Este documento relata um caso clínico de um cisto dentígero associado a um dente ectópico na mandíbula de uma paciente de 37 anos. O cisto foi descoberto durante exame de imagem e removido cirurgicamente, confirmando o diagnóstico. Após 5 meses de acompanhamento, observou-se boa cicatrização no local.
1. 952
CISTO DENTÍGERO ASSOCIADO A DENTE ECTÓPICO – RELATO DE CASO
CISTO DENTÍGERO ASSOCIADO
A DENTE ECTÓPICO
RELATO DE CASO
DENTIGEROUS CYST ASSOCIATED
WITH ECTOPIC TOOTH
CASE REPORT
Renata Moura Xavier DANTAS *
Denis Damião COSTA **
Ítalo Cordeiro TOLEDO ***
José Augusto Tuy de Britto de OLIVEIRA JUNIOR ***
Rodrigo Tavares BONFIM ****
Roberto ALMEIDA DE AZEVEDO *****
__________________________________
* Residente do primeiro ano do Serviço de Cirurgia e Traumatologia Bucomaxilofacial do
Hospital Santo Antônio OSID/ HGE/ UFBA.
** Cirurgião-Dentista graduado pela UFBA, interno do Serviço de Cirurgia e Traumatologia
Bucomaxilofacial do Hospital Santo Antônio OSID/ HGE/ UFBA.
*** Residente do terceiro ano do Serviço de Cirurgia e Traumatologia Bucomaxilofacial do
Hospital Santo Antônio OSID/ HGE/ UFBA.
**** Especialista em Cirurgia e Traumatologia Bucomaxilofacial pelo Serviço de Residência
do Hospital Santo Antônio OSID/ HGE/ UFBA.
***** Preceptor do Serviço de Cirurgia e Traumatologia Bucomaxilofacial do Hospital Santo
Antônio OSID/ HGE/ UFBA.
2. 953
CISTO DENTÍGERO ASSOCIADO A DENTE ECTÓPICO – RELATO DE CASO
RESUMO
O cisto dentígero ou folicular é considerado o tipo mais comum
de cisto de desenvolvimento, envolve a coroa de um dente incluso de forma
silenciosa, e apresenta potencial de expansão, erosão das corticais ósseas e
deslocamento das unidades dentárias envolvidas. Este trabalho relata caso
de paciente do gênero feminino, 37 anos de idade, comparecendo ao
Ambulatório de Cirurgia e Traumatologia Buco Maxilo Facial do Hospital
Santo Antônio – OSID/ HGE/ UFBA para avaliação da necessidade de
extrações dos terceiros molares. Ao exame de imagem observou-se sinal
sugestivo de cisto dentígero associado a coroa do elemento 48 retido. Foi
realizada biópsia excisional, com confirmação microscópica do diagnóstico
clínico prévio. Paciente em controle pós-operatorio de cinco meses,
demonstrando radiograficamente neoformação óssea em região retromolar
direita. O objetivo deste trabalho foi relatar através de um caso clínico o
deslocamento dentário causado por um cisto dentígero na mandíbula, além
de alertar a classe odontológica quanto à presença de dentes retidos com o
desenvolvimento de lesões associadas.
ABSTRACT
The dentigerous or follicular kyst is considered the most
common development kyst, it surrounds the crown of a impacted tooth
silently and present expansion potencial, erosion of the cortical bones and
dislocation of the dental unities involved. This paper reports a case of a
female patient, thirty seven years old, arrived at the ambulatory of oral and
maxillofacial surgery and traumatology of the Santo Antonio Hospital for
evaluation of the need of extraction of the wisdom teeth. Radiografically it
was observed suggestive signs of kyst lesion associated to the crown of the
right mandibular wisdom teeth. The patient is at the fifth month of follow up,
showing radiografically signs of new formation of bone at the right retromolar
region. The aim of this paper is to present a case report of dental
dislodgment caused by a dentigerous kyst at the mandible, and alert de
odontology class about the relation of retained tooth and the development of
associated lesions.
Unitermos: Cisto, Cisto Dentígero, Biopsia.
