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Teoria Formalista (Clive Bell)
A arte como “forma significante”
A quarta e última teoria expressivistaéa teoria formalista. Por sua vez, tal como a teoria
expressivista, também esta teoria foi motivada pelas mudanças drásticas nas práticas
artísticas que marcaram o século XIX, principalmente o aparecimento da pintura
abstrata. Estanova corrente no fundo deve-seao surgimento da fotografia, uma vez que
esta permite a reprodução de imagens com grande rigor, de forma rápida e a baixo
custo. A pintura nesta altura era maioritariamente uma imitação da realidade, como se
tratasse duma fotografia. Como a fotografia fazia o trabalho da pintura duma maneira
mais eficaz, para a pintura não perder o seu lugar na sociedade, teve de evoluir noutra
direção, proporcionando o aparecimento de novas correntes artísticas.
A obra O canal é um bom exemplo de como a arte era encarada até ao seculo XVIII, uma
vez que o pintor está a representar algo que ele está a observar, logo ao observar este
quadro é como se se estivesse a olhar para uma janela para este local, o quadro passa a
ser uma janela para fora dele (mostra o que está fora dele).
Contudo a partir do seculo XIX a arte passa a ser encarada doutra forma, deixa de ser
uma janelapara algoexterior a elae passaaser ela a única realidade que importa, temos
o exemplo da obra linhas de interseção de 1923,este quadro não é uma janela para
nenhum lugar ,pois não verificamos isto em lugar nenhum, logo contrariamente ao
outro quadro que existia uma referência exterior ao quadro(paisagem natural),este só
tem como referencia o próprio quadro, não existe algo fora de dele que interesse, logo
a pintura adquire assim um estatuto próprio e autónomo, deixando de ser a pintura
como imitação e passa a ser a “pintura pela pintura” como afirma Noel Carroll :
“Em vez de tratarem o quadro como um vidro - um espelho ou janela aberta para co
mundo-, os pintores começarama explorar a própria textura do vidro. Deixaramde olhar
através dele, passaram a olhar para ele. Isto era pintura pela pintura - pintura que
experimentava as possibilidades da forma, da linha e da cor, não era pintura para
mostrar o mundo.”
Ou seja, a arte deixou de ter como função
representar algo do real e passou a ter como
forma ela própria. Como diz Noel Carrol, o
quadro deixou de ser uma janela para
qualquer coisa e passou a ser a janela para si
própria, não representando uma outra
realidade.
Graças a estas novas correntes artísticas, em que o mais importante é a sua própria
forma e não o que ela representa do mundo real, levou o filosofo Clive Bell a apresentar
uma teoria da arte que tem como base a noção de forma artística. Esta teoria, a teoria
formalista, torna-se assim a teoria que abrange mais obras, sendo, portanto, a mais
difícil de arrebatar.
Bell não vai só dizer que a arte é forma, porque, de certa maneira tudo tem forma, seja
um ensaio filosófico, uma demonstração matemática ou um ritual religioso, e, no
entanto, istonão é arte. Bellvaisimdizer que uma obra passaaser artísticasefor forma
significante. Segundo o filosofo, forma significante trata-se de uma conjunção de linhas,
cores, formas e espaços, movimentos e ritmos. E esta forma significante vai se verificar
em todos os tipos de arte. Por exemplo, na música, na sua melodia podemos verificar
um conjunto de elementos que se relacionam entre si, adquirindo uma forma
significante. E esta forma significante, segundo os defensores da teoria formalista, têm
a capacidade de provocar no espetador um determinado tipo de emoção, denominada
de emoção estética. Emoção estética esta que não tem haver com a emoção defendida
pela teoria Expressivista. A emoção estética não tem a ver com a transmissão de
sentimentos entre o artista e o publico, mas sim com a emoção que o objeto artístico
provoca no espetador,ou seja, é o que sentimos quando estamos perante certas
configurações de linhas, cores e formas, ou seja, quando estamos perante formas
significantes.No entanto o artista pode não ter sentido nada quando realizava a obra,
no entanto, quem vê a obra é que tem de sentir e de ter uma reação em termos
estéticos.
“O ponto de partida para todos os sistemas da estética tem de ser a experiência pessoal de uma emoção
peculiar. Aos objetos que provocam tal emoção chamamos obras de arte. [...] Qual é a justificação para
essa classificação? Qual é a qualidade comum e peculiar a todos os membros dessa classe? Seja ela qual
for, não há dúvida que se encontra muitas vezes acompanhada por outras qualidades; mas estas são
fortuitas (podem ter ou podem não ter)-aquela é essencial. Tem pinturas, de haver uma qualquer
qualidade sem a qual uma obra de arte não existe; na posse da qual nenhuma obra é, no mínimo,
destituída de valor. Que qualidadeé essa? Que qualidadeé partilhada por todos os objetos que provocam
as nossas emoções estéticas? [...]. Só uma resposta parece possível - a forma significante. Em cada uma
cada uma destas coisas, linhas e cores combinadas de uma maneira particular, certas formas e relações
de formas, estimulam as nossas emoções estéticas. As estas relações e combinações de linhas e cores, a
estas formas esteticamente tocantes, chamo “Forma Significante”, ea “forma significante” étal qualidade
comum a todas as obras de arte visual”.
Desta forma Bell cria a seguinte tese da teoria formalista:
x é uma obra de arte se, e só se, x foi (principalmente) concebido para exibir forma
significante.
Ou seja, segundo a tese podemos concluir que a característica comum a todas as obras
de arte, segundo Clive, é a forma significante.
