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TERCEIRO SEMINÁRIO DOS ALUNOS DE PÓS-GRADUÇÃO EM LITERATURA
- UFSC - de 12 a 16 de agosto - 2013
MINICURSOS:
Poesia e Corpo
Ministrante: Telma Scherer
Resumo:
O minicurso objetiva propor uma reflexão sobre as relações entre poesia e corpo, dedicando-se à
abordagem de noções como ritmo e performance. Em um primeiro momento serão levantadas de
forma introdutória questões sobre as origens da nossa tradição literária e as influências que a
tecnologia da escrita operou sobre a noção de poesia que essa tradição consagrou. Em seguida será
feita uma leitura do conceito de voz e suas implicações para o entendimento do objeto literário,
listando-se e analisando-se em tópicos as características da voz que autorizam sua abordagem como
objeto a um tempo íntimo e fugidio. A partir de Paul Zumthor será pensada a poesia oral e suas
características, apontando-se as dificuldades de se criar um entendimento dessa noção ao dissociá-la
do conceito de performance e seu contexto. Seguirá um questionamento direcionado à poesia
brasileira do século XX, citando-se algumas fusões com a canção popular e possíveis diálogos com
a teoria da posia concreta no que esses fenômenos apresentam de intimidade com a materialidade
fazer poético. A problemática será finalmente relacionada à classificação proposta por Zumthor de
cinco momentos nos quais acontece o movimento poético, desde a concepção primeira até a
recepção e reiteração do texto poético.
Bibliografia sugerida:
BANDEIRA, Manuel. Apresentação da poesia brasileira. São Paulo: Abril, 1991.
__________. Estrela da vida inteira. Rio de Janeiro: Nova Fronteira, 1993.
CAMPOS, Augusto de. PIGNATARI, Decio; CAMPOS, Haroldo de. Teoria da poesia
concreta: textos críticos e manifestos 1950−1960. São Paulo: Ateliê, 2006.
CAVARERO, Adriana. Toward a philosophy of vocal expression. Trad. Paul A. Kottmann.
Stanford: Stanford University Press, 2005.
ONG, Walter J. Oralidad y escritura: Tecnologías de la palabra. Trad. Angélica Scherp.
Buenos Aires: Fondo de Cultura Económica, 2006.
ZUMTHOR, Paul. Escritura e nomadismo: entrevistas e ensaios. Trad. Jerusa Pires Ferreira,
Sonia Queiroz. Cotia, SP: Ateliê Editorial, 2005.
_________. Performance, recepção, leitura. So Paulo: Cosac Naify, 2007.
_________. Introdução à poesia oral. São Paulo: HUCITEC, 1997.
Literatura e Excesso: do Erotismo à criação de uma Estética Sadomasoquista
Ministrantes: Diego Moreira e Louisy de Limas
Resumo:
A proposta deste minicurso situa-se na abordagem de pensamentos sobre o erotismo, bem como da
perversão sexual do sadomasoquismo e suas representações em literatura. A partir da leitura de
autores como Georges Bataille, Octavio Paz, Sigmund Freud, Pauline Réage e Gilles Deleuze, entre
outros, buscaremos apoio no cinema, nas artes plásticas, na literatura, bem como na filosofia, a fim
de exceder a tênue linha que separa o prazer e a dor, o desejo e a repulsa; lá onde o erotismo e a
morte se encontram.
Em literatura, a análise dos comportamentos sexuais ditos “desviantes” teve sua gênese com a obra
Psychopathia Sexualis, do psiquiatra alemão Richard von Krafft-Ebing. Nesta obra, os nomes de dois
autores tornar-se-iam irremediavelmente ligados a duas perversões sexuais: à perversão daqueles
que obtém seu prazer sexual através da dor de outros, denominou-se sadismo, em referência ao
Marquês de Sade; e à perversão daqueles cujo prazer sexual advém do sofrimento, denominou-se
masoquismo, em referência a Leopold von Sacher-Masoch. A análise de Krafft-Ebing era, contudo,
parcial e tendenciosa, propondo curas e baseando-se em premissas morais e religiosas. Freud,
embora tenha conseguido ir mais longe, encontrava-se, igualmente, limitado pelos estatutos morais
de sua época. Já a partir do Século XX, com a teoria de Georges Bataille sobre o Erotismo, e
posteriormente na análise de Lacan sobre Kant e sua relação com Sade, bem como de Deleuze
sobre Masoch, a análise das perversões citadas passou a ser vista não mais como um mero desvio
ou falha de caráter do sujeito, mas como uma característica que, se não é natural ou intrínseca, ao
menos não deve ser enquadrada nos estatutos moralizantes de qualquer época.
Assim, o intuito do presente minicurso é o de retirar o sexo, bem como o erotismo, dos patamares
moral e biológico, e introduzi-lo no regime psicológico.
Bibliografia sugerida:
BATAILLE, G. História do olho. São Paulo: Cosac & Naify, 2012.
____________. O Erotismo. São Paulo: Arx, 2004.
DELEUZE, G. Francis Bacon: Lógica da Sensação. Rio de Janeiro: Jorge Zahar, 2007.
____________. Sacher-Masoch: o frio e o cruel. Rio de Janeiro: Jorge Zahar, 2009.
FREUD, S. Um caso de histeria, três ensaios sobre a teoria da sexualidade e outros trabalhos. Rio de Janeiro:
Imago, 2006.
____________. O problema econômico do masoquismo. In: O eu e o id, “autobiografia” e outros textos. São
Paulo, Companhia das Letras, 2011 (Obras completas volume 16).
LACAN, J. Kant com Sade. In: Escritos. Rio de Janeiro: Jorge Zahar, 1998.
NÏN, A. Uma espiã na casa do amor. Porto Alegre: L&PM, 2007.
PAZ, O. Sade: um mais além erótico. São Paulo: Mandarim, 1999.
PIETROFORTE, A. V. S. Amsterdã SM. São Paulo: Annablume, 2007 (Coleção Dix Editorial).
____________. Irmão noite, irmã lua. São Paulo: Annablume, 2008 (Coleção Dix Editorial).
RÉAGE, P. A história de O. São Paulo: Círculo do livro, 1972.
SADE, M. de. A filosofia na alcova ou os preceptores imorais. São Paulo: Iluminuras, 2008.
____________. Os cento e vinte dias de Sodoma ou a escola da libertinagem. São Paulo: Iluminuras, 2006.
____________. Os infortúnios da virtude. São Paulo: Iluminuras, 2008.
SACHER-MASOCH, L. von. A Vênus das peles. São Paulo: Hedra, 2008.
Introdução à guerra selvagem
Ministrantes: Alexandre Nodari, Felipe Vicari de Carli e Marcos Matos
Resumo:
A forma-Estado do pensamento atribuiu à guerra uma conotação negativa. O Estado moderno
nasce, como captura e capitalização do medo (afeto político fundamental), para pôr fim às guerras
civis, para garantir a segurança. Contudo, para se estabelecer, ele guerreia, instalando uma guerra
preventiva a toda forma de guerra. Para tanto, o inimigo é concebido como “negação ontológica do
outro ser” (Schmitt), e um projeto cosmopolítico da Paz Perpétua se constitui a partir de um direito de
conquista ontológica. Todavia, será que toda guerra constitui uma negação ontológica do Outro, uma
negação que deve, por sua vez, ser negada? Todo medo deve ser sublimado na segurança
transmitida pelo soberano? Não por acaso, as bases do Estado moderno são lançadas ao mesmo
tempo em que: 1) se dá a conquista do Novo Mundo, em que uma outra forma de guerra, a guerra
de vingança, ameaça a lógica do Nomos da Terra; 2) se dá o nascimento do romance moderno. Nossa
proposta é tentar estabelecer uma relação entre a destruição das formas de vida e de guerra
ameríndias, o processo de autonomização da arte e a conversão do medo em afeto negativo. Não
seria a literatura uma forma de continuação da guerra civil (sintomatizado pelas vanguardas, linhas de
frente) por outros meios? A literatura não seria o processo inverso ao da formação constante do
Estado, isto é, uma experiência de sair de casa para aprender o que é o medo? E não haveria uma relação
entre a literatura enquanto guerra e as guerras de vingança tupinambá? Nossa proposta é, tendo
como ponto de partida a vanguarda antropofágica (que reúne arte e guerra ameríndia), pensar a
figura da guerra selvagem contra o Estado, como contra-ontologia, tentando indicar possíveis relações
entre guerra civil, literatura e guerra de vingança Tupinambá.
Sessões:
- A relação entre literatura e Estado moderno; o Estado como guerra preventiva às guerras civis (e
confinamento do pensamento selvagem); a literatura como continuação da guerra civil; as
vanguardas como ápice dessa guerra. Hobbes e C. Schmitt X Tiqqun, Quixotismo e etc. O outro do
Estado: os selvagens e a sua guerra. O pensamento selvagem.
- A guerra de vingança Tupinambá, e outras guerras indígenas. A noção de dispêndio e o sacrifício
asteca. A guerra na vanguarda antropófaga: a descida, o moquém, a justiça do pau.
- Literatura e guerra selvagem. Figura da guerra selvagem: relações entre guerra civil, guerra dos
selvagens e literatura como guerra. Guerra e medo. Debate
Bibliografia sugerida:
Andrade, Oswald. A utopia antropofágica. 4 ed. Rio de Janeiro: Globo, 2011.
Bachofen, Johann Jakob. Myth, religion and mother right: selected writings. Trad.: Ralph Manheim.
Princeton: Princeton University Press.
Bataille, Georges. A parte maldita. Trad. Julio Castanon Guimarães. Belo Horizonte: Autêntica, 2013.
Clastres, Pierre. “Arqueologia da violência: a guerra nas sociedades primitivas”. Em: Arqueologia da
violência. São Paulo: Cosac Naify, 2011. pp. 215-250.
Carneiro da Cunha, Manuela L.; Viveiros de Castro, Eduardo. Vingança e temporalidade: os
tupinambá. In: Journal de la Société des Américanistes. Vol. 71, n. 71, 1985, pp. 191-208. Disponível em:
http://www.persee.fr/web/revues/home/prescript/article/jsa_0037-9174_1985_num_71_1_2262
Fernandes, Florestan. A função social da guerra na sociedade tupinambá. São Paulo: Globo, 2006.
(Terceiro capítulo: “Conclusões”, pp. 409-437).
Montaigne, Michel de. “Dos canibais”. Em: Ensaios. Livro I. Tradução de Rosemary Costhek
Abílio. São Paulo: Martins Fontes, 2002. pp. 302-320.
Nodari, Alexandre. Quixotismo: algumas hipóteses sobre o romance. Disponível em
http://www.academia.edu/4121944/Quixotismo_algumas_hipoteses_sobre_o_romance_versao_a
mpliada_
Revista de Antropofagia. 1ª e 2ª dentições. São Paulo, 1928-1929. Disponível em
http://www.brasiliana.usp.br/
Sztutman, Renato. O Profeta e o Principal: a ação política ameríndia e seus personagens. São Paulo:
EdUSP/Fapesp, 2012. (primeira parte: “Meditações clastreanas”, pp. 35-96).
Schmitt, Carl. O conceito do político. Tradução de Álvaro L.M. Valls. Petrópolis: Vozes, 1992.
Tiqqun. Introdução à guerra civil. Disponível em diversos idiomas em
http://www.bloom0101.org/translations.html
Viveiros de Castro, Eduardo. “Imanência do inimigo”. Em: A inconstância da alma selvagem e outros
ensaios de antropologia. São Paulo: Cosac Naify, 2011. pp. 265-294.
Cinema e Tradução Cultural
Ministrantes: Roberta Cantarela e Marcelo Spitzner
Resumo:
Se “a questão da tradução envolve um contato com a heteronomia, com a possibilidade de habitar
mais de uma casa, o que resulta na experiência de conviver com a diferença de modo geral e
especificamente com a diferença cultural” (CARVALHO, 2006), este minicurso se propõe a discutir
algumas teorias de tradução cultural e a sua relação com as teorias pós-coloniais. Tais teorias vêm
exercendo uma influência significativa na reconfiguração da crítica cultural, provocando um
deslocamento de abordagens dicotômicas dos conflitos sócio-políticos a favor de um pensamento
do interstício constituindo um campo transdisciplinar ubíquo e profuso (COSTA, 2012).
Para isso, selecionamos algumas obras cinematográficas que nos permitem perceber as limitações e
possibilidades de tradução dos sujeitos, do local e do global, bem como identificar e demonstrar
como traços sócio-culturais e éticos – característicos de momentos espácio-temporais distintos –
podem ser atualizados e comunicados a públicos diferentes, através do cinematográfico, com o
objetivo de provocar hibridizações de traços culturais dessa natureza, entre indivíduos dos mais
diversos lugares. Além disso esse minicurso também discutirá a adaptação audiovisual derivada de
uma obra literária questionando de que forma a obra literária e sua adaptação se apresentam como
signos um do outro, através de processos de leitura/tradução, de vida/sobrevida (Benjamim;
Rajagopalan, 2006).
Sessões:
- Crítica Cultural e Tradução Cultural.
- Representação, Práticas de Desconstrução e Hibridismo.
- Estudos Interdisciplinares e a Tradução Cultural: o pós-colonial, os estudos de gênero e a virada
descolonial.
- Tradução e Políticas de Localização: o local e o global, o eurocentrismo e o transnacionalismo.
- Tradução Cultural e Tradução Intersemiótica.
Bibliografia sugerida:
BRADFORD, Lisa Rose. El sentido de La traducción (desde los márgenes). Dispositio/n XXIV, 51
(1999/2000); 27-44, Department of Romances Languages, University of Michigan.
COSTA, Claudia de Lima. Feminismo e Tradução Cultural: sobre a colonialidade do gênero e a
descolonização do saber. Portuguese Cultural Studies, n.4, University of Ultrecht, Fall 2012.
