SlideShare ist ein Scribd-Unternehmen logo
1 von 12
Downloaden Sie, um offline zu lesen
lllss

                                                                                                                                       libô
                                                    7 A arquitetura:        em busca da harmonia e da proporção

                                                                                                                               e do
                                                    A arte grega clássica foi uma arte racional, expressão da comunidade
                                                                                                                            e ética'
                                                 homem/cidadão. Conciliou dualidades e oposições - aliou
                                                                                                                   estética

                                                 política e religião, técnica e ciência, reaÌismo e idealismo, beieza e funcionali-
                                                                                                            glegos, pela sua perfei
                                                 dade e esteve ao sewiço da vida pública. os edifícios
                                                       -
                                                 ção,estabeleceramumaligaçãoharmoniosaentÍeoHomemeosdeuses'o
                                                                                                                      perfei
                                                 mundo concreto e o mundo espirituai e estão, pelas suas volumetrias,
                                                                                                     plocesso evolutivo que
                                                 tamente enquadrados na Natureza, culminando um
                                                 teve o seu início no 2." milénio antes de Cristo'
                                                                                                           povos que habi
                                                    A sua génese fundou-se em duas grandes heranças: a dos
                                                                                                                cretenses e
                                                 taram a bacia do Mediterrâneo, como os Mesopotâmios, Egípcios,
                                                 cicládicos; e a das vagas de povos indo-europeus que invadiram
                                                                                                                  o território     -
                                                 primeiro os Aqueus, que produziram a civilização Micénica, e depois
                                                                                                                               os

                                                 bório, (conhecedores do ferro), no século XII a. C., que deram continuidade
                                                                                                                                à

                                                 cuitura micénica e fizeram lenascel uma alte austela e rigorosa [19J'
                                                     Evoluiu em três períodos claramente definidos, quer pelas característi
                                                  estéticas quer pelas tecnológicas. São eles:
                                                      . o período arcaico, balizado entle o século vIII e o sécuio v a. c., que foi
                                                        um Ìongo espaço de tempo caracterizado pela plocula do inteligíveÌ,
                                                                                                                                 da

                                                        ordem, do monumental, da sobriedade       e da   maturidade;

                                                       . o período clássico, que se desenvolveu entre a segunda metade dc
                                                                                                                           a pleni
                                                         século V e o século IV a. C. e foi um tempo em que a arte atingiu
                                                        tude, o equilíbrio, o realismo e o idealismo;
                                                       . e o período helenístico, marcado pela miscigenação de culturas'
                                                         gosto do particular, do concreto e individual e, simultaneamente,
                                                                                                                           tem

                                                        de declínio da cultlrra grega.

                                                     Inicialmente, a arquitetura gïega era executada em madeira' nomeada
                                                                                                                   pela pedra ca
                                                  mente a de cedro importada do Líbano, tendo sido substituída
                                                  cária (sobretudo o mármore) a pafifu dos finais do século
                                                                                                               VII a. C' tlSl' A
                                                                                                          ploporções evoluíram
                                                  da evolução dos materiais, também as estruturas e as
                                                                                                                geometria e arqui
                                                  Isso aconteceu por meio de uma ligação pelmanente entle
                                                                                                                                Cria
                                                  tetura onde a matemática (o número) estabeleceu o ritmo e a harmonia'
                                                               e regras construtivas , cânonespara a concretização artística,
                                                                                                                                val
                                                   ram normas
                                                                                                                    os aspet(
                                                   res estéticos e modelos duradouros, nos quais todos os detalhes,
                                                                                                                       do co
                                                   decorativos e/ou os polmenoles tinham de se sujeitar à harmonia
                                                   junto. Determinaram, poÍ isso, os princípios básicos da geometria pla
        Í8, Entablamento em madêira das primi-                                                          proporção, composi<
        tivas construções gÍegas                   e espacial, definiram as primeiras noções de medida,
                                                   e   ritmo através  dos quais qualquer organização pIástica se deveria reg
                                                                           arquitetos elaboraram projetos nos quais constavam
                                                   fverDescubra]. Para isso, os
                                                                                                          ao relevo e a escolha c
                                                   estudo topográfico do terreno, a adaptação do edifício
                                                                                                               elaborava
                                                   teriosa da ordem, de acordo com o tipo do edifício. Depois,
                                                                                                             estabelecid
                                                   cálculos onde as medidas e proporções elam rigorosamente
Hrsrônn oas Anrrs Vrsuts I 39




    ÍÍm[ a.,lrNúaÍr'Éfltos da Arte GÍega
    ú[, .iDüffÍÌ,   ies r,a3ens podemos inÍerir algumas influências sentidas na arte grega.

    -   r${u   ilrout@tura




         1k/rÍ@.a        & Edíu, no Egito, séculos lll e ll a. C.
         llliilÍ&nrn    :::rs'trutivo baseia-se na coluna, que aqui possui capitel vegetâlista como na ordem coríntia, e arquitrave.
                         norte do Palácio de cnossos, creta, ll milénÍo a. c.
             ilillrr ir: Ë3ito. o sistema construtivo é o mesmo mas, neste caso, a coluna possui capitel geométrico como na ordem dórica.
         üllMG      rtro€lar do Etectéion, Atenas, século V a. C.
         ÌHir:rnEE      r,: sislema lÍilítico, constituído por colunas e arquitrave, é evidente.


               srllltLtrra



ú
a




                        de Assurnarzipal ll, século lV a. C.
        .Emarun de Nessa, lmpério Antigo, lll dinastia, Egito, lll milénio a. C.
        0n     ffiÍÌ6   dê Auxerre, penúltimo quartel do século Vll a. C,, Grécia
          mls :s:..::uas possuem características muito idênticas, porque são estátuas
            * ]s:- a lei da frontalidade. No entanÌo, podemos verificar que no caso da
              :Ê. lama de Auxerre, ela apresenta já indícios do naturalismo que irá ser
             :ri,l:i: e que está patente na separação dos braços em relação ao bloco
          liirmÌt


               :GremÌ lca




         tmË aretense com decoração geométrica sobre fundo escuro
         ütaso  miénico com repÍesentação de uma corrida de carros sobre Íundo claro
        ïllüBrE grega de volutas, datada de entre 575 e 550 a, C
        illil?T,:e grega soÍreu influências cretenses e micénicas nas formas de diversos vasos, na decoração geométrica e/ou figurativa e no tratamento dos fun-
             ::ifrì":s Dom figuras negras e vice-versa.
lll+o

   üllliB{ilÍititil
                                                                                               Produziam maquetas, em madeira ou ter-
   A ORTGEM DA SECÇAO DE OURO                                                                  racota, que eram submetidas posterior-
   "Segundo a lenda, foi o maÌemático grego Endoxe que ensaiou a primeira tentativa
                                                                                               mente a aprovação oficial.
   explicativa. pela qual se considera a secção dourada tão agradável ao olhar.
   Ële passeãv-a-se com um longo bastão e pedia aos que encontrava para designar                    A concretização da obra era um traba-
   nesse bastão o p0nt0 que, segundo eles, Íosse mais interessante para dividir.               lho coletivo, feito para a cidade, qu
   Ficou eslupeïacto ao constatar que a maioria das pessoas inÌerrogadas escolhia o
   ponto exaio da çecção de ouro.                                                              envolvia diversos profissionais: arquit
   Ëndoxe prosseguiu os seus estudos maÌemáticos sobre a proporção divina e des-               tos, projetistas, escultores, pintores
   cobriu que ela se poderia exprimìr por uma ïórmula que se chama PHl, por causa              outÍos artesãos. O objetivo final da art
   do artista Phidias (Fídias) que a utilizava correntemente nas suas esculìuras. Hoje,
                                                                                               eÍa a procura de unidade, beleza e har
   chamamos-lhe o Número de Auro.
   0 geómetra grego Pitágoras também se interessou por tal e Íoi o primeiro a desco-           monia universais, suportadas, é clar
   brir que esÌe número é a base das proporÇões do corpo humano, Ìeoria que provou.            poÍ uma filosofia que buscou a relaçã
                                               0s Gregos, no seu conjunto, apropria-
                                                                                               do Homem com o divino, com o m
                                               ram-se desta fórmula, que se pode em-
                                               pregar como base numa inÍinidade de             e a sua origem, com a vida e a mor
                                               Íiguras e desenhos muito belos, como            assim como com a dimensão interior
                                               o pentagrama ou a estrela de cinco              próprio Homem - vaÌores que hoje desi
                                               braços que.fez furor na ltália do Renas-
                                               cimenì0.
                                                                                               namos por Classicismo.
                                               Apaixonados por esta descoberta, os                  A arte grega esteve, então, ao serv
                                               Gregos Íizeram investigações aprofun-
                                                                                               da vida pública e da vida religiosa,
                                               dadas para demonstrar que esïa Ía-
                                               mosa proporqão era igualmente a base            gando-as harmoniosamente. As suas c
                                               da maior parte das Íormas na Natureza,          des são exemplo disso.
                                               como conchas, Ílocos de neve, plantas,
                                               etc.                                                A cidade grega, aberta à vida ao ar
                                               Todos os artistas gregos        -   pintores,   vre e enquadrada na Natureza, gerad
                                               escultores, ceramistas    -   estabeleceram
                                                                                               inicialmente de forma empírica e ap
                                               as suas obras segundo o ptincÍpio do
                                               Número de Auro, mas ó na arquiteÌura
                                                                                               veitando os'declives'e acidentes do ter.
                                               que ele encontra o seu total desenvolvi-        reno, era concebida com três áreas di
                                               menlo: 0 Ptáftenon de Atenas é talvez o         tintas:
                                               mais belo exemplo desta perÍeição
                                               matemática na obra artística.''
                                                                                               .   uma área fortificada, considerad
                                                          Fred Gettings, "Art, magie et ses        sagrada - a acrópole -, na qual era
                                                 merveilles", un grandlivre dbn Édition            construídos templos, santuários, orác
                                                                  des deux coqs d'or, 1964
                                                                                                   los e tesouros [20];
                                                                                               . uma área pública, na zona baixa, o
                                                                                        instalava aâgora,que era o centïo
                                                                                                   se
                                                 vida da pólis, com espaços para reuniões políticas, manifestações desporti
                                                 vas e artísticas, em particular o teatro, e para o comércio; aí se erguera
                                                 construções como assembleias, teatros, estádios, mercados,               sto as,...   l21l;
                                               . aâreaprivada, de menor importância monumental, constituída por bai
                                                 residenciais organizados por classes sociais, com casas de habitação geral
                                                 mente feitas em madeira, dispostaS ao longo de ruas estreitas, Iabirínticas
                                                sem pavimentação [22].
HrsróRn ols ARrcs Ursuns I 41




