Este documento critica a candidatura do atual presidente do município de Castelo Branco pelo Partido Socialista. O autor afirma que o candidato não se evidenciou pelo seu trabalho nos últimos oito anos como vice-presidente e que a experiência não é garantia de capacidade. Além disso, critica a ideia de que as obras realizadas resolveram os problemas, uma vez que esqueceram as pessoas. Defende que é preciso novos atores políticos com novas soluções.
Afinal, quem é o candidato ao município de castelo branco
1. Por favor, respeitem a inteligência dos albicastrenses….
Afinal, quem é o candidato ao Município de Castelo
Branco?
Antes de começar a enunciar as razões pelos quais estou a escrever, acho
extremamente importante fazer uma declaração de interesses. Sou militante do
Partido Social Democrata, ex-presidente da JSD Secção de Castelo Branco, mas acima
de tudo sou um jovem cidadão albicastrense, interessado pelo seu concelho,
interessado numa estratégia de desenvolvimento capaz de assegurar o futuro a todos
os jovens albicastrenses, com uma visão declarada sobre o que se quer.
Depois desta declaração de interesses, passo ao essencial da minha intervenção. Na
passada semana, recebi na caixa do correio um panfleto alusivo à candidatura do
Partido Socialista ao Município de Castelo Branco. Nada de mais, faz parte das
tradicionais mensagens dos candidatos, explicando o seu projeto para o nosso
Concelho. Não poderia estar mais errado. Tratava-se de uma mensagem do atual
presidente do Município de Castelo Branco (a última?) aos albicastrenses, fazendo
campanha pela escolha dele que na “opinião pessoal e institucional” dele reúne as
melhores condições para liderar os destinos do Concelho de Castelo Branco.
Pois bem, cabe-me fazer algumas considerações importantes sobre algumas frases da
referida carta que me deixaram atónito, porque considero essas frases como
definidoras de um paradigma politico com o qual não me identifico e que levou à saída
de muitos jovens do Concelho, traduzindo-se na maior taxa de desemprego do distrito.
Em primeiro lugar, um candidato com a qualidade necessária para ser candidato
“natural” à presidência de um Município, capital de Distrito, naturalmente deveria ter
a capacidade de “per si” se evidenciar pelo intenso trabalho realizado, pela visibilidade
que o lugar de “vice-presidente nos últimos oito anos” lhe devia ter trazido. Não me
parece que seja o caso. Os projetos de continuidade não se alicerçam em slogans de
ocasião, mas devem ser discutidos com os albicastrenses. Quem não teve opinião
durante os últimos quinze anos, não pode reclamar ter um projeto de futuro para
apresentar.
Em segundo lugar, a premissa errada que quanto maior for a experiência, maior a
capacidade para exercer um cargo público. Na minha humilde opinião, partilhada por
muitos jovens, é preferível não ter experiência do que ter uma má experiência que nos
trouxe aos problemas dos dias de hoje. São precisos novos atores políticos com novas
soluções para os velhos problemas. Se há coisas que os albicastrenses estão fartos é
dos atores do costume com as soluções de sempre e com os resultados conhecidos.
2. Em terceiro lugar, a ideia que a “força da obra feita” resolveu os problemas em Castelo
Branco. Posso dizer que é uma ilusão muito bem vendida, pela mesma máquina de
propaganda que conseguiu colocar quatro mil pessoas num jantar de campanha. Numa
altura de crise, onde se pedem sacrifícios a todos os portugueses, presumo que esse
sinal de ostentação politica poderia muito bem ser evitado. A “força da obra feita”
esqueceu-se das pessoas, dos albicastrenses. Construir por construir não é solução
para nada. A verdadeira obra reside na dinâmica das pessoas que sabem dar vida às
obras. Um pormenor que foi esquecido ao longo dos últimos dezasseis anos.
Acredito que os albicastrenses saberão distinguir o essencial do acessório, como
sempre souberam. As ilusões, imagem de marca do Partido Socialista, trouxeram o
pais para uma realidade nada ilusória.
Castelo Branco pode e deve ser mais do que isto. Os albicastrenses sabem sair da sua
letargia crítica, fomentada por esta ilusão coletiva. Respeito o trabalho das pessoas
que deram o seu melhor pelo Concelho, mesmo que de forma errada, mas na política,
como na vida, os ciclos começam e acabam. Não se eternizam….
Luís Filipe Santos, jovem albicastrense, ex-presidente da JSD Secção de
Castelo Branco e militante do PSD Castelo Branco