O documento apresenta um resumo do livro "Jorge, um brasileiro", do autor Oswaldo França Júnior, em três parágrafos:
1) Narra a história de Jorge, um caminhoneiro brasileiro que precisa conduzir carretas carregadas de milho por estradas ruins do Brasil para cumprir um prazo.
2) Apresenta os principais personagens e detalha a jornada de Jorge pela viagem.
3) Fornece informações sobre o estilo coloquial e linguagem do livro, que retr
2. Opinião
“Se você é fã de televisão, saiba que Jorge, um
Brasileiro foi o ponto de partida do seriado "Carga
Pesada".
Se você é fã de literatura, saiba que é um dos livros
mais "redondos" escritos no país nas últimas décadas.
Jorge vê o mundo pela ótica do trabalho. O livro é
escrito com talento e competência. Tem Brasil - povo
do Brasil - nas entranhas.
França Jr., em primeiro lugar, era uma grande pessoa;
em segundo lugar, mineiro; em terceiro lugar, foi oficial
da Aeronáutica, cassado em 64.”
Leitor: Mauro Malin
3. AUTOR
• Nasceu, em 21/07/1936,
em Serro (MG);
•Morreu, em 10/06/1989,
em João Monlevade (MG),
em um acidente de carro,
quando voltava de uma
palestra.
4. Exerceu diversas atividades durante sua vida:
foi cadete (piloto) da aeronáutica; corretor de
mercado de capitais, de imóveis, de cereais,
de carros usados; proprietário de banca de
revistas, de barracas de pipocas, gerente de
empresa de ônibus e sócio de empresa de
táxis. Foi afastado da Aeronáutica em 1964 no
golpe militar por ser considerado subversivo.
Iniciou, então, sua vida literária.
5. • "... os golpistas de 1964 ao encerrarem com sua
carreira militar, jamais poderiam imaginar que, com
aquele ato, do qual também foram vítimas vários
colegas de França Júnior, estavam, sem querer,
destinando-o à glória literária." (Lopes, Carlos
Herculano. Estado de Minas, 27/05/06);
• Já em 1965 publicava seu primeiro romance, "O
viúvo". Foi o primeiro de 15 obras importantes da
literatura brasileira traduzidas em diversos países do
mundo e ganhadoras de prêmios. São elas:
6. • O viúvo, romance, 1965;
• Jorge, um brasileiro, romance, 1967;
• Um dia no Rio, romance, 1969;
• O homem de macacão, romance, 1972;
• A volta para Marilda, romance, 1974;
• Os dois irmãos, romance, 1976;
• As lembranças de Eliana, romance, 1978;
• Aqui e em outros lugares, romance, 1980;
• À procura de motivos, romance, 1982;
• O passo bandeira - uma história de aviadores, romance, 1984;
• As laranjas iguais, contos, 1985;
• A árvore que pensava, infanto-juvenil, 1986;
• Recordações de amor em Cuba, romance, 1986;
• No fundo das águas, romance, 1987;
• De ouro de de Amazônia, romance, obra póstuma, 1989.
7.
8. • Venceu o prêmio Walmap em 1967;
• "O prêmio "Walmap" nasceu em 1964, para suscitar o
aparecimento de obras literárias acima do nível comum.
Seu idealizador, o banqueiro José Luiz de Magalhães Lins e
o escritor Antônio Olinto, lançaram-no pela coluna "Porta de
Livraria", do jornal O Globo (RJ). O nome Walmap, que
passaria a designar o maior e mais importante prêmio literário
do Brasil, foi dado pelo banqueiro, em homenagem ao seu tio
Waldomiro Magalhães Pinto, fundador e primeiro diretor do
Banco Nacional de Minas Gerais.
• Em 1967, Osvaldo França Júnior, com o romance Jorge,
um brasileiro;
Disponível em:
<http://www.joseluizdemagalhaeslins.com.br/vidaprof/premio
walmap.htm>
9. • "Podemos afirmar que é exatamente a
procura do trivial, do simples, do comum, que
revela uma das marcas do conjunto de suas
obras" (diz a professora Ângela Salgueiro, estudiosa da obra do
escritor no Estado de Minas, 27/05/2006);
• A obra Jorge, um brasileiro deu origem a série televisiva CARGA PESADA.
10.
11. • Assunto: Há o deslocamento do
protagonista para o interior do
Brasil. Na medida em que conta
sua história e traz o
carregamento para Belo
Horizonte, fica dividido entre a
imagem grotesca e quase
caricatural da amante do patrão
(“E fui fumando o cigarro da
outra testemunha, e pensando
no senhor Mário que àquela
hora devia estar com a loura
que se pintava com os riscos
grossos nos olhos, e dormia de
boca aberta”) e aquela de
compromisso: “Dei minha
palavra. Dei minha palavra que
esse milho chegaria antes da
inauguração”.
12. • O romance nos chama a
atenção de que precisamos
tomar profunda consciência de
nosso estar no mundo e do
peso de nossos atos e escolhas.
Sobre esta necessidade o autor
se manifesta, falando da
viagem de Jorge, “como uma
viagem conscientizante, social
e existencial, dentro de uma
viagem física. Ou seja, Jorge se
conscientiza social e
existencialmente de que não
há igualdade de condições
entre empregador e
empregado, entre patrão e
assalariado.”
• (entrevista concedida ao Jornal do Vídeo de Minas Gerais, em 1989).
