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Intercorrências clínicas e
obstétricas mais frequentes
Enf. Esp. Obstetrícia e
Neonatal
Auditora em Saúde
O parto pré-termo é aquele que ocorre em até 36 semanas
e 6 dias de idade gestacional (ou entre 22 e 37S), excluindo o
período considerado como de abortamento. Sua ocorrência é
grande em todo mundo; no Brasil, está em torno de 11%. As
complicações da prematuridade são a maior causa de morte
neonatal.
São três as principais causas de partos pré-termo: o
trabalho de parto prematuro, a rotura prematura pré-termo
das membranas ovulares e a prematuridade terapêutica
(quando alguma condição mórbida materna e/ou fetal ocasiona
aantecipaçãodoparto).
Sua patogênese não é totalmente conhecida, havendo
consenso que se trata de um quadro sindrômico, de origem
multifatorial, em que múltiplos fatores, causais ou associados,
interagem de forma complexa, o que torna mais difícil elaborar
estratégias de prevenção.
Trabalho de parto Prematuro
• Fatores maternos: partos prematuros anteriores, placenta prévia,
amniorrexe prematura, polidrâmnio, infecções do trato urinário,
corioamnionite(+24h B.Rota), infecções vaginais, incompetência istmo
cervical, mal formação uterina,, cirurgias na gestação atual, amputações de
colo...
• Fatores comportamentais: tabagismo, alcoolismo, hábitos alimentares
inadequados, traumatismos, uso de drogas ilícitas, esforço físico intenso;
• Alterações fetais e placentárias e socio econômicas adversas.
OBS: Corioamnionite e infecção vaginal por Gardnerella vaginalis.
Etiologia
Diagnóstico
Através da confirmação das características conceituais do TPP.
• Deflagrado entre 22 e 37 semanas;
• Mais de 2 contrações rítmicas em 10min;
• Modificações cervicais: dilatação ≥ 2cm e/ou esvaecimento ≥
50%;
• USGT: Colo uterino menor que 3,9 cm (Chance de parto pré termo em 80%
dos casos);
• Dilatação do orifício interno maior que 1,0 cm no 2º trimestre em 25% dos
casos;
Trabalho de parto prematuro
Conduta
• Contrações uterinas sem modificação cervical: repou-
so. Se as contrações persistirem, a mulher deverá ser
encaminhada para hospital de referência;
• Contrações uterinas sem modificação cervical: encami-
nhar a mulher para um hospital de referência.
• Repouso relativo (redução de atividade física e sexual);
• Prevenir ITU, infecções genitais, adequação de suporte
emocional e psicológico;
• Repouso, hidratação e uso de agentes medicamentosos
como beta-adrenérgicos e inibidor de prostaglandina
(Salbutamol, Terbutalina e indometacina);
Trabalho de parto prematuro
Conduta
• Hidratação intravenosa, em gestantes hipovolêmicas ou
desidratadas, pode ser feita com SF 0,9% ou Ringer simples em
volume de 1000 ml a cada 6 a 8 horas;
OBS: A hidratação deve ser usada como recurso inicial, devendo-
se introduzir uterolíticos tão logo que possível;
Salbutamol: 0,5 mg (amp. 1ml) Ataque: VI 10mg/min (20gts/min).
Preparo: 0,5mg (1amp.)/500ml SG 5% (0,01mg/ml até 10mg/min)
Aumentar 10mg/20 min até inibição das contrações, mantes por
60 min. Diminuir 10mg/30min. Até menor dosagem, manter por
12 horas.
Betametasona 12 mg IM cada24horas por2dias
Dexametasona 6mg IM cada24horas por2dias
Ciclo de corticoterapia antenatal; IM = intramuscular
Trabalho de parto prematuro
Conduta
• Terbutalina: apr. Injetável 0,5 mg (amp. de 1ml);
Ataque: VI dose inicial: 10 mg/min (20gts/min);
Preparo: 5,0 mg (10 amp.)/ 500ml SG5% (0,01mg/ml até
10mg/min. aumentar 10mg/20min. Até inibição das contrações
manter por 60 min. diminuir 10 mg/30min até menor dosagem
manter por 12 horas.
• Indometacina: apr. VO comp. De 25 e 50mg dose inicial: 50mg
VO ou 100mg/VO 1 compr. a cada 4 a 6 horas.
OBS: A indometacina não deve ser usada após a 34ª semana para
evitar complicações como o fechamento do duto arterioso.
Betametasona 12 mg IM cada24horas por2dias
Dexametasona 6mg IM cada24horas por2dias
Ciclo de corticoterapia antenatal; IM = intramuscular
Usar corticoide entre 28 a 34
semanas
Patologias do líquido amniótico
Referência:8 a 18 cm²
• Acentuada diminuição do volume do líquido am- niótico (< a
250ml, entre a 21ª e a 42ª semanas)
• Prevalência: 3,9% a 5,5% das gestações no terceiro trimestre e
em cerca de 0,2% no segundo trimestre. No priemiro trimestre
sendo indicativa de mal formação como agenesia renal ou
obstrução do ureteres.
Causas
▪ Patologias placentárias: RPM, DPP,insuficiência placentária;
▪ Patologias fetais: RCIU, anomalias congênitas e cromossomiais;
▪ Patologias maternas: diabetes; hipovolemia; co-lagenoses;
hipertensão arterial; uso de IECA e AINEs.
Oligoidrâmnio
Oligoidrâmnio
• Relaciona-se com resultado perinatal desfavorá- vel,
devido:
▪ Patologia de base determinante;
▪ Efeito mecânico provocado sobre o concepto pela
diminuição do volume amniótico:
o pressão contínua sobre o feto → alterações musculoesqueléticas;
o adesões entre o âmnio e as partes fetais → graves deformidades;
o Desenvolvimento de hipoplasia pulmonar e compressão funicular.
Clínica
▪ Altura uterina inferior a esperada;
▪ Diminuição da movimentação fetal;
▪ Fácil percepção das pequenas partes fetais à palpação obstétrica.
• Ultrassonografia: análise subjetiva semi- quantitativa dos
vários bolsões de líquido amniótico. Oligoidramnia: ILA ≤ 5,0cm.
Diagnóstico diferencial: RCIU e subestimação da idade
gestacional.
Oligoidrâmnio
• Após a confirmação da patologia, faz-se obri- gatório pesquisar as causas
determinantes e, para isso, a gestante deverá ser encaminhada
imediatamente ao pré-natal de alto risco.
• O tratamento do Oligoâmnio visa restaurar o volume de liquido amniótico e
irá depender de sua etiologia.