Disponível em:
http://www2.let.uu.nl/solis/psc/p/PVOLUMEFOUR/PVOLUMEFOURPAPERS/P4DE
LIMACOSTA.pdf ou a revista completa em:
http://www2.let.uu.nl/solis/psc/p/PVOLUMEFOUR/PVOLUMEFOURPAPERS/P4CO
MPLETE.pdf
____________________ Feminismo, Tradução, Transnacionalismo. In COSTA, Claudia de Lima;
SCHIMIDT, Simone Ferreira. Poéticas e Políticas Feministas. Ilha de Santa Catarina: Editora Mulheres,
2004.
____________________ Lost (and Found?) in Transation: feminisms in hemispheric dialogue. Latino
Studies, 2006, 4, (62–78), c 2006. Disponível em:
http://www.ucis.pitt.edu/asc/conference/alas/pdf/CostaLost.pdf
DINIZ, Thais Flores Nogueira. Literatura e cinema: tradução, hipertextualidade, reciclagem. Belo
Horizonte: Faculdade de Letras da UFMG, 2005. Disponível em:
http://www.letras.ufmg.br/site/E-Livros/Literatura%20e%20Cinema%20-
%20da%20semi%C3%B3tica%20%C3%A0%20tradu%C3%A7%C3%A3o%20cultura.
pdf
FERREIRA, Élida; OTTONI, Paulo (orgs.). Traduzir Derrida: políticas e desconstruções. Campinas,
SP: Mercado das Letras, 2006.
GUALDA, Linda Catarina. Literatura e Cinema: elo e confronto. Matrizes Ano 3 – nº 2 jan./jul.
2010. Disponível em: http://www.matrizes.usp.br/index.php/matrizes/article/view/149
HUTCHEON, Linda. Uma teoria da adaptação. Trad. André Cechinel. Florianópolis: UFSC, 2011.
SOUZA, Lynn Mario T. Menezes de. Hibridismo e tradução cultural em Bhabha. In: ABDALA
JÚNIOR, Benjamin (org). Margens da cultura: mestiçagem, hibridismo & outras misturas. São Paulo:
Boitempo Editorial, 2004. P. 113-133.
SHOHAT, Ella; STAM, Robert. Crítica da Imagem Eurocêntrica. Trad. Marcos Soares. São Paulo:
Cosac Naify, 2006.
STAM, Robert. A literatura através do cinema: realismo, magia e a arte da adaptação. Trad. Marie-
Anne Kremer e Gláucia Renate Gonçalves. Belo Horizonte: UFMG, 2008.
____________ Introdução à teoria do cinema. Trad. Fernando Mascarello. Campinas: Papirus, 2003.
Filmes recomendados:
Desonra. Tít. Original: Disgrace. Dir. Steve Jacobs, 2008.
Encontros e desencontros. Tít. Original: Lost in Translation. Dir. Sofia Coppola, 2003.
O visitante. Tít. Original: The Visitor. Dir. Thomas McCarthy, 2007.
Conflito das águas. Tít. Original: También la Lluvia. Dir. Icíar Bollaín, 2010.
Beau travail. Dir. Claire Denis, 1999.
35 Doses de Rum. Tít. Original: 35 rhum. Dir. Claire Denis, 2008.
Minha Terra África. Tít. Original: White Material. Dir. Claire Denis, 2009.
Chocolat. Dir. Claire Denis, 1988.
Ler um mosaico fluido: alguns instrumentos crítico-teóricos para a recepção da
poesia contemporânea
Ministrantes: Julia Telésforo Osório e Patrícia Chanely Silva Ricarte
Resumo:
A leitura da recente poesia brasileira e portuguesa tem como condição sine qua non a remissão a
tendências da tradição moderna, algo que pode trazer tanto ganhos quanto perdas para o leitor, para
a poesia e para o poeta do tempo presente. Nesse sentido, o que se tem proposto, a partir das novas
bases teóricas da crítica de poesia, é uma concepção da produção poética que leve em conta, antes
de tudo, a reflexão e revisão crítica e literária de alguns postulados erguidos pela teoria e também
pelas poéticas modernas. Neste minicurso, pretendemos apresentar alguns poemas contemporâneos
que, em cotejo com um conjunto de textos críticos e teóricos, possam ampliar as discussões em
torno do lugar (ou dos lugares) da poesia na contemporaneidade com o objetivo de ler parte deste
mosaico fluido construído diante de nós, leitores, a cada nova obra publicada em território
brasileiro e português.
Sessões:
- Uma poética da continuidade: a condição da poesia contemporânea;
- A poesia não deve ficar em um museu: o diálogo com a tradição moderna;
- Dicotomias modernas colocadas em xeque: a discussão sobre o pretenso caráter não-
representacional da poesia;
- Os novos protocolos de leitura: a recuperação do sentido e o reencontro com o leitor;
- A secularização da poesia: o lugar da experiência vivencial e emocional na produção
contemporânea.
Bibliografia sugerida:
AGAMBEN, Giorgio. O que é o contemporâneo e outros ensaios. Trad. de Vinícius Nicastro
Honesko. Chapecó: Argos, 2009.
ALVES, Ida. Os poetas sem qualidades na poesia portuguesa recente. In: PEDROSA, Célia;
CAMARGO, Maria Lúcia de Barros (Org.). Poéticas do olhar. E outras leituras de poesia. Rio de
Janeiro: 7Letras, 2006.p. 217-227.
AMARAL, Fernando Pinto do. O mosaico fluido. Modernidade e pós-modernidade na poesia
portuguesa mais recente. Lisboa: Assírio & Alvim, 1991.
BAUDELAIRE, Charles. Sobre a modernidade: o pintor da vida moderna. Rio de Janeiro: Paz e
Terra, 1996.
______. Pequenos poemas em prosa. Trad. de Dorothée de Bruchard. São Paulo: Hedra, 2010.
BAUMAN, Zigmunt. Modernidade líquida. Rio de Janeiro: Jorge Zahar, 2001.
BERARDINELLI, Alfonso. Da poesia à prosa. Trad. de Maurício Santana Dias. São Paulo: Cosac
Naify, 2007.
BRITTO, Paulo Henriques. Trovar claro. São Paulo: Companhia das Letras, 1997.
______.Macau. São Paulo: Companhia das Letras, 2003.
______. Tarde. São Paulo: Companhia das Letras, 2007.
BUENO, Luís. Poesia e assunto. In: Revista Letras, Curitiba, n. 62, p. 139-143. jan./abr. 2004.
Editora UFPR.
CABRAL, Rui Pires. Música antológica & onze cidades. Lisboa: Presença, 1997.
______. Capitais da solidão. Vila Real: Teatro de Vila Real, 2006.
COMPAGNON, Antoine. Os cinco paradoxos da modernidade. Belo Horizonte: UFMG, 2010.
ENZENSBERGER, Hans Magnus. Linguagem universal da poesia moderna. In:______ Com raiva
e paciência. Ensaios sobre literatura, política e colonialismo. Trad. de Lya Luft. Rio de Janeiro: Paz
e Terra; Instituto Goethe, 1985.
______. A massa folhada do tempo: meditação sobre o anacronismo. In:______. Ziguezague.
Ensaios. Trad. de Marcos José da Cunha. Rio de Janeiro: Imago, 2003.
FREITAS, Manuel de (Org.). Poetas sem qualidades. Lisboa: Averno, 2002.
HAMBURGUER, Michael. A verdade da poesia. Tensões na poesia modernista desde Baudelaire.
Trad. de Alípio Correia de Franca Neto. São Paulo: Cosac Naify, 2007.
HEIDEGGER, Martin. A origem da obra de arte. Trad. de Maria da Conceição Costa. Lisboa:
Edições 70, 1992.
INIMIGO RUMOR, ano VI, n. 14. São Paulo: Cosac Naify, 2003.
______, ano X, n. 20. São Paulo: Cosac Naify, 2007.
JAKOBSON, Roman. Liguística e comunicação. Trad. de Izidoro Blikstein e José Paulo Paes. São
Paulo: Cultrix, s/d.
MACIEL, Maria Ester. Travessias de gênero na poesia. In: PEDROSA, Célia; CAMARGO, Maria
Lúcia de Barros (Orgs.). Poéticas do olhar. E outras leituras de poesia. Rio de Janeiro: 7Letras,
2006, p. 102-109.
MAFFEI, Luis (Org.). Portugal, 0. Rio de Janeiro: Oficina Raquel, 2007. v. 1 e 2 [Poesias de Manuel
de Freitas e Rui Pires Cabral, respectivamente].
MALLARMÉ, Stéphane. Crise do verso. In.: Inimigo Rumor. São Paulo, Ano X, 2007, n. 20, p.
150-164.
MAN, Paul de. Poesia lírica e modernidade. In:______. O ponto de vista da cegueira. Ensaios
sobre a retórica da crítica contemporânea. Trad. de Miguel Tamen. Braga; Coimbra; Lisboa:
AngelusNovus; Cotovia, 1999.
MARTELO, Rosa Maria. Em parte incerta: estudos de poesia portuguesa moderna e
contemporânea. Porto: Campo das Letras, 2004.
______. Vidro do mesmo vidro: tensões e deslocamentos na poesia portuguesa depois de 1961.
Porto: Campo das Letras, 2007.
______.Anos 90, breve roteiro da novíssima poesia portuguesa. Via Atlântica, São Paulo, n. 3,
1999. Disponível em:
<http://www.fflch.usp.br/dlcv/posgraduacao/ecl/pdf/via03/via03_17.pdf>. Acesso em: 23 jul.
2010.
PAZ, Octavio. A tradição da ruptura. In:______. Os filhos do barro. Rio de Janeiro: Nova
Fronteira, 1984.
PEDROSA, Célia. Poesia contemporânea: crise, mediania e transitividade (Uma poética do
comum). In: PEDROSA, Célia; ALVES, Ida (Orgs.). Subjetividades em devir. Estudos de poesia
moderna e contemporânea. Rio de Janeiro: 7Letras, 2008, p. 41-50.
PEDROSA, Célia; ALVES, Ida (Org.). Subjetividades em devir: estudos de poesia moderna e
contemporânea. Rio de Janeiro: 7Letras, 2008.
PESSOA, Fernando. Poesias. 15 ed. Lisboa: Ática, 1995.
QUINTAIS, Luís. Angst. Lisboa: Livros Cotovia, 2002.
______. Poesia revisitada (1995-2010). Rio de Janeiro: 7Letras, 2011.
SISCAR, Marcos. Metade da arte. São Paulo; Rio de Janeiro: Cosac &Naify, 2003; 7Letras, 2003.
______. O roubo do silêncio. Rio de Janeiro: 7Letras, 2006, p. 17.
Boa vizinha na parede
Ministrantes: José Virgílio Souza Maciel e Julia Magalhães de Oliveira
Resumo:
Intervenção artística na Galeria de Arte da UFSC. A partir da água e da tinta, promover a Boa
vizinha na Parede, escorrer as cores pelo suporte branco (parede) e instalar-se poeticamente no
espaço. Abrir a discussão ao redor da site-specific, vertente da arte contemporânea que busca
estabelecer uma relação da obra e sua localidade específica. Nos inspiramos no trabalho do artista
português Rodrigo Oliveira na abertura da temporada 2013 do Projeto Parede, Boa Vizinha (aquarela do
Brasil), no Museu de Arte Moderna de São Paulo. A ideia é repetir a experiência, porém, de maneira
ampliada. Enquanto Rodrigo, segundo a revista Moderno MAM (jan/fev/mar/2013), “pretende
investigar a condição daquilo que é individual em um mundo dominado pelo social”, nosso foco
seria inverso: investigar a condição daquilo que é coletivo em um mundo dominado pelo individual.
Ou, melhor, investigar a condição daquilo que não é nem propriamente individual, nem social, mas,
talvez, “poético”.
Sessões:
- Onde estamos. Questionamentos sobre o espaço físico e institucional. Corpo. Dinâmicas corporais,
contato, improvisação.
- Elementos. A cor e potencialidades, variações de tom, combinações complementares, harmonias; a
água para a cor (e vice-versa), a água e a cor para a pintura; a parede, o suporte, a neutralidade, o
branco e o risco.
- Ação. Intervir na parede escorrendo água de cor.
- Descanso.
- Registro. Quase tão importante quanto a atividade é seu registro. Uma vez que o aqui-e-agora da
obra está perdido, o registro torna-se dispositivo essencial para deslocamento do trabalho.
- Diálogo. Nada melhor para chegar a uma ideia de poético do que retornar à poesia e ao verso
escritos, procurando enxergá-los à luz da experiência compartilhada na parede, detectando
continuidades e descontinuidades entre o visual e o verbal (trata-se, sempre, da questão do sentido e
dos sentidos).
Bibliografia sugerida:
AGAMBEN, Giorgio. O fim do poema. In: Revista Cacto, n. 1. São Paulo: Alpharrabio, 2002.
BACHELARD, Gaston. Le droit de rêver. Paris: Presses Universitaires de France, 1973.
BARROS, Lilian Ried Miller. A cor no processo criativo: um estudo sobre a Bauhaus e a teoria de
Goethe. São Paulo: Senac, 2006.
BARBOSA, Ana Mae. Arte-educação pós-colonialista no Brasil: aprendizagem triangular. In: Ensino da
arte em foco. Florianópolis: UFSC, 1994.
CARDOSO, Joaquim. Poesias completas. Rio de Janeiro: Civilização Brasileira, 1971.
DERRIDA, Jacques. Che cos'è la poesia. In: Revista Inimigo rumor, n. 10. Rio de Janeiro, 2001.
DEWEY, John. Arte como experiência. São Paulo: Martins Fontes, 2010.
KAYE, Nick. Site-specific art: performance, place and documentation. London: Routledge, 2000.
KWON, Mywon. One Place after Another: site specific art and locational identity. Cambridge: MIT Press,
2002.
NANCY, Jean-Luc. Resistência da poesia. Viseu: Vendaval, 2005.
PONGE, Francis. O partido das coisas. São Paulo: Iluminuras, 2000.
SCHAFFER, Murray. O ouvido pensante. São Paulo: UNESP, 1991.
