Slides Lição 6, Betel, Ordenança para uma vida de obediência e submissão.pptx
Fatores que interferem na capacitação de agfamiliares
1. ALGUNS FATORES QUE INTERFEREM NO PROCESSO DE CAPACITAÇÃO
EM ASSOCIAÇÕES DE AGRICULTORES FAMILIARES ASSENTADOS DA
REFORMA AGRÁRIA1
Maria Odete Alves2
16/04/2002
Introdução
Este texto se dirige a agentes de desenvolvimento do Banco do Nordeste e tem o
objetivo de subsidiar sua ação durante a execução dos trabalhos como facilitadores num
programa de capacitação específico para agricultores familiares das áreas de
assentamento beneficiadas com recursos do Pronaf A e financiadas pelo Banco do
Nordeste. A intenção é provocar uma discussão sobre os principais fatores que
interferem no desenvolvimento desse tipo de trabalho quando dirigido a organizações
associativas em áreas de assentamento rural.
A idéia de elaborar o texto surgiu de um debate travado no âmbito do grupo que
recebeu a tarefa de preparar o programa de capacitação, quando se reconheceu a
necessidade de envolver os facilitadores do Programa numa discussão sobre fatores
antecedentes que podem interferir no desenvolvimento de trabalhos de capacitação com
o público em questão.
O texto é dividido em quatro itens e aborda aspectos relacionados com as
especificidades dos agricultores familiares, as formas como se dão a ação coletiva e as
relações interpessoais entre eles, além de fazer um paralelo entre a lógica do grupo e as
regras do mercado formal.
1. Especificidades econômicas, sociais e culturais da agricultura familiar
O termo agricultura familiar só recentemente foi assumido pelos poderes
públicos, agências de desenvolvimento e academia. Surgiu e ganhou força na última
década, numa tentativa de suprir as deficiências e limitações apresentadas
principalmente pelos conceitos de camponês e pequeno produtor, até então os mais
utilizados.
Agricultura familiar é entendida como “...uma unidade de produção onde
trabalho, terra e família estão intimamente relacionados” (Carneiro, 1999, p.5). É um
conceito genérico e, por isso, muitas vezes é incompreendido, principalmente quando é
feita a contraposição agricultura familiar x agricultura patronal, confundindo-se, por
exemplo, o modo de fazer agricultura com o seu porte (Evangelista, 2000).
Apesar de genérico e incorporar uma diversidade de situações específicas e
particulares, o conceito de agricultura-familiar associa família-produção-trabalho, o que
1
Texto elaborado para servir de apoio ao curso para Agentes de Desenvolvimentos oferecido pelo BNB.
2
Enga. Agrônoma, Mestra em Administração Rural e Desenvolvimento pela Universidade Federal de
Lavras (UFLA) e pesquisadora do Banco do Nordeste – ETENE. Correio eletrônico:
moalves@banconordeste.gov.br.
2. representa conseqüências fundamentais para a forma como o grupo age econômica e
socialmente, conforme se observa a seguir.
Os agricultores familiares possuem uma racionalidade própria, a qual os faz agir
de forma aparentemente irracional, se analisado sob uma ótica estritamente econômica,
mas bastante compreensível, quando se tem em mente que seu objetivo primordial ao
exercer a atividade produtiva não é o acúmulo de riqueza e sim a subsistência da
família, conforme atestam diversos autores.
Schultz (1965), por exemplo, nos leva a entender que ninguém conhece e
consegue organizar seu sistema melhor que o próprio lavrador, se forem mantidas as
mesmas quantidades de trabalho, terra e capital.
Carrieri (1992) considera que a prática cotidiana do agricultor o leva a tomar
decisões baseadas tanto em seu bom senso e conhecimento empírico, quanto na visão
global de seu meio. E isso o faz considerar todo um complexo de conseqüências, de
acordo com os objetivos que pretende atingir. Significa que existe uma articulação
lógica entre condições, meios e fins na estratégia por ele adotada.
Para Chayanov (1974), todas as ações desses agricultores ocorrem de acordo
com planejamento e motivações que são próprios deles e não têm nada a ver com a
forma como agem os gerentes das empresas agrícolas. O cerne da questão reside no fato
de que o objetivo da sua atividade econômica é diferente do da empresa. Ou seja, se na
primeira é feita uma avaliação qualitativa da reprodução, na segunda, apenas o cálculo
matemático é considerado. Enquanto na primeira a produção está direcionada para
“valores de uso”, na segunda é orientada para “valores de troca”, como afirmam
Alencar e Moura Filho (1988).