• A hidratação materna tem mostrado sua eficiência em aumentar o volume
do liquido amniótico residual, desde que não haja contra indicação para
uma suposta sobrecarga circulatória. Além da hidratação oral, pode-se
complementar por via endovenosa, recomendando-se um aporte total de 3
a 4 litros de líquidos por dia.
Oligoidrâmnio
Conduta
Polidrâmnio
• Acúmulo de líquido amniótico em volume supe- rior a 2.000ml no
momento da resolução da gra- videz.
• Distúrbio na produção, circulação e/ou absorção do líquido amniótico.
• Prevalência: 0,4% a 1,5% das gestações.
• Patologias associadas: DM, infecções congênitas (sífilis, toxoplasmose,
rubéola, CMV, herpes), ge- melaridade, anomalias congênitas (SNC, trato
gastrointestinal e sistema musculoesquelético), corioangiomas.
• Em 34% a 63% dos casos o polidrâmnio é dito idiopático.
• Morbimortalidade perinatal aumentada devido a associação com
anomalias congênitas, prematu- ridade, anomalias cromossômicas,
prolapso de cordão, DPP ou por causa da patologia materna determinante
do quadro.
• O excesso de líquido leva a maior número de apresentações anômalas,
DPP, rotura prematura de membranas ovulares, distócia funcional e he-
morragia pós-parto.
• Maior risco de rotura uterina em pacientes com cesáreas anteriores.
Polidrâmnio
Clínica
▪ Altura uterina superior a esperada;
▪ Diminuição da movimentação fetal;
▪ Impossibilidade de palpar partes fetais;
▪ Dificuldade de realizar a ausculta do concepto;
▪ Tônus uterino aumentado (dor intensa nos ca- sos agudos).
• Exame clínico materno: edema de MMII, estrias abdominais; oligúria,
desconforto respiratório e dispneia (nos quadros mais graves).
• Diagnóstico diferencial: gemelaridade e a macros- somia fetal.
Polidrâmnio
• À ultrassonografia, há polidrâmnio quando:
▪ o maior bolsão de líquido, mensurado verti- calmente, for ≤ 8,0cm ou;
▪ o ILA for > que 24,0cm.
• Com o ILA entre 18,0cm e 24,0cm, o líquido será considerado aumentado
e servirá de aler- ta para a instalação da polidramnia.
Polidrâmnio
• Firmando-se o diagnóstico, torna-se necessá-rio investigar o fator etiológico
envolvido. Para isso, a gestante deverá ser encaminhada ime-diatamente ao
pré-natal de alto risco.
• Esvaziamento quando surgirem sinais de desconforto materno;
OBS: O esvaziamento é feito pela amniocentese e através de agulha calibrosa e
inserção de cateter ligada a vácuo. Com retirada Lenta e gradual (para evitar
descompressão brusca, que pode levar a DPP, choque, óbiro fetal...);
Sugere-se a retirada de 200ml/hora ou 3ml/min até melhorar a
respiração.
OBS: No sentido de diminuir a formação de liquido amniótico pode-se
empregar a indometacina, cuja função é diminuir a função renal fetal.
Dosagem: 25 mg VO 6/6 horas por até 3 dias, não devendo ultrapassar a 34ª
semana (evitar fechamento precoce do duto arterioso).
Polidrâmnio
Conduta
Amniorrexe prematura
• Rotura espontânea das membranas ovulares antes do início do trabalho
de parto;
• Período de latência: tempo decorrente entre a rotura das membranas e o
início do trabalho de parto;
• Incidência: entre 3% e 19%; recorrência de 21%;
• 25% dos casos ocorrem antes do termo;
• Responsável por 30% de todos os recém-nascidos prematuros;
• Incremento de infecções maternas e perinatais, pre- maturidade, partos
operatórios, deformações e am- putações fetais e hipóxia.
• Pacientes com cervicodilatação precoce têm mai- or
frequência de RPM;
• As membranas ovulares expostas apresentariam maior
probabilidade de comprometimento pela agressão de germes
vaginais;
• Pré-natal inadequado, ITUs, tabagismo materno, sangramento
transvaginal, procedimentos invasi- vos e circlagem do colo
uterino estão relacio- nados ao incremento de sua incidência.
Amniorrexe prematura
• O médico deverá inquirir a paciente sobre o momen-to da rotura, a
atividade exercida, a quantidade e a continuidade da perda de líquido, a
cor e o odor do fluido;
• Perda repentina de líquido, inicialmente em grande volume e
posteriormente em menor quantidade, mas continuamente;
• Diagnóstico diferencial: perda urinária involuntária e conteúdo vaginal
excessivo;
• O exame especular, realizado sob assepsia, evi- denciará a presença de
líquido amniótico fluindo pe-lo canal cervical.
Amniorrexe prematura
• Prova de cristalização: forma de samambaia;
• Verificação de pH do conteúdo vaginal: pH > 6;
• Os casos suspeitos ou confirmados de RPM não devem ser submetidos ao
exame de to- que vaginal, pois isso aumenta o risco de infecções
amnióticas, perinatais e puerperais;
• Ultrassonografia: ILA abaixo do limite inferior para esperado para a idade
gestacional.
Amniorrexe prematura
• Nas gestações de termo, o profissional de saúde da unidade básica deverá
encaminhar a gestante para a maternidade ou o hospital já designado
para o atendimento ao parto.
• Nas gestações pré-termo, com maior risco de complicações maternas e
perinatais, as mulheres devem ser imediatamente referidas para o hos-
pital incumbido do atendimento às gestações de alto risco daquela
unidade, onde procedimentos propedêuticos e terapêuticos adicionais
serão realizados.
Conduta Clínica: Vigilância dos parâmetros indicadores de infecção.
• Repouso hospitalar;
• SSVV (pulso, TAX de 6/6 horas);
• Avaliar vitalidade fetal;
• IG;
• Abstinência Sexual;
• Leucograma 2x por semana;
Amniorrexe prematura
Conduta
• Evitar Toque vaginal;
• Corticoides (redução de SDR, HIC
no recém nascido);
• ATB em caso de antecipação do
parto;
• Uterolíticos, evitar;
• Hiper-hidratação ILA< 5cm,
descartando cardiopatias e
corioamnionite.
Esquema:
 Solução de Ringer Simples ou SF 0,9% 4000 ml/IV;
 Considera-se satisfatório quando ILA > 6cm;
 Passa-se, então a hiper - hidratação oral 3.000 ml a 4.000
ml/24h;
OBS: Indica-se a repetição do esquema IV se ILA novamente <
5cm.
Amniorrexe prematura
Conduta
O diagnóstico de Corioamnionite pode ser clínico ou
laboratorial.
Clínico:
 Hipertermia;
 Taquisfgmia;
 Secreção Vaginal com Odor fétido;
 Taquicardia materna fetal;
 Sensibilidade aumentada do útero.