Uniterms: Cysts, Dentigerous Cyst, Biopsy.
3. 954
CISTO DENTÍGERO ASSOCIADO A DENTE ECTÓPICO – RELATO DE CASO
INTRODUÇÃO
O cisto dentígero (CD), também descrito como cisto folicular, é
uma patologia benigna, de desenvolvimento, originando através do acúmulo
de fluido entre o remanescente do órgão do esmalte e a coroa dentária
subjacente (DINKAR; DAWASAZ; SHENOY, 2007; MARZOLA, 2008 e
SETTE-DIAS; ABDO; MESQUITA et al., 2008).
Acredita-se que uma alteração do epitélio do órgão do esmalte,
após a formação completa ou parcial da coroa dentária, numa fase em que o
retículo estrelado deveria ser reabsorvido biologicamente, é o agente
etiológico desencadeante (MARZOLA, 2005; MARZOLA; PEREIRA;
TOLEDO-FILHO, 2007; MARZOLA, 2008 e MARZOLA; CARVALHO-
FILHO; TOLEDO-FILHO, 2008).
Trata-se de um cisto odontogênico associado a um dente de
erupção tardia, retido e impactado, unido à coroa dental na junção
amelocementária (MARZOLA, 2008; REGEZZI; SCIUBBA; JORDAN, 2008
e SILVEIRA; PEREIRA; AMADEI et al., 2009). Em ordem decrescente,
terceiros molares inferiores, caninos superiores e terceiros molares
superiores são as unidades mais acometidas (FERNANDES; SOUZA;
MESQUITA et al., 2006 e MARZOLA, 2008).
É uma lesão cística comum, rara na dentição decídua,
prevalente na segunda e terceira décadas da vida, com predileção pelo
gênero masculino, frequente na mandíbula (70% dos casos), solitária e
assintomática, sendo descoberta em exame radiográfico de rotina
(MARZOLA, 2005; KASABOGLU; BASAL; USUBUTUN, 2006; ALLAIS DE
MAURETTE; MAURETTE; HAITER-NETO et al., 2007; GROSSMANN;
MACHADO; XAVIER et al., 2007; MARZOLA; PEREIRA; TOLEDO-FILHO,
2007; MARZOLA, 2008; MARZOLA; CARVALHO-FILHO; TOLEDO-FILHO,
2008 e TORTORICI; AMODIO; MASSENTI et al., 2008).
Estes cistos são rotineiramente diagnosticados através de
radiografias panorâmicas de rotina, apesar da Tomografia Computadorizada
Cone-Beam ser considerada o padrão ouro. Radiograficamente caracteriza-
se por uma imagem radiolúcida, unilocular, bem circunscrita e, margem
esclerótica, associada à coroa de um dente retido. Nos cistos infectados e
naqueles de grande dimensão a imagem pode apresentar, respectivamente,
limites mal definidos além do aspecto multilocular (SVERZUT; BARROS;
BRENTEGANI et al., 2003; MOTAMEDI; TALESH, 2005; SANTOS;
ANTUNES; AVELAR et al., 2007; MARZOLA, 2008; SAFIRA; PAIM;
CARNEIRO-JÚNIOR et al., 2009; BLAYA; BLAYA; MENEZES et al., 2010;
SILVA; PINHEIRO; RAUSCH, 2010 e MORAIS; SILVA; DANTAS et al.,
2011).
A literatura relata que o cisto dentígero por apresentar
características radiográficas não específicas requer um diagnóstico
diferencial com o ameloblastoma unilocular, tumor odontogênico
ceratocístico (MARZOLA, 2008 e MORAIS; SILVA; DANTAS et al., 2011),
fibroma ameloblástico (MARZOLA, 2008 e SETTE-DIAS; ABDO;
MESQUITA, et al., 2008), tumor odontogênico adenomatóide e tumor de
Pindborg (DUNSHE; BABENDERERDE; LÜTTGES et al., 2003;
MARZOLA, 2008 e SAFIRA; PAIM; CARNEIRO-JÚNIOR et al., 2009).