                                                                              Recinto de Atena Polias              Palácio de Êumenes ìl
                                                                                                                                                                       20. Reconstituição da acÍópole da cidade
                                                                                                                                      Porta da Acrópole                de Pérgamo, Ásia Menor, período hele-
                                                                                                                                                 Altar de Zeus Sóter
                                                                                                                                                                       nístico
                                                                                                                                                                       Está construída em anÍiÌeatro numa colina
                                                                                                                                                           Mercado     de 310 m de altura (em: História da Arte,
aba-          r{lllìÌÌtlÍìlÌtffi f, rÌr$                                                                                                                               Ed. AlÍa).

    que
                                  ïãffeLiilrr
uite-
les    e
!
                     'lllkmrmuo
râIte                                      cnlrcs

:har-
                                                                                               Pórtico do teatro
laro,
hção
                                                                                                                                                                       21. Planta da Stoa de Atalo, Atenas [al,
undo                                                                                                                                                                   sua situação na ágora helenística [B]'
rorte,                                                                                                                                                                 pormenor do alçado   [G]


or do
ilesig-

                                                                                                                   li_]_M
                                                                                                                   ----Fr
                                                                                                                   ô ro20
:wrço                                                                                                              1   -Templo de Heíesto
                                                                                                                   2       Stoa de Zeus
    conju-                                                ,Õ                                                       3   -   Buleuterio
                                                                                                                   4 - Métron
; cida-                                                                                                            5 - Tholos
                                                      (
                                                      r
                                                       a-
                                                       .."      )
                                                                              Ísj
                                                                                                                   6 - Stoa Central
                                                                                                                   7       Stoa Sul



) ar    ii-                                     'RÌY
                                             --!-.i              /
                                                                                                                   B
                                                                                                                   9
                                                                                                                       -   Via das Panateneias
                                                                                                                           Stoa de Atalo




lerada                                                     3
                                                                         ;g
: apro-

lo ter-
as dis-


lerada
I eram
                                           ::r:q          -+_-       -         oM

 orácu-

                                                                                                                                                                        22. Plano de um bairÍo residencial iunto
4 onde                                                                                                                                                                  à ágora em Priene
ntro da
espofii-
sueram
th

:bairr
0 gera
hticas




I
ll rz



                                                   Apesar de, ao longo do tempo, não ter sofrido grandes alterações, a estru-
                                                tura da cidade grega respondia a um piano urbanístico regido pelos seus
                                                magistrados, reunidos em "colégios", dos quais faziam parte arquitetos e téc-
                                                nicos responsáveis pelo estado de conservação das ruas e dos seus diversos
                                                edifícios.

                                                   A organização espacial das cidades gregas foi fruto de uma evolução
                                                empírica e natural. Âpenas a cidade de Mileto [24], situada na Ásia Menor,
                                                possuiu inovações de raiz dignas de nota. A partir do seu piano urbanístico
                                                (o primeiro de toda a arte ocidental) Hipódamo de Miieto (ag-a79 a.C.),
                                                urbanista e filósofo, teorizou uma cidade perfeitamente racionai e funcio-
                                                nal, não alterando, apesar disso, a estrutura tradicional da cidade grega. No
                                                seu piano ideal, a cidade era formada por avenidas Ìongitudinais que se cru-
                                                zavam ortogonalmente com ruas transversais, formando quarteirões regula-
                                                                                                                                          ',"1
                                                res com áreas diferenciadas, segundo as suas funções. os quarteirões cons-         -Tj-J-_<=--_:.4-.
                                                                                                                                   [n mrrilE &a ciÉh& &         flliil
                                                tituíam o módulo a partir do quaÌ a cidade se desenvolvia e que era formado
                                                por duas filas de cinco casas de configuração e área semelhantes. Estas, por
                                                sua vez, eÍam espaçosas e organizadas à volta de um pátio central, utili
                                                zando o plano centrípeto que os Romanos também desenvolveram [26].

                                                   Este plano de cidade, aplicado sobretudo no período helenístico, foi   utili
                                                zado anteriormente noutras cidades, tais como em Atenas, na reconstrução
                                                do Pireu, no século V e em Priene, na Ásia Menor, no século IV a. C. [2S],
                                                                                                                                    I
                                                criando uma nova estética que seria adotada pelos Romanos.
                                                   Arquitetonicamente, o templo foi e continua a seÍ o exemplo máximo da
                                                arquitetura grega e tem, no sécuÌo Y, no Prírtenln e em Atena Nikí, o encontro
                                                exemplar entïe o racionalismo, o antropocentrismo e o ideaiismo do pensa-
                                                mento grego. Todavia, a sua ferma e estrutuïas básicas evoÌuíram a partir do
                                                mágaron micénico (sala de trono, no palácio), que era formado por uma sala
                                                quadrangulaÍ, com um vestíbulo ou pórtico suportado por duas colunas e
                                                com telhado de duas águas. Esta estrutura básica tornou-se, gradualmente,         lilü,,immryinm *   Eitrrr@,   @   u!



                                                mais complexa, com maiores dimensões e rodeada por colunas [281.

                                                  O templo era a morada e abrigo do deus, local onde se colocava a sua ima-
                                                gem, à quaÌ os fiéis não tinham acesso, pois os rituais eram realizados ao ar
                                                livre, em redor do templo. Os Gregos usaram, na sua constïução - aliás como
                                                em toda a sua arquitetuÍa -, o sistema de construção designado por trilítico,
                                                definido por pilares vefiicais unidos por lintéis horizontais [22], não utili
 tL Sarlâ suHerrânea de consulta do orá-
 cdo- cDbertâ por um sistema de arcadas         zando linhas cuwas, como noutras civilizações da Antiguidade, não po
                                                as não soubessem construir (') [zg]. o exterior do edifício era majestosamente
             :. Sabemos pela arqueoÌogia que    decorado com esculturas e pintado com azuis, vermelhos e dourados, remi
             ,s :Ísiemas constÍutivos em arco
             :::am utiÌizados por mesopotâ-     niscência das construções iniciais em madeira que se realizaram até finais do
             :-:os e gregos em constÍuções      século VII a. C.. Virado para o exterior, o tempÌo gÍego tem, como se pode
             :::ìiiárias e funcionais como
             :azéns,   ou siÌos, e cisternas.   constatar, um forte sentido escultórico [22].
HrsróRn om ARres Ursulrs I 43




,   a estru-
los seus
DS e téc-

diversos


volução
tMenor,
anístico
79 a.c.),
:funcio-
rega. No
Ê SC CÍU.
b   regula-
ES CONS-         S,. krüa da cidade de Mileto, século V a.   C.    25, Planta da cidade de Priêne, século lV a. C.
[ormado
stas,    por
11,    utiÌi
261.

foi utili-
Dstrução
-   c.   t251,



Hmo da
                                                                                                                                                     Mégaron
                                                                                                                                                                  ffi
ncontro                                                                                                                            Mégaron com       colunasffi
                                                                                                                                        {remplo      indnris)LL;ffi
D pensa-                                                                                                                          
partir do                                                                                                                                                    F-"qr*@
                                                                                                                                                Templo       lâ $             H
tma sala                                                                                                                                        próstilo     p ü  dn+6@MM{
                                                                                                                                                                              ffi
                                                                                                                                                             [$
olunas      e                                                                                                           Templo circular
ilmente,
                 [l krçetiva   e planta de uma casa grega, em priene                                                       outholos                          @
                                                                                                                                                      b5
                                                                                                                                             anrrduplo$
                                                                                                                                                                         fld
                                                                                                                                 Templo in                     fl   ü .l
                                                                                                                                                             t^**-*F__l
sua ima-                                                                                    27. Reconstituição da                                            tr-iFè.ry--d
                                                                                            Íachada principal do                  Temptoaníipróstilop            $ 5d
los ao ar                                                                                                                      (lemplo de Atena Niker
                                                                                            Pártenon segundo Be-                                             le $
                                                                                                                                                             Ë@{t
                                                                                                                                                                         fl   E
                                                                                            noir Loviot, em 1881
ás como                                                                                                                                    Templo períptero (templo
                                                                                            Como se podê verificar,                          de Zeus em Olímpia)
rilítico,                                                                                   o templo grego era "in-                    6'#6&&SSSSS
                                                                                            vulgarmente colorido" em
Iao utrlr-                                                                                  relação à aparência que
I