Laboratorial:
 Leucocitose: Aumento > ou igual 20%, com desvio à
esquerda.
 A conduta no diagnóstico da Coriamnionite é a interrupção
da gestação.
Corioamnionite
Infecção do trato urinário
• Complicação clínica mais frequente na gestação (17% a
20% das mulheres nesse período).
• Está associada à RPM, aborto, TPP, corioamnionite,
baixo peso ao nascer, infecção neonatal.
• Uma das principais causas de septicemia na gravidez.
• Cerca de 2% a 10% das gestantes apresentam bac-
teriúria assintomática, sendo que 25% a 35% desen-
volvem pielonefrite aguda.
• Modificações fisiológicas que favorecem a ITU: estase
urinária pela redução do peristaltismo ureteral, au-
mento da produção de urina, glicosúria e aminoaci-
dúria (favorecendo o crescimento bacteriano).
 Conduta: Nos casos leves o tratamento é ambulatorial
e a antibioticoterapia é feita por via oral durante 7 a
10 dias.
Os ATB mais usados são: - Ampicilina 2g/dia;
- Cefalosporina de 1ª geração
2g/dia;
- Nitrofurantoina 300mg/dia
esta ultima indicada para E. Coli e Gram -.
Infecção do trato urinário
• Condição clínica assintomática que apresenta urocul-
tura positiva, com mais de 100 mil colônias por ml;
• Se não tratada, as mulheres poderão desenvolver sin-
tomas e progressão para pielonefrite;
• O rastreamento deve ser feito obrigatoriamente pela
urocultura, exame que deve ser oferecido de rotina no
primeiro e no terceiro trimestres da gravidez;
• O tratamento deve ser guiado, sempre que possível,
pelo teste de sensibilidade do agente observado no an-
tibiograma, sendo semelhante ao tratamento da cisti-
te.
Bacteriúria assintomática
• Presença de sintomas como disúria, polaciúria,
urgência miccional, nictúria, estrangúria, dor re-
tropúbica, suprapúbica ou abdominal.
• Normalmente, é afebril e sem evidência de sin-
tomas sistêmicos;
• EAS pode evidenciar leucocitúria e hematúria;
• Na urocultura, mais de 100 mil colônias por ml;
• A escolha do antibiótico deve ser direcionada aos
germes comuns e pode ser modificada após a
identificação do agente e a determinação de sua
susceptibilidade.
Cistite aguda
• Quinolonas e tetraciclinas não devem ser pres-
critos na gravidez (efeitos tóxicos ao feto).
• Nitrofurantoína é uma boa escolha, mas não se
recomenda seu uso após a 36ª semana e durante
a lactação, pois há o risco de o recém-nato de-
senvolver anemia hemolítica se tiver deficiência
de glicose-6 fosfato.
• Sulfonamidas ou associação entre sulfametoxazol
e trimetoprima devem ser evitadas no 1º trimes-
tre (potencialidade teratogênica da trimetoprima)
e no 3º trimestre (pois pode causar kernicterus
no bebê, especialmente nos prematuros).
Cistite aguda
Infecção do trato urinário
Tratamento por 7 a 10 dias.
Historicamente, o antibiótico de escolha tem sido a ampicilina, mas
nos últimos anos a E. coli tem se tornado cada vez mais resistente a
este medicamento (cerca de 20% a 30%).
Pielonefrite
• Doença grave que pode cursar com sepse e TPP;
• Comprometimento do ureter, pelve e/ou parênquima renal;
• As vias de infecção são ascendente, hematogênica ou linfá-
tica;
• Prevalencia: 2% das grávidas; recorrência de 23%;
• O diagnóstico é feito por bacteriúria acompanhada de sinto-
mas sistêmicos como febre, taquicardia, calafrios, náuseas,
vômitos e dor lombar, com sinal de Giordano +.
• Na suspeita, encaminhe a gestante para avaliação hospita-
lar;
• Após o tratamento de pielonefrite, continuar nitrofurantoí-
na (100mg/dia) até a 37ª ou a 38ª semana de gravidez.
Varizes e tromboembolismo
• Manifestam-se ou agravam-se por fatores he-
reditários, congestão pélvica, compressão me-
cânica do útero grávido e alterações hormo-
nais;
• Mais frequentes nos MMII, podem aparecer
também na vulva;
• Estão associadas a edema e à sensação de
desconforto ou dor nas pernas.
Recomendações:
• Não permanecer muito tempo em pé ou sentada
e evitar inatividade;
• Repousar pelo menos 20 minutos, várias vezes ao
dia, com as pernas elevadas;
• Que pode ser útil elevar os pés da cama;
• Não usar roupas muito justas e, se possível, uti-
lizar meia-calça elástica para gestante;
• Valorizar a possibilidade de complicações trom-
boembólicas.
Varizes e tromboembolismo
Conduta
• Havendo dor na panturrilha ou na coxa, au-
mento da temperatura local, edema, dificulda-
de de deambulação e/ou dor à dorsoflexão do
pé, a mulher deve ser encaminhada ao centro
de referência para confirmação do diagnóstico
e tratamento.
Varizes e tromboembolismo
Conduta
Anemia
• Valores de Hb < 11g/dl;
• O exame deve ser solicitado o mais precoce-
mente possível e com 28 semanas;
• Risco aumentado de baixo peso ao nascer,
mortalidade perinatal e trabalho de parto pre-
maturo;
Os fatores de risco para anemia na gestação são:
• Dieta com pouco ferro, vitaminas ou minerais;
• Perda de sangue decorrente de cirurgia ou lesão;
• Doença grave ou de longo prazo (como câncer,
diabetes, doença nos rins, artrite reumatoide,
Aids, doença inflamatória do intestino, doença no
fígado, insuficiência cardíaca e doença na tireoi-
de);
• Infecções de longo prazo;
• Histórico familiar de anemia herdada, como
talassemia e anemia falciforme.
Anemia
• Alteração no metabolismo dos carboidratos, re-
sultando em hiperglicemia, que é diagnosticada
pela primeira vez ou se inicia durante a gestação;
• Problema metabólico mais comum na gestação;
• Prevalência: entre 3% e 13% das gestações;
• Na mãe, aumenta a incidência de pré-eclâmpsia e
a chance de desenvolver diabetes e tolerância
diminuída a glicose no futuro;
• No feto, está associada a macrossomia;
• No bebê, pode levar à hipoglicemia, icterícia, so-
frimento respiratório, policitemia e hipocalcemia.
