Cataratas do Iguaçu; Hotel das Cataratas; História das Cataratas do Iguaçu; turismo em Foz do Iguaçu; fauna e flora no parque ecológico de Foz do Iguaçu; Foz do Iguaçu, ecologia
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Foz do Iguaçu
tem atrações para férias
de qualquer tamanho
A uma hora e meia de avião de São Paulo, a cidade de Foz de Iguaçu, no
Paraná, abriga a última reserva de Mata Atlântica Subtropical do País e uma
de suas mais impressionantes paisagens: o Parque Nacional de Iguaçu, onde
está situada uma das sete maravilhas do mundo natural: as Cataratas do
Iguaçu, com 2,7 quilômetros de largura e 275 saltos, alguns com mais de 80
metros de altura, tombadas pela Unesco em 1986 como Patrimônio Natural da
Humanidade. Para revitalizar o fluxo turístico na área, que diminuiu quando o
real perdeu a paridade em relação ao dólar, tornando desvantajosas as compras
na vizinha Ciudad del Este, no Paraguai, o parque vai passar por uma reforma
orçada em R$ 30 milhões. Novas passarelas e belvederes sobre as cataratas
deverão ser acrescentados aos quase 2 quilômetros existentes. Um centro de
convivência será construído ao lado das quedas e um teleférico que se desloca
na altura da copa das árvores. Ao mesmo tempo, o Parque Nacional argentino,
próximo da cidade de Puerto Iguazú, também começa a ser remodelado e vai
ter até trenzinho nas cataratas, aumentando a oferta de atrações nos próximos
dois anos.
Foz tem 260 mil habitantes e centenas de bons hotéis, num total de 25 mil
leitos, que atendem 770 mil visitantes por ano (nos anos 80 esse número
passava de 1 milhão). As atividades turísticas movimentam US$ 120 milhões
anualmente (40% do PIB da cidade).
A grandeza das cataratas, que já tinha sido louvada pelo explorador espanhol
Alvar Núñes Cabeça de Vaca, o primeiro europeu a avistá-las, em 1542,
inspirou o engenheiro André Rebouças, no século 19, a sugerir a
transformação do local num parque, nos moldes do Parque de Yellowstone,
nos EUA, o primeiro do mundo, criado em 1872.
Na virada para o século 20, as cataratas pertenciam a uma fazenda
particular. Em 1916, Santos Dumont, já laureado como pai da aviação, visitou
o local e iniciou uma campanha pela desapropriação das cataratas e pela
criação de um parque. No mesmo ano, o governo do Estado desapropriou a
área, doando-a para a União em 1938, um ano antes da criação do Parque
Nacional de Iguaçu, o segundo do País (o primeiro foi o de Itatiaia, no Rio de
Janeiro, criado em 1937).
Cerca de 80% das cataratas, situadas na parte direita do rio, que nessa área
forma um leque antes de cair num cânion estreito, pertencem à Argentina. Só
estão em território brasileiro cerca de 20% das quedas, do lado esquerdo do
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rio, a partir do meio da Garganta do Diabo. As quedas brasileiras
impressionam pelo grande volume de água, que se concentra na garganta, mas
é o lado argentino, visto do Brasil, que proporciona o maior espetáculo, com
um horizonte de cachoeiras.
Passada a febre das quinquilharias e eletrônicos trazidas de Ciudad del Este,
a segunda maior do Paraguai e o terceiro centro comercial do mundo, atrás
apenas de Hong Kong e Miami, são as cataratas que hoje mantém estável o
movimento turístico de Foz do Iguaçu, que está no roteiros de excursões de
praticamente todas as agências do mundo. A cidade tem hotéis, restaurantes e
operadoras de turismo para todo tipo de bolso – mas, como sua grande atração
é mesmo a natureza, é bom organizar os roteiros tendo em vista o tempo
disponível, que pode ser de um fim de semana a mais de um mês com atrações
diariamente renovadas, num raio de 250 quilômetros de Foz do Iguaçu, em
estradas brasileiras, argentinas e paraguaias.
O recomendável é fazer dois passeios nas trilhas: um do lado brasileiro, onde
estão os melhores visuais, e outro no lado argentino, onde há mais passarelas
sobre os abismos, permitindo um contato maior com as cachoeiras. Também é
recomendável fazer os passeios de barco mais comuns oferecidos pelos dois
parques – o Passeio do Macuco, aqui, e o Passeio Gran Aventura, na
Argentina –, que levam por corredeiras ao “batismo” nas brumas dos saltos
(os turistas se ensopam no verão, quando os botes passam por debaixo das
cachoeiras; no inverno, passam ao lado).
Outras atrações imperdíveis para quem gosta de natureza são o Parque das
Aves e a Hidrelétrica de Itaipu, com seu Ecomuseu e seus viveiros de plantas
e animais da região.
Quem dispuser de um mês de férias para passear na região, num raio de 250
quilômetros, encontrará muitas opções de turismo aventura e contato com a
natureza e a história, garante ela.
Seguindo pelo lado paraguaio, é possível visitar, por exemplo, a colônia
suíça de Puerto Bertoni, que tem um pequeno museu de História Natural, o
Salto Monday, a 20 km da fronteira com o Brasil, ruínas das Missões
Jesuíticas e diversas aldeias indígenas.
Se a opção for pelas estradas argentinas, chega-se às Minas de Wanda, de
cristais e pedras preciosas e semipreciosas, e aos Saltos Moconã, Encantado,
Berrondo, Krisiuk, La Bonita, além de aldeias indígenas e das ruínas das
Missiones argentinas que se estendem até a altura do Rio Grande do Sul,
remetendo ao tempo de Cabeça de Vaca. O conjunto das ruínas das Missões
também é Patrimônio Cultural da Humanidade segundo a Unesco.
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Macuco, Gran
Aventura, Forest: cataratas
de adrenalina
Além de caminhar nas trilhas e passarelas brasileiras, o turista que visita as
Cataratas do Iguaçu não deve perder o Passeio do Macuco, que combina
trilhas na selva com passeio de bote pelas corredeiras debaixo das quedas.
