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Universidade Federal de Minas Gerais
Faculdade de Letras
LET 240 – Discurso da imagem
Prof.ª Emília Mendes
A imagem televisiva:
método e ferramentas de análise
Leonardo Coelho Corrêa-Rosado
Doutorando POSLIN (Linguística do texto e do
discurso/análise do discurso)
Roteiro de aula (20/03/2014)
• Revisão do conteúdo
da aula anterior.
• Apresentação do
método de Melo
(2003).
• Proposta de análise.
• Pressupostos do
método.
• Categorias de análise.
• Discussão do método.
• Atividade prática.
• Retomada do
conteúdo discutido na
aula.
hhh
Antes de passarmos para o método e as ferramentas de
análise, vamos tentar delimitar alguns conceitos que foram
apresentados na aula passada, para, com isso, seguirmos
adiante:
a) Televisão ou dispositivo televisivo
Diz respeito ao dispositivo que configura a situação de
comunicação. Toda troca linguageira está calcada em contrato de
comunicação. No caso da comunicação midiática, o contrato
pressupõe um mídium, isto é, um meio (suporte) que media a troca.
As características físicas do dispositivo (e também institucionais)
imprimem especificidade ao contrato da comunicação midiática, o
que pressupõe vários aspectos ligados a materialidade significante,
a tecnologia, a organização da grade horária, etc.
hhh
b) Imagem cinética
Corresponde a uma das materialidades linguageiras (substância
semiológica) que o dispositivo televisivo coloca em jogo durante a
mise en scène (encenação) do ato de linguagem. Logo, trata-se de
um dos elementos produtores de sentido dentro desse ato.
c) Imagem televisiva
É a imagem cinética que aparece em nosso televisor (suporte
da comunicação midiática televisiva)
d) Texto televisivo
É o resultado material realizado no interior do dispositivo
televisivo.
Ex. um programa de televisão exibido na tela.
hhh
e) Programa de televisão
Corresponde àquilo que é produzido pela instância midiática
e oferecido ao telespectador.
f) Perspectiva semiótico-discursiva
Ponto de vista teórico-metodológico de compreensão da
imagem televisiva que procura observar as características dos
comportamentos linguageiros (o “como” diz a linguagem) em
função das condições psicossociais que as restringem segundo
o tipo de situação de troca (contrato).
hhh
• O método que vamos apresentar foi desenvolvido por Melo (2003)
em sua tese de doutorado sobre a publicidade televisiva,
intitulada Estratégias discursivas da publicidade televisiva.
• A pesquisadora realizou um estudo das estratégias discursivas de
25 publicidades de produtos de perfumaria (perfumes, produtos
de higiene pessoal e cosméticos) no que concerne ao destinatário
dessas publicidades.
• Lançou bases, com o seu trabalho, de um modelo de análise da
imagem cinética que, partindo da Teoria Semiolinguística do
Discurso, integra aquisições de outros campos científicos como: a)
as do campo da Semiologia das Imagens; e b) as do campo da
Cinematografia-fílmica.