No entanto tem de existir uma intenção proveniente do artistaem originar no espetador
uma emoção estética.A intenção do criador é bastante importante, uma vez que se esta
não existisse e não fosse necessária não teríamos maneira de distinguir as belezas
naturais das obras de arte. Ou seja, embora muitas estruturas naturais possam causar
uma emoção semelhante á emoção estética, estas não são obras de arte. Por exemplo
o fogo, é algomagnifico e que provoca emnós uma emoção, no entanto não é uma obra
de arte uma vez que não é um artefacto. Só os artefactos podem ser considerados arte
uma vez que só os artefactos é que consistem numa organização de elementos formais.
Podemos então concluir que só a noção de forma significante não é suficiente para
definir arte. Vão ser necessárias quatro condições necessárias para conseguir formar
uma condição suficiente:
 Tem de ser um artefacto humano;
 Tem de haver uma intenção por parte do artista de originar no observador uma
emoção estética;
 A obra tem de ter uma determinada forma significante, ou seja, tem de possuir
um conjunto de elementos que a fazem ter determinada forma com
determinado significado;
 O público tem de sentir uma emoção estética.
Como a teoria formalista não apresenta os requisitos representacionista e expressivistas
das, esta lida facilmente com os contraexemplos que afetam as restantes teorias, como
por exemplo a arte abstrata e aarte decorativa. Isto porque estas obras de arte possuem
uma forma, foram feitas com intenção de provocar uma emoção estética e provocaram
uma emoção estética no observador. Daí que a teoria formalista quase não apresente
contra exemplos., uma vez que é demasiado abrangente e a grande maioria das obras
de arte encaixam nela.
Objeções(3 objeções):
No entanto há uma corrente artística que não encaixa nesta teoria, e que vão ser a base
dos contraexemplos da teoria formalista. Estas obras de arte são os “ready-made”,
como por exemplo “A Fonte” e “A antecipação de um braço partido”de Marcel
Duchamp,.
A teoria formalista afirma que o que determina a pertença de um determinado objeto
à categoria de obra de arte é a capacidade de proporcionar, em virtude da sua forma,
uma determinada emoção no seu espectador.
Mas sea teoria formalista estiver certa, e considerarmos aarte pelaforma, por exemplo
nesta obra de Duchamp, qualquer pá produzido pela mesma pessoa da pá exposta teria
de ser considerado obra de arte. E como é obvio, os pás não são obras de arte. Logo o
que torna a “antecipação de um braço partido” arte não é a sua forma e sim a
provocação que esta provoca.
Para além disso, defendendo a teoria formalista, teríamos bastantes dificuldades em
distinguir o valor de uma obra de arte genuína do valor de uma falsificação. Isto porque
ao haver uma boa imitação, esta vai possuir uma forma exatamente igual à do original;
e se hipoteticamente alguém roubar uma obra de arte e
a substituir pela falsificação, a grande maioria das
pessoas nemvai notar que esta obra é falsa.Ouseja,mais
uma vez não é a forma que torna uma obra artística, uma
vez que se fosse, uma imitação teria de ser arte mas no
entanto não é.
A segunda objeção defende que não se pode contemplar
a obra sem considerar o seu conteúdo, e por isso critica a
teoria formalista por só estar preocupada em ver a
forma. Mas por exemplo na musica, a musica de Mozart
tem forma significante e da mesma forma a musica
pimba também tem forma significante ,e ainda é um
artefacto humano feito com uma determinada intencionalidade de provocar uma
determinada emoção estéticaeque acabapor a provocar, contudo não sepode apreciar
nenhuma destas obras sem ter em conta o conteúdo e não é só a forma, contudo o seu
conteúdo não vai interessar para o sentido classificativo mas para o sentido avaliativo.
Desta forma é possível realizar uma objeção a esta objeção, pois apenas interessa saber
o que que define qualquer obra de arte, apenas interessa o sentido classificativo e não
avaliativo, e nesta teoria apenas precisa de ter forma significante para ser considerado
obra de arte e não o seu conteúdo.
A terceira objeção à teoria formalista esta relacionado com a impossibilidade de defenir
emoção estética. O que é verdadeiramente uma emoção estética? Este termo é
bastante subjetivo e por isso não consegue ser definido.
Teorias não essencialista
Asteoriasestudadasanteriormente,as essencialistas,caracterizam-sepelofactodeprocurarem
algo de essencial a todas as obras de arte para definir arte, isto é, uma essência/característica
que tornam uma obra de arte uma obra de arte. Ouseja,todasasteoriasessencialistasconsideram
que existe algo de essencial em todas as obras de arte.
Já as teorias não essencialistastomam uma posição completamente diferente. Segundo estas,
não existe nada essencial que distinga o objeto artístico do não artístico, recunciando a ideia
que é possível encontrar algo comum a toda e qualquer obra de arte. Não vão procurar algo
intrínseco à obra de arte comum a todas. Vão antes procurar que não seja essencial à obra de
arte e que está relacionadocomo contexto(social,cultural,histórico),algoextrínseco e que se
relaciona com o contexto social, cultural e histórico, e não a obra de arte em si.
Nosanos 50, Morriz Weitz,vai realizarumensaio,intituladode “Opapel dateoriana estética”.
Neste ensaio Weitz vai defender que o fracasso das teorias essencialistas se deve ao facto de
todas elas acreditarem que existe um conjunto de condições necessárias e suficientes para a
arte. Weitzconsideraque não se deve procurar uma característica que seja comum a todas as
obras de arte, uma vez que isso implicaria impor limites a algo que se caracteriza pelo seu
caracter dinâmico, aberto à expansão e à inovação. Ou seja, Weitz vai rejeitar qualquer teoria
essencialista,porconsiderarque iriaporfimàcriatividade dosartistas.Assim,esteacreditaque
qualquerteoriaestácondenadaaofracassoe por issoaposiçãode Weitzficouconhecidacomo
«anti essencialismo».