I poÍque                                                                                    lhe conhecemos hoje.                                                              &
                                                                                                                                                                              &
                                                                                            O sentido "escultórico"
hamente                                                                                     do templo advém-lhe
i                                                                                           tanto dos relevos como                Templo períptero (Pártenon)
F, reml-                                                                                    da cor e do equilíbrio e       &&&&ss&696#*&6ffi
                                                                                            justeza das proporções.        &                                            &
hnais do                                                                                                                                                                s
                                                                                                                           &                             6    ss        g
rse pode                                                                                                                                                 s
                                                                                                                           &                             @    *6        &
                                                                                                                           &    $!a & s & & & fr 6   *   m              &
                                                                                                                                                                        s
                                                                                                                           &&es&s&Õ&s&a*
                                                                                                                       28, Evolução planimétrica do                 templí
                                                                                                                       $re$o"--+
Ill+q

                                                                      Na sua estrutura planimétrica final [zsì, o templo era formado por três
                                                                   espaços: :uma cella ott naos, onde se encontrava a estátua da divindade, ante-
                                                                   cedida poï um espaço designado poÍ pronaos, que era uma espécie de pórti
                                                                   e um outro espaço do lado postedoÍ da cella designado por opistídomos, q
                                                                   tinha como função ser a câmara do teslurl,local onde se guardavam as
                                                                   rendas aos deuses e os bens preciosos da cidade. Esta estrutura tripartida er
                                                                   rodeada por um peristilo, espécie de corredor coberto e circundante, abert
                                                                   Iateralmente através de uma ou mais fiadas de colunas.
                                                                      Em alçado, o templo era constituído por: uma base ou envasamento,
                                                                   eÍa uma plataforma elevada e tinha como função nivelar o terreno; as colu
               8,    Templo de Hera, em Paestum, século            nas, que constituíam o sistema de elevação e suporte do teto; e o entabla
               lV a. C.
                                                                   mento, elemento superior e de remate que era formado pela arquitraue, pel
               A imagem mostra a simetria axial, em planta
               lAl, alçado [B] e corte [C] do Ìemplo grego.        fnso e pela cornija, encimada pelo frontão triangular. O teto de duas águas er
               1. pronaos                                           coberto por telhas de barro [33].
               2. naos
               3. opistódomos                                         O tempÌo grego, como se pode verificar pela sua estrutura planimétrica
               {.   peristilo
                                                                   pelo alçado principal, possui uma simetria axlal, criando fachadas simétric
                                                                   duas a duas [29].
                                Processo de articulação métrì-        Marcado poÍ esta mesma estrutura desde a sua origem no século IX a.
                                ca dos diversos elementos de
                                um todo, em Íunção da sua          o templo grego sofreu, apesar disso, uma sensível evolução estilística. N
                                harmonia Íinal. Essa articula-
                                                                   século VII a. C., os Gregos já tinham definido os dois principais estilos arqui
                                çã0, a partir da base, da coluna
                                e do Íriso, numa escala Íixa de    tetónicos ou ordens: a ordem dórica e a ordem jónica.
                                valores, regula as dimensões
                                do templo em números, carac-           O conceito de ordem está ligado a um sistema de proporções que h
                                terÍsticas e relaqões mútuas, é    trrzava as partes do edifício em relação ao todo. Era aplicado ao traçado
                                uma regularidade, uma hierar-
                                quia, um ritmo, uma muìtiplici-    coluna - determinando as proporções das suas partes con-stituintes:
                                dade na unidade,
                                                                   fuste e capitel -, e à relação entre a sua espessura e a sua aÌtura totai
                                                                   A coluna é o elemento que melhor define as características de cada ordem,
                                                                   ta1 forma que o diâmetro médio do seu fuste determina o mídulo métríc
                                                                   segundo o qual se construía todo o sistema proporcional do edifíci
                                                                   A coluna teve também um valor icónico extÍemamente forte, que est
                                                                   para além da sua função estrutural. Ela é o símboÌo do Homem, é antro
    l                                                              mórfica - e tomou assumidamente essa forma humana no pórtico das cariá
li
                                                                   tides [30] do Erectíion, na acrópole de Atenas, e de atlantes, como no caso
ir                                                                  templo de Zeus Olímpíco, em Agrigento, datado do século IV a. C. [311.
i


                                                                       A ordem dórica é a mais antiga        [33 e 36ì. Nasceu na Grécia      Continen
                                                                   cerca de 6oo a. C. e possui formas geométricas, com quase total ausência
                                                                   decoração. Derivou das primitivas construções em madeira nas quais a ped
    I
        !
                                                                   era utilizada apenas nas colunas e alicerces. Possui um aspeto maciço e
                                                                   atribuindo-se-lhe um carácter masculino e sóbrÌo, ligado ao espírito guerrei
        i
        i
                                                                   dos Dórios, seus inventoÍes, que chegaram à Grécia vindos do Norte, aproxi
                                                                   damente em rooo a. C.. Nesta ordem, o envasamento é composto pelo este
                                                                   bato, plataforma de aÌicerçamento rodeada de dois ou mais degraus de
                30. A cariátide é uma estátua Íeminina
                                                                                             úÌtimo degrau (o superior) onde assenta o edifíci
                                                                    e pelo estilóbato, que é o
                utilizada como coluna (na imagem, por-              A coluna é robusta e possui fuste com caneluras em aresta viva e capitel
                menor do Pórtico das Cariátides, no
                Erectéion)                                          mado por ábaco     e   equino, ou coxim, muito simples   e   geométrico   [32J.
HrsróRn ons Anrrs Vrsults | 45




mÍl   ììiruÌflnmrÍü    úB   jiq,s O{ímpico, em Agrigento, com os seus                         32. Evolução do capitel dórico entre a época arcaica   [À] e a   clássica   [B]
roÍfiiltÍrdrì riltur   slnsr€rn com colunas dóricas adossadas




                                          29t   27
                                                                                                                                                                 16
                                                                                                                                                                 t5
                                                                                                                                                                  l0




             -1 -z:'.a:2. perístases ou perístilo;3. pronaos; 4, cella;5, opistódomos
                - 6. =stilóbato; 7. grampos de união; 8. fuste das colunas; 9. colarinho; 10. capitel; 1Í. anel
      mtttt|lÍumiuna                                                                                                   12, équino; 13. ábaco;14. ortostato; Í5. arquitrave;
      trruru "Ì i e:e e goteira; 18. lintel: 19. triglíÍo; 20. métopa; 21, gárgula; 22, mútulas; 23. teto; 24.        telhas; 25. Írontão; 26. cimalha Írontal; 27. cornija
                  ![. : -:ano:     29, cornija oblÍqua; 30. anteÍixo; 31. acrotério angular; 32. acrotério terminal
llllao

                                                        O entablamento compreende a arquitrave, o friso dividido em métopas
                                                    e tríglifos (reminiscências da construção em madeira) e a cornija. O frontão
                                                    triangular coloa o edifício [361. Os arquitetos $egos plocularam, em tudo o
                                                    que construíram, uma ilusória sensação de simplicidade. Tal não é inteira-
                                                    mente verdade. Observando os templos dóricos, verificou-se que' poI seÍem
                                                    perípteros,estavam sujeitos a determinadas deformações óticas que desvirtua-
    34- Fachada oriental do Pártenon com            vam a perfeição e a simetria que buscavam. Assim, corrigiram matematica-
    exageradas alterações, para se conse-
    guir um melhoÍ êÍeito ótico                     mente essas deformações [34    e 351.

                                                       Exemplos de templos de ordem dórica sáo: o Templo de Herq em Olímpia,
                                                    o de Poseídon, datado de meados do século V a. C. [3S], o de Apolo, em Corinto,
                                                    o de Ceres,e o mais famoso de todos, o Prírtenon[ver r.'Caso prático].

