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REFLEXÕES: O ATO DE
REGISTRAR E APRENDER COM A
PRÁTICA PEDAGÓGICA
Lucineide Conceição Roque
RESUMO: O presente trabalho é um estudo bibliográfico
que tem por objetivo refletir sobre o registro pedagógico
no contextos escolar, caracterizando a amplitude de sua
importância para a melhoria da prática docente. A
observação do registro pedagógico quando compartilhado
com outros, professores e coordenador, possibilita reflexões
sobre as teorias e práticas aplicadas em sala de aula. O
trabalho coletivo adquire consciência das ações e
impulsiona as mudanças na atuação docente.
PALAVRAS - CHAVE: Registro escolar . Planejamento .
Reflexão docente . Formação continuada
Introdução
A essência da ação pedagógica está em promover a articulação entre o texto (oral /
escrito) e o seu contexto significativo, estabelecer a interação através do convívio coletivo,
proporcionar atividades que agucem a capacidade de expressar. Para desenvolver a
comunicação entre os indivíduos se faz necessário à utilização de signos lingüísticos,
compreensíveis por outras pessoas, que possam traduzir ideias, sentimentos, vontades e
pensamentos.
Com o inicio do ano letivo cabem aos professores a responsabilidade de iniciarem suas
atividades com a realização do planejamento, tendo como ponto de partida os planos de
ensino, os quais apresentam a distribuição dos conteúdos que serão trabalhados por bimestre
(ou trimestre), assim como a definição dos principais projetos e as sequências didáticas que
serão aplicadas para cada turma ou disciplina, constituem partes fundamentais dessa retomada
de trabalho.
Outro fator importante, considerado a base para o desenvolvimento do planejamento
anual é o PPP ( Projeto Político Pedagógico) da escola, o qual articula as intenções, estabelece
os objetivos e as metas da escola, analisando o contexto e organizando os recursos. O PPP
abrange todos os aspectos necessários, tais como: recursos materiais, humanos e financeiros.
Também faz parte deste contexto a matriz curricular da rede e as experiências de cada
profissional.
O ato de planejar é um processo racional que organiza e coordena a ação docente,
articula a atividade escolar e a problemática do contexto social.
O ato de planejar é um processo racional que organiza e coordena a ação docente,
articula a atividade escolar e a problemática do contexto social.
O plano de ensino deve ser um instrumento de ação similar a um guia de orientações
apresentando uma ordem seqüencial, objetiva, coerente e flexível. O professor deve revisar e
adequar o seu plano no decorrer do ano letivo sempre buscando refletir sobre a sua ação
pedagógica. Para que essa reflexão torne–se possível, faz–se necessário, a utilização de outro
instrumento muito importante no ambiente escolar, o registro pedagógico, que é o foco de
estudo deste trabalho, apesar de ser pouco valorizado até mesmo por alguns profissionais da
área.
Muitos profissionais desconhecem o valor real do registro e os benefícios que o
mesmo pode trazer para a sua prática profissional, bem como a sua formação continua.
O registro pedagógico e o professor
O dia-a-dia de trabalho do docente no ambiente escolar tem tendência a ser algo
individual, solitário, as experiências de sucesso não são compartilhadas. A escola está envolta
a uma cultura onde acredita–se que o professor deve fazer tudo sozinho, atribuindo ao docente
toda a responsabilidade pelo comando da sala de aula e consequentemente o desenvolvimento
da turma em obter fracassos ou sucessos; ao fazer referência quanto à responsabilidade do
docente, diante da aprendizagem e direcionamento dos alunos, considerar apenas o
compromisso perante a construção do conhecimento, os quais sofrem interferência de outros
fatores como: a participação da família e do próprio aluno e o meio no qual está inserido; não
deve eximir em hipótese alguma as funções que competem ao docente, porém durante a
jornada de trabalho nota-se que o profissional não se sente à vontade para compartilhar
experiências vivenciadas em sala de aula, muito menos pedir apoio aos colegas para resolver
os problemas que surgem.
São inúmeras as barreiras encontradas no cotidiano escolar, mas é possível destacar
que a resistência no ato de registrar é um fator causado, principalmente, pelo fato de imaginar
cobranças ao profissional, o medo de expor–se perante aos outros, inseguranças devido à falta
de esclarecimentos dos benefícios e riquezas que um bom registro pode trazer para a melhoria
da prática pedagógica.
O autor Zabalza apresenta de maneira expressiva os dilemas enfrentados pelos
docentes através da explanação de suas pesquisas em diário de aula.
(...) a abordagem do estudo do professor a partir da perspectiva dos dilemas
não se acaba na mera definição de termos e identificação dos dilemas
delimitados pelos diários de professores. Supõe uma tomada de posição que
ultrapassa a estrutura habitual da investigação no que tem de mera
constatação sobre se aparecem ou não dilemas nos relatórios dos professores
e quais são estes. No fundo deste trabalho está subjacente todo um discurso
em torno da racionalidade e da reflexão, e de como isso, por si só, supõe
uma melhoria qualitativa do ensino com respeito a formas não deliberativas
ou críticas do fazer prático docente. ( ZABALZA, 1994, p. 65).
Para o profissional da educação o registro representa muito mais que um roteiro de
aula ou uma simples enumeração de atividades que serão desenvolvidas com a turma.
Escrever sobre a prática faz pensar e refletir sobre cada decisão que foi ou que será tomada,
permitindo aprimorar o trabalho diário do docente e adequá-lo com frequência às
necessidades dos discentes. Através do registro é possível identificar as falhas, observar o
desenvolvimento do trabalho pedagógico e as evoluções do grupo.
