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CURSOS DE CIÊNCIAS CONTÁBEIS
DISCIPLINA: RESPONSABILIDADE SOCIAL
VIDEO – DEBATE 001
PROFº. JORGE LUTIF
lutif@lutif.com
ALUNO(A) / MATRÍCULA: DATA: ____ / ____ / _____
INSTRUÇÕES
Durante este trabalho não é permitido cópia integrais da internet sem as devidas citações e NEM EM-
PRÉSTIMOS DE RESPOSTAS A OUTRAS PESSOAS. Caso seja deflagrado aluno/a será atribuído NOTA ZERO
para ambas as EQUIPES.
Este trabalho contém 09 questões. 01 A 09 QUESTÕES – EM FORMATO DISCURSIVO
Todos deverão levar impresso ou manuscrito. ENTREGAR NO DIA DA PROVA. (1 A 4 PES).
QUESTÕES SOBRE O FILME NO FINAL DO TEXTO
A Corporação (The Corporation)
Dir: Mark Achbar e Jennifer Abbott
Roteiro: Joel Bakan - Canadá, 2004.
http://www.youtube.com/watch?v=Zx0f_8FKMrY
Infelizmente por razões “comerciais” o documentário não teve grande divulgação na mídia, o
que se torna mais uma prova de como nós, consumidores, somos reféns dos interesses merca-
dológicos das grandes corporações. O filme introduz uma visão crítica sobre como é realizada
a manipulação mercadológica e o controle das corporações acerca do comportamento de
consumo da humanidade. Reflete sobre a questão: se as corporações fossem pessoas, que
tipo de pessoas elas seriam?
Em 1886, o condado de Santa Clara, nos EUA, enfrentou nos tribunais a Southern Pacific Railro-
ad, poderosa companhia de estradas de ferro. No veredicto, sem maiores explicações, o juiz
responsável pelo caso declarou, em sua argumentação, que "a corporação ré é um individuo
que goza das premissas da 14ª Emenda da Constituição dos Estados Unidos, que proíbe ao Es-
tado que este negue, a qualquer pessoa sob sua jurisdição, IGUAL PROTEÇÃO PERANTE A LEI".
Isso significa que, a partir daquele momento, era estabelecida uma jurisprudência através da
qual, perante as leis norte americanas, empresas poderiam considerar-se como indivíduos.
Apesar do peculiar raciocínio por trás do veredicto do caso de Santa Clara, corporações, é
claro, não podem ser consideradas como "pessoas". Tecnicamente, elas nada mais são do que
um instrumento legal através do qual determinado negócio é transformado numa estrutura cu-
jo funcionamento transcende as limitações individuais de seus responsáveis de carne e osso.
Por conta disso, apesar das posições individuais de seus fundadores, e mesmo após a morte
destes, uma corporação segue em sua existência, operando como um "organismo" autônomo
em busca de um objetivo bastante específico - o lucro.
Mesmo assim, ainda que o bom senso determine uma linha bastante clara entre pessoas reais
e corporações, ambas seguem merecendo, perante a Constituição dos EUA, o mesmo tipo de
tratamento. Mas, e se corporações fossem mesmo indivíduos? Que tipo de gente seriam? Em
busca da resposta para essa questão, o escritor Joel Bakan e os cineastas Mark Achbar e Jen-
nifer Abbott resolveram adentrar os subterrâneos do mundo e da cultura corporativa, anali-
sando os motivos e conseqüências das ações das companhias transnacionais através de um
método de estudo que, distanciando-se da análise sócio-política, aproxima-se da PSICANÁLISE.
O trabalho dos três, que resultou no documentário A Corporação (The Corporation), aponta
para uma conclusão perturbadora.
LUCROS SEM CULPA
O documentário, baseado no livro THE CORPORATION - the pathological pursuit of profit and
power*, de Joel Bakan (que também assina o roteiro do filme), é uma profunda e divertida a-
nálise do mundo corporativo. A partir do estudo de crimes cometidos por transnacionais, e de
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dezenas de entrevistas com gente direta ou indiretamente ligada ao mundo corporativo, co-
mo ativistas de esquerda e de direita, acadêmicos, jornalistas, executivos, e espiões industriais,
os autores fazem uma radiografia das corporações como "seres" autônomos, que funcionam
de acordo com um conjunto específico e determinado de regras e motivações, bastante dis-
tintas daquelas partilhadas entre os homens comuns.