                                                       A ordem jónica nasceu no século vI a. c., na |ónia, e desenvolveu-se
                                                    sobretudo nas costas da Ásia Menor e nas ilhas do Mar Egeu. Esta ordem
                                                    difere da ordem dórica nas plopoIções de todos os seus elementos e na deco-
                                                    ração mais abundante da coluna e do entablamento. Esta, associada às suas
     35, Dêformações veÍiíicadas no templo          dimensões mais esbeltas, confere-lhe um carácter feminino'
     dórico [Â] ê coÍÍêções [B] matemáticas
     eÍetuadas de modo a que na construção              O envasamento dos edifícios de ordem jónica é formado apenas pelo este-
     se lessem corretamente as linhas vêrti-        reóbato constituído poÍ tIês degraus. A coluna possui umabase individual, um
     cais e hoÍizontais
     Os elementos horizontais do Ìemplo que,        fuste com caneluras semicilíndricas, sem alestas vivas, e em maior número
     visualmente, são lidos de Íorma abaula-
                                                    que o da coluna dórica, e também mais longo e delgado, e um capitel com
     da/côncava, são ligeiramente encurvados
     para cima e para Íora, ou seja, convexos;      ábaco simples e equino em forma de volutas enroladas em espiral [371.
     os elementos verticais inclinados para den-
     tro e para cima segundo um ponto de Íuga,          O entablamento tem uma arquitrave tripartida longitudinalmente e um
     conlrariando a leitura visual que era in-
     versa; toda a colunata é construída ligeira-   friso contínuo, com decoração esculpida, rematado pela cornija; o frontão
     mente inclinada para dentro do templo'
     uma vez que a tendência de leitura era ver
                                                    triangular encima o edifício, tal como acontece na ordem dórica. Este tipo de
     a Íachada do ediÍício curvada para fora.       estrutuÍa foi aplicado, inicialmente, a edifícios de planta simples, como o tem-
     A curvatura desta Ílexão vertical era calcu-
     lada com um raio de 800 metros, segundo        plo de Atena Nikálver r.'Caso práticol. No entanto, outlas obras mais complexas
     Vitrúvio; as distâncias entre as colunas,
                                                    utilizaram igualmente esta ordem, como o Erectáion. Neste edifício, a função
     exatamente iguais quando medidas, apare-
     cem aos olhos humanos ligeiramente dis-         icónica da coluna adquire antlopomolfismo num dos pórticos, através da sua
     torcidas; o Íuste das colunas era ligeira-
     mênte engrossado, no primeiro terço da          substituição por estátuas de figuras femininas - o pórtico das cariátides [30 e 421.
     sua altuÍa (êntase); e o intercolúneo êra
     maior entre as colunas das pontas do que
     nas do meio.

     A.


                                                                -++-f-"T-ê
          Horizontal                                                    ÏTT

                       #                                         ------------
                                                                 :T-F-rr--rffil


          verticar
                       W
.'

                                                                                                                                                    HrsTóRIÂ oAs ARTEs      Vrsulrs I   47   lll




topas
                                                             Acrotério                                                                              Moldura de cornija
ntão
udo o                                                                                                                                               Faixa

                                                                                                                                                    Dentículos
Lteira-                                                                                                                                                            -_-l
                                                             Mútulos
                                                                                                                                                    Friso
;erem
                                                             Lacrimal                                                                                                 ]-   rn,"bt,-.n,.
irtua-                                                       Métopa
                                                             Tríglifo
                                                                                                                                                    Arquitrave
                                                                                                                                                                      I

atica-                                                       Taenia               Entablamento                                                      Ábaco
                                                             Régula                                                                                         -
                                                             Cotas                                                                                  voluta            l- capiter
                                                             Arqüitrave
                                                             Ábaco                                                                                  corjar l
mrpia,                                                       Equino

lrinto,                                                      Aneletes




reu-se
rrdem
t deco-

ls     SUAS




lo este-
ral,um                                                       Cilindros/tambores

úmero
el com
                                                                                                                                                                   l       Base




eeum
Lontão
tipo de
)   o tem-
                n:, Estrutura da ordem dórica
                                                              Estilóbato



                                                             lnfraestrutura
                                                             de apoio
                                                              (estereóbato)


                                                                                                 37. EstÍutura da ordem jónica
                                                                                                                                                    Estilóbato



                                                                                                                                                     Estereóbato   l       Socalco




nplexas
função
;   da sua
lilt   e 42].




                                                                                                 0i         5   '10   '15

                        i   10         15
                                                                                                  !-ffi                     m




                   -m




                ú^  Templo de Poseídon, datado do século V a. C., teito em calcáÍio
                ssrÌquíÍero e rêvestido a estuque, com 59,93 x 24,31 m
                i€ :iocos   eram talhados com rigor e depois justapostos sem qualquer arga-
                                                                                                 *.       Basílica de PesÍos, na Magna Grécia, ltália, meados do século Vl a. C.
                lt'r.sa, só esporadicamente unidos com cavilhas ou gatos de metal, em            Tem cerca de 24,52 x 54,27 m e Íoi construída em calcário puro e poroso,
                iil:r*a de H ou   N.                                                             outrora coberto por uma camada de estuque.
I   I Il,a

                                                       A ordem coríntia apaleceu apenas no final do sécu1o V a. C. e é uma deri
                                                   vação da ordem jónica, resultando do seu enriquecimento decorativo' O seu
                                                   autor foi Calímaco d.e Corínto- da cidade de Corinto - e daí o nome de corín-
                                                   tia. As principais diferenças estão na coÌuna que possui uma base mais traba-
                                                   thada, um fuste mais delgado e um capitel em forma de sino invertido, que
                                                   era repleto de decoração esculpida, formada por duas filas de folhas de
                                                   acanto, coroadas por volutas jónicas t401. O entablamento e o frontão eÍaln                                          I



                                                   sobrecarregados de refinados preciosismos decorativos. A ordem coríntia
                                                                                                                              foi
                                                                                                                                                                        i
                                                   usada pelos Gregos de forma parcimoniosa e encaÍna o espírito olnamenta-
                                                   lìsta do século IV a. C.. No entanto, seria a oldem preferida peÌos Romanos'                                      ilìfi
                                                    que lhe deram grande exPansào.
                                                        Na Grécia, podemos encontrá    Iano   Templo de zeus olímpico 1411e no Montr                                 iü
                                                    mento Cortígico aLisícrates,datado do século   IV   a. C., ambos situados em Atenas'

                                                        o tempÌo gÍego, quaÌquer que fosse a ordem utllizada, possuía na sua
         40. Evolução do capitel iónico para o
                                                    estrutura espaços destinados à escultura que valorizavam o edifício e aumen-           rilil   clfrlLliilil{nï
         coríntio
                                                    tavam o seu valor icónico, pois devemos considerar que o templo foi, po:
                                                    excelência, dedicado a glorificar um deus.


         41. Ruínas do Templo de Zeus Olímpíco, em Atenas, iniciado em 174 a' C




                                  w.
                                  +iqL
                                  .   'l o.l




                                                                                                                     --ry,ffi-                                               I
HrsróRn ons Anrrs Vrsuus I 49




                                                                                                                        f     o   Templo Antigo

                                                                                                                        m     O Erectéion


                                                                                                                          N




                                                                                                                                         Trìbu na
                                                                                                                                   das Cariátides




nh, ullÌüt@M                                                                                                           B. Planta




       ftlm        do Erectéíon, século V a. C., Atenas
     ÍrNrmrn-: r"ì santuário triplo com uma cella desÌinada às marcas de Poseídon e à lança de Atena; uma outra destinada ao culto de Cécrope e Erecteu;
 '   r|Ìnmu   mm'rr:
                       -s   Cariátìdes destinada a Pândroso, Íilha de Cécrope. Havia ainda um espaço onde era colocada a oliveira sagrada de Atena. E, apesar de a
                                                                                                                                   jónicas de 6,59 m de altura
               =r regular, exisÌe proporcionalidade e harmonìa. Possui dois belos pórticos- O que está virado a norte tem colunas
 'Íinlr' riÊmÍEìs :,:icados. No que está virado a sul, as colunas foram substituídas por seis cariátides (antigas KoraÌ), com cerca de 2,3 m de altura. Estas
                 i:,,:a possuem longas tranças e mantos magnìficamente pregueados, numa atitude graciosa, obra que se atribui à escola de Fídias. Na varanda
        iim:Ërm*{      :Íriso não tem entablamento, mas possui uma arquitrave e uma cornija com dentículos, pequenas mísulas coìocadas sob a goteira, o que lhe
              n|rÍJ,:4ade.Tal como noutros Ìemplos gregos, a sua decoração é requintada e policromada com pasta de vidro derretìdo e incrustado, com bandas e
               *m ::nze dourado.

Weitere ähnliche Inhalte

Was ist angesagt?