Para o profissional da educação o registro representa muito mais que um roteiro de
aula ou uma simples enumeração de atividades que serão desenvolvidas com a turma.
Escrever sobre a prática faz pensar e refletir sobre cada decisão que foi ou que será tomada,
permitindo aprimorar o trabalho diário do docente e adequá-lo com frequência às
necessidades dos discentes. Através do registro é possível identificar as falhas, observar o
desenvolvimento do trabalho pedagógico e as evoluções do grupo.
Ao escrever é inevitável que surjam os questionamentos sobre o que aconteceu em
classe, observação perante a organização da sala, o que colaborou ou não para o
desenvolvimento das atividades. O saldo dessa avaliação serve de base para o planejamento
de ações futuras.
O pesquisador Luckesi desde 1989 já colocava em evidência e debate a questão do
papel da didática na formação do educador apontando a importância dos profissionais da
educação em refletir sobre a sua prática diariamente.
Formar o educador seria criar condições para que o sujeito se prepare
filosófica, cientifica, técnica e afetivamente para o tipo de ação que vai
exercer. Para tanto serão necessárias não só aprendizagem cognitivas sobre
os diversos campos de conhecimento que o auxiliam no desempenho de seu
papel mas – especialmente – o desenvolvimento de uma atitude
dialeticamente crítica, sobre o mundo e sua prática educacional. O educador
nunca estará “pronto”, formado, pois que a sua preparação, a sua maturação
se faz no dia – a – dia, na meditação teórica sobre a prática. A sua constante
atualização se fará pela reflexão diuturna sobre os dados de sua prática.
(LUCKESI, 1989, p. 26).
Os registros das aulas podem demonstrar uma escrita reflexiva e ser utilizada como
uma arma de apuração do pensar, muitas vezes não é uma tarefa simples, devido ao tempo
que é necessário reservar para este fim, mas quando está ação se desenvolve em conjunto com
outros profissionais (coordenador pedagógico) os registros ganham outra dimensão. Eles
apresentam elementos importantes para a melhoria do trabalho pedagógico implicando no
crescimento profissional.
Em seus estudos Fujikawa ( 2004) defende argumentos envolvendo a escrita sobre a
prática docente, enfocando o distanciamento da situação vivida para propiciar um novo olhar
nas situações descritas.
Rememorar as ações, as reações, os sentimentos que emergiram, a “pauta”
da aula, a seleção dos conteúdos, as intervenções, a metodologia utilizada, o
que ocorreu de acordo com o previsto, o inusitado/inesperado, significa
lançar para esta situação uma segunda leitura, uma re-visão do que foi vivido
e praticado. Registrar a prática educativa através de diários, relatórios,
sínteses de reuniões e avaliação constitui um meio oportuno para promover
esta releitura do trabalho. ( FUJIKAWA, 2004, pp. 59- 60)
Depreende–se da argumentação desenvolvida por Coelho Machado (2010) que “os
registros pedagógicos se convertem em apoio recursivo para o trabalho docente, pois ao
recorrer às anotações, o professor estabelece prioridades, realiza adequações tendo em vista o
contexto de atuação”.
Diante da importância do registro no ambiente escolar e sua relação com o docente
Ostetto, ( 2008, p. 13) tece suas considerações de modo a corroborar com o propósito deste
trabalho.
Por meio do registro travamos um diálogo com nossa prática, entremeando
perguntas percebendo idas e vindas, buscando respostas que vão sendo
elaboradas no encadeamento da escrita, na medida em que o vivido vai se
tornando explícito traduzido e, portanto passível de reflexão.
Portanto, pode-se salientar que à medida que o professor exercita a sua prática diária
utilizando o registro como extensão da memória, torna–se mais experiente na produção e
reflexão de seu discurso, conseguindo aperfeiçoar o seu fazer pedagógico.
A função do registro e o que revelam
Ser professor é uma tarefa árdua que exige paciência, dedicação, reflexão e acima de
tudo um compromisso com a educação, perante está realidade vale ressaltar que os registros
tanto em atas solenes, quanto em cadernos de anotações do professor, em cadernos de alunos
ou diários de classes são documentos que retratam a vida escolar na sua formalidade e no seu
processo cotidiano que ao sofrerem a análise do pesquisador permitem um entendimento dos
processos vividos em cada época da história.
Segundo Miguel Zabalza (2004), os registros que cumprem somente as funções
burocráticas, limitado à anotações dos temas abordados, as presenças e as faltas dos alunos
não representam qualidade no trabalho do professor.
Conforme Zabalza ( 2004) os registros mais interessantes são os que se referem às
discussões críticas da turma, apresentam observações sobre o processo de ensino e
aprendizagem, reproduzem frases das crianças e reúnem exemplos das produções; portanto
são os que permitem construir um conjunto de ações demonstrando à qualidade de ensino:
planejar, realizar, documentar, analisar e finalmente replanejar a prática pedagógica.
Para elaborar os registros de modo que os mesmos constitua–se como instrumento no
processo educacional, faz necessário compreender a função e as especificações de cada
documento.
Os diários de classe são os mais comuns, apresentam notas, pautas de observação
descrevendo os fatos ocorridos no dia–a-dia, tem por função apresentar registros de
acompanhamento diário das atividades e evolução dos alunos organizados por bimestres ou
trimestres.