Como reação a esta postura de Weitz surgiram alguns autores que vão tentar definir a
obra de arte não a partir do essencialismo, mas através de uma posição não
essencialista. Ou seja, procuram uma definição de arte que assente em propriedades
extrínsecas e relacionais dos objetos artísticos, que dependam do tipo de relações que
a obra de arte estabelece com outras realidades.
E justamente este tipo de sugestão que Arthur Danto apresenta no seu provo cartório
artigo «O Mundo da Arte». Nesse artigo, Danto analisa a obra Caixa de Brillo, de Andy
Warhol, e conclui que aquilo que distingue essa obra das suas vulgares contrapartes do
quotidiano não são as suas características formais nemquaisquer outras características
que lhe sejamintrínsecas,mas sim do facto de estaseinserir no contexto de uma prática
social instituída – o mundo da arte.
Desta forma Danto expressa assim esta ideia:
Ver algo como arte requeralgo que
o olhar não pode divisar - uma
atmosfera de teoria artística, um
conhecimento da história da arte:
um mundo da arte.
Logo aquilo que faz com que a obra
sejaartísticanão é a obra em si,mas
o seu contexto, desta forma, o
urinol, a páe os detergentes passam
a ser considerados arte, não são os
objetos em si que são artísticos é o
contexto que o torna artístico, isto
é, características extrínsecas. Por exemplo se for ao campo ver um homem a trabalhar
com uma pá não é artístico, mas sea pá estiver num museu e emfunção do seucontexto
e com a relação que estabelece connosco e com os objetos a sua volta vamos a
considerar arte.
Através deste comentário Danto chama a atenção para a natureza institucional da arte.
Teoria institucional da arte
Desta forma em 1974, o filósofo americano George Dickie vai formular de modo
articulado a primeira teoria institucional da arte:
x é uma obra de arte, no sentido classificativo, se, e só se:
I. x é um artefacto;
II. se foi atribuído o estatuto de candidato a apreciação a um conjunto das suas
características por um ou mais representantes do mundo da arte.
Segundo esta teoria, existem duas condições que algo seja arte a primeira é a
artefactualidade, logo tem de existir um artefacto produzido pelo ser humano, o que é
inerente a todas as teorias.
Contudo, o sentido que Dickie atribui à noção de «artefacto» é bastante mais lato do
que o tradicional, pois este não se restringe a apenas objetos materiais concretos
produzidos ou transformados pelos seres humanos, considera também que os
movimentos de uma coreografia ou musica , por exemplo, são artefactos e mesmo
objetos que não foram manufaturados ou cujas propriedades formais não foram
alteradas pela intervenção direta de um ser humano podem, em determinados
contextos, adquirir o estatuto de artefacto por serem utilizados de certa maneira por
alguém.
Segundo, o artefacto, obra ou objeto (físicoou não) para poder ser considerado artístico
tem que haver alguém representativo do mundo da arte que a institucionalize como
obra de arte. Ou seja, é necessário que alguém do mundo da arte tenha contribuído
para o estatuto de candidato a apreciação a um conjunto de características desse
artefacto.
“O núcleo fundamental do mundo da arte é um conjunto vagamente organizado [...] que
inclui artistas […], produtores, diretores de museus, visitantes de museus, espectadores
de teatro, jornalistas, críticos de todos os tipos de publicações, historiadores da arte,
teóricos da arte, filósofos da arte e outros. São estas as pessoas que mantêm em
funcionamento o mecanismodo mundo da arte, permitindo assim a continuidade da sua
existência. [...] Todos estes papéis estão institucionalizados e têm de ser aprendidos, de
uma forma ou de outra, pelos participantes.”
Basta alguém do mundo da arte, como podemos ver no texto acima, que considere uma
obra artística para ela ser obra de arte. Contudo, um aspeto importante relativo a esta
comunidade artística é que não é preciso que exista unanimidade, porque caso fosse
necessário maior parte das obras não eram artísticas pois ia existir sempre alguém que
não ia concordar. Desta forma, basta existir pessoas do mundo da arte (não se sabe o
número) que diga que é artístico para ser considerado artístico.
Assim, segundo esta teoria,aquilo que faz com que algo seja uma obra de arte não são
os seus efeitos ou funções, mas simo modo como é tratado por quem o criou, por quem
o expõe e por quem o aprecia. Desta forma, a obra define-se por ter sido considerado
arte por especialistas em arte, ou seja, pelo seu contexto.
Conclui-se, as obras que dantes serviam de objeção a todas as teorias formalistas
encaixam nesta teoria. “A Fonte” é obviamente um artefacto humano uma vez que foi
produzido por um ser humano e porque Marcel Duchamps também entreviu. E como é
obvio é lhes atribuído pela comunidade artística a designação de obra de arte. Logo os
ready-made segundo esta teoria são obras de arte.
Objeções
Contudo como todas as outras teorias esta também vai ter objeções.
A principal objeção a esta teoria que esta relacionada com o exemplo do livro, isto é,
colou-se um livro em cima de uma mesa denominou-se da precaridade da vida humana.
Se colocarmos este exemplo no seu limite podemos verificar algumas consequências da
teoria institucional.
Mas para entender melhor esta ideia, temos de supor que surgiu uma nova corrente de
arte que defende que todos os artefactos humanos são arte, desta forma tudo o passa
a ser arte. Os defensores da teoria institucional perante apenas vão ter duas
alternativas, ou concordar ou não concordar. Se concordarem, porque acaba por
preencher os dois requisitos da teoria, a teoria passa a não resolver nada, pois o
principal objetivo da teoria era definir arte e distinguir um objeto artístico de um não
artístico. Logo caso se acredite que tudo é arte vai ser o mesmo que dizer que nada é
arte pois tudo é igual.