hhh
• compreende a imagem como um sistema de signos, ou seja,
como uma materialidade significante (materialidade que
produz sentido em um ato de linguagem);
• resgata o postulado de Charaudeau (1995): textos
plurisemiológicos (formados pela articulação de
materialidades significantes diferentes) devem sofrer uma
estratificação do objeto ao nível de análise, já que cada
substância semiológica produz sentido com categorias
linguageiras específicas;
a) Pressupostos
“A outra posição, que é a nossa, consiste em
estratificar o objeto em níveis de análise
autônomos correspondentes às diferentes
dimensões semiológicas. O CAD estuda cada
uma dessas dimensões (o Verbal, o Visual, o
Gestual) separadamente. A princípio, o
objetivo da autonomização dos estratos é
proporcionar, a cada grupo de
pesquisadores que se dedicam a um dos
estratos, a descoberta de suas próprias
unidades, as do estrato, e seu modo de
combinação. Num segundo momento, estudar
as relações entre os estratos, as quais
podem ser de integração ou de interação
hhh
• propõe uma transposição dos modos de organização do
discurso para a linguagem visual/fílmica;
• contempla, portanto, o estrato visual-fílmico de dois pontos
de vista:
 Semiológico → diz respeito à descrição das substâncias de que este
estrato é feito;
 Discursivo → concerne à organização dos signos visuais em função
tanto dos modos discursivos quanto dos efeitos de sentido que o
enunciador pretende provocar dentro das restrições contratuais a que
ele está submetido;
Modos de organização do discurso (M.O.D)
Segundo Charaudeau (1992), os modos de organização
constituem em princípios de organização da matéria
linguística em função da finalidade comunicativa que se
dá o sujeito que fala/escreve: ENUNCIAR, DESCREVER,
NARRAR/CONTAR e ARGUMENTAR. Desse modo, há
quatro modos de organização: a) enunciativo, b)
descritivo, c) narrativo e d) argumentativo. Cada modo é
organizado em torno de uma função de base e de
princípios de organização.
Relação de influência
(EU→TU)
Ponto de vista do sujeito
(EU→ ELE)
Retomada do que já foi dito
(ELE)
Posição em relação ao
interlocutor
Posição em relação ao
mundo
Posição em relação a
outros discursos
Identificar e qualificar seres de
maneira objetiva/subjetiva
Organização da construção
descritiva (Nomear-
Localizar-Qualificar)
Encenação descritiva
Construir a sucessão das ações
de uma história no tempo, com
a finalidade de fazer relato
Organização da lógica
narrativa (actantes e
processos)
Encenação narrativa
Expor e provar causalidades
numa visada racionalizante
para influenciar o interlocutor
Organização da lógica
argumentativa
Encenação argumentativa
FONTE: Charaudeau, 1992.
hhh
• A linguagem visual-fílmica possui suas próprias categorias
linguageiras para a construção da significação discursiva e
para o engendramento de efeitos de sentido no interior do
ato de linguagem.
A linguagem visual-fílmica (imagem cinética ou imagem em movimento) é um
sistema de signos.
• Antes do ato de enunciação, a linguagem visual-fílmica não
é senão uma possibilidade de língua (BENVENISTE, 1966).
As categorias linguageiras estão disponíveis para o locutor para que esse realize
seu projeto de fala através do processo de apropriação dessas categorias. Ao se
apropriar desse linguagem, o locutor transforma a língua em discurso.
b) Pontos importantes a considerar
hhh
• A linguagem visual-fílmica também se organiza em modos
de organização do discurso.
O sujeito enunciador utiliza as categorias fornecidas pelo sistema da linguagem
visual-fílmica para realizar certas finalidades discursivas, enunciar, descrever,
narrar e argumentar, e para engendrar efeitos de sentido no ato de linguagem
• O agenciamento dos signos visuais-fílmicos no discurso
através dos modos de organização não se dá do mesmo
modo que o agenciamento dos signos verbais, por exemplo.
A organização discursiva da linguagem visual-fílmica é diferente da organização
discursiva da linguagem verbal, embora as funções de base e os princípios de
organização dos M.O.D. sejam os mesmos.
hhh
• Os signos visuais-fílmicos são formas-sentido.
Possuem uma face significante (forma) e uma face significado (sentido).
hhh
• A morfologia, sendo o estudo da forma e de sua
configuração, nos fornece os principais signos que compõem
o sistema visual-fílmico.
• Logo, tais signos são categorias linguageiras da linguagem
visual-fílmica que são apropriadas pelo sujeito comunicante
e organizadas por ele em certos princípios de organização
(modos de organização), considerando seu projeto de fala e
as restrições impostas pelo contrato comunicacional.
• Essa morfologia está organizada em duas grandes
categorias: a) signos icônicos ou figurativos e b) signos
plásticos ou não-figurativos.
hhh
• É um tipo de representação que, por meio de certas regras
de transformação visual, permite reconhecer alguns “objetos
do mundo”.