Os portfólios são documentos organizados em pasta com amostras dos trabalhos
discentes, basicamente composto por atividades, desenhos, relatórios, fotos ou vídeos.
Através do portfólio observa–se a trajetória de cada aluno ou de toda a turma, tornando
possível analisar os problemas de ensino que apresentam nas produções e buscar maneiras
para a resolução.
As anotações ou notas são escritas curtas realizadas na aula, as frases tecem os
comentários sobre os alunos, apontam questões referentes a dúvidas do grupo, conteúdos a
serem pesquisados, não apresentam profundidade são somente apontamentos para base de
planejamentos futuros.
As pautas de observação são tabelas identificando o aluno e os conteúdos didáticos ou
atitudinais que serão observados. Propõem o acompanhamento e a evolução da aprendizagem
no decorrer do ano. De tempos em tempos são comparadas entre si.
O relatório é um documento onde apresenta um breve relato sobre as atividades que
foram trabalhadas com a turma durante o período, tem por objetivo apresentar os avanços e
desempenhos do aluno aos familiares.
O registro permite uma diversidade de funções ( gravação de áudio, vídeo, produção
de trabalhos, registro fotográficos das produções das crianças, projetos ) e está a serviço de
diferentes propósitos, comunicar, documentar, refletir, organizar, rever, aprofundar. A forma e
o conteúdo do registro podem variar conforme suas finalidades.
De acordo com o Referencial Nacional de Educação Infantil a observação e o registro
são os principais instrumentos que o professor dispõe para apoiar sua prática. Portanto através
deles o professor acompanha os processos de desenvolvimento obtendo informações sobre as
experiências das crianças na instituição escolar.
Reflexão como prática pedagógica
O dicionário de língua portuguesa Aurélio define o vocábulo reflexão como: ato ou
efeito de refletir–se; volta da consciência, do espírito, sobre si mesmo, para exame de seu
próprio conteúdo; ponderação e observação.
Sob a perspectiva do dicionário Houaiss o verbete reflexão é ato de pensar
profundamente, pensamento, observação que resultam da meditação ou planejamento e que
são expressos por escrito ou em voz alta. De acordo com o mesmo dicionário o verbete
reflexivo é definido como algo que reflete, que se volta sobre si mesmo, pensativo,
concentrado.
As autoras Ferreira e Martins explanam suas idéias sobre o conceito de professor
aprendiz: refletindo e aprendendo com a prática docente, enfatiza o uso do registro para
desenvolver o processo investigativo do cotidiano da sua própria prática, por fim, envolvendo
uma avaliação da aprendizagem continuamente.
Afirmam Ferreira e Martins (2007, p. 42) que “é fundamental desenvolver uma
postura reflexiva, investigando a própria forma de trabalhar cotidianamente... ser capaz de se
envolver, querer saber, reconhecer as diferenças, agir, e procurar saber aquilo que não sabe”.
Todas às vezes que é realizada a leitura ou releitura dos registros proporciona
condições para a reflexão através do processo investigativo, ao analisar a escrita e observar os
detalhes apresentados nesse registro aponta-se os fatos relevantes para planejar e replanejar as
ações futuras.
De acordo com o entendimento apresentado por Ferreira e Martins sobre a ação de
observar a turma e registrar os acontecimentos, os quais contribuem para refletir a prática de
ensino em sala de aula, compreende-se que o aprender fazendo se remete ao exercício da
escrita diária.
...devemos sempre registrar os dados relevantes e as ocorrências especificas
ao final de cada aula. (...) Para aprender a tomar notas do que é de fato
relevante para apoiar cada aluno na sala de aula, o docente deve apenas
iniciar as anotações de forma regular e sistemática e aprender fazendo
(FERREIRA e MARTINS, 2007 p. 34).
O ato de escrever nas palavras de Zabalza ( 1994) ressalta que o próprio fato de
escrever sobre a própria prática, leva o professor a aprender através da sua narração. A
narração por sua vez, constitui–se em reflexão.
Sobre o ponto de vista e consideração a respeito do significado e as abrangências no
contexto de professor reflexivo, Libâneo argumenta que:
A reflexibilidade se insere como um dos elementos de formação profissional
dos professores, e quase sempre pode ser compreendida como um processo
articulado de ação – reflexão – ação, (...) Os professores aprendem sua
profissão por vários caminhos, com a contribuição das teorias conhecidas de
ensino e aprendizagem e inclusive com a própria experiência. O aprender a
ser professor, na formação inicial ou continuada, se pauta por objetivos de
aprendizagem que incluem as capacidades e competências esperadas no
exercício profissional de professor ( LIBÂNEO, 2008, p. 73).
Ater-se ao relato que o professor Cesar Sena, atuante na rede de ensino estadual,
forneceu para o caderno temático: Trabalhando com a Educação de Jovens e Adultos:
Observação e Registro. A reflexão que o educador faz sobre a sua própria experiência
profissional vem de encontro com a proposta deste trabalho que é demonstrar a importância
do registro para o crescimento profissional. Portanto, cabe ressaltar como os registros
demonstram o percurso de aprendizagem.
“Minha experiência com o registro escrito como professor
Lendo meus registros de professor, chego até a me emocionar com os
resultados positivos obtidos. Mesmo sem ter a consciência ou
fundamentação teórica (...) seguia a minha intuição, procurava registrar de
maneira simples, as observações, considerações a respeito das minhas aulas,
dos meus avanços e dos progressos dos alunos, principalmente dos que
apresentavam uma certa dificuldade.
