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ROTEIRO DE AULA
Tema: Psicologia Social Contemporânea
Autor: Lucas Soares Rodrigues | Mestrando em Psicologia Social da UFMG (2018-2020)
Modelo de aula: Aula expositiva/Seminário
Apresentação e objetivos
Texto central – Lane, S. T. M. A. (1984). Psicologia Social e uma nova concepção do homem para
a Psicologia. In S. T. M. Lane & W. Codo (Orgs.). Psicologia Social: o homem em movimento (8ª
ed., pp. 10-19). São Paulo: Brasiliense.
Autor – Silvia Lane nasceu em São Paulo a 03 de fevereiro de 1933 e depois de formada na
Filosofia da Universidade de São Paulo em 1956, começou sua trajetória no campo da pesquisa em
Psicologia Social. Silvia foi professora na Faculdade de Psicologia da Pontifícia Universidade
Católica de São Paulo, onde foi a primeira diretora do curso. Ensinou e pesquisou em Psicologia
Social, a partir de uma perspectiva sócio-histórica de influência soviética, com ênfase na busca de
uma psicologia que fosse capaz de ler a realidade latino-americana. Fundou a Associação Brasileira
de Psicologia Social, da qual foi a primeira presidente. Publicou livros em Psicologia Social e foi
uma referência importante nesta área e na Psicologia Social Comunitária, que se desenvolveu no
Brasil a partir da década de 1980.
Objetivos – Apresentar a lógica ideológica que rege as análises psicologia social tradicional, bem
como os limites desta, para defender a emergência de uma psicologia social de base no
materialismo histórico-dialético que compreende o ser humano como inovador, produto e produtor
de suas condições históricas.
Principais argumentos
- A empreitada positivista de descrição pura de comportamentos com fim de entendê-lo por si só e
para o estabelecimento de regras, generalizações, e naturalizações é um exercício falho, ao não
compreender o ser humano enquanto criativo, produtor e produto de condições histórico-sociais. Ao
mesmo tempo, é um exercício ideológico ao buscar cristalizar e naturalizar as relações sociais para
garantirem a permanência da atual relação de produção.
- Propõe a base epistemológica do materialismo histórico e a lógica dialética para compreensão do
ser humano, afirmando a superação da dicotomia Individuo X Grupo e a centralidade da linguagem
enquanto código historicamente construído pelas sociedades.
- Insere conceito de atividade enquanto ações realizadas pelo indivíduo juntos de outros para
satisfação de uma necessidade comum. Sendo necessária para tal a comunicação (linguagem) e
planejamento prévio (pensamento) – sendo este também fruto de atividades anteriores.
- Propõe que na reflexão sobre a ação, se processa a consciência de indivíduo, indissociável de si e
do social. Bem como na reflexão sobre a ação coletiva é possível e da reprodução ideológica
permite o desenvolvimento da consciência das condições comuns ao grupo, favorecendo o
desenvolvimento da consciência de classe e levando a busca da superação das contradições
histórico-sociais.
Desenvolvimento da argumentação e relação com outras autoras e autores
- As primeiras sistematizações para compreender o campo da Psicologia Social iniciam na década
de 1950, dentro de duas tendências predominantes: a) a de tradição pragmática, predominante nos
Estados Unidos, que visava a adaptação dos grupos para garantia da produtividade; e b) a de raízes
fenomenológicas, como Lewin e sua teoria de Campo.
- A eficácia da psicologia social começa a ser questionada na década de 1960, com uma crise do
pensamento psicossocial que explicar nem prever comportamentos.
- A crítica à psicologia norte-americana é presente na Europa. Na França que, após os movimentos
de 1968, retoma a psicanálise afirmando o caráter ideológico e vinculado à classe dominante da
psicologia norte-americana. Na Inglaterra Israel e Tajfell tecem críticas ao positivismo.
- Na América Latina, o campo oscila entre o pragmatismo americano e uma visão abrangente de
homem compreendido apenas na sociologia e filosofia; essa oscilação culmina em 1976 com
críticas sistemáticas elaboradas por psicólogos venezuelanos no âmbito dos congressos
interamericanos, até que toma corpo em 1979 com propostas de uma psicologia social com bases no
materialismo-histórico.
- Superação da tradição biológica da Psicologia, que postulava os processos psicológicos como
causas dos comportamentos, assumindo que para compreender o indivíduo bastava compreender
seu “interior”. Porém o homem transforma a natureza, é cultura. Seu organismo permite o
desenvolvimento de uma superestrutura que é social e histórica.