Em carretas abertas puxadas por veículos 4x4, os visitantes percorrem três
quilômetros de mata fechada, acompanhados por guias que param para
observação de plantas e animais. Depois andam 600 metros a pé numa trilha
que conduz à cachoeira chamada Salto do Macuco até chegar a um pequeno
porto, onde começa a segunda fase da aventura, desta vez a bordo de um barco
inflável bimotor, que sobe corredeiras e chega à base das cataratas.
No verão, o barco chega a passar por baixo das cachoeiras e todo mundo fica
ensopado: é o “batismo” nas cataratas. É recomendável usar capa de chuva
(alugada a R$ 5) e tirar os sapatos antes de entrar no bote.
A visita ao lado argentino também é indispensável porque, além das trilhas e
passarelas em maior quantidade que no lado brasileiro (eles têm 2,3 km de
passarelas em dois níveis sobre os abismos), ainda é possível fazer lá uma
versão argentina do Passeio do Macuco: é o Passeio Gran Aventura, que
combina trilhas e barco. As trilhas argentinas, onde fica a maior parte das
cachoeiras, são melhores e mais bem pavimentadas, permitindo inclusive
acesso de deficientes em cadeiras de rodas. O bote inflável percorre uma área
mais extensa de corredeiras, chegando inclusive à Ilha de San Martín, coberta
de floresta úmida.
É justamente no lado argentino que se pode fazer um dos passeios mais
radicais da viagem: o Passeio Forest, que, numa área de árvores centenárias da
floresta, utiliza uma plataforma construída no tronco de uma grande
canafístula de mais de 20 metros de altura e situada no alto de um morro como
base de rapel: suspenso numa corda, o turista “sobrevoa” os níveis superiores
da floresta e têm uma visão de como é viver em cima das árvores, como os
macacos.
Mas o Forest não termina por aí, ao som dos gritos dos que despencam das
árvores num teleférico sem carrinho: outro emocionante rapel é feito numa
cachoeira da região.
Além da segurança dos turistas, os organizadores dessas aventuras cuidam de
um detalhe fundamental: o fornecimento de repelente capaz de espantar as
miríades de mosquitos que de uma hora para outra aparecem na mata fechada.
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Natureza explode
em cores no Parque
das Aves
Uma das grandes atrações de Foz do Iguaçu é o Parque das Aves – Foz
Tropicana, que fica na Avenida das Cataratas, a 300 metros da entrada do
Parque Nacional. Lá existem diversos viveiros interligados que permitem o
visitante percorrer uma trilha de mais de mil metros dentro da mata nativa em
contato direto com mais de 800 aves brasileiras e cerca de cem estrangeiras,
pertencentes a 150 espécies.
A trilha segue por diferentes viveiros, separados por portas duplas,
permitindo estar com as aves em seus hábitats.
O Parque das Aves tem ainda borboletário, viveiro de beija-flores e um setor
de répteis, onde cobras e jacarés ficam a poucos metros dods visitantes. O
passeio todo dura cerca de uma hora e o parque tem estacionamento,
lanchonete e loja de souvenirs.
Parque é refúgio
da vida no continente
Ao longo de milhões de anos, as condições geográficas e climáticas foram
variando e criaram nos continentes fluxos de migração de formas de vida que
em alguns poucos pontos ficaram preservadas de cataclismas, repovoando o
continente depois. Os 185 mil hectares do Parque Nacional de Foz de Iguaçu,
no oeste do Paraná, são um desses refúgios, tão representativos para as
florestas como os mangues da Juréia, no litoral de São Paulo e Paraná, o são
para a vida marinha. O fato de estar num “corredor de vida”, vizinho de áreas
protegidas e pouco povoadas também no Paraguai e na Argentina, faz do
parque um museu vivo da flora e da fauna do continente sul-americano.
Há cerca de 200 milhões de anos, a região era um inferno: esteve por oito
vezes coberta de lavas vulcânicas expelidas perto de Curitiba. Há cerca de 120
milhões de anos, essas placas de basalto endurecido acabaram curvando-se e
rachando, formando uma falha geológica na altura do Rio Paraná.
Provavelmente uma onda de terremotos se sucedeu, até que a falha, que
avança pela Argentina, se estabilizasse – embora ainda hoje se manifeste mais
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a oeste do continente, como se pôde perceber este ano pelo terremoto numa
região quase deserta da Argentina, que foi sentido em São Paulo.
Os movimentos sísmicos alteraram a posição da rachadura por onde o Rio
Iguaçu espraiado se despeja, deslocando-a cerca de 25 quilômetros até a
posição atual. Hoje o rio, que se alarga 4 quilômetros antes das quedas, aperta-
se logo depois num estreito cânion de 100 metros, com mais de 20 metros de
profundidade que ele mesmo esculpiu.
Toda essa movimentação, entretanto, é muito antiga, e têm permitido
condições muito favoráveis para a vida há pelo menos 100 milhões de anos, o
que explica a grande quantidade de achados arqueológicos e fósseis na região.
Foz do Iguaçu é também o local de afloramento da maior reserva de água
subterrânea de água doce do mundo, o Aquífero de Bauru, que se estende
desde São Paulo. A presença de grandes rios, como o Iguaçu e o Paraná, além
de inúmeros menores, garante água o ano todo. A baixa altitude (170 metros)
e a posição no interior do continente garantem grandes contrastes de
temperatura, constituindo o clima subtropical chuvoso sem estação seca que
deu condições ao surgimento da floresta subtropical atlântica, adaptada a um
inverno mais rigoroso.
Situada num refúgio e num corredor biológico do continente, essa floresta
caracteriza-se pelo grande número de espécies que perdem as folhas na
estação fria (50% de suas árvores) e por grandes áreas de coníferas, como os
pinheiros-do-paraná.
As árvores, menores que as das florestas tropicais e equatoriais, como a
Amazônica, incluem espécies da Mata Atlântica, como a embaúba e as
palmeiras, além do jaracatiá e de várias espécies de fícus, inclusive mata-paus
(árvores que crescem sobre outras e as sufocam), e cipós, como o escada-de-
macaco, além de muitas epífitas, como orquídeas (destacando-se a Miltonia
flavescens, de flores amarelas, endêmica do local), bromélias (como o gravatá
e o cravo-do-ar), filodendros (espécie de costelas-de-adão) e cactos de
floresta, como flores-de-maio, flores-de-outubro e damas-da-noite. Essa é a
única forma de adaptação dos cactos a ambientes úmidos, pois suas raízes
apodrecem se forem encharcadas e só sobrevivem como aéreas, obrigando a
planta a subir nas árvores.
