseguirei isso, vou manter o meu olho nesse emprego. A profissão de fazer
  • 17. bebidas e servir sanduíches é apenas um meio para um fim. O fim está dentro das paredes desta torre de escritórios. Tomo outro gole de água antes de olhar diretamente para ela. — Meu objetivo é trabalhar nesta empresa. Ela sorri amplamente. — Eu gosto da sua determinação, Lilly. Dou um suspiro que tento segurar. Eu não quero que ela veja o quão incrivelmente estou ansiosa por dentro. Eu vim aqui com a esperança fugaz que eu fosse entrar no escritório do ilustre Clive Parker tempo suficiente para não só convencê-lo de que eu seria um trunfo inestimável para o seu negócio, mas também para explicar o pacote que enviei ao seu meio-irmão. Em meus pensamentos dispersos na semana passada, a calcinha e a foto Polaroid seriam minhas desculpas para vê- lo. Uma vez que isso aconteceu, iria deslumbrá-lo com todas as minhas ideias de aplicativos para o crescimento na divisão da sua empresa. Era um plano complicado na melhor das hipóteses, mas quando você está trabalhando com a bagunça que eu fiz da minha vida, você não pode ser exigente. — Eu realmente gostaria de discutir algumas das ideias que tenho para... — eu começo antes de parar abruptamente. — Quer dizer, eu gostaria de discutir a possibilidade de um cargo aqui. Eu sei que posso trazer um monte de informações sobre novas tecnologias. Ela corre o dedo indicador sobre sua bochecha antes de descansar contra seus lábios. — Você não tem que me convencer Lilly. Eu sou a única que tem lido todos os seus e-mails e cartas. Eu posso ver o potencial que você tem. É só que não estamos contratando no momento. Eu fecho meus olhos enquanto seguro firme o copo quase vazio que está entre as palmas das mãos no meu colo. É o que eu esperava. Corteck tem pairado perto do topo da lista dos cinquenta melhores lugares para se trabalhar na América do Norte durante os últimos cinco anos. Se uma pessoa tiver a sorte de conseguir um emprego aqui, eles não vão a lugar algum. Eu sei que, logicamente, as chances de ser contratada são pequenas, mas esta é a única oportunidade que vou ter de começar a me vender para alguém que tem autoridade para realmente considerar-me para um cargo.
  • 18. — Eu tenho o seu arquivo no meu escritório há mais de um ano, Lilly. — ela se inclina para frente em seu assento, para que ela possa tocar na borda do meu joelho. — Eu vou mantê-lo acessível. Se alguma vaga surgir, eu te ligo. Ela está esperando que eu me levante, lhe agradeça pela sua hospitalidade e saia do seu escritório com um sorriso na promessa de um cargo que nunca se concretizará. — Existe alguma chance de que eu possa ver o Sr. Parker? — Clive? — ela me lança um sorriso duro. — Ele é muito ocupado, Lilly. Ele não lida com coisas como esta. Eu não tenho absolutamente nada a perder neste momento. Eu posso seguir as regras e graciosamente desaparecer na multidão zanzando pelas ruas de Manhattan na manhã desta segunda-feira, ou eu posso empurrar minha sorte aos seus limites. — Não é sobre isso. Eu preciso falar com ele sobre o irmão dele. Sua respiração para assim como sua testa franze ligeiramente. Eu posso dizer que ela está tentando recuperar a compostura. — Você conhece Parker? Eu sei como o pênis de Parker parece. Será que isso conta? — Sim. — eu digo, porque é muito mais fácil do que tentar explicar os detalhes sórdidos da minha atividade on-line descabidas, das últimas semanas. — Quando você conheceu Parker? — ela corre o dedo indicador sobre a lapela de seu paletó. — Vocês dois são quase da mesma idade, não é? Eu sempre acreditei que quando uma pessoa joga duas perguntas para você consecutivamente, você pode ignorar a primeira. É como uma regra simples que sempre me serviu bem, inclusive neste exato momento. — Parker é dois anos mais velho que eu. — Você nunca mencionou conhecê-lo em qualquer um dos seus e-mails. — ceticismo transborda por suas palavras. — Eu não queria... — gaguejo. — É só que eu não queria ter qualquer consideração especial por causa disso.
  • 19. Um leve sorriso puxa nas bordas dos seus lábios. — Eu entendo completamente. — ela sussurra enquanto se inclina para frente. — Você quer fazer isso por conta própria. Claro. É isso aí. Eu estou tão longe neste buraco neste ponto que eu vou agarrar qualquer coisa. — Como eu disse, eu gostaria de falar com o Sr. Parker sobre o irmão dele. — eu repito para reforçar. — É importante. Ela balança a cabeça antes de ir em direção a sua mesa para pegar seu smartphone. — Clive não está hoje. Eu posso transmitir uma mensagem para ele quando o vir amanhã. Eu suspiro pesadamente. Por essa hora amanhã, eu estarei de volta no Bistrô atendendo algum cliente ingrato com uma bebida quente, com um nome que a maioria das pessoas não pode pronunciar corretamente. Eu sei que quando eu sair deste edifício, estarei novamente à estaca zero. — Existe alguma maneira que eu possa encontrá-lo? Eu vim de Boston. — Parker é importante para você, não é? Não, absolutamente não. Parker Jarvis não é nada para mim. Eu engulo em seco. Mentir nunca foi fácil para mim, mas isso não é exatamente uma mentira. Encolho os ombros de forma exagerada antes de responder: — Eu tenho compartilhado muito com Parker. Ela fica sem reação. Seus saltos movem-se rapidamente sobre o piso acarpetado, enquanto ela chega à sua mesa. — Eu não sabia que você conhecia Parker tão bem. Eu sei que Clive vem se esforçando muito para construir um vínculo com ele. Tenho certeza de que ele iria querer dar-lhe uma consideração extra, uma vez que você é uma amiga próxima de seu irmão. Concordo com a cabeça. Esta reunião tornou-se algo muito mais pessoal do que deveria ser a uma velocidade vertiginosa. Eu deveria corrigi-la. Eu preciso dizer-lhe que eu mal conheço Parker e praticamente todas as interações que eu já tive com ele foi do conforto do meu quarto, enquanto digitava mensagens para ele no meu
  • 20. laptop. Eu não sei nada sobre Parker além do fato de que ele provavelmente tem uma coleção ou fotos de mulheres nuas que ele nunca conheceu e que seu pau curva um pouco demais para a esquerda para o meu gosto. Eu lambo meus lábios antes de abrir minha boca, sabendo que eu preciso dizer alguma coisa. Eu tenho que parar com isso antes que ela assuma que Parker e eu temos algo forte e quente. Quem eu estou enganando? Eu posso dizer do sorriso excessivamente largo no rosto que ela já pulou de cabeça nessa teoria. — Eu gostaria de falar... Seu dedo se agita para cima no ar, em um gesto que imita a mulher na recepção da frente. Tem que ser parte do treinamento dos funcionários. Seu polegar passa pela tela do seu aparelho antes de trazer para sua orelha. — Oi, é Rowan. Eu preciso de você para montar um contrato de emprego para mim. — ela faz uma pausa enquanto seus dedos tocam na borda da mesa. — Faça com um nível de entrada dois. Lilly Randall é o nome. Sento-me em silêncio enquanto eu a ouço soletrar meu nome, letra por letra. Isso não pode ser real. Eu não apenas consegui um cargo na empresa dos meus sonhos, porque mandei uma foto de meus seios a um cara aleatório. Pode não ser a minha primeira escolha para ter o meu pé na porta, mas eu estou dentro e uma vez que eu provar que tenho o que é preciso para Rowan e Clive, tudo que está no envelope deixará de importar. Tem que deixar de importar. A alternativa significará que vou fazer lattes mocha até me aposentar.
  • 21. Capítulo Quatro — Tudo está assinado. — ela passa a mão sobre a borda dos papéis. — Você pode começar quando quiser. Hoje não seria possível. Depois que uma mulher tinha batido na porta 15 minutos atrás com os meus contratos de trabalho em suas mãos, eu tinha caído em um poço de pura alegria. Os pequenos detalhes sobre onde vou viver e o aviso prévio que preciso dar ao meu chefe no Star Bistrô, parecem irrelevantes no momento. Rowan tinha me oferecido um cargo temporário para substituir uma funcionária que ia sair de licença maternidade em poucos dias. Eu li as letras miúdas e sei logicamente que a posição só vai durar por três meses. Eu também sei que farei o máximo de cada hora que estiver aqui. Eu vou impressioná-los ao ponto de que eles não tenham uma escolha, exceto me oferecer algo permanente. Não vou perder esta oportunidade. Eu não posso. — Eu sei que você tem que fazer alguns arranjos em Boston, Lilly. — ela enfia os papéis que acabei de assinar em uma pasta de arquivo. — Por que você não me liga amanhã e me deixa saber se você pode começar na próxima segunda-feira? — Próxima segunda-feira está perfeito. — atiro de volta alegremente. — Eu não posso agradecer o suficiente por esta oportunidade. — Você vai se encaixar bem aqui. — ela dá um passo atrás e sinaliza para que eu levante. — Estou animada para compartilhar a notícia com Clive. Eu estou de pé antes que seu nome deixe os lábios dela. No meu estado vertiginoso eu tinha esquecido o detalhe não tão pequeno de Clive Parker e o fato de que ele é dono da empresa. Minha única esperança é que ele não vai encaixar as peças do quebra-cabeça e perceber que a Lilly, que foi contratada para trabalhar no quinto andar no desenvolvimento estratégico, é a mesma Lilly que escreveu o manifesto detalhando sobre a melhor maneira de chupar um homem até o esquecimento. Quando ele conectar estes pontos infelizes, eu vou ter garantido meu lugar como um membro valioso da equipe Corteck.