ORATURA: literatura oral africana nos espaços coletivos de educação
Ministrante: Izabel Cristina da Rosa Gomes dos Santos
Resumo:
O minicurso “ORATURA: literatura oral africana no contexto das instituições educativas” objetiva
uma intersecção entre o proposto pela lei e o que se conhece da cultura afro-brasileira nas
instituições educativas. O minicurso, com aporte nas questões legais, mais especificadamente à lei
11.645 que inclui, além da cultura afro-brasileira, a indígena buscará verticalizar em um dos
principais focos das culturas africanas: a oralidade e a especificidade das culturas que consideram o
ouvir e a musicalidade das palavras, caracterizando a função ‘griótica’ do exercício intenso,
interativo de guardião da memória. Nesse sentido, pretende-se abordar que o griot e “seus relatos
têm relação com a identidade coletiva e permite a sua identificação com o povo, com a
comunidade. [...] A sua atuação ganha especial importância porque traz consigo a memória
profunda que cuida da compreensão do tempo histórico e sua relação com o espaço.” (MELO,
2009, p.150). A proposta ainda tem aporte em alguns contos de escritores africanos, como Ondjaki,
Luandino Vieira, Mia Couto, Agualusa e Boaventura Cardoso.
Bibliografia sugerida:
BRAGANÇA, Albertino e outros. Contos africanos dos países de língua portuguesa. Org. Rita
Chaves. São Paulo: Ática, 2012.
BRAZ, Júlio E. Lendas negras. São Paulo: FTD, 2001.
MELO, Marilene Carlos do Vale. A FIGURA DO GRIOT E A RELAÇÃO MEMÓRIA E
NARRATIVA. In: LIMA, Tania; NASCIMENTO, Isabel; OLIVEIRA, Andrey (Orgs.). Griots –
culturas africanas linguagem, memória, imaginário. 1 ed. Natal: Lucgraf, 2009.
ONDJAKI. Bom dia camaradas. São Paulo: Agir, 2006.
_______. Os da minha rua. Col. ponta-de-lança. RJ:Língua Geral, 2007.
_______. Avó Dezanove e o segredo do soviético. São Paulo: Cia das Letras, 2009.
Narrativas de cárcere através do rap – a poesia da violência
Ministrante: Carla Mello
Resumo:
O objetivo deste minicurso é apresentar o rap com suas narrativas sobre/no cárcere para, a partir
disso, discutir-se a temática da violência e as formas de opressão enfrentadas cotidianamente pela
população de periferia, bem como, colocar em xeque questões referentes à desumanização dos
sujeitos encarcerados. Para isso, apresentar-se-á um corpus específico de músicas do Brasil e
Portugal, fazendo-se também um resgate sobre a história do movimento hip hop e suas bandeiras
de resistência e denúncia em relação aos instrumentos de poder dominantes em nossa sociedade.
Sessões:
- Apresentar a história do movimento hip hop, focando principalmente o rap, apontando suas
origens e disseminações no Brasil e em Portugal.
- O rap como poesia que narra a violência: apresentar um corpus de músicas de rap do Brasil e de
Portugal para, a partir disso, refletir acerca das relações de poder e violência vivenciada nas
periferias.
- O cárcere como estigma: refletir acerca do espaço do cárcere e suas poesias de denúncia citando
exemplos de rappers no Brasil e em Portugal que encontraram através da música uma forma de
combater e denunciar a opressão que ocorre nesses lugares.
Bibliografia recomendada:
ADORNO, Sérgio. Racismo, criminalidade violenta e justiça penal: réus brancos e negros em perspectiva
comparativa. 1996. Biblioteca digital da Fundação Getúlio Vargas. Disponível em:
http://bibliotecadigital.fgv.br/ojs/index.php/reh/article/viewFile/2034/1173
CONTADOR, Antônio Concorda; FERREIRA, Emanuel Lemos. Ritmo & poesia: os caminhos do rap.
Lisboa: Assirio & Alvim, 1997.
KEHL, Maria Rita. A fratria órfã: conversas sobre a juventude. São Paulo: Olho d´água, 2008.
SOUSA, Rafael Lopes. O movimento hip hop: a anti-cordialidade da "república dos manos" e a estética da
violência. Annablume, FAPESP: São Paulo, 2012.
GUIMARÃES, Claudio A.G.& REGO, Davi U. As variáveis socioeconômicas como pressupostos para a
efetiva criminalização no sistema penal brasileiro. Revista da Faculdade de Direito da UFGM, 2010.
Disponível em: http://www.direito.ufmg.br/revista/index.php/revista/article/view/114
Anjos e Demônios: Figurações do Espiritualismo e da Queda nas Letras
Ministrantes: Diego Cervelin e Leonardo D´Ávila de Oliveira
Resumo:
A partir de um contraponto que será estabelecido entre as décadas de 1930 e 1950, o minicurso irá
percorrer o rumo de poetas outrora entendidos como espiritualistas para uma posterior abdicação
da transcendência, entre eles Jorge de Lima e Murilo Mendes. Essa hipótese será desenvolvida a
partir de dois percursos principais: em um primeiro momento será pensado como a abstração dos
objetos e o forte sentido de hierarquização presentes nesses autores, aos poucos, terão de ser
rearticulados para poderem abarcar a concretude do mundo e a sensibilidade, do mesmo modo em
que o realismo metafísico de Ismael Nery aos poucos terá de lidar com o problema da
sobrevivência de imagens; e, em um segundo momento, analisar-se-á como na poesia hermética de
Jorge de Lima a queda de uma dimensão supostamente plenipotenciária – paradisíaca, por assim
dizer – passará a ser pensada na condição de gesto de descida até a terra. Esse movimento, que
inclui ainda uma consideração a respeito da corporalidade vivente, abre espaço para o pensamento
de que a própria consistência da linguagem traz consigo a pervivência de um grito primevo – o qual,
por sua vez, impulsiona às invenções de sentidos.
Bibliografia sugerida:
AGAMBEN, Giorgio. Il sacramento del linguaggio. Archeologia del giuramento. Roma – Bari: Laterza,
2008.
COCCIA, Emanuele; AGAMBEN, Giorgio. Angeli: Ebraismo, Cristianesimo, Islam. Vicenza: Neri
Pozza, 2009.
HELLER-ROAZEN, Daniel. Ecolalias. Sobre o esquecimento das línguas. Tradução de Fábio Akcelrud
Durão. Campinas: Editora da UNICAMP, 2010 (Especialmente capítulos 1, 2 e 21).
LIMA, Jorge de. O anjo. 4 ed. Rio de Janeiro: Civilização Brasileira, 1998.
LIMA, Jorge de. “Invenção de Orfeu”, em: ___. Poesia completa. Rio de Janeiro: Nova Aguilar, 1997
(Especialmente Cantos I e II).
MENDES, Murilo. Recordações de Ismael Nery. São Paulo: EDUSP, 1996.
Carnaval, futebol e política nacional: a atualidade em Lima Barreto
Ministrante: Gabriela Hardtke Böhn
Resumo:
A partir de algumas crônicas selecionadas entre a obra completa de Lima Barreto, o grupo será
levado a refletir sobre as três temáticas elencadas e a visão muito particular do autor sobre eles,
revelando uma atualidade surpreendente, mesmo tendo se passado quase um século da publicação
desses textos. As atividades iniciarão com a apresentação do autor, uma breve descrição de sua
obra, bem como os aproveitamentos que a televisão e o cinema já fizeram de alguns desses títulos,
tais como o filme Policarpo Quaresma, herói do Brasil, de Paulo Thiago, e a novela global Fera Ferida. A
seguir, seguindo a ordem das temáticas, serão lidos os textos de uma coletânea distribuída
previamente aos alunos, discutindo-se pontos de aproximação entre os comentários de Lima
Barreto e o atual andamento da política brasileira, de nosso carnaval e do nosso esporte mor, o
futebol. Ao longo da leitura e reflexão sobre os textos, serão dadas explicações sobre vocabulário,
sobre a urbanidade do Rio de Janeiro do início do século, sobre os personagens da sociedade
carioca mencionados nas crônicas.
Bibliografia sugerida:
BARBOSA, Francisco de Assis. A vida de Lima Barreto; 1881-1922. 8. ed Rio de Janeiro: Jose
Olympio, 2002.
CÂNDIDO, Antônio. A crônica: o gênero, sua fixação e suas transformações no Brasil. Campinas,
SP: Editora da UNICAMP; Rio de JANEIRO: Fundação Casa de Rui Barbosa, 1992.
LIMA BARRETO, Afonso Henriques. Toda crônica. Rio de Janeiro: Agir, 2004. 2 v.
Cinema e Teoria Queer
Ministrantes: Marcelo Spitzner, Tatiana Brandão e Claudia Mayer
Resumo:
Este minicurso apresenta uma contextualização teórica da Teoria Queer e a relaciona a produções
cinematográficas contemporâneas diversas. O objetivo é construir análises e discussões de filmes,
tanto em nível temático quanto técnico, a fim de perceber tentativas de desestabilização dos
binarismos de gênero e sexualidade, do continuum sexo-gênero-desejo erótico e levantar suspeita
acerca da heterossexualidade como norma.
Sessões:
- O que é Teoria Queer: Partindo de uma perspectiva em que o queer é uma prática crítica,
discutiremos elementos teóricos que nos levam a refletir sobre a representação de sujeitos abjetos
no cinema contemporâneo, buscando por espaços de perspectiva não identitária e desestabilização
do hegemônico.
- Lésbicas e o (Novo) Cinema queer: (In)visibilidade lésbica e o male gaze no cinema; lésbicas e o
mainstream.
- Queer no contexto latino-americano: o corpo, a sexualidade e a afetividade no sul global.
- Corpo, (trans)sexualidade e (trans)gênero: o corpo trans no cinema.
Bibliografia sugerida:
BUTLER, Judith. Corpos que pesam: sobre os limites discursivos do ‘sexo’. In: LOURO, Guacira
Lopes (org.). O corpo educado: pedagogias da sexualidade. Belo Horizonte: Autêntica, 2007.
Disponível em: http://antropologias.descentro.org/files/downloads/2010/08/LOUROGuacira-
L._O- corpo-educado-pedagogias-da-sexualidade.pdf
MEIJER, Irene Costera; PRINS, Baukje. Como os corpos se tornam matéria: entrevista com Judith
Butler In: Estudos Feministas. 1/2002. 155-16 Disponível em:
http://www.scielo.br/scielo.php?script=sci_arttext&pid=S0104-026X2002000100009
MISKOLCI, Richard. Origens Históricas da Teoria Queer In: Teoria Queer: um aprendizado pelas
diferenças. Belo Horizonte: Autêntica, 2012. 21-34. Disponível em:
http://www.4shared.com/office/giuDYbFS/1_miskolci_queer.html
____. A teoria queer e a sociologia: o desafio de uma analítica da normalização In: Sociologias
no.21 Porto Alegre Jan./June 2009. Disponível em: http://www.scielo.br/pdf/soc/n21/08.pdf
LOURO, Guacira Lopes. Marcas do corpo, marcas de poder In: Um corpo estranho: ensaios sobre
sexualidade e teoria queer. Belo Horizonte: Autêntica, 2004.
____. Cinema e Sexualidade. In: Educação e Realidade. 33(1): 81-98. Jan/jun 2008. Disponível em:
http://seer.ufrgs.br/educacaoerealidade/article/view/6688/4001
____. Gênero e sexualidade: pedagogias contemporâneas In: Pro-Posições. V. 19 n. 2 (56)
maio/ago 2008. Disnponível: http://www.scielo.br/pdf/pp/v19n2/a03v19n2.pdf
PEREIRA, Pedro Paulo Gomes. Queer nos trópicos In: Contemporânea. V. 2, N. 2, P. 371-394,
Jul. – Dez. 2012. Disponível em:
http://www.contemporanea.ufscar.br/index.php/contemporanea/article/view/88
PRECIADO, Beatriz. Multidões queer: notas para uma política dos anormais In: Rev. Estudos
Feministas. vol.19 no.1 Florianópolis Jan./Apr. 2011. Disponível em:
http://www.scielo.br/scielo.php?pid=S0104-026X2011000100002&script=sci_arttext
Filmes recomendados:
Fabulous! The Story of Queer Cinema. Dir. Lisa Ades e Leslie Klainberg, 2006.
The Celluloid Closet. Dir. Rob Epstein e Jeffrey Driedman, 1995.
Meninos Não Choram. Tít. Original Boys Don’t Cry. Dir. Kimberly Peirce, 1999.
A Pele que Habito. Tít. Original La Piel que Habito. Dir. Pedro Almodóvar, 2011.
Hedwig: Rock, Amor e Traição. Tít. Original Hedwig and The Angry Inch. Dir. John Cameron
Mitchell, 2001.
Desejo Proibido. Tít. Original If These Walls Could Talk 2. Dir. Jane Anderson, Martha Coolidge e
Anne Heche, 2000.
Go Fish. Dir. Rose Troche, 1994.
Contra Corrente. Tít. Original Contracorriente. Dir. Javier Fuentes-León, 2009.
El cielo dividido. Dir. Julián Hernández, 2006.
El cuarto de Leo. Dir. Enrique Buchichio, 2009.
Elvis & Madona. Dir. Marcelo Laffitte, 2010. Madame Satã. Dir. Karin Ainouz, 2002.
Nossa Senhora dos Assassinos. Tít. Original La Virgen de los Sidarios. Dir. Barbet Schroeder, 2000.
Não conte a ninguém. Tít. Original No se lo digas a nadie. Dr. Francisco J. Lombardi, 1998.
Plata Quemada. Dir. Marcelo Piñeyro, 2000.
Ronda Nocturna. Dir. Edgardo Cozarinsky, 2005.