Arquitectura na grécia
Arquitectura na gréciaArquitectura na grécia
Arquitectura na gréciaMarisaPinto97
 
Aula 4 arte e arquitetura pré colombiana-mesoamerica maia [revisado em 160913]
Aula 4 arte e arquitetura pré colombiana-mesoamerica maia [revisado em 160913]Aula 4 arte e arquitetura pré colombiana-mesoamerica maia [revisado em 160913]
Aula 4 arte e arquitetura pré colombiana-mesoamerica maia [revisado em 160913]glauci coelho
 
Escola secundária de malhampsene arte greco romana
Escola secundária de malhampsene arte greco romanaEscola secundária de malhampsene arte greco romana
Escola secundária de malhampsene arte greco romanaVicentana
 
Apostila 1º bimestre 3º ano
Apostila 1º bimestre 3º anoApostila 1º bimestre 3º ano
Apostila 1º bimestre 3º anoAlcir Costa
 
Escultura Grega
Escultura GregaEscultura Grega
Escultura Gregaartes10n
 
Aula 3 pre historia na arte e na arquitetura [revisado em 060314]
Aula 3 pre historia na arte e na arquitetura [revisado em 060314]Aula 3 pre historia na arte e na arquitetura [revisado em 060314]
Aula 3 pre historia na arte e na arquitetura [revisado em 060314]glauci coelho
 
História da arte
História da arteHistória da arte
História da arteandreaires
 
Arte grega pintura, escultura e arquitetura
Arte grega pintura, escultura e arquiteturaArte grega pintura, escultura e arquitetura
Arte grega pintura, escultura e arquiteturaSusana Simões
 
Apontamentos de arte
Apontamentos de arteApontamentos de arte
Apontamentos de artemmdaaraujo
 

Was ist angesagt? (19)

Aartenoegito
AartenoegitoAartenoegito
Aartenoegito
 
Atividade
AtividadeAtividade
Atividade
 
3 arte grega 2020
3 arte grega 20203 arte grega 2020
3 arte grega 2020
 
Arquitectura na grécia
Arquitectura na gréciaArquitectura na grécia
Arquitectura na grécia
 
Aula 4 arte e arquitetura pré colombiana-mesoamerica maia [revisado em 160913]
Aula 4 arte e arquitetura pré colombiana-mesoamerica maia [revisado em 160913]Aula 4 arte e arquitetura pré colombiana-mesoamerica maia [revisado em 160913]
Aula 4 arte e arquitetura pré colombiana-mesoamerica maia [revisado em 160913]
 
Escola secundária de malhampsene arte greco romana
Escola secundária de malhampsene arte greco romanaEscola secundária de malhampsene arte greco romana
Escola secundária de malhampsene arte greco romana
 
Aula1objetivo 2019
Aula1objetivo 2019Aula1objetivo 2019
Aula1objetivo 2019
 
Arte grega 2017
Arte grega 2017Arte grega 2017
Arte grega 2017
 
Apostila 1º bimestre 3º ano
Apostila 1º bimestre 3º anoApostila 1º bimestre 3º ano
Apostila 1º bimestre 3º ano
 
Historia2 etapa 2010
Historia2 etapa 2010Historia2 etapa 2010
Historia2 etapa 2010
 
Escultura Grega
Escultura GregaEscultura Grega
Escultura Grega
 
Aula 3 pre historia na arte e na arquitetura [revisado em 060314]
Aula 3 pre historia na arte e na arquitetura [revisado em 060314]Aula 3 pre historia na arte e na arquitetura [revisado em 060314]
Aula 3 pre historia na arte e na arquitetura [revisado em 060314]
 
Arte grega
Arte gregaArte grega
Arte grega
 
História da arte
História da arteHistória da arte
História da arte
 
Arte grega
Arte gregaArte grega
Arte grega
 
Arte grega pintura, escultura e arquitetura
Arte grega pintura, escultura e arquiteturaArte grega pintura, escultura e arquitetura
Arte grega pintura, escultura e arquitetura
 
Apontamentos de arte
Apontamentos de arteApontamentos de arte
Apontamentos de arte
 
Arte grega
Arte gregaArte grega
Arte grega
 
GréCia
GréCiaGréCia
GréCia
 

Andere mochten auch

Anexo lista de microcervejarias no brasil – wikipédia, a enciclopédia livre
Anexo lista de microcervejarias no brasil – wikipédia, a enciclopédia livreAnexo lista de microcervejarias no brasil – wikipédia, a enciclopédia livre
Anexo lista de microcervejarias no brasil – wikipédia, a enciclopédia livreJS Silva
 
Tecnico construcao naval_documento_referencial
Tecnico construcao naval_documento_referencialTecnico construcao naval_documento_referencial
Tecnico construcao naval_documento_referencialMarlene Aparecida
 
Enciclopédia: de Diderot à Wikipédia (... e mais além)
Enciclopédia: de Diderot à Wikipédia (... e mais além)Enciclopédia: de Diderot à Wikipédia (... e mais além)
Enciclopédia: de Diderot à Wikipédia (... e mais além)Carlos Pinheiro
 
Arte grega 1 - pintura e escultura
Arte grega 1 - pintura e esculturaArte grega 1 - pintura e escultura
Arte grega 1 - pintura e esculturaAna Kyzzy Fachetti
 
Mini Curso de Fotografia - Aula 1
Mini Curso de Fotografia - Aula 1Mini Curso de Fotografia - Aula 1
Mini Curso de Fotografia - Aula 1Thiago Araujo
 
Livro contrucao+naval
Livro contrucao+navalLivro contrucao+naval
Livro contrucao+navalLukasSeize
 

Andere mochten auch (12)

Livro
LivroLivro
Livro
 
A amura
A  amuraA  amura
A amura
 
Resumos
ResumosResumos
Resumos
 
Livro pt2
Livro pt2Livro pt2
Livro pt2
 
Livro pt3
Livro pt3Livro pt3
Livro pt3
 
Livro pt4
Livro pt4Livro pt4
Livro pt4
 
Anexo lista de microcervejarias no brasil – wikipédia, a enciclopédia livre
Anexo lista de microcervejarias no brasil – wikipédia, a enciclopédia livreAnexo lista de microcervejarias no brasil – wikipédia, a enciclopédia livre
Anexo lista de microcervejarias no brasil – wikipédia, a enciclopédia livre
 
Tecnico construcao naval_documento_referencial
Tecnico construcao naval_documento_referencialTecnico construcao naval_documento_referencial
Tecnico construcao naval_documento_referencial
 
Enciclopédia: de Diderot à Wikipédia (... e mais além)
Enciclopédia: de Diderot à Wikipédia (... e mais além)Enciclopédia: de Diderot à Wikipédia (... e mais além)
Enciclopédia: de Diderot à Wikipédia (... e mais além)
 
Arte grega 1 - pintura e escultura
Arte grega 1 - pintura e esculturaArte grega 1 - pintura e escultura
Arte grega 1 - pintura e escultura
 
Mini Curso de Fotografia - Aula 1
Mini Curso de Fotografia - Aula 1Mini Curso de Fotografia - Aula 1
Mini Curso de Fotografia - Aula 1
 
Livro contrucao+naval
Livro contrucao+navalLivro contrucao+naval
Livro contrucao+naval
 

Ähnlich wie Livro pt1 (20)

Historia da arte
Historia da arteHistoria da arte
Historia da arte
 
Historia da arte unip
Historia da arte unipHistoria da arte unip
Historia da arte unip
 
História da arte
História da arteHistória da arte
História da arte
 
Historia da arte
Historia da arteHistoria da arte
Historia da arte
 
A cultura do belo
A cultura do beloA cultura do belo
A cultura do belo
 
Textos historia da arte Ensino Medio
Textos historia da arte Ensino MedioTextos historia da arte Ensino Medio
Textos historia da arte Ensino Medio
 
HistóRia Da Arte
HistóRia Da ArteHistóRia Da Arte
HistóRia Da Arte
 
Arte grega 2019
Arte grega 2019Arte grega 2019
Arte grega 2019
 
Filosofia 6 ano 3 bim origem da filosofia
Filosofia 6 ano 3 bim origem da filosofiaFilosofia 6 ano 3 bim origem da filosofia
Filosofia 6 ano 3 bim origem da filosofia
 
Arte Grega
Arte GregaArte Grega
Arte Grega
 
02-Mesopotâmia.ppt.pdf
02-Mesopotâmia.ppt.pdf02-Mesopotâmia.ppt.pdf
02-Mesopotâmia.ppt.pdf
 
GréCia
GréCiaGréCia
GréCia
 
Alice e vitória.pptx
Alice e vitória.pptxAlice e vitória.pptx
Alice e vitória.pptx
 
Arte Grega
Arte GregaArte Grega
Arte Grega
 
Ufu 2019 Revisão
Ufu 2019 RevisãoUfu 2019 Revisão
Ufu 2019 Revisão
 
Portfolio historia da arte
Portfolio historia da artePortfolio historia da arte
Portfolio historia da arte
 
Portfolio historia da arte
Portfolio historia da artePortfolio historia da arte
Portfolio historia da arte
 
A ARTE NO EGITO - AULA 3
A ARTE NO EGITO - AULA 3A ARTE NO EGITO - AULA 3
A ARTE NO EGITO - AULA 3
 
Princípios da arte através dos tempos
Princípios da arte através dos temposPrincípios da arte através dos tempos
Princípios da arte através dos tempos
 