- Desconsiderar essas características é fazer a ciência reproduzir a ideologia dominante, ao formular
conclusões sobre as relações causais a partir da simples descrição.
- Silva Lane ressalta que não se trata de discutir ou refutar as leis de aprendizagem ou o papel do
reforço e da punição na manifestação de comportamentos, mas de entender porque certos objetos
são reforços e outros são punitivos. Ou seja, entender quais relações define concretamente o
indivíduo.
Ideologia nas Ciências Humanas
- Toda sociedade produz suas contradições internas, essas contradições levam a substituição desta
sociedade por outra qualitativamente diferente. Neste sentido as instituições buscam cristalizar e
naturalizar as relações sociais para garantirem a permanência da atual relação de produção. Sendo
assim a simples descrição de comportamentos restritos no espaço tempo, leva o positivismo nas
ciências humanas a considera-los “naturais” e “universais” (Ex. Wundt)
- Essa tradição compõe o ser humano enquanto sistema nervoso, ser biológico complexo, que
modifica a natureza, mas esquece de que ao modificar a natureza o ser modifica a si.
- Skinner, ao propor a superação do esquema estímulo-resposta avança em direção à compreensão
do meio social como fator de influência no individuo, mas elabora essas relações do meio social
como produzidas a partir de condições históricas de uma sociedade. Impasse semelhante é visto em
Lewin e na psicanálise.
- Lane argumenta que não se trata de negar as contribuições da psicobiologia, afinal descreve a
materialidade do organismo humano, mas de entender que o pensamento humano se desenvolve
através das relações humanas, o que leva a compreender o humano como transformador e criativo.
Restringir a análise descritiva é produzir conhecimento que impede a emergências das contradições
e da transformação social.
Psicologia Social e materialismo histórico
- É necessário recuperar o subjetivismo enquanto materialidade histórica. A dualidade
FísicoXPsíquico há de ser superada. “é necessária uma nova dimensão espaço-temporal para se
apreender o Indivíduo como um ser concreto, manifestação de uma totalidade histórico-social —
daí a procura de uma psicologia social que partisse da materialidade histórica produzida por e
produtora de homens.” (p.15).
- Propõe os pressupostos epistemológicos do materialismo histórico e da lógica dialética para
compreensão da realidade social.
- Crítica às definições abstratas e propõe partir do empírico em direção ao entendimento do
indivíduo concreto, enquanto manifestação de uma totalidade histórico-social.
- A partir da crítica à psicologia social tradicional se percebe: a) a dicotomia Individuo X Grupo é
falsa, o ser já está inserido em um grupo antes mesmo de seu nascimento; e b) A participação, as
ações do indivíduo depende fundamentalmente da aquisição de linguagem, como código produzido
historicamente pela sua sociedade.
- Lane insere o conceito de atividade enquanto ações realizadas pelo indivíduo juntos de outros para
satisfação de uma necessidade comum. Sendo necessária para tal a comunicação (linguagem) e
planejamento prévio (pensamento) – sendo este também fruto de atividades anteriores.
- Na reflexão sobre a ação, se processa a consciência de indivíduo, indissociável de si e do social.
- Lane propõe a analise de como as instituições sociais exercem mediação ideológica nas
representações decorrentes das atividades e das relações sociais tidas como “adequadas e corretas”.
- A consciência da reprodução ideológica permite o desenvolvimento da consciência das condições
comuns ao grupo, favorecendo o desenvolvimento da consciência de classe e levando a busca da
superação das contradições histórico-sociais.
Decorrências metodológicas: a pesquisa-ação enquanto práxis
- Afirma que pesquisa é sempre intervenção, tanto pode ser para reprodução ideológica quanto para
transformação das condições sociais;
- O pesquisador e os pesquisados são ambos os objetos de análise.
Toda a Psicologia é Social
- Sem reduzir as questões da Psicologia à Psicologia Social, e sem negar as especificidades da
Psicologia Social, Lane propõe compreender o ser humano em sua natureza histórico-social,
afirmando que não há comportamento que possa isolado, fragmentado e compreendido por si só
sem uma relação com as condições histórico-sociais.
Principais personagens citados
Henri Tajfel (1919-1982) foi um psicólogo social polonês, mais conhecido por seu trabalho
pioneiro sobre os aspectos cognitivos do preconceito e da teoria da identidade social. como sendo
um dos fundadores da Associação Europeia de Psicologia Social Experimental.