Entretanto, não se pode esquecer o fato de que a realidade rural é complexa e
heterogênea, com uma multiplicidade de unidades de produção e conjuntos
diferenciados de classes sociais, abrigando produtores que se encontram em situações
diferenciadas, porque dispõem de base material diferenciada e, por isso, distinguem-se
do ponto de vista econômico e social. A estrutura agrária, portanto, abriga um
continuum de atores sociais, em cujos extremos situam-se, de um lado os camponeses e
de outro os empresários rurais. Ambos estão preocupados em ter acesso a atividades
estáveis e rentáveis e com a integração ao mercado. Porém, enquanto o primeiro
prioriza a manutenção e a reprodução da família, o segundo é regido pela lógica da
racionalização dos fatores produtivos para a obtenção de lucro.
No Nordeste, grande parte dos agricultores familiares se encontra num estágio
de desenvolvimento que se aproxima do "camponês", conforme observa Alves (1999),
porque a essência de sua organização é o trabalho familiar e, ao exercerem suas
atividades econômicas, visam em primeiro lugar assegurar a manutenção e a reprodução
da família. O montante de força de trabalho, sua composição e o grau de atividade nesse
tipo de unidade familiar são determinados pela composição e tamanho da família
(Chayanov, 1974).
Portanto, é o nível de consumo doméstico que vai determinar o grau de
exploração na unidade familiar. Sob este aspecto, a unidade camponesa difere
completamente da empresa, pois ao contrário desta, cessa ou reduz a intensidade de
3. força de trabalho quando satisfaz suas necessidades ou alcança o equilíbrio econômico.
Não quer dizer que não haja preocupação com lucro, produtividade, custos etc, mas
estes assuntos são secundários diante daquele objetivo maior.
Ribeiro (1992, p.22) considera que “suas normas, cultura e hierarquias na
organização da produção [da agricultura familiar] são outras, e não exatamente
aquelas da empresa”. Este autor afirma que o mais importante para os camponeses “é
a sobrevivência, é a massa de produção retirada de um leque diversificado de
atividades” (Ribeiro, 1992, p.83). Por isso a produtividade agrícola é uma questão cuja
preocupação é “secundária ou terciária”.
Assim, o transplante de conceitos de empresa, tais como produtividade e
eficiência, não têm sentido se analisados a partir da dinâmica da produção camponesa,
porque não permitem a compreensão desse tipo de organização.
Com relação à gestão, é um assunto que deve ser tratado a partir do
reconhecimento de que dentro da unidade de produção familiar as ações não aparecem
sistematizadas de acordo com os “moldes cartesianos da ciência oficial”. Isso, porém,
não implica a inexistência de outros tipos e níveis de conhecimentos. O sistema de
trabalho camponês, se visto a partir de dentro, aparece sistematizado. Só que de forma
diferente daquela vista pela ciência oficial. A seu modo, as unidades domésticas dão
conta de reproduzir física, social e culturalmente o campesinato (Brandão, 1986).
Deve-se atentar, porém, para o fato de que o conhecimento do agricultor é
empírico e também simbólico, ou seja, é a representação da realidade. Significa que
pode atribuir a existência de determinados problemas a causas externas, inclusive
divinas. Esta é uma explicação do senso comum de onde se origina e se sedimenta sua
experiência. O trabalho do mediador, portanto, é orientar o agricultor para relacionar-
se com explicações mais amplas ou mais científicas sobre os elementos reais e não
cristalizar apenas os elementos simbólicos. Este é o trabalho da capacitação.
2. Ação coletiva entre agricultores familiares
Qualquer discussão que envolva os temas "agricultura familiar" e "ação coletiva"
deve levar em conta alguns aspectos importantes e interligados.
Um aspecto diz respeito ao fato de que, do ponto de vista dos agricultores
familiares, uma organização associativa deve contribuir para melhorar os processos
produtivos, facilitar a comercialização do excedente de sua produção, ao mesmo tempo
em que deve resgatar os melhores valores da sua cultura. Ou seja, eles se associam em
grupos, cooperativas ou associações de caráter comunitário para fazer frente não apenas
às dificuldades crescentes da produção e da comercialização, mas também àquelas que
envolvem os processos sociais da vida no meio rural3.