Antigo Egito
Antigo EgitoAntigo Egito
Antigo Egito
 

Livro pt1

  • 1. lllss libô 7 A arquitetura: em busca da harmonia e da proporção e do A arte grega clássica foi uma arte racional, expressão da comunidade e ética' homem/cidadão. Conciliou dualidades e oposições - aliou estética política e religião, técnica e ciência, reaÌismo e idealismo, beieza e funcionali- glegos, pela sua perfei dade e esteve ao sewiço da vida pública. os edifícios - ção,estabeleceramumaligaçãoharmoniosaentÍeoHomemeosdeuses'o perfei mundo concreto e o mundo espirituai e estão, pelas suas volumetrias, plocesso evolutivo que tamente enquadrados na Natureza, culminando um teve o seu início no 2." milénio antes de Cristo' povos que habi A sua génese fundou-se em duas grandes heranças: a dos cretenses e taram a bacia do Mediterrâneo, como os Mesopotâmios, Egípcios, cicládicos; e a das vagas de povos indo-europeus que invadiram o território - primeiro os Aqueus, que produziram a civilização Micénica, e depois os bório, (conhecedores do ferro), no século XII a. C., que deram continuidade à cuitura micénica e fizeram lenascel uma alte austela e rigorosa [19J' Evoluiu em três períodos claramente definidos, quer pelas característi estéticas quer pelas tecnológicas. São eles: . o período arcaico, balizado entle o século vIII e o sécuio v a. c., que foi um Ìongo espaço de tempo caracterizado pela plocula do inteligíveÌ, da ordem, do monumental, da sobriedade e da maturidade; . o período clássico, que se desenvolveu entre a segunda metade dc a pleni século V e o século IV a. C. e foi um tempo em que a arte atingiu tude, o equilíbrio, o realismo e o idealismo; . e o período helenístico, marcado pela miscigenação de culturas' gosto do particular, do concreto e individual e, simultaneamente, tem de declínio da cultlrra grega. Inicialmente, a arquitetura gïega era executada em madeira' nomeada pela pedra ca mente a de cedro importada do Líbano, tendo sido substituída cária (sobretudo o mármore) a pafifu dos finais do século VII a. C' tlSl' A ploporções evoluíram da evolução dos materiais, também as estruturas e as geometria e arqui Isso aconteceu por meio de uma ligação pelmanente entle Cria tetura onde a matemática (o número) estabeleceu o ritmo e a harmonia' e regras construtivas , cânonespara a concretização artística, val ram normas os aspet( res estéticos e modelos duradouros, nos quais todos os detalhes, do co decorativos e/ou os polmenoles tinham de se sujeitar à harmonia junto. Determinaram, poÍ isso, os princípios básicos da geometria pla Í8, Entablamento em madêira das primi- proporção, composi< tivas construções gÍegas e espacial, definiram as primeiras noções de medida, e ritmo através dos quais qualquer organização pIástica se deveria reg arquitetos elaboraram projetos nos quais constavam fverDescubra]. Para isso, os ao relevo e a escolha c estudo topográfico do terreno, a adaptação do edifício elaborava teriosa da ordem, de acordo com o tipo do edifício. Depois, estabelecid cálculos onde as medidas e proporções elam rigorosamente
  • 2. Hrsrônn oas Anrrs Vrsuts I 39 ÍÍm[ a.,lrNúaÍr'Éfltos da Arte GÍega ú[, .iDüffÍÌ, ies r,a3ens podemos inÍerir algumas influências sentidas na arte grega. - r${u ilrout@tura 1k/rÍ@.a & Edíu, no Egito, séculos lll e ll a. C. llliilÍ&nrn :::rs'trutivo baseia-se na coluna, que aqui possui capitel vegetâlista como na ordem coríntia, e arquitrave. norte do Palácio de cnossos, creta, ll milénÍo a. c. ilillrr ir: Ë3ito. o sistema construtivo é o mesmo mas, neste caso, a coluna possui capitel geométrico como na ordem dórica. üllMG rtro€lar do Etectéion, Atenas, século V a. C. ÌHir:rnEE r,: sislema lÍilítico, constituído por colunas e arquitrave, é evidente. srllltLtrra ú a de Assurnarzipal ll, século lV a. C. .Emarun de Nessa, lmpério Antigo, lll dinastia, Egito, lll milénio a. C. 0n ffiÍÌ6 dê Auxerre, penúltimo quartel do século Vll a. C,, Grécia mls :s:..::uas possuem características muito idênticas, porque são estátuas * ]s:- a lei da frontalidade. No entanÌo, podemos verificar que no caso da :Ê. lama de Auxerre, ela apresenta já indícios do naturalismo que irá ser :ri,l:i: e que está patente na separação dos braços em relação ao bloco liirmÌt :GremÌ lca tmË aretense com decoração geométrica sobre fundo escuro ütaso miénico com repÍesentação de uma corrida de carros sobre Íundo claro ïllüBrE grega de volutas, datada de entre 575 e 550 a, C illil?T,:e grega soÍreu influências cretenses e micénicas nas formas de diversos vasos, na decoração geométrica e/ou figurativa e no tratamento dos fun- ::ifrì":s Dom figuras negras e vice-versa.
  • 3. lll+o üllliB{ilÍititil Produziam maquetas, em madeira ou ter- A ORTGEM DA SECÇAO DE OURO racota, que eram submetidas posterior- "Segundo a lenda, foi o maÌemático grego Endoxe que ensaiou a primeira tentativa mente a aprovação oficial. explicativa. pela qual se considera a secção dourada tão agradável ao olhar. Ële passeãv-a-se com um longo bastão e pedia aos que encontrava para designar A concretização da obra era um traba- nesse bastão o p0nt0 que, segundo eles, Íosse mais interessante para dividir. lho coletivo, feito para a cidade, qu Ficou eslupeïacto ao constatar que a maioria das pessoas inÌerrogadas escolhia o ponto exaio da çecção de ouro. envolvia diversos profissionais: arquit Ëndoxe prosseguiu os seus estudos maÌemáticos sobre a proporção divina e des- tos, projetistas, escultores, pintores cobriu que ela se poderia exprimìr por uma ïórmula que se chama PHl, por causa outÍos artesãos. O objetivo final da art do artista Phidias (Fídias) que a utilizava correntemente nas suas esculìuras. Hoje, eÍa a procura de unidade, beleza e har chamamos-lhe o Número de Auro. 0 geómetra grego Pitágoras também se interessou por tal e Íoi o primeiro a desco- monia universais, suportadas, é clar brir que esÌe número é a base das proporÇões do corpo humano, Ìeoria que provou. poÍ uma filosofia que buscou a relaçã 0s Gregos, no seu conjunto, apropria- do Homem com o divino, com o m ram-se desta fórmula, que se pode em- pregar como base numa inÍinidade de e a sua origem, com a vida e a mor Íiguras e desenhos muito belos, como assim como com a dimensão interior o pentagrama ou a estrela de cinco próprio Homem - vaÌores que hoje desi braços que.fez furor na ltália do Renas- cimenì0. namos por Classicismo. Apaixonados por esta descoberta, os A arte grega esteve, então, ao serv Gregos Íizeram investigações aprofun- da vida pública e da vida religiosa, dadas para demonstrar que esïa Ía- mosa proporqão era igualmente a base gando-as harmoniosamente. As suas c da maior parte das Íormas na Natureza, des são exemplo disso. como conchas, Ílocos de neve, plantas, etc. A cidade grega, aberta à vida ao ar Todos os artistas gregos - pintores, vre e enquadrada na Natureza, gerad escultores, ceramistas - estabeleceram inicialmente de forma empírica e ap as suas obras segundo o ptincÍpio do Número de Auro, mas ó na arquiteÌura veitando os'declives'e acidentes do ter. que ele encontra o seu total desenvolvi- reno, era concebida com três áreas di menlo: 0 Ptáftenon de Atenas é talvez o tintas: mais belo exemplo desta perÍeição matemática na obra artística.'' . uma área fortificada, considerad Fred Gettings, "Art, magie et ses sagrada - a acrópole -, na qual era merveilles", un grandlivre dbn Édition construídos templos, santuários, orác des deux coqs d'or, 1964 los e tesouros [20]; . uma área pública, na zona baixa, o instalava aâgora,que era o centïo se vida da pólis, com espaços para reuniões políticas, manifestações desporti vas e artísticas, em particular o teatro, e para o comércio; aí se erguera construções como assembleias, teatros, estádios, mercados, sto as,... l21l; . aâreaprivada, de menor importância monumental, constituída por bai residenciais organizados por classes sociais, com casas de habitação geral mente feitas em madeira, dispostaS ao longo de ruas estreitas, Iabirínticas sem pavimentação [22].