A flor-de-outubro com flores em forma de estrela hoje vendida em
floriculturas de todo o mundo é nativa dessa região, onde hoje é rara, embora
tenha sido disseminada pelo homem e não corra risco de extinção.
Por causa dos grandes rios, um mosaico de espécies de ecossistemas
diferentes abrigou-se no parque, desde plantas da Mata Atlântica até espécies
do Cerrado, como o açoita-cavalo e o branquilho, passando pelas laranjeiras-
do-mato, que se asselvajaram a partir de laranjais trazidos da Pérsia pelos
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colonizadores portugueses e que hoje nascem espontaneamente naquela área,
remetendo à sua versão mais azeda e primitiva (os frutos doces vendidos
atualmente nos mercados eram praticamente desconhecidos na Antiguidade e
no Renascimento, pois resultam de um sem-número de cruzamentos e
enxertias feitos pelo homem e só foram disseminados com a mecanização do
campo, a partir do século passado). Também há muitas espécies nativas de
bambu, algumas capazes de fornecer mais álcool que a cana-de-açúcar.
A fauna, variadíssima, inclui mais de 340 espécies de aves, como o macuco,
o socó-boi-escuro, o gavião-de-cabeça-cinza, o gavião pomba-grande, além de
espécies migratórias como o falcão-peregrino, o maçarico-de-perna-amarela e
a andorinha-do-sul. Destacam-se os tucanos, com seus bicos coloridos, que ao
longo de milênios ou milhões de anos atravessaram os corredores biológicos
do País para lá chegar, e os guachos, que fazem ninhos pendurados em
palmeiras perto das casas das pessoas para fugir dos tucanos, que lhes comem
os ovos, mas têm medo de se aproximar de gente. Nas reentrâncias de pedra
debaixo das cachoeiras vive um pequeno pássaro endêmico: o andorinhão-do-
penhasco, que só existe lá e poderia ser extinto se as cataratas fossem
iluminadas à noite.
Esse passarinho marrom que parece uma andorinha faz os ninhos debaixo da
cachoeira porque tem uma saliva pegajosa com a qual “cola” gravetos na
rocha. Voador incansável, o andorinhão-do-penhasco não pára um só
momento: está sempre caçando insetos e até aranhas em suas teias. Embora o
bico seja pequeno, sua boca é enorme, desproporcional à cabeça quando
aberta. Entre essas aves que vivem onde as águas despencam, até a cópula é
feita em pleno vôo.
Os mamíferos são representados por mais de 40 espécies de morcego,
onças-pintadas, jaguatiricas, macacos-pregos, quatis, catetos, queixadas,
mucuras-de-quatro-olhos, antas, guaribas, cachorros-vinagre, veados, lontras,
ariranhas. Isso sem falar nas mais de 60 espécies de répteis (jacarés, lagartos,
serpentes) e quelônios (tartarugas), nem nas 12 espécies de anfíbios, 18 de
peixes e milhares de insetos (entre eles, mais de 700 borboletas) que ocorrem
na região.
Quem visita o Parque Nacional da Argentina e gosta de ler espanhol deve
comprar, na lanchonete do parque, o livro Iguazú – Las Leyes de la Selva, de
Santiago G. de la Veja, ilustrado por Gustavo R. Carrizo. No formato de uma
revista Seleções, a obra, muito bem impressa em quatro cores, divulga
conceitos de botânica e zoologia como se fosse um livro de aventuras. Custa
barato: 8 pesos, que correspondem a R$ 16.
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Brasil tem três
maravilhas do mundo
O Brasil tem três maravilhas do mundo e duas ficam uma pertinho da outra:
as Cataratas do Iguaçu, tombadas como patrimônio do mundo pela Unesco e
consideradas uma das sete maravilhas do mundo natural; e a Hidrelétrica de
Itaipu, tida como uma das sete maravilhas do mundo moderno. A terceira
maravilha brasileira que também se destaca no mundo natural é a Baía da
Guanabara. Seu inesquecível desenho das montanhas no horizonte continua a
despertar emoções, apesar dos maus-tratos humanos.
A lista das maravilhas do mundo natural, feita por grandes exploradores e
viajantes, tem gerado polêmicas e não foi definitivamente estabelecida. A lista
mais divulgada inclui as cataratas brasileiras, por muitos consideradas mais
belas que suas congêneres. Eis o ranking:
. o Monte Everest, na fronteira do Nepal com o Tibete,
. as Cataratas do Iguaçu, na fronteira entre o Brasil e a Argentina,
. o Grand Canyon do Rio Colorado, nos EUA,
. a Grande Barreira de Coral, na Austrália,
. as cavernas da França, como Lascaux, e da Espanha, como Altamira, com
suas pinturas pré-históricas,
. o Vulcão Paricutin, no México,
. a Baía de Guanabara, no Rio de Janeiro.
Mesmo nas encliclopédias, entretanto, essa lista varia, e as três grandes
cataratas do mundo se revezam, com americanos preferindo as suas Cataratas
do Niágara (na divisa entre Estados Unidos e Canadá) e africanos inclinando-
se pelas de Vitória (na fronteira entre Zâmbia e o Zimbábue) no lugar de Foz
do Iguaçu. Mas a guia Nuxa e o turista norte-americano Herbert David, que
conhecem as três, são unânimes: Foz é mais bonita. (Niágara é mais retilínea e
está descaracterizada por muitas intervenções, inclusive iluminação noturna. E
as Cataratas de Vitória, formadas pelo Rio Zimbábue, um dos melhores do
mundo para rafting, são menores: 1.700 metros).
Nuxa ressalva que, embora essas três cataratas sejam as maiores em
extensão, elas não são as mais altas, não ultrapassando a média de 80 metros.
A cachoeira mais alta do mundo, conta Nuxa, é o Salto Angel, na Venezuela,
que tem 979 metros. Fica no Parque Nacional de Caraima.