• Nesse sentido, o signo icônico mantém com o objeto que ele
representa uma „similitude de configuração‟ que permite
reconhecê-lo como representando tal objeto.
• Possui uma natureza semiótica.
Por um lado, ele é uma uma unidade visual operatória; por outro lado, ele
não é o objeto em si, mas uma representação realizada por meio de regras
de transformação ou de reconstrução.
hhh
• Portanto...
SIGNO ICÔNICO → signo que, de modo codificado, dá a
impressão de semelhança com a realidade, jogando com
a analogia perceptiva e com os códigos socioculturais
herdados da tradição da representação visual (JOLY,
2010).
• Nesse morfologia, consideramos como tipos de signos
icônicos:
a) formas de visualização;
b) figurinos;
c) cenários.
hhh
• correspondem aos modos e níveis de presença dos
protagonistas na tela, referindo-se à forma de agenciamento
do espaço referencial e interacional que são incorporados no
espaço fílmico e reapropriados pela instância midiática
(LOCHARD; SOULAGES, 1993).
• Tais formas são obtidas através do cálculo das montantes de
capitais visuais, ou seja, o cálculo dos capitais
videogrâmicos que, por sua vez, se referem ao número de
aparições do sujeito ou do objeto filmado na tela.
a) Formas de visualização
Protagonista na tela
Capitais videogrâmicos
CAP01SEQ01 CAPnSEQn
X
Y
Z
hhh
• corresponde ao signo icônico que representa o conjunto de
vestimentas e acessórios utilizados pelas
personagens/protagonistas de um programa de televisão;
• tipo de signo icônico que caracteriza e qualifica a
personagem ao distingui-la das demais;
• trata-se de um elemento de composição que deverá refletir o
papel narrativo da(s) personagem(ns), sua idade, sua
posição social no espaço e no tempo.
b) Figurino
hhh
• designa, de modo geral, o quadro físico em que evoluem as
personagens/protagonistas de um programa de televisão.
• Para Cardoso (2008), o cenário televisivo constitui-se em
um tipo especifico de elemento visual que, numa produção
televisiva, acumula as seguintes funções:
i. cooperar com a configuração do espaço cênico;
ii. representar os espaços e tempos onde se encontram as
personagens e/ou apresentadores;
iii. auxiliar na atuação do ator e/ou apresentador;
iv. funcionar como elemento de significação, transmitindo ao
telespectador uma determinada mensagem.
c) Cenário
hhh
• Seguindo a proposta de Cardoso (2008), os cenários podem
ser categorizados em três tipos:
i. espaços naturais → correspondem aos ambientes da natureza ou às
edificações construídas pelo homem que possuem uma função
independente da gravação do programa, isto é, tais espaços não foram
construídos para uma gravação, mas podem ser utilizados como cenários
em programas televisivos;
ii. espaços naturais representados → dizem respeito aos cenários
construídos com a finalidade de serem utilizados em um programa
televisivo. Tais espaços utilizam como modelo os “espaços naturais” ,
porém seu objetivo é servirem à encenação;
iii. espaços imaginários → tratam-se aqui dos ambientes fantasiosos que
não utilizam como referência os “espaços naturais”. Esses espaços estão
presentes em programas de auditório, infantis, documentários, telejornais,
etc.
hhh
Exemplo
hhh
• De modo geral, os signos plásticos correspondem aos
aspectos propriamente plásticos da imagem, tais como a cor,
a luminosidade, as formas, entre outros;
• mantém uma relação de circularidade com o signo icônico,
já que muitas vezes os significantes icônicos e plásticos
podem ser percebidos num mesmo signo visual como um
continuum;
FONTE: Joly, 1994.
hhh
Exemplo
hhh
• a cor é uma informação visual, causada por um estímulo
físico, percebida pelos olhos, decodificada pelo cérebro.
Sendo uma informação visual, a cor desempenha funções
variadas, quando aplicada com determinada intenção em
determinado objeto, bem como está ligada a uma codificação
cultural (GUIMARÃES, 2004).