Daí, que a atividade associativa para os agricultores familiares não está ligada
unicamente à produção, mas se insere no seu modo de vida, o qual se manifesta através
3
Uma questão a ser observada, por exemplo, diz respeito ao fato de que a lógica capitalista “acumular
para usufruir depois” pode não ser compreendida por esses agricultores, uma vez que sua preocupação
imediata é com a sobrevivência e reprodução do grupo familiar.
4. "...de modos de reprodução de grupos sociais e da transmissão de conhecimentos e
práticas fundamentalmente diferentes, heterogêneas em vista das relações
propriamente capitalistas” (Almeida, 1999, p.153).
Outro aspecto se refere ao fato de que a superação dos diversos problemas
comuns às ações coletivas e a garantia do sucesso no desenvolvimento de qualquer
experiência associativa depende da capacidade do grupo de fazer valer as ações em
benefício do coletivo, ao invés de priorizar os interesses individuais de cada membro.
Este aspecto recebe influência das relações interpessoais que se travam dentro da
comunidade e que são regidas por regras, normas e códigos de conduta e vizinhança
formulados e consolidados geração após geração e, portanto, têm valor de lei para todos
os membros. Tais relações interferem diretamente no desenvolvimento das associações
de agricultores familiares, porque são determinantes do comportamento dos membros
no grupo.
3. Redes interpessoais entre agricultores familiares
Redes, segundo Brandão (1986, p.19), “São o que existe articulado por debaixo
das ´lideranças´. São, portanto, a própria estrutura local que socialmente organiza e
distribui pessoas e grupos da comunidade como sujeitos e identidades individuais e
coletivas. Como ocupantes de posições na família, na classe, na vizinhança em grupos
de trabalho, de mobilização política (movimentos, sindicatos, oposições sindicais), de
religião, de serviços setoriais populares, e também de educação” .
O mesmo autor considera que as redes nas comunidades são a estrutura social de
realização e reprodução da prática cotidiana do trabalho e do saber.
Num processo de capacitação de agricultores familiares que vivem em
assentamentos de reforma agrária é fundamental o conhecimento, por parte dos
mediadores, de como se travam as relações interpessoais, ou seja, de que forma
funcionam as redes. Daí a importância de se levar em conta a origem dos membros de
cada grupo a ser trabalhado.
O grupo tanto pode ser constituído de membros oriundos de uma mesma
comunidade como de comunidades diversas.
Quando a maioria dos membros do grupo é oriunda de uma mesma comunidade,
pode ocorrer uma tendência de manutenção do nível das relações interpessoais do grupo
de origem; do contrário, as redes interpessoais serão construídas a partir da formação do
assentamento. Embora, em essência, não existam diferenças fundamentais entre as
comunidades rurais, a observação da forma como se originou o grupo é fundamental
para subsidiar ações voltadas a associações de agricultores familiares, uma vez que essa
questão vai interferir na metodologia de trabalho de grupo. É que a capacidade do grupo
de sobrepor o interesse coletivo ao interesse individual depende, em grande medida, da
forma como são travadas as relações dentro da própria comunidade.
Como visto no item anterior, a atividade associativa para os camponeses tem um
significado que supera a mera preocupação com a produção. Mais que isso, ela se insere
5. no modo de vida camponês. Daí que, no seu desenvolvimento, existem decisões que
transcendem o plano econômico e que se baseiam nas relações interpessoais.
Entram em jogo, portanto, a cultura solidária evidenciada pelos agricultores
familiares, bem como os valores familiares e as relações de amizade, parentesco e
compadrio. Essa cultura solidária, por sua vez, está ligada às organizações informais
existentes na comunidade. Segundo Sabourin (1999), "o funcionamento das
organizações informais vem do reconhecimento pelo grupo local de regras
transmitidas de uma geração a outra e garantidas pela autoridade dos chefes de
família". Assim, a consolidação grupal numa organização associativa é influenciada
positivamente pelas organizações informais ali existentes.
Em associações de camponeses que dão certo, é evidente o forte elo existente
entre solidariedade e cooperação entre grupos que desfrutam de relações interpessoais.
Tais relações contribuem, entre outras coisas, para o melhor intercâmbio de idéias e
experiências, informações, práticas e técnicas, melhor organização do trabalho, maior
objetivação na identificação de problemas e possíveis soluções, melhor poder de
negociação e maior facilidade de incorporação de tecnologias inacessíveis a nível
individual. São relações marcadas por amizade, conhecimento e confiança mútua,
quesitos absolutamente necessários para que ocorra uma boa comunicação e integração.