Wilhelm Maximilian Wundt (1832-1920) foi um médico, filósofo e psicólogo alemão. É
considerado um dos fundadores da psicologia experimental.
Sigismund Schlomo Freud (1856 -1939), mais conhecido como Sigmund Freud, foi um
médico neurologista criador da psicanálise
Georges Politzer (1903-1942) foi um filósofo, teórico marxista francês de origem húngara.
Defendeu o que ele chamava de uma psicologia concreta, que deveria focar sua atenção no aspecto
da vida física do indivíduo e nos pensamentos que se dirigem à realidade e as atividades humanas.
Que autoras e autores falam desse assunto?
C, GÓIS. Psicologia Comunitária: atividade e consciência. Fortaleza: Publicações Instituto Paulo
Freire, 2005.
“Quanto aos temas específicos – atividade e consciência – discutiremos primeiramente de
um ponto de vista geral para, a seguir, aprofundá-los no sentido da atividade comunitária e da
consciência pessoal. Trataremos da atividade humana como conceito amplo, depois como categoria
fundamental em Psicologia, até chegar à concepção de atividade comunitária e de sua análise como
importante meio para compreensão da consciência de moradores de uma comunidade. A seguir, nos
dedicaremos à consciência, analisando-a com relação aos problemas que suscita, suas controvérsias
e suas concepções, especialmente aquelas propostas pela Teoria Histórico-Cultural da Mente e pela
Educação Libertadora. Por fim, mostraremos o papel da análise do discurso no estudo da
consciência e a concepção de consciência adotada neste trabalho.” (Góis, 2005)
Conclusões
Sem reduzir as questões da Psicologia a Psicologia Social, e sem negar as especificidades da
Psicologia Social, Lane propõe compreender o ser humano em sua natureza histórico-social,
afirmando que não há comportamento que possa isolado, fragmentado e compreendido por si só
sem uma relação com as condições histórico-sociais.
Comentários
O texto é bem escrito, fluido e compreensivo. Escreve de maneira a localizar historicamente
a evolução do pensamento do pensamento psicossocial, para apresentar um balanço crítico dos
fundamentos do que se chama Psicologia Social Tradicional, caminhando para a apresentação de
uma psicologia social para a realidade brasileira e latino-americana, fundamentada no materialismo
histórico-dialético e comprometida com a transformação social.

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Roteiro de aula: Psicologia Social Contemporânea

  • 1. ROTEIRO DE AULA Tema: Psicologia Social Contemporânea Autor: Lucas Soares Rodrigues | Mestrando em Psicologia Social da UFMG (2018-2020) Modelo de aula: Aula expositiva/Seminário Apresentação e objetivos Texto central – Lane, S. T. M. A. (1984). Psicologia Social e uma nova concepção do homem para a Psicologia. In S. T. M. Lane & W. Codo (Orgs.). Psicologia Social: o homem em movimento (8ª ed., pp. 10-19). São Paulo: Brasiliense. Autor – Silvia Lane nasceu em São Paulo a 03 de fevereiro de 1933 e depois de formada na Filosofia da Universidade de São Paulo em 1956, começou sua trajetória no campo da pesquisa em Psicologia Social. Silvia foi professora na Faculdade de Psicologia da Pontifícia Universidade Católica de São Paulo, onde foi a primeira diretora do curso. Ensinou e pesquisou em Psicologia Social, a partir de uma perspectiva sócio-histórica de influência soviética, com ênfase na busca de uma psicologia que fosse capaz de ler a realidade latino-americana. Fundou a Associação Brasileira de Psicologia Social, da qual foi a primeira presidente. Publicou livros em Psicologia Social e foi uma referência importante nesta área e na Psicologia Social Comunitária, que se desenvolveu no Brasil a partir da década de 1980. Objetivos – Apresentar a lógica ideológica que rege as análises psicologia social tradicional, bem como os limites desta, para defender a emergência de uma psicologia social de base no materialismo histórico-dialético que compreende o ser humano como inovador, produto e produtor de suas condições históricas. Principais argumentos - A empreitada positivista de descrição pura de comportamentos com fim de entendê-lo por si só e para o estabelecimento de regras, generalizações, e naturalizações é um exercício falho, ao não compreender o ser humano enquanto criativo, produtor e produto de condições histórico-sociais. Ao mesmo tempo, é um exercício ideológico ao buscar cristalizar e naturalizar as relações sociais para garantirem a permanência da atual relação de produção. - Propõe a base epistemológica do materialismo histórico e a lógica dialética para compreensão do ser humano, afirmando a superação da dicotomia Individuo X Grupo e a centralidade da linguagem enquanto código historicamente construído pelas sociedades. - Insere conceito de atividade enquanto ações realizadas pelo indivíduo juntos de outros para satisfação de uma necessidade comum. Sendo necessária para tal a comunicação (linguagem) e planejamento prévio (pensamento) – sendo este também fruto de atividades anteriores. - Propõe que na reflexão sobre a ação, se processa a consciência de indivíduo, indissociável de si e do social. Bem como na reflexão sobre a ação coletiva é possível e da reprodução ideológica permite o desenvolvimento da consciência das condições comuns ao grupo, favorecendo o desenvolvimento da consciência de classe e levando a busca da superação das contradições histórico-sociais.