• Nesse sentido, compreendemos cor como uma informação
atualizada de um signo, sendo utilizada por um emissor,
com determinada intenção, e interpretada por um receptor,
que compartilha do mesmo código cultural do primeiro.
• Interpretar a cor no dispositivo televisivo é realizar um
trabalho de natureza antropológica.
a) Cor
hhh
FONTE: Dondis, 2007.
hhh
• Diz respeito à intensidade da obscuridade ou claridade de
qualquer coisa vista.
• Está relacionada à cor já que a luminosidade ou tom é uma
de suas dimensões, sendo de natureza acromática
(gradações tonais do claro ao escuro).
• Joly (2010) aponta que a interpretação da luminosidade,
assim como da cor, é antropológica, pois sua percepção,
como qualquer outra, é cultural, porém, tal como a cor, ela
parece mais “natural” do que qualquer outra.
b) Luminosidade
hhh
• Correspondem às formas propriamente ditas (círculos,
quadrados, triângulos...) e também as linhas, os pontos, as
superfícies.
• Tal como a cor e a luminosidade, a interpretação das formas
é essencialmente antropológica e cultural.
c) Formas
Tipos de formas Significado
Linhas curvas Doçura e feminilidade
Linhas retas Virilidade e Masculinidade
Linhas oblíquas ascendendo à direita Dinamismo
Linhas oblíquas descendendo à esquerda Queda
Formas fechadas ou abertas
Impressão de prisão, de conforto ou
de evasão
Linhas pontilhadas
Agressividade
Ângulos agudos
Formas Triangulares Equilíbrio, Espera FONTE: Joly, 1994.
hhh
• A moldura é a borda da imagem, sua fronteira material e
tangível.
• Segundo Aumont (2011), a moldura é o signo plástico que
manifesta o circundamento da imagem, sendo o limite
sensível da imagem, isto é, sua moldura-limite.
• Essa moldura-limite define o domínio do que é imagem e do
que não é imagem. Assim, ela separa o espaço do espectador
com o espaço plástico que é a própria imagem.
d) Moldura
hhh
• A escala de planos é o signo plástico que dá conta do vínculo
variável entre a distância da câmera ao objeto filmado e o
tamanho aparente desse objeto (AUMONT; MARIE, 2010).
• Nesse sentido, a escala de planos corresponde ao
posicionamento do objeto que se quer registrar no visor da
câmera e o tamanho que esse objeto adquire, sendo tal
posicionamento e tamanho variáveis, o que garante uma
escala.
• Como ressaltam Aumont e Marie (2010), a tipologia da
escala de planos é bastante flutuante de uma língua para
outra.
e) Escala de planos
Nome do plano
Definição
Ilustração
Nome do
plano
Definição Ilustração
Plano
Superdet.
Designa-se o
enquadramento de
pequenos pormenores do
corpo da personagem ou
de algum objeto.
Plano
Close-up
Nesse plano, somente a
cabeça do ator aparece na
tela, causando um efeito
de dramaticidade à cena.
Primeiro
plano
As personagens são
mostradas dos ombros para
cima, evidenciando suas
expressões faciais. O
cenário, nesse plano,
praticamente não aparece,
fazendo o espectador
concentrar sua atenção
sobre a personagem.
Plano
próximo
O enquadramento das
personagens se dá da
metade do tórax para
cima.
Nome do
plano
Definição Ilustração
Plano médio
As personagens aparecem da
cintura para cima, ocupando a
maior parte da tela.
Plano
americano
O enquadramento das
personagens se dá com essas
aparecendo do joelho para
cima.
Plano
conjunto
As personagens aparecem de
corpo inteiro na tela. Também
se observa boa parte do
cenário.
Plano geral
Nesse plano, é possível
visualizar complemente o
cenário em que as
personagens aparecem, bem
como as próprias
personagens. É geralmente
usado para realizar uma
localização espacial da
sequência, ou seja, indicar
onde a ação se desenrola.