Breve Panorama do Novo Romance Histórico no Brasil
Ministrante: Cristiano Mello de Oliveira
Resumo:
Uma enquete imaginária que desejasse verificar o grande estilo literário mais consumido e lido pelo
público contemporâneo, provavelmente teria resultado unânime: o gênero do romance histórico. A
curiosidade por esse tipo de literatura conserva uma série de elementos de natureza
satisfatoriamente interessada na historiografia brasileira. Não obstante por entender os fatos
históricos, de maneira mais imaginativa e talvez lúdica, longe dos livros didáticos ou mesmo da
pragmática aula pregada pelo professor historiador aos moldes positivistas, o público leitor acaba
ganhando uma nova forma de descobrir os liames que descortinam sua própria história. Por isso, é
comum notarmos um preenchimento significativo, nos últimos anos, de muitos lançamentos nas
prateleiras das diversas livrarias espalhadas pelas capitais no Brasil.
Sessões:
O minicurso pretende abordar de forma panorâmica os principais pressupostos da matriz do
romance histórico contemporâneo escrito no Brasil após a publicação do livro Mad Maria (1976),
do escritor Márcio Souza. Como base inicial iremos também abordar alguns romances do escritor
José de Alencar e Paulo Setúbal, especificamente aqueles que possuem pano de fundo histórico.
Abordagem das novas estruturas romanescas dos principais romances publicados após esse
período. Outrossim, o minicurso visa esmiuçar os principais conceitos e formulações de alguns
teóricos (Brasil, Argentina, Estados Unidos e Canadá) sobre a estrutura do romance histórico
contemporâneo. Portanto, o minicurso visa deixar algumas contribuições para formação de público
leitor e ao mesmo tempo como fator instigante para a confecção de novas pesquisas e investigações
na área de Literatura
Violência, Memória e História nas Obras de Conceição Evaristo, Toni Morrison e Maryse
Condé
Ministrantes: Ana Carolina Andrade Pessanha Cavagnoli e Gilmarina Signorini
Resumo:
A literatura contemporânea pós-colonial de autoria feminina traz abordagens, numa pesquisa
epistemológica, que sugere romper com o discurso hegemônico, levantando questões sobre
violência, memória e história de forma complexa e proliferadora. Escritoras pós-coloniais são livres
para jogar com a imaginação, engajando seus textos num passado vivo e utilizam as novas escritas
de si para denunciar e questionar a ordem patriarcal dominante. Produzem suas próprias contra-
histórias num processo de lembrança coletiva, possível através da memória e da (re)imaginação, e
lutam contra uma amnésia do passado, pois a memória funciona como o subsolo desse processo. É
através dela que a recuperação do passado ocorre, pois a memória auxilia a moldar e a reformular a
recuperação daquilo que fora uma vez apagado para que estas histórias (re)vivam pelas entranhas da
imaginação. A partir daí, veremos o poder que escritoras pós-coloniais afro-americanas/brasileiras
têm de (re)construir os significados que desencadeiam esse novo processo criativo e interpretativo
da reimaginação feminista. Procuraremos, portanto, estabelecer um diálogo sobre como estes
processos de violência, memória e história se apresentam nos romances Becos da Memória e Ponciá
Vicêncio, de Conceição Evaristo; Beloved, de Toni Morrison e I, Tituba, Black Witch of Salem de Maryse
Condé. Promoveremos debates e discussões, apresentando recortes dos romances citados acima,
juntamente com a apresentação das autoras e as teorias sobre memória.
Bibliografia sugerida
DEHAY, Terry. “Narrating Memory”. In: Memory, Narrative and Identity: New Essays in Ethnic
American Literatures. Singh, Amritjit and Joseph T. Skerrett (Eds.). Boston: Northeastern University
Press, 1994.
CONDÉ, Maryse. I Tituba, Black Witch of Salem. London: Faber and Faber Limited, 2000.
EVARISTO, Conceição. Literatura negra: uma poética de nossa afro-brasilidade. Diss. Mestrado em
Literatura Brasileira – Departamento de Letras, Pontifícia Universidade Católica, Rio de Janeiro,
1996.
________. Ponciá Vicêncio. Belo Horizonte: Mazza, 2003.
________. Becos da Memória. Belo Horizonte: Mazza, 2006
MORRISON, Toni. Beloved. New York: Vintage Books, 2004.
________. “Rediscovering Black History” and “The site of memory” in What Moves at the
Margin. University Press of Mississipi, 2008.
PETERSON, Nancy. “History as Wound”. In Against Amnesia: Contemporary Women
Writers and the Crises of Historical Memory. University of Pennsylvania, 2001.
Cartas & ensaios de Paulo Leminski – para além dos 50 tons de laranja
Ministrante: Joacy Ghizzi Neto
Resumo:
As cartas de Paulo Leminski, enviadas a Régis Bonvicino, possuem duas publicações, sendo Uma
carta uma brasa através (1992) e uma então nova e fac-símile edição, Envie meu dicionário (1999). Os
ensaios do poeta também foram compilados em diversas edições que culminaram com a segunda e
ampliada publicação de Ensaios e anseios crípticos (2012) pela Editora da Unicamp, sendo uma reunião
de outras edições anteriores.
O minicurso propõe como percurso de leitura então não exatamente a obra do poeta, no seu sentido
tradicional, mas a leitura de textos que situam-se em tensão entre obra e o pensamento-críptico de
Paulo Leminski. Ao contrário de um retorno à paternidade do autor diante de sua obra, o minicurso
pretende potencializar suas cartas e ensaios enquanto texto-pensamento, ou “texto-pensante”; ou
seja, enquanto forças imanentes.
Sessões:
- Leitura crítica de Toda poesia (2013) de Paulo Leminski – diante do fenômeno contemporâneo de
leitura de poesia, consolidado com o de vendas da nova edição dos poemas de Leminski, procura-se
abordar os limites desta edição e ainda apresentar outros textos ausentes, porém, em tensão com a
poesia;
- Leitura dos ensaios – a teoria do poema enquanto inutensílio e uma conferência: “Poesia: a paixão
da linguagem”;
- Leitura das cartas – o poema como indício de Utopia e a urgência de uma militância poética;
- Questões teóricas acerca de tomadas de posição: retoricidade e engajamento;
- Debate
Bibliografia recomendada:
“Poesia Porosa”, resenha de Toda Poesia, por Manoel Ricardo de Lima. Disponível em:
http://oglobo.globo.com/blogs/prosa/posts/2013/03/23/a-poesia-porosa-de-paulo-leminski-
490793.asp
William Burroughs, Vida, obra e paranoia
Ministrante: Alexsandre Adir de Souza
Resumo:
William Seward Burroughs II é neto de William Seward Burroughs I, o criador do mecanismo de
calcular e fundador da Burroughs Corporation em 1886, uma das oito maiores companhias de
computadores de sua época. No entanto, o neto escolheu um caminho muito diferente. Em uma
busca incansável para encontrar sua voz na literatura, William Burroughs tornou-se um nômade;
explorou o mundo do crime; experimentou vários tipos de drogas; lutou contra o preconceito de
seu país, cada vez mais paranóico e conservador. Além de ser o mentor intelectual do triunvirato
posteriormente conhecido como Geração Beat — composto por ele, Jack Kerouac e Allen
Ginsberg — Burroughs influenciou gerações com sua rebeldia, seu inconformismo e
experimentalismo na literatura, no cinema, na música e nas artes plásticas.
Sessões:
-Durante a primeira parte discutiremos a biografia do escritor, suas leituras e influências, seu
comportamento provocador e o posterior auto-exílio na América Latina e na Europa que durou
mais de 20 anos. Além das experiências com colagens textuais, Burroughs projetou sua voz
mecânica e suas ideias transformadoras em filmes, quadrinhos, músicas, pinturas com a ajuda de
armas de fogo (shot gun painting), peças de teatro, fanzines...
-Na segunda parte de curso, com a ajuda de recursos multimídia, apresentaremos vídeos e músicas
experimentais, fotografias e farto material que demonstra uma multiplicidade de suportes
convergindo para temas reincidentes: um mundo paranóico, esquizofrênico e controlador dirigido
por forças invisíveis onde nossa própria fala é resultado de uma invasão virótica e extraterrestre.
Bibliografia sugerida:
Burroughs, William S. Almoço nu. Rio de Janeiro: Ediouro, 2005.
________. E os Hipopótamos Foram Cozidos em seus Tanques. São Paulo: Cia das Letras, 2009.
________. Junky. Rio de Janeiro: Ediouro, 2005
Filme: Cronenberg, David & Burroughs, William S. Naked Lunch. Canadá, 1991.
Estética e Política: o ato de cortar
Ministrantes: Flávia Cera e Fernando Bastos Neto
Resumo:
O Seminário sobre o Ato Psicanalítico inicia com Lacan questionando-se sobre o ato poético. Nas
primeiras linhas lemos: “A psicanálise, espera-se, pelo menos em princípio, supõe-se, que a
psicanálise, isso faz alguma coisa”. Mas prossegue dizendo que “isso faz, isso não basta, é essencial,
está no ponto central, é a visão poética propriamente dita da coisa, a poesia também faz alguma
coisa”. Lacan equipara poesia e psicanálise e usa o verbo fazer como insuficiente para ambas. Ou
seja, mais do que encerrar-se em si mesma a psicanálise e a poesia produzem efeitos que excedem o
próprio fazer. O que Lacan traz à cena, embora não mencione, é a diferença entre poiesis e práxis
estabelecida por Aristóteles: a primeira, relacionada à produção, ao fazer; e a segunda relacionada à
ação, ao ato. Grosso modo, poderíamos dizer: a poiesis está vinculada ao acabamento enquanto à
práxis está vinculada ao começo. Deste modo, o ato enquanto práxis não se encerra em si mesmo
porque, como argumenta Miller, ele inclui a alteridade e produz efeitos ou, como dizia Lacan, todo
ato terá seu trajeto cumprido pelo outro. O ato, no entanto, não gera um sujeito todo, não há uma
complementariedade do sujeito, nem tampouco, sua extensão, mas uma ruptura, ele encarna a
função de um despertar e é neste sentido que podemos entender o ato a partir da dimensão da
surpresa, da iminência e do acontecimento. Já não se trata mais da interpretação, mas do corte.
O ato teria como objetivo cortar o que se apresenta como tese infalível, como verdade. Mas esta
antítese tem uma função peculiar, como esclarece Lacan, que não seria necessariamente da ordem
da contradição, mas da consequência. Lacan estabelece aí um jogo dialético que poderíamos chamar
de dialética em suspensão, pela via do “eu não penso”, uma vez que ela apenas mantém uma tensão
entre a tese e a antítese sem produzir uma síntese com a produção de um sujeito sem resto. Nesta
tensão, que é insuportável e produzida por um corte cuja marca é a impossibilidade de reunir a tese
como antes exposta – ou seja, que faz emergir o sujeito dividido –, o que se apresenta como
consequência, como efeito, é uma suspensão da verdade na medida em que algo se desloca e
produz um resto. O corte tem como fundamento o acidente, a falha e o equívoco na medida em
que ele esvazia a verdade de sentido. Não é, portanto, na fluidez da narrativa que se encontra em
um ato psicanalítico, mas na fruição do poema, no corte dos versos, nas pausas e silêncios que se
estabelece, em uma hesitação entre som e sentido que não se encerra em si mesmo, ao contrário: na
tentativa de finalizar, ele se abre para outra experiência. Pensar as consequências estéticas e políticas
do corte é a proposta deste minicurso.
Sessões:
- Ato analítico e ato poético
- Efeito de sujeito e acontecimento
- O corte e suas consequências estéticas
- O corte, o esvaziamento e o resto
Bibliografia sugerida:
LACAN, Jacques. O Seminário. Livro 15: O ato psicanalítico. Notas de curso 1967-1968.
______. O ato psicanalítico. Em: Outros escritos. Rio de Janeiro: Jorge Zahar, 2003.
______. Subversão do sujeito e dialética do desejo. Em: Escritos. Rio de Janeiro: Jorge Zahar, 1998.
Angola e Moçambique: um diálogo sobre as Literaturas Africanas de Língua Portuguesa
Ministrantes: Evellyn Kjellin e Franciele Guarenti
Resumo:
O minicurso abordará temas que envolvem os principais autores e textos referenciais das
Literaturas Africanas de Língua Portuguesa de Angola e Moçambique. Além disso, haverá uma
introdução ao contexto histórico e às principais manifestações culturais. Tendo isso exposto, temos
o objetivo de estabelecer um diálogo entre os diferentes textos representativos às culturas
estudadas, abordar temas pertinentes aos países em questão, tais como: pós-colonialismo, relações
raciais, de gênero, diásporas etc. Também se pretende propor a relação entre literatura e contexto
histórico, no qual os romances abordados estão inseridos. A fim de atingir os objetivos propostos,
faremos apresentação das principais obras de autores(as) moçambicanos(as) e angolanos(as). Serão
eles(as): Paulina Chiziane, Mia couto, José Craveirinha, José Eduardo Agualusa, Luandino Vieira,
Noémia de Sousa, Paula Tavares, Pepetela e Ondjaki. Com esse minicurso, pretendemos promover
o debate sobre questões pertinentes aos estudos pós-coloniais e à cena literária contemporânea.
Serão utilizados romances, contos e poemas dos autores em questão, material áudio-visual, Xerox,
telas em Power Point, apostila (confeccionada pelas ministrantes) com resumo e principais tópicos
abordados no minicurso, que será entregue aos participantes.
Bibliografia sugerida:
AGUALUSA, José Eduardo. Estação das Chuvas. Rio de Janeiro: Editora Língua Geral, 2010.
CABAÇO, José Luís. Moçambique: identidade, colonialismo e libertação. São Paulo: Unesp, 2009.
CHAVES, Rita. Angola e Moçambique: experiência colonial e territórios literários. Cotia: Ateliê
Editorial, 2005.
CHIZIANE, Paulina. Niketche: uma história de poligamia. São Paulo: Cia da Letras, 2004.
COUTO, Mia. O último voo do flamingo. São Paulo: Cia das Letras, 2005.
______. Terra sonâmbula. São Paulo: Cia das Letras, 2007.
CRAVEIRINHA, José. Xigubo. 2. ed. Lisboa: Edições 70, 1980.