Já o ranking das sete maravilhas do mundo moderno inclui apenas as
grandes obras de engenharia e a lista foi feita pela Associação Norte-
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Americana de Engenheiros Civis (ASCE) por encomenda da revista Popular
Mechanics, que a publicou em dezembro de 1995.
As sete maravilhas da engenharia mundial continuam sendo
. a Hidrelétrica de Itaipu, a maior do mundo, na divisa do Paraná com o
Paraguai,
. a Ponte Golden Gate, em San Francisco (EUA),
. o Canal do Panamá, na América Central, ligando os Oceanos Atlântico e
Pacífico,
. o Eurotúnel, que liga a Inglaterra à França por baixo do Canal da Mancha,
. os diques do Mar do Norte (Holanda), que contêm as águas do mar, . o
Edifício Empire State, em Nova York (EUA) e
. a Torre da Canadian National, em Toronto (Canadá).
Essas listas imitam o primeiro Guiness Book de grandiosidades, feito pelo
escritor grego Antípatros, no ano 240 antes de Cristo, na cidade de Sídon,
então Fenícia e hoje Líbano. Ele fez a lista das sete maravilhas do mundo
antigo que correu o mundo, só considerando obras humanas de arte e
engenharia:
. as Pirâmides de Gizé, no Egito, construídas em 2000 aC.,
. os Jardins Suspensos da Babilônia, erigidos em 1000 aC., na Mesopotâmia
como uma série de patamares ajardinados,
. A estátua de Zeus feita pelo escultor ateniense Fídias em 430 aC., na cidade
grega de Olímpia,
. o Templo de Ártemis na cidade grega de Éfeso (corresponde à deusa romana
Diana),
. o Mausoléu de Halicarnasso, na Ásia Menor, túmulo do rei Mausolo, da
Anatólia,
. o Colosso de Rodes, gigantesca estátua de bronze construída no porto da
cidade grega de Rodes para comemorar o fim do cerco militar a que a ilha
esteve submetida por volta de 305 aC.,
. o Farol de Alexandria, no Egito, construído em 280 aC., por ordem do rei
Ptolomeu II.
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Itaipu: monumento
da engenharia moderna
é atração turística
Itaipu (“pedra que canta”, em guarani), a maior hidrelétrica do mundo, é
injustamente mais elogiada pelas mídias estrangeiras do que pela brasileira.
Aqui pesam contra ela as acusações de ter destruído as Sete Quedas do Rio
Paraná, um conjunto de dezenas de cachoeiras espetacular, embora menos
grandioso do que as Cataratas do Iguaçu, que ficou submerso no grande lago
de 1.350 quilômetros quadrados contendo 29 bilhões de metros cúbicos de
água, cuja força aciona as turbinas de suas 18 unidades geradoras, cada uma
pesando 3.300 toneladas e capaz de gerar 12.600 mW – o correspondente ao
consumo de Estados como a Califórnia, nos EUA. Dos 1.350 quilômetros
quadrados ocupados pela represa, 770 mil km2 estão do lado brasileiro e 580
mil km2 estão do lado paraguaio. Para construir a represa, que usou 15 vezes
mais concreto que o Eurotúnel, foi necessário mudar o curso do sétimo rio do
mundo, o Paraná, na fronteira entre o Brasil e o Paraguai, e remover mais de
55 milhões de metros cúbicos de rocha.
O fato é que, passados mais de vinte anos de sua construção, a grande
produção de energia proporcionada pela hidrelétrica revelou-se necessária
para o País e hoje se pensa que seria até burrice ter tal disponibilidade de água
e não aproveitá-la. Hoje Itaipu fornece 25% da energia consumida pelo Brasil
e 80% da usada pelo Paraguai. O sacrifício das Sete Quedas em nome do
progresso é um pouco aliviado pela existência de outros grandes espetáculos
do mesmo nível ainda praticamente não descobertos pela indústria turística,
em rios como o próprio Iguaçu. A 220 km de Foz do Iguaçu (80 deles em
estrada de terra), esse rio outra vez se abre em espetaculares conjuntos de
cataratas, tão extensas como as de Foz, embora menos altas: são as Cataratas
de Iucumã, na altura de Santa Catarina, na fronteira com o Paraguai (as
agências de turismo de Foz do Iguaçu promovem excursões de turismo-
aventura para esse local, ainda inóspito).
O grandioso reservatório de Itaipu, que não tem a forma tradicional de um
lago, mas a de uma ramificada espinha de peixe constituída por um trecho de
vários km do Paraná e seus afluentes, também submergiu propriedades, casas
e vilas – e os moradores nem sempre ficaram contentes com as novas terras
oferecidas como ressarcimento.
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O fato é que a empresa Itaipu até hoje acompanha a vida daquelas
comunidades ribeirinhas e lhes ofereceu muito mais oportunidades
econômicas do que teriam sem a represa.
Para atender à população local e minimizar o impacto ambiental da represa,
Itaipu desenvolveu inúmeros projetos comunitários na região, como trabalhos
de conservação do solo, fornecimento de água para irrigação, reservatórios
comunitários e programas de reciclagem de embalagens, além de ter criado o
Ecomuseu (na verdade um parque temático, com diversas atrações, como
importante acervo arqueológico, geológico, cultural, botânico e faunístico da
região) e importantes centros de pesquisa e referência sobre a fauna e a flora
locais.
Um deles é o Centro de Educação Ambiental, que divulga os conceitos do
uso sustentado da natureza nas escolas e entre a população local. Outra
iniciativa da hidrelétrica, a dos refúgios reflorestados formados na faixa de
proteção da represa, que ocupam 108.886 hectares, permitiu a volta de animais
que já estavam quase extintos na região antes da represa, por causa da
atividade agrícola.
O centro de produção de mudas para reflorestamento já reintroduziu 17
milhões de mudas de árvores nativas na região e tem feito importantes
pesquisas, como a da adaptação e introdução de árvores que fornecem madeira
de boa qualidade e crescem rápido. Isso sem falar no criadouro de animais
silvestres, que conseguiu reproduzir em cativeiro animais hoje raros na região,
que lá estão sendo reintroduzidos.