FONTE: Corrêa-Rosado, 2010.
hhh
• Aumont e Marie (2010) apontam que, embora variáveis, as
nomenclaturas da escala de planos partem de uma ideologia
antropocêntrica: elas tomam por base o tamanho de uma
personagem filmada em pé de maneira que sua cabeça
esteja dentro do quadro.
FONTE: Corrêa-Rosado, 2010.
hhh
• O ângulo de filmagem diz respeito ao posicionamento da
câmera em relação ao sujeito ou objeto filmado (GOLIOT-
LÉTE et al., 2011).
• Dessa maneira, ele depende do ângulo formado pelo eixo
óptico da objetiva com a horizontal e do ângulo formado pelo
horizontal do quadro com o horizonte.
f) Ângulos de filmagem
hhh
Angulação Definição Ilustração
Contre-plongée
A câmera se encontra abaixo do nível normal do olhar.
Dessa forma, o sujeito é filmado de cima para baixo.
Cria-se geralmente com esse ângulo uma impressão de
superioridade, de exaltação, já que tal recurso fílmico
tende a enaltecer o personagem focalizado.
Plongée
A câmera se encontra acima do nível do olhar. Diante
disso, o sujeito é filmado de cima para baixo, tendendo
a minimizá-lo.
Horizontal
A câmera se encontra na altura do olhar do sujeito
focalizado. Através do ângulo horizontal, pode-se obter
uma tomada frontal (sujeito visto de frente), ou uma
tomada lateral (sujeito visto de lado).
FONTE: Corrêa-Rosado, 2010.
hhh
• As variáveis proxêmicas correspondem a uma classificação
proposta por Lochard e Soulages (1993) para referir-se ao
cruzamento entre a escala de plano e as relações do estudo
das distâncias interpessoais propostas pela proxêmica,
representada pelo trabalho de Hall, La dimension cachée.
i. Distância íntima: corresponde ao plano de superdetalhe e ao
plano close-up.
ii. Distância pessoal: diz respeito ao primeiro plano e ao plano
próximo.
iii. Distância social: refere-se ao plano americano e ao plano geral.
iv. Distância pública: corresponde ao plano conjunto e ao plano geral.
g) Variáveis proxêmicas
hhh
hhh
• A imagem televisiva é móvel. E ela é móvel não só porque
percebemos os movimentos internos à moldura/quadro (os
movimentos das personagens, por exemplo), mas também porque
percebemos os movimentos da moldura/quadro com relação ao
campo da imagem, isto é, os movimentos que a própria câmera
realiza no momento da produção, os chamados movimentos de
câmera.
• Soulages (1999) observa que os movimentos de câmera podem
assumir várias funções distintas, tais como:
i. função descritiva de identificação-localização, cujos exemplos mais
evidentes são as panorâmicas sobre as paisagens;
ii. função de localização-identificação, cujos zooms sobre objetos e personagens
e faces são bons exemplos dessa função;
iii. função de seguir a ação ou de acompanhamento dos atores, evidenciada a
partir de travellings sobre a ação das personagens;
iv. função pontuativa,
h) Movimentos de câmera
hhh
Movimento Definição Ilustração
Panorâmica horizontal
(PAN-H)
A PAN-H é um movimento horizontal da câmera sobre sua base, seja para a
esquerda ou para a direita, sem deslocamento do aparelho. É comumente usado
para seguir o sujeito focalizado, na medida em que ele se move.
Panorâmica vertical (PAN-
V) ou tilt
Corresponde ao movimento vertical, da câmera sobre sua base. Como na PAN-H,
não há deslocamento do aparelho, sendo o movimento realizado pelo eixo
vertical do mesmo, que pode mover-se para cima ou para baixo.
Dolly
Diz respeito ao movimento total da câmera em direção ao sujeito focalizado,
aproximando-se ou afastando-se dele. Quando a câmera se desloca em direção
ao sujeito, fala-se de dolly-in, quando a câmera afasta do sujeito focalizado, fala-
se de dolly-out.