Criadas com o objetivo único de TORNAR MAIS EFICIENTE O ACÚMULO DO CAPITAL, corpora-
ções seguem uma dinâmica própria, que transcende as vontades individuais de seus acionistas
e executivos. Mas, mais do que criar estruturas de produção viciadas, a lógica do lucro é res-
ponsável também pelo modo como é construída a cultura corporativa e suas noções de res-
ponsabilidade social e política. "Pedir a uma corporação que seja socialmente responsável faz
tanto sentido quanto pedir a um edifício que o seja", dispara, em depoimento, MILTON FRIED-
MAN, economista vencedor do prêmio Nobel. Ou, como lembrado em outra entrevista, desta
vez pelo historiador Howard Zinn, "corporações sempre foram amigas de políticas totalitárias".
Isso é refletido também nas relações de trabalho. Seja no que diz respeito à dissociação entre
atos individuais de funcionários e realizações criminosas cometidos pela companhia, seja na
desumanização do processo de produção, existe, no ideal corporativo, algo próximo da dimi-
nuição do homem à condição de máquina. O esforço humano despe-se de qualquer carga
moral ou ideológica, aproximando-se de um ideal de eficiência análogo à idéia pré-fordista
de automatização.
"Como um mercador que, de tão ganancioso, vende a corda com a qual ele próprio vai ser
enforcado", afirma, no documentário, o jornalista e documentarista Michael Moore.
CHAMANDO O BLEFE
Produto de intensa e ampla pesquisa, A Corporação procura, mais que trazer o debate sobre
poder corporativo à agenda do dia, criar mobilização. "Nós queremos mostrar às pessoas que
elas ainda podem mudar as coisas", disse, em entrevista à agência de notícias IPS, o roteirista
Joel Bakan.
O caráter de guerrilha, que permeia todo o filme, é estendido também à estratégia de divul-
gação. Sem grandes investimentos em publicidade, os realizadores do filme apostam na pro-
paganda boca-a-boca para conquistar espectadores. No que depender da recepção ao do-
cumentário em festivais ao redor do mundo, a publicidade positiva parece certa. Vencedor do
prêmio de melhor documentário nos festivais de Sundance e Amsterdam, o filme tem tido re-
cepção calorosa de público e crítica ao redor do mundo.
Trechos de falas do documentário: “150 anos atrás, a grande corporação era uma instituição
insignificante. Hoje, ela é onipresente como a igreja, a monarquia e o partido comunista anti-
gamente... a corporação hoje é dominante. Este documentário examina a natureza, evolu-
ção, impacto... e possível futuro da corporação moderna. Sob um rígido controle legal no iní-
cio... o que permitiu à corporação atual obter tanto poder e influência sobre nós?”.
RESUMO
O rico venderá a corda para se enforcar, se ele achar que lucrará com isso. As corporações
buscam a ação racional, isto é, a ação detalhadamente arquitetada, em nome de um objeti-
vo. ( Max Weber). Émile Durkheim propõe a passagem de uma sociedade mecânica – na qual
o indivíduo tem sua individualidade anulada em relação a coletividade, ocasionando uma
dependência que torna o homem um objeto à disposição da sociedade – para uma socieda-
de orgânica – onde no exercício da prática comum, resultante da especialização do trabalho,
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os indivíduos conscientes de seu papel (função) recebem usos e práticas legitimados pelo gru-
po (corporação) a que pertencem e deste modo há um jugo menor tendo em vista o espaço
disponível às partes (esfera de ação própria, as personalidades).