ONDJAKI. Bom dia camaradas. Rio de Janeiro: Agir, 2006.
PEPETELA. Mayombe. São Paulo: Ática, 1982.
SOUSA, Noémia de. Sangue negro. Maputo: AEMO, 1988.
SILVA, Alberto da Costa e. A África explicada aos meus filhos. Rio de janeiro: Agir, 2008.
TAVARES, Paula. Amargos como os frutos. Poesia reunida. Rio de Janeiro: Pallas, 2011.
VIEIRA, Luandino. Luuanda. São Paulo: Cia das Letras, 2006.

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Resumos dos minicursos Terceiro Seminário PGL

  • 1. TERCEIRO SEMINÁRIO DOS ALUNOS DE PÓS-GRADUÇÃO EM LITERATURA - UFSC - de 12 a 16 de agosto - 2013 MINICURSOS: Poesia e Corpo Ministrante: Telma Scherer Resumo: O minicurso objetiva propor uma reflexão sobre as relações entre poesia e corpo, dedicando-se à abordagem de noções como ritmo e performance. Em um primeiro momento serão levantadas de forma introdutória questões sobre as origens da nossa tradição literária e as influências que a tecnologia da escrita operou sobre a noção de poesia que essa tradição consagrou. Em seguida será feita uma leitura do conceito de voz e suas implicações para o entendimento do objeto literário, listando-se e analisando-se em tópicos as características da voz que autorizam sua abordagem como objeto a um tempo íntimo e fugidio. A partir de Paul Zumthor será pensada a poesia oral e suas características, apontando-se as dificuldades de se criar um entendimento dessa noção ao dissociá-la do conceito de performance e seu contexto. Seguirá um questionamento direcionado à poesia brasileira do século XX, citando-se algumas fusões com a canção popular e possíveis diálogos com a teoria da posia concreta no que esses fenômenos apresentam de intimidade com a materialidade fazer poético. A problemática será finalmente relacionada à classificação proposta por Zumthor de cinco momentos nos quais acontece o movimento poético, desde a concepção primeira até a recepção e reiteração do texto poético. Bibliografia sugerida: BANDEIRA, Manuel. Apresentação da poesia brasileira. São Paulo: Abril, 1991. __________. Estrela da vida inteira. Rio de Janeiro: Nova Fronteira, 1993. CAMPOS, Augusto de. PIGNATARI, Decio; CAMPOS, Haroldo de. Teoria da poesia concreta: textos críticos e manifestos 1950−1960. São Paulo: Ateliê, 2006. CAVARERO, Adriana. Toward a philosophy of vocal expression. Trad. Paul A. Kottmann. Stanford: Stanford University Press, 2005. ONG, Walter J. Oralidad y escritura: Tecnologías de la palabra. Trad. Angélica Scherp. Buenos Aires: Fondo de Cultura Económica, 2006. ZUMTHOR, Paul. Escritura e nomadismo: entrevistas e ensaios. Trad. Jerusa Pires Ferreira, Sonia Queiroz. Cotia, SP: Ateliê Editorial, 2005. _________. Performance, recepção, leitura. So Paulo: Cosac Naify, 2007. _________. Introdução à poesia oral. São Paulo: HUCITEC, 1997. Literatura e Excesso: do Erotismo à criação de uma Estética Sadomasoquista Ministrantes: Diego Moreira e Louisy de Limas Resumo: A proposta deste minicurso situa-se na abordagem de pensamentos sobre o erotismo, bem como da perversão sexual do sadomasoquismo e suas representações em literatura. A partir da leitura de autores como Georges Bataille, Octavio Paz, Sigmund Freud, Pauline Réage e Gilles Deleuze, entre outros, buscaremos apoio no cinema, nas artes plásticas, na literatura, bem como na filosofia, a fim de exceder a tênue linha que separa o prazer e a dor, o desejo e a repulsa; lá onde o erotismo e a morte se encontram. Em literatura, a análise dos comportamentos sexuais ditos “desviantes” teve sua gênese com a obra Psychopathia Sexualis, do psiquiatra alemão Richard von Krafft-Ebing. Nesta obra, os nomes de dois autores tornar-se-iam irremediavelmente ligados a duas perversões sexuais: à perversão daqueles que obtém seu prazer sexual através da dor de outros, denominou-se sadismo, em referência ao Marquês de Sade; e à perversão daqueles cujo prazer sexual advém do sofrimento, denominou-se
  • 2. masoquismo, em referência a Leopold von Sacher-Masoch. A análise de Krafft-Ebing era, contudo, parcial e tendenciosa, propondo curas e baseando-se em premissas morais e religiosas. Freud, embora tenha conseguido ir mais longe, encontrava-se, igualmente, limitado pelos estatutos morais de sua época. Já a partir do Século XX, com a teoria de Georges Bataille sobre o Erotismo, e posteriormente na análise de Lacan sobre Kant e sua relação com Sade, bem como de Deleuze sobre Masoch, a análise das perversões citadas passou a ser vista não mais como um mero desvio ou falha de caráter do sujeito, mas como uma característica que, se não é natural ou intrínseca, ao menos não deve ser enquadrada nos estatutos moralizantes de qualquer época. Assim, o intuito do presente minicurso é o de retirar o sexo, bem como o erotismo, dos patamares moral e biológico, e introduzi-lo no regime psicológico. Bibliografia sugerida: BATAILLE, G. História do olho. São Paulo: Cosac & Naify, 2012. ____________. O Erotismo. São Paulo: Arx, 2004. DELEUZE, G. Francis Bacon: Lógica da Sensação. Rio de Janeiro: Jorge Zahar, 2007. ____________. Sacher-Masoch: o frio e o cruel. Rio de Janeiro: Jorge Zahar, 2009. FREUD, S. Um caso de histeria, três ensaios sobre a teoria da sexualidade e outros trabalhos. Rio de Janeiro: Imago, 2006. ____________. O problema econômico do masoquismo. In: O eu e o id, “autobiografia” e outros textos. São Paulo, Companhia das Letras, 2011 (Obras completas volume 16). LACAN, J. Kant com Sade. In: Escritos. Rio de Janeiro: Jorge Zahar, 1998. NÏN, A. Uma espiã na casa do amor. Porto Alegre: L&PM, 2007. PAZ, O. Sade: um mais além erótico. São Paulo: Mandarim, 1999. PIETROFORTE, A. V. S. Amsterdã SM. São Paulo: Annablume, 2007 (Coleção Dix Editorial). ____________. Irmão noite, irmã lua. São Paulo: Annablume, 2008 (Coleção Dix Editorial). RÉAGE, P. A história de O. São Paulo: Círculo do livro, 1972. SADE, M. de. A filosofia na alcova ou os preceptores imorais. São Paulo: Iluminuras, 2008. ____________. Os cento e vinte dias de Sodoma ou a escola da libertinagem. São Paulo: Iluminuras, 2006. ____________. Os infortúnios da virtude. São Paulo: Iluminuras, 2008. SACHER-MASOCH, L. von. A Vênus das peles. São Paulo: Hedra, 2008. Introdução à guerra selvagem Ministrantes: Alexandre Nodari, Felipe Vicari de Carli e Marcos Matos Resumo: A forma-Estado do pensamento atribuiu à guerra uma conotação negativa. O Estado moderno nasce, como captura e capitalização do medo (afeto político fundamental), para pôr fim às guerras civis, para garantir a segurança. Contudo, para se estabelecer, ele guerreia, instalando uma guerra preventiva a toda forma de guerra. Para tanto, o inimigo é concebido como “negação ontológica do outro ser” (Schmitt), e um projeto cosmopolítico da Paz Perpétua se constitui a partir de um direito de conquista ontológica. Todavia, será que toda guerra constitui uma negação ontológica do Outro, uma negação que deve, por sua vez, ser negada? Todo medo deve ser sublimado na segurança transmitida pelo soberano? Não por acaso, as bases do Estado moderno são lançadas ao mesmo tempo em que: 1) se dá a conquista do Novo Mundo, em que uma outra forma de guerra, a guerra de vingança, ameaça a lógica do Nomos da Terra; 2) se dá o nascimento do romance moderno. Nossa proposta é tentar estabelecer uma relação entre a destruição das formas de vida e de guerra ameríndias, o processo de autonomização da arte e a conversão do medo em afeto negativo. Não seria a literatura uma forma de continuação da guerra civil (sintomatizado pelas vanguardas, linhas de frente) por outros meios? A literatura não seria o processo inverso ao da formação constante do Estado, isto é, uma experiência de sair de casa para aprender o que é o medo? E não haveria uma relação entre a literatura enquanto guerra e as guerras de vingança tupinambá? Nossa proposta é, tendo como ponto de partida a vanguarda antropofágica (que reúne arte e guerra ameríndia), pensar a figura da guerra selvagem contra o Estado, como contra-ontologia, tentando indicar possíveis relações entre guerra civil, literatura e guerra de vingança Tupinambá.
  • 3. Sessões: - A relação entre literatura e Estado moderno; o Estado como guerra preventiva às guerras civis (e confinamento do pensamento selvagem); a literatura como continuação da guerra civil; as vanguardas como ápice dessa guerra. Hobbes e C. Schmitt X Tiqqun, Quixotismo e etc. O outro do Estado: os selvagens e a sua guerra. O pensamento selvagem. - A guerra de vingança Tupinambá, e outras guerras indígenas. A noção de dispêndio e o sacrifício asteca. A guerra na vanguarda antropófaga: a descida, o moquém, a justiça do pau. - Literatura e guerra selvagem. Figura da guerra selvagem: relações entre guerra civil, guerra dos selvagens e literatura como guerra. Guerra e medo. Debate Bibliografia sugerida: Andrade, Oswald. A utopia antropofágica. 4 ed. Rio de Janeiro: Globo, 2011. Bachofen, Johann Jakob. Myth, religion and mother right: selected writings. Trad.: Ralph Manheim. Princeton: Princeton University Press. Bataille, Georges. A parte maldita. Trad. Julio Castanon Guimarães. Belo Horizonte: Autêntica, 2013. Clastres, Pierre. “Arqueologia da violência: a guerra nas sociedades primitivas”. Em: Arqueologia da violência. São Paulo: Cosac Naify, 2011. pp. 215-250. Carneiro da Cunha, Manuela L.; Viveiros de Castro, Eduardo. Vingança e temporalidade: os tupinambá. In: Journal de la Société des Américanistes. Vol. 71, n. 71, 1985, pp. 191-208. Disponível em: http://www.persee.fr/web/revues/home/prescript/article/jsa_0037-9174_1985_num_71_1_2262 Fernandes, Florestan. A função social da guerra na sociedade tupinambá. São Paulo: Globo, 2006. (Terceiro capítulo: “Conclusões”, pp. 409-437). Montaigne, Michel de. “Dos canibais”. Em: Ensaios. Livro I. Tradução de Rosemary Costhek Abílio. São Paulo: Martins Fontes, 2002. pp. 302-320. Nodari, Alexandre. Quixotismo: algumas hipóteses sobre o romance. Disponível em http://www.academia.edu/4121944/Quixotismo_algumas_hipoteses_sobre_o_romance_versao_a mpliada_ Revista de Antropofagia. 1ª e 2ª dentições. São Paulo, 1928-1929. Disponível em http://www.brasiliana.usp.br/ Sztutman, Renato. O Profeta e o Principal: a ação política ameríndia e seus personagens. São Paulo: EdUSP/Fapesp, 2012. (primeira parte: “Meditações clastreanas”, pp. 35-96). Schmitt, Carl. O conceito do político. Tradução de Álvaro L.M. Valls. Petrópolis: Vozes, 1992. Tiqqun. Introdução à guerra civil. Disponível em diversos idiomas em http://www.bloom0101.org/translations.html Viveiros de Castro, Eduardo. “Imanência do inimigo”. Em: A inconstância da alma selvagem e outros ensaios de antropologia. São Paulo: Cosac Naify, 2011. pp. 265-294. Cinema e Tradução Cultural Ministrantes: Roberta Cantarela e Marcelo Spitzner Resumo: Se “a questão da tradução envolve um contato com a heteronomia, com a possibilidade de habitar mais de uma casa, o que resulta na experiência de conviver com a diferença de modo geral e especificamente com a diferença cultural” (CARVALHO, 2006), este minicurso se propõe a discutir algumas teorias de tradução cultural e a sua relação com as teorias pós-coloniais. Tais teorias vêm exercendo uma influência significativa na reconfiguração da crítica cultural, provocando um deslocamento de abordagens dicotômicas dos conflitos sócio-políticos a favor de um pensamento do interstício constituindo um campo transdisciplinar ubíquo e profuso (COSTA, 2012). Para isso, selecionamos algumas obras cinematográficas que nos permitem perceber as limitações e possibilidades de tradução dos sujeitos, do local e do global, bem como identificar e demonstrar como traços sócio-culturais e éticos – característicos de momentos espácio-temporais distintos – podem ser atualizados e comunicados a públicos diferentes, através do cinematográfico, com o objetivo de provocar hibridizações de traços culturais dessa natureza, entre indivíduos dos mais diversos lugares. Além disso esse minicurso também discutirá a adaptação audiovisual derivada de uma obra literária questionando de que forma a obra literária e sua adaptação se apresentam como
  • 4. signos um do outro, através de processos de leitura/tradução, de vida/sobrevida (Benjamim; Rajagopalan, 2006). Sessões: - Crítica Cultural e Tradução Cultural. - Representação, Práticas de Desconstrução e Hibridismo. - Estudos Interdisciplinares e a Tradução Cultural: o pós-colonial, os estudos de gênero e a virada descolonial. - Tradução e Políticas de Localização: o local e o global, o eurocentrismo e o transnacionalismo. - Tradução Cultural e Tradução Intersemiótica. Bibliografia sugerida: BRADFORD, Lisa Rose. El sentido de La traducción (desde los márgenes). Dispositio/n XXIV, 51 (1999/2000); 27-44, Department of Romances Languages, University of Michigan. COSTA, Claudia de Lima. Feminismo e Tradução Cultural: sobre a colonialidade do gênero e a descolonização do saber. Portuguese Cultural Studies, n.4, University of Ultrecht, Fall 2012. Disponível em: http://www2.let.uu.nl/solis/psc/p/PVOLUMEFOUR/PVOLUMEFOURPAPERS/P4DE LIMACOSTA.pdf ou a revista completa em: http://www2.let.uu.nl/solis/psc/p/PVOLUMEFOUR/PVOLUMEFOURPAPERS/P4CO MPLETE.pdf ____________________ Feminismo, Tradução, Transnacionalismo. In COSTA, Claudia de Lima; SCHIMIDT, Simone Ferreira. Poéticas e Políticas Feministas. Ilha de Santa Catarina: Editora Mulheres, 2004. ____________________ Lost (and Found?) in Transation: feminisms in hemispheric dialogue. Latino Studies, 2006, 4, (62–78), c 2006. Disponível em: http://www.ucis.pitt.edu/asc/conference/alas/pdf/CostaLost.pdf DINIZ, Thais Flores Nogueira. Literatura e cinema: tradução, hipertextualidade, reciclagem. Belo Horizonte: Faculdade de Letras da UFMG, 2005. Disponível em: http://www.letras.ufmg.br/site/E-Livros/Literatura%20e%20Cinema%20- %20da%20semi%C3%B3tica%20%C3%A0%20tradu%C3%A7%C3%A3o%20cultura. pdf FERREIRA, Élida; OTTONI, Paulo (orgs.). Traduzir Derrida: políticas e desconstruções. Campinas, SP: Mercado das Letras, 2006. GUALDA, Linda Catarina. Literatura e Cinema: elo e confronto. Matrizes Ano 3 – nº 2 jan./jul. 2010. Disponível em: http://www.matrizes.usp.br/index.php/matrizes/article/view/149 HUTCHEON, Linda. Uma teoria da adaptação. Trad. André Cechinel. Florianópolis: UFSC, 2011. SOUZA, Lynn Mario T. Menezes de. Hibridismo e tradução cultural em Bhabha. In: ABDALA JÚNIOR, Benjamin (org). Margens da cultura: mestiçagem, hibridismo & outras misturas. São Paulo: Boitempo Editorial, 2004. P. 113-133. SHOHAT, Ella; STAM, Robert. Crítica da Imagem Eurocêntrica. Trad. Marcos Soares. São Paulo: Cosac Naify, 2006. STAM, Robert. A literatura através do cinema: realismo, magia e a arte da adaptação. Trad. Marie- Anne Kremer e Gláucia Renate Gonçalves. Belo Horizonte: UFMG, 2008. ____________ Introdução à teoria do cinema. Trad. Fernando Mascarello. Campinas: Papirus, 2003. Filmes recomendados: Desonra. Tít. Original: Disgrace. Dir. Steve Jacobs, 2008. Encontros e desencontros. Tít. Original: Lost in Translation. Dir. Sofia Coppola, 2003. O visitante. Tít. Original: The Visitor. Dir. Thomas McCarthy, 2007. Conflito das águas. Tít. Original: También la Lluvia. Dir. Icíar Bollaín, 2010. Beau travail. Dir. Claire Denis, 1999. 35 Doses de Rum. Tít. Original: 35 rhum. Dir. Claire Denis, 2008. Minha Terra África. Tít. Original: White Material. Dir. Claire Denis, 2009. Chocolat. Dir. Claire Denis, 1988.