Travelling ou truck
Corresponde ao movimento completo da câmera em qualquer direção que não
seja de aproximação ou afastamento em relação ao objeto de cena. Trata-se,
literalmente, de um ‘passeio’ de câmera, como o próprio nome travelling sugere.
Esse movimento é geralmente usado para seguir os atores através do cenário,
mantendo-se uma distância constante deles.
Zoom
O zoom não é, propriamente, um movimento de câmera, mas um efeito óptico
de movimento. Ele é obtido pela variação da distância focal das lentes, dando um
efeito de aproximação (zoom-in) ou de afastamento (zoom-out) do sujeito ou
objeto filmado. Embora tanto o zoom quanto o dolly aproximem ou afastem o
sujeito focalizado, o resultado visual de cada um desses movimentos é diferente.
O movimento em dolly muda a relação do primeiro plano com o plano de fundo
do quadro, enquanto que com o zoom isso não ocorre. Por exemplo, quando é
feito um dolly através de uma porta, os batentes parecem mover-se para as
laterais e o interior da sala torna-se gradualmente visível; já o zoom traz a cena
inteira para frente, sem revelar nada mais da sala em frente. FONTE: Corrêa-Rosado, 2010.
hhh
• Qualquer programa de televisão utiliza um conjunto de
tomadas para constituir o todo unificado que é o programa,
uma vez que a tomada é a unidade básica da televisão.
• Tomada → aquilo que aparece na tela da TV num dado
instante, ou seja, aquilo que é visto no vídeo desde o
momento em que uma câmera é posta no ar, até ser
substituída por outra (STASHEFF et al., 1978).
• Transição entre tomadas → correspondem aos elementos
visuais que permitem que se passe de uma tomada para a
outra de forma a constituir a sequência narrativa, e
consequentemente, o texto audiovisual, garantindo, com
isso, a continuidade do programa.
i) Transição entre tomadas
hhh
• Essas transições assumem funções variadas, como:
i. podem indicar que certa parte do programa está terminada e que
uma nova está para começar;
ii. podem também introduzir uma outra face da realidade filmada;
iii. podem mostrar a continuidade de uma ação sob um outro ponto de
vista;
iv. podem indicar passagem de tempo ou mudança de lugar.
hhh
Formas Definição
Corte direto Constituído pela mudança instantânea de uma tomada para outra.
Fusão
Dissolução da imagem, isto é, a imagem vai se extinguindo lentamente dando lugar a
uma outra imagem que aparece já definida ou vai se definindo gradualmente.
Flou
Envolve a cena numa leve camada de gaze atenuando os contrastes tonais da imagem
e evocando a atmosfera dos sonhos.
Clareamento
É o aparecimento progressivo da imagem desde o preto total até sua completa
nitidez.
Escurecimento É o inverso do clareamento.
Congelamento
visa transmitir visualmente o ato de tirar uma fotografia: é usado para determinar o
encerramento de uma sequência e o início de outra em um plano já em movimento
Cortina
uma imagem nítida muda para outra igualmente nítida como se a segunda imagem
empurrasse a primeira
Flashes
são pequenas e rápidas tomadas em sucessão montadas por corte direto ou por
flashes interligadas informando um resumo da ação.
FONTE: Corrêa-Rosado, 2010.
hhh
• A montagem é a organização das tomadas em certas
condições de ordem e tempo.
• Ela é criadora não só do movimento e do ritmo, mas
também da ideia, ou seja, ela não possui um papel
descritivo ou narrativo, mas também um papel explicativo.
• Há duas formas de montagem:
i. Montagem por continuidade → é própria de sequências narrativas, já que
nesse caso os cortes não comprometem as ações do filme, que fluem
normalmente, havendo, em geral, uma ação principal e ações secundárias
ligadas entre si;
ii. Montagem por compilação → não há sequência narrativa, mas as imagens
apresentadas servem para ilustrar o texto em off
j) Montagem
hhh
• A produção de um programa televisivo, seja ele ficcional ou
não, está calcada em um roteiro, que, de um modo geral,
pode ser compreendido como a “(...) forma escrita de
qualquer espetáculo áudio e/ou visual.” (COMPARATO,
1983, p. 15).