4. 955
CISTO DENTÍGERO ASSOCIADO A DENTE ECTÓPICO – RELATO DE CASO
Baseado na relação cisto/coroa dentária e para melhor
didática, as variações radiográficas foram classificadas em central, lateral e
circunferencial (NEVILLE; DAMM; ALLEN et al., 2004). O termo
extrafolicular, poderá ser empregado quando o retículo solta-se da coroa
dental, individualizando-se (MARZOLA, 2005 e MARZOLA, 2008).
Microscopicamente, o cisto dentígero, apresenta uma cápsula
de tecido conjuntivo fibroso arranjado frouxamente com pequenas ilhas ou
cordões de epitélio odontogênico, além de infiltrado inflamatório
mononuclear. O epitélio de revestimento é em geral do tipo pavimentoso
estratificado não ceratinizado, com duas a quatro camadas de células
epiteliais cúbicas, tendo na interface epitélio-conjuntivo plano (NEVILLE;
DAMM; ALLEN et al., 2004; DAMATSU; KUMAMOTO; OOYA et al., 2005;
MARZOLA, 2008 e SILVEIRA; PEREIRA; AMADEI et al., 2009).
Acredita-se que a pressão do líquido acumulado no lúmen
cístico pode levar unidades dentárias adjacentes ou a própria unidade
afetada a percorrer pequenas ou grandes distâncias, desencadeando um
irrompimento ectópico, impacção dentária, reabsorção radicular, assimetria
facial e, malignização da lesão (MARZOLA, 2005; MEZZOMO; DALL`IGNA;
CHEVARRIA et al., 2005; MARZOLA; PEREIRA; TOLEDO-FILHO, 2007;
MARZOLA, 2008 e MARZOLA; CARVALHO-FILHO; TOLEDO-FILHO,
2008).
O tratamento do cisto dentígero é determinado sempre pelo
tamanho da lesão e, em lesões pequenas opta-se pela sua enucleação. Em
lesões grandes pela marsupialização ou ainda uma descompressão e, se
necessário, realiza-se enucleação secundária (NEVILLE; DAMM; ALLEN et
al., 2004; FUJII; KAWAKAMI; HYOMOTO et al., 2008 e POZZER; JAIMES;
CHAVES-NETTO et al., 2009). A manutenção da unidade dentária
envolvida é indicada quando o seu irrompimento é viável, necessitando
muitas vezes de tratamento ortodôntico (NEVILLE; DAMM; ALLEN, et al.,
2004).
O prognostico relacionado a muitos cistos dentígeros é
excelente e, raramente há recidiva após a remoção completa da lesão
(MEZZOMO; DALL`IGNA; CHEVARRIA et al., 2005; MARZOLA, 2008 e
MARZOLA; CARVALHO-FILHO; TOLEDO-FILHO, 2008).
O objetivo do presente trabalho foi relatar um caso clínico de
deslocamento dentário causado por um cisto dentígero na mandíbula, além
de alertar a classe odontológica quanto à importância da observação
clinica/radiográfica de dentes retidos e sua possível associação ao
desenvolvimento de lesões.
RELATO DE CASO CLÍNICO
Paciente leucoderma, 37 anos de idade, gênero feminino,
assintomática, compareceu ao Ambulatório de Cirurgia e Traumatologia
Buco Maxilo Facial do Hospital Santo Antônio – OSID/ HGE/ UFBA para
avaliação da necessidade de extração dos terceiros molares.
Ao exame clínico intra-oral não havia qualquer aumento de
volume ou alteração na coloração da mucosa das áreas referidas e, apenas
a ausência dos terceiros molares superiores e inferiores.
5. 956
CISTO DENTÍGERO ASSOCIADO A DENTE ECTÓPICO – RELATO DE CASO
Ao exame de imagem observou-se sinal sugestivo de lesão
hipodensa, circunscrita, de limites definidos, envolvendo a coroa da unidade
48 retida, com seu deslocamento com ápice radicular voltado para o ramo
mandibular, proximidade e deslocamento inferior do nervo alveolar inferior e,
ausência de expansão das corticais ósseas, além da reabsorção radicular
dos dentes adjacentes (Fig. 1).