Diabetes gestacional
• O rastreamento deve ser recomendado de acordo
com os fatores de risco para DMG;
• O exame deve ser oferecido na primeira consulta
e/ou em 24 a 28 semanas de gestação;
• Toda gestante e seu acompanhante devem ser
orientados sobre os riscos e benefícios de ras-
treamento de DMG e sobre as possíveis compli-
cações próprias da diabetes;
• Para o diagnóstico do DMG, a OMS recomenda o
teste oral de tolerância à glicose, com 75g de
glicose (TTG 75g – 2h).
Diabetes gestacional
Diabetes gestacional
• Na grande maioria dos casos, os efeitos relacionados ao
DMG para a mãe e para o feto em formação não são
graves;
• Na maioria dos casos o DMG responde bem à dieta e aos
exercícios físicos;
• Pode-se utilizar adoçantes artificiais (aspartame, sacarina
etc) com moderação;
• Algumas mulheres (de 10% a 20%) necessitarão usar insu-
lina caso as medidas não farmacológicas não controlarem o
DMG, principalmente as de ação rápida e intermediária;
• O uso de corticoesteroides para maturação pulmonar fetal
não é contraindicado, mas deve ser feito com cautela;
• É essencial reavaliar a tolerância da paciente à glicose a
partir de seis semanas após o parto, com glicemia de jejum
ou com um teste oral de 75g de glicose.
Diabetes gestacional
Toxoplasmose
• Zoonose causada pelo Toxoplasma gondii;
• Elevado risco de acometimento fetal;
• Principais agravos decorrentes da toxoplas-
mose congênita: RCIU, morte fetal, prematuri-
dade e/ou manifestações clínicas e sequelas
como microftalmia, lesões oculares, microce-
falia, hidrocefalia, calcificações cerebrais,
pneumonite, hepatoesplenomegalia, erupção
cutânea e retardo mental.
• Acontece, muitas vezes, sem sintomas ou com
sintomas bastante inespecíficos;
• O diagnóstico de infecção aguda na gravidez se
reveste de importância, tendo como objetivo
principal a prevenção da toxoplasmose congênita
e suas sequelas;
• O Ministério da Saúde recomenda a realização da
triagem sorológica, principalmente em lugares
onde a prevalência é elevada;
• Recomenda-se a triagem por meio da detecção
de anticorpos da classe IgG e IgM na primeira
consulta de pré-natal.
Toxoplasmose
• Identificar gestantes suscetíveis para seguimento pos-
terior. O seguimento visa à prevenção da infecção
aguda;
• A detecção precoce objetiva prevenir a transmissão fe-
tal e também proporcionar o tratamento;
• Na presença de anticorpos IgG positivos e IgM negati-
vos, considera-se a gestante imune.
• O risco para o feto ocorre na quase totalidade das ve-
zes quando a mãe adquire a infecção durante a gesta-
ção;
• Existem relatos de que é possível haver transmissão
materno-fetal em gestantes imunocomprometidas com
toxoplasmose prévia à gestação.
Toxoplasmose
• Lavar as mãos ao manipular alimentos e após contato com
animais;
• Lavar bem frutas, legumes e verduras antes de se alimentar;
• Não ingerir carnes cruas, mal cozidas ou mal passadas, inclu-
indo embutidos;
• Evitar o contato com o solo e a terra de jardim;
• Evitar o contato com fezes de gato no lixo ou no solo;
• Após manusear a carne crua, lave bem as mãos, assim como
também toda a superfície que entrou em contato com o
alimento e todos os utensílios utilizados;
• Não consumir leite e seus derivados crus, não pasteurizados;
• Propor que outra pessoa limpe a caixa de areia dos gatos.
Toxoplasmose
• Em região de alta endemicidade, rastreamento adicional, com
pesquisa de anticorpos IgM e IgG a cada dois ou três meses,
para detectar uma possível infecção aguda durante a gravidez;
• Na vigência de viragem sorológica, iniciar imediatamente o
uso de espiramicina na dose de 1g (3.000.000 UI), de 8/8
horas, via oral.
• Confirmada a infecção aguda antes da 30ª semana, deve-se
manter a espiramicina na dose de 1g (3.000.000 UI), de 8 em
8 horas, via oral, continuamente até o final da gravidez;
• Se a infecção se der após a 30ª semana, recomenda-se
instituir o tratamento tríplice materno: pirimetamina, 25mg,
de 12/12 horas; sulfadiazina, 1.500mg, de 12/12 horas; e
ácido folínico, 10mg/dia (prevenir aplasia medular).
Toxoplasmose
• Havendo infecção materna, investigar infecção fetal (T.
gondii no líquido amniótico);
• PCR no líquido amniótico a partir da 18ª semana de
gestação (muitos falsos positivos e falsos negativos);
• A ecografia evidencia as complicações da toxoplasmose
fetal, lideradas por hidrocefalia, calcificações cerebrais,
ascite fetal e alterações de ecotextura hepática e es-
plênica;
• Ecografia mensal nos casos de infecção aguda da ges-
tante; a presença de sinais anormais pode determinar a
mudança do tratamento.
Toxoplasmose
Parasitoses intestinais
• Transmissão a partir de fezes humanas disseminadas
no meio ambiente;
• Efeito deletérios sobre a nutrição materna;
• Podem comprometer o desenvolvimento fetal e au-
mentam o risco de baixo-peso ao nascimento e prema-
turidade;
• O diagnóstico e o tratamento deveriam ser realizados
antes da gestação;
• Tratar quando o quadro for exuberante ou as infecções
forem maciças;
• Contraindicado no primeiro trimestre da gestação;
• Medidas profiláticas devem ser encorajadas.
Helmintíases
• Infestações por vermes que passam a habitar o trato intes-
tinal, geralmente limitando-se a essa localização em sua
fase adulta.;
• Na fase larvária, os helmintos podem ser encontrados no
tubo digestivo e em outros órgãos, de acordo com seu ciclo
biológico e com determinadas circunstâncias.
• Helmintíases mais comuns: ancilostomíase, ascaridíase, en-
terobíase, estrongiloidíase, himenolepíase, teníase e tricu-
ríase.
• Pouca importância clínica durante a gestação, mas podem
agravar as anemias tão comuns na gravidez;
• Realizar exame protoparasitológico de fezes em todas as
mulheres grávidas, para o adequado tratamento, logo após
as 16-20 semanas, para evitar os potenciais riscos tera-
togênicos das drogas.
Protozooses
• Causadas por protozoários que passam a habitar o tra-
to intestinal, permanecendo a ele limitados ou even-
tualmente invadindo outros órgãos.
• Amebíase: causada pela Entamoeba histolytica. Pode
apresentar-se nas formas intestinal e extraintestinal. A
grande maioria dos acometidos apresenta a doença
benigna, que se manifesta sob a forma intestinal diar-
reica;
• Giardíase: as manifestações clínicas estão presentes em
50% dos casos, relacionando-se a alterações da flora
intestinal e desnutrição. A manifestação mais comum é
a diarreia, às vezes acompanhada de desconforto ab-
dominal ou dor em cólica, flatulência, náuseas e vômi-
tos.