Max Weber através de um estudo complexo sobre as relações de dominação, possibilita a
compreensão do surgimento e desenvolvimento do domínio que os homens impõe e subme-
tem-se quando em sociedade. Weber destaca que as formas de dominação, caracterizadas
pela violência considerada legítima, ocorrem através de três vertentes básicas: domínio tradi-
cional, domínio carismático e domínio racional-legal. O domínio tradicional é apresentado,
segundo a perspectiva weberiana como sendo “a autoridade do ''''ontem eterno'''', isto é dos
mores santificados pelo reconhecimento inimaginavelmente antigo e da orientação habitual
para o conformismo. É o domínio ''''tradicional'''' exercido pelo patriarca e pelo príncipe patri-
monial de outrora” (Weber, 1982: 99).
Essa forma de dominação, estabelecida a partir do controle dos bens de produção, impõe
uma relação de dependência a qual os indivíduos submetem-se visando à sobrevivência co-
mo destacou Karl Marx na Crítica da Economia Política (Marx, 1982). A situação na qual um
assalariado, por exemplo, se encontra assegurará ao empresário capitalista o apoio (obediên-
cia) necessário à administração exercida através da autoridade. A obediência às imposições
ocorre,...
Um dos conceitos de corporação trazido pelo documentário é o de conjunto de indivíduos
trabalhando juntos com uma série de objetivos, sendo que o principal é o de trazer lucro para
os proprietários da empresa. Esse conceito remete a instituições que criam grande poder e
dessa forma, estabelecem e mantém o sistema capitalista. Segundo Guiddens (2000), o capita-
lismo é um sistema de produção de bens. Neste sistema, os produtores não produzem apenas
o indispensável para sua subsistência, ou de pessoas próximas. Portanto, o capitalismo implica
um mercado de trocas, que pode atingir até mesmo um nível mundial, com o comércio entre
países.
Nas sociedades em que a produção tem lugar sob a forma capitalista, a riqueza consiste em
mercadorias. Uma mercadoria é, um objeto externo útil, isto é, capaz de satisfazer direta ou
indiretamente a quaisquer desejos humanos. O produto seja ele qual for, para se tornar mer-
cadoria, tem de ser transferido a quem vai utilizá-lo por meio de troca. A troca é a condição
para que a coisa ou produto possa ser considerado mercadoria. Todos os bens produzidos em
um mercado podem ser encarados sob dois aspectos: o do seu valor de uso e de seu valor de
troca. O valor de uso refere-se à utilidade dos bens, e as necessidades que podem ser satisfei-
tas por eles. Um objeto pode ter valor de uso e não ser um bem, mas um bem sempre tem que
ter valor de uso. Já o valor de troca refere-se ao valor que determinado produto tem na troca
com outros produtos. (Guiddens, 2000). Como o valor de troca é inseparável de um mercado
de troca dos produtos, as corporações surgem nesse sentido para produzirem bens através do
trabalho, ou seja, na corporificação na forma de caráter útil dos trabalhos realizados sobre ca-
da coisa.
Marx apud Guiddens (2000), afirma que o valor de uso e o valor de troca de um bem se rela-
ciona diretamente com a quantidade de trabalho necessária para produzi-lo. Esta quantidade
pode ser medida pelo tempo gasto pelo trabalhador na produção do bem. Um melhoramento
tecnológico, por exemplo, poderia diminuir a quantidade de tempo gasta na produção de um
bem.
Fonte de Pesquisa: Tiago Soares - The Cronics
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VIDEO – DEBATE 001
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QUESTIONAMENTOS:
01. A emissão de CO2, o vilão do efeito estufa, está na pauta do Progresso da Economia, afinal
a Produção Industrial é um importante emissor. Do outro lado da equação, os créditos de car-
bono podem vir a ser o “x” da questão, ou uma das incógnitas. Assim, filosoficamente temos
que, tudo que se movimenta deve ter algo com CUSTOS, FINANÇAS e ECONOMIA então, tudo
que expele fumaça tem a ver com meio ambiente... e onde há fumaça, há fogo! Qual a rela-
ção dos Processos de Consumo da População (Oferta x Demanda crescente) com o vídeo
apresentado ? quais os impactos que as empresas tem em centrar como objetivo exclusiva-
mente a Maximização dos Lucros como questões estruturais da sociedade e do meio ambiente
citados nos 60 minutos iniciais do filme (principalmente relatado no caso da Nike, Mosanto e
demais empresas) ?
