1. Informativo TECNOFILOSÓFICO
AS TECNOLOGIAS DA INTELIGÊNCIA
Volume 1, Edição Única 03 de Março de 2009
O Surgimento do Computador Pessoal
sa que mudaria o rumo da de programação do Apple II
informática: a Apple. havia sido feita pela Microsoft,
Jobs e Wozniak abandonaram uma variação do BASIC para Interesses especiais:
a Universidade de Berkeley o Apple II. As vendas chega-
para poderem se dedicar ao ram a US$ 2,5 milhões no
computador pessoal criado primeiro ano de comercializa- FILOSOFIA ;
por Wozniak, o Apple I. Como ção e, com o seu rapido cres-
Wozniak trabalhava para a cimento de vendas, a Apple PIERRE LÉVY
HP, o seu projeto precisava tornou-se uma empresa públi-
STEVE JOBS E STEVE
Blue Box de Steve Wozniak ser apresentado para a em- ca (ou seja, com ações que
presa que recusou de imedia- podem ser adquiridas por WOZIAK;
Até o final dos anos 70, reina- to a idéia. Isso abriu o cami- qualquer um na bolsa de valo-
BILL GATES;
vam absolutos os mainframes, nho para a criação da Apple, res) e ela construiu a sua sede
computadores enormes, tran- empresa fundada pelos dois principal - Infinite Loop - em APPLE;
cados em salas refrigeradas e que comercializaria os compu- Cupertino, Califórnia.
operados apenas por alguns tadores. Com o sucesso do Apple II, MICROSOFT;
poucos privilegiados. Apenas Montados na garagem de vieram o Visicalc (a primeira
grandes empresas e bancos Jobs, os 200 primeiros compu- planilha eletrônica inventada), COMPUTADOR PESSOAL ;
podiam investir alguns milhões tadores foram vendidos nas processadores de texto e pro-
de dólares para tornar mais lojas da vizinhança a US$ 500 gramas de banco de dados. INTERFACES;
eficientes alguns processos cada. Interessado no projeto, Os micros já podiam substituir
internos e o fluxo de informa- Mike Makula (na época vice- os fluxos de caixa feitos com GROUPWARE.
ções. A maioria dos escritórios presidente de marketing da cadernos e calculadoras, má-
funcionava mais ou menos da Intel), resolveu investir US$ quinas de escrever e os arqui-
mesma maneira que no come- 250 mil na Apple. vos de metal usados para
ço do século. Arquivos de Alguns meses depois, já em guardar milhares de documen-
metal, máquinas de escrever, 1977, foi lançado o primeiro tos. Os computadores domés-
papel carbono e memorandos microcomputador como co- ticos deixaram então de ser
faziam parte do dia-a-dia. nhecemos hoje, o Apple II. O apenas um hobby de adoles-
Nesta edição:
Em 1976, outra dupla de jo- equipamento já vinha monta- centes para se tornarem ferra-
vens, Steve Jobs e Steve do, com teclado integrado e mentas indispensáveis para
Wozniak, iniciou outra empre- era capaz de gerar gráficos muitas pessoas. PIRATAS DO VALE DO 2
SILÍCIO
coloridos. Parte da linguagem
INTERFACES 2
MÁQUINAS DESEJÁVEIS 2
GROUPWARE 3
AMBIENTE COLABORATIVO 3
CRÉDITOS 4
REFERÊNCIAS 4
Steve Wozniak Steve Jobs Bill Gates
2. Informativo TECNOFILOSÓFICO
Piratas do Vale do Silício
O filme conta através das vai a passeatas na universi- quer com seus amigos Pa-
personalidades de Steve dade, toma LSD e tem ins- ul Allen e Steve Ballmer.
Jobs, Steve Wozniak, Bill pirações messiânicas. Toda No início dos anos setenta,
Gates, entre outros, o de- essa fúria vem do sofrimen- os computadores, chama-
senvolvimento da história to: Jobs chora, faz terapia e dos de mainframes, eram
da microinformática e da não se conforma com o de grande porte e ocupa-
popularização dos compu- sumiço da mãe biológica. A vam grandes espaços. Em-
tadores. Mostra algo sobre namorada de Jobs fica grá- bora não houvesse compu-
a luta de alguns estudantes vida, e ele não quer assu- tadores pessoais como os
contra o domínio da produ- mir a criança. Mas acaba que tão comumente encon-
ção de computadores por exigindo escolher o nome tramos hoje, existia um
grandes empresas e tam- da filha – Lisa, mesmo no- público ansioso por poder
Filme ‘Piratas do bém faz uma abordagem a me que deu, em 1978, ao usufruir dessa tecnologia.