No entender de Sabourin (1999), "O apadrinhamento recíproco das crianças entre duas
famílias sem laço de parentesco é uma forma de aliança extremamente forte, que
permite multiplicar as redes interpessoais além da esfera local, das classes sociais e
das categorias profissionais".
A inexistência de relações interpessoais anterior à experiência associativa pode
ser responsável pelo surgimento de diversos fatores negativos, tais como: pouco
interesse pela organização, desconfiança, medo do compromisso, resistência à
associação, falta de integração e má comunicação entre os membros.
Quando se trata, por exemplo, da articulação do grupo com o mundo externo, a
partir da necessidade de encontrar soluções para os problemas discutidos internamente
nas organizações, o nível dessas discussões depende da forma como se originou a
associação. Se ela tem origem na organização de base, na qual ocorre uma perfeita
integração entre os membros, em geral tem capacidade de tomar iniciativas, desenvolver
atividades independentes, trabalhar com a comunidade e o mundo (Ribeiro,1994).
As associações criadas de cima para baixo, desrespeitam as regras internas da
comunidade, desconhecem a importância das relações ali existentes existem em função
de recursos e de técnicos que se propõem zelar por elas. Por isso, tendem a desaparecer
quando cessa o apoio, pois não conseguem criar coesão de grupo.
4. Lógica do grupo versus regras do mercado formal
Um fator que interfere no desenvolvimento de associações de agricultores
familiares diz respeito diretamente aos conceitos essenciais para a ação cooperativa em
geral. É que as associações e o processo de comercialização tornam obrigatórias
relações seguidas com o mercado formal. Entretanto, têm estrutura e circuitos de
comercialização ainda mal adaptados e há certo desconhecimento das regras e
condições de mercado.
6. Tais conceitos, por não fazerem parte das práticas cotidianas dos grupos que se
associam, não estão presentes nas associações. Para eles não é difícil cooperar na
política e ser solidário na ação familiar religiosa ou sindical. Mas quando se trata de
alterar a disciplina necessária para garantir o sustento da família e reprodução da
propriedade o seu comportamento muda, pois se trata de questão crucial para a família.
Por isso não é possível cobrar racionalidade e eficiência empresariais das associações,
como se fossem cooperativas.
A comercialização, por exemplo, é uma preocupação constante entre os grupos
que compõem as organizações formais. A idéia de comercializar a produção de forma
coletiva surge da necessidade que os camponeses têm de fugir da sujeição ao mercado.
Consideram que esta ainda é a forma mais eficiente de barganhar preço, por combater
os atravessadores. Para eles isso é suficiente para justificar a "trabalheira" que é agir
coletivamente. Porém, existem inúmeras dificuldades no momento das negociações.
Embora, à primeira, vista a comercialização conjunta pareça ser uma excelente saída
para o enfrentamento do problema do intermediário, na prática ela apresenta uma série
de complicações.
Por isso, esta é uma das ações dentro da associação cujo sucesso depende da
forma como ocorrem as relações dentro do grupo. São importantes os valores
familiares, o parentesco, a amizade, o compadrio entre os membros do grupo. Em
primeiro lugar, porque aparecem os problemas comuns durante a negociação interna,
que são intermináveis e deixam muita gente insatisfeita, pois ocorre um conflito entre
interesses individuais e coletivos; depois, como proceder para manter uma oferta regular
e sistemática dos produtos escolhidos para levar ao mercado, se a prioridade desses
agricultores é o auto-consumo? O não cumprimento dessa exigência implica riscos,
sacrifícios e custos que necessariamente têm que ser coletivizados; outro problema é
que a maioria dos associados possui uma compreensão muito imediata do mercado, não
percebendo que se trata de atividade cujas normas diferem daquelas que norteiam as
trocas internas da comunidade, dentro da família, entre compadres e vizinhos. Percebe-
se que a habilidade que estes agricultores têm de negociar entre si, em geral não se
manifesta quando se trata do uso coletivo, porque o objetivo da ação é diferente, o
mesmo acontecendo quando o assunto é gestão.
Porém, a questão mais grave diz respeito ao resultado final da comercialização
conjunta que, em termos de ganhos, se revela aquém da expectativa. No final chega-se à
conclusão de que “ela é trabalhosa demais” e produz “pouco ganho para o grupo”. É
que a associação tem uma desvantagem fundamental com relação ao intermediário pois,
ao contrário deste, não é um especialista. Além disso, existem custos de transporte,
perdas de armazenamento, taxas de serviço, diárias de associados a serviço da
associação etc, que acabam se revelando inesperadamente onerosos.