  • 2. Desenvolvimento da argumentação e relação com outras autoras e autores - As primeiras sistematizações para compreender o campo da Psicologia Social iniciam na década de 1950, dentro de duas tendências predominantes: a) a de tradição pragmática, predominante nos Estados Unidos, que visava a adaptação dos grupos para garantia da produtividade; e b) a de raízes fenomenológicas, como Lewin e sua teoria de Campo. - A eficácia da psicologia social começa a ser questionada na década de 1960, com uma crise do pensamento psicossocial que explicar nem prever comportamentos. - A crítica à psicologia norte-americana é presente na Europa. Na França que, após os movimentos de 1968, retoma a psicanálise afirmando o caráter ideológico e vinculado à classe dominante da psicologia norte-americana. Na Inglaterra Israel e Tajfell tecem críticas ao positivismo. - Na América Latina, o campo oscila entre o pragmatismo americano e uma visão abrangente de homem compreendido apenas na sociologia e filosofia; essa oscilação culmina em 1976 com críticas sistemáticas elaboradas por psicólogos venezuelanos no âmbito dos congressos interamericanos, até que toma corpo em 1979 com propostas de uma psicologia social com bases no materialismo-histórico. - Superação da tradição biológica da Psicologia, que postulava os processos psicológicos como causas dos comportamentos, assumindo que para compreender o indivíduo bastava compreender seu “interior”. Porém o homem transforma a natureza, é cultura. Seu organismo permite o desenvolvimento de uma superestrutura que é social e histórica. - Desconsiderar essas características é fazer a ciência reproduzir a ideologia dominante, ao formular conclusões sobre as relações causais a partir da simples descrição. - Silva Lane ressalta que não se trata de discutir ou refutar as leis de aprendizagem ou o papel do reforço e da punição na manifestação de comportamentos, mas de entender porque certos objetos são reforços e outros são punitivos. Ou seja, entender quais relações define concretamente o indivíduo. Ideologia nas Ciências Humanas - Toda sociedade produz suas contradições internas, essas contradições levam a substituição desta sociedade por outra qualitativamente diferente. Neste sentido as instituições buscam cristalizar e naturalizar as relações sociais para garantirem a permanência da atual relação de produção. Sendo assim a simples descrição de comportamentos restritos no espaço tempo, leva o positivismo nas ciências humanas a considera-los “naturais” e “universais” (Ex. Wundt) - Essa tradição compõe o ser humano enquanto sistema nervoso, ser biológico complexo, que modifica a natureza, mas esquece de que ao modificar a natureza o ser modifica a si. - Skinner, ao propor a superação do esquema estímulo-resposta avança em direção à compreensão do meio social como fator de influência no individuo, mas elabora essas relações do meio social como produzidas a partir de condições históricas de uma sociedade. Impasse semelhante é visto em Lewin e na psicanálise. - Lane argumenta que não se trata de negar as contribuições da psicobiologia, afinal descreve a materialidade do organismo humano, mas de entender que o pensamento humano se desenvolve através das relações humanas, o que leva a compreender o humano como transformador e criativo. Restringir a análise descritiva é produzir conhecimento que impede a emergências das contradições e da transformação social.