Foi realizada biópsia excisional, sob anestesia local, por
enucleação da lesão e extração da unidade 48 envolvida (Fig. 2), com o
encaminhamento da paciente para tratamento endodôntico da unidade 47.
A peça foi encaminhada para exame no CEAP – Centro de Estudo de
Anatomia Patológica Ltda. – Salvador/BA, N. Exame: B/000613/11 (Fig.
3), com confirmação microscópica de cisto dentígero.
Paciente em controle pós-operatório de cinco meses,
demonstrando radiograficamente neoformação óssea satisfatória na região
retromolar direita (Fig. 4). A paciente segue em acompanhamento, sem
outras queixas.
Fig. 1 – Corte sagital de tomografia computadoriza, evidenciando posicionamento ectópico
da unidade 48, associada à imagem sugestiva de cisto dentígero.
6. 957
CISTO DENTÍGERO ASSOCIADO A DENTE ECTÓPICO – RELATO DE CASO
Fig. 2 – Loja cirúrgica demonstrando a lesão com envolvimento da unidade 48.
Fig. 3 – Peça cirúrgica enviada para exame microscópico.
7. 958
CISTO DENTÍGERO ASSOCIADO A DENTE ECTÓPICO – RELATO DE CASO
Fig. 4 – Radiografia panorâmica de 5 meses de pós operatório, mostrando neoformação
óssea na região retromolar direita.
DISCUSSÃO
O Cisto Dentígero corresponde ao cisto odontogênico de
desenvolvimento mais comum, sendo o segundo cisto odontogênico mais
prevalente, perdendo somente para o cisto radicular (SVERZUT; BARROS;
BRENTEGANI et al., 2003; SANTOS; ANTUNES; AVELAR et al., 2007;
MARZOLA, 2008; BLAYA; BLAYA; MENEZES et al., 2010; SILVA;
PINHEIRO; RAUSCH, 2010 e MORAIS; SILVA; DANTAS et al., 2011).
Foi realizada uma revisão da literatura de terceiros molares
inferiores ectópicos, descritos nas bases de dados Pubmed e Medline, nos
últimos 24 anos, sendo notado que dos 11 casos estudados 8 estavam
associados a uma imagem radiolúcida em torno da coroa, descritos como
cisto dentígero (MARZOLA, 2008 e WANG et al., 2008).
Foi também relatado que esses cistos odontogênicos têm
predileção pelo gênero masculino, além de acometer mais a região anterior
da maxila e posterior da mandíbula numa proporção de 1,5:1 (MARZOLA,
2008 e SILVA; PINHEIRO; RAUSCH, 2010). Há outros relatos na literatura
de maior frequência na mandíbula, corroborando com o caso descrito
8. 959
CISTO DENTÍGERO ASSOCIADO A DENTE ECTÓPICO – RELATO DE CASO
(FERNANDES; SOUZA; MESQUITA et al., 2006; MARZOLA, 2008;
BLAYA; BLAYA; MENEZES et al., 2010; SILVA; PINHEIRO; RAUSCH,
2010 e MORAIS; SILVA; DANTAS et al., 2011).
Alguns autores acreditam que o Cisto Dentígero é
diagnosticado principalmente entre a segunda e terceira década da vida,
devido ser a faixa etária de maior acompanhamento odontológico,
principalmente através de radiografias de rotina como as panorâmicas
(MARZOLA, 2008; SETTE-DIAS; ABDO; MESQUITA et al., 2008;
MARZOLA, 2008; BLAYA; BLAYA; MENEZES et al., 2010; SILVA;
PINHEIRO; RAUSCH, 2010 e MORAIS; SILVA; DANTAS et al., 2011).
Estudos afirmam que o diagnóstico sobressai até a quarta década de vida,
estando nossa paciente dentro dessa média de idade (FERNANDES;
SOUZA; MESQUITA et al., 2006 e MARZOLA, 2008).