  • 4. HrsróRn ols ARrcs Ursuns I 41 Recinto de Atena Polias Palácio de Êumenes ìl 20. Reconstituição da acÍópole da cidade Porta da Acrópole de Pérgamo, Ásia Menor, período hele- Altar de Zeus Sóter nístico Está construída em anÍiÌeatro numa colina Mercado de 310 m de altura (em: História da Arte, aba- r{lllìÌÌtlÍìlÌtffi f, rÌr$ Ed. AlÍa). que ïãffeLiilrr uite- les e ! 'lllkmrmuo râIte cnlrcs :har- Pórtico do teatro laro, hção 21. Planta da Stoa de Atalo, Atenas [al, undo sua situação na ágora helenística [B]' rorte, pormenor do alçado [G] or do ilesig- li_]_M ----Fr ô ro20 :wrço 1 -Templo de Heíesto 2 Stoa de Zeus conju- ,Õ 3 - Buleuterio 4 - Métron ; cida- 5 - Tholos ( r a- .." ) Ísj 6 - Stoa Central 7 Stoa Sul ) ar ii- 'RÌY --!-.i / B 9 - Via das Panateneias Stoa de Atalo lerada 3 ;g : apro- lo ter- as dis- lerada I eram ::r:q -+_- - oM orácu- 22. Plano de um bairÍo residencial iunto 4 onde à ágora em Priene ntro da espofii- sueram th :bairr 0 gera hticas I
  • 5. ll rz Apesar de, ao longo do tempo, não ter sofrido grandes alterações, a estru- tura da cidade grega respondia a um piano urbanístico regido pelos seus magistrados, reunidos em "colégios", dos quais faziam parte arquitetos e téc- nicos responsáveis pelo estado de conservação das ruas e dos seus diversos edifícios. A organização espacial das cidades gregas foi fruto de uma evolução empírica e natural. Âpenas a cidade de Mileto [24], situada na Ásia Menor, possuiu inovações de raiz dignas de nota. A partir do seu piano urbanístico (o primeiro de toda a arte ocidental) Hipódamo de Miieto (ag-a79 a.C.), urbanista e filósofo, teorizou uma cidade perfeitamente racionai e funcio- nal, não alterando, apesar disso, a estrutura tradicional da cidade grega. No seu piano ideal, a cidade era formada por avenidas Ìongitudinais que se cru- zavam ortogonalmente com ruas transversais, formando quarteirões regula- ',"1 res com áreas diferenciadas, segundo as suas funções. os quarteirões cons- -Tj-J-_<=--_:.4-. [n mrrilE &a ciÉh& & flliil tituíam o módulo a partir do quaÌ a cidade se desenvolvia e que era formado por duas filas de cinco casas de configuração e área semelhantes. Estas, por sua vez, eÍam espaçosas e organizadas à volta de um pátio central, utili zando o plano centrípeto que os Romanos também desenvolveram [26]. Este plano de cidade, aplicado sobretudo no período helenístico, foi utili zado anteriormente noutras cidades, tais como em Atenas, na reconstrução do Pireu, no século V e em Priene, na Ásia Menor, no século IV a. C. [2S], I criando uma nova estética que seria adotada pelos Romanos. Arquitetonicamente, o templo foi e continua a seÍ o exemplo máximo da arquitetura grega e tem, no sécuÌo Y, no Prírtenln e em Atena Nikí, o encontro exemplar entïe o racionalismo, o antropocentrismo e o ideaiismo do pensa- mento grego. Todavia, a sua ferma e estrutuïas básicas evoÌuíram a partir do mágaron micénico (sala de trono, no palácio), que era formado por uma sala quadrangulaÍ, com um vestíbulo ou pórtico suportado por duas colunas e com telhado de duas águas. Esta estrutura básica tornou-se, gradualmente, lilü,,immryinm * Eitrrr@, @ u! mais complexa, com maiores dimensões e rodeada por colunas [281. O templo era a morada e abrigo do deus, local onde se colocava a sua ima- gem, à quaÌ os fiéis não tinham acesso, pois os rituais eram realizados ao ar livre, em redor do templo. Os Gregos usaram, na sua constïução - aliás como em toda a sua arquitetuÍa -, o sistema de construção designado por trilítico, definido por pilares vefiicais unidos por lintéis horizontais [22], não utili tL Sarlâ suHerrânea de consulta do orá- cdo- cDbertâ por um sistema de arcadas zando linhas cuwas, como noutras civilizações da Antiguidade, não po as não soubessem construir (') [zg]. o exterior do edifício era majestosamente :. Sabemos pela arqueoÌogia que decorado com esculturas e pintado com azuis, vermelhos e dourados, remi ,s :Ísiemas constÍutivos em arco :::am utiÌizados por mesopotâ- niscência das construções iniciais em madeira que se realizaram até finais do :-:os e gregos em constÍuções século VII a. C.. Virado para o exterior, o tempÌo gÍego tem, como se pode :::ìiiárias e funcionais como :azéns, ou siÌos, e cisternas. constatar, um forte sentido escultórico [22].
  • 6. HrsróRn om ARres Ursulrs I 43 , a estru- los seus DS e téc- diversos volução tMenor, anístico 79 a.c.), :funcio- rega. No Ê SC CÍU. b regula- ES CONS- S,. krüa da cidade de Mileto, século V a. C. 25, Planta da cidade de Priêne, século lV a. C. [ormado stas, por 11, utiÌi 261. foi utili- Dstrução - c. t251, Hmo da Mégaron ffi ncontro Mégaron com colunasffi {remplo indnris)LL;ffi D pensa- partir do F-"qr*@ Templo lâ $ H tma sala próstilo p ü dn+6@MM{ ffi [$ olunas e Templo circular ilmente, [l krçetiva e planta de uma casa grega, em priene outholos @ b5 anrrduplo$ fld Templo in fl ü .l t^**-*F__l sua ima- 27. Reconstituição da tr-iFè.ry--d Íachada principal do Temptoaníipróstilop $ 5d los ao ar (lemplo de Atena Niker Pártenon segundo Be- le $ Ë@{t fl E noir Loviot, em 1881 ás como Templo períptero (templo Como se podê verificar, de Zeus em Olímpia) rilítico, o templo grego era "in- 6'#6&&SSSSS vulgarmente colorido" em Iao utrlr- relação à aparência que I I poÍque lhe conhecemos hoje. & & O sentido "escultórico" hamente do templo advém-lhe i tanto dos relevos como Templo períptero (Pártenon) F, reml- da cor e do equilíbrio e &&&&ss&696#*&6ffi justeza das proporções. & & hnais do s & 6 ss g rse pode s & @ *6 & & $!a & s & & & fr 6 * m & s &&es&s&Õ&s&a* 28, Evolução planimétrica do templí $re$o"--+
  • 7. Ill+q Na sua estrutura planimétrica final [zsì, o templo era formado por três espaços: :uma cella ott naos, onde se encontrava a estátua da divindade, ante- cedida poï um espaço designado poÍ pronaos, que era uma espécie de pórti e um outro espaço do lado postedoÍ da cella designado por opistídomos, q tinha como função ser a câmara do teslurl,local onde se guardavam as rendas aos deuses e os bens preciosos da cidade. Esta estrutura tripartida er rodeada por um peristilo, espécie de corredor coberto e circundante, abert Iateralmente através de uma ou mais fiadas de colunas. Em alçado, o templo era constituído por: uma base ou envasamento, eÍa uma plataforma elevada e tinha como função nivelar o terreno; as colu 8, Templo de Hera, em Paestum, século nas, que constituíam o sistema de elevação e suporte do teto; e o entabla lV a. C. mento, elemento superior e de remate que era formado pela arquitraue, pel A imagem mostra a simetria axial, em planta lAl, alçado [B] e corte [C] do Ìemplo grego. fnso e pela cornija, encimada pelo frontão triangular. O teto de duas águas er 1. pronaos coberto por telhas de barro [33]. 2. naos 3. opistódomos O tempÌo grego, como se pode verificar pela sua estrutura planimétrica {. peristilo pelo alçado principal, possui uma simetria axlal, criando fachadas simétric duas a duas [29]. Processo de articulação métrì- Marcado poÍ esta mesma estrutura desde a sua origem no século IX a. ca dos diversos elementos de um todo, em Íunção da sua o templo grego sofreu, apesar disso, uma sensível evolução estilística. N harmonia Íinal. Essa articula- século VII a. C., os Gregos já tinham definido os dois principais estilos arqui çã0, a partir da base, da coluna e do Íriso, numa escala Íixa de tetónicos ou ordens: a ordem dórica e a ordem jónica. valores, regula as dimensões do templo em números, carac- O conceito de ordem está ligado a um sistema de proporções que h terÍsticas e relaqões mútuas, é trrzava as partes do edifício em relação ao todo. Era aplicado ao traçado uma regularidade, uma hierar- quia, um ritmo, uma muìtiplici- coluna - determinando as proporções das suas partes con-stituintes: dade na unidade, fuste e capitel -, e à relação entre a sua espessura e a sua aÌtura totai A coluna é o elemento que melhor define as características de cada ordem, ta1 forma que o diâmetro médio do seu fuste determina o mídulo métríc segundo o qual se construía todo o sistema proporcional do edifíci A coluna teve também um valor icónico extÍemamente forte, que est para além da sua função estrutural. Ela é o símboÌo do Homem, é antro l mórfica - e tomou assumidamente essa forma humana no pórtico das cariá li tides [30] do Erectíion, na acrópole de Atenas, e de atlantes, como no caso ir templo de Zeus Olímpíco, em Agrigento, datado do século IV a. C. [311. i A ordem dórica é a mais antiga [33 e 36ì. Nasceu na Grécia Continen cerca de 6oo a. C. e possui formas geométricas, com quase total ausência decoração. Derivou das primitivas construções em madeira nas quais a ped I ! era utilizada apenas nas colunas e alicerces. Possui um aspeto maciço e atribuindo-se-lhe um carácter masculino e sóbrÌo, ligado ao espírito guerrei i i dos Dórios, seus inventoÍes, que chegaram à Grécia vindos do Norte, aproxi damente em rooo a. C.. Nesta ordem, o envasamento é composto pelo este bato, plataforma de aÌicerçamento rodeada de dois ou mais degraus de 30. A cariátide é uma estátua Íeminina úÌtimo degrau (o superior) onde assenta o edifíci e pelo estilóbato, que é o utilizada como coluna (na imagem, por- A coluna é robusta e possui fuste com caneluras em aresta viva e capitel menor do Pórtico das Cariátides, no Erectéion) mado por ábaco e equino, ou coxim, muito simples e geométrico [32J.