  • 5. Ler um mosaico fluido: alguns instrumentos crítico-teóricos para a recepção da poesia contemporânea Ministrantes: Julia Telésforo Osório e Patrícia Chanely Silva Ricarte Resumo: A leitura da recente poesia brasileira e portuguesa tem como condição sine qua non a remissão a tendências da tradição moderna, algo que pode trazer tanto ganhos quanto perdas para o leitor, para a poesia e para o poeta do tempo presente. Nesse sentido, o que se tem proposto, a partir das novas bases teóricas da crítica de poesia, é uma concepção da produção poética que leve em conta, antes de tudo, a reflexão e revisão crítica e literária de alguns postulados erguidos pela teoria e também pelas poéticas modernas. Neste minicurso, pretendemos apresentar alguns poemas contemporâneos que, em cotejo com um conjunto de textos críticos e teóricos, possam ampliar as discussões em torno do lugar (ou dos lugares) da poesia na contemporaneidade com o objetivo de ler parte deste mosaico fluido construído diante de nós, leitores, a cada nova obra publicada em território brasileiro e português. Sessões: - Uma poética da continuidade: a condição da poesia contemporânea; - A poesia não deve ficar em um museu: o diálogo com a tradição moderna; - Dicotomias modernas colocadas em xeque: a discussão sobre o pretenso caráter não- representacional da poesia; - Os novos protocolos de leitura: a recuperação do sentido e o reencontro com o leitor; - A secularização da poesia: o lugar da experiência vivencial e emocional na produção contemporânea. Bibliografia sugerida: AGAMBEN, Giorgio. O que é o contemporâneo e outros ensaios. Trad. de Vinícius Nicastro Honesko. Chapecó: Argos, 2009. ALVES, Ida. Os poetas sem qualidades na poesia portuguesa recente. In: PEDROSA, Célia; CAMARGO, Maria Lúcia de Barros (Org.). Poéticas do olhar. E outras leituras de poesia. Rio de Janeiro: 7Letras, 2006.p. 217-227. AMARAL, Fernando Pinto do. O mosaico fluido. Modernidade e pós-modernidade na poesia portuguesa mais recente. Lisboa: Assírio & Alvim, 1991. BAUDELAIRE, Charles. Sobre a modernidade: o pintor da vida moderna. Rio de Janeiro: Paz e Terra, 1996. ______. Pequenos poemas em prosa. Trad. de Dorothée de Bruchard. São Paulo: Hedra, 2010. BAUMAN, Zigmunt. Modernidade líquida. Rio de Janeiro: Jorge Zahar, 2001. BERARDINELLI, Alfonso. Da poesia à prosa. Trad. de Maurício Santana Dias. São Paulo: Cosac Naify, 2007. BRITTO, Paulo Henriques. Trovar claro. São Paulo: Companhia das Letras, 1997. ______.Macau. São Paulo: Companhia das Letras, 2003. ______. Tarde. São Paulo: Companhia das Letras, 2007. BUENO, Luís. Poesia e assunto. In: Revista Letras, Curitiba, n. 62, p. 139-143. jan./abr. 2004. Editora UFPR. CABRAL, Rui Pires. Música antológica & onze cidades. Lisboa: Presença, 1997. ______. Capitais da solidão. Vila Real: Teatro de Vila Real, 2006. COMPAGNON, Antoine. Os cinco paradoxos da modernidade. Belo Horizonte: UFMG, 2010. ENZENSBERGER, Hans Magnus. Linguagem universal da poesia moderna. In:______ Com raiva e paciência. Ensaios sobre literatura, política e colonialismo. Trad. de Lya Luft. Rio de Janeiro: Paz e Terra; Instituto Goethe, 1985. ______. A massa folhada do tempo: meditação sobre o anacronismo. In:______. Ziguezague. Ensaios. Trad. de Marcos José da Cunha. Rio de Janeiro: Imago, 2003. FREITAS, Manuel de (Org.). Poetas sem qualidades. Lisboa: Averno, 2002.
  • 6. HAMBURGUER, Michael. A verdade da poesia. Tensões na poesia modernista desde Baudelaire. Trad. de Alípio Correia de Franca Neto. São Paulo: Cosac Naify, 2007. HEIDEGGER, Martin. A origem da obra de arte. Trad. de Maria da Conceição Costa. Lisboa: Edições 70, 1992. INIMIGO RUMOR, ano VI, n. 14. São Paulo: Cosac Naify, 2003. ______, ano X, n. 20. São Paulo: Cosac Naify, 2007. JAKOBSON, Roman. Liguística e comunicação. Trad. de Izidoro Blikstein e José Paulo Paes. São Paulo: Cultrix, s/d. MACIEL, Maria Ester. Travessias de gênero na poesia. In: PEDROSA, Célia; CAMARGO, Maria Lúcia de Barros (Orgs.). Poéticas do olhar. E outras leituras de poesia. Rio de Janeiro: 7Letras, 2006, p. 102-109. MAFFEI, Luis (Org.). Portugal, 0. Rio de Janeiro: Oficina Raquel, 2007. v. 1 e 2 [Poesias de Manuel de Freitas e Rui Pires Cabral, respectivamente]. MALLARMÉ, Stéphane. Crise do verso. In.: Inimigo Rumor. São Paulo, Ano X, 2007, n. 20, p. 150-164. MAN, Paul de. Poesia lírica e modernidade. In:______. O ponto de vista da cegueira. Ensaios sobre a retórica da crítica contemporânea. Trad. de Miguel Tamen. Braga; Coimbra; Lisboa: AngelusNovus; Cotovia, 1999. MARTELO, Rosa Maria. Em parte incerta: estudos de poesia portuguesa moderna e contemporânea. Porto: Campo das Letras, 2004. ______. Vidro do mesmo vidro: tensões e deslocamentos na poesia portuguesa depois de 1961. Porto: Campo das Letras, 2007. ______.Anos 90, breve roteiro da novíssima poesia portuguesa. Via Atlântica, São Paulo, n. 3, 1999. Disponível em: <http://www.fflch.usp.br/dlcv/posgraduacao/ecl/pdf/via03/via03_17.pdf>. Acesso em: 23 jul. 2010. PAZ, Octavio. A tradição da ruptura. In:______. Os filhos do barro. Rio de Janeiro: Nova Fronteira, 1984. PEDROSA, Célia. Poesia contemporânea: crise, mediania e transitividade (Uma poética do comum). In: PEDROSA, Célia; ALVES, Ida (Orgs.). Subjetividades em devir. Estudos de poesia moderna e contemporânea. Rio de Janeiro: 7Letras, 2008, p. 41-50. PEDROSA, Célia; ALVES, Ida (Org.). Subjetividades em devir: estudos de poesia moderna e contemporânea. Rio de Janeiro: 7Letras, 2008. PESSOA, Fernando. Poesias. 15 ed. Lisboa: Ática, 1995. QUINTAIS, Luís. Angst. Lisboa: Livros Cotovia, 2002. ______. Poesia revisitada (1995-2010). Rio de Janeiro: 7Letras, 2011. SISCAR, Marcos. Metade da arte. São Paulo; Rio de Janeiro: Cosac &Naify, 2003; 7Letras, 2003. ______. O roubo do silêncio. Rio de Janeiro: 7Letras, 2006, p. 17. Boa vizinha na parede Ministrantes: José Virgílio Souza Maciel e Julia Magalhães de Oliveira Resumo: Intervenção artística na Galeria de Arte da UFSC. A partir da água e da tinta, promover a Boa vizinha na Parede, escorrer as cores pelo suporte branco (parede) e instalar-se poeticamente no espaço. Abrir a discussão ao redor da site-specific, vertente da arte contemporânea que busca estabelecer uma relação da obra e sua localidade específica. Nos inspiramos no trabalho do artista português Rodrigo Oliveira na abertura da temporada 2013 do Projeto Parede, Boa Vizinha (aquarela do Brasil), no Museu de Arte Moderna de São Paulo. A ideia é repetir a experiência, porém, de maneira ampliada. Enquanto Rodrigo, segundo a revista Moderno MAM (jan/fev/mar/2013), “pretende investigar a condição daquilo que é individual em um mundo dominado pelo social”, nosso foco seria inverso: investigar a condição daquilo que é coletivo em um mundo dominado pelo individual. Ou, melhor, investigar a condição daquilo que não é nem propriamente individual, nem social, mas, talvez, “poético”.
  • 7. Sessões: - Onde estamos. Questionamentos sobre o espaço físico e institucional. Corpo. Dinâmicas corporais, contato, improvisação. - Elementos. A cor e potencialidades, variações de tom, combinações complementares, harmonias; a água para a cor (e vice-versa), a água e a cor para a pintura; a parede, o suporte, a neutralidade, o branco e o risco. - Ação. Intervir na parede escorrendo água de cor. - Descanso. - Registro. Quase tão importante quanto a atividade é seu registro. Uma vez que o aqui-e-agora da obra está perdido, o registro torna-se dispositivo essencial para deslocamento do trabalho. - Diálogo. Nada melhor para chegar a uma ideia de poético do que retornar à poesia e ao verso escritos, procurando enxergá-los à luz da experiência compartilhada na parede, detectando continuidades e descontinuidades entre o visual e o verbal (trata-se, sempre, da questão do sentido e dos sentidos). Bibliografia sugerida: AGAMBEN, Giorgio. O fim do poema. In: Revista Cacto, n. 1. São Paulo: Alpharrabio, 2002. BACHELARD, Gaston. Le droit de rêver. Paris: Presses Universitaires de France, 1973. BARROS, Lilian Ried Miller. A cor no processo criativo: um estudo sobre a Bauhaus e a teoria de Goethe. São Paulo: Senac, 2006. BARBOSA, Ana Mae. Arte-educação pós-colonialista no Brasil: aprendizagem triangular. In: Ensino da arte em foco. Florianópolis: UFSC, 1994. CARDOSO, Joaquim. Poesias completas. Rio de Janeiro: Civilização Brasileira, 1971. DERRIDA, Jacques. Che cos'è la poesia. In: Revista Inimigo rumor, n. 10. Rio de Janeiro, 2001. DEWEY, John. Arte como experiência. São Paulo: Martins Fontes, 2010. KAYE, Nick. Site-specific art: performance, place and documentation. London: Routledge, 2000. KWON, Mywon. One Place after Another: site specific art and locational identity. Cambridge: MIT Press, 2002. NANCY, Jean-Luc. Resistência da poesia. Viseu: Vendaval, 2005. PONGE, Francis. O partido das coisas. São Paulo: Iluminuras, 2000. SCHAFFER, Murray. O ouvido pensante. São Paulo: UNESP, 1991. ORATURA: literatura oral africana nos espaços coletivos de educação Ministrante: Izabel Cristina da Rosa Gomes dos Santos Resumo: O minicurso “ORATURA: literatura oral africana no contexto das instituições educativas” objetiva uma intersecção entre o proposto pela lei e o que se conhece da cultura afro-brasileira nas instituições educativas. O minicurso, com aporte nas questões legais, mais especificadamente à lei 11.645 que inclui, além da cultura afro-brasileira, a indígena buscará verticalizar em um dos principais focos das culturas africanas: a oralidade e a especificidade das culturas que consideram o ouvir e a musicalidade das palavras, caracterizando a função ‘griótica’ do exercício intenso, interativo de guardião da memória. Nesse sentido, pretende-se abordar que o griot e “seus relatos têm relação com a identidade coletiva e permite a sua identificação com o povo, com a comunidade. [...] A sua atuação ganha especial importância porque traz consigo a memória profunda que cuida da compreensão do tempo histórico e sua relação com o espaço.” (MELO, 2009, p.150). A proposta ainda tem aporte em alguns contos de escritores africanos, como Ondjaki, Luandino Vieira, Mia Couto, Agualusa e Boaventura Cardoso. Bibliografia sugerida: BRAGANÇA, Albertino e outros. Contos africanos dos países de língua portuguesa. Org. Rita Chaves. São Paulo: Ática, 2012. BRAZ, Júlio E. Lendas negras. São Paulo: FTD, 2001.