02. O que é e como atua uma corporação? Explique: O que mais lhe chamou atenção com
relação à situação dos trabalhadores das corporações? E Como as empresas (através dos cus-
tos, finanças e economia) lidam com guerras e catástrofes citado no filme?
03. Você conhece alguma experiência de atuação de uma corporação similar ao demons-
trado no filme em nossa região? e em nosso país? Conte o que você sabe:
04. As corporações contribuem para o desenvolvimento sustentável? Justifique sua opinião:
05. A partir do documentário The Corporation, escolham pelo menos 2 (dois) dos eixos de análi-
se expostos no filme:
1. Relações de Trabalho
2. Apropriação dos recursos naturais
3. Publicidade para o público infantil
4. Responsabilidade Social
5. Relações das corporações com os governos
• Explicite qual a posição quanto ao tema; Cite até três razões para a tomada de posição;
Levante justificativas para suas razões; Conclua de forma clara sobre qual sua posição; Faça
uma lista de possíveis argumentos contrários e fortaleça sua posição para defesa de cada um
dos argumentos.
06. Qual a relação da Teoria da Oferta x Demanda e a futilidade dos indivíduos conforme pro-
tagonizado no Filme sobre o Consumismo (...) “Comprando Bugigangas” (...) ? Quais os motivos
que levarão a Coca-cola criar a Fanta Laranja durante o Regime nazi-fascista na Alemanha
segundo o Filme ? E por fim qual a relação das Privatizações e os Governos comentados no
Filme ?
07. Maximizar o Lucro é o mesmo que maximizar o valor da empresa? fundamente a resposta
com base nas informações finais do filme?
08. Qual a relação da Economia Capitalista x Protecionismo Econômico Americano pelo Go-
verno para as discussões de RSE nos negócios financeiros e comerciais (Corporações)?
09. Qual a grande mensagem que o filme traz mediante o cenário econômico atual enfrenta-
do pelos Países em desenvolvimento e os desenvolvidos ?

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Corporações como seres autônomos

  • 1. CURSOS DE CIÊNCIAS CONTÁBEIS DISCIPLINA: RESPONSABILIDADE SOCIAL VIDEO – DEBATE 001 PROFº. JORGE LUTIF lutif@lutif.com ALUNO(A) / MATRÍCULA: DATA: ____ / ____ / _____ INSTRUÇÕES Durante este trabalho não é permitido cópia integrais da internet sem as devidas citações e NEM EM- PRÉSTIMOS DE RESPOSTAS A OUTRAS PESSOAS. Caso seja deflagrado aluno/a será atribuído NOTA ZERO para ambas as EQUIPES. Este trabalho contém 09 questões. 01 A 09 QUESTÕES – EM FORMATO DISCURSIVO Todos deverão levar impresso ou manuscrito. ENTREGAR NO DIA DA PROVA. (1 A 4 PES). QUESTÕES SOBRE O FILME NO FINAL DO TEXTO A Corporação (The Corporation) Dir: Mark Achbar e Jennifer Abbott Roteiro: Joel Bakan - Canadá, 2004. http://www.youtube.com/watch?v=Zx0f_8FKMrY Infelizmente por razões “comerciais” o documentário não teve grande divulgação na mídia, o que se torna mais uma prova de como nós, consumidores, somos reféns dos interesses merca- dológicos das grandes corporações. O filme introduz uma visão crítica sobre como é realizada a manipulação mercadológica e o controle das corporações acerca do comportamento de consumo da humanidade. Reflete sobre a questão: se as corporações fossem pessoas, que tipo de pessoas elas seriam? Em 1886, o condado de Santa Clara, nos EUA, enfrentou nos tribunais a Southern Pacific Railro- ad, poderosa companhia de estradas de ferro. No veredicto, sem maiores explicações, o juiz responsável pelo caso declarou, em sua argumentação, que "a corporação ré é um individuo que goza das premissas da 14ª Emenda da Constituição dos Estados Unidos, que proíbe ao Es- tado que este negue, a qualquer pessoa sob sua jurisdição, IGUAL PROTEÇÃO PERANTE A LEI". Isso significa que, a partir daquele momento, era estabelecida uma jurisprudência através da qual, perante as leis norte americanas, empresas poderiam considerar-se como indivíduos. Apesar do peculiar raciocínio por trás do veredicto do caso de Santa Clara, corporações, é claro, não podem ser