Considerações finais
Não existem dúvidas quanto à importância da agricultura familiar como um setor
estratégico para o desenvolvimento sustentável do Nordeste. Ela é uma saída para a
manutenção e recuperação do emprego, para a redistribuição da renda e,
conseqüentemente, para a superação da crise social e econômica do país.
7. A reforma agrária, por sua vez, é uma forma de incluir milhões de agricultores
familiares ao processo produtivo e, portanto, é um caminho imprescindível para uma
política de geração de renda e empregos em massa no meio rural.
É papel do poder público criar instrumentos e políticas que contribuam para a
construção de uma nova perspectiva ao desenvolvimento desses agricultores familiares.
Portanto, é imprescindível que políticas dirigidas a esse público incluam propostas de
programas de capacitação, pela relevância em termos de contribuição para o seu
processo de desenvolvimento.
Não se pode esquecer, porém, que o sucesso de programas de capacitação junto
a esse segmento do setor produtivo depende do conhecimento que formuladores e
mediadores têm da realidade e especificidades econômicas, sociais e culturais da
agricultura familiar. A definição dos rumos de um programa de capacitação requer um
conhecimento não apenas sobre os problemas da comunidade, mas também sobre as
suas estruturas internas de organização simbólica e social.
Daí a importância de permitir a efetiva participação dos grupos no processo, os
quais devem deixar de ser agentes meramente espectadores, para terem um papel de
propositor e executor do seu próprio desenvolvimento. No caso específico da
intervenção do Banco do Nordeste, os “agentes de desenvolvimento” são efetivamente
os mediadores, os agentes de mudança na escala local. Precisam, portanto, ter uma
visão sistêmica da situação, ter um mínimo de percepção das situações sociais, sem cair,
porém, no assistencialismo, além de contribuir para o fortalecimento da participação do
agricultor no processo.
Referências bibliográficas
ALENCAR, E.; MOURA FILHO, J. A. de. Unidade de produção agrícola e
administração rural. Informe Agropecuário, Belo Horizonte, v.14, n.157, p.25-29,
1988.
ALMEIDA, J. A construção social de uma nova agricultura: tecnologia agrícola e
movimentos sociais no Sul do Brasil. Porto Alegre: Ed. Universitária/UFRGS,
1999.
ALVES, M. O. Agora o Nordeste vai. Experiência de desenvolvimento local: o caso do
município de Tejuçuoca, Ceará. Lavras: UFLA/DAE, 1999. 135p. (Tese de
Mestrado).
BRANDÃO. C. R. O ardil da ordem: caminhos e armadilhas da educação popular.
Campinas: Papirus, 1986.
CARNEIRO, M. J. Agricultores familiares e pluriatividade: tecnologias e políticas. In:
COSTA, L. F. De C.; MOREIRA, R. J.; BRUNO, R. (Orgs.). Mundo rural e
tempo presente. MAUAD – Pronex, 1999.
CARRIERI, A. de P. A racionalidade administrativa: os sistemas de produção e o
processo de decisão-ação em unidades de produção rural. Lavras-MG: ESAL,
1992. 208p. (Tese de Mestrado).
CHAYANOV, A. V. La organización de la unidad económica campesina. Buenos
Aires: Ediciones Nueva Vision, 1974. 339p.
8. EVANGELISTA, F. R. A agricultura familiar no Brasil e no Nordeste. Fortaleza:
Banco do Nordeste-Leitura Recomendada, 2000.
RIBEIRO, A. E. M. Fazenda Pica Pau, Miradouro, Minas Gerais: estudo sobre a
família, o trabalho e a reprodução de agricultores familiares da Zona da Mata de
Minas Gerais. Belo Horizonte–MG, 1992. 112p. (Mimeo).
RIBEIRO, A. E. M. Fé, produção e política. São Paulo: Edições Loyola, 1994. 67p.
SABOURIN, E. Ação coletiva e organização dos agricultores no Nordeste semi-árido.
In: CONGRESSO BRASILEIRO DE ECONOMIA E SOCIOLOGIA RURAL, 37,
Foz do Iguaçu, 1999. Anais... Foz do Iguaçu: SOBER, 1999.
SCHULTZ, T. W. A transformação da agricultura tradicional. Rio de Janeiro:
Zahar. 1965.