  • 8. MELO, Marilene Carlos do Vale. A FIGURA DO GRIOT E A RELAÇÃO MEMÓRIA E NARRATIVA. In: LIMA, Tania; NASCIMENTO, Isabel; OLIVEIRA, Andrey (Orgs.). Griots – culturas africanas linguagem, memória, imaginário. 1 ed. Natal: Lucgraf, 2009. ONDJAKI. Bom dia camaradas. São Paulo: Agir, 2006. _______. Os da minha rua. Col. ponta-de-lança. RJ:Língua Geral, 2007. _______. Avó Dezanove e o segredo do soviético. São Paulo: Cia das Letras, 2009. Narrativas de cárcere através do rap – a poesia da violência Ministrante: Carla Mello Resumo: O objetivo deste minicurso é apresentar o rap com suas narrativas sobre/no cárcere para, a partir disso, discutir-se a temática da violência e as formas de opressão enfrentadas cotidianamente pela população de periferia, bem como, colocar em xeque questões referentes à desumanização dos sujeitos encarcerados. Para isso, apresentar-se-á um corpus específico de músicas do Brasil e Portugal, fazendo-se também um resgate sobre a história do movimento hip hop e suas bandeiras de resistência e denúncia em relação aos instrumentos de poder dominantes em nossa sociedade. Sessões: - Apresentar a história do movimento hip hop, focando principalmente o rap, apontando suas origens e disseminações no Brasil e em Portugal. - O rap como poesia que narra a violência: apresentar um corpus de músicas de rap do Brasil e de Portugal para, a partir disso, refletir acerca das relações de poder e violência vivenciada nas periferias. - O cárcere como estigma: refletir acerca do espaço do cárcere e suas poesias de denúncia citando exemplos de rappers no Brasil e em Portugal que encontraram através da música uma forma de combater e denunciar a opressão que ocorre nesses lugares. Bibliografia recomendada: ADORNO, Sérgio. Racismo, criminalidade violenta e justiça penal: réus brancos e negros em perspectiva comparativa. 1996. Biblioteca digital da Fundação Getúlio Vargas. Disponível em: http://bibliotecadigital.fgv.br/ojs/index.php/reh/article/viewFile/2034/1173 CONTADOR, Antônio Concorda; FERREIRA, Emanuel Lemos. Ritmo & poesia: os caminhos do rap. Lisboa: Assirio & Alvim, 1997. KEHL, Maria Rita. A fratria órfã: conversas sobre a juventude. São Paulo: Olho d´água, 2008. SOUSA, Rafael Lopes. O movimento hip hop: a anti-cordialidade da "república dos manos" e a estética da violência. Annablume, FAPESP: São Paulo, 2012. GUIMARÃES, Claudio A.G.& REGO, Davi U. As variáveis socioeconômicas como pressupostos para a efetiva criminalização no sistema penal brasileiro. Revista da Faculdade de Direito da UFGM, 2010. Disponível em: http://www.direito.ufmg.br/revista/index.php/revista/article/view/114 Anjos e Demônios: Figurações do Espiritualismo e da Queda nas Letras Ministrantes: Diego Cervelin e Leonardo D´Ávila de Oliveira Resumo: A partir de um contraponto que será estabelecido entre as décadas de 1930 e 1950, o minicurso irá percorrer o rumo de poetas outrora entendidos como espiritualistas para uma posterior abdicação da transcendência, entre eles Jorge de Lima e Murilo Mendes. Essa hipótese será desenvolvida a partir de dois percursos principais: em um primeiro momento será pensado como a abstração dos objetos e o forte sentido de hierarquização presentes nesses autores, aos poucos, terão de ser rearticulados para poderem abarcar a concretude do mundo e a sensibilidade, do mesmo modo em
  • 9. que o realismo metafísico de Ismael Nery aos poucos terá de lidar com o problema da sobrevivência de imagens; e, em um segundo momento, analisar-se-á como na poesia hermética de Jorge de Lima a queda de uma dimensão supostamente plenipotenciária – paradisíaca, por assim dizer – passará a ser pensada na condição de gesto de descida até a terra. Esse movimento, que inclui ainda uma consideração a respeito da corporalidade vivente, abre espaço para o pensamento de que a própria consistência da linguagem traz consigo a pervivência de um grito primevo – o qual, por sua vez, impulsiona às invenções de sentidos. Bibliografia sugerida: AGAMBEN, Giorgio. Il sacramento del linguaggio. Archeologia del giuramento. Roma – Bari: Laterza, 2008. COCCIA, Emanuele; AGAMBEN, Giorgio. Angeli: Ebraismo, Cristianesimo, Islam. Vicenza: Neri Pozza, 2009. HELLER-ROAZEN, Daniel. Ecolalias. Sobre o esquecimento das línguas. Tradução de Fábio Akcelrud Durão. Campinas: Editora da UNICAMP, 2010 (Especialmente capítulos 1, 2 e 21). LIMA, Jorge de. O anjo. 4 ed. Rio de Janeiro: Civilização Brasileira, 1998. LIMA, Jorge de. “Invenção de Orfeu”, em: ___. Poesia completa. Rio de Janeiro: Nova Aguilar, 1997 (Especialmente Cantos I e II). MENDES, Murilo. Recordações de Ismael Nery. São Paulo: EDUSP, 1996. Carnaval, futebol e política nacional: a atualidade em Lima Barreto Ministrante: Gabriela Hardtke Böhn Resumo: A partir de algumas crônicas selecionadas entre a obra completa de Lima Barreto, o grupo será levado a refletir sobre as três temáticas elencadas e a visão muito particular do autor sobre eles, revelando uma atualidade surpreendente, mesmo tendo se passado quase um século da publicação desses textos. As atividades iniciarão com a apresentação do autor, uma breve descrição de sua obra, bem como os aproveitamentos que a televisão e o cinema já fizeram de alguns desses títulos, tais como o filme Policarpo Quaresma, herói do Brasil, de Paulo Thiago, e a novela global Fera Ferida. A seguir, seguindo a ordem das temáticas, serão lidos os textos de uma coletânea distribuída previamente aos alunos, discutindo-se pontos de aproximação entre os comentários de Lima Barreto e o atual andamento da política brasileira, de nosso carnaval e do nosso esporte mor, o futebol. Ao longo da leitura e reflexão sobre os textos, serão dadas explicações sobre vocabulário, sobre a urbanidade do Rio de Janeiro do início do século, sobre os personagens da sociedade carioca mencionados nas crônicas. Bibliografia sugerida: BARBOSA, Francisco de Assis. A vida de Lima Barreto; 1881-1922. 8. ed Rio de Janeiro: Jose Olympio, 2002. CÂNDIDO, Antônio. A crônica: o gênero, sua fixação e suas transformações no Brasil. Campinas, SP: Editora da UNICAMP; Rio de JANEIRO: Fundação Casa de Rui Barbosa, 1992. LIMA BARRETO, Afonso Henriques. Toda crônica. Rio de Janeiro: Agir, 2004. 2 v. Cinema e Teoria Queer Ministrantes: Marcelo Spitzner, Tatiana Brandão e Claudia Mayer Resumo: Este minicurso apresenta uma contextualização teórica da Teoria Queer e a relaciona a produções cinematográficas contemporâneas diversas. O objetivo é construir análises e discussões de filmes, tanto em nível temático quanto técnico, a fim de perceber tentativas de desestabilização dos binarismos de gênero e sexualidade, do continuum sexo-gênero-desejo erótico e levantar suspeita acerca da heterossexualidade como norma.
  • 10. Sessões: - O que é Teoria Queer: Partindo de uma perspectiva em que o queer é uma prática crítica, discutiremos elementos teóricos que nos levam a refletir sobre a representação de sujeitos abjetos no cinema contemporâneo, buscando por espaços de perspectiva não identitária e desestabilização do hegemônico. - Lésbicas e o (Novo) Cinema queer: (In)visibilidade lésbica e o male gaze no cinema; lésbicas e o mainstream. - Queer no contexto latino-americano: o corpo, a sexualidade e a afetividade no sul global. - Corpo, (trans)sexualidade e (trans)gênero: o corpo trans no cinema. Bibliografia sugerida: BUTLER, Judith. Corpos que pesam: sobre os limites discursivos do ‘sexo’. In: LOURO, Guacira Lopes (org.). O corpo educado: pedagogias da sexualidade. Belo Horizonte: Autêntica, 2007. Disponível em: http://antropologias.descentro.org/files/downloads/2010/08/LOUROGuacira- L._O- corpo-educado-pedagogias-da-sexualidade.pdf MEIJER, Irene Costera; PRINS, Baukje. Como os corpos se tornam matéria: entrevista com Judith Butler In: Estudos Feministas. 1/2002. 155-16 Disponível em: http://www.scielo.br/scielo.php?script=sci_arttext&pid=S0104-026X2002000100009 MISKOLCI, Richard. Origens Históricas da Teoria Queer In: Teoria Queer: um aprendizado pelas diferenças. Belo Horizonte: Autêntica, 2012. 21-34. Disponível em: http://www.4shared.com/office/giuDYbFS/1_miskolci_queer.html ____. A teoria queer e a sociologia: o desafio de uma analítica da normalização In: Sociologias no.21 Porto Alegre Jan./June 2009. Disponível em: http://www.scielo.br/pdf/soc/n21/08.pdf LOURO, Guacira Lopes. Marcas do corpo, marcas de poder In: Um corpo estranho: ensaios sobre sexualidade e teoria queer. Belo Horizonte: Autêntica, 2004. ____. Cinema e Sexualidade. In: Educação e Realidade. 33(1): 81-98. Jan/jun 2008. Disponível em: http://seer.ufrgs.br/educacaoerealidade/article/view/6688/4001 ____. Gênero e sexualidade: pedagogias contemporâneas In: Pro-Posições. V. 19 n. 2 (56) maio/ago 2008. Disnponível: http://www.scielo.br/pdf/pp/v19n2/a03v19n2.pdf PEREIRA, Pedro Paulo Gomes. Queer nos trópicos In: Contemporânea. V. 2, N. 2, P. 371-394, Jul. – Dez. 2012. Disponível em: http://www.contemporanea.ufscar.br/index.php/contemporanea/article/view/88 PRECIADO, Beatriz. Multidões queer: notas para uma política dos anormais In: Rev. Estudos Feministas. vol.19 no.1 Florianópolis Jan./Apr. 2011. Disponível em: http://www.scielo.br/scielo.php?pid=S0104-026X2011000100002&script=sci_arttext Filmes recomendados: Fabulous! The Story of Queer Cinema. Dir. Lisa Ades e Leslie Klainberg, 2006. The Celluloid Closet. Dir. Rob Epstein e Jeffrey Driedman, 1995. Meninos Não Choram. Tít. Original Boys Don’t Cry. Dir. Kimberly Peirce, 1999. A Pele que Habito. Tít. Original La Piel que Habito. Dir. Pedro Almodóvar, 2011. Hedwig: Rock, Amor e Traição. Tít. Original Hedwig and The Angry Inch. Dir. John Cameron Mitchell, 2001. Desejo Proibido. Tít. Original If These Walls Could Talk 2. Dir. Jane Anderson, Martha Coolidge e Anne Heche, 2000. Go Fish. Dir. Rose Troche, 1994. Contra Corrente. Tít. Original Contracorriente. Dir. Javier Fuentes-León, 2009. El cielo dividido. Dir. Julián Hernández, 2006. El cuarto de Leo. Dir. Enrique Buchichio, 2009. Elvis & Madona. Dir. Marcelo Laffitte, 2010. Madame Satã. Dir. Karin Ainouz, 2002. Nossa Senhora dos Assassinos. Tít. Original La Virgen de los Sidarios. Dir. Barbet Schroeder, 2000. Não conte a ninguém. Tít. Original No se lo digas a nadie. Dr. Francisco J. Lombardi, 1998. Plata Quemada. Dir. Marcelo Piñeyro, 2000. Ronda Nocturna. Dir. Edgardo Cozarinsky, 2005.