consideradas como "pessoas". Tecnicamente, elas nada mais são do que um instrumento legal através do qual determinado negócio é transformado numa estrutura cu- jo funcionamento transcende as limitações individuais de seus responsáveis de carne e osso. Por conta disso, apesar das posições individuais de seus fundadores, e mesmo após a morte destes, uma corporação segue em sua existência, operando como um "organismo" autônomo em busca de um objetivo bastante específico - o lucro. Mesmo assim, ainda que o bom senso determine uma linha bastante clara entre pessoas reais e corporações, ambas seguem merecendo, perante a Constituição dos EUA, o mesmo tipo de tratamento. Mas, e se corporações fossem mesmo indivíduos? Que tipo de gente seriam? Em busca da resposta para essa questão, o escritor Joel Bakan e os cineastas Mark Achbar e Jen- nifer Abbott resolveram adentrar os subterrâneos do mundo e da cultura corporativa, anali- sando os motivos e conseqüências das ações das companhias transnacionais através de um método de estudo que, distanciando-se da análise sócio-política, aproxima-se da PSICANÁLISE. O trabalho dos três, que resultou no documentário A Corporação (The Corporation), aponta para uma conclusão perturbadora. LUCROS SEM CULPA O documentário, baseado no livro THE CORPORATION - the pathological pursuit of profit and power*, de Joel Bakan (que também assina o roteiro do filme), é uma profunda e divertida a- nálise do mundo corporativo. A partir do estudo de crimes cometidos por transnacionais, e de
  • 2. CURSOS DE CIÊNCIAS CONTÁBEIS DISCIPLINA: RESPONSABILIDADE SOCIAL VIDEO – DEBATE 001 PROFº. JORGE LUTIF lutif@lutif.com dezenas de entrevistas com gente direta ou indiretamente ligada ao mundo corporativo, co- mo ativistas de esquerda e de direita, acadêmicos, jornalistas, executivos, e espiões industriais, os autores fazem uma radiografia das corporações como "seres" autônomos, que funcionam de acordo com um conjunto específico e determinado de regras e motivações, bastante dis- tintas daquelas partilhadas entre os homens comuns. Criadas com o objetivo único de TORNAR MAIS EFICIENTE O ACÚMULO DO CAPITAL, corpora- ções seguem uma dinâmica própria, que transcende as vontades individuais de seus acionistas e executivos. Mas, mais do que criar estruturas de produção viciadas, a lógica do lucro é res- ponsável também pelo modo como é construída a cultura corporativa e suas noções de res- ponsabilidade social e política. "Pedir a uma corporação que seja socialmente responsável faz tanto sentido quanto pedir a um edifício que o seja", dispara, em depoimento, MILTON FRIED- MAN, economista vencedor do prêmio Nobel. Ou, como lembrado em outra entrevista, desta vez pelo historiador Howard Zinn, "corporações sempre foram amigas de políticas totalitárias". Isso é refletido também nas relações de trabalho. Seja no que diz respeito à dissociação entre atos individuais de funcionários e realizações criminosas cometidos pela companhia, seja na desumanização do processo de produção, existe, no ideal corporativo, algo próximo da dimi- nuição do homem à condição de máquina. O esforço humano despe-se de qualquer carga moral ou ideológica, aproximando-se de um ideal de eficiência análogo à idéia pré-fordista de automatização. "Como um mercador que, de tão ganancioso, vende a corda com a qual ele próprio vai ser enforcado", afirma, no documentário, o jornalista e documentarista Michael Moore. CHAMANDO O BLEFE Produto de intensa e ampla pesquisa, A Corporação procura, mais que trazer o debate sobre poder corporativo à agenda do dia, criar mobilização. "Nós queremos mostrar às pessoas que elas ainda podem mudar as coisas", disse, em entrevista à agência de notícias IPS, o roteirista Joel Bakan. O caráter de guerrilha, que permeia todo o filme, é estendido também à estratégia de divul- gação. Sem grandes investimentos em publicidade, os realizadores do filme apostam na pro- paganda boca-a-boca para