O criadouro, que resgatou mais de 30 mil animais das áreas que foram
inundadas, atualmente reproduz animais nativos para repovoamento da área e
em 10 anos já multiplicou em cativeiro 347 animais de 29 espécies. Já chegou
a ser notícia no exterior quando seus técnicos e cientistas reconstituíram o bico
quebrado de um tucano usando novos e resistentes materiais feitos a partir de
mamona. Pesquisadores de Itaipu, do CNPq, do Ibama, da Universidade
Federal do Paraná e do Zoológico de Curitiba conseguiram reproduzir em
cativeiro espécies raras como o gato-do-mato-pequeno, o gato-maracajá, a
jaguatirica e o veado-bororó (o menor do Brasil com 45 cm de altura e 73 cm
de comprimento), nas margens brasileiras da represa. Nas margens paraguaias,
excelentes resultados estão sendo obtidos na reprodução do cachorro-do-mato-
vinagre e do cervo-do-pantanal. São todos animais ameaçados de extinção,
assim como a anta, o jacaré-do-papo-amarelo e a arara-canindé (que não era
mais vista no Paraná desde 1986 e da qual já nasceram oito exemplares em
cativeiro para repovoamento).
Como resultado dessa ação continuada desde os anos 70 e do fechamento das
comportas, em 1982, a quantidade de espécies de peixes presentes no Rio
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Paraná antes da represa aumentou de 113 espécies para 179. Hoje esse lago
apresenta o melhor rendimento para a pesca comercial em todo o Rio Paraná.
Se antes da usina havia apenas 113 pescadores cadastrados na região, hoje eles
são mais de 500, sem contar os ribeirinhos que são pescadores esporádicos.
Por ano, eles obtêm do rio cerca de 1.550 toneladas de peixes como armado
(chega a 8 quilos), corvina (2 quilos), mapará (1 quilo), curimbatá (2 quilos),
dourado (30 quilos), além de peixes pequenos como cascudo e mandi.
Nas margens brasileiras da represa, foram identificadas 44 espécies de
mamíferos e 305 de aves. No lado paraguaio, onde as matas ainda não tinham
sido tão devastadas pela atividade agrícola, encontraram-se 62 espécies de
mamíferos e 409 de aves. Espécies raras ainda são vistas nessas florestas,
como a onça-pintada, o veado-bororó e o gavião-real, a maior ave de rapina da
América do Sul, depois do condor dos Andes e do urubu-rei.
Mais de 10 milhões de pessoas, de 70 países, já visitaram a hidrelétrica que
virou até tema de ópera feita por Phillip Glass. Os interessados têm três
opções de visita a Itaipu: a turística, que permite vista externa panorâmica dos
8 km de extensão da usina, com paradas em dois mirantes, a especial, que dá
acesso às partes externas e internas da usina, com paradas nos mirantes e no
Edifício de Produção, e a técnica, dirigida a engenheiros e estudantes, que
permite chegar até o eixo de uma turbina.
Além de fomentar a pesca, a criação do grande reservatório também
estimulou o turismo, as atividades de lazer e os esportes náuticos na região,
que tem oito praias (Sete lagoas, Santa Terezinha, São Miguel, Santa Helena,
Itaipulândia, Missal, Porto Mendes e Pato Bragado) e várias bases para
canoagem, pesca e jet-ski.
Como é passar um fim de
semana no hotel das cataratas...
Fui conferir como é passar um fim de semana no Tropical das Cataratas Hotel
e Resort, em Foz do Iguaçu, Paraná, o mais famoso complexo hoteleiro
brasileiro no exterior por causa da localização privilegiada: ele fica num
promontório que avança sobre nada mais nada menos que uma das sete
maravilhas do mundo natural: as Cataratas do Iguaçu, tombadas pela Unesco
em 1986 como Patrimônio Natural da Humanidade. Outro privilégio: o hotel é
o único dentro do Parque Nacional do Iguaçu, criado em 1939, uma das
maiores reservas florestais da América do Sul, com 185 mil hectares de
floresta subtropical atlântica bem conservada, onde podem ser vistos de perto
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animais como tucanos e quatis – fáceis de encontrar aos bandos até nos jardins
e sacadas do hotel.
Para ir passear nos cerca de 2 quilômetros de trilhas e passarelas do parque
nacional que mergulham no lado brasileiro das cachoeiras, chegando inclusive
na beira úmida e nevoenta de um dos maiores saltos de todo o conjunto, o
Salto Floriano, no abismo da Garganta do Diabo, basta caminhar à frente do
hotel. Idosos e deficientes podem ir de elevador quase diretamente ao
belvedere construído sobre o abismo e banhado pelas águas do Floriano.
O prédio do hotel, concebido nos anos 50 com 47 apartamentos para ser
também um cassino, recria com elegâcia o estilo colonial brasileiro com
sacadas e grandes janelas avistando as matas e as cataratas. Várias vezes
ampliado, hoje tem 200 apartamentos, mas manteve e realçou o estilo
neocolonial que lhe dá um ar de palacete europeu. Tem até uma torre com
vista privilegiada para as cataratas. Fica bem no meio do parque, a 25 km da
cidade e a 15 km do aeroporto.
Cerca de 90% dos hóspedes são estrangeiros por causa da grande divulgação
das cataratas no exterior: elas estão entre os três principais destinos turísticos
do Brasil nos pacotes das agências de viagem de todo o mundo, junto com Rio
de Janeiro e Salvador.
A construção do prédio, iniciada em 1954, foi logo abandonada por causa das
dificuldades de acesso: na época não existiam a Estrada das Cataratas nem
vôos regulares para Foz do Iguaçu. O primeiro prédio, feito pela empresa
Hotéis Bianchi, foi terminado em 1959, na expectativa da legalização do jogo
no Brasil, o que não ocorreu. A administração do hotel foi nesse mesmo ano
passada para a Real Tur Hoteleira, ligada à Real Transportes Aéreos.
Foi o primeiro hotel da Rede Tropical, marca que surgiu em 1967, quando a
Varig adquiriu o controle acionário da Real Tur Hoteleira e passou a fazer os
contratos de arrendamento do prédio com a União, que é sua proprietária, pois
está situado num parque nacional.
