O documento discute abordagens metodológicas para educação sexual em meio escolar. Ele destaca que o objetivo principal é contribuir para uma vivência mais informada e responsável da sexualidade, abordando sentimentos e atitudes, não apenas informações. Além disso, enfatiza a importância de métodos participativos que promovam o diálogo e a expressão dos alunos.
Tema de redação - As dificuldades para barrar o casamento infantil no Brasil ...
7 janeiro
1. A Educação Sexual em Meio Escolar
Metodologias de Abordagem/ Intervenção
Mafalda Branco
Janeiro | 2012
2. “Unir-se é um bom começo,
manter a união é um progresso,
e trabalhar em conjunto é a vitória.”
Henry Ford
3. VANTAGENS DA EDUCAÇÃO SEXUAL
Estudos demonstram que programas estruturados de Educação
Sexual podem:
reduzir informações erradas;
aumentar conhecimentos correctos;
esclarecer e fortalecer valores e atitudes positivas;
aumentar habilidades de tomar decisões informadas e de agir segundo as
mesmas;
melhorar percepções sobre grupos de pares e normas sociais;
aumentar a comunicação com pais ou outros adultos de confiança.
In Relatório da UNESCO sobre Direito à Educação Sexual, 2010
4. Enquanto persistir uma visão que separa a natural
ligação entre corpo e mente, quer dizer, enquanto se
debaterem medidas de intervenção nas vivências da
sexualidade de forma desintegrada do espaço
afectivo, é impossível ir muito longe.
Strecht, P. (2005)
6. UM DESAFIO PEDAGÓGICO…
Questionamento dos próprios valores,
atitudes e tabus
O tema da sexualidade pode ser
constrangedor
Receio de não estar de acordo com a
moral dominante ou com a dos colegas
Preocupação com o uso de linguagem
apropriada…
7. PERFIL DO PROFESSOR
Aceitação confortável da sua sexualidade e da dos
outros;
Respeito pelas opiniões das outras pessoas;
Atitude favorável ao envolvimento dos pais;
Confidencialidade sobre informações pessoais;
Capacidade para reconhecer situações que
requeiram outros técnicos para além do professor;
Ser tão neutro quanto possível;
Controlar a emissão de juízos de valor;
Demonstrar disponibilidade e confiança…
Went, D. (1985)
8. PERFIL DO PROFESSOR
O grande desafio, que é simultaneamente a
maior dificuldade, é atingir o coração
destes miúdos, e sempre que se fala de
sexo, falar-se de amor.
Strecht, P. (2005)
9. SÍNTESE
Quando falamos de educação sexual, estamos a utilizar um conceito
global e abrangente de sexualidade que inclui a identidade sexual, o
corpo, as expressões da sexualidade, os afectos, a reprodução e a
promoção da saúde sexual e reprodutiva.
Assim, o objectivo principal será o de
contribuir (ainda que parcialmente) para uma
vivência mais informada, mais gratificante e
mais autónoma, logo, mais responsável, da
sexualidade.
11. A SEXUALIDADE AO LONGO DA VIDA
A sexualidade manifesta-se desde o início da vida e acompanha o
desenvolvimento geral do indivíduo
No entanto, vivemos a sexualidade de formas bastante diferentes em
cada etapa da vida
A forma como a criança, o adolescente,
o jovem, o adulto e o idoso vivem
a sexualidade é diferente
12. AINDA NO ÚTERO…
• O sistema de resposta sexual começa-se a
desenvolver nos fetos do sexo masculino em
meados do período de gestação;
• A resposta eréctil começa a aparecer mais ou
menos às 16 semanas;
• Pensa-se que a capacidade de lubrificação nos
fetos do sexo feminino se inicia também nesta
altura (embora não seja imediatamente
observável).
13. DO NASCIMENTO AO 2.º ANO
• Importância das figuras de apego nos
processos de vinculação;
• Actividades rítmicas de satisfação oral –
mamar, chupar no dedo – que podem ser
entendidas como actividades eróticas não
genitais;
• Reconhecimento dos papéis sexuais,
estabelecendo a diferença dos papéis atribuídos
a um ou ao outro sexo.
14. DOS 2 AOS 6 ANOS
• Entre os 2 e os 4 anos – controlo esfincteriano;
• Mostram o corpo e encaram o corpo do outro
de forma espontânea;
• Curiosidade pelo corpo da mãe e do pai e pelas
diferenças anatómicas entre os dois sexos;
• É a fase dos “porquês”;
• Por volta dos 6 anos inicia-se o processo
natural de construção do pudor.
15. DOS 6 AOS 12 ANOS
• Jogos sexuais infantis – exploração do corpo;
• Jogo do “faz-de-conta” – continua a fazer a
exploração sexual;
• Mantém-se a curiosidade;
• Constitui grupos do mesmo sexo;
• Inicia a selecção de amizades;
• Utiliza palavras relativas à sexualidade, mesmo
sem lhes conhecer o sentido.
16.