Vale do Silício. cerca das primeiras rea- antecessor do Macintosh. Alguns apaixonados pela
ções culturais a esse pro- Bill Gates é o completo eletrônica começaram a
cesso de popularização. oposto. Faz coleção de desenvolver protótipos de
Steve Jobs é um garoto revistas Playboy e gosta de circuitos que poderiam ser
hippie e contestador, que beber cerveja jogando pô- microcomputadores.
“A INFORMÁTICA
AINDA NÃO ERA
A Política das Interfaces
Em meados dos anos cinqüen- de automatizar cálculos. Al- essencial em relação a esta
VISTA COMO
ta, Douglas Engelbart, já tinha guns anos depois da experiên- visão a longo prazo. Ela atrai
TECNOLOGIA em mente programas para cia de Douglas Engelbart com cada vez mais pó usuário ao
INTELECTUAL, NA comunicação e trabalho coleti- um sistema de radar durante a sistema. Durante o processo
vos, o que hoje são groupwa- Segunda Guerra Mundial, ele de evolução cultural o enge-
VERDADE ELA res. Foi no Augmentation Re- teve a visão de coletividades nheiro Douglas Engelbart via
ERA PERCEBIDA search Center (ARC) que ocor- reunidas pela nova maquina de no computador um instrumento
reram os primeiros testes com homens interagindo através da adequado para transformar
COMO A ARTE DE novos componentes e novos maquina com interlocutores positivamente e “aumentar” o
AUTOMATIZAR comandos. Essas novidades distantes. Douglas Engelbart funcionamento dos grupos.
só trariam benefícios para o tinha como meta unir entre se Para que haja um “aumento” é
CÁLCULOS.”
funcionamento dos computado- dois sistemas de conhecimento necessário acompanhar a co-
res pessoais. A informática humanos através de dispositi- evolução dos humanos e sua
ainda não era vista como tec- vos eletrônicos inteligentes. A ferramentas
nologia intelectual, na verdade coerência das interfaces repre-
ela era percebida como a arte senta um principio estratégico
Máquinas Desejáveis e seu uso
A criação do computador foi acostumamos com sua lingua- dimensão subjetiva maravilho-
uma transformação evolutiva gem nova, seus sistemas de sa ou profética seduzidos pelo
e confortável para os huma- troca de mensagens e progra- ato evolutivo do século a infor-
nos que logo quando entra- mação de ou pirataria das mática. Sobre o uso. A infor-
ram em contato com o objeto redes. Ainda segundo o autor, mática veio conduzida como
se sentiram seduzidos pela mesmo sem ser um especia- comunicação, trabalho coope-
criação de inteligência, confor- lista é possível se deixar se- rativo e interação amigável. O
to e performance cognitiva. duzir pela fórmula da informá- homem e o meio de comuni-
Pierre Lévy em seu livro com- tica, sua concepção de pro- cação se adaptaram e vivem
para o deslumbramento das gramas estimula o desejo de para seu fim: comunicar ami-
pessoas, em contato com o explorar novos territórios, gavelmente, conectando-o a
Uma interface após outra. computador, com a compra de assim viveram Alan Touring, novos agenciamentos e rein-
um carro novo ou algo que Douglas Engelbart ou Steve ventando assim o significado
desejamos muito, pois nos Jobs , trabalharam em sua dos elementos conectados.
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3. Volume 1, Edição Única
Groupware
Software colaborati- a lei de Metcalfe - quanto parte dos produtos Group-
vo (ou groupware) é m ais pessoa s usam Ware permitem aos usuá-
um software que apóia o um sistema de comunicaçã rios compartilhar, dentre
trabalho em grupo, coletiva- o, mais valioso ele se torna outros ítens, calendários e
mente. Skip Ellis o definiu - se aplica a tais softwares. livros de endereço (address
como um "sistema baseado O termo mais comum para books). Por exemplo, uma
em computador que auxilia software social se aplica a secretária pode alocar um
grupos de pessoas envolvi- sistemas fora do ambiente compromisso no calendário
das em tarefas comuns (ou de trabalho, como por e- do chefe, de forma que
objetivos) e que provê inter- xemplo, serviços de namo- este consiga visualizá-lo de
face para um ambiente ro online e redes de relacio- qualquer lugar, seja através
compartilhado". Sistemas namento, como o Orkut. O do Outlook ou via WebMail.