conquistar espectadores. No que depender da recepção ao do- cumentário em festivais ao redor do mundo, a publicidade positiva parece certa. Vencedor do prêmio de melhor documentário nos festivais de Sundance e Amsterdam, o filme tem tido re- cepção calorosa de público e crítica ao redor do mundo. Trechos de falas do documentário: “150 anos atrás, a grande corporação era uma instituição insignificante. Hoje, ela é onipresente como a igreja, a monarquia e o partido comunista anti- gamente... a corporação hoje é dominante. Este documentário examina a natureza, evolu- ção, impacto... e possível futuro da corporação moderna. Sob um rígido controle legal no iní- cio... o que permitiu à corporação atual obter tanto poder e influência sobre nós?”. RESUMO O rico venderá a corda para se enforcar, se ele achar que lucrará com isso. As corporações buscam a ação racional, isto é, a ação detalhadamente arquitetada, em nome de um objeti- vo. ( Max Weber). Émile Durkheim propõe a passagem de uma sociedade mecânica – na qual o indivíduo tem sua individualidade anulada em relação a coletividade, ocasionando uma dependência que torna o homem um objeto à disposição da sociedade – para uma socieda- de orgânica – onde no exercício da prática comum, resultante da especialização do trabalho,
  • 3. CURSOS DE CIÊNCIAS CONTÁBEIS DISCIPLINA: RESPONSABILIDADE SOCIAL VIDEO – DEBATE 001 PROFº. JORGE LUTIF lutif@lutif.com os indivíduos conscientes de seu papel (função) recebem usos e práticas legitimados pelo gru- po (corporação) a que pertencem e deste modo há um jugo menor tendo em vista o espaço disponível às partes (esfera de ação própria, as personalidades). Max Weber através de um estudo complexo sobre as relações de dominação, possibilita a compreensão do surgimento e desenvolvimento do domínio que os homens impõe e subme- tem-se quando em sociedade. Weber destaca que as formas de dominação, caracterizadas pela violência considerada legítima, ocorrem através de três vertentes básicas: domínio tradi- cional, domínio carismático e domínio racional-legal. O domínio tradicional é apresentado, segundo a perspectiva weberiana como sendo “a autoridade do ''''ontem eterno'''', isto é dos mores santificados pelo reconhecimento inimaginavelmente antigo e da orientação habitual para o conformismo. É o domínio ''''tradicional'''' exercido pelo patriarca e pelo príncipe patri- monial de outrora” (Weber, 1982: 99). Essa forma de dominação, estabelecida a partir do controle dos bens de produção, impõe uma relação de dependência a qual os indivíduos submetem-se visando à sobrevivência co- mo destacou Karl Marx na Crítica da Economia Política (Marx, 1982). A situação na qual um assalariado, por exemplo, se encontra assegurará ao empresário capitalista o apoio (obediên- cia) necessário à administração exercida através da autoridade. A obediência às imposições ocorre,... Um dos conceitos de corporação trazido pelo documentário é o de conjunto de indivíduos trabalhando juntos com uma série de objetivos, sendo que o principal é o de trazer lucro para os proprietários da empresa. Esse conceito remete a instituições que criam grande poder e dessa forma, estabelecem e mantém o sistema capitalista. Segundo Guiddens (2000), o capita- lismo é um sistema de produção de bens. Neste sistema, os produtores não produzem apenas o indispensável para sua subsistência, ou de pessoas próximas. Portanto, o capitalismo implica um mercado de trocas, que pode atingir até mesmo um nível mundial, com o comércio entre países. Nas sociedades em que a produção tem lugar sob a forma capitalista, a riqueza consiste em mercadorias. Uma mercadoria é, um objeto externo útil, isto é, capaz de satisfazer direta ou indiretamente a quaisquer desejos humanos. O produto seja ele qual for, para se tornar mer- cadoria, tem de ser transferido a quem vai utilizá-lo por meio de troca. A troca é a condição para que a coisa ou produto possa ser considerado mercadoria. Todos