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Intercorrências clínicas no pré-natal e parto prematuro

  • 1. Intercorrências clínicas e obstétricas mais frequentes Enf. Esp. Obstetrícia e Neonatal Auditora em Saúde
  • 2. O parto pré-termo é aquele que ocorre em até 36 semanas e 6 dias de idade gestacional (ou entre 22 e 37S), excluindo o período considerado como de abortamento. Sua ocorrência é grande em todo mundo; no Brasil, está em torno de 11%. As complicações da prematuridade são a maior causa de morte neonatal. São três as principais causas de partos pré-termo: o trabalho de parto prematuro, a rotura prematura pré-termo das membranas ovulares e a prematuridade terapêutica (quando alguma condição mórbida materna e/ou fetal ocasiona aantecipaçãodoparto). Sua patogênese não é totalmente conhecida, havendo consenso que se trata de um quadro sindrômico, de origem multifatorial, em que múltiplos fatores, causais ou associados, interagem de forma complexa, o que torna mais difícil elaborar estratégias de prevenção. Trabalho de parto Prematuro
  • 3. • Fatores maternos: partos prematuros anteriores, placenta prévia, amniorrexe prematura, polidrâmnio, infecções do trato urinário, corioamnionite(+24h B.Rota), infecções vaginais, incompetência istmo cervical, mal formação uterina,, cirurgias na gestação atual, amputações de colo... • Fatores comportamentais: tabagismo, alcoolismo, hábitos alimentares inadequados, traumatismos, uso de drogas ilícitas, esforço físico intenso; • Alterações fetais e placentárias e socio econômicas adversas. OBS: Corioamnionite e infecção vaginal por Gardnerella vaginalis. Etiologia
  • 4. Diagnóstico Através da confirmação das características conceituais do TPP. • Deflagrado entre 22 e 37 semanas; • Mais de 2 contrações rítmicas em 10min; • Modificações cervicais: dilatação ≥ 2cm e/ou esvaecimento ≥ 50%; • USGT: Colo uterino menor que 3,9 cm (Chance de parto pré termo em 80% dos casos); • Dilatação do orifício interno maior que 1,0 cm no 2º trimestre em 25% dos casos;
  • 5. Trabalho de parto prematuro Conduta • Contrações uterinas sem modificação cervical: repou- so. Se as contrações persistirem, a mulher deverá ser encaminhada para hospital de referência; • Contrações uterinas sem modificação cervical: encami- nhar a mulher para um hospital de referência. • Repouso relativo (redução de atividade física e sexual); • Prevenir ITU, infecções genitais, adequação de suporte emocional e psicológico; • Repouso, hidratação e uso de agentes medicamentosos como beta-adrenérgicos e inibidor de prostaglandina (Salbutamol, Terbutalina e indometacina);
  • 6. Trabalho de parto prematuro Conduta • Hidratação intravenosa, em gestantes hipovolêmicas ou desidratadas, pode ser feita com SF 0,9% ou Ringer simples em volume de 1000 ml a cada 6 a 8 horas; OBS: A hidratação deve ser usada como recurso inicial, devendo- se introduzir uterolíticos tão logo que possível; Salbutamol: 0,5 mg (amp. 1ml) Ataque: VI 10mg/min (20gts/min). Preparo: 0,5mg (1amp.)/500ml SG 5% (0,01mg/ml até 10mg/min) Aumentar 10mg/20 min até inibição das contrações, mantes por 60 min. Diminuir 10mg/30min. Até menor dosagem, manter por 12 horas. Betametasona 12 mg IM cada24horas por2dias Dexametasona 6mg IM cada24horas por2dias Ciclo de corticoterapia antenatal; IM = intramuscular
  • 7. Trabalho de parto prematuro Conduta • Terbutalina: apr. Injetável 0,5 mg (amp. de 1ml); Ataque: VI dose inicial: 10 mg/min (20gts/min); Preparo: 5,0 mg (10 amp.)/ 500ml SG5% (0,01mg/ml até 10mg/min. aumentar 10mg/20min. Até inibição das contrações manter por 60 min. diminuir 10 mg/30min até menor dosagem manter por 12 horas. • Indometacina: apr. VO comp. De 25 e 50mg dose inicial: 50mg VO ou 100mg/VO 1 compr. a cada 4 a 6 horas. OBS: A indometacina não deve ser usada após a 34ª semana para evitar complicações como o fechamento do duto arterioso. Betametasona 12 mg IM cada24horas por2dias Dexametasona 6mg IM cada24horas por2dias Ciclo de corticoterapia antenatal; IM = intramuscular Usar corticoide entre 28 a 34 semanas
  • 8. Patologias do líquido amniótico Referência:8 a 18 cm²
  • 9. • Acentuada diminuição do volume do líquido am- niótico (< a 250ml, entre a 21ª e a 42ª semanas) • Prevalência: 3,9% a 5,5% das gestações no terceiro trimestre e em cerca de 0,2% no segundo trimestre. No priemiro trimestre sendo indicativa de mal formação como agenesia renal ou obstrução do ureteres. Causas ▪ Patologias placentárias: RPM, DPP,insuficiência placentária; ▪ Patologias fetais: RCIU, anomalias congênitas e cromossomiais; ▪ Patologias maternas: diabetes; hipovolemia; co-lagenoses; hipertensão arterial; uso de IECA e AINEs. Oligoidrâmnio
  • 10. Oligoidrâmnio • Relaciona-se com resultado perinatal desfavorá- vel, devido: ▪ Patologia de base determinante; ▪ Efeito mecânico provocado sobre o concepto pela diminuição do volume amniótico: o pressão contínua sobre o feto → alterações musculoesqueléticas; o adesões entre o âmnio e as partes fetais → graves deformidades; o Desenvolvimento de hipoplasia pulmonar e compressão funicular.
