O artigo descreve o Centro Cultural Franco-Moçambicano (CCFM) em Maputo, Moçambique. O CCFM promove a cultura francesa, francófona e moçambicana através de exposições, espectáculos, aulas e outras actividades. É também um local histórico importante na cidade, instalado num antigo edifício colonial.
1. 80 DIVO JULHO / AGOSTO 2014
Há anos que frequento o ‘Franco-Moçambicano’, sem reflectir exacta-
mente sobre o seu verdadeiro valor enquanto emblema da capital mo-
çambicana. Sempre que me apetece comer uma foccacia de presun-
to ou uma deliciosa tarte de castanha de cajú, não penso duas vezes:
tomo o rumo da Cafetaria Vida Pura, um agradável recanto dentro do
Centro, e deleito-me com aquelas iguarias.
Maso‘Franco’temmuitomaisdoqueboacomidaparaoferecer,eporisso
volto lá sempre que tenho um encontro de trabalho. É o primeiro sítio que
mevemàcabeça.Aatmosferadolocalencanta-me.Osartistasqueporali
circulam, e a variedade de idiomas que se fazem ouvir, recordam-me al-
gumas capitais europeias cosmopolitas, onde qualquer um se sente bem-
-vindo. E as instalações são bem confortáveis, contando-se duas salas de
espectáculos, salas de exposições, uma mediateca, salas de aula, e um
jardim encantador, rodeado de esculturas impressionantes. Há também
uma loja de artesanato e uma de decoração de interiores.
Inaugurado a 13 de Julho de 1995, o CCFM, que é administrado con-
juntamente pelo Ministério da Cultura de Moçambique e pela Embai-
xada de França, é hoje um espaço consagrado à difusão da diversi-
dade cultural francesa, francófona e moçambicana. E é também um
local cheio de história e de estilo. Instalado num edifício colonial, o
antigo Hotel Club, cuja construção remonta a 1896, o ‘Franco’ desta-
ca-se pela sua arquitectura, em especial as varandas amplas e as co-
lunas em ferro forjado.
Arquitectura à parte, este templo das artes, localizado no centro da
Baixa de Maputo, bairro histórico da capital moçambicana, tem uma
missão importantíssima: abrir Moçambique às culturas francesa e fran-
cófona de qualidade, e promover as habilidades artísticas e culturais
moçambicanas. Missão que cumpre muito bem, a julgar pelo enorme
leque de actividades. Há um pouco de tudo: aulas de Francês, ateliers
de dança e teatro, sessões de jogos, encontros francófonos, espec-
táculos musicais, exposições, cinema, literatura, enfim, quem ama as
Artes tem sempre algo por fazer no ‘Franco-Moçambicano’.
Os artistas moçambicanos emergentes são seguramente grandes en-
tusiastas do CCFM, uma vez que obtêm lá um grande apoio para a di-
vulgação dos seus trabalhos. O que, sem dúvida, reforça a missão des-
te espaço, um dos cinco centros culturais franceses em África, a pos-
suir um estatuto binacional.
Se alguma vez vier a Maputo, não se esqueça de dar um pulo até ao
CCFM. Se não for pela Arte, que seja pelas pessoas e, em último caso,
pela comida.
MAPUTO A PRETO E BRANCO LOVE ANGOLA LOVE AFRICA LOVE LIFE LOVE STYLE