Atualmente ele está arrendado por R$ 19.500 por mês, mais 10% dos lucros
mensais. Hoje, incluindo o Hotel das Cataratas, a rede tem seis conceituados
hotéis, distribuídos nos principais destinos turísticos do País: Amazonas
(Manaus), Paraíba (Tambaú), Bahia (Salvador), São Paulo (o Tropical
Planalto Hotel, no Centro) e Minas Gerais (Araxá).
O Hotel Tropical das Cataratas tem 2 suítes presidenciais com sala e dois
quartos cada uma, 3 suítes nobres, 4 suítes júnior, 42 apartamentos de luxo, 52
apartamentos de tipo superior e 97 apartamentos standard. Muitos
apartamentos têm banheira, algumas com hidromassagem, uma ótima pedida
para relaxar depois de uma caminhada. Todos os apartamentos têm ar
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condicionado, cofre, frigobar, telefone, tevê a cabo, serviço de mensagens e
room service 24 horas.
Por causa da distribuição do prédio, existem apartamentos de todas as
categorias com vistas para as cataratas, embora o visual de qualquer janela do
prédio seja agradável, por causa dos jardins que o cercam e da mata que cobre
o horizonte.
A força das cataratas é tanta que as grandes janelas vibram e precisam ser
escoradas com cunhas de madeira. A vibração aumenta quando chove, por
causa do vento e do maior volume de água.
O prédio também tem uma grande sala com lareira, salão de jogos, sala de
internet, restaurante internacional e churrascaria com música ao vivo, lojas,
jardins, piscina, bosque, playground, quadras de tênis e vôlei e um campo de
futebol no meio da floresta.
Um dos hotéis de luxo brasileiros mais visitado por turistas de todo o mundo,
o Tropical das Cataratas tem tradição de hospedar reis, príncipes (como a
princesa Diana e o rei Juan Carlos da Espanha) e caravanas de estrangeiros. É
também bem menos caro do que parece, pois os pacotes das agências de
viagem chegam a diminuir pela metade o preço das diárias afixado na
recepção (Veja Nosso Guia, na página...)
A cada dia, uma bandeira de um país é hasteada, homenageando a
procedência do maior grupo de turistas naquele momento hospedados. À
noite, os cassinos da Argentina e do Paraguai buscam e trazem gratuitamente
os hóspedes que quiserem jogar.
O hotel está intimamente ligado ao parque nacional, que, além de ser o mais
lucrativo do País, é o mais bem organizado. Uma das maiores fontes de
arrecadação de impostos em Foz do Iguaçu, foi esse hotel que divulgou
internacionalmente a beleza das cataratas, tornando-as um dos principais
destinos de quem quer conhecer o Brasil. O hotel ajuda a conservar o parque e
também reconstruiu as rampas, passarelas e belvederes sobre as cachoeiras,
destruídos numa enchente em 1990.
A nova rede de tratamento de esgoto do Tropical das Cataratas, que está para
ser inaugurada, confere-lhe o ISO 14.000, referente a empresas que não
poluem o meio ambiente. O esgoto é filtrado e seus elementos tóxicos são
desativados em grandes tanques biológicos subterrâneos (que ficam embaixo
de um jardim), antes de ele ser devolvido ao rio como água tratada. Esses
biodigestores são constituídos por camadas de pedras picadas (brita), em cuja
superfície se instalam bactérias capazes de digerir óleo e outros produtos
químicos, como água sanitária. O projeto desenvolvido pelo Tropical das
Cataratas tem capacidade para tratar o esgoto de uma cidade de 30 mil
habitantes e já está sendo considerado um modelo.
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Os hóspedes recebem uma carteirinha que lhes permite sair do parque e
voltar sem precisar pagar o ingresso. No próprio hotel existe uma operadora
de turismo que agenda excursões pelo lado brasileiro das cachoeiras
(passarelas e passeio do Macuco, com trilha e botes infláveis sob as quedas),
pelo lado argentino (passarelas argentinas e Gran Aventura, com trilha e botes
pecorrendo o lado argentino das quedas, além de atividades radicais como
rapel em árvores e cachoeiras) e até passeio de helicóptero que permite
deslumbrantes e reveladoras visões do conjunto das cachoeiras.
Os hóspedes também participam de atividades culturais como conferências
nos auditórios abordando a flora e a fauna das florestas subtropicais atlânticas.
Nas noites de lua cheia, o hotel promove, com apoio do Ibama e da Polícia
Florestal, que faz a segurança dos grupos, passeios de lanterna pelas
passarelas das cachoeiras. A principal atração é justamente a lua, refletida nos
abismos e no espelho de água do rio, responsável por um dos mais belos
espetáculos da natureza à noite: os redondos arco-íris lunares que se formam
por causa da grande quantidade de gotículas de água no ar e se refletem junto
com a lua nas águas do Iguaçu.
À noite, a não ser nessas excursões, não é permitido andar no parque, para
evitar risco de ataque de animais. A estrada que entra no parque também fica
fechada para evitar que eles sejam atropelados. Veados e até onças
comumente cruzam a estrada nesse período. Depois de prontas as obras de
revitalização do parque, o acesso dos carros será proibido: eles deverão ficar
no estacionamento da entrada e os turistas serão levados em ônibus e vãs.
Por todo o parque, o contato com a natureza, as plantas e os animais é
constante. Embora a tentação seja grande, pois os quatis que invadem os
corredores externos do hotel chegam a puxar a barra das calças dos turistas
claramente pedindo alimento, os funcionários do hotel e do parque explicam
que não devemos dar nossa comida a eles, pois isso quebra sua dieta de frutos,
minhocas e insetos e acaba fazendo-os atacar turistas para roubar doces e
pipocas.
Parques em obras
Orçadas em R$ 30 milhões, as obras de revitalização do Parque Nacional de
Iguaçu, que tiveram início há poucos dias, estão sendo feitas pela empresa
Cataratas do Iguaçu, formado pelo Consórcio Satis, que venceu a licitação
feita em 1998, e deverão ser entregues em duas etapas.
A primeira, prevista para ficar pronta em setembro, inclui a construção do
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novo Centro de Visitantes do parque, que terá 3 mil metros quadrados e terá
posto de informações turísticas, ambulatório, sala de projeção, espaço pra
exposições, correio, posto telefônico, banco, lanchonete e bilheterias. O
ingresso ao parque também deverá sofrer reajuste e irá dos atuais R$ 6 para
cerca de R$ 8.