  • 11. Clínica ▪ Altura uterina inferior a esperada; ▪ Diminuição da movimentação fetal; ▪ Fácil percepção das pequenas partes fetais à palpação obstétrica. • Ultrassonografia: análise subjetiva semi- quantitativa dos vários bolsões de líquido amniótico. Oligoidramnia: ILA ≤ 5,0cm. Diagnóstico diferencial: RCIU e subestimação da idade gestacional. Oligoidrâmnio
  • 12. • Após a confirmação da patologia, faz-se obri- gatório pesquisar as causas determinantes e, para isso, a gestante deverá ser encaminhada imediatamente ao pré-natal de alto risco. • O tratamento do Oligoâmnio visa restaurar o volume de liquido amniótico e irá depender de sua etiologia. • A hidratação materna tem mostrado sua eficiência em aumentar o volume do liquido amniótico residual, desde que não haja contra indicação para uma suposta sobrecarga circulatória. Além da hidratação oral, pode-se complementar por via endovenosa, recomendando-se um aporte total de 3 a 4 litros de líquidos por dia. Oligoidrâmnio Conduta
  • 13. Polidrâmnio • Acúmulo de líquido amniótico em volume supe- rior a 2.000ml no momento da resolução da gra- videz. • Distúrbio na produção, circulação e/ou absorção do líquido amniótico. • Prevalência: 0,4% a 1,5% das gestações. • Patologias associadas: DM, infecções congênitas (sífilis, toxoplasmose, rubéola, CMV, herpes), ge- melaridade, anomalias congênitas (SNC, trato gastrointestinal e sistema musculoesquelético), corioangiomas. • Em 34% a 63% dos casos o polidrâmnio é dito idiopático.
  • 14. • Morbimortalidade perinatal aumentada devido a associação com anomalias congênitas, prematu- ridade, anomalias cromossômicas, prolapso de cordão, DPP ou por causa da patologia materna determinante do quadro. • O excesso de líquido leva a maior número de apresentações anômalas, DPP, rotura prematura de membranas ovulares, distócia funcional e he- morragia pós-parto. • Maior risco de rotura uterina em pacientes com cesáreas anteriores. Polidrâmnio
  • 15. Clínica ▪ Altura uterina superior a esperada; ▪ Diminuição da movimentação fetal; ▪ Impossibilidade de palpar partes fetais; ▪ Dificuldade de realizar a ausculta do concepto; ▪ Tônus uterino aumentado (dor intensa nos ca- sos agudos). • Exame clínico materno: edema de MMII, estrias abdominais; oligúria, desconforto respiratório e dispneia (nos quadros mais graves). • Diagnóstico diferencial: gemelaridade e a macros- somia fetal. Polidrâmnio
  • 16. • À ultrassonografia, há polidrâmnio quando: ▪ o maior bolsão de líquido, mensurado verti- calmente, for ≤ 8,0cm ou; ▪ o ILA for > que 24,0cm. • Com o ILA entre 18,0cm e 24,0cm, o líquido será considerado aumentado e servirá de aler- ta para a instalação da polidramnia. Polidrâmnio
  • 17. • Firmando-se o diagnóstico, torna-se necessá-rio investigar o fator etiológico envolvido. Para isso, a gestante deverá ser encaminhada ime-diatamente ao pré-natal de alto risco. • Esvaziamento quando surgirem sinais de desconforto materno; OBS: O esvaziamento é feito pela amniocentese e através de agulha calibrosa e inserção de cateter ligada a vácuo. Com retirada Lenta e gradual (para evitar descompressão brusca, que pode levar a DPP, choque, óbiro fetal...); Sugere-se a retirada de 200ml/hora ou 3ml/min até melhorar a respiração. OBS: No sentido de diminuir a formação de liquido amniótico pode-se empregar a indometacina, cuja função é diminuir a função renal fetal. Dosagem: 25 mg VO 6/6 horas por até 3 dias, não devendo ultrapassar a 34ª semana (evitar fechamento precoce do duto arterioso). Polidrâmnio Conduta
  • 18. Amniorrexe prematura • Rotura espontânea das membranas ovulares antes do início do trabalho de parto; • Período de latência: tempo decorrente entre a rotura das membranas e o início do trabalho de parto; • Incidência: entre 3% e 19%; recorrência de 21%; • 25% dos casos ocorrem antes do termo; • Responsável por 30% de todos os recém-nascidos prematuros; • Incremento de infecções maternas e perinatais, pre- maturidade, partos operatórios, deformações e am- putações fetais e hipóxia.
  • 19. • Pacientes com cervicodilatação precoce têm mai- or frequência de RPM; • As membranas ovulares expostas apresentariam maior probabilidade de comprometimento pela agressão de germes vaginais; • Pré-natal inadequado, ITUs, tabagismo materno, sangramento transvaginal, procedimentos invasi- vos e circlagem do colo uterino estão relacio- nados ao incremento de sua incidência. Amniorrexe prematura
  • 20. • O médico deverá inquirir a paciente sobre o momen-to da rotura, a atividade exercida, a quantidade e a continuidade da perda de líquido, a cor e o odor do fluido; • Perda repentina de líquido, inicialmente em grande volume e posteriormente em menor quantidade, mas continuamente; • Diagnóstico diferencial: perda urinária involuntária e conteúdo vaginal excessivo; • O exame especular, realizado sob assepsia, evi- denciará a presença de líquido amniótico fluindo pe-lo canal cervical. Amniorrexe prematura
  • 21. • Prova de cristalização: forma de samambaia; • Verificação de pH do conteúdo vaginal: pH > 6; • Os casos suspeitos ou confirmados de RPM não devem ser submetidos ao exame de to- que vaginal, pois isso aumenta o risco de infecções amnióticas, perinatais e puerperais; • Ultrassonografia: ILA abaixo do limite inferior para esperado para a idade gestacional. Amniorrexe prematura
  • 22. • Nas gestações de termo, o profissional de saúde da unidade básica deverá encaminhar a gestante para a maternidade ou o hospital já designado para o atendimento ao parto. • Nas gestações pré-termo, com maior risco de complicações maternas e perinatais, as mulheres devem ser imediatamente referidas para o hos- pital incumbido do atendimento às gestações de alto risco daquela unidade, onde procedimentos propedêuticos e terapêuticos adicionais serão realizados. Conduta Clínica: Vigilância dos parâmetros indicadores de infecção. • Repouso hospitalar; • SSVV (pulso, TAX de 6/6 horas); • Avaliar vitalidade fetal; • IG; • Abstinência Sexual; • Leucograma 2x por semana; Amniorrexe prematura Conduta • Evitar Toque vaginal; • Corticoides (redução de SDR, HIC no recém nascido); • ATB em caso de antecipação do parto; • Uterolíticos, evitar; • Hiper-hidratação ILA< 5cm, descartando cardiopatias e corioamnionite.