  • 22. Balanço para frente e para trás em meus saltos tentando laçar toda a energia nervosa que sinto bombeando através de mim. — Eu não posso agradecer o suficiente por me dar esta oportunidade, Srta. Bell. Eu prometo que vou trabalhar tão duro quanto posso. Ela corre a mão ao longo da manga da minha blusa, parando para descansar os dedos contra o meu ombro. — Meu nome é Rowan. Você vai me chamar de Rowan e sei que você fará coisas boas aqui. Eu tenho que fazer. Antes dos papéis chegarem, ela confessou que teria que fazer mágica com os recursos humanos para o pessoal receber minha posição para outra divisão. Eu percebo que o comprometimento dela em me ajudar é baseado principalmente em calcular mal a minha ligação com o irmão de Clive. Com o número de funcionários que andam pela catraca no lobby a cada dia, duvido que eu vá sequer passar por ela no corredor durante o meu tempo aqui. Vou rapidamente tornar-me apenas mais um número na folha de pagamento. — Seus pais vivem em Boston? — ela pergunta, me pegando desprevenida. — Essa será a sua primeira vez longe de casa? Estendo a mão para a borda da sua mesa para firmar meus joelhos. Não há nenhuma maneira possível de que ela possa compreender a onda de emoção que corre por mim sempre que alguém pergunta sobre os meus pais. É algo que eu deveria estar acostumada a esta altura da minha vida. Amigos e colegas perguntaram a mesma coisa no dia da formatura, quando cruzei o palco para receber o meu diploma. — Eu vivo em um apartamento perto do campus há alguns anos. Ela balança a cabeça e instantaneamente reconheço que a resposta pouco importa para ela. Ela estava perguntando apenas como uma cortesia. — Eu entrarei em contato amanhã. Eu tenho o seu número de celular. Aproveito a dica e avanço para a porta aberta do seu escritório. — Você pode me ligar a qualquer momento. Eu trabalho amanhã, mas eu sempre tenho o meu telefone no meu avental. — Foi ótimo ter conhecido você, Lilly. — ela vem em minha direção com a mão estendida. — Você é uma adição muito bem-vinda à nossa família.
  • 23. Viro-me para sair depois de lhe cumprimentar rapidamente. Eu congelo no lugar, meus olhos presos nos botões fechados de uma camisa branca que está cobrindo o peito de um homem. Eu inspiro profundamente inalando o cheiro inebriante de perfume caro. Meu olhar segue o caminho dos botões para seu pescoço, antes de parar sobre sua barba bem aparada e um par de olhos azuis que eu nunca vou esquecer. — Lilly. — ele diz meu nome em um tom baixo e grosso. — Eu gostaria de um momento. *** — Gostaria de algo para beber? — Clive me pergunta de onde ele está sentado em uma cadeira de couro atrás de sua enorme mesa de madeira. — Eu posso pedir para a minha assistente trazer-lhe um copo de água ou talvez algo mais forte, o que deseja? O brilho nos seus olhos sugere que ele está me testando. Meu pulso acelerado sugere que estou à beira de ter um ataque cardíaco. Quando ele perguntou a Rowan sobre os papéis que eu tinha acabado de assinar, vi todas as minhas aspirações serem entregues à ele. Eu silenciosamente o segui pelo corredor para o elevador e me mantive impotente até o trigésimo sétimo andar, sabendo que meu breve momento de celebração eufórica havia caído em um milhão de pedaços não reparáveis. Minha vida, como eu esperava que fosse, não existia mais e tudo pela minha necessidade estúpida de flertar com alguns caras aleatórios on-line. Maneira de se foder mais, Lilly. — Lilly? — ele se inclina ligeiramente para frente, com os cotovelos apoiados na borda da mesa. — Posso te oferecer alguma coisa? — Não. — digo mal humorada, quando tento afundar na cadeira em frente a ele. Não há nenhuma maneira que eu possa esconder a minha vergonha e decepção. Eu sinto como se o anel de bronze que sempre quis estivesse firmemente ao meu alcance por apenas dez segundos antes de ele ser empurrado violentamente por
  • 24. um homem lindo que não consegue tirar os olhos de mim agora. Normalmente, eu estaria lisonjeada com isso. É difícil sentir nada além de arrependimento e humilhação. Seus olhos finalmente saem de mim enquanto se inclina para trás em sua cadeira, cruzando as pernas. — Vamos falar sobre o motivo de você estar aqui. — Eu estava esperando falar com você. — eu ofereço, porque é a verdade. Minha razão inicial em fazer esta viagem era garantir uma reunião com ele, sob o pretexto de explicar porque mandei a Parker esse pacote cheio de delícias eróticas. Eu ia usar esse motivo habilmente e seguir uma discussão sobre os meus méritos como uma potencial funcionária. É um grande salto, mas sei que se eu escolher cuidadosamente as minhas palavras, vou fazer o meu ponto e convencê-lo de que Corteck precisa de mim. — Por que Rowan lhe ofereceu um emprego? — ele pega um dos papeis e inclina-o para mim. — Você trouxe o nome de Parker durante o seu encontro com ela? Eu toco minha testa brevemente antes de traçar um caminho para o meu nariz com o dedo indicador. — Sim. Todo o seu corpo muda em sua cadeira. Seus ombros empurram para trás enquanto sua cabeça se inclina para o lado. — Você usou seu relacionamento com o meu irmão para conseguir um emprego aqui? Eu não sei como responder a isso. Eu fiz. Eu não fiz isso intencionalmente, mas pouco importa agora. Rowan havia deixado claro que ela não tinha nada a e oferecer até que eu trouxe o nome de Parker. — Eu acabei mencionando o nome dele. — Você trabalha em um café, Lilly. — ele se inclina para frente agora, jogando a pasta de arquivo inteiro em sua mesa. — A posição para a qual foi contratada é altamente técnica. Você não está qualificada para isso. Isso é parte do jogo que você está jogando com o meu irmão? Eu luto contra a vontade de levantar e correr para fora de seu escritório. Em vez disso, deslizo minha bunda para a beirada da cadeira que estou sentada, descanso minhas mãos no meu colo e digo muito claramente e com calma: — Eu sou mais
  • 25. qualificada para trabalhar aqui do que a maioria da sua equipe. Eu não quero o seu irmão. Eu quero você.
  • 26. Capítulo Cinco Não. Espere. Eu realmente não disse isso, disse? Eu puxo meus olhos da pasta de arquivo que contém os meus contratos de trabalho assinados para o seu rosto. Seu olhar está definido no meu colo e onde as minhas mãos estão firmemente entrelaçadas. — Eu sinto muito, Sr. Parker. Isso saiu errado. Ele não reconhece as minhas palavras. Seus olhos ficam trancados em minhas mãos. Eu as movo um pouco e foi aí que percebi. Eu olho para baixo, onde minha saia levantou até minhas coxas revelando o topo das minhas ligas de renda. Eu respiro por um momento, oscilando de um lado para outro, de uma nádega para a outra, enquanto puxo o tecido de volta ao lugar. Isso pode realmente ficar pior. Ele vai pensar que sou um exibicionista. Eu não o culparia. Ele já viu mais do meu corpo do que a maioria dos homens que eu namorei. — Eu me formei no topo da minha turma do MIT. — eu começo antes de parar para cruzar os meus pés na altura dos tornozelos por medida de segurança. — Eu já desenvolvi vários aplicativos que estão disponíveis em vários mercados no momento. — Você o quê? — ele chega para pegar a pasta de arquivo novamente, deslizando sobre cada um dos trabalhos. — Por que não consta nada disso aqui? Recolho minha mala enorme de onde descansava no chão perto da minha cadeira e faço uma busca dentro dela. Jogo uma cópia do meu currículo e faculdade que coloquei dentro dela antes de sair de Boston. Na minha pressa para ficar pronta para vir aqui hoje, tinha esquecido sobre isso. Eu a pego na bagunça amassada da parte inferior da minha bolsa. Tento suavizar as rugas no meu colo antes de mantê-los no ar sobre sua mesa. — Eu trouxe estes. Eu vejo a hesitação em seus olhos antes que ele finalmente pegue os papeis de mim. Eu não posso culpá-lo. Tudo sobre mim grita ninfomaníaca desesperada para ele. É um milagre ele não ter ligado para a segurança para me retirar do local ainda.
