Israel Carvalho foi um poeta marginal do início do século 20 que publicou apenas uma obra chamada "Eu". O livro apresenta uma visão pessimista e materialista do homem através do uso de termos antipoéticos e descrições angustiantes. Apesar de ser seu único trabalho, a obra mescla estilos como simbolismo, parnasianismo e naturalismo em seus poemas.
2. - Poeta marginal: Sem escola literária ou estilo
de época definido.
- Autor de uma única obra, o livro “Eu”.
-Uso de termos antipoéticos
- Vocabulário agressivo (escarro, vermes,
podridão)
-Visão angustiante sobre a matéria
LIVRO “EU”, DE 1912
3. “Deus não existe, logo não há qualquer esperança para ninguém.”
(Pessimismo existencial, característico do realismo.)
“A ciência é suprema, seguindo seu curso independente da ação
humana.” (Cientificismo, característico do naturalismo.)
“O homem é apenas uma estrutura física, fruto da ação da energia e
de elementos químicos do cosmo, que interagem e se compõem, o
formando.” (Abstracionismo, característico do simbolismo.)
“O homem se encaminha para sua decomposição desde a sua
concepção, seja ele bom ou mau.” (Visão materialista mesclada com
pessimismo, característicos ao realismo)
4. -Musicalidade: Simbolismo
-Rigor técnico: Parnasianismo
-Determinismo e Zoomorfismo: Naturalismo
-Raciocínio antitético e contraditório: Barroco
-Valorização do cotidiano simples: Modernismo
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5. Eu, filho do carbono e do amoníaco,
Monstro de escuridão e rutilância,
Sofro, desde a epigênese da infância,
A influência má dos signos do zodíaco.
Profundissimamente hipocondríaco,
Este ambiente me causa repugnância...
Sobe-me à boca uma ânsia análoga à ânsia
Que se escapa da boca de um cardíaco.
Já o verme - este operário das ruínas -
Que o sangue podre das carnificinas
Come, e á vida em geral declara guerra,
Anda a espreitar meus olhos para roê-los,
E há de deixar-me apenas os cabelos,
Na frialdade inorgânica da terra!