Para evitar atropelamentos de animais, a entrada de carros no parque deverá
ser proibida também de dia (hoje a estrada só fica fechada à noite). Os
visitantes deverão deixar os carros num amplo estacionamento com
capacidade para 700 carros que está sendo construído na entrada e serão
levados até as cataratas por uma linha de ônibus do parque.
Também faz parte da primeira etapa do projeto, orçada em R$ 10 milhões, a
construção de um grande centro de convivência ao lado das cataratas, com
mirante e espaço para apresentações de música e teatro. É nessa área que o
Hotel Tropical das Cataratas está programando um espetáculo musical no
próximo Réveillon, que marca a passagem do milênio.
A segunda fase, que deverá ser concluída em julho de 2001, prevê a
construção do Edifício Ambiental, a 3 km da entrada do parque – um prédio
de sete andares dedicado à educação ambiental. A construção de dois novos
mirantes e de um centro de exposições também está prevista. O elevador que
dá acesso ao mirante do Salto Floriano também será reformado e irá até o
andar de baixo, o que facilitará o acesso dos deficientes.
Além da revitalização do parque, a Hidrelétrica de Itaipu também passará por
reformas que a tornarão ainda mais interessante. Estão previstos a construção
de um elevador panorâmico, um simulador de viagens virtuais e um teleférico,
além de um show noturno de luz e som parecido com o que é apresentado nas
pirâmides do Egito. O espetáculo será montado na barragem e no vertedouro
da usina e contará com 50 canhões de luz. O espetáculo deve estrear em maio
de 2001, quando a usina completa 27 anos, e terá duração de 20 minutos. Para
ver o show, os visitantes deverão pagar ingressos entre R$ 10 e R$ 15.
A visita à hidrelétrica, que atualmente é grátis, também passará a ser cobrada
a partir de dezembro, segundo previsões da empresa. O ingresso deve custar
em torno de R$ 5.
Ao mesmo tempo, o Parque Nacional argentino também começa a ser
remodelado e vai ter um novo Centro de Visitantes e mais passarelas sobre as
cataratas e corredeiras, inclusive um trenzinho.
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Cabeça de Vaca: o
explorador que descobriu
as grandes cataratas
Elas já eram conhecidas havia milênios pelos índios do Sul do Brasil,
principalmente pelos guaranis, que as chamavam Iguaçu, isto é, a grande
água. Mas o primeiro europeu a avistar as Cataratas do Iguaçu foi um dos
maiores aventureiros da História: o explorador espanhol Alvar Núñes Cabeza
de Vaca (1490-1557), contemporâneo de Cabral. Quase desconhecido no
Brasil, e até em Foz do Iguaçu, Cabeça de Vaca é mais conhecido no
Paraguai, na Argentina (onde dá nome a um dos 275 saltos das cataratas) e,
principalmente, nos Estados Unidos, pois esteve por lá oito longos anos antes
de vir para a América do Sul.
Tem ganhado constante atualidade nos EUA, onde é tema de filmes, museus
e sites na Internet, principalmente por causa de sua experiência como feiticeiro
indígena e precursor dos movimentos pacifistas e da antropologia moderna.
Cabeça de Vaca era filho de nobres de Jerez de la Frontera, na Espanha. A
família ganhou esse estranho nome porque Martin Alhaja, seu ancestral,
sinalizou, em 1212, nas batalhas de Navas de Tolosa, contra os árabes que
então ocupavam a Península Ibérica, uma passagem para as tropas com uma
cabeça de vaca. Por isso Jerez de la Frontera, a pequena vila fortificada perto
de Sevilha que traz em seu nome a lembrança de que um dia esteve entre o
mundo cristão e o árabe, é hoje cidade irmã de Foz do Iguaçu.
Mas a grande aventura de nosso herói começou em 1527, quando ele veio
para a América como tesoureiro de uma expedição para a Flórida em busca de
ouro. As cinco caravelas com 600 homens chegaram à América Central,
quando 150 homens desertaram. Dois meses depois, quase todos os outros
morriam no Golfo do México, onde as últimas caravelas naufragaram numa
tempestade perto do Rio Mississipi, o que valeu para Cabeça de Vaca o
apelido de El Tormentoso. Os poucos que chegaram às praias foram atacados
por índios antropófagos.
Só Cabeça de Vaca e mais três tripulantes sobreviveram. Cabeça de Vaca
acabou escravo de um sábio pajé e, ao longo dos longos oito anos em que
esteve perambulando pelos EUA, do Texas até Sinaloa, aprendeu muitas de
suas artes e chegou a tornar-se curandeiro também, sendo-lhe atribuída a
ressurreição de uma jovem índia, o que lhe valeu fiéis seguidores nativos.
Cabeça de Vaca, o conquistador conquistado, apaixonou-se pela cultura dos
índios e teria sido apenas mais um deles se não tivesse sido resgatado pelos
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espanhóis em 1536, que o remeteram para a Cidade do México, de onde
voltaria para a Espanha em 1540.
Continuou ainda com a mesma idéia fixa que o acompanhava quando
perambulava nu e descalço pelas savanas americanas: encontrar o Eldorado, a
cidade de ouro.
Em 1541, conseguiu convencer a Corte espanhola a financiar-lhe uma nova
aventura nas Américas. Chefiou uma expedição de três naves e 400 homens
pelo Rio da Prata e pelo Paraguai, tornando-se governador dessa região de
1542 a 1544. Foi nessa época, mais precisamente em fevereiro de 1542, que
Cabeça de Vaca “descobriu” Foz do Iguaçu: descendo o Rio Iguaçu ao
atravessar o Estado do Paraná, sua expedição quase caiu nas cataratas, que
foram percebidas a tempo por causa do ruído estrondoso. Cabeça de Vaca
batizou-as de Saltos de Santa Maria.
Em pouco tempo, porém, sua postura diferente em relação aos indígenas –
foi um dos precursores das políticas de não-violência, ao defender a integração
pacífica – e as alianças que fazia com as tribos acabaram indispondo-o com a
Corte.