  • 27. Ele estuda ambos os documentos cuidadosamente, franzindo a testa enquanto ele faz uma varredura no final do meu currículo onde detalhei os três aplicativos que desenvolvi nos últimos dois anos. — Isso é muito impressionante. Você se formou com honras do MIT? Juro que há um sarcasmo atado firmemente na questão. Normalmente, saltaria de um palanque e ferraria a pessoa questionando como uma jovem mulher pode ter o conhecimento técnico para ir ombro a ombro com os seus homólogos masculinos com o dobro de sua idade. Eu não posso fazer isso agora. Eu tenho que lembrar que sou a pessoa que sem querer lhe enviou uma foto nua. Não é à toa que ele duvida da minha capacidade acadêmica. Garotas inteligentes sabem melhor do que se expor aos homens que não conhecem. — Você teve uma carga horária pesada. — ele continua. — Como é que você conseguiu fazer isso e ter tempo para investir na programação desses aplicativos? — Eu amo programação. — eu me inclino para trás na minha cadeira. — Dois deles começaram como projetos de classe, mas percebi o seu potencial assim que desenvolvi algo mais para a escola e foquei nesses no meu tempo livre. Ele endireita os ombros. — Eu tive alguém dedicado em tempo integral no desenvolvimento de um aplicativo móvel que os viajantes no exterior podem usar quando se deparam com uma emergência médica. Eu puxo uma respiração profunda e tento conter o sorriso no meu rosto. — Como você pode ver no meu currículo, desenvolvi um aplicativo simples, mas com o meu, os viajantes são capazes de dizer imediatamente se o seu seguro vai cobrir a sua situação de emergência médica. Então eles podem facilmente encontrar uma clínica que aceita o seguro com base em seu GPS atual. — É impressionante. — diz ele em voz baixa. — Eu também adicionei um recurso que acho que é inestimável. — eu começo antes de parar para expirar profundamente. — O usuário pode programar toda a sua informação vital, relacionando as condições atuais, prescrições e quaisquer médicos primários, assim, se eles estiverem incapacitados em qualquer ponto, o pessoal da área médica irá ajudá-los a saber com o que estão lidando.
  • 28. Encaro-o à espera da sua resposta. Sua mandíbula aperta um pouco quando ele abaixa o meu currículo de volta para sua mesa. — O que realmente está acontecendo aqui? Minha mão salta para a minha bochecha. Eu sei que meu rosto está vermelho. Eu posso sentir o calor fluindo através de mim. — O que você quer dizer? — eu devolvo com pouca emoção. — Quem te mandou aqui? — ele inclina o queixo em direção a mim. — Você precisa me dizer agora quem inferno te mandou aqui? Eu fecho meus olhos brevemente enquanto tento absorver as palavras que ele só jogou em mim. — Ninguém me mandou aqui. Eu estou aqui porque eu quero um emprego. — Você quer um emprego? — ele atira de volta. — Você tentou seduzir meu irmão e agora você está me dizendo que você desenvolveu estes aplicativos sozinha? Uau. Apenas uau. Alerta para babacas. Eu empurro meu corpo para frente na esperança de que a ação vá me dar à coragem que preciso para continuar esta conversa. — Sr. Parker, o que aconteceu com seu irmão foi uma infeliz coincidência. Eu comecei a falar com ele completamente por acaso. Eu estava realmente testando o aplicativo de namoro que o seu... — Você espera que eu acredite que você não sabia quem Parker era quando você o procurou? — ele exclama. — Procurou? — levanto-me rapidamente agora. — Sem ofensas, mas seu irmão não é realmente o meu tipo. — Claramente. — ele rosna a palavra para mim quando ele fica em uma posição ereta. — A julgar pelo que você enviou no envelope pelo correio para o meu endereço, você está disposta a fazer qualquer coisa para chamar a minha atenção. Era óbvio que iria te procurar depois que tive um vislumbre do seu corpo. Isso foi um elogio? Será que importa neste momento? — Eu mandei esse envelope para o seu irmão, por diversão.
  • 29. — Por diversão? — ele repete como um papagaio. — Você mandou aquele envelope para o meu endereço sabendo que eu iria vê-lo. Você escreveu uma carta dizendo-me como você queria me chupar. — Não. — quero elevar minha voz ao som mais alto do que ele, mas eu não posso puxar qualquer coisa de dentro de mim. — Não foi assim. — O que é? — ele zomba. — É evidente a partir do conteúdo do envelope que você estava esperando foder a mim ou o meu irmão. Balanço minha cabeça com tanta força que meu cabelo cai em meu rosto. — Eu não estava esperando por isso. Eu estava apenas tentando me divertir um pouco. Faz um longo tempo desde que eu... — paro. Eu não estou a ponto de confessar que não tenho nenhum encontro em meses. — Uma mulher não envia a um homem esses detalhes. — ele aponta o dedo no ar para mim. — Uma carta muito detalhada sobre como iria chupar o seu pau, se ela não está à procura de um pedaço dele. Eu puxo as minhas mãos para o meu rosto tentando encobrir o pânico que estou sentindo. — Eu não achei que você iria ler a carta. — Você enviou uma carta para a minha casa sobre como iria chupar o meu pau e você achou que eu não iria lê-la? Eu quero saber agora quem lhe enviou Lilly. Foi alguém de Veriolt? Você está trabalhando para Taylor Lungrund? Eu vou descobrir de qualquer maneira. Torne isso mais fácil para você e só cuspa. — Não tenho nada para cuspir. — é uma má escolha de palavras dada a discussão atual, mas estou usando as palavras dele. — Eu estou sendo completamente honesta com você. Ele é um lunático. Eu entendo completamente agora porque ele é muitas vezes rotulado como difícil e ofensivo na imprensa. Ele realmente acha que eu sou uma espiã para um de seus dois maiores concorrentes. — Eu não sei o que você está falando. Eu tenho tentado conseguir um emprego aqui há anos. — Besteira. — a palavra é brutal e direta. — Por que não ouvi sobre você até agora? Explique isso para mim?
  • 30. Dou um passo para trás por pura necessidade. Eu posso ver a raiva dentro das linhas finas ao redor dos olhos. Todo o seu rosto muda para um lugar mais escuro. — Sr. Parker, por favor. — Por favor? — ele sibila para mim. — Por favor, o que, Lilly? É isso. Eu tenho uma chance de convencer este homem que não sou uma espiã enviada por um de seus concorrentes para minar a integridade dos seus mais recentes desenvolvimentos. — Eu sempre admirei você. — digo as palavras, mesmo que elas soem artificiais. — Eu tenho me aplicado para o programa de estágio pelos últimos quatro anos e eu escrevi-lhe muitos e-mails explicando como acho que posso melhorar as coisas dentro da sua empresa. O olhar de confusão em seu rosto espelha o que eu estou sentindo por dentro. Isso soou muito pomposo e expectante. Eu sou uma jovem, recém-saída da faculdade, que apenas disse a um homem que tem uma das mentes mais brilhantes da minha geração, que estou aqui para fazer-lhe um favor. — Eu posso verificar todas essas reivindicações aleatórias que você está fazendo. Concordo com a cabeça energicamente. — Você deveria. Quer dizer, sim, por favor, faça isso. Ele se inclina para trás contra sua mesa, cruzando as pernas na altura dos tornozelos. — Eu vou. Nesse meio tempo, por que você não explica uma melhoria que você faria hoje? Ele me empurrou para um canto. A expressão de satisfação no rosto dele sugere que ele pensa que vou cair sob a pressão da questão. Eu pego o movimento de seu rosto quando ele se inclina. — Bem. — ele começa enquanto bate seu sapato preto caro no chão. — Eu estou esperando, Lilly. Eu cruzo meus braços, empurro os ombros para trás e tento conter um pequeno sorriso. — O aplicativo de namoro que você lançou há três meses é um pedaço de merda. Está faltando estrutura, não tem fluidez e o fato de que você está cobrando os usuários, é um crime.
  • 31. Capítulo Seis — Eu conversei com o meu pai na noite passada sobre a empresa que ele trabalhava. — diz Roni da porta do meu quarto. — Não é exatamente o que você está procurando, mas ele acha que pode conseguir algo para você, para fazer alguma codificação. É um gesto doce vindo dela. Roni não tem sido tão favorável à minha escolha em um plano de carreira, principalmente porque ela nunca entendeu o apelo dele. Ela está estudando para ser uma advogada, advogada de defesa criminal, para ser exata. — Obrigada por perguntar a ele sobre isso. — falo ainda que a ideia de mudar a minha vida para o Alabama, para trabalhar em um cubículo fazendo estúpidas codificações para sempre, seja ainda menos atraente do que trabalhar no Star Bistrô. — Eu sinto muito pelo que aconteceu em Nova Iorque, Lilly. — ela balança para frente e para trás sobre os calcanhares. — Você não pode culpá-lo por você ser jogada fora de seu escritório depois de humilhar seu trabalho. Contar para Roni tinha sido uma prioridade absoluta depois de eu ter tomado o trem de volta para Boston ontem à tarde. Quando compartilhei minha opinião sobre o aplicativo de namoro do Corteck, talvez Clive não tivesse reagido de alguma forma legível. Ele olhou para mim pelo que parecia ser dez minutos antes dele se inclinar para recuperar minha bolsa. Assim que eu a peguei da mão dele, ele me pediu para sair. Por esse ponto eu sabia que tudo estava acabado. Qualquer esperança de trabalhar ao lado dele e de sua equipe foi esmagada quando eu tirei aquela foto e enviei ao seu irmão. Eu não sei como eu pensei que ele me levaria a sério. — Você está trabalhando hoje? Esfrego minha mão sobre a testa antes de responder. — Eu estou no turno da tarde. Eu preciso estar lá às duas. — Você quer ir a algum lugar para almoçar? — seus olhos não encontram os meus. — Por minha conta.