(...) Os meus registros são documentos ‘vivos’ da minha experiência, são
relatos que narram minha vivência como professor/educador. Por meio deles
posso rememorar e acompanhar meu crescimento profissional, pessoal e
emocional. Relendo percebo quantos erros cometi, quantas ações me
levaram a repensar e a modificar minhas estratégias. (CEZAR SENA, 1998,
p.38)
Ao fazer referência sobre a importância do registro no ambiente escolar não pode-se
perder de vista o sentido do registrar, ou seja, o quê e para quê registrar; precisa buscar
evidencias para o ‘fazer pedagógico’, os registros são espaços para a construção de teorias
sobre os encaminhamentos mais adequados envolvendo a prática pedagógica no cotidiano
escolar. Lembrando que a união dos diversos tipos de registros se configura na transformação
em documentos, que por sua vez, são capazes de formar um arquivo de memória, recontando
as nossas realizações no processo histórico.
Considerações Finais
“A gente pensa melhor quando pensa a partir do que faz, da pratica.”
Paulo Freire
A necessidade em falar sobre o registro e aflorar a discussão apontando os valores e os
benefícios que o mesmo promove no desenvolvimento profissional, aperfeiçoando e mudando
a prática docente, apresenta-se à medida que o compartilhar pensamentos utilizando a escrita
do outro para fazer a leitura, permite alcançar a compreensão sobre outra perspectiva, de
modo que a repercussão venha a transformar estas práticas cada vez mais inclusivas perante
as diversidades existentes no ambiente escolar.
Defender o conceito de que é extremamente importante que a escola possa oferecer
espaços e oportunidade para a troca de experiências, confronto de idéias, através da exposição
da escrita, lembrar que ao registrar suas reflexões o professor torna–se autor do que pensa e
em conseqüência autor do seu jeito de fazer.
Ressalta-se que o documento Referencial Nacional de Educação Infantil traz em seu
texto a importância do registro diário através das observações e impressões dos docentes
perante a turma, é composto de um rico material de reflexão de modo a ajudar no
planejamento educativo. O documento também faz referência quanto às formas de registros,
já citadas neste trabalho, as quais podem ser encontradas em diversos formatos, como a
gravação de áudio, vídeo e registros fotográficos das produções das crianças realizadas ao
longo do tempo.
A coragem para enfrentar desafios e mudar posturas enraizadas é o obstáculo que o
docente precisa aprender a vencer. Como dizia o grande educador Paulo Freire a gente pensa
melhor quando pensa a partir do que faz , da prática.
Portanto, deve-se pensar no registro como ferramenta metodológica do professor, um
instrumento de formação continua. Por fim, o registro constituí uma ferramenta que permite
uma análise crítica e um redimensionamento do trabalho pedagógico. A construção do
discurso sobre a realidade, expressa em narrativas sequenciais possibilita uma tomada de
decisão consciente levando ao aprimoramento da prática pedagógica.
Referências Bibliográficas
BRASIL. Ministério da Educação. Referencial Curricular Nacional para a Educação
Infantil. Brasília: MEC/SEF, 1998.v.1.
BRASIL. Secretaria de Educação Continuada Alfabetização e Diversidade ( SECAD).
Trabalhando com a Educação de Jovem e Adultos: Observação e Registro. Brasília.
2006.v. 3.
FERREIRA, Aurélio Buarque de Holanda. Dicionário Aurélio. São Paulo: Positivo, 2000.
FERREIRA, Windyz Brazão; MARTINS, Regina Coeli Braga. De docente para docente :
práticas de ensino e diversidade para a educação básica. São Paulo: Summus, 2007.
FUJIKAWA, Mónica Matie. O Registro como pretexto e como objeto de reflexão da
prática pedagógica: um exercício de parceria entre coordenadora e professores. São
Bernardo do Campo : Universidade Metodista de São Paulo. Dissertação de Mestrado. 2004.
HOUAISS. Minidicionário Houaiss da língua portuguesa. Organizado pelo Instituto
Antônio Houaiss de Lexicografia e Banco de Dados da Língua Portuguesa S/C Ltda. 2ª Ed.
Rio de Janeiro: Objetiva 2004.
1
LIBÂNEO, José Carlos. Reflexividade e Formação de Professores: outra oscilação do
pensamento pedagógico brasileiro. In: PIMENTA, Selma Garrido; GHEDIN, Evandro (orgs.)
Professor Reflexivo no Brasil : gênese e crítica de um conceito. São Paulo: Cortez, 2008,
pp 53-79.
LUCKESI, Carlos Cipriano. O papel da Didática na formação do Educador. In: CANDAU,
Vera Maria (org.) A didática em questão. 8ª Ed. Petrópolis, RJ: Vozes, 1989, pp 23 – 30.
MACHADO, Ilze Maria Coelho. Registro Pedagógico de Professoras da Educação
Infantil. Paraná: PUC PR. Dissertação de Mestrado. 2010. Disponível em
http:www.anped.org.br/33 encontro/ internas/ver/ trabalhos gt 07. Acesso em 26 fevereiro de
2012.
OSTETTO, Luciana Esmeralda. Observação, registro, documentação: nomear e significar as
experiências. In: ( Org). Educação infantil: saberes e fazeres da formação de professores.
Campinas: Papirus, 2008, pp 13- 32.
ZABALZA, Miguel Ángel. Diários de Aula: contributo para o estudo dos dilemas
práticos dos professores. Tradução: José Augusto Pacheco e José Machado, Portugal: Porto
Editora, 1994.