• Conforme nos aponta Zettl (2010), o roteiro está presente
nas diversas fases de produção de um programa de
televisão, já que ele é o principal meio de comunicação
entre os diversos agentes técnicos que produzem o
programa (diretores, atores, operadores de câmera,
iluminadores, etc.), revelando a natureza do programa,
quem faz parte dele, as falas de cada pessoa, o que deverá
acontecer no decorrer do programa e até mesmo como o
público deve ver e ouvir o evento televisivo.
k) Parâmetros de roteiro
hhh
• Como um elemento de análise, o roteiro pode nos oferecer
parâmetros que nos possibilitam compreender, de maneira
geral, o todo (ou as partes) de um programa televisivo.
• Melo (2003) distingue os seguintes parâmetros:
i. externa/interna;
ii. visuais/dialogadas;
iii. íntimas/coletivas/públicas;
iv. com um personagem/com dois personagens/de grupo.
hhh
• Pensar numa sintaxe da linguagem visual-fílmica é pensar
na disposição das partes desse sistema e das relações entre
as partes.
• Nossa proposta baseia-se na grande sintagmática da banda-
imagem de Metz (1972), porém a adaptamos aos postulados
da Teoria Semiolinguística (TS) de Patrick Charaudeau
(1983, 1992, 2008).
• Nessa perspectiva, a sintaxe é um dos meios (uma categoria
linguageira) de engendrar efeitos discursos na mise en
scène do ato de linguagem.
hhh
FONTE: Corrêa-Rosado, 2010.
hhh
• configuração visual estável definida pela continuidade dos
parâmetros de criação de imagens e/ou dos sujeitos/objetos
filmados (LOCHARD, SOULAGES, 1993).
a) Videograma
hhh
b) Tomada
• sintagma que corresponde a imagem fílmica unitária, ou
seja, qualquer segmento de filme compreendido entre duas
mudanças de tomada/plano (AUMONT, MARIE, 2010).
c) Cena
• sintagma que oferece um conjunto tempo-espaço apreendido
como não tendo falhas, ou seja, como não tendo efeitos
repentinos de aparição/desaparição de objetos/sujeitos,
assemelhando-se com a cena de teatro ou mesmo com a vida
cotidiana. A cena reconstitui um lugar, um momento, uma
pequena ação determinada e concentrada (METZ, 1972).
hhh
• conjunto de cenas conectadas por uma única ideia,
formando um bloco do texto audiovisual que possui início,
meio e fim (FIELD, 2001).
d) Sequência
e) Texto
• resultado material do ato de linguagem (CHARAUDEAU,
1992).
f) Situação de comunicação (gênero e contrato)
• é definida por um contrato de comunicação –
correspondente a um conjunto de restrições situacionais que
determinam a troca linguageira.
hhh
Helen Palmer em Correio Feminino (série) – Fantástico,
domingo, 27/10/2013.
hhh
• O videograma, como menor unidade da sintaxe visual-
fílmica, corresponde a uma espécie de enunciado desse
sistema. Como aponta Metz (1972), seria errado afirmar
que o plano (aqui entendido como videograma) equivale ao
enunciado linguístico, uma vez há diferenças entre essas
duas unidades. O correto, na visão de Metz, é afirmar que o
plano/videograma se parece com o enunciado ou ainda: “[a]
única coisa que se pode afirmar, portanto, é que um plano
difere menos de um enunciado do que de uma palavra, sem
por isso ser parecido com um enunciado.” (METZ, 1972, p.
139).
• A sintaxe, ao mesmo tempo que demonstra como um filme
narrativo se organiza, também corresponde a uma
metodologia para “decomposição” e análise desse estrato.