os bens produzidos em um mercado podem ser encarados sob dois aspectos: o do seu valor de uso e de seu valor de troca. O valor de uso refere-se à utilidade dos bens, e as necessidades que podem ser satisfei- tas por eles. Um objeto pode ter valor de uso e não ser um bem, mas um bem sempre tem que ter valor de uso. Já o valor de troca refere-se ao valor que determinado produto tem na troca com outros produtos. (Guiddens, 2000). Como o valor de troca é inseparável de um mercado de troca dos produtos, as corporações surgem nesse sentido para produzirem bens através do trabalho, ou seja, na corporificação na forma de caráter útil dos trabalhos realizados sobre ca- da coisa. Marx apud Guiddens (2000), afirma que o valor de uso e o valor de troca de um bem se rela- ciona diretamente com a quantidade de trabalho necessária para produzi-lo. Esta quantidade pode ser medida pelo tempo gasto pelo trabalhador na produção do bem. Um melhoramento tecnológico, por exemplo, poderia diminuir a quantidade de tempo gasta na produção de um bem. Fonte de Pesquisa: Tiago Soares - The Cronics
  • 4. CURSOS DE CIÊNCIAS CONTÁBEIS DISCIPLINA: RESPONSABILIDADE SOCIAL VIDEO – DEBATE 001 PROFº. JORGE LUTIF lutif@lutif.com QUESTIONAMENTOS: 01. A emissão de CO2, o vilão do efeito estufa, está na pauta do Progresso da Economia, afinal a Produção Industrial é um importante emissor. Do outro lado da equação, os créditos de car- bono podem vir a ser o “x” da questão, ou uma das incógnitas. Assim, filosoficamente temos que, tudo que se movimenta deve ter algo com CUSTOS, FINANÇAS e ECONOMIA então, tudo que expele fumaça tem a ver com meio ambiente... e onde há fumaça, há fogo! Qual a rela- ção dos Processos de Consumo da População (Oferta x Demanda crescente) com o vídeo apresentado ? quais os impactos que as empresas tem em centrar como objetivo exclusiva- mente a Maximização dos Lucros como questões estruturais da sociedade e do meio ambiente citados nos 60 minutos iniciais do filme (principalmente relatado no caso da Nike, Mosanto e demais empresas) ? 02. O que é e como atua uma corporação? Explique: O que mais lhe chamou atenção com relação à situação dos trabalhadores das corporações? E Como as empresas (através dos cus- tos, finanças e economia) lidam com guerras e catástrofes citado no filme? 03. Você conhece alguma experiência de atuação de uma corporação similar ao demons- trado no filme em nossa região? e em nosso país? Conte o que você sabe: 04. As corporações contribuem para o desenvolvimento sustentável? Justifique sua opinião: 05. A partir do documentário The Corporation, escolham pelo menos 2 (dois) dos eixos de análi- se expostos no filme: 1. Relações de Trabalho 2. Apropriação dos recursos naturais 3. Publicidade para o público infantil 4. Responsabilidade Social 5. Relações das corporações com os governos • Explicite qual a posição quanto ao tema; Cite até três razões para a tomada de posição; Levante justificativas para suas razões; Conclua de forma clara sobre qual sua posição; Faça uma lista de possíveis argumentos contrários e fortaleça sua posição para defesa de cada um dos argumentos. 06. Qual a relação da Teoria da Oferta x Demanda e a futilidade dos indivíduos conforme pro- tagonizado no Filme sobre o Consumismo (...) “Comprando Bugigangas” (...) ? Quais os motivos que levarão a Coca-cola criar a Fanta Laranja durante o Regime nazi-fascista na Alemanha segundo o Filme ? E por fim qual a relação das Privatizações e os Governos comentados no Filme ? 07. Maximizar o Lucro é o mesmo que maximizar o valor da empresa? fundamente a resposta com base nas informações finais do filme? 08. Qual a relação da Economia Capitalista x Protecionismo Econômico Americano pelo Go- verno para as discussões de RSE nos negócios financeiros e comerciais (Corporações)? 09. Qual a grande mensagem que o filme traz mediante o cenário econômico atual enfrenta- do pelos Países em desenvolvimento e os desenvolvidos ?