Este documento discute as três gerações de ensino a distância de acordo com a perspectiva de Nipper (1989): 1) ensino por correspondência, 2) geração multimídia, 3) educação em rede. Analisa as características das ferramentas tecnológicas, ambientes pedagógicos, interação professor-aluno e papéis do professor e estudante em cada geração. Conclui que a perspectiva de Nipper condensa as características fundamentais de cada geração de forma abrangente.
1. Gerações de Ensino a Distância
Nome: Maria da Luz Simões
Estudante nº: 1100390
UC: Educação Aberta e a Distância
Docente: Professora Angelina Costa
2. Introdução
Verificamos que existem diversas perspectivas no que diz respeito às
gerações de Ensino a Distância.
Penso que as diversas perspectivas evoluem em paralelo com a evolução
das tecnologias, na forma de distribuição de conteúdos e no modo de
comunicação. As NTIC “vêm colocar novas questões e exigir um
reposicionamento de perspectivas”. Morgado (2001)
A minha opção incide sobre a perspectiva defendida por Nipper (1989), ou
seja, a existência de três gerações de Ensino a Distância.
Esta perspectiva, na minha opinião é muito abrangente. Condensa em
cada uma das gerações apresentadas as características fundamentais, sem
ter necessidade de fazer uma diluição e prolongá-las no tempo.
7. Ambiente pedagógico
Na 1ª e 2ª geração da perspectiva de Nipper (1989), o ambiente
pedagógico é centrado no conhecimento. A grande preocupação e o
objectivo principal é a “transmissão do conhecimento e a aquisição de
rotinas.” Vermeersch (2006:47)
Na 3ª geração da perspectiva de Nipper, o ambiente pedagógico é
centrado na comunidade. Neste tipo de ambiente os aprendentes, em
princípio, têm objectivos comuns e tentam colaborar para os poderem
atingir.
“As ferramentas assíncronas de comunicação, como os fóruns de discussão
podem contribuir para o estabelecimento de ambientes centrados na
comunidade.” Vermeersch (2006:48)
8. Interacção professor/aluno I
Na 1ª geração a interação professor-aluno é muito escassa e caracteriza-
se por um desfasamento espacial e temporal.
Em relação à distância transacional (dialógica, emocional e psicológica) é
muito dificultada.
Podemos afirmar que a comunicação professor-aluno é unidirecional (One-
Way) e assíncrona.
Na 2ª geração a interação professor-aluno torna-se mais eficaz devido ao
uso do telefone, ou seja, a comunicação é bidirecional (Two-Way) e
síncrona.
9. Interacção professor/aluno II
Na 3ª geração os suportes tecnológicos permitem um incremento da
comunicação professor-aluno. A “distância pedagógica é facilitada pela
utilização das TIC.” Vermeersch (2006:41)
O diálogo (interação construtiva) entre professor-aluno é fundamental,
porque o professor não conhece o grau de autonomia dos seus alunos.
Vermeersch (2006:43), refere três tipos de diálogo:
- Diálogo intrucional - o professor dá instruções aos alunos.
- Diálogo indireto - elaboração de perguntas e atividades para o
aprendente verificar os resultados da sua aprendizagem.
- Diálogo direto - por exemplo: utilização de correio eletrónico, sala de
aula virtual.
É possível uma interação entre os estudantes com a finalidade de evitar o
isolamento e para a construção de uma comunidade real de aprendizagem.
10. Papel do professor I
Nipper (1989) citado por Morgado (2001), afirma que “ novos papéis
esperam professores e alunos nos sistemas de ensino a distância.”
Perante vários artigos que perspectivam o papel do professor no ensino
online, parece haver um determinado “consenso quanto a considerar-se
que a chave do sucesso do ensino online se centra na actuação do
professor.” (Morgado, 2001)
Na 1ª e 2ª geração da perspectiva de Nipper, podemos considerar que há
uma abordagem instrucional.
Na 3ª geração podemos considerar que há uma abordagem
construtivista.
11. Papel do professor II
O instrutivismo considera que a aprendizagem é “como uma progressão
linear do conhecimento” , assim os aprendentes interagem com os
materiais que lhes são fornecidos por unidades que se interligam. Deste
modo os conteúdos a ensinar são a principal preocupação. O professor é o
instrutor, treinador e avaliador.
Na 3ª geração a abordagem é tipicamente construtivista, porque privilegia
a discussão e a colaboração entre ao estudantes, considerando que a
aprendizagem é um processo de construção, construído com os outros
aprendentes.
O professor é um moderador, um facilitador e um avaliador do processo de
construção do conhecimento.
12. Papel do estudante
O estudante não tem contacto visual com o professor, tal como no ensino
presencial. Mas, o estudante é o principal sujeito da sua aprendizagem, e
como tal, deve ser capaz de realizar trocas interpessoais e comunitárias,
mesmo sem esse contacto. Esta falta de contacto visual e esta separação
física está patente em todas as gerações de Ensino a Distância.
“O estudante assume total responsabilidade pelo seu processo de estudo,
pela escolha do ritmo […], pela seleção das estratégias de acordo com as
suas características pessoais e pela gestão do tempo.” Vermeersch
(2006:48)
Na 1ª e 2ª geração de Nipper, o modelo de aprendizagem é o
independente.
Na 3ª geração coexistem dois modelos: aprendizagem independente e
aprendizagem colaborativa.
13. Papel do estudante
O estudante, na Educação em Rede, deve ter múltiplos papéis.
Persistente
Flexível
Tenaz
Iniciativa
Autónomo
Organizado
14. Conclusão
A perspectiva a abordar neste trabalho poderia, com toda a certeza, ser
qualquer uma das apresentadas na bibliografia disponível, nos recursos, da
nossa sala de aula virtual de EaD.
Não posso no entanto deixar de me congratular e também aos meus
colegas, que perante os desafios das NTIC e perante um futuro recheado
de desafios e incertezas em todos os campos, e o da Educação não é
excepção, manifestam a persistência e a tenacidade de um estudante
online.
Não digam que é fácil! Não menosprezem nem a Educação a Distância,
nem menosprezem quem fez a sua escolha. Sim! Porque todos nós
fazemos escolhas. Escolhas que representam muitas expectativas e
objetivos a atingir. Ser estudante é, provavelmente, das melhores
profissões do mundo.
15. Bibliografia/Webgrafia
Pereira, A. (2008). “Gerações de EaD”. Recurso disponibilizado na sala de aula
virtual da UC de Educação Aberta e a Distância. Acedido a 17/10/2012.
J. Vermeersch (coord.). (2006). “Iniciação ao Ensino a Distância, Brussel, Het
Gemeenschasonderwijs”. Disponível em: http://www.moodle.univ-
ab.pt/moodle/course/view.php?id=81381. Acedido a 17/10/2012.
Morgado, L. (2001). “O papel do professor em contextos de ensino online:
Problemas e virtualidades”, Discursos, III Série, nº especial, pp.125-138, Univ.
Aberta. Disponível em: http://www.moodle.univ-
ab.pt/moodle/mod/resource/view.php?inpopup=true&id=2864621. Acedido a
17/10/2012.
Imagens Google. http://www.google.pt/. Acedidas a 27/11/2012, a 01/12/2012 e a
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