Caso não concordem, pois um individuo da teoria institucional acaba por dizer que não
sedeve ir ao extremo de considerar tudo arte. Neste caso,ele aafirmar que não sedeve
ir ao extremo, está a dizer que não é suficiente que alguém diga que aquele objeto é
arte, é preciso mais alguma coisa para além disto.
Logo a teoria falha por abarcar tudo o que é humano, pois não existe nada feito por um
ser humano que não possa ser considerado artístico e então os próprios defensores da
teoria apercebem-se que é preciso mais qualquer coisa, mas que coisa é esta? Ninguém
o sabe logo se é preciso mais qualquer coisa significa a teoria deixa de ter eficácia.
A segunda objeção é relativa as pessoas do mundo da arte. O que é verdadeiramente
um especialista de arte? Pode ser um mero espetador de arte? Como o mundo da arte
não tem organização e é algo bastante disperso e que engloba imensas pessoas torna-
se quase impossível responder a esta pergunta. Daí que não se consiga definir com rigor
o nº de institucionalizações provenientes de pessoas do mundo da arte necessárias para
tornar uma obra artística.
Apesar desta teoria arte aparentar não ter contraexemplos, existem alguns objetos
artísticos e é nestes objetos que se assenta a terceira objeção a teoria institucional da
arte. Estes objetos artísticos, são todos os objetos da arte primitiva, como as pinturas
rupestres.
Para um objeto ser considerado arte é necessário alguém afirmar que aquilo é arte, na
arte primitiva não havia ainda ninguém para afirmar que aquilo era ou não era arte,
então como é que é considerado arte? Existe então um grande círculo vicioso porque
para existir pessoas do mundo da arte é preciso que haja arte, mas para haver arte é
necessário que hajam pessoas para a considerar arte, sendo a 4 objeção a esta teoria,
este grande círculo vicioso, pois uma precisa da outra.
Mas aindaexisteoutra objeção, por exemplo um artistasolitário, estaafazer um quadro
com valor, e caso se as pessoas o vissemera considerado arte, desta forma passa a não
ser arte porque ainda ninguém o viu? Temos o exemplo de Kafka, este individuo
escreveu uma obra ao longo da sua vida e foi guardando-a nas gavetas do seu quarto e
antes de morrer, escreveu uma carta ao seu amigo a pedir para este queimar tudo,
porque considerava que aquilo era horrível. O amigo dele não o fez, e publicou a sua
obra. Logo será que enquanto ele tinha os livros na sua gaveta eles não eram arte, mas
eles já eram o que eram, eles foram considerados depois arte, mas já o eram assim, só
porque alguém ainda não os tenha visto não eram arte?
Teoria Historicista
O autor desta teoria não essencialista, a teoria historicista, é Jerrol Levinson, que
defende que “A arte como renovação de uma transição histórica”.
Esta teoria é muito similar a teoria institucional, contudo apresenta algumas diferenças.
Esta agrava ainda mais os problemas da teoria institucional pois já não é necessário
haver a aprovação do mundo da arte para um objeto ser artístico, basta que alguém ao
fazer um artefacto artístico tenha a intenção de construir uma obra de arte que se
relacione de alguma forma com a historia da arte.
Logo de acordo com a teoria historicista, um livro em cima de uma mesaé arte, pois tem
se a intenção de construir um objeto artístico e está se a relacionar com tradição
histórica, neste caso com o dadaísmo, uma corrente artística. E ainda nesta teoria,
afirma-se a relação que se estabelece coma historia não precisa de ser de concordância
é preciso é existir alguma relação, seja ela de concordância ou de discordância, de
continuidade ou de rutura.Por exemplo no caso de Ducham quando criou o dadaísmo
ele esta a relacionar-se com a historia da arte ao romper-se com ela. Logo no fundo
vamos estar sempre a relacionarmo-nos com a arte seja a concordar com ela ou a
discordar com ela, e, portanto, acaba por se considerar tal como na teoria institucional
tudo arte, pois apenas é necessário produzir um objeto artístico que se relacione com a
historia da arte.
Objeções
Assim, a primeira objeção a esta teoria é a sua subjetividade, ambiguidade e
arbitrariedade, pois qualquer individuo está a fazer arte se produzir um objeto que se
relacione com a história da arte.
As segundas objeções, é qual foi a primeira obra de arte? E como é que está foi
considerada obra de arte se se tinha de relacionar com a história da arte e esta ainda
não existia? Logo se a primeira obra de arte foi considerada arte sem se relacionar com
a obra de arte, é porque é qualquer coisa que não é relação com a história que o faz ser
arte. Destaforma se é necessáriomais alguma coisapara alemda relaçãoentre o objeto
com a história da arte, para ser considerado arte, está teoria não serve para nada.
Contudo um tópico muito importante para estateoria é anoção de falsificaçãodeobras.
Se um individuo estiver a falsificar uma obra de arte, e apesar de a partida as
falsificações não seremobras de arte, para esta teoria tem de ser, pois o individuo que
esta a falsificar o objeto artístico, tem a intenção de fazer uma obra e ainda está a
relaciona-lacom a historia, uma vez, que estaatentar imitar fielmente uma obra de arte
da historia.
Assim, segundo o pensamento de Morriz Weitz, eventualmente todas as teorias
falharam, porque provavelmente é impossível definir arte.Isto acontece porque ao
definir-se arte está-se a definir limites e fronteiras e a arte em geral está sempre a
enfrentar fronteiras, uma vez que se trata de um conceito aberto que não se deixa
fechar. Por essa razão é que bastante difícil definir arte devido ao seu caracter aberto e
dinâmico.