  • 23. Esquema:  Solução de Ringer Simples ou SF 0,9% 4000 ml/IV;  Considera-se satisfatório quando ILA > 6cm;  Passa-se, então a hiper - hidratação oral 3.000 ml a 4.000 ml/24h; OBS: Indica-se a repetição do esquema IV se ILA novamente < 5cm. Amniorrexe prematura Conduta
  • 24. O diagnóstico de Corioamnionite pode ser clínico ou laboratorial. Clínico:  Hipertermia;  Taquisfgmia;  Secreção Vaginal com Odor fétido;  Taquicardia materna fetal;  Sensibilidade aumentada do útero. Laboratorial:  Leucocitose: Aumento > ou igual 20%, com desvio à esquerda.  A conduta no diagnóstico da Coriamnionite é a interrupção da gestação. Corioamnionite
  • 25. Infecção do trato urinário • Complicação clínica mais frequente na gestação (17% a 20% das mulheres nesse período). • Está associada à RPM, aborto, TPP, corioamnionite, baixo peso ao nascer, infecção neonatal. • Uma das principais causas de septicemia na gravidez. • Cerca de 2% a 10% das gestantes apresentam bac- teriúria assintomática, sendo que 25% a 35% desen- volvem pielonefrite aguda. • Modificações fisiológicas que favorecem a ITU: estase urinária pela redução do peristaltismo ureteral, au- mento da produção de urina, glicosúria e aminoaci- dúria (favorecendo o crescimento bacteriano).
  • 26.  Conduta: Nos casos leves o tratamento é ambulatorial e a antibioticoterapia é feita por via oral durante 7 a 10 dias. Os ATB mais usados são: - Ampicilina 2g/dia; - Cefalosporina de 1ª geração 2g/dia; - Nitrofurantoina 300mg/dia esta ultima indicada para E. Coli e Gram -. Infecção do trato urinário
  • 27. • Condição clínica assintomática que apresenta urocul- tura positiva, com mais de 100 mil colônias por ml; • Se não tratada, as mulheres poderão desenvolver sin- tomas e progressão para pielonefrite; • O rastreamento deve ser feito obrigatoriamente pela urocultura, exame que deve ser oferecido de rotina no primeiro e no terceiro trimestres da gravidez; • O tratamento deve ser guiado, sempre que possível, pelo teste de sensibilidade do agente observado no an- tibiograma, sendo semelhante ao tratamento da cisti- te. Bacteriúria assintomática
  • 28. • Presença de sintomas como disúria, polaciúria, urgência miccional, nictúria, estrangúria, dor re- tropúbica, suprapúbica ou abdominal. • Normalmente, é afebril e sem evidência de sin- tomas sistêmicos; • EAS pode evidenciar leucocitúria e hematúria; • Na urocultura, mais de 100 mil colônias por ml; • A escolha do antibiótico deve ser direcionada aos germes comuns e pode ser modificada após a identificação do agente e a determinação de sua susceptibilidade. Cistite aguda
  • 29. • Quinolonas e tetraciclinas não devem ser pres- critos na gravidez (efeitos tóxicos ao feto). • Nitrofurantoína é uma boa escolha, mas não se recomenda seu uso após a 36ª semana e durante a lactação, pois há o risco de o recém-nato de- senvolver anemia hemolítica se tiver deficiência de glicose-6 fosfato. • Sulfonamidas ou associação entre sulfametoxazol e trimetoprima devem ser evitadas no 1º trimes- tre (potencialidade teratogênica da trimetoprima) e no 3º trimestre (pois pode causar kernicterus no bebê, especialmente nos prematuros). Cistite aguda
  • 30. Infecção do trato urinário Tratamento por 7 a 10 dias. Historicamente, o antibiótico de escolha tem sido a ampicilina, mas nos últimos anos a E. coli tem se tornado cada vez mais resistente a este medicamento (cerca de 20% a 30%).
  • 31. Pielonefrite • Doença grave que pode cursar com sepse e TPP; • Comprometimento do ureter, pelve e/ou parênquima renal; • As vias de infecção são ascendente, hematogênica ou linfá- tica; • Prevalencia: 2% das grávidas; recorrência de 23%; • O diagnóstico é feito por bacteriúria acompanhada de sinto- mas sistêmicos como febre, taquicardia, calafrios, náuseas, vômitos e dor lombar, com sinal de Giordano +. • Na suspeita, encaminhe a gestante para avaliação hospita- lar; • Após o tratamento de pielonefrite, continuar nitrofurantoí- na (100mg/dia) até a 37ª ou a 38ª semana de gravidez.
  • 32. Varizes e tromboembolismo • Manifestam-se ou agravam-se por fatores he- reditários, congestão pélvica, compressão me- cânica do útero grávido e alterações hormo- nais; • Mais frequentes nos MMII, podem aparecer também na vulva; • Estão associadas a edema e à sensação de desconforto ou dor nas pernas.
  • 33. Recomendações: • Não permanecer muito tempo em pé ou sentada e evitar inatividade; • Repousar pelo menos 20 minutos, várias vezes ao dia, com as pernas elevadas; • Que pode ser útil elevar os pés da cama; • Não usar roupas muito justas e, se possível, uti- lizar meia-calça elástica para gestante; • Valorizar a possibilidade de complicações trom- boembólicas. Varizes e tromboembolismo Conduta
  • 34. • Havendo dor na panturrilha ou na coxa, au- mento da temperatura local, edema, dificulda- de de deambulação e/ou dor à dorsoflexão do pé, a mulher deve ser encaminhada ao centro de referência para confirmação do diagnóstico e tratamento. Varizes e tromboembolismo Conduta
  • 35. Anemia • Valores de Hb < 11g/dl; • O exame deve ser solicitado o mais precoce- mente possível e com 28 semanas; • Risco aumentado de baixo peso ao nascer, mortalidade perinatal e trabalho de parto pre- maturo;
  • 36. Os fatores de risco para anemia na gestação são: • Dieta com pouco ferro, vitaminas ou minerais; • Perda de sangue decorrente de cirurgia ou lesão; • Doença grave ou de longo prazo (como câncer, diabetes, doença nos rins, artrite reumatoide, Aids, doença inflamatória do intestino, doença no fígado, insuficiência cardíaca e doença na tireoi- de); • Infecções de longo prazo; • Histórico familiar de anemia herdada, como talassemia e anemia falciforme. Anemia
  • 37.
  • 38. • Alteração no metabolismo dos carboidratos, re- sultando em hiperglicemia, que é diagnosticada pela primeira vez ou se inicia durante a gestação; • Problema metabólico mais comum na gestação; • Prevalência: entre 3% e 13% das gestações; • Na mãe, aumenta a incidência de pré-eclâmpsia e a chance de desenvolver diabetes e tolerância diminuída a glicose no futuro; • No feto, está associada a macrossomia; • No bebê, pode levar à hipoglicemia, icterícia, so- frimento respiratório, policitemia e hipocalcemia. Diabetes gestacional
  • 39. • O rastreamento deve ser recomendado de acordo com os fatores de risco para DMG; • O exame deve ser oferecido na primeira consulta e/ou em 24 a 28 semanas de gestação; • Toda gestante e seu acompanhante devem ser orientados sobre os riscos e benefícios de ras- treamento de DMG e sobre as possíveis compli- cações próprias da diabetes; • Para o diagnóstico do DMG, a OMS recomenda o teste oral de tolerância à glicose, com 75g de glicose (TTG 75g – 2h). Diabetes gestacional
  • 40.