  • 32. Este lado carinhoso compassivo da minha colega de quarto é estranho para mim. Eu já sei que não vou ser capaz de lidar com isso em grandes doses. Eu preciso facilitar a ideia de que ela se preocupa comigo. — Talvez nós possamos fazer isso outro dia? — pergunto com um pequeno sorriso. — Eu vou organizar alguns arquivos no meu computador. — Claro. — eu posso ouvir o alívio em sua voz. Obviamente esta preocupação recente dela está sendo demais para ela também. — Eu vou correr até o mercado para comprar algumas frutas. Abro a tampa do meu laptop e mergulho na tarefa de limpar todos os projetos que comecei e nunca terminei nos últimos meses. Se não vou conseguir meu emprego dos sonhos, vou focar mais no desenvolvimento de meus próprios aplicativos. Agora, os que tenho disponíveis, estão trazendo algumas centenas de dólares extras a cada mês. Eu preciso aumentar dez vezes se eu quiser desistir do meu trabalho no café. Passei a próxima hora organizando meus arquivos, salvando os mais importantes em pen drives e arrumando meu quarto. Em menos de uma hora preciso estar no trabalho, o que significa que agora é a minha chance de ter algo substancial para comer. Eu tento evitar os doces açucarados que são trazidos todos os dias. É uma tentação que muitas vezes é muito difícil de resistir, mas estou trabalhando em redescobrir a força de vontade que perdi quando comecei a faculdade. Eu decido por um sanduíche de peru no pão centeio e um copo de suco. Assim quando estou sentada junto à mesa da cozinha para aproveitar a minha festa modesta ouço o movimento do lado de fora da porta do apartamento. Para alguém estudando para uma carreira na lei, Roni não é a pessoa mais organizada que conheço. Ela me arrastou para fora da classe mais do que um punhado de vezes ao longo dos últimos dois anos, porque ela esqueceu suas chaves no apartamento. Corro para a porta para deixá-la entrar, sabendo que ela provavelmente comprou mais mantimentos do que qualquer uma de nós será capaz de consumir no período de um mês. — Você pode me agradecer mais tarde por resgatar você. — digo com um sorriso quando abro a porta.
  • 33. — Eu vou agradecer você agora. — sua boca curva em um sorriso, enquanto seus olhos correm sobre a calcinha vermelha e o top que estou usando. — Sr. Parker? — Lilly Randall. — sua voz é profunda e sedutora. — Você não vai me convidar para entrar?
  • 34. Capítulo Sete — Eu não estava esperando você. — murmuro enquanto caminho de volta para a sala principal, depois me desculpo e vou me vestir. Vesti uma calça jeans e uma blusa sem mangas com gola antes de soltar meu cabelo do rabo de cavalo. — Eu normalmente não atendo a porta desse jeito. — Eu deveria ter ligado antes. — ele se vira da estante que ele está em pé na frente pelos últimos minutos. — Eu estava no MIT e decidi ver se você estaria em casa. — Você estava no MIT? — eu nem sequer tento ocultar a surpresa nas palavras. Eu ainda estou me recuperando do choque de vê-lo em pé na minha porta. Acrescente a isso o horror de novamente revelar minha escolha de calcinha para ele, e é uma maravilha eu não subir na escada de incêndio do lado de fora da janela do meu quarto. Eu não quero saltar para a conclusão de que ele estava na minha alma para confirmar que me formei no programa de ciência da computação com honras. Estou esperançosa de que fazia parte da sua visita embora. — Eu tinha negócios em Boston hoje. — ele para antes de se corrigir. — Negócios pessoais e pensei em parar lá e rever um velho amigo. O fato do que ele está falando para mim, quer dizer que tudo não está perdido. — Por que você está aqui? — Eu falei com Rowan depois que você saiu ontem. — ele puxa o tecido das calças que cobrem suas coxas antes de ele abaixar e se sentar em uma cadeira de balanço bege. — Ela me mostrou alguns dos e-mails que você tem enviado para nós ao longo dos anos. Eu esperava por um breve momento, no tempo que passei no trem de volta para Boston, que ele discutisse com ela. A minha parte otimista queria acreditar que ela o convenceria de que a minha capacidade técnica superava todo o resto. A parte mais realista de mim sabia que ela provavelmente diria a ele que eu usei meus breves encontros com Parker para passar pela porta.
  • 35. Quando finalmente desci do trem após as três horas e meia de viagem, me senti desanimada. Eu não sou uma pessoa tola. Saber que eu poderia ter perdido a promessa de uma carreira gratificante por causa de um erro que fiz on-line é devastador. — Você falou com Parker desde que você o viu no Bistrô? — ele pergunta baixinho. Eu balancei minha cabeça levemente. — Não. Eu não tenho o número dele e eu não dei o meu para ele. Lamento o que aconteceu com Parker. — Como você se conectou inicialmente com ele? Eu engulo em seco. Não é uma pergunta que tem uma resposta simples e que vai trazer de volta para a superfície um tópico que eu prefiro manter enterrado. Eu não posso evitá-lo embora. Se ele já não tiver perguntado ao Parker sobre isso, ele vai. Eu preciso morder a bala e cuspir a verdade. — Eu estava testando seu novo aplicativo de namoro quando Parker entrou em contato comigo nele. — O aplicativo móvel? O que você acha que tem falhas? — seu tom é difícil de decifrar. Eu não posso dizer se ele ainda está ofendido com o que eu disse em seu escritório na manhã de ontem. Ele teve mais de 24 horas para absorver minha crítica brutalmente honesta de um dos maiores lançamentos da história da sua companhia. — Sim. — ofereço de volta em um tom abafado. — Eu pensei que se usasse o produto, eu seria capaz de oferecer algumas sugestões viáveis em termos de melhoria. Eu estava esperando que fosse conseguir uma reunião com você. Ele traça o dedo indicador sobre seu maxilar com a barba por fazer. — Eu perguntei se Parker poderia usar o aplicativo. Venho tentando envolvê-lo com a empresa. Eu aceno, mesmo que esta seja a primeira vez que ouço falar sobre o irmão. Presumi que Parker era apenas um cara à espreita. — Decidimos mudar para e-mail, porque era mais fácil para ele. Um leve sorriso atropela seus lábios carnudos. — Parker me disse que ele teve problemas com o aplicativo.
  • 36. Sinto uma satisfação de validação em suas palavras. Não é provável que a opinião de seu irmão vá ajudar a fundamentar meu ponto de vista do aplicativo, mas certamente não pode ferir. — Eu não sabia quem Parker era naquela época. Ele parecia divertido e agradável. Pela primeira vez desde que ele entrou no Bistrô, na semana passada, sinto compreensão nos olhos de Clive. — A vida de Parker é uma bagunça. Sua história com as mulheres é complicada. Estou feliz que você não investiu nele também. São as palavras que você esperaria de um amigo que tem a sua volta. — Eu me peguei nas coisas que falamos. Eu não acho que eu vou ouvir falar de Parker novamente. — Você está certa sobre isso. — sorrindo, ele bate no braço da cadeira com a palma da sua mão. — Eu coloquei Parker em um avião para Dubai, esta manhã. Ele vai trabalhar em nossa divisão de lá, pelo menos nos próximos dois anos.
  • 37. Capítulo Oito Nota mental: Não irrite Clive Parker ou a sua bunda será enviada para um local remoto em um futuro próximo. — Rowan disse que você estaria disponível para começar a trabalhar para nós na próxima semana. — seus olhos não deixam a tela do seu smartphone. — Isso ainda está de pé? — Você quer que eu trabalhe para você? — eu pergunto por que preciso compreender o que realmente ele está dizendo. Em um período de pouco mais de 24 horas, fui de enterrar qualquer esperança que poderia ter tido de trabalhar para sua empresa para ouvi-lo me perguntando se estou pronta, disposta e capaz de assumir a tarefa. — Você já assinou toda a documentação necessária. — seus olhos voam sobre o meu rosto em um ritmo rápido. Eu posso dizer que ele não está ansioso para trazer à tona o que aconteceu em seu escritório ontem. — Eu entendi que depois da nossa conversa de ontem, isso não iria acontecer. Ele descansa seu telefone em sua coxa, seus olhos que se projetam até encontrar os meus. — Eu quero pedir desculpas pelo o que aconteceu no meu escritório. Eu trabalho em uma indústria cruel, Lilly. Nós tivemos vários problemas no passado, com funcionários que compartilharam informações com a nossa concorrência. Eu sei que isso acontece. Isso só faz sentido dado o desejo de ser sempre superior no campo da tecnologia e aparelhos. Houve várias histórias sobre a notícia de ações feitas contra funcionários da Corteck. Presumo que é por isso que tive que assinar um acordo de não divulgação no escritório de Rowan ontem. Eu tinha feito isso sem dúvida. — Eu entendo, Sr. Parker. Ele se inclina para frente, puxando seu telefone na palma da mão. — Você tem um lugar para viver em Nova Iorque?