Desta forma, as teorias essencialista falharamporque restringiam demais, pois definem
obras de arte e muitas obras acabam por ficar excluídas, já as teorias não essencialista
falharam porque englobam demais, pois tudo pode ser considerado arte. Logo não
resolvem o problema por razões opostas, havendo muita dificuldade em encontrar uma
satisfação satisfatória que resolva o problema do aeroporto da obra Pássaro no espaço.

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  • 1. Teoria Formalista (Clive Bell) A arte como “forma significante” A quarta e última teoria expressivistaéa teoria formalista. Por sua vez, tal como a teoria expressivista, também esta teoria foi motivada pelas mudanças drásticas nas práticas artísticas que marcaram o século XIX, principalmente o aparecimento da pintura abstrata. Estanova corrente no fundo deve-seao surgimento da fotografia, uma vez que esta permite a reprodução de imagens com grande rigor, de forma rápida e a baixo custo. A pintura nesta altura era maioritariamente uma imitação da realidade, como se tratasse duma fotografia. Como a fotografia fazia o trabalho da pintura duma maneira mais eficaz, para a pintura não perder o seu lugar na sociedade, teve de evoluir noutra direção, proporcionando o aparecimento de novas correntes artísticas. A obra O canal é um bom exemplo de como a arte era encarada até ao seculo XVIII, uma vez que o pintor está a representar algo que ele está a observar, logo ao observar este quadro é como se se estivesse a olhar para uma janela para este local, o quadro passa a ser uma janela para fora dele (mostra o que está fora dele). Contudo a partir do seculo XIX a arte passa a ser encarada doutra forma, deixa de ser uma janelapara algoexterior a elae passaaser ela a única realidade que importa, temos o exemplo da obra linhas de interseção de 1923,este quadro não é uma janela para nenhum lugar ,pois não verificamos isto em lugar nenhum, logo contrariamente ao outro quadro que existia uma referência exterior ao quadro(paisagem natural),este só tem como referencia o próprio quadro, não existe algo fora de dele que interesse, logo a pintura adquire assim um estatuto próprio e autónomo, deixando de ser a pintura como imitação e passa a ser a “pintura pela pintura” como afirma Noel Carroll : “Em vez de tratarem o quadro como um vidro - um espelho ou janela aberta para co mundo-, os pintores começarama explorar a própria textura do vidro. Deixaramde olhar através dele, passaram a olhar para ele. Isto era pintura pela pintura - pintura que experimentava as possibilidades da forma, da linha e da cor, não era pintura para mostrar o mundo.” Ou seja, a arte deixou de ter como função representar algo do real e passou a ter como forma ela própria. Como diz Noel Carrol, o quadro deixou de ser uma janela para qualquer coisa e passou a ser a janela para si própria, não representando uma outra realidade. Graças a estas novas correntes artísticas, em que o mais importante é a sua própria forma e não o que ela representa do mundo real, levou o filosofo Clive Bell a apresentar uma teoria da arte que tem como base a noção de forma artística. Esta teoria, a teoria formalista, torna-se assim a teoria que abrange mais obras, sendo, portanto, a mais difícil de arrebatar. Bell não vai só dizer que a arte é forma, porque, de certa maneira tudo tem forma, seja um ensaio filosófico, uma demonstração matemática ou um ritual religioso, e, no
  • 2. entanto, istonão é arte. Bellvaisimdizer que uma obra passaaser artísticasefor forma significante. Segundo o filosofo, forma significante trata-se de uma conjunção de linhas, cores, formas e espaços, movimentos e ritmos. E esta forma significante vai se verificar em todos os tipos de arte. Por exemplo, na música, na sua melodia podemos verificar um conjunto de elementos que se relacionam entre si, adquirindo uma forma significante. E esta forma significante, segundo os defensores da teoria formalista, têm a capacidade de provocar no espetador um determinado tipo de emoção, denominada de emoção estética. Emoção estética esta que não tem haver com a emoção defendida pela teoria Expressivista. A emoção estética não tem a ver com a transmissão de sentimentos entre o artista e o publico, mas sim com a emoção que o objeto artístico provoca no espetador,ou seja, é o que sentimos quando estamos perante certas configurações de linhas, cores e formas, ou seja, quando estamos perante formas significantes.No entanto o artista pode não ter sentido nada quando realizava a obra, no entanto, quem vê a obra é que tem de sentir e de ter uma reação em termos estéticos. “O ponto de partida para todos os sistemas da estética tem de ser a experiência pessoal de uma emoção peculiar. Aos objetos que provocam tal emoção chamamos obras de arte. [...] Qual é a justificação para essa classificação? Qual é a qualidade comum e peculiar a todos os membros dessa classe? Seja ela qual for, não há dúvida que se encontra muitas vezes acompanhada por outras qualidades; mas estas são fortuitas (podem ter ou podem não ter)-aquela é essencial. Tem pinturas, de haver uma qualquer qualidade sem a qual uma obra de arte não existe; na posse da qual nenhuma obra é, no mínimo, destituída de valor. Que qualidadeé essa? Que qualidadeé partilhada por todos os objetos que provocam as nossas emoções estéticas? [...]. Só uma resposta parece possível - a forma significante. Em cada uma cada uma destas coisas, linhas e cores combinadas de uma maneira particular, certas formas e relações de formas, estimulam as nossas emoções estéticas. As estas relações e combinações de linhas e cores, a estas formas esteticamente tocantes, chamo “Forma Significante”, ea “forma significante” étal qualidade comum a todas as obras de arte visual”. Desta forma Bell cria a seguinte tese da teoria formalista: x é uma obra de arte se, e só se, x foi (principalmente) concebido para exibir forma significante. Ou seja, segundo a tese podemos concluir que a característica comum a todas as obras de arte, segundo Clive, é a forma significante. No entanto tem de existir uma intenção proveniente do artistaem originar no espetador uma emoção estética.A intenção do criador é bastante importante, uma vez que se esta não existisse e não fosse necessária não teríamos maneira de distinguir as belezas naturais das obras de arte. Ou seja, embora muitas estruturas naturais possam causar uma emoção semelhante á emoção estética, estas não são obras de arte. Por exemplo o fogo, é algomagnifico e que provoca emnós uma emoção, no entanto não é uma obra de arte uma vez que não é um artefacto. Só os artefactos podem ser considerados arte uma vez que só os artefactos é que consistem numa organização de elementos formais. Podemos então concluir que só a noção de forma significante não é suficiente para definir arte. Vão ser necessárias quatro condições necessárias para conseguir formar uma condição suficiente:
  • 3.  Tem de ser um artefacto humano;  Tem de haver uma intenção por parte do artista de originar no observador uma emoção estética;  A obra tem de ter uma determinada forma significante, ou seja, tem de possuir um conjunto de elementos que a fazem ter determinada forma com determinado significado;  O público tem de sentir uma emoção estética. Como a teoria formalista não apresenta os requisitos representacionista e expressivistas das, esta lida facilmente com os contraexemplos que afetam as restantes teorias, como por exemplo a arte abstrata e aarte decorativa. Isto porque estas obras de arte possuem uma forma, foram feitas com intenção de provocar uma emoção estética e provocaram uma emoção estética no observador. Daí que a teoria formalista quase não apresente contra exemplos., uma vez que é demasiado abrangente e a grande maioria das obras de arte encaixam nela. Objeções(3 objeções): No entanto há uma corrente artística que não encaixa nesta teoria, e que vão ser a base dos contraexemplos da teoria formalista. Estas obras de arte são os “ready-made”, como por exemplo “A Fonte” e “A antecipação de um braço partido”de Marcel Duchamp,. A teoria formalista afirma que o que determina a pertença de um determinado objeto à categoria de obra de arte é a capacidade de proporcionar, em virtude da sua forma, uma determinada emoção no seu espectador. Mas sea teoria formalista estiver certa, e considerarmos aarte pelaforma, por exemplo nesta obra de Duchamp, qualquer pá produzido pela mesma pessoa da pá exposta teria de ser considerado obra de arte. E como é obvio, os pás não são obras de arte. Logo o que torna a “antecipação de um braço partido” arte não é a sua forma e sim a provocação que esta provoca. Para além disso, defendendo a teoria formalista, teríamos bastantes dificuldades em distinguir o valor de uma obra de arte genuína do valor de uma falsificação. Isto porque ao haver uma boa imitação, esta vai possuir uma forma exatamente igual à do original; e se hipoteticamente alguém roubar uma obra de arte e a substituir pela falsificação, a grande maioria das pessoas nemvai notar que esta obra é falsa.Ouseja,mais uma vez não é a forma que torna uma obra artística, uma vez que se fosse, uma imitação teria de ser arte mas no entanto não é. A segunda objeção defende que não se pode contemplar a obra sem considerar o seu conteúdo, e por isso critica a teoria formalista por só estar preocupada em ver a forma. Mas por exemplo na musica, a musica de Mozart tem forma significante e da mesma forma a musica pimba também tem forma significante ,e ainda é um
  • 4. artefacto humano feito com uma determinada intencionalidade de provocar uma determinada emoção estéticaeque acabapor a provocar, contudo não sepode apreciar nenhuma destas obras sem ter em conta o conteúdo e não é só a forma, contudo o seu conteúdo não vai interessar para o sentido classificativo mas para o sentido avaliativo. Desta forma é possível realizar uma objeção a esta objeção, pois apenas interessa saber o que que define qualquer obra de arte, apenas interessa o sentido classificativo e não avaliativo, e nesta teoria apenas precisa de ter forma significante para ser considerado obra de arte e não o seu conteúdo. A terceira objeção à teoria formalista esta relacionado com a impossibilidade de defenir emoção estética. O que é verdadeiramente uma emoção estética? Este termo é bastante subjetivo e por isso não consegue ser definido. Teorias não essencialista Asteoriasestudadasanteriormente,as essencialistas,caracterizam-sepelofactodeprocurarem algo de essencial a todas as obras de arte para definir arte, isto é, uma essência/característica que tornam uma obra de arte uma obra de arte. Ouseja,todasasteoriasessencialistasconsideram que existe algo de essencial em todas as obras de arte. Já as teorias não essencialistastomam uma posição completamente diferente. Segundo estas, não existe nada essencial que distinga o objeto artístico do não artístico, recunciando a ideia que é possível encontrar algo comum a toda e qualquer obra de arte. Não vão procurar algo intrínseco à obra de arte comum a todas. Vão antes procurar que não seja essencial à obra de arte e que está relacionadocomo contexto(social,cultural,histórico),algoextrínseco e que se relaciona com o contexto social, cultural e histórico, e não a obra de arte em si. Nosanos 50, Morriz Weitz,vai realizarumensaio,intituladode “Opapel dateoriana estética”. Neste ensaio Weitz vai defender que o fracasso das teorias essencialistas se deve ao facto de todas elas acreditarem que existe um conjunto de condições necessárias e suficientes para a arte. Weitzconsideraque não se deve procurar uma característica que seja comum a todas as obras de arte, uma vez que isso implicaria impor limites a algo que se caracteriza pelo seu caracter dinâmico, aberto à expansão e à inovação. Ou seja, Weitz vai rejeitar qualquer teoria essencialista,porconsiderarque iriaporfimàcriatividade dosartistas.Assim,esteacreditaque qualquerteoriaestácondenadaaofracassoe por issoaposiçãode Weitzficouconhecidacomo «anti essencialismo». Como reação a esta postura de Weitz surgiram alguns autores que vão tentar definir a obra de arte não a partir do essencialismo, mas através de uma posição não essencialista. Ou seja, procuram uma definição de arte que assente em propriedades extrínsecas e relacionais dos objetos artísticos, que dependam do tipo de relações que a obra de arte estabelece com outras realidades.