  • 42. • Na grande maioria dos casos, os efeitos relacionados ao DMG para a mãe e para o feto em formação não são graves; • Na maioria dos casos o DMG responde bem à dieta e aos exercícios físicos; • Pode-se utilizar adoçantes artificiais (aspartame, sacarina etc) com moderação; • Algumas mulheres (de 10% a 20%) necessitarão usar insu- lina caso as medidas não farmacológicas não controlarem o DMG, principalmente as de ação rápida e intermediária; • O uso de corticoesteroides para maturação pulmonar fetal não é contraindicado, mas deve ser feito com cautela; • É essencial reavaliar a tolerância da paciente à glicose a partir de seis semanas após o parto, com glicemia de jejum ou com um teste oral de 75g de glicose. Diabetes gestacional
  • 43. Toxoplasmose • Zoonose causada pelo Toxoplasma gondii; • Elevado risco de acometimento fetal; • Principais agravos decorrentes da toxoplas- mose congênita: RCIU, morte fetal, prematuri- dade e/ou manifestações clínicas e sequelas como microftalmia, lesões oculares, microce- falia, hidrocefalia, calcificações cerebrais, pneumonite, hepatoesplenomegalia, erupção cutânea e retardo mental.
  • 44. • Acontece, muitas vezes, sem sintomas ou com sintomas bastante inespecíficos; • O diagnóstico de infecção aguda na gravidez se reveste de importância, tendo como objetivo principal a prevenção da toxoplasmose congênita e suas sequelas; • O Ministério da Saúde recomenda a realização da triagem sorológica, principalmente em lugares onde a prevalência é elevada; • Recomenda-se a triagem por meio da detecção de anticorpos da classe IgG e IgM na primeira consulta de pré-natal. Toxoplasmose
  • 45. • Identificar gestantes suscetíveis para seguimento pos- terior. O seguimento visa à prevenção da infecção aguda; • A detecção precoce objetiva prevenir a transmissão fe- tal e também proporcionar o tratamento; • Na presença de anticorpos IgG positivos e IgM negati- vos, considera-se a gestante imune. • O risco para o feto ocorre na quase totalidade das ve- zes quando a mãe adquire a infecção durante a gesta- ção; • Existem relatos de que é possível haver transmissão materno-fetal em gestantes imunocomprometidas com toxoplasmose prévia à gestação. Toxoplasmose
  • 46. • Lavar as mãos ao manipular alimentos e após contato com animais; • Lavar bem frutas, legumes e verduras antes de se alimentar; • Não ingerir carnes cruas, mal cozidas ou mal passadas, inclu- indo embutidos; • Evitar o contato com o solo e a terra de jardim; • Evitar o contato com fezes de gato no lixo ou no solo; • Após manusear a carne crua, lave bem as mãos, assim como também toda a superfície que entrou em contato com o alimento e todos os utensílios utilizados; • Não consumir leite e seus derivados crus, não pasteurizados; • Propor que outra pessoa limpe a caixa de areia dos gatos. Toxoplasmose
  • 47.
  • 48. • Em região de alta endemicidade, rastreamento adicional, com pesquisa de anticorpos IgM e IgG a cada dois ou três meses, para detectar uma possível infecção aguda durante a gravidez; • Na vigência de viragem sorológica, iniciar imediatamente o uso de espiramicina na dose de 1g (3.000.000 UI), de 8/8 horas, via oral. • Confirmada a infecção aguda antes da 30ª semana, deve-se manter a espiramicina na dose de 1g (3.000.000 UI), de 8 em 8 horas, via oral, continuamente até o final da gravidez; • Se a infecção se der após a 30ª semana, recomenda-se instituir o tratamento tríplice materno: pirimetamina, 25mg, de 12/12 horas; sulfadiazina, 1.500mg, de 12/12 horas; e ácido folínico, 10mg/dia (prevenir aplasia medular). Toxoplasmose
  • 49. • Havendo infecção materna, investigar infecção fetal (T. gondii no líquido amniótico); • PCR no líquido amniótico a partir da 18ª semana de gestação (muitos falsos positivos e falsos negativos); • A ecografia evidencia as complicações da toxoplasmose fetal, lideradas por hidrocefalia, calcificações cerebrais, ascite fetal e alterações de ecotextura hepática e es- plênica; • Ecografia mensal nos casos de infecção aguda da ges- tante; a presença de sinais anormais pode determinar a mudança do tratamento. Toxoplasmose
  • 50. Parasitoses intestinais • Transmissão a partir de fezes humanas disseminadas no meio ambiente; • Efeito deletérios sobre a nutrição materna; • Podem comprometer o desenvolvimento fetal e au- mentam o risco de baixo-peso ao nascimento e prema- turidade; • O diagnóstico e o tratamento deveriam ser realizados antes da gestação; • Tratar quando o quadro for exuberante ou as infecções forem maciças; • Contraindicado no primeiro trimestre da gestação; • Medidas profiláticas devem ser encorajadas.
  • 51. Helmintíases • Infestações por vermes que passam a habitar o trato intes- tinal, geralmente limitando-se a essa localização em sua fase adulta.; • Na fase larvária, os helmintos podem ser encontrados no tubo digestivo e em outros órgãos, de acordo com seu ciclo biológico e com determinadas circunstâncias. • Helmintíases mais comuns: ancilostomíase, ascaridíase, en- terobíase, estrongiloidíase, himenolepíase, teníase e tricu- ríase. • Pouca importância clínica durante a gestação, mas podem agravar as anemias tão comuns na gravidez; • Realizar exame protoparasitológico de fezes em todas as mulheres grávidas, para o adequado tratamento, logo após as 16-20 semanas, para evitar os potenciais riscos tera- togênicos das drogas.
  • 52. Protozooses • Causadas por protozoários que passam a habitar o tra- to intestinal, permanecendo a ele limitados ou even- tualmente invadindo outros órgãos. • Amebíase: causada pela Entamoeba histolytica. Pode apresentar-se nas formas intestinal e extraintestinal. A grande maioria dos acometidos apresenta a doença benigna, que se manifesta sob a forma intestinal diar- reica; • Giardíase: as manifestações clínicas estão presentes em 50% dos casos, relacionando-se a alterações da flora intestinal e desnutrição. A manifestação mais comum é a diarreia, às vezes acompanhada de desconforto ab- dominal ou dor em cólica, flatulência, náuseas e vômi- tos.