  • 8. HrsróRn ons Anrrs Vrsults | 45 mÍl ììiruÌflnmrÍü úB jiq,s O{ímpico, em Agrigento, com os seus 32. Evolução do capitel dórico entre a época arcaica [À] e a clássica [B] roÍfiiltÍrdrì riltur slnsr€rn com colunas dóricas adossadas 29t 27 16 t5 l0 -1 -z:'.a:2. perístases ou perístilo;3. pronaos; 4, cella;5, opistódomos - 6. =stilóbato; 7. grampos de união; 8. fuste das colunas; 9. colarinho; 10. capitel; 1Í. anel mtttt|lÍumiuna 12, équino; 13. ábaco;14. ortostato; Í5. arquitrave; trruru "Ì i e:e e goteira; 18. lintel: 19. triglíÍo; 20. métopa; 21, gárgula; 22, mútulas; 23. teto; 24. telhas; 25. Írontão; 26. cimalha Írontal; 27. cornija ![. : -:ano: 29, cornija oblÍqua; 30. anteÍixo; 31. acrotério angular; 32. acrotério terminal
  • 9. llllao O entablamento compreende a arquitrave, o friso dividido em métopas e tríglifos (reminiscências da construção em madeira) e a cornija. O frontão triangular coloa o edifício [361. Os arquitetos $egos plocularam, em tudo o que construíram, uma ilusória sensação de simplicidade. Tal não é inteira- mente verdade. Observando os templos dóricos, verificou-se que' poI seÍem perípteros,estavam sujeitos a determinadas deformações óticas que desvirtua- 34- Fachada oriental do Pártenon com vam a perfeição e a simetria que buscavam. Assim, corrigiram matematica- exageradas alterações, para se conse- guir um melhoÍ êÍeito ótico mente essas deformações [34 e 351. Exemplos de templos de ordem dórica sáo: o Templo de Herq em Olímpia, o de Poseídon, datado de meados do século V a. C. [3S], o de Apolo, em Corinto, o de Ceres,e o mais famoso de todos, o Prírtenon[ver r.'Caso prático]. A ordem jónica nasceu no século vI a. c., na |ónia, e desenvolveu-se sobretudo nas costas da Ásia Menor e nas ilhas do Mar Egeu. Esta ordem difere da ordem dórica nas plopoIções de todos os seus elementos e na deco- ração mais abundante da coluna e do entablamento. Esta, associada às suas 35, Dêformações veÍiíicadas no templo dimensões mais esbeltas, confere-lhe um carácter feminino' dórico [Â] ê coÍÍêções [B] matemáticas eÍetuadas de modo a que na construção O envasamento dos edifícios de ordem jónica é formado apenas pelo este- se lessem corretamente as linhas vêrti- reóbato constituído poÍ tIês degraus. A coluna possui umabase individual, um cais e hoÍizontais Os elementos horizontais do Ìemplo que, fuste com caneluras semicilíndricas, sem alestas vivas, e em maior número visualmente, são lidos de Íorma abaula- que o da coluna dórica, e também mais longo e delgado, e um capitel com da/côncava, são ligeiramente encurvados para cima e para Íora, ou seja, convexos; ábaco simples e equino em forma de volutas enroladas em espiral [371. os elementos verticais inclinados para den- tro e para cima segundo um ponto de Íuga, O entablamento tem uma arquitrave tripartida longitudinalmente e um conlrariando a leitura visual que era in- versa; toda a colunata é construída ligeira- friso contínuo, com decoração esculpida, rematado pela cornija; o frontão mente inclinada para dentro do templo' uma vez que a tendência de leitura era ver triangular encima o edifício, tal como acontece na ordem dórica. Este tipo de a Íachada do ediÍício curvada para fora. estrutuÍa foi aplicado, inicialmente, a edifícios de planta simples, como o tem- A curvatura desta Ílexão vertical era calcu- lada com um raio de 800 metros, segundo plo de Atena Nikálver r.'Caso práticol. No entanto, outlas obras mais complexas Vitrúvio; as distâncias entre as colunas, utilizaram igualmente esta ordem, como o Erectáion. Neste edifício, a função exatamente iguais quando medidas, apare- cem aos olhos humanos ligeiramente dis- icónica da coluna adquire antlopomolfismo num dos pórticos, através da sua torcidas; o Íuste das colunas era ligeira- mênte engrossado, no primeiro terço da substituição por estátuas de figuras femininas - o pórtico das cariátides [30 e 421. sua altuÍa (êntase); e o intercolúneo êra maior entre as colunas das pontas do que nas do meio. A. -++-f-"T-ê Horizontal ÏTT # ------------ :T-F-rr--rffil verticar W
  • 10. .' HrsTóRI oAs ARTEs Vrsulrs I 47 lll topas Acrotério Moldura de cornija ntão udo o Faixa Dentículos Lteira- -_-l Mútulos Friso ;erem Lacrimal ]- rn,"bt,-.n,. irtua- Métopa Tríglifo Arquitrave I atica- Taenia Entablamento Ábaco Régula - Cotas voluta l- capiter Arqüitrave Ábaco corjar l mrpia, Equino lrinto, Aneletes reu-se rrdem t deco- ls SUAS lo este- ral,um Cilindros/tambores úmero el com l Base eeum Lontão tipo de ) o tem- n:, Estrutura da ordem dórica Estilóbato lnfraestrutura de apoio (estereóbato) 37. EstÍutura da ordem jónica Estilóbato Estereóbato l Socalco nplexas função ; da sua lilt e 42]. 0i 5 '10 '15 i 10 15 !-ffi m -m ú^ Templo de Poseídon, datado do século V a. C., teito em calcáÍio ssrÌquíÍero e rêvestido a estuque, com 59,93 x 24,31 m i€ :iocos eram talhados com rigor e depois justapostos sem qualquer arga- *. Basílica de PesÍos, na Magna Grécia, ltália, meados do século Vl a. C. lt'r.sa, só esporadicamente unidos com cavilhas ou gatos de metal, em Tem cerca de 24,52 x 54,27 m e Íoi construída em calcário puro e poroso, iil:r*a de H ou N. outrora coberto por uma camada de estuque.
  • 11. I I Il,a A ordem coríntia apaleceu apenas no final do sécu1o V a. C. e é uma deri vação da ordem jónica, resultando do seu enriquecimento decorativo' O seu autor foi Calímaco d.e Corínto- da cidade de Corinto - e daí o nome de corín- tia. As principais diferenças estão na coÌuna que possui uma base mais traba- thada, um fuste mais delgado e um capitel em forma de sino invertido, que era repleto de decoração esculpida, formada por duas filas de folhas de acanto, coroadas por volutas jónicas t401. O entablamento e o frontão eÍaln I sobrecarregados de refinados preciosismos decorativos. A ordem coríntia foi i usada pelos Gregos de forma parcimoniosa e encaÍna o espírito olnamenta- lìsta do século IV a. C.. No entanto, seria a oldem preferida peÌos Romanos' ilìfi que lhe deram grande exPansào. Na Grécia, podemos encontrá Iano Templo de zeus olímpico 1411e no Montr iü mento Cortígico aLisícrates,datado do século IV a. C., ambos situados em Atenas' o tempÌo gÍego, quaÌquer que fosse a ordem utllizada, possuía na sua 40. Evolução do capitel iónico para o estrutura espaços destinados à escultura que valorizavam o edifício e aumen- rilil clfrlLliilil{nï coríntio tavam o seu valor icónico, pois devemos considerar que o templo foi, po: excelência, dedicado a glorificar um deus. 41. Ruínas do Templo de Zeus Olímpíco, em Atenas, iniciado em 174 a' C w. +iqL . 'l o.l --ry,ffi- I
  • 12. HrsróRn ons Anrrs Vrsuus I 49 f o Templo Antigo m O Erectéion N Trìbu na das Cariátides nh, ullÌüt@M B. Planta ftlm do Erectéíon, século V a. C., Atenas ÍrNrmrn-: r"ì santuário triplo com uma cella desÌinada às marcas de Poseídon e à lança de Atena; uma outra destinada ao culto de Cécrope e Erecteu; ' r|Ìnmu mm'rr: -s Cariátìdes destinada a Pândroso, Íilha de Cécrope. Havia ainda um espaço onde era colocada a oliveira sagrada de Atena. E, apesar de a jónicas de 6,59 m de altura =r regular, exisÌe proporcionalidade e harmonìa. Possui dois belos pórticos- O que está virado a norte tem colunas 'Íinlr' riÊmÍEìs :,:icados. No que está virado a sul, as colunas foram substituídas por seis cariátides (antigas KoraÌ), com cerca de 2,3 m de altura. Estas i:,,:a possuem longas tranças e mantos magnìficamente pregueados, numa atitude graciosa, obra que se atribui à escola de Fídias. Na varanda iim:Ërm*{ :Íriso não tem entablamento, mas possui uma arquitrave e uma cornija com dentículos, pequenas mísulas coìocadas sob a goteira, o que lhe n|rÍJ,:4ade.Tal como noutros Ìemplos gregos, a sua decoração é requintada e policromada com pasta de vidro derretìdo e incrustado, com bandas e *m ::nze dourado.