  • 5. E justamente este tipo de sugestão que Arthur Danto apresenta no seu provo cartório artigo «O Mundo da Arte». Nesse artigo, Danto analisa a obra Caixa de Brillo, de Andy Warhol, e conclui que aquilo que distingue essa obra das suas vulgares contrapartes do quotidiano não são as suas características formais nemquaisquer outras características que lhe sejamintrínsecas,mas sim do facto de estaseinserir no contexto de uma prática social instituída – o mundo da arte. Desta forma Danto expressa assim esta ideia: Ver algo como arte requeralgo que o olhar não pode divisar - uma atmosfera de teoria artística, um conhecimento da história da arte: um mundo da arte. Logo aquilo que faz com que a obra sejaartísticanão é a obra em si,mas o seu contexto, desta forma, o urinol, a páe os detergentes passam a ser considerados arte, não são os objetos em si que são artísticos é o contexto que o torna artístico, isto é, características extrínsecas. Por exemplo se for ao campo ver um homem a trabalhar com uma pá não é artístico, mas sea pá estiver num museu e emfunção do seucontexto e com a relação que estabelece connosco e com os objetos a sua volta vamos a considerar arte. Através deste comentário Danto chama a atenção para a natureza institucional da arte. Teoria institucional da arte Desta forma em 1974, o filósofo americano George Dickie vai formular de modo articulado a primeira teoria institucional da arte: x é uma obra de arte, no sentido classificativo, se, e só se: I. x é um artefacto; II. se foi atribuído o estatuto de candidato a apreciação a um conjunto das suas características por um ou mais representantes do mundo da arte. Segundo esta teoria, existem duas condições que algo seja arte a primeira é a artefactualidade, logo tem de existir um artefacto produzido pelo ser humano, o que é inerente a todas as teorias. Contudo, o sentido que Dickie atribui à noção de «artefacto» é bastante mais lato do que o tradicional, pois este não se restringe a apenas objetos materiais concretos produzidos ou transformados pelos seres humanos, considera também que os movimentos de uma coreografia ou musica , por exemplo, são artefactos e mesmo objetos que não foram manufaturados ou cujas propriedades formais não foram alteradas pela intervenção direta de um ser humano podem, em determinados contextos, adquirir o estatuto de artefacto por serem utilizados de certa maneira por alguém.
  • 6. Segundo, o artefacto, obra ou objeto (físicoou não) para poder ser considerado artístico tem que haver alguém representativo do mundo da arte que a institucionalize como obra de arte. Ou seja, é necessário que alguém do mundo da arte tenha contribuído para o estatuto de candidato a apreciação a um conjunto de características desse artefacto. “O núcleo fundamental do mundo da arte é um conjunto vagamente organizado [...] que inclui artistas […], produtores, diretores de museus, visitantes de museus, espectadores de teatro, jornalistas, críticos de todos os tipos de publicações, historiadores da arte, teóricos da arte, filósofos da arte e outros. São estas as pessoas que mantêm em funcionamento o mecanismodo mundo da arte, permitindo assim a continuidade da sua existência. [...] Todos estes papéis estão institucionalizados e têm de ser aprendidos, de uma forma ou de outra, pelos participantes.” Basta alguém do mundo da arte, como podemos ver no texto acima, que considere uma obra artística para ela ser obra de arte. Contudo, um aspeto importante relativo a esta comunidade artística é que não é preciso que exista unanimidade, porque caso fosse necessário maior parte das obras não eram artísticas pois ia existir sempre alguém que não ia concordar. Desta forma, basta existir pessoas do mundo da arte (não se sabe o número) que diga que é artístico para ser considerado artístico. Assim, segundo esta teoria,aquilo que faz com que algo seja uma obra de arte não são os seus efeitos ou funções, mas simo modo como é tratado por quem o criou, por quem o expõe e por quem o aprecia. Desta forma, a obra define-se por ter sido considerado arte por especialistas em arte, ou seja, pelo seu contexto. Conclui-se, as obras que dantes serviam de objeção a todas as teorias formalistas encaixam nesta teoria. “A Fonte” é obviamente um artefacto humano uma vez que foi produzido por um ser humano e porque Marcel Duchamps também entreviu. E como é obvio é lhes atribuído pela comunidade artística a designação de obra de arte. Logo os ready-made segundo esta teoria são obras de arte. Objeções Contudo como todas as outras teorias esta também vai ter objeções. A principal objeção a esta teoria que esta relacionada com o exemplo do livro, isto é, colou-se um livro em cima de uma mesa denominou-se da precaridade da vida humana. Se colocarmos este exemplo no seu limite podemos verificar algumas consequências da teoria institucional. Mas para entender melhor esta ideia, temos de supor que surgiu uma nova corrente de arte que defende que todos os artefactos humanos são arte, desta forma tudo o passa a ser arte. Os defensores da teoria institucional perante apenas vão ter duas alternativas, ou concordar ou não concordar. Se concordarem, porque acaba por preencher os dois requisitos da teoria, a teoria passa a não resolver nada, pois o principal objetivo da teoria era definir arte e distinguir um objeto artístico de um não artístico. Logo caso se acredite que tudo é arte vai ser o mesmo que dizer que nada é arte pois tudo é igual.