  • 38. Eu não tenho. Minha intenção era correr atrás disso hoje. Eu ia procurar um hotel de estadia prolongada até que pudesse encontrar uma solução mais permanente. — Ainda não. Eu posso começar a procurar isso hoje. — Uma amiga minha está à procura de uma companheira de quarto. — ele olha diretamente para mim, seus olhos azuis parecendo ainda mais vibrantes na luz solar natural que está refletindo através da janela na parede diretamente atrás de mim. — Você vai ser capaz de pagar facilmente com seu salário e é apenas uma curta viagem de metro de lá para o escritório. — Isso soa muito bem. — ofereço de volta tentando não parecer tão chocada como eu me sinto. — Isso me ajudaria muito. — Eu vou colocá-la em contato com você. — os vincos de sua boca amolecem. — Obrigada. — aliso as mãos sobre as pernas do meu jeans. — Estou animada para começar a trabalhar para você. — Quero esclarecer uma coisa, Lilly. — ele esfrega a mão sobre a testa. — Isto é desconfortável, mas necessário. Vacilo não só com suas palavras, mas também pela expressão em seu rosto. — O que é? — Você é uma jovem muito atraente. — ele inclina o queixo para cima, de modo que seus olhos fixam os meus. — Você está, obviamente, muito confortável com quem você é. Eu engulo em seco. Eu não posso dizer se ele está esperando por mim para confirmar isso ou não. — Sim. — digo baixinho, porque não consigo pensar em mais nada para preencher o silêncio que agora está envolvendo a sala. Ele sopra um pouco de ar entre os lábios. — Eu preciso que você entenda que prefiro que meus funcionários mantenham sua vida pessoal fora do escritório. Eu sinto meus ombros irem para frente involuntariamente. Por que eu não estava esperando esse sermão? O homem me vê como nada além de uma pervertida, tola seminua. Eu lanço meus olhos para baixo. É um rótulo que eu nunca vou ser
  • 39. capaz de largar. Ele sempre vai me ver como a ruiva que mostrou os peitos ao seu irmão. — Acho que eu entendo. — Você vai trabalhar em uma divisão que é principalmente de homens. — ele bate o dedo no braço da cadeira. — Você vai ser muito abordada. Eu levanto uma sobrancelha. — Eu posso me cuidar. Ele bate com os dedos na sua própria testa. — Eu não tenho certeza de que você possa lidar com todos eles, Lilly. — Eu vou manter as coisas profissionais, Sr. Parker. — passo minha língua sobre meu lábio inferior. Seus olhos fixam em minha boca antes de sua própria língua traçar um caminho lento ao longo de seu lábio superior. — Mantenha o profissionalismo no escritório. O que você faz depois das cinco horas é com você. *** — São quase cinco horas. Você precisa viver um pouco. — ele está tentando me convencer a desistir. — A festa no escritório? — viro a cabeça para olhar para Dan, um dos homens que conheci há quatro dias quando comecei a trabalhar no Corteck. — Isso acontece muito? — Algumas vezes por ano. — ele cruza os braços sobre o peito. — É uma forma de misturar os novos funcionários com os condenados à prisão perpétua. Eu rio da inferência de que Dan é um preso condenado. Ele é a única pessoa que eu passei mais tempo desde que entrei pela porta do edifício no início desta semana. Ele me ajudou a configurar o computador, ele me mostrou o escritório e ouvi inúmeras histórias sobre como abençoado ele é, por ter a mais incrível esposa, filhos e netos do mundo. Em um curto período de tempo, ele se tornou alguém que posso contar com a ajuda para me guiar através do labirinto do meu novo trabalho.
  • 40. — Você vai estar lá, certo? — ele bate no vidro de seu relógio. — Tudo começa em poucos minutos na sala de conferência no vigésimo oitavo andar. Eu quero perguntar se Clive vai estar lá. Eu não falei com ele desde que ele saiu do meu apartamento na semana passada, depois de me dizer que tinha carta branca para foder quem eu quisesse, depois do trabalho a cada noite. Ele pode não ter usado essas palavras exatamente, mas não havia dúvida sobre sua linguagem corporal. Eu vi o mesmo brilho de desejo nos olhos dele quando ele entrou pela primeira vez no Bistrô. O problema é que ele é meu chefe agora e, a julgar pelos murmúrios que ouvi flutuando no ar na estação de café e na sala de almoço, o homem tem um tipo específico de mulher e isso é tudo o que me reforça para fugir da escolha de que tem por volta de um metro e oitenta de altura. Eu sou dez centímetros menor e eu programo computadores durante todo o dia. Estou começando a pensar que o que eu vi em seus olhos era nada mais do que diversão. — Você acha que eu tenho que ir? — toco algumas teclas no meu teclado. — Eu prefiro ficar aqui e trabalhar. — Trabalhando até tarde não vai chegar a qualquer lugar, Lil. — Dan vai até minha mesa. — Você precisa conhecer outras pessoas. A maioria dos gerentes de divisão estará lá. Suponho que deva significar algo para mim. — Eu não vejo como isso importa. Estarei aqui por três meses. Ele empurra o canto de um pedaço de papel na minha mesa. — Os gerentes de divisão podem fazer as mudanças que quiserem. Se você se der bem com um, você pode ter algo em um longo prazo. Eu coço meu ouvido. — Eu não tinha pensado nisso. — Você precisa começar a pensar de forma grande. — ele estende a mão. — Vamos juntos e ficaremos no máximo uma hora e então nós dois podemos ir embora. Eu estudo a palma da mão. — Apenas uma hora?
  • 41. — Vou levar minha esposa para jantar. — ele se atrapalha com o botão de sua camisa, que sempre se abre sobre seu estômago. — Eu não posso decepcionar aquela mulher, então eu tenho que sair em uma hora. — Eu posso fazer isso por uma hora. — eu empurro minhas mãos contra a minha mesa e me empurro para cima. — Eu estou pronta, se você estiver.
  • 42. Capítulo Nove — Todo mundo tem regras quando se trata de quem vai foder. — a voz de um homem, obviamente animado passa por cima do meu ombro. Eu nunca estive em uma festa de cocktail de escritório. Nós nem sequer tínhamos uma festa no Star Bistrô, por isso, este é um universo novo para mim. Quem diria que as pessoas tensas que eu trabalho ao lado todo o dia se tornariam tão abertas e dispostas a discutir suas vidas sexuais, depois de uma taça de vinho ou duas? Olho para a taça quase cheia de líquido vermelho na minha mão e decido que alcancei meu limite. Se mantiver o ritmo com os meus colegas de trabalho vou começar partilhar detalhes sobre o que eu gosto de fazer na cama. — Quais são as suas regras, Lilly? — Kathryn, uma mulher que conheci meros momentos atrás respira no meu pescoço. — É diferente hoje em dia, não é? Todos os olhos do grupo de sete pessoas fecham em mim. Eu estou parada e eles estão bloqueados em mim. Eu não sou uma puritana. O renomado Clive Parker pode atestar isso. Eu só não estou tão disposta a partilhar as partes íntimas da minha vida com estas pessoas. Eu tenho que voltar para o escritório na segunda-feira de manhã e quero ser capaz de fazer isso sem nenhum estigma ligado ao meu rosto. — Quando eu tinha sua idade, esperava até o casamento antes de termos um homem. — Kathryn está em um rolo e eu estou bem no caminho disso. — Você provavelmente já fez com mais caras neste mês do que eu fiz a vida toda. Pare de me jogar debaixo do ônibus prostituta, Kathy. — Eu duvido disso. — respondo, porque, sério, o que mais há para dizer? — Basta nos informar suas regras. — ela bate a mão no meu ombro. — Você gosta de mais jovens, ou mais velhos? Eu não vou sair desta sem pelo menos algumas perguntas respondidas e esta é fácil, então eu digo: — Eu não tenho uma preferência quando se trata de idade.
  • 43. — Isso é uma grande notícia para mim. — Bernie, que me atreveria a dizer que está se aproximando da idade da aposentadoria, ajusta a gravata em volta do pescoço. — Nós poderíamos ter essa festa no meu apartamento, Lilly. Ou eu poderia me esconder debaixo da mesa perto da entrada, onde duas mulheres estão felizes servindo bebidas. Eu rio, só porque não consigo pensar em uma resposta que não seria morder. Estou tentando estabelecer mais relações de negócios aqui, não me atirar na cama de um homem com idade para ser meu avô. — Clive tem uma coisa sobre a idade. — a voz de Kathryn está de volta na conversa. — Eu ouvi rumores sobre isso. Na verdade, me pergunto por um breve momento se meus ouvidos se animaram com a menção do seu nome. Eu tenho ficado um tempo extra no saguão e nos corredores durante toda a semana na esperança de esbarrar com ele. Eu nunca conheci um homem mais atraente e a partir de agora, seu rosto e corpo são o que eu estou imaginando quando estou em pé no chuveiro do meu novo apartamento, todas as manhãs me dando um orgasmo. — Quais rumores? — Bernie inclina-se mais perto de mim como se eu fosse a guardiã desse segredo. — Ele gosta delas tão jovens como Lilly? Eu não deveria estar tão ansiosa pela resposta à sua pergunta como estou. Eu espero Kathryn desembuchar, mas só há silêncio no nosso canto da sala. Eu remexo em meus pés antes de perceber que os olhos de todos se deslocaram para um espaço perto da entrada da sala de conferência. Viro-me para seguir a linha dos olhares e lá está ele. Em pé, à vontade em um terno escuro, camisa azul e um pequeno sorriso no rosto, está Clive Parker. — Ele é tão gostoso. — Kathryn sussurra no ar. — Eu trairia o meu marido por isso. Eu levanto a minha mão para a boca para abafar o riso que não posso conter. É o que toda mulher na sala deve estar pensando a julgar pela forma como todos os olhos femininos estão seguindo cada passo que ele está dando.
  • 44. — Ele está vindo para cá. — Bernie anuncia embora ninguém tenha parado de olhar. A sala inteira fica muda. Eu levo a taça até a minha boca. Não penso muito sobre isso, enquanto o lanço contra os meus lábios e para baixo em um gole rápido quando ele para ao lado de Kathryn. — Está todo mundo se divertindo? — sua voz é culta e refinada. Há uma melodia brincalhona em seu tom de voz que não tinha ouvido antes. — Suas festas são sempre as melhores, Sr. Parker. — Bernie oferece a taça de líquido âmbar em sua mão para Clive. — Estou feliz que você esteja se divertindo, Bernie. — diz Clive através de um sorriso, embora seu olhar esteja fixo em mim. — E você, Lilly? Você está gostando da sua primeira festa? Concordo com a cabeça lentamente. — Eu estou. Seus olhos varrem o meu corpo, mergulhando no vestido verde que estou usando junto com saltos pretos. — Eu gostaria de vê-la em meu escritório. Meu coração para. Eu literalmente sinto-o parar dentro dos limites do meu peito. — Agora? — Se você puder se ausentar um pouco, agora é perfeito.