Caracteriza-se por ter um caráter assintomático e pouco
agressivo (FERNANDES; SOUZA; MESQUITA et al., 2006; MARZOLA,
2008; SETTE-DIAS; ABDO; MESQUITA et al., 2008 e SILVA; PINHEIRO;
RAUSCH, 2010) porém, sabe-se que têm o potencial de se tornarem muito
grandes e causarem expansão e erosão da cortical, além de movimentações
dentárias, reabsorção radicular e maloclusão (SETTE-DIAS; ABDO;
MESQUITA et al., 2008; MARZOLA, 2008; SILVA; PINHEIRO; RAUSCH,
2010 e MORAIS; SILVA; DANTAS et al., 2011). Apesar de assintomático, o
cisto relatado no caso clínico tinha perfil de agressividade, com
deslocamento do terceiro molar envolvido para uma posição ectópica.
Manifesta-se geralmente de forma solitária como no caso
estudado, entretanto quando múltiplos ou bilaterais podem estar associados
à síndrome de Maroteaux-Lamy (mucopolissacarídeo tipo VI), displasia
cleidocraniana (MORAIS; SILVA; DANTAS et al., 2011) e, em pacientes
que fazem uso da ciclosporinas (SETTE-DIAS; ABDO; MESQUITA et al.,
2008).
Exames imaginológicos avançados, como a tomografia
computadorizada, são indicados para cistos de maior extensão, a fim de
uma melhor precisão dos limites das lesões, além da análise das estruturas
anatômicas associadas (MARZOLA, 2008 e BLAYA; BLAYA; MENEZES et
al., 2010).
Os cistos maiores, que envolvem grande perda óssea, com
possibilidade de desencadear fratura patológica, danos às estruturas
anatômicas, como ápices de dentes vitais, seio maxilar ou do nervo alveolar
inferior, ou ainda com chances de irrompimento do dente envolvido, são,
com frequência, tratados por inserção de um dreno cirúrgico ou ainda por
marsupialização (MARZOLA, 2008; SETTE-DIAS; ABDO; MESQUITA et
al., 2008; MARZOLA, 2008; BLAYA; BLAYA; MENEZES et al., 2010;
SILVA; PINHEIRO; RAUSCH, 2010 e MORAIS; SILVA; DANTAS et al.,
2011).
O tratamento definitivo mais adotado consiste na enucleação
cuidadosa do componente de tecido mole, com remoção da unidade dentária
associada (MARZOLA, 2008; SETTE-DIAS; ABDO; MESQUITA et al.,
2008; BLAYA; BLAYA; MENEZES et al., 2010; SILVA; PINHEIRO;
RAUSCH, 2010 e MORAIS; SILVA; DANTAS et al., 2011). Concordando
com a literatura, no caso descrito a lesão ainda apresentava-se em tamanho
9. 960
CISTO DENTÍGERO ASSOCIADO A DENTE ECTÓPICO – RELATO DE CASO
aceitável, optando-se pela sua enucleação, sob anestesia por bloqueio
regional dos nervos alveolar inferior, lingual e bucal, diminuindo ainda mais
as chances de recidiva.
Caso de um cisto dentígero em criança de 11 anos de idade é
apresentado, sendo realizada a enucleação e extração das unidades
envolvidas, além da simultânea implantação de biomaterial com membrana
reabsorvível de osso liofilizado (MARZOLA; PEREIRA; TOLEDO-FILHO,
2007 e MARZOLA, 2008).
CONCLUSÕES
Os cistos dentígeros apesar de ser considerada uma patologia
pouco agressiva e, manifestar-se com ausência de sintomas, apresentam
potencial para atingir maiores proporções causando deslocamentos
dentários importantes.
Na maioria dos casos a enucleação é considerada o tratamento
de escolha.
É essencial a realização de exame microscópico para o
diagnóstico diferencial, descartando os demais tipos de lesões com
características semelhantes, além do controle radiográfico periódico.
Acompanhamento odontológico anual, através de radiografia
panorâmica faz-se necessário na investigação de presença de
desenvolvimento de lesões associadas a dentes retidos, sobretudo terceiros
molares.