  • 3. Psicologia Social e materialismo histórico - É necessário recuperar o subjetivismo enquanto materialidade histórica. A dualidade FísicoXPsíquico há de ser superada. “é necessária uma nova dimensão espaço-temporal para se apreender o Indivíduo como um ser concreto, manifestação de uma totalidade histórico-social — daí a procura de uma psicologia social que partisse da materialidade histórica produzida por e produtora de homens.” (p.15). - Propõe os pressupostos epistemológicos do materialismo histórico e da lógica dialética para compreensão da realidade social. - Crítica às definições abstratas e propõe partir do empírico em direção ao entendimento do indivíduo concreto, enquanto manifestação de uma totalidade histórico-social. - A partir da crítica à psicologia social tradicional se percebe: a) a dicotomia Individuo X Grupo é falsa, o ser já está inserido em um grupo antes mesmo de seu nascimento; e b) A participação, as ações do indivíduo depende fundamentalmente da aquisição de linguagem, como código produzido historicamente pela sua sociedade. - Lane insere o conceito de atividade enquanto ações realizadas pelo indivíduo juntos de outros para satisfação de uma necessidade comum. Sendo necessária para tal a comunicação (linguagem) e planejamento prévio (pensamento) – sendo este também fruto de atividades anteriores. - Na reflexão sobre a ação, se processa a consciência de indivíduo, indissociável de si e do social. - Lane propõe a analise de como as instituições sociais exercem mediação ideológica nas representações decorrentes das atividades e das relações sociais tidas como “adequadas e corretas”. - A consciência da reprodução ideológica permite o desenvolvimento da consciência das condições comuns ao grupo, favorecendo o desenvolvimento da consciência de classe e levando a busca da superação das contradições histórico-sociais. Decorrências metodológicas: a pesquisa-ação enquanto práxis - Afirma que pesquisa é sempre intervenção, tanto pode ser para reprodução ideológica quanto para transformação das condições sociais; - O pesquisador e os pesquisados são ambos os objetos de análise. Toda a Psicologia é Social - Sem reduzir as questões da Psicologia à Psicologia Social, e sem negar as especificidades da Psicologia Social, Lane propõe compreender o ser humano em sua natureza histórico-social, afirmando que não há comportamento que possa isolado, fragmentado e compreendido por si só sem uma relação com as condições histórico-sociais. Principais personagens citados Henri Tajfel (1919-1982) foi um psicólogo social polonês, mais conhecido por seu trabalho pioneiro sobre os aspectos cognitivos do preconceito e da teoria da identidade social. como sendo um dos fundadores da Associação Europeia de Psicologia Social Experimental. Wilhelm Maximilian Wundt (1832-1920) foi um médico, filósofo e psicólogo alemão. É considerado um dos fundadores da psicologia experimental. Sigismund Schlomo Freud (1856 -1939), mais conhecido como Sigmund Freud, foi um médico neurologista criador da psicanálise
  • 4. Georges Politzer (1903-1942) foi um filósofo, teórico marxista francês de origem húngara. Defendeu o que ele chamava de uma psicologia concreta, que deveria focar sua atenção no aspecto da vida física do indivíduo e nos pensamentos que se dirigem à realidade e as atividades humanas. Que autoras e autores falam desse assunto? C, GÓIS. Psicologia Comunitária: atividade e consciência. Fortaleza: Publicações Instituto Paulo Freire, 2005. “Quanto aos temas específicos – atividade e consciência – discutiremos primeiramente de um ponto de vista geral para, a seguir, aprofundá-los no sentido da atividade comunitária e da consciência pessoal. Trataremos da atividade humana como conceito amplo, depois como categoria fundamental em Psicologia, até chegar à concepção de atividade comunitária e de sua análise como importante meio para compreensão da consciência de moradores de uma comunidade. A seguir, nos dedicaremos à consciência, analisando-a com relação aos problemas que suscita, suas controvérsias e suas concepções, especialmente aquelas propostas pela Teoria Histórico-Cultural da Mente e pela Educação Libertadora. Por fim, mostraremos o papel da análise do discurso no estudo da consciência e a concepção de consciência adotada neste trabalho.” (Góis, 2005) Conclusões Sem reduzir as questões da Psicologia a Psicologia Social, e sem negar as especificidades da Psicologia Social, Lane propõe compreender o ser humano em sua natureza histórico-social, afirmando que não há comportamento que possa isolado, fragmentado e compreendido por si só sem uma relação com as condições histórico-sociais. Comentários O texto é bem escrito, fluido e compreensivo. Escreve de maneira a localizar historicamente a evolução do pensamento do pensamento psicossocial, para apresentar um balanço crítico dos fundamentos do que se chama Psicologia Social Tradicional, caminhando para a apresentação de uma psicologia social para a realidade brasileira e latino-americana, fundamentada no materialismo histórico-dialético e comprometida com a transformação social.