17. ADOLESCÊNCIA
• Alterações pubertárias;
• O grupo assume um lugar privilegiado;
• Identidade, autonomia pessoal;
• Fantasias eróticas;
• Descoberta do próprio corpo – masturbação;
• Petting;
• Início da actividade sexual.
20. …PARA UM PROGRAMA
1. Constituição da equipa
2. Apresentação do programa aos
professores
3. Identificação das expectativas dos
jovens
4. Apresentação do projecto aos pais
5. Programação das actividades
21. …PARA UM PROGRAMA
1. Constituição da equipa
• Pensa, propõe e
implementa o projecto
• Recurso a profissionais de
saúde e outros com
formação na área da
educação sexual
22. …PARA UM PROGRAMA
2. Apresentação do programa aos
professores
• Apresentação aos professores e
aos órgãos directivos da escola
• Integração no PEE
• Legitimação da sua realização
• Integração de mais professores
nas actividades -
interdisciplinaridade
23. …PARA UM PROGRAMA
3. Identificação das expectativas dos jovens
• Cada grupo de jovens tem as suas
especificidades;
• Caixa de perguntas;
• Questionários de resposta aberta;
• Observação de acontecimentos e das
discussões que se lhes seguem (ex.: aluna
fica grávida);
• Questões ligadas à sexualidade em
telenovelas/séries que os jovens vejam…
24. …PARA UM PROGRAMA
4. Apresentação do projecto aos pais
• Geralmente há uma aceitação positiva
– embora possa haver dúvidas e
expectativas legítimas
• É essencial envolver os pais, não para
“dar licença para”, mas serem
esclarecidos e para que possam
também eles próprios melhorar as
suas capacidades de diálogo com os
filhos.
25. …PARA UM PROGRAMA
5. Programação das actividades
• Definição de objectivos de
aprendizagem no plano dos
conhecimentos, clarificação de valores,
treino de competências específicas;
• Definição de conteúdos principais;
• Definição de técnicas e jogos a utilizar;
• Preparação dos recursos e materiais
pedagógicos necessários;
• Avaliação.
26. …PARA UM PROGRAMA
Avaliação:
• Avaliação pelos alunos;
• Avaliação da medida de alcance dos objectivos
pedagógicos propostos.
Exemplos:
• Foi conseguida a participação dos jovens?
• Que diferentes posições surgiram?
• Houve modificação de opinião sobre algum assunto?
• Os materiais e técnicas revelaram-se adequados? (Pode, por exemplo, aplicar-
• Houve novas questões para a continuação do programa? se uma escala de atitudes
antes e depois da realização
do programa)
27. METODOLOGIAS
Os acontecimentos ligados
à sexualidade humana
estão cobertos de uma forte
carga emocional
Por isso, os programas de
Devem ter como objectos
educação sexual na escola
também os sentimentos e
não poderão estar
atitudes para que tenham
centrados numa mera
algum grau de eficácia
transmissão de informações
e conhecimentos
28. METODOLOGIAS
Em Educação Sexual é importante:
Aceitar a diversidade dos percursos individuais
Promover o debate entre diferentes posições
Favorecer as capacidades de escolha e de tomada de decisão nos alunos
Trabalhar competências individuais, como assertividade, capacidade de
comunicação, de decisão e aceitação dos outros, procura de
informação e apoios…
29. METODOLOGIAS
O modelo que vamos trabalhar aposta essencialmente no espaço turma e
numa metodologia participada pelos destinatários das acções.
Deve partir-se do sentido/ vivido dos jovens na esfera da sexualidade, do
seu capital de conhecimentos, atitudes e opiniões.
Dever-se-á privilegiar o diálogo, o trabalho em pequenos grupos e o uso
de técnicas e jogos que facilitem a participação activa das crianças e jovens
na construção e desenvolvimento dos programas.
Vaz, J. M. (1996)
30. METODOLOGIAS
Os programas de todas as disciplinas possibilitam, explícita ou implicitamente,
a abordagem de temas de Educação Sexual.
Cada docente pode, no grupo disciplinar e nos conselhos de turma,
identificar nos programas momentos de inclusão de temas e actividades de
Educação Sexual.
A iniciativa pode partir de um professor ou de um grupo de professores, que
propõe temas aglutinadores aos colegas. Deve ser elaborado um projecto
para a turma.
33. DINÂMICAS DE GRUPO
Permitem:
• descontracção – desinibição, ausência de constrangimento;
• comunicação – emissão, transmissão e recepção de mensagens verbais e não
verbais;
• expressão afectiva – comunicação de sentimentos e emoções por palavras
e/ou gestos;
• interacção/ integração grupal – união entre as pessoas de um grupo;
• cooperação – acções conjuntas de colaboração entre duas ou mais pessoas;
• polaridade – experiência de papéis diferentes, vivenciados no mesmo contexto
(e.: liderar e ser liderado);
• reforço do auto-conceito;
• auto-conhecimento;
34. DESENHAR SENTIMENTOS
…já me
senti
assim…
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