REFERÊNCIAS *
ALLAIS DE MAURETTE, M. E.; MAURETTE, P. E. O.; HAITER-NETO, F. et
al., Tratamiento de quiste dentígero bilateral mandibular por medio de dos
tipos de tratamientos: Relato de caso clínico y comparación entre las
técnicas. Acta odontol. venez., Caracas., v. 45, n. 1, p. 109-12, jan.,/jun.,
2007.
BLAYA, D. A.; BLAYA, M. G.; MENEZES J. D. S. et al., Cisto Dentígero
Mandibular Tratados com Marsupialização e Enucleação: Relato de Dois
Casos. Rev. brasil. Cirurgia Buco-Maxilo-Fac., Campo Belo, SP., v. 10, n. 2,
p. 99–104, out.,/dez., 2010.
DINKAR, A. D.; DAWASAZ, A. A.; SHENOY, S. Dentigerous cyst associated
with multiple mesiodens: A case report. J. Indian Soc. Pedod. Prev. Dent.,
Chandigarh., v. 25, n. 6, p. 56-9, mar., 2007.
DUNSHE, A.; BABENDERERDE, O.; LÜTTGES, J. et al., Dentigerous cyst
versus unicystic ameloblastoma – Differential diagnosis in routine histology.
J. oral Pathol. Med., Copenhagen., v. 32, n.8, p. 486-91, sep., 2003.
DAMATSU, M.; KUMAMOTO, H.; OOYA, K. et al., Apoptosis-related factors
in the epithelial components of dental follicles and dentigerous cysts
associated with impacted third molars of the mandible. Oral Surg. Oral Med.
Oral Pathol. Oral Radiol. Endod., St. Louis., v. 99, n. 1, 17-23, jan., 2005.
_____________________________________
* De acordo com as normas da ABNT.
10. 961
CISTO DENTÍGERO ASSOCIADO A DENTE ECTÓPICO – RELATO DE CASO
FERNANDES, A. M.; SOUZA, A.; MESQUITA, R. et al., Análise das
características clínico-histopatológicas do cisto dentígero: estudo
retrospectivo de 10 anos. Cienc. Odontol. bras., São Paulo, SP., v. 9, n. 2, p.
56-60, abr.,/jun., 2006.
FUJII, R.; KAWAKAMI, M.; HYOMOTO, M. et al., Panoramic findings for
predicting eruption of mandibular premolars associated with dentigerous cyst
after marsupialization. J. oral Maxillofac. Surg., Philadelphia., v. 66, n. 2, p.
272-6, feb., 2008.
GROSSMANN, S. M.; MACHADO, V. A.; XAVIER, G. M. et al., Demographic
profile of odontogenic and selected nonodontogenic cysts in a Brazilian
population. Oral Surg. Oral Med. Oral Pathol. Oral Radiol. Endod., St. Louis.,
v. 104, n. 6, p. 35-41, dec., 2007.
KASABOGLU, O.; BASAL, Z.; USUBUTUN, A. Glandular odontogenic cyst
presenting as a dentigerous cyst: a case report. J. oral Maxillofac. Surg.,
Philadelphia., v. 64, n. 4, p. 731-3, apr., 2006.
MARZOLA, C.; CARVALHO FILHO, C.; TOLEDO FILHO, J. L. Cistos
dentígeros em crianças. Rev. Odont. – ATO (on line)., São Paulo, SP., v. 8,
n. 12, p. 701-75, dez., 2008.
MARZOLA, C. Fundamentos em Cirurgia Buco Maxilo Facial. São Paulo: Ed.
Big Forms, 6 vols., 2008.
MARZOLA, C. Fundamentos em Cirurgia Buco Maxilo Facial. CDR. Bauru:
Ed. Independente, 2005.
MARZOLA, C.; PEREIRA, M. C.; TOLEDO-FILHO, J. L. Cistos dentígeros
em crianças. Rev. Odont. – ATO (on line)., São Paulo, SP., v. 7, n. 4, p. 272-
83, abr., 2007.