_______________________ Diarios de aula: um instrumento de pesquisa e
desenvolvimento profissional. Porto Alegre: Artmed, 2004.

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Reflexões : O ato de registrar e Aprender com a prática Pedagógica

  • 1. REFLEXÕES: O ATO DE REGISTRAR E APRENDER COM A PRÁTICA PEDAGÓGICA Lucineide Conceição Roque
  • 2. RESUMO: O presente trabalho é um estudo bibliográfico que tem por objetivo refletir sobre o registro pedagógico no contextos escolar, caracterizando a amplitude de sua importância para a melhoria da prática docente. A observação do registro pedagógico quando compartilhado com outros, professores e coordenador, possibilita reflexões sobre as teorias e práticas aplicadas em sala de aula. O trabalho coletivo adquire consciência das ações e impulsiona as mudanças na atuação docente. PALAVRAS - CHAVE: Registro escolar . Planejamento . Reflexão docente . Formação continuada
  • 3. Introdução A essência da ação pedagógica está em promover a articulação entre o texto (oral / escrito) e o seu contexto significativo, estabelecer a interação através do convívio coletivo, proporcionar atividades que agucem a capacidade de expressar. Para desenvolver a comunicação entre os indivíduos se faz necessário à utilização de signos lingüísticos, compreensíveis por outras pessoas, que possam traduzir ideias, sentimentos, vontades e pensamentos. Com o inicio do ano letivo cabem aos professores a responsabilidade de iniciarem suas atividades com a realização do planejamento, tendo como ponto de partida os planos de ensino, os quais apresentam a distribuição dos conteúdos que serão trabalhados por bimestre (ou trimestre), assim como a definição dos principais projetos e as sequências didáticas que serão aplicadas para cada turma ou disciplina, constituem partes fundamentais dessa retomada de trabalho.
  • 4. Outro fator importante, considerado a base para o desenvolvimento do planejamento anual é o PPP ( Projeto Político Pedagógico) da escola, o qual articula as intenções, estabelece os objetivos e as metas da escola, analisando o contexto e organizando os recursos. O PPP abrange todos os aspectos necessários, tais como: recursos materiais, humanos e financeiros. Também faz parte deste contexto a matriz curricular da rede e as experiências de cada profissional. O ato de planejar é um processo racional que organiza e coordena a ação docente, articula a atividade escolar e a problemática do contexto social.
  • 5. O ato de planejar é um processo racional que organiza e coordena a ação docente, articula a atividade escolar e a problemática do contexto social. O plano de ensino deve ser um instrumento de ação similar a um guia de orientações apresentando uma ordem seqüencial, objetiva, coerente e flexível. O professor deve revisar e adequar o seu plano no decorrer do ano letivo sempre buscando refletir sobre a sua ação pedagógica. Para que essa reflexão torne–se possível, faz–se necessário, a utilização de outro instrumento muito importante no ambiente escolar, o registro pedagógico, que é o foco de estudo deste trabalho, apesar de ser pouco valorizado até mesmo por alguns profissionais da área. Muitos profissionais desconhecem o valor real do registro e os benefícios que o mesmo pode trazer para a sua prática profissional, bem como a sua formação continua.
  • 6. O registro pedagógico e o professor O dia-a-dia de trabalho do docente no ambiente escolar tem tendência a ser algo individual, solitário, as experiências de sucesso não são compartilhadas. A escola está envolta a uma cultura onde acredita–se que o professor deve fazer tudo sozinho, atribuindo ao docente toda a responsabilidade pelo comando da sala de aula e consequentemente o desenvolvimento da turma em obter fracassos ou sucessos; ao fazer referência quanto à responsabilidade do docente, diante da aprendizagem e direcionamento dos alunos, considerar apenas o compromisso perante a construção do conhecimento, os quais sofrem interferência de outros fatores como: a participação da família e do próprio aluno e o meio no qual está inserido; não deve eximir em hipótese alguma as funções que competem ao docente, porém durante a jornada de trabalho nota-se que o profissional não se sente à vontade para compartilhar experiências vivenciadas em sala de aula, muito menos pedir apoio aos colegas para resolver os problemas que surgem. São inúmeras as barreiras encontradas no cotidiano escolar, mas é possível destacar que a resistência no ato de registrar é um fator causado, principalmente, pelo fato de imaginar cobranças ao profissional, o medo de expor–se perante aos outros, inseguranças devido à falta de esclarecimentos dos benefícios e riquezas que um bom registro pode trazer para a melhoria da prática pedagógica.
  • 7. O autor Zabalza apresenta de maneira expressiva os dilemas enfrentados pelos docentes através da explanação de suas pesquisas em diário de aula. (...) a abordagem do estudo do professor a partir da perspectiva dos dilemas não se acaba na mera definição de termos e identificação dos dilemas delimitados pelos diários de professores. Supõe uma tomada de posição que ultrapassa a estrutura habitual da investigação no que tem de mera constatação sobre se aparecem ou não dilemas nos relatórios dos professores e quais são estes. No fundo deste trabalho está subjacente todo um discurso em torno da racionalidade e da reflexão, e de como isso, por si só, supõe uma melhoria qualitativa do ensino com respeito a formas não deliberativas ou críticas do fazer prático docente. ( ZABALZA, 1994, p. 65). Para o profissional da educação o registro representa muito mais que um roteiro de aula ou uma simples enumeração de atividades que serão desenvolvidas com a turma. Escrever sobre a prática faz pensar e refletir sobre cada decisão que foi ou que será tomada, permitindo aprimorar o trabalho diário do docente e adequá-lo com frequência às necessidades dos discentes. Através do registro é possível identificar as falhas, observar o desenvolvimento do trabalho pedagógico e as evoluções do grupo.