  • 45. Capítulo Dez É quase sete horas. Isso significa que eu estou livre para fazer o que quiser de acordo com as regras de Clive Parker. Isso seria mais emocionante se eu não estivesse presa no meio de uma reunião, a qual eu não pertenço. Meus olhos viajam lentamente sobre o belo rosto do assistente de Clive, Bruce. Ele é um pouco mais velho do que eu. À primeira vista, poderia pensar que ele está feliz de estar aqui, na noite de uma sexta-feira, mas a carranca que tomou conta da sua expressão quando Clive virou as costas para ele, deixou claro que há mais do que um pequeno pedaço de hostilidade lá. Eu não ouvi muito sobre Bruce desde que comecei aqui, além do fato de que ele fez seu caminho na empresa para se tornar o braço direito de Clive. Ele foi gentil para mim no momento em que entrei pela porta do escritório logo atrás de Clive. Ele me ofereceu algo para beber quase imediatamente e o jeito carinhoso que ele disse meu nome ajudou o meu humor. É um contraste gritante com Clive, que não disse mais do que duas palavras para mim desde que o segui para fora da sala de conferência. Eu tinha passado toda a viagem de elevador para o andar que abriga todos os escritórios corporativos, ouvindo-o falar com um homem da minha idade. Eu honestamente estava me divertindo na festa e eu estou começando a sentir uma mordida de ressentimento por ter sido tirada dela. — Eu preciso de você para firmar meu itinerário para Londres no próximo mês. — os olhos de Clive não deixam a tela do seu tablet enquanto ele continua com a lista interminável de coisas que ele queria que Bruce cuidasse. — Vou querer isso na minha mesa na segunda-feira. — Eu vou tê-lo pronto até amanhã. — Bruce digita algo em seu smartphone. — Mais alguma coisa? Eu o ouço perguntar, pelo menos, três vezes desde que entramos pela porta do escritório quase trinta minutos atrás. Eu fico sentada pacientemente em uma das
  • 46. cadeiras perto da mesa de Clive eliminando todas as mensagens antigas do meu telefone. — Eu acho que é isso. — Clive finalmente se levanta e me sinto tentada a fazer o mesmo. — Eu o vejo depois. — Eu vou indo também. — eu lanço meu celular de volta na minha bolsa. — Você vai sentar ali até eu voltar, Lilly. — Foi bom conhecer você. — Bruce me lança um olhar que grita entendimento tranquilo. — Eu a vejo pelo escritório. Concordo com a cabeça enquanto tento puxar um pequeno sorriso no meu rosto. Eu me inclino para trás e descanso minha cabeça contra o couro de luxo esperando o que quer que Clive tenha reservado para mim. *** — É uma cidade bonita, você não acha? — sua voz é pouco mais que um sussurro, uma vez que fala sobre a minha nuca. — Eu amo Nova Iorque. Quando ele não retornou imediatamente, eu caminhei para o banco de janelas com vista para a cidade às escuras. Fiquei em silêncio, foquei-me nas muitas pessoas que se deslocavam ao longo das calçadas. Eu não tinha notado seu reflexo na janela quando ele se aproximou de mim. Agora, ele está quase tocando as minhas costas. — É uma cidade maravilhosa. Eu sinto-o dar um passo à frente e com a necessidade de manter minha compostura, eu faço o mesmo. Olho para baixo quando percebo que as pontas dos meus sapatos estão tocando a janela até o chão. Eu respiro tão fortemente que minha respiração embaça o vidro. — Você está gostando de seu tempo aqui, Lilly?
  • 47. Minhas mãos mexem inquietas na minha frente. Eu não tenho lugar para colocá-las. Eu aperto-as juntas firmemente enquanto respondo à pergunta com a voz mais calma que eu posso. — Este é um lugar maravilhoso para trabalhar, Sr. Parker. Eu pulo um pouco quando sua mão direita repousa contra o vidro da janela. — Você está trabalhando aqui agora. Você pode me chamar de Clive. — Clive. — repito de volta percebendo o quão equivocada essa palavra parece na minha língua. De alguma forma abstrata eu gostava da formalidade de nossas trocas. — Diga isso de novo, Lilly. — as palavras saem de sua boca, conforme sua mão esquerda salta para o vidro, prendendo-me dentro. — Clive. — digo em um gemido sem fôlego. Eu olho para cima para pegar o seu olhar no reflexo da janela. — Eu vou te chamar de Clive. — O que você estava falando na sala de conferência quando eu entrei? A questão é séria com insinuações escondidas. Ele deve ter visto a antecipação ansiosa no meu rosto quando ele me viu na sala. Não há absolutamente nenhuma maneira que ele possa saber que Kathryn estava prestes a me dizer à idade das mulheres que ele gosta de foder. — Nada. — eu tento sorrir. — Não foi nada. — Eu fui a essas festas por anos. — ele se inclina para perto de mim. — Eu sei o que Kathryn gosta de falar. Eu posso sentir o contorno de sua ereção contra mim. Ele está tão excitado quanto eu. O cheiro da sua pele, combinada com a posição que ele está me mantendo presa, me deixa com mais desejos do que eu já tive. Fecho as minhas mãos ao meu lado para tentar evitar o anseio de me virar e envolvê-las em seu cabelo antes de puxá-lo para um beijo profundo. — Ela é muito simpática. Sua cabeça ruge com o riso enquanto ele brevemente mói-se em mim. O movimento me pega desprevenida e estou certa que um pequeno gemido escapa minha boca. Ele para abruptamente e olha para o meu reflexo na janela. — Será que Kathryn disse que gostaria de transar comigo?
  • 48. Meus lábios abrem ligeiramente. Eu corro minha língua sobre eles tentando afugentar a necessidade desesperada que sinto de empurrar o meu corpo de volta ao seu. — Eu não quero colocá-la em apuros. — digo sem sinceridade. Eu não me importo se Kathryn tem um trabalho na segunda-feira ou não. Eu não me importo se tenho um trabalho e agora não posso dizer se Clive está testando os limites para ver o que vou fazer para mantê-lo ou não. — São quase oito horas agora, Lilly. — sua mão direita cai do vidro em minha coxa. — Você se lembra do que eu disse a você sobre o que acontece depois do trabalho? Eu empurro minhas mãos contra o vidro, descansando minha testa contra elas. — Sim, mas... — Kathryn lhe disse que ela quer me foder. Kathryn disse a todos que ela quer me foder, inclusive a mim. — um estrondo profundo flui através de seu peito e em mim. — A mulher deixou bem claro que tenho carta branca. Eu suspiro quando sinto sua mão roçar a barra do meu vestido. — Eu já namorei um monte de mulheres. — seus lábios estão flutuando sobre a pele macia de meu pescoço. — Eu comi a maioria dessas mulheres. Eu puxo minha cabeça fora da janela para que possa assistir a mão no reflexo. Meus olhos estão colados a ele enquanto ele continua a deslizar para cima da minha coxa. — Sr. Parker... Clive... Eu... — gaguejo, porque todas as palavras que poderiam ter saído agora estão presas na ponta da minha língua. — Eu nunca conheci ninguém como você. — seus dedos correm quentes sobre a borda da minha liga agora. — Você quase me deixou de joelhos quando vi isso pela primeira vez. Olho rapidamente para baixo enquanto sinto sua mão se mover ainda mais alto. — Por favor. — digo por meio de um gemido. — Lilly. — seus lábios tocam o meu pescoço em um beijo suave enquanto o dedo indicador desliza sobre a minha coxa. — Abra suas pernas para mim.
  • 49. Não hesito quando empurro minhas mãos contra o vidro e afasto os meus pés. Eu quero dizer alguma coisa. Eu deveria dizer algo, mas a necessidade esmagadora que meu corpo tem de sentir prazer silencia tudo, exceto o meu desejo. — Eu pensei sobre o quão bonito seus seios são desde que eu vi aquela foto sua. — sua voz é pesada à medida que ele envolve a mão esquerda na minha cintura, puxando meus quadris contra ele. — Eu não parei de pensar sobre como sua boceta se parece. Como bonita e rosa deve ser. Eu nunca ouvi essa palavra cair dos lábios de um homem tão facilmente antes. É cru, cheio de desejo incomensurável e ele puxa um pequeno gemido incontrolável de dentro de mim. — Eu quero... — Tudo o que o seu corpo quer, eu vou dar a ele, Lilly. — seus dedos longos deslizam sobre a seda que cobre o meu monte, puxando a umidade no tecido. — Você está tão molhada. Eu empurro para trás com as minhas mãos ainda descansando contra o vidro. A cidade abaixo de nós não parou. Ninguém que passa pelo edifício saberia o que estava acontecendo contra a janela, andares acima de onde eles estão. O edifício de escritórios do outro lado da rua ainda tem uma pitada de luzes acesas e de repente percebo que isso significa. — Alguém pode nos ver? Seu dedo indicador mergulha rapidamente sob a borda da minha calcinha e quase choro pela corrida repentina da sensação enquanto ele desliza em meu clitóris inchado. — Você é depilada. Eu sabia que você era depilada. Minha mão direita cai do vidro para a minha virilha. Eu quero desesperadamente sentir mais, assim pressiono minha mão sobre a dele; a única separação da nossa pele é o tecido de seda. — Eu gosto de ser depilada. — Foda-se. — ele rosna em meu pescoço. — Espalhe mais as pernas para mim. Eu me inclino contra minhas mãos na janela, sabendo que preciso do apoio se for mudar de posição. Eu já estou perto de um orgasmo e não é apenas a perfeita e hábil pressão que ele está aplicando ao meu núcleo. É o som da sua voz, o cheiro da sua pele e o perigoso limite de saber que alguém pode estar olhando através de uma das cortinas fechadas no prédio do outro lado da rua. Eu deslizo meu pé direito antes
  • 50. de fazer o mesmo com o esquerdo. Engulo em seco para abafar um grito do momento que o sinto deslizar o dedo no meu canal. — Você vai gozar para mim. — seus lábios estão contra a minha bochecha agora e a mão livre em volta do meu pescoço. — Eu quero ouvir os sons doces que você faz quando você gozar na minha mão. Eu me inclino para trás para ele, cedendo a necessidade do meu corpo para encontrar sua ereção. Eu jogo meus quadris em sua mão, em busca de maior profundidade do prazer. — Toque meu clitóris. Por favor, Sr. Parker. Toque-o. O único som que preenche a sala é o rosnado baixo que flui dele enquanto ele puxa meu clitóris entre dois dedos, me levando cada vez mais perto do orgasmo. — Eu vou gozar. — digo sem fôlego. Ele inclina a cabeça para trás e faz uma ligeira pressão com sua mão no meu pescoço enquanto ele desliza os lábios exuberantes sobre o meu. — Deixe-me ouvi-la, Lilly. Deixe-me ouvi-la. Meus joelhos se dobram quando o orgasmo me bate com força brutal. Eu gemo baixinho antes de deixar escapar um gemido profundo e gutural.
  • 51. Capítulo Onze — Sr. Parker? — uma voz de mulher chama na porta de seu escritório. Entro em pânico, porque isso é o que as mulheres fazem instintivamente quando estão presas em uma posição comprometedora com seu chefe. Eu tento me livrar dos seus braços, mas ele roça seus lábios úmidos sobre a minha bochecha antes de soltar o meu pescoço e retirar a mão da minha calcinha. — Não se mexa. — sua respiração sussurra no meu ouvido. — Fique aqui. Eu faria o que me disse, mas a parte de mim acredita que eu deveria correr para fora do seu escritório com o meu rosto coberto por minhas mãos, está ganhando a batalha interna do que está acontecendo dentro de mim. Eu não tenho nenhuma ideia de quanto tempo a mulher na porta esteve lá. Eu não sei o que ela ouviu ou viu, mas sei que não estou prestes a ficar por perto para descobrir. Viro-me rapidamente apenas para olhar o rosto calmo e muito descontraído do homem que acabou de me dar um orgasmo entorpecente. Ele morde o canto do lábio, antes de trazer lentamente a mão para seu rosto, correndo dois dos dedos que estavam enterrados dentro de mim através de sua boca. Eu assisto em silêncio enquanto ele muda a posição de sua mão. Eu entendo imediatamente quando ele segura o dedo indicador no local sobre os lábios. Ele quer que eu fique quieta. Eu preciso fazer isso. — Allison, estou ocupado. — ele gira então ele está de frente para ela agora. — O que você quer? Ela torce seus lábios em uma careta antes de oscilar para trás em um dos sapatos de salto alto preto que está usando. — Você me pediu para encontrá-lo aqui às oito horas. São oito. Eu fico olhando para a parte de trás da sua cabeça enquanto ele mergulha em direção ao seu pulso e o relógio de prata adornando-o. — Eu esqueci, tivemos uma reunião.
  • 52. — Você me pediu para encontrá-lo aqui. — ela não disfarça a decepção em seu tom. — Mudei o meu outro compromisso para que pudesse vir. — Eu preciso ir. — eu saio de onde eu estive de pé em silêncio atrás dele. — Eu deveria ir para casa. Ele pega a saia do meu vestido antes de eu ter a chance de dar mais um passo em frente. — Lilly, eu gostaria de falar com você antes de sair. Meus olhos vão do seu rosto de volta para a mulher na entrada. Reconheço-a de algumas fotografias que eu vi de Clive. Ela dirige uma das muitas instituições de caridade que Clive dedica seus recursos. Seus braços estão cruzados e posso sentir que ela está sentindo-se tão desconfortável quanto eu. Talvez eu tenha sido a única pressionada na janela tendo um orgasmo com os dedos dele, mas ela teve que testemunhar as consequências disso. Eu não posso nem pensar que ela viu a coisa toda, então vou assumir que com base no seu comportamento um tanto quanto calmo, que não viu muito mais do que os braços de Clive envolvidos em torno de mim. — Você vai ter tempo para se encontrar comigo ou não? — Allison dá um passo para dentro do escritório. — Eu gostaria de fazer isso antes da meia-noite. Sigo sua sugestão enquanto puxo delicadamente de seu alcance. — Eu preciso ir. Ele não tenta me impedir. Ele apenas balança a cabeça em concordância enquanto o vejo deslizar o paletó de seus ombros. Eu começo a sair, mas antes de cruzar o limiar viro uma última vez para vê-lo sentado ao seu lado em um sofá de couro branco encostado contra uma parede ao lado da janela. Seu braço é envolto preguiçosamente sobre a parte de trás da peça de mobiliário luxuoso enquanto ele fala baixinho com ela. Eu me afasto da porta no momento em que a vejo descansar a mão em seu joelho. *** — Alguma vez você já dormiu com seu chefe?
  • 53. Rebecca morde o canto de um pedaço de torrada. — Clive é o seu chefe. Você está transando com ele? Eu, obviamente, não acho que essa conversa é conveniente. — Não, não estou. — Ninguém acredita em você Lilly. — ela dá uma mordida maior na torrada antes de engolir com um gole de café. Eu imediatamente me dei bem com ela de uma forma que nunca tive com Roni. Rebecca me acolheu de braços abertos e me deu uma cartilha sobre o que esperar quando se trata de encontros com homens em Manhattan. Ela é alguns anos mais velha do que eu, mas há uma grande aura de irmã sobre ela que já me agrada. Tê-la como uma companheira de quarto é dar-me um sentimento de pertencer a um lugar que não sentia há muito tempo. — Quando você conheceu Clive? — eu pergunto por qualquer curiosidade real. Estou simplesmente tentando dirigir este desastre de uma discussão em um lugar que tire os holofotes de cima de mim e do que aconteceu no escritório de Clive na noite passada. — Isso foi há alguns meses. — ela pressiona o dedo indicador entre os lábios antes de puxá-lo sobre o prato. Ela lambe as migalhas esparsas da torrada de sua pele. — Perto de um ano agora. — Como vocês se conheceram? — eu pego outra xícara de café antes de servir para ela também. — Você trabalhou para ele? — Não. — ela aponta com seu queixo em direção à caneca. — Você pode pegar o leite da geladeira para mim? Dou um passo para a esquerda e abro a porta da geladeira com espaço suficiente para tirar a pequena caixa de leite. — Vocês namoraram? Após colocar uma boa dose de leite em sua caneca, ela empurra a embalagem de volta para mim. — Eu estava saindo com alguém quando nos conhecemos. Nós nos demos bem como amigos de imediato. De alguma forma, a ideia de Clive Parker sendo amigo de uma mulher tão bonita como Rebecca parece quase impossível. — Ele disse que vocês dois são bons amigos.
  • 54. — Ele tem sido meu braço direito que me ajuda quando estou em apuros com um cara real. — ela ri na inferência implícita que Clive não é um homem real. — Ele me ajudou muito com coisas de namoro e coisas da vida. — É muito bom ter um amigo assim. — eu ofereço por educação. Eu já me afastei da maioria dos amigos que tive em minha vida. É um buraco que estou esperando que possa preencher agora que estou começando a estabelecer minha vida em Manhattan. — Eu costumava ter uma amiga chamada Jess. — ela aponta para o corredor. — Ela realmente viveu aqui quando ela se mudou para Nova Iorque, de Connecticut. — No meu quarto? — eu pergunto. Seu nariz enruga ligeiramente. — Foi o quarto dela. Foi um dos melhores momentos da minha vida. Tivemos muita diversão juntas. — Vocês perderam o contato? Seus olhos voam sobre o meu rosto rapidamente antes de puxar para baixo em direção ao balcão. — Eu fiquei no meio do seu relacionamento e as coisas azedaram entre a gente. — Isso é duro. — eu quero confortá-la, mas a conheço há menos de uma semana. — Talvez você possa reparar as coisas um dia. — Eu tentei. — ela pega a caneca em ambas as mãos. — Na verdade, eu conheci Clive quando eu fui ver Jess no trabalho um dia. — Ela trabalha na Corteck? — Ela é uma chef. Ela trabalha no restaurante do pai adotivo do sobrinho de Clive. — ela levanta seu queixo com cada referência. — Eu acho que tinha esse direito. Ela tem razão. Ela está falando sobre Hunter Reynolds, o homem que possui tanto Axel NY e Axel Boston. Ele é o pai adotivo do sobrinho de Clive, Cory. Cory foi nomeado após Coral Parker, a irmã de Clive morrer mais de uma década atrás. Não há escassez de informações on-line sobre a tragédia da morte de Coral e da decisão de sua
  • 55. família em doar seus órgãos. Seu coração tinha sido transplantado para a esposa de Hunter Reynold, Sadie. É uma cruel reviravolta do destino que eu achei não só fascinante como desolador. — Clive viu que eu estava sofrendo. — ela continua sem qualquer resposta minha. — Ele perdeu um monte de gente em sua vida, então ele entende. Eu entendo também, mas empurrar o meu passado nesta conversa não vai acontecer. Não hoje e talvez nunca. Raramente compartilhei com alguém o que aconteceu com os meus pais e a julgar pela dor que Rebecca ainda parece estar sentindo em perder sua melhor amiga, eu só posso lhe dar um ombro amigo para apoiar. — Eu estou aqui se você quiser conversar. — eu bato a mão antes de pegar o leite para colocá-lo de volta na geladeira. — Eu preciso sair. — Onde você está indo tão cedo em um sábado? — ela diz depois de me ver colocar um suéter sobre o vestido branco simples que estou usando. — A biblioteca. — respondo enquanto agarro minhas chaves do apartamento na minha mão e coloco a cabeça para fora da porta.
  • 56. Capítulo Doze — Onde é que uma jovem mulher, nova na cidade passa o sábado? — Clive pergunta sua voz soando rouca. — Estou na biblioteca. — sussurro em meu telefone não querendo chamar a atenção dos outros clientes que estão em volta tentando ler ou estudar. — Na biblioteca? — há uma pausa e ouço o inconfundível farfalhar de lençóis. Ele está na cama. Eu olho para baixo no canto da tela do meu laptop. É depois de uma hora da tarde. Uma dor súbita derrama através de mim enquanto penso sobre como deve ser para passar uma manhã preguiçosa de sábado enfiada na cama de Clive e seus braços. — Estou respondendo alguns e-mails e outras coisas. — eu não explico, porque não há necessidade. Eu não estou no meu horário de trabalho no momento. É fim de semana e sou livre para fazer o que quiser, até voltar para o saguão do seu prédio na segunda-feira de manhã. Até então, meu tempo não pertence a ele. — Você já almoçou? É uma pergunta que me pega completamente desprevenida. Quando vi pela primeira vez o número dele me chamando, eu pensei que ele queria explicar o que aconteceu em seu escritório ontem à noite. Eu havia passado horas revirando na cama, recordando cada toque de suas mãos na minha pele. — Ainda não. — Estarei pronto em quinze minutos. A maneira ocasional que ele diz as palavras me surpreende. Nunca imaginei compartilhar uma refeição com ele. — Você quer que eu o encontre em algum lugar? — Você pegou o metrô para Quinta Avenida, certo? Não é surpreendente que ele chegaria a essa conclusão. Entrando neste ramo da biblioteca, era como entrar em outro mundo. Os detalhes arquitetônicos marcantes só aumentam a riqueza da experiência. Eu já posso dizer que este vai ser o refúgio que
  • 57. preciso nessa cidade. É o lugar onde posso vir trabalhar e me descontrair. — Eu peguei. — Estarei do lado de fora esperando por você em 20 minutos. Olho fixamente para o meu telefone quando ele desliga. *** — Você não gosta de salada? — ele inclina o queixo em direção ao meu prato antes de empurrar outra garfada de macarrão em sua boca. — Está boa. — eu corro o meu dedo indicador sobre a borda do copo de água na minha frente. — Eu não estou com tanta fome assim. — Você está pensando sobre o que aconteceu na noite passada. — ele come outro pedaço de sua massa antes de engolir com um gole de cerveja nacional, que ele pediu. — Eu estive pensando sobre isso também. Olho para ele diretamente, espantada que ele possa mudar fluidamente a conversa sobre o quão quente está lá fora hoje para mergulhar nos detalhes mais sutis do nosso encontro íntimo no seu escritório. Eu queria deixar escapar o quanto gostei no momento em que saí pela porta da frente da biblioteca para vê-lo sentado em um dos bancos de concretos vestindo jeans desbotados e uma camisa azul. Ele estava tão bonito, como sempre, na luz do sol brilhante desta tarde de sábado. Meu coração parou quando ele se virou para mim e um largo sorriso brilhou em seus lábios. — É difícil não pensar sobre isso. — digo baixinho não querendo revelar nas palavras o desejo desesperado que ele está alimentando. Ele arqueia suas sobrancelhas. — Devemos falar sobre isso, Lilly. Eu preciso esclarecer algumas coisas com você. Meu coração cai com as palavras. Já namorei alguns homens nos últimos anos e sempre que uma discussão começa com uma necessidade de clarificação geralmente termina em uma promessa para permanecermos amigos. Clive já está lamentando o
  • 58. que aconteceu entre nós e isso vai tornar as coisas desconfortáveis toda vez que tiver que discutir qualquer coisa de trabalho com ele. — Tenho 34 anos de idade. — ele puxa o guardanapo de linho sobre a sua boca antes de atirar em seu prato agora vazio. — Eu não me encontro com mulheres da sua idade. Este era o rumor que Kathryn estava falando a noite passada. — Mulheres da minha idade? — Você tem vinte e dois. — ele bate o dedo contra a garrafa de cerveja. — Eu tenho um limite rígido sobre o namoro com alguém da sua idade. E principalmente sobre os interesses e objetivos de vida. De repente, sinto toda a euforia persistente que estive carregando comigo desde a noite passada se dissipando. — Eu sou muito jovem para você? Sua mão salta para o rosto para traçar um caminho ao redor de sua boca. Eu fico olhando para os seus dedos longos lembrando como era a sensação de gozar apenas por seu toque. Quando voltei para o meu apartamento, me arrastei para a minha cama e tinha acabado com minhas mãos no meu núcleo para reviver o que senti quando ele habilmente me trouxe ao orgasmo. A julgar pela conversa que estamos tendo agora, um gosto de prazer com Clive Parker era tudo que eu ia conseguir. — Você é muito jovem. — ele não elabora, além disso. Meus olhos passam por ele para descansar em uma fileira de banquetas que estão vazias. Mais tarde, esta noite, o restaurante em que estamos sentados se deslocará para outra coisa. As famílias e os recém-casais de namorados que agora enchem o espaço apertado vão seguir em frente com os seus dias. Homens e mulheres que procuram algo cru, primitivo e fugaz vão passar através das portas quando o crepúsculo sombrio tomar conta da cidade. Eles vão se encontrar, vão beber e em seguida, eles vão para um hotel ou talvez um apartamento na parte alta da cidade, onde eles vão transar antes mesmo de saber os nomes uns dos outros. Esta é uma cidade onde o sexo casual acontece ao virar a esquina e se eu precisar disso, vou ser capaz de encontrá-lo sem nenhum problema. Posso substituir o
  • 59. desejo do meu corpo pelo de Clive Parker com outro homem lindo. O que eu não posso substituir é o meu trabalho. — Eu entendo completamente. — cruzo os braços sobre o peito, num gesto impensado para proteger minhas próprias emoções. Deixei meus sentimentos me dominar quando cheguei ao seu escritório ontem à noite. É um erro que não vou cometer novamente. Eu tenho que manter o foco apenas na minha carreira. Eu não posso deixar isso escapar por entre meus dedos. — Vamos esquecer o que aconteceu. — Esquecer o que aconteceu? — ele passa a mão pelos cabelos despenteados. — Eu não quero isso. A declaração me bate com a força bruta de um tapa no rosto. — O que você quer, então? — Você. — suas mãos caem na mesa com um baque pesado simultâneo. — Eu quero você, Lilly.
  • 60. Capítulo Treze Eu emaranho minhas mãos no seu cabelo enquanto ele desliza os lábios sobre os meus, aprofundando o beijo exuberante. Estou pressionada contra a porta do meu apartamento, minhas costas empurrando contra a madeira e seu corpo duro balançando dentro de mim. — Lilly. — meu nome escapa da sua boca e tremula sobre meus lábios. — Cristo, Lilly. Tínhamos concordado depois que terminamos o nosso almoço que ele ia me levar para casa e nos encontraríamos esta noite para jantar no seu apartamento. A julgar pela forma como sua boca gananciosa é, sei que a promessa do que me espera mais tarde, fará com que qualquer outro encontro íntimo que tive com um homem, seja sem graça em comparação a esse. Clive me beijou durante os últimos quinze minutos e a energia sexual tão bruta que está fluindo do seu corpo no meu, é diferente de tudo que eu já senti antes. Eu posso sentir cada gota de desejo dentro de mim acumulando entre as minhas pernas. Eu puxo as minhas mãos do seu cabelo passando para trás de mim destrancando a maçaneta da porta. Eu preciso entrar. Eu preciso ir antes de explodir em chamas pelo sabor da sua boca. Eu nunca estive tão perto de um orgasmo sem qualquer estimulação direta. Eu sei que não vai demorar muito para eu chegar ao limite. Suas mãos estão nas minhas, antes que eu tenha tempo para reagir, as empurrando sobre a minha cabeça contra a madeira. — Eu não posso ficar longe de você. Eu quero te amarrar na minha cama e... Eu solto um gemido com a sugestão. É o que eu quero. O pensamento dele tomar o controle do meu corpo acelera minha respiração. — Eu quero isso. — sussurro contra a suavidade da sua barba. Seus lábios selam sobre os meus novamente. Sua língua empurra na minha boca, traçando um caminho ao longo da borda do meu lábio inferior antes de