MEZZOMO, F. S.; DALL`IGNA, C. M.; CHEVARRIA, M. G. et al.,
Conseqüências ortodônticas do cisto dentígero. Ortodon. gaúcha, Porto
Alegre, RS., v. 9, n. 1, p. 52-60, jan.,/jun., 2005.
MORAIS, H. H. A.; SILVA, T. F. A.; DANTAS, R. M. M. et al., Cisto dentígero
bilateral em mandíbula: Relato de caso. Rev. Cir. Traumatol. Buco-Maxilo-
Fac., Camaragibe, PE., v. 11, n. 1, p. 9-12, jan.,/mar., 2011.
MOTAMEDI, M. H.; TALESH, K. T. Management of extensive dentigerous
cysts. Br. dent. J., London., v. 198, n. 4, p. 203-6, feb., 2005.
NEVILLE, B. W. et al., Patologia oral e maxilofacial. 2a
ed., São Paulo: Ed.
Guanabara/Koogan, 2004.
POZZER, L.; JAIMES, M.; CHAVES-NETTO, H. D. M. et al., Cistos
Odontogênicos em crianças: análise de descompressão cirúrgica em dois
casos. Rev. Cir. Traumatol. Bucomaxilofac., Camarajibe, PE., v. 9, n. 2, p.
17-22, abr.,/jun., 2009.
REGEZZI, J. A.; SCIUBBA, J. J.; JORDAN, R. C. K. Oral pathology: clinical
pathologic correlations. 5a
ed., St. Louis: Ed. Saunders Elsevier, 2008.
SAFIRA, L. C; PAIM, J. M; CARNEIRO-JÚNIOR, B. et al., Cisto dentígero
em mandíbula: relato de caso clínico. Rev. Ci. méd. biol., Salvador, BA., v. 8,
n. 2, p. 225-9, mai.,/ago., 2009.
SANTOS, T. S.; ANTUNES, A. A.; AVELAR, R. L. et al., Cistos
odontogênicos: estudo epidemiológico de 72 Casos. Rev. brasil. Cir. Cab.
Pesc., São Paulo, SP., v. 36, n. 1, p.30-2, jan.,/mar., 2007.
11. 962
CISTO DENTÍGERO ASSOCIADO A DENTE ECTÓPICO – RELATO DE CASO
SETTE-DIAS, A. C.; ABDO, E. M.; MESQUITA, R. S. et al., Cisto dentígero
sequencial: Relato de caso. Robrac., Goiania, GO., v. 17, n. 44, p. 133-7,
dez., 2008.
SILVA, M. A.; PINHEIRO, T. N.; RAUSCH F. Z. Cisto dentígero: revisão de
literatura e relato de caso. Rev. UNINGA. Maringá, PR., v. 25, n. 25, p. 145-
59, jul.,/set., 2010.
SILVEIRA, V. A. S.; PEREIRA, A. C.; AMADEI, S. U. et al., Cisto dentígero
inflamatório relacionado a dente permanente: considerações etiopatológicas,
Rev. Odontol UNESP., São Paulo, SP., v. 38, n. 3, p. 143-7, mai.,/jun., 2009.
SVERZUT, C. E.; BARROS, V. M. R.; BRENTEGANI, L. G. et al.,
Descompressão e enucleação de cisto dentígero mandibular, Rev. Ass. paul.
Cirurg. Dent., São Paulo, SP., v. 57, n. 4, p. 299-302, out.,/dez., 2003.
TORTORICI, S.; AMODIO, E.; MASSENTI, M. F. et al., Prevalence and
distribution of odontogenic cysts in Sicily: 1986-2005. J. oral Sci.,
Copenhagen., v. 50, n. 1, p. 15-18, mar., 2008.
WANG, C. C.; KOK, S. H.; HOU, L. T. et al., Ectopic mandibular third molar
in the ramus region: report of a case and literature review, Oral Surg. Oral
Med. Oral Pathol. Endod. Oral Radiol., St. Louis., v. 105, n. 2, p. 155-61,
feb., 2008.
o0o