  • 8. Para o profissional da educação o registro representa muito mais que um roteiro de aula ou uma simples enumeração de atividades que serão desenvolvidas com a turma. Escrever sobre a prática faz pensar e refletir sobre cada decisão que foi ou que será tomada, permitindo aprimorar o trabalho diário do docente e adequá-lo com frequência às necessidades dos discentes. Através do registro é possível identificar as falhas, observar o desenvolvimento do trabalho pedagógico e as evoluções do grupo. Ao escrever é inevitável que surjam os questionamentos sobre o que aconteceu em classe, observação perante a organização da sala, o que colaborou ou não para o desenvolvimento das atividades. O saldo dessa avaliação serve de base para o planejamento de ações futuras. O pesquisador Luckesi desde 1989 já colocava em evidência e debate a questão do papel da didática na formação do educador apontando a importância dos profissionais da educação em refletir sobre a sua prática diariamente. Formar o educador seria criar condições para que o sujeito se prepare filosófica, cientifica, técnica e afetivamente para o tipo de ação que vai exercer. Para tanto serão necessárias não só aprendizagem cognitivas sobre os diversos campos de conhecimento que o auxiliam no desempenho de seu papel mas – especialmente – o desenvolvimento de uma atitude dialeticamente crítica, sobre o mundo e sua prática educacional. O educador nunca estará “pronto”, formado, pois que a sua preparação, a sua maturação se faz no dia – a – dia, na meditação teórica sobre a prática. A sua constante atualização se fará pela reflexão diuturna sobre os dados de sua prática. (LUCKESI, 1989, p. 26).
  • 9. Os registros das aulas podem demonstrar uma escrita reflexiva e ser utilizada como uma arma de apuração do pensar, muitas vezes não é uma tarefa simples, devido ao tempo que é necessário reservar para este fim, mas quando está ação se desenvolve em conjunto com outros profissionais (coordenador pedagógico) os registros ganham outra dimensão. Eles apresentam elementos importantes para a melhoria do trabalho pedagógico implicando no crescimento profissional. Em seus estudos Fujikawa ( 2004) defende argumentos envolvendo a escrita sobre a prática docente, enfocando o distanciamento da situação vivida para propiciar um novo olhar nas situações descritas. Rememorar as ações, as reações, os sentimentos que emergiram, a “pauta” da aula, a seleção dos conteúdos, as intervenções, a metodologia utilizada, o que ocorreu de acordo com o previsto, o inusitado/inesperado, significa lançar para esta situação uma segunda leitura, uma re-visão do que foi vivido e praticado. Registrar a prática educativa através de diários, relatórios, sínteses de reuniões e avaliação constitui um meio oportuno para promover esta releitura do trabalho. ( FUJIKAWA, 2004, pp. 59- 60)
  • 10. Depreende–se da argumentação desenvolvida por Coelho Machado (2010) que “os registros pedagógicos se convertem em apoio recursivo para o trabalho docente, pois ao recorrer às anotações, o professor estabelece prioridades, realiza adequações tendo em vista o contexto de atuação”. Diante da importância do registro no ambiente escolar e sua relação com o docente Ostetto, ( 2008, p. 13) tece suas considerações de modo a corroborar com o propósito deste trabalho. Por meio do registro travamos um diálogo com nossa prática, entremeando perguntas percebendo idas e vindas, buscando respostas que vão sendo elaboradas no encadeamento da escrita, na medida em que o vivido vai se tornando explícito traduzido e, portanto passível de reflexão. Portanto, pode-se salientar que à medida que o professor exercita a sua prática diária utilizando o registro como extensão da memória, torna–se mais experiente na produção e reflexão de seu discurso, conseguindo aperfeiçoar o seu fazer pedagógico.
  • 11. A função do registro e o que revelam Ser professor é uma tarefa árdua que exige paciência, dedicação, reflexão e acima de tudo um compromisso com a educação, perante está realidade vale ressaltar que os registros tanto em atas solenes, quanto em cadernos de anotações do professor, em cadernos de alunos ou diários de classes são documentos que retratam a vida escolar na sua formalidade e no seu processo cotidiano que ao sofrerem a análise do pesquisador permitem um entendimento dos processos vividos em cada época da história. Segundo Miguel Zabalza (2004), os registros que cumprem somente as funções burocráticas, limitado à anotações dos temas abordados, as presenças e as faltas dos alunos não representam qualidade no trabalho do professor. Conforme Zabalza ( 2004) os registros mais interessantes são os que se referem às discussões críticas da turma, apresentam observações sobre o processo de ensino e aprendizagem, reproduzem frases das crianças e reúnem exemplos das produções; portanto são os que permitem construir um conjunto de ações demonstrando à qualidade de ensino: planejar, realizar, documentar, analisar e finalmente replanejar a prática pedagógica. Para elaborar os registros de modo que os mesmos constitua–se como instrumento no processo educacional, faz necessário compreender a função e as especificações de cada documento.