Pontos importantes a considerar:
hhh
• Os modos de organização do discurso constituem-se como
princípios de organização da matéria linguística que
dependem da finalidade comunicativa do sujeito falante
(CHARAUDEAU, 1992).
• São procedimentos de ordem linguageira que consistem no
uso de certas categorias de língua, ordenando-as em função
das finalidades discursivas do ato de linguagem.
• Estão agrupados em quatro modos: enunciativo, descritivo,
narrativo e argumentativo.
Relação de influência
(EU→TU)
Ponto de vista do sujeito
(EU→ ELE)
Retomada do que já foi dito
(ELE)
Pontos de vista
organizadores (jogos
escópicos)
Ângulos de
filmagem
Variáveis
proxêmicas
Escala de
Planos
Jogos escópicos
Identificar e qualificar seres
de maneira
objetiva/subjetiva
Identificação
Localização-situação
Qualificação
Signos icônicos (formas de
visualização, cenário, figurino)
Signos plásticos (cor,
luminosidade, forma)
Movimentos de câmera
Construir a sucessão das
ações de uma história no
tempo, com a finalidade de
fazer relato
Actantes (figura
actorial)
Processos
Sequências
Signos icônicos (formas de
visualização)
Movimentos de câmera
Transição de tomadas
Escala de planos
Ângulos de filmagem
Montagem
Parâmetros de roteiro
hhh
• Lochard e Soulages (1991) explicam que o enunciado
televisual fixa pontos de vistas múltiplos e variados, mas
logicamente agenciados, atualizando ou não a figura do
destinatário visual.
a) Ponto de vistas organizadores (jogos escópicos)
hhh
• Os pontos de vistas podem ser:
 atribuíveis :
 ao parceiro da comunicação televisual, solicitado e designado como tal pelo
endereçamento do olhar de um ator midiático à câmera;
 a um protagonista identificado;
 a um protagonista não ainda identificado, mas identificável;
 a um protagonista não identificado.
 não-atribuíveis :
 correspondendo a essas imagens compósitas, na qual a heterogeneidade de sua
composição anula a impressão de realidade gerada pela composição monocular
assimilada a um ponto de vista humano.
hhh
Tipologia do ponto de vista organizadores
Ponto de vista
direcionado
(endereçamento visual)
um ator midiático interpela explicitamente o destinatário visual, instala neste último um
estatuto de ‘parceiro’, sublinhando o projeto comunicacional que ele é o suporte. Logo, há um
endereçamento do olhar do ator midiático ao sujeito-telespectador.
Ponto de vista não-
direcionado
na qual o ator midiático não interpela o destinatário televisual, colocando esse último em uma
posição de observador-testemunha
O ponto de vista
personalizado
o sujeito-observador é levado a assumir a visão de um protagonista inscrito dentro da
dinâmica interacional do debate. Ele pode ser:
Explícito: na imagem aparece o lugar do protagonista-suporte do olhar (apresentado,
inicialmente, de costas ou ¾ de costas);
Implícito: o protagonista-suporte do olhar, bem como seu traço de afeição, são apagados
da encenação visual
O ponto de vista
anônimo
Aparenta-se, por suas coordenadas espaciai,s ao ponto de vista personalizado na medida em
que ele poderia ser atribuído a um protagonista da cena televisiva. A diferença nesta última é
que o protagonista não pode ser identificado.
O ponto de vista
“surreal”
corresponde aos pontos de vistas atípicos (plongées ou contre-plongées acentuados) que
proíbem qualquer atribuição aos sujeitos integrados na cena televisiva.)
O ponto de vista
“irreal”
O qualificativo que foi usado aqui traduz o efeito de ‘desrealizador’ induzido por essas imagens
compósitas e plurifocalizadas, incluindo vários planos no quadro, fragmentando-o.
FONTE: Corrêa-Rosado, 2010.
hhh
Água Viva (telenovela) – Rede Globo, 1980.
hhh
Senhora dos absurdos (Esