O documento discute a síndrome de burnout, que ocorre quando profissionais se esgotam emocional e fisicamente devido ao estresse crônico do trabalho. Apresenta os sintomas físicos, psicológicos e comportamentais do estresse e burnout. Recomenda que os profissionais reservem tempo para si mesmos, estabeleçam prioridades e limite entre trabalho e vida pessoal para evitar o esgotamento.
2. A GRANDE QUESTÃO É:
QUEM CUIDA DE QUEM CUIDA??
Marian Festugato de Souza Psicóloga/ Psicoonco
3. -Sabe-se que o paciente deposita sua dor, seu
sofrimento, na equipe, deixando-a sobrecarregada;
-Pesquisas apontam que o índice de suicídios entre
médicos é 4 vezes maior do que entre a população
em geral;
- A classe médica onde há mais suicídios é a
psiquiátrica, e, a maioria, são mulheres.
Marian Festugato de Souza Psicóloga/ Psicoonco
11. E o que é o Stress?
O termo estresse significa “pressão sobre um material
qualquer”. Ele é uma reação do nosso organismo frente à
necessidade de adaptação a situações “novas”, como fome,
sede, trânsito, broncas, doenças e até situações positivas, como
uma promoção no emprego. É necessário para a
sobrevivência, porém, em demasia, acaba prejudicando. O que
acontece é que ele pode vir a fazer com que o sistema
imunológico, ou seja, as defesas do organismo, fiquem
prejudicadas, fazendo com que a gente adoeça.
Marian Festugato de Souza Psicóloga/ Psicoonco
12. E o que é o Stress?
Você não poderia deixar de se estressar nem se quisesse,
uma vez que se trata de uma reação orgânica primitiva — e,
a princípio, útil. “Um pouco de ansiedade chega até a ser
bom para o desempenho mental”, diz o psicobiólogo
José Roberto Leite, da Universidade Federal de São Paulo.
“A questão é saber dosar, no dia-a-dia, o nível ideal de
tensão.” (Fonte: Revista Saúde. Ed. 21- Março/2002)
Marian Festugato de Souza Psicóloga/ Psicoonco
13. E como o organismo reage ao stress?
Marian Festugato de Souza Psicóloga/ Psicoonco
14. Como se estivesse diante de uma fera — mesmo
que as “feras” do mundo moderno sejam o
trânsito, a violência urbana, os problemas no
emprego… A reação é primitiva e igualzinha à
dos animais quando se sentem ameaçados. A
ordem dos hormônios liberados pela massa
cinzenta é sair correndo e fugir.
Marian Festugato de Souza Psicóloga/ Psicoonco
16. Reação ao Stress: Todo o organismo se
coloca em ação!
1. Palidez: A circulação diminui na superfície
do corpo a fim de evitar hemorragias em caso
de ferimentos.
2. Energia: O fígado libera doses extras de
açúcares para abastecer a musculatura.
3. Estado de alerta: A adrenalina em alta não
deixa o cérebro marcar bobeira — daí a
insônia.
Marian Festugato de Souza Psicóloga/ Psicoonco
17. Reação ao Stress: Todo o organismo se
coloca em ação!
4. Respiração: Acelera-se, para fornecer mais
oxigênio aos músculos.
5. Pupilas dilatadas: Isso aumenta o campo
visual.
6. Coração disparado: Ele bate depressa para
enviar bastante sangue aos músculos. Isso pode
provocar até um infarto.
Marian Festugato de Souza Psicóloga/ Psicoonco
18. E a Síndrome de Burn- Out?
Ela vai além do Stress!
Ela está intimamente relacionada ao papel que o
trabalho desempenha na nossa sociedade atual.
Afinal... O trabalho, não é mais apenas relacionado
ao sustento, mas à identidade...
Quer um exemplo???
Marian Festugato de Souza Psicóloga/ Psicoonco
19. Quando alguém pergunta quem é você, ou
pede para que você se apresente...
Como você responde?
E, assim, o trabalho traz sofrimento!
Marian Festugato de Souza Psicóloga/ Psicoonco
20. Síndrome de Burn- Out:
Queimar-se por completo, consumir-se
Síndrome do Desgaste Ocupacional
Resposta à cronificação do stress ocupacional.
•Ela é uma forma (inadequada) de enfrentamento aos
sintomas desencadeados pelo stress.
•É o modo encontrado pela pessoa para poder
agüentar o stress e a pressão dentro do ambiente
laboral.
Marian Festugato de Souza Psicóloga/ Psicoonco
21. Síndrome do Desgaste Ocupacional
•É como se fosse uma “defesa”, para que a pessoa
pudesse sobreviver dentro do ambiente de
trabalho, onde há pressão constante, cobranças,
situações estressantes, dores, perdas, etc... Porém...
chega uma hora em que a pessoa se esgota!!
Marian Festugato de Souza Psicóloga/ Psicoonco
22. Síndrome Multidimensional constituída por:
-Exaustão física e emocional: esgotamento, o
cotidiano fica penoso, doloroso;
-Distanciamento emocional: aqui ela se diferencia do
stress. As relações ficam impessoais, as pessoas com a
síndrome ficam desprovidas de afeto. Ficam ríspidas,
cínicas, irônicas...
-Reduzida realização pessoal no trabalho: a realização
pessoal diminui, perde a satisfação e a eficiência no
trabalho. O trabalho deixa de ser um prazer. Perde o
sentido, vira um fardo.
Marian Festugato de Souza Psicóloga/ Psicoonco
23. Stress: alarme- resistência- exaustão.
O burn- out vai além da fase da exaustão!
Aí... ou a pessoa sai do emprego, ou cria estratégias
para continuar!!
Atenção: embora a Síndrome de Burn- Out seja mais comum
em profissionais de saúde, qualquer trabalho pode fazer com
que a pessoa entre em burn-out! Uma dona de casa também
pode ter burn-out!! No entanto, ele é mais comum em
trabalhos em que envolve cuidado com os outros!!
Marian Festugato de Souza Psicóloga/ Psicoonco
24. DORES E HORMÔNIOS
Fatores emocionais decorrentes do excesso de
trabalho afetam o corpo e mente de homens e
mulheres de maneiras bastante diferentes. Nos
homens, a principal queixa é a pressão alta, ao
passo que, nas mulheres, vê-se lesões por
esforços repetitivos, síndrome do intestino
irritável, dores de cabeça (enxaquecas),
ansiedade e depressão.
Marian Festugato de Souza Psicóloga/ Psicoonco
25. E quem são os sujeitos mais propensos a
terem a síndrome???
ATENÇÃO!!!
São exatamente aqueles mais apaixonados pela
profissão! Os que mais amam o que fazem!!!
Por quê?
Porque se dedicam de corpo e alma. Não impõem
limites. São exigentes e perfeccionistas consigo
mesmos. Cobram-se o tempo todo. Fazem do trabalho
a sua vida, e não reservam um tempo para si.
Marian Festugato de Souza Psicóloga/ Psicoonco
26. STRESS E BURN-OUT:
A correria do dia-a-dia faz com que, muitas vezes, não
tenhamos tempo para nós mesmos , para escutar
nosso organismo, para nos cuidarmos como um todo,
do corpo, da mente, da alma... Noites mal-dormidas,
pouquíssimas horas de lazer, alimentação inadequada,
sobrecarga no trabalho... Tudo isto pode contribuir
para o stress. E o stress baixa a imunidade, ou seja, as
defesas do organismo, tornando-o mais suscetível a
doenças, desde simples resfriados até coisas mais
graves, como o câncer. Ele causa sintomas:
Marian Festugato de Souza Psicóloga/ Psicoonco
27. -Físicos: fadiga, insônia, dores musculares,
enxaquecas, perturbações gastro-intestinais,
imunodeficiência, transtornos cardiovasculares,
distúrbios do sistema respiratório, disfunções
sexuais, alterações menstruais,etc...
-Psíquicos: falta ou perda da atenção, memória,
concentração, lentificação do pensamento,
alienação, solidão, impaciência, sentimento de
insuficiência, baixa auto-estima, labilidade
emocional, dificuldade de auto- aceitação, astenia,
desânimo, disforia, depressão frente ao trabalho,
desconfiança, paranóia...
Marian Festugato de Souza Psicóloga/ Psicoonco
28. Comportamentais: negligência ou excesso de
escrúpulos, irritabilidade, agressividade, não
consegue relaxar, dificuldade na aceitação de
mudanças, perda da iniciativa, aumento no
consumo de substâncias (álcool,
antidepressivos, etc), comportamento de alto
risco, suicídio
-Defensivos: tendência ao isolamento,
onipotência, perda do interesse pelo trabalho
e até pelo lazer, faltas, ironia, cinismo...
Marian Festugato de Souza Psicóloga/ Psicoonco
29. ENTÃO... TRABALHO MATA?
De acordo com a psicóloga Ana Maria Rossi (APUD:
Simon,2006, p.69), níveis elevados de stress estão entre
as principais causas desencadeantes de distúrbios
funcionais, problemas psicossomáticos e doenças
degenerativas. Segundo ela, 70% dos profissionais
sofrem as conseqüências do stress, tanto na saúde quanto
nas relações pessoais e profissionais. Desse total, 30%
são vítimas do burnout.
E ATENÇÃO: O STRESS PODE NÃO SÓ DIMINUIR
A QUALIDADE DE VIDA, MAS LEVAR À MORTE!
Marian Festugato de Souza Psicóloga/ Psicoonco
30. ATENÇÃO: EMBORA A QUANTIDADE DE
TRABALHO SEJA UM FATOR RELEVANTE PARA
O DESENCADEAMENTO DA SÍNDROME, ELA
NÃO É UM FATOR DECISIVO!!
Segundo Staedt (APUD: Mente e Cérebro, junho/2006,
p.62), “Se alguém enfrenta uma jornada de 12 horas
diárias, mas, ao mesmo tempo, encontra um meio de
relaxar, é provável que ela não tenha problema algum.
Por outro lado, é possível que um emprego só de meio
período seja percebido como extremamente estressante,
conduzindo ao desenvolvimento da síndrome”.
BUSCA-SE EQUILÍBRIO ENTRE TENSÃO E
RELAXAMENTO!
Marian Festugato de Souza Psicóloga/ Psicoonco
31. AS FASES DO ESGOTAMENTO SEGUNDO
FREUDENBERGER E NORTH
(APUD: Revista Mente e Cérebro, junho/2006, p.66)
1. NECESSIDADE DE SE AFIRMAR;
2. DEDICAÇÃO INTENSIFICADA;
3. DESCASO COM AS PRÓPRIAS
NECESSIDADES;
4. RECALQUE DE CONFLITOS;
5. REINTERPRETAÇÃO DOS VALORES;
6. NEGAÇÃO DE PROBLEMAS;
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32. FASES DO ESGOTAMENTO:
7. RECOLHIMENTO;
8. MUDANÇAS EVIDENTES DE
COMPORTAMENTO;
9. DESPERSONALIZAÇÃO;
10. VAZIO INTERIOR;
11. DEPRESSÃO;
12. SÍNDROME DO ESGOTAMENTO
PROFISSIONAL.
Marian Festugato de Souza Psicóloga/ Psicoonco
33. E o que fazer, então??
Marian Festugato de Souza Psicóloga/ Psicoonco
34. Primeiramente, traçar prioridades!
Procurar reservar sempre um tempo para
si. Entender que somos seres humanos, e que
não precisamos carregar o “mundo nas
costas”. Ouvir os limites do nosso organismo,
aprender a hora de parar. Não se
sobrecarregar, saber dizer não.
Marian Festugato de Souza Psicóloga/ Psicoonco
35. Tentar organizar o nosso tempo, de forma que o
trabalho não nos invada por completo! Procurar não
levar para casa os problemas do trabalho e vice-versa!!
Ter momentos de folga, poder viajar de vez em quando,
caminhar em algum parque, passear, meditar. Poder
dormir até mais tarde no final de semana, ver um
filme, passar uma tarde inteira de pijama... fazer do
trabalho, das tarefas do dia-a-dia, coisas prazerosas, e
não fazê-las apenas por obrigação.
Aprender a viver cada dia, tirando dele o máximo
de proveito.
Marian Festugato de Souza Psicóloga/ Psicoonco
36. Enfim...não precisa deixar nada de lado, não
precisa perder aquilo que se passou anos lutando
para conquistar. Não. O que precisa, é saber como
administrar. E, para isto, o mais importante é se
conhecer.
Dar-se conta de que não somos máquinas,
mas sim, seres humanos!!
Fácil? Não. Possível?? Com certeza!!
É um grande exercício, é uma aprendizagem...
Marian Festugato de Souza Psicóloga/ Psicoonco
37. Fontes:
Revista Saúde: ed. 21-
Março 2002
OBRIGADA!! Revista Saúde: ed 42-
Julho 2004
Revista Mente e
Cérebro: Junho/2006
Palestra: Sìndrome de
Burn Out- uma
ameaça ao profissional
de saúde- Ana Maria
Benevides (PR) in: V
Jornada de Psicologia
Oncológica do INCA-
Humanizar é a
Prioridade
Marian Festugato de Souza Psicóloga/ Psicoonco