  • 12. Os diários de classe são os mais comuns, apresentam notas, pautas de observação descrevendo os fatos ocorridos no dia–a-dia, tem por função apresentar registros de acompanhamento diário das atividades e evolução dos alunos organizados por bimestres ou trimestres. Os portfólios são documentos organizados em pasta com amostras dos trabalhos discentes, basicamente composto por atividades, desenhos, relatórios, fotos ou vídeos. Através do portfólio observa–se a trajetória de cada aluno ou de toda a turma, tornando possível analisar os problemas de ensino que apresentam nas produções e buscar maneiras para a resolução. As anotações ou notas são escritas curtas realizadas na aula, as frases tecem os comentários sobre os alunos, apontam questões referentes a dúvidas do grupo, conteúdos a serem pesquisados, não apresentam profundidade são somente apontamentos para base de planejamentos futuros. As pautas de observação são tabelas identificando o aluno e os conteúdos didáticos ou atitudinais que serão observados. Propõem o acompanhamento e a evolução da aprendizagem no decorrer do ano. De tempos em tempos são comparadas entre si.
  • 13. O relatório é um documento onde apresenta um breve relato sobre as atividades que foram trabalhadas com a turma durante o período, tem por objetivo apresentar os avanços e desempenhos do aluno aos familiares. O registro permite uma diversidade de funções ( gravação de áudio, vídeo, produção de trabalhos, registro fotográficos das produções das crianças, projetos ) e está a serviço de diferentes propósitos, comunicar, documentar, refletir, organizar, rever, aprofundar. A forma e o conteúdo do registro podem variar conforme suas finalidades. De acordo com o Referencial Nacional de Educação Infantil a observação e o registro são os principais instrumentos que o professor dispõe para apoiar sua prática. Portanto através deles o professor acompanha os processos de desenvolvimento obtendo informações sobre as experiências das crianças na instituição escolar.
  • 14. Reflexão como prática pedagógica O dicionário de língua portuguesa Aurélio define o vocábulo reflexão como: ato ou efeito de refletir–se; volta da consciência, do espírito, sobre si mesmo, para exame de seu próprio conteúdo; ponderação e observação. Sob a perspectiva do dicionário Houaiss o verbete reflexão é ato de pensar profundamente, pensamento, observação que resultam da meditação ou planejamento e que são expressos por escrito ou em voz alta. De acordo com o mesmo dicionário o verbete reflexivo é definido como algo que reflete, que se volta sobre si mesmo, pensativo, concentrado.
  • 15. As autoras Ferreira e Martins explanam suas idéias sobre o conceito de professor aprendiz: refletindo e aprendendo com a prática docente, enfatiza o uso do registro para desenvolver o processo investigativo do cotidiano da sua própria prática, por fim, envolvendo uma avaliação da aprendizagem continuamente. Afirmam Ferreira e Martins (2007, p. 42) que “é fundamental desenvolver uma postura reflexiva, investigando a própria forma de trabalhar cotidianamente... ser capaz de se envolver, querer saber, reconhecer as diferenças, agir, e procurar saber aquilo que não sabe”. Todas às vezes que é realizada a leitura ou releitura dos registros proporciona condições para a reflexão através do processo investigativo, ao analisar a escrita e observar os detalhes apresentados nesse registro aponta-se os fatos relevantes para planejar e replanejar as ações futuras. De acordo com o entendimento apresentado por Ferreira e Martins sobre a ação de observar a turma e registrar os acontecimentos, os quais contribuem para refletir a prática de ensino em sala de aula, compreende-se que o aprender fazendo se remete ao exercício da escrita diária. ...devemos sempre registrar os dados relevantes e as ocorrências especificas ao final de cada aula. (...) Para aprender a tomar notas do que é de fato relevante para apoiar cada aluno na sala de aula, o docente deve apenas iniciar as anotações de forma regular e sistemática e aprender fazendo (FERREIRA e MARTINS, 2007 p. 34).
  • 16. O ato de escrever nas palavras de Zabalza ( 1994) ressalta que o próprio fato de escrever sobre a própria prática, leva o professor a aprender através da sua narração. A narração por sua vez, constitui–se em reflexão. Sobre o ponto de vista e consideração a respeito do significado e as abrangências no contexto de professor reflexivo, Libâneo argumenta que: A reflexibilidade se insere como um dos elementos de formação profissional dos professores, e quase sempre pode ser compreendida como um processo articulado de ação – reflexão – ação, (...) Os professores aprendem sua profissão por vários caminhos, com a contribuição das teorias conhecidas de ensino e aprendizagem e inclusive com a própria experiência. O aprender a ser professor, na formação inicial ou continuada, se pauta por objetivos de aprendizagem que incluem as capacidades e competências esperadas no exercício profissional de professor ( LIBÂNEO, 2008, p. 73).
  • 17. Ater-se ao relato que o professor Cesar Sena, atuante na rede de ensino estadual, forneceu para o caderno temático: Trabalhando com a Educação de Jovens e Adultos: Observação e Registro. A reflexão que o educador faz sobre a sua própria experiência profissional vem de encontro com a proposta deste trabalho que é demonstrar a importância do registro para o crescimento profissional. Portanto, cabe ressaltar como os registros demonstram o percurso de aprendizagem. “Minha experiência com o registro escrito como professor Lendo meus registros de professor, chego até a me emocionar com os resultados positivos obtidos. Mesmo sem ter a consciência ou fundamentação teórica (...) seguia a minha intuição, procurava registrar de maneira simples, as observações, considerações a respeito das minhas aulas, dos meus avanços e dos progressos dos alunos, principalmente dos que apresentavam uma certa dificuldade. (...) Os meus registros são documentos ‘vivos’ da minha experiência, são relatos que narram minha vivência como professor/educador. Por meio deles posso rememorar e acompanhar meu crescimento profissional, pessoal e emocional. Relendo percebo quantos erros cometi, quantas ações me levaram a repensar e a modificar minhas estratégias. (CEZAR SENA, 1998, p.38)
  • 18. Ao fazer referência sobre a importância do registro no ambiente escolar não pode-se perder de vista o sentido do registrar, ou seja, o quê e para quê registrar; precisa buscar evidencias para o ‘fazer pedagógico’, os registros são espaços para a construção de teorias sobre os encaminhamentos mais adequados envolvendo a prática pedagógica no cotidiano escolar. Lembrando que a união dos diversos tipos de registros se configura na transformação em documentos, que por sua vez, são capazes de formar um arquivo de memória, recontando as nossas realizações no processo histórico.