  • 11. Breve Panorama do Novo Romance Histórico no Brasil Ministrante: Cristiano Mello de Oliveira Resumo: Uma enquete imaginária que desejasse verificar o grande estilo literário mais consumido e lido pelo público contemporâneo, provavelmente teria resultado unânime: o gênero do romance histórico. A curiosidade por esse tipo de literatura conserva uma série de elementos de natureza satisfatoriamente interessada na historiografia brasileira. Não obstante por entender os fatos históricos, de maneira mais imaginativa e talvez lúdica, longe dos livros didáticos ou mesmo da pragmática aula pregada pelo professor historiador aos moldes positivistas, o público leitor acaba ganhando uma nova forma de descobrir os liames que descortinam sua própria história. Por isso, é comum notarmos um preenchimento significativo, nos últimos anos, de muitos lançamentos nas prateleiras das diversas livrarias espalhadas pelas capitais no Brasil. Sessões: O minicurso pretende abordar de forma panorâmica os principais pressupostos da matriz do romance histórico contemporâneo escrito no Brasil após a publicação do livro Mad Maria (1976), do escritor Márcio Souza. Como base inicial iremos também abordar alguns romances do escritor José de Alencar e Paulo Setúbal, especificamente aqueles que possuem pano de fundo histórico. Abordagem das novas estruturas romanescas dos principais romances publicados após esse período. Outrossim, o minicurso visa esmiuçar os principais conceitos e formulações de alguns teóricos (Brasil, Argentina, Estados Unidos e Canadá) sobre a estrutura do romance histórico contemporâneo. Portanto, o minicurso visa deixar algumas contribuições para formação de público leitor e ao mesmo tempo como fator instigante para a confecção de novas pesquisas e investigações na área de Literatura Violência, Memória e História nas Obras de Conceição Evaristo, Toni Morrison e Maryse Condé Ministrantes: Ana Carolina Andrade Pessanha Cavagnoli e Gilmarina Signorini Resumo: A literatura contemporânea pós-colonial de autoria feminina traz abordagens, numa pesquisa epistemológica, que sugere romper com o discurso hegemônico, levantando questões sobre violência, memória e história de forma complexa e proliferadora. Escritoras pós-coloniais são livres para jogar com a imaginação, engajando seus textos num passado vivo e utilizam as novas escritas de si para denunciar e questionar a ordem patriarcal dominante. Produzem suas próprias contra- histórias num processo de lembrança coletiva, possível através da memória e da (re)imaginação, e lutam contra uma amnésia do passado, pois a memória funciona como o subsolo desse processo. É através dela que a recuperação do passado ocorre, pois a memória auxilia a moldar e a reformular a recuperação daquilo que fora uma vez apagado para que estas histórias (re)vivam pelas entranhas da imaginação. A partir daí, veremos o poder que escritoras pós-coloniais afro-americanas/brasileiras têm de (re)construir os significados que desencadeiam esse novo processo criativo e interpretativo da reimaginação feminista. Procuraremos, portanto, estabelecer um diálogo sobre como estes processos de violência, memória e história se apresentam nos romances Becos da Memória e Ponciá Vicêncio, de Conceição Evaristo; Beloved, de Toni Morrison e I, Tituba, Black Witch of Salem de Maryse Condé. Promoveremos debates e discussões, apresentando recortes dos romances citados acima, juntamente com a apresentação das autoras e as teorias sobre memória. Bibliografia sugerida DEHAY, Terry. “Narrating Memory”. In: Memory, Narrative and Identity: New Essays in Ethnic American Literatures. Singh, Amritjit and Joseph T. Skerrett (Eds.). Boston: Northeastern University Press, 1994. CONDÉ, Maryse. I Tituba, Black Witch of Salem. London: Faber and Faber Limited, 2000.
  • 12. EVARISTO, Conceição. Literatura negra: uma poética de nossa afro-brasilidade. Diss. Mestrado em Literatura Brasileira – Departamento de Letras, Pontifícia Universidade Católica, Rio de Janeiro, 1996. ________. Ponciá Vicêncio. Belo Horizonte: Mazza, 2003. ________. Becos da Memória. Belo Horizonte: Mazza, 2006 MORRISON, Toni. Beloved. New York: Vintage Books, 2004. ________. “Rediscovering Black History” and “The site of memory” in What Moves at the Margin. University Press of Mississipi, 2008. PETERSON, Nancy. “History as Wound”. In Against Amnesia: Contemporary Women Writers and the Crises of Historical Memory. University of Pennsylvania, 2001. Cartas & ensaios de Paulo Leminski – para além dos 50 tons de laranja Ministrante: Joacy Ghizzi Neto Resumo: As cartas de Paulo Leminski, enviadas a Régis Bonvicino, possuem duas publicações, sendo Uma carta uma brasa através (1992) e uma então nova e fac-símile edição, Envie meu dicionário (1999). Os ensaios do poeta também foram compilados em diversas edições que culminaram com a segunda e ampliada publicação de Ensaios e anseios crípticos (2012) pela Editora da Unicamp, sendo uma reunião de outras edições anteriores. O minicurso propõe como percurso de leitura então não exatamente a obra do poeta, no seu sentido tradicional, mas a leitura de textos que situam-se em tensão entre obra e o pensamento-críptico de Paulo Leminski. Ao contrário de um retorno à paternidade do autor diante de sua obra, o minicurso pretende potencializar suas cartas e ensaios enquanto texto-pensamento, ou “texto-pensante”; ou seja, enquanto forças imanentes. Sessões: - Leitura crítica de Toda poesia (2013) de Paulo Leminski – diante do fenômeno contemporâneo de leitura de poesia, consolidado com o de vendas da nova edição dos poemas de Leminski, procura-se abordar os limites desta edição e ainda apresentar outros textos ausentes, porém, em tensão com a poesia; - Leitura dos ensaios – a teoria do poema enquanto inutensílio e uma conferência: “Poesia: a paixão da linguagem”; - Leitura das cartas – o poema como indício de Utopia e a urgência de uma militância poética; - Questões teóricas acerca de tomadas de posição: retoricidade e engajamento; - Debate Bibliografia recomendada: “Poesia Porosa”, resenha de Toda Poesia, por Manoel Ricardo de Lima. Disponível em: http://oglobo.globo.com/blogs/prosa/posts/2013/03/23/a-poesia-porosa-de-paulo-leminski- 490793.asp William Burroughs, Vida, obra e paranoia Ministrante: Alexsandre Adir de Souza Resumo: William Seward Burroughs II é neto de William Seward Burroughs I, o criador do mecanismo de calcular e fundador da Burroughs Corporation em 1886, uma das oito maiores companhias de computadores de sua época. No entanto, o neto escolheu um caminho muito diferente. Em uma busca incansável para encontrar sua voz na literatura, William Burroughs tornou-se um nômade; explorou o mundo do crime; experimentou vários tipos de drogas; lutou contra o preconceito de seu país, cada vez mais paranóico e conservador. Além de ser o mentor intelectual do triunvirato posteriormente conhecido como Geração Beat — composto por ele, Jack Kerouac e Allen
  • 13. Ginsberg — Burroughs influenciou gerações com sua rebeldia, seu inconformismo e experimentalismo na literatura, no cinema, na música e nas artes plásticas. Sessões: -Durante a primeira parte discutiremos a biografia do escritor, suas leituras e influências, seu comportamento provocador e o posterior auto-exílio na América Latina e na Europa que durou mais de 20 anos. Além das experiências com colagens textuais, Burroughs projetou sua voz mecânica e suas ideias transformadoras em filmes, quadrinhos, músicas, pinturas com a ajuda de armas de fogo (shot gun painting), peças de teatro, fanzines... -Na segunda parte de curso, com a ajuda de recursos multimídia, apresentaremos vídeos e músicas experimentais, fotografias e farto material que demonstra uma multiplicidade de suportes convergindo para temas reincidentes: um mundo paranóico, esquizofrênico e controlador dirigido por forças invisíveis onde nossa própria fala é resultado de uma invasão virótica e extraterrestre. Bibliografia sugerida: Burroughs, William S. Almoço nu. Rio de Janeiro: Ediouro, 2005. ________. E os Hipopótamos Foram Cozidos em seus Tanques. São Paulo: Cia das Letras, 2009. ________. Junky. Rio de Janeiro: Ediouro, 2005 Filme: Cronenberg, David & Burroughs, William S. Naked Lunch. Canadá, 1991. Estética e Política: o ato de cortar Ministrantes: Flávia Cera e Fernando Bastos Neto Resumo: O Seminário sobre o Ato Psicanalítico inicia com Lacan questionando-se sobre o ato poético. Nas primeiras linhas lemos: “A psicanálise, espera-se, pelo menos em princípio, supõe-se, que a psicanálise, isso faz alguma coisa”. Mas prossegue dizendo que “isso faz, isso não basta, é essencial, está no ponto central, é a visão poética propriamente dita da coisa, a poesia também faz alguma coisa”. Lacan equipara poesia e psicanálise e usa o verbo fazer como insuficiente para ambas. Ou seja, mais do que encerrar-se em si mesma a psicanálise e a poesia produzem efeitos que excedem o próprio fazer. O que Lacan traz à cena, embora não mencione, é a diferença entre poiesis e práxis estabelecida por Aristóteles: a primeira, relacionada à produção, ao fazer; e a segunda relacionada à ação, ao ato. Grosso modo, poderíamos dizer: a poiesis está vinculada ao acabamento enquanto à práxis está vinculada ao começo. Deste modo, o ato enquanto práxis não se encerra em si mesmo porque, como argumenta Miller, ele inclui a alteridade e produz efeitos ou, como dizia Lacan, todo ato terá seu trajeto cumprido pelo outro. O ato, no entanto, não gera um sujeito todo, não há uma complementariedade do sujeito, nem tampouco, sua extensão, mas uma ruptura, ele encarna a função de um despertar e é neste sentido que podemos entender o ato a partir da dimensão da surpresa, da iminência e do acontecimento. Já não se trata mais da interpretação, mas do corte. O ato teria como objetivo cortar o que se apresenta como tese infalível, como verdade. Mas esta antítese tem uma função peculiar, como esclarece Lacan, que não seria necessariamente da ordem da contradição, mas da consequência. Lacan estabelece aí um jogo dialético que poderíamos chamar de dialética em suspensão, pela via do “eu não penso”, uma vez que ela apenas mantém uma tensão entre a tese e a antítese sem produzir uma síntese com a produção de um sujeito sem resto. Nesta tensão, que é insuportável e produzida por um corte cuja marca é a impossibilidade de reunir a tese como antes exposta – ou seja, que faz emergir o sujeito dividido –, o que se apresenta como consequência, como efeito, é uma suspensão da verdade na medida em que algo se desloca e produz um resto. O corte tem como fundamento o acidente, a falha e o equívoco na medida em que ele esvazia a verdade de sentido. Não é, portanto, na fluidez da narrativa que se encontra em um ato psicanalítico, mas na fruição do poema, no corte dos versos, nas pausas e silêncios que se estabelece, em uma hesitação entre som e sentido que não se encerra em si mesmo, ao contrário: na tentativa de finalizar, ele se abre para outra experiência. Pensar as consequências estéticas e políticas do corte é a proposta deste minicurso. Sessões:
  • 14. - Ato analítico e ato poético - Efeito de sujeito e acontecimento - O corte e suas consequências estéticas - O corte, o esvaziamento e o resto Bibliografia sugerida: LACAN, Jacques. O Seminário. Livro 15: O ato psicanalítico. Notas de curso 1967-1968. ______. O ato psicanalítico. Em: Outros escritos. Rio de Janeiro: Jorge Zahar, 2003. ______. Subversão do sujeito e dialética do desejo. Em: Escritos. Rio de Janeiro: Jorge Zahar, 1998. Angola e Moçambique: um diálogo sobre as Literaturas Africanas de Língua Portuguesa Ministrantes: Evellyn Kjellin e Franciele Guarenti Resumo: O minicurso abordará temas que envolvem os principais autores e textos referenciais das Literaturas Africanas de Língua Portuguesa de Angola e Moçambique. Além disso, haverá uma introdução ao contexto histórico e às principais manifestações culturais. Tendo isso exposto, temos o objetivo de estabelecer um diálogo entre os diferentes textos representativos às culturas estudadas, abordar temas pertinentes aos países em questão, tais como: pós-colonialismo, relações raciais, de gênero, diásporas etc. Também se pretende propor a relação entre literatura e contexto histórico, no qual os romances abordados estão inseridos. A fim de atingir os objetivos propostos, faremos apresentação das principais obras de autores(as) moçambicanos(as) e angolanos(as). Serão eles(as): Paulina Chiziane, Mia couto, José Craveirinha, José Eduardo Agualusa, Luandino Vieira, Noémia de Sousa, Paula Tavares, Pepetela e Ondjaki. Com esse minicurso, pretendemos promover o debate sobre questões pertinentes aos estudos pós-coloniais e à cena literária contemporânea. Serão utilizados romances, contos e poemas dos autores em questão, material áudio-visual, Xerox, telas em Power Point, apostila (confeccionada pelas ministrantes) com resumo e principais tópicos abordados no minicurso, que será entregue aos participantes. Bibliografia sugerida: AGUALUSA, José Eduardo. Estação das Chuvas. Rio de Janeiro: Editora Língua Geral, 2010. CABAÇO, José Luís. Moçambique: identidade, colonialismo e libertação. São Paulo: Unesp, 2009. CHAVES, Rita. Angola e Moçambique: experiência colonial e territórios literários. Cotia: Ateliê Editorial, 2005. CHIZIANE, Paulina. Niketche: uma história de poligamia. São Paulo: Cia da Letras, 2004. COUTO, Mia. O último voo do flamingo. São Paulo: Cia das Letras, 2005. ______. Terra sonâmbula. São Paulo: Cia das Letras, 2007. CRAVEIRINHA, José. Xigubo. 2. ed. Lisboa: Edições 70, 1980. ONDJAKI. Bom dia camaradas. Rio de Janeiro: Agir, 2006. PEPETELA. Mayombe. São Paulo: Ática, 1982. SOUSA, Noémia de. Sangue negro. Maputo: AEMO, 1988. SILVA, Alberto da Costa e. A África explicada aos meus filhos. Rio de janeiro: Agir, 2008. TAVARES, Paula. Amargos como os frutos. Poesia reunida. Rio de Janeiro: Pallas, 2011. VIEIRA, Luandino. Luuanda. São Paulo: Cia das Letras, 2006.