  • 7. Caso não concordem, pois um individuo da teoria institucional acaba por dizer que não sedeve ir ao extremo de considerar tudo arte. Neste caso,ele aafirmar que não sedeve ir ao extremo, está a dizer que não é suficiente que alguém diga que aquele objeto é arte, é preciso mais alguma coisa para além disto. Logo a teoria falha por abarcar tudo o que é humano, pois não existe nada feito por um ser humano que não possa ser considerado artístico e então os próprios defensores da teoria apercebem-se que é preciso mais qualquer coisa, mas que coisa é esta? Ninguém o sabe logo se é preciso mais qualquer coisa significa a teoria deixa de ter eficácia. A segunda objeção é relativa as pessoas do mundo da arte. O que é verdadeiramente um especialista de arte? Pode ser um mero espetador de arte? Como o mundo da arte não tem organização e é algo bastante disperso e que engloba imensas pessoas torna- se quase impossível responder a esta pergunta. Daí que não se consiga definir com rigor o nº de institucionalizações provenientes de pessoas do mundo da arte necessárias para tornar uma obra artística. Apesar desta teoria arte aparentar não ter contraexemplos, existem alguns objetos artísticos e é nestes objetos que se assenta a terceira objeção a teoria institucional da arte. Estes objetos artísticos, são todos os objetos da arte primitiva, como as pinturas rupestres. Para um objeto ser considerado arte é necessário alguém afirmar que aquilo é arte, na arte primitiva não havia ainda ninguém para afirmar que aquilo era ou não era arte, então como é que é considerado arte? Existe então um grande círculo vicioso porque para existir pessoas do mundo da arte é preciso que haja arte, mas para haver arte é necessário que hajam pessoas para a considerar arte, sendo a 4 objeção a esta teoria, este grande círculo vicioso, pois uma precisa da outra. Mas aindaexisteoutra objeção, por exemplo um artistasolitário, estaafazer um quadro com valor, e caso se as pessoas o vissemera considerado arte, desta forma passa a não ser arte porque ainda ninguém o viu? Temos o exemplo de Kafka, este individuo escreveu uma obra ao longo da sua vida e foi guardando-a nas gavetas do seu quarto e antes de morrer, escreveu uma carta ao seu amigo a pedir para este queimar tudo, porque considerava que aquilo era horrível. O amigo dele não o fez, e publicou a sua obra. Logo será que enquanto ele tinha os livros na sua gaveta eles não eram arte, mas eles já eram o que eram, eles foram considerados depois arte, mas já o eram assim, só porque alguém ainda não os tenha visto não eram arte? Teoria Historicista O autor desta teoria não essencialista, a teoria historicista, é Jerrol Levinson, que defende que “A arte como renovação de uma transição histórica”. Esta teoria é muito similar a teoria institucional, contudo apresenta algumas diferenças. Esta agrava ainda mais os problemas da teoria institucional pois já não é necessário haver a aprovação do mundo da arte para um objeto ser artístico, basta que alguém ao fazer um artefacto artístico tenha a intenção de construir uma obra de arte que se relacione de alguma forma com a historia da arte.
  • 8. Logo de acordo com a teoria historicista, um livro em cima de uma mesaé arte, pois tem se a intenção de construir um objeto artístico e está se a relacionar com tradição histórica, neste caso com o dadaísmo, uma corrente artística. E ainda nesta teoria, afirma-se a relação que se estabelece coma historia não precisa de ser de concordância é preciso é existir alguma relação, seja ela de concordância ou de discordância, de continuidade ou de rutura.Por exemplo no caso de Ducham quando criou o dadaísmo ele esta a relacionar-se com a historia da arte ao romper-se com ela. Logo no fundo vamos estar sempre a relacionarmo-nos com a arte seja a concordar com ela ou a discordar com ela, e, portanto, acaba por se considerar tal como na teoria institucional tudo arte, pois apenas é necessário produzir um objeto artístico que se relacione com a historia da arte. Objeções Assim, a primeira objeção a esta teoria é a sua subjetividade, ambiguidade e arbitrariedade, pois qualquer individuo está a fazer arte se produzir um objeto que se relacione com a história da arte. As segundas objeções, é qual foi a primeira obra de arte? E como é que está foi considerada obra de arte se se tinha de relacionar com a história da arte e esta ainda não existia? Logo se a primeira obra de arte foi considerada arte sem se relacionar com a obra de arte, é porque é qualquer coisa que não é relação com a história que o faz ser arte. Destaforma se é necessáriomais alguma coisapara alemda relaçãoentre o objeto com a história da arte, para ser considerado arte, está teoria não serve para nada. Contudo um tópico muito importante para estateoria é anoção de falsificaçãodeobras. Se um individuo estiver a falsificar uma obra de arte, e apesar de a partida as falsificações não seremobras de arte, para esta teoria tem de ser, pois o individuo que esta a falsificar o objeto artístico, tem a intenção de fazer uma obra e ainda está a relaciona-lacom a historia, uma vez, que estaatentar imitar fielmente uma obra de arte da historia. Assim, segundo o pensamento de Morriz Weitz, eventualmente todas as teorias falharam, porque provavelmente é impossível definir arte.Isto acontece porque ao definir-se arte está-se a definir limites e fronteiras e a arte em geral está sempre a enfrentar fronteiras, uma vez que se trata de um conceito aberto que não se deixa fechar. Por essa razão é que bastante difícil definir arte devido ao seu caracter aberto e dinâmico. Desta forma, as teorias essencialista falharamporque restringiam demais, pois definem obras de arte e muitas obras acabam por ficar excluídas, já as teorias não essencialista falharam porque englobam demais, pois tudo pode ser considerado arte. Logo não resolvem o problema por razões opostas, havendo muita dificuldade em encontrar uma satisfação satisfatória que resolva o problema do aeroporto da obra Pássaro no espaço.