  • 19. Considerações Finais “A gente pensa melhor quando pensa a partir do que faz, da pratica.” Paulo Freire A necessidade em falar sobre o registro e aflorar a discussão apontando os valores e os benefícios que o mesmo promove no desenvolvimento profissional, aperfeiçoando e mudando a prática docente, apresenta-se à medida que o compartilhar pensamentos utilizando a escrita do outro para fazer a leitura, permite alcançar a compreensão sobre outra perspectiva, de modo que a repercussão venha a transformar estas práticas cada vez mais inclusivas perante as diversidades existentes no ambiente escolar. Defender o conceito de que é extremamente importante que a escola possa oferecer espaços e oportunidade para a troca de experiências, confronto de idéias, através da exposição da escrita, lembrar que ao registrar suas reflexões o professor torna–se autor do que pensa e em conseqüência autor do seu jeito de fazer.
  • 20. Ressalta-se que o documento Referencial Nacional de Educação Infantil traz em seu texto a importância do registro diário através das observações e impressões dos docentes perante a turma, é composto de um rico material de reflexão de modo a ajudar no planejamento educativo. O documento também faz referência quanto às formas de registros, já citadas neste trabalho, as quais podem ser encontradas em diversos formatos, como a gravação de áudio, vídeo e registros fotográficos das produções das crianças realizadas ao longo do tempo. A coragem para enfrentar desafios e mudar posturas enraizadas é o obstáculo que o docente precisa aprender a vencer. Como dizia o grande educador Paulo Freire a gente pensa melhor quando pensa a partir do que faz , da prática. Portanto, deve-se pensar no registro como ferramenta metodológica do professor, um instrumento de formação continua. Por fim, o registro constituí uma ferramenta que permite uma análise crítica e um redimensionamento do trabalho pedagógico. A construção do discurso sobre a realidade, expressa em narrativas sequenciais possibilita uma tomada de decisão consciente levando ao aprimoramento da prática pedagógica.
  • 21. Referências Bibliográficas BRASIL. Ministério da Educação. Referencial Curricular Nacional para a Educação Infantil. Brasília: MEC/SEF, 1998.v.1. BRASIL. Secretaria de Educação Continuada Alfabetização e Diversidade ( SECAD). Trabalhando com a Educação de Jovem e Adultos: Observação e Registro. Brasília. 2006.v. 3. FERREIRA, Aurélio Buarque de Holanda. Dicionário Aurélio. São Paulo: Positivo, 2000. FERREIRA, Windyz Brazão; MARTINS, Regina Coeli Braga. De docente para docente : práticas de ensino e diversidade para a educação básica. São Paulo: Summus, 2007. FUJIKAWA, Mónica Matie. O Registro como pretexto e como objeto de reflexão da prática pedagógica: um exercício de parceria entre coordenadora e professores. São Bernardo do Campo : Universidade Metodista de São Paulo. Dissertação de Mestrado. 2004. HOUAISS. Minidicionário Houaiss da língua portuguesa. Organizado pelo Instituto Antônio Houaiss de Lexicografia e Banco de Dados da Língua Portuguesa S/C Ltda. 2ª Ed. Rio de Janeiro: Objetiva 2004.
  • 22. 1 LIBÂNEO, José Carlos. Reflexividade e Formação de Professores: outra oscilação do pensamento pedagógico brasileiro. In: PIMENTA, Selma Garrido; GHEDIN, Evandro (orgs.) Professor Reflexivo no Brasil : gênese e crítica de um conceito. São Paulo: Cortez, 2008, pp 53-79. LUCKESI, Carlos Cipriano. O papel da Didática na formação do Educador. In: CANDAU, Vera Maria (org.) A didática em questão. 8ª Ed. Petrópolis, RJ: Vozes, 1989, pp 23 – 30. MACHADO, Ilze Maria Coelho. Registro Pedagógico de Professoras da Educação Infantil. Paraná: PUC PR. Dissertação de Mestrado. 2010. Disponível em http:www.anped.org.br/33 encontro/ internas/ver/ trabalhos gt 07. Acesso em 26 fevereiro de 2012. OSTETTO, Luciana Esmeralda. Observação, registro, documentação: nomear e significar as experiências. In: ( Org). Educação infantil: saberes e fazeres da formação de professores. Campinas: Papirus, 2008, pp 13- 32. ZABALZA, Miguel Ángel. Diários de Aula: contributo para o estudo dos dilemas práticos dos professores. Tradução: José Augusto Pacheco e José Machado, Portugal: Porto Editora, 1994. _______________________ Diarios de aula: um instrumento de pesquisa e desenvolvimento profissional. Porto Alegre: Artmed, 2004.