Uma visão simplificada de como
de softwares como e-mail estudo da colaboração com Este tipo de colaboração informações são compartilhadas
(assíncrono), agenda cor- auxílio de computador inclui garante maior produtivida- entre usuários, com um servidor
porativa, bate-papo (chat) o estudo deste software e de dos usuários e informa-
e wiki pertencem a esta dos fenômenos sociais as- ções disponíveis no lugar e
categoria. Foi sugerido que sociados a ele. A maior no momento certos.
Ambiente Colaborativo
AS APLICAÇÕES
As aplicações no espaço ção, onde os usuários tra- mesmo espaço físico com NO ESPAÇO
colaborativo estão vulnerá- balham sozinhos. Ex: Email. suporte do computador. Ex: COLABORATIVO
veis a variáveis de intera- Sistema de Conferência White-boards. ESTÃO
ção e o local onde aconte- VULNERÁVEIS A
Distribuição de informação
cem. De acordo com os Sistema Colaborativo VARIÁVEIS DE
para uma comunidade. A
valores destas variáveis Sistemas de múltiplos auto- INTERAÇÃO E O
comunicação é em tempo
podem ser classificados res por meio de uma plata- LOCAL ONDE
real. Ex: Sala de Bate papo. forma de geração de conte-
como: ACONTECEM.
Sistema Coordenado údo. Ex: Sistema de versão
de documentos que indicam
Sistema de Mensagens A informação é gerada por as atualizações.
Transferência de Informa- um grupo de pessoas no
Vantagens de software colaborativo
1. Torna o trabalho em grupo
mais eficiente;
2. Diminui o tempo gasto nas
atividades em grupo;
3. Reduz o custo de realiza-
ção das atividades em grupo;
4. Possibilita certos tipos de
tarefas em grupo que seriam
Classificação de Tom Rodden
impossíveis sem o suporte para aplicações no espaço
computacional. colaborativo
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4. Universidade do Estado da Bahia - Comunicação Social (Jornalismo em Multimeios)
AS TECNOLOGIAS DA INTELIGÊNCIA
Organizadores: O Informativo TECNOFILOSÓFICO é uma construção coletiva que traz para os estu-
Adailma ‘Rosa’ dantes, em especial, aos que fazem o Curso de Comunicação Social (Jornalismo em
Gildinha de Jesus
Jônatas ‘Jow’ Multimeios) na Universidade Estadual da Bahia (UNEB), conhecimento sobre a filo-
Luciano ‘Lugori’
Nilza Maria sofia da informação. Este informativo foi desenvolvido após leituras do Livro As
E-mail: Tecnologias da Inteligência (de Pierre Lévy). Além dele, o filme Os Piratas do Vale
tecinteligencia@gmail.com
do Silício também nos conduziu para um aprimoramento desta produção.
Blogger:
tecinteligencia.blogspot.com
“A evolução do homem faz com que busquemos, em ritmos cada vez mais acelerados, o
conhecimento de técnicas super inovadoras para os novos tempos. Estudar uma máqui-
Tiragem: na como o computador nos leva a uma nova dimensão do saber”.
50 exemplares
Nilza Maria
Trabalho solicitado pela
Professora Iraílde como
requisito para a avaliação Estamos na Web!
da Disciplina Introdução a
Filosofia do Curso de
www.tecinteligencia.blogspot.com
Com uni cação So c i a l
(Jornalismo em
Multimeios).
Referência Bibliográfica
Nascido na Tunísia em da Informação e
1956, é um filósofo da da Com unicação,
informação que se ocupa na Universidade de Sor-
em estudar as interações bonne, França.
entre a Inter-
net e sociedade. Segundo Trabalha des-
o filósofo Pierre Levy, os de 2002 como titular da
computadores interligados cadeira de pesquisa
em redes mundiais podem em inteligência coleti-
favorecer o surgimento va na Universidade de Ott
da Inteligência Coletiva. awa, Canadá. É membro
da Sociedade Real do
Em seus estudos Lévy faz Canadá (Academia Cana-
uma análise da evolução dense de Ciências e Hu-
Livro de Pierre Lévy da humanidade, abordan- manidades). Em seu li-
(Um prato de cheio de do o desenvolvimento da vro A Revolução Contem-
conhecimento) Internet e a digitalização porânea em matéria de
da informação. Pierre Comunicação, Lévy faz
Lévy nasceu numa famí- uma análise da evolução
lia judaica. Fez mestrado da humanidade, abordan-
em História da Ciência e do o desenvolvimento da Pierre Lévy
d o u t o r a d o Internet e a digitalização
Página 4 em Sociologia e Ciência da informação.