13. Sobre o livro:
• É Contemporâneo;
• Narrado em primeira pessoa (Jorge, um narrador de “um caso-
puxa-outro”) que precisa conduzir carretas com milho, em época
de chuvas, pelas estradas ruins do Brasil;
• Fala a um ouvinte, REPETIDAMENTE, a quem chama: “Você sabe
como é.”;
• Linguagem de estilo coloquial - em forma de conversa .
Há desvios linguísticos: frases longas “[…] E apanhei a Kombi
fedendo a peixe e coloquei lá dentro um macaco e uma chave de
rodas em cruz, porque eu não sabia qual a que servia para o carro
[…]” ;
Vocábulos chulos “Seu merda. Olhe aqui, seu pedaço de merda.”;
Uso excessivo da conjunção E marca da oralidade “[…] E ela sentou
na minha frente e cruzou as pernas. E ficou falando comigo e
perguntando como tinha sido tudo.”;
14. • Há problemas de regência: “Fui na garagem […]” “Conseguir
chegar em Belo Horizonte […]”;
• Repetição de verbos: “[…] como é que o senhor Mário sabia que
eu ia ali […], se ele não sabia que […];
• Uso de vírgulas para indicar a própria respiração do narrador:
“Mas depois eu vi que a gente podia comer, porque quando
cheguei e perguntei ao homem da casa de pau-a-pique, se ele
podia cozinhar uma galinhas […]” ;
• As personagens do romance são SIMPLES E DIVERSIFICADAS.
Exemplos: O chofer Toledo. Ou o homem do casebre na Brasília-
Acre. Ou o atropelado de Brasília. Ou o bêbado perguntando: “Qual
é o maior homem do mundo?” Ou mulheres da beira da estrada.
Cada um é um elemento da experiência de Jorge.
15. • TRAJETO DA VIAGEM:
• CAMINHONEIROS PEGARAM A CARGA DE MILHO NA BAHIA E
DEVERIAM LEVÁ-LA A BELO HORIZONTE. EM VIRTUDE DAS CHUVAS E DE
TODA A SUA DESTRUIÇÃO, O PATRÃO DE JORGE O MANDOU ATÉ
CARATINGA (MG), ONDE AS CARRETAS ESTAVAM PARADAS, PORQUE
ACREDITAVA QUE SOMENTE JORGE ERA CAPAZ DE DAR UM JEITO E
TRAZER A CARGA NO TEMPO PROMETIDO A UM CLIENTE.
• JORGE PEGA ÔNIBUS, SOFRE ACIDENTE PERTO DE CEL. FABRICIANO. DE
LÁ, SEGUE ATÉ GOV. VALADARES E ENCONTRA ALTAIR (AJUDA E TRAÇA
CAMINHO ATÉ IPATINGA. PASSAM POR INHAPIM E CACHOEIRA ESCURA.
EM BUGRE (PONTE QUEBRADA). SEGUEM EM FRENTE, IPABA, O
CAMINHÃO DE TOLEDO FURA O PNEU. CHEGAM A IPATINGA E DEPOIS
PASSAM POR ACESITA E TIMÓTEO, ONDE FALTA ÓLEO DE FREIO (LUIZ).
JORGE SEGUE E DÁ CARONA A UM HOMEM ATÉ PONTE ALTA. CHEGAM A
DIONÍSIO (PONTE COM PROBLEMAS. FICA UM TEMPO E CONHECE UMA
MOÇA). ARRUMADA A PONTE, CHEGAM A SÃO DOMINGOS DA PRATA,
PERTO DE MONLEVADE E, AO PASSAR PELA AV. ANTÔNIO CARLOS (BH).
16. • CITAÇÃO DE OUTROS LUGARES:
• BRASÍLIA (PERÍODO DE CONSTRUÇÃO);
ESTRADA BRASÍLIA-ACRE; ILHA DO BANANAL
(TOCANTINS); CUIABÁ’JEQUIÉ (BA); ESTRADA
BELO HORIZONTE-VITÓRIA.
17. PERSONAGENS
• JORGE: narrador-protagonista; caminhoneiro humilde;
homem de confiança; determinado; muito disciplinado e
disciplinador; excelente mecânico; é responsável pelo
funcionamento de todos os caminhões do patrão, o senhor
Mário. Sua missão é viajar até Caratinga, saindo de BH.
Através das estradas, quase que intransitáveis, deve trazer 08
carretas carregadas de milho, em uma semana, até
BH, cumprindo o prazo. Jorge é um homem da liberdade e
não abre mão disso. Não se sente muito à vontade nessas
relações mais tradicionais (casamento).
18. PERSONAGENS
• SANDRA: Namorada de Jorge; seria uma mulher para
esposa.
• SENHOR MÁRIO: Patrão de Jorge e é visto pelo
protagonista, inicialmente, com idolatria. Depois, isso
vai se perdendo. Ou seja, O senhor Mário vai perdendo
o encanto e Jorge, a inocência.
• DONA HELENA: Esposa do senhor Mário;
• FÁBIO, MURTA, TOLEDO, TEO, LUÍS, ANTONINO,
OLIVEIRA, LAURO: caminhoneiros responsáveis pelo
transporte dos caminhões carregados de milho.
• ALTAIR: ex-caminhoneiro, amigo de Jorge. Era casado e
tinha uma oficina.
19. Referências
FRANÇA JUNIOR, Oswaldo. Jorge, um
brasileiro. Rio de Janeiro: José Olympio,
1976.
Elaborado e pela Prof.ª Carine, adapatado
pela Prof.ª Lidiane.