Acabou preso e levado de volta para a Espanha, onde também despertava
dúvidas na Santa Inquisição, o que lamentavelmente o teria feito calar sobre
sua experiência como xamã indígena. Em 1546, foi desterrado para Orã, até
que o rei Felipe II o anistiou, nomeando-o membro de um supremo tribunal
em Sevilha, distrito a que até hoje está subordinada a pequena Jerez de la
Frontera. Lá morreu em 1559, quando era prior de um convento.
Escreveu dois livros, contando sua experiência nos Estados Unidos, na
América Central e na América do Sul, que no Brasil foram reunidos num só
volume: Naufrágios e Comentários.
CABEÇA DE VACA
O primeiro europeu a avistar as Cataratas do Iguaçu foi o explorador espanhol
Alvar Núñes Cabeza de Vaca (1490-1557), filho de nobres de Jerez de la
Frontera, na Espanha. A família ganhou esse estranho sobrenome porque um
de seus antepassados sinalizou, em 1212, nas batalhas contra os árabes, uma
passagem para as tropas com uma cabeça de vaca . Alvar Núñes veio para a
América numa expedição à Flórida em busca de ouro em 1527, com cinco
caravelas e 600 homens. Atacados por doenças e tempestades, quase todos
morreram no Golfo do México perto da foz do Rio Mississippi.
Os poucos que chegaram às praias foram atacados por índios antropófagos.
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Cabeça de Vaca acabou escravo de um sábio pajé e, ao longo dos longos oito
anos em que esteve perambulando pelos Estados Unidos, do Texas até
Sinaloa, aprendeu muitas de suas artes e chegou a tornar-se curandeiro
também, o que lhe valeu seguidores nativos. Foi resgatado pelos espanhóis em
1536 e voltou para a Espanha em 1540.
Continuou ainda com a mesma idéia fixa que o acompanhava quando
perambulava nu e descalço pelas savanas americanas: encontrar o Eldorado, a
cidade de ouro. Em 1541, chefiou expedição de três naves e 400 homens pelo
Rio da Prata e pelo Paraguai, tornando-se governador dessa região de 1542 a
1544.
Foi nessa época, em fevereiro de 1542, que ele "descobriu" as cataratas.
Em pouco tempo, porém, sua postura em relação aos indígenas - foi um dos
precursores das políticas de não-violência, ao defender a integração pacífica e
as alianças que fazia com as tribos - acabaram indispondo-o com a Corte.
Acabou preso e levado de volta para a Espanha, onde também despertava
dúvidas na Santa Inquisição, o que o fez calar sobre sua experiência como
xamã indígena. Em 1546, foi desterrado para Orã, até que o rei Felipe II o
anistiou, nomeando-o membro de um supremo tribunal em Sevilha, distrito a
que até hoje está subordinada a pequena Jerez de la Frontera. Lá morreu em
1559, quando era prior de um convento.
Escreveu dois livros, contando sua experiência nos Estados Unidos, na
América Central e na América do Sul, que no Brasil foram reunidos num só
volume: Naufrágios e Comentários.
PASSEIOS (dados não atualizados)
Brasil
Turismo receptivo: Caribe Turismo, guichês no Aeroporto de Foz, no centro
da cidade e em hotéis como o das Cataratas, promove excursões no Brasil e na
Argentina, onde tem filial, a IGR, tel. em Foz (0—45) 523-1230.
Parque Nacional do Iguaçu: Rodovia BR-469, km 11, Foz do Iguaçu, tel. (0—
45) 574-1697. Centro de Visitantes, museu, lanchonetes, passeios monitorados
pelas trilhas e Macuco Safári. Das 8h00 às 18h00, ingressos a R$ 6.
Informações turísticas: Iguassu Convention & Visitors Bureau, tel. (0—45)
523-0233, Av. Juscelino Kubitscheck, 469, sala 202, tel (0—45) 523-0233, e-
mail icvb@foznet.com.br, home page www.iguassu.com.br.
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Macuco Safári de Barco: Rodovia das Cataratas, km 25, dentro do Parque
Nacional, de terça a domingo, das 9h às 17h30, segundas-feiras, de 13h30 às
17h30. As saídas são de 15 em 15 minutos e o passeio dura cerca de duas
horas. O barco tem capacidade para 27 pessoas e o passeio custa US$ 33. E-
mail: macucosafari@foznet.com.br. Home page: www.macucosafari.com.br.
Parque das Aves: Rodovia das Cataratas, km 11, a 300 metros da entrada do
Parque Nacional. Ingressos a 16. Tel.: (0—45) 523-1007, e-mail:
birdparkfoz@foznet.com.br, home page: www.foz-tropicana.com.br.
Hidrelétrica de Itaipu: Avenida Tancredo Neves, 6.702, tel. (0—45) 520-6999,
E-mail: rp@itaipu.gov.br, Home page: www.itaipu.gov.br.
Ecomuseu de Itaipu: Av. Tancredo Neves, 6.001, tel. (0—45) 520-5817, E-
mail: ecomuseu@itaipu.gov.br.
Passeio de helicóptero: Helisul Táxi Aéreo: Rodovia das Cataratas, km 16,5,
tel. (0—45) 523-8422, e-mail: helisul@foz.net. Vôos panorâmicos a partir de
US$ 60 por pessoa (10 minutos, mínimo de tres passageiros).
Argentina
Parque Nacional Iguazú, Ruta Nacional, km 12, cobra US$ 5 o ingresso mais
cerca de US$ 3 por carro que entra no parque.
Cataratas argentinas: quatro passeios diferentes que incluem trilhas, passarelas
e barco que mergulha nas quedas (batismo nas cataratas) - Iguazú Jungle
Explorer, tel. (0—54) 421-600 (guichê do Hotel Sheraton, no lado argentino).
E-mail: iguazu@imsatl.com (sede da empresa, no Parque Nacional Iguazú),
preço: R$ 60 (33 dólares)
Rapel na floresta: Passeio Forest (rapel em árvores e cachoeira no meio da
mata) - Aguas Grandes, tel. (0--54) 757-31140 e (0--54) 757-21104, Calle
Mariano Moreno, número 58, Puerto Iguazu, Missiones, Argentina, preço: R$
60 por pessoa (30 pesos). Os guias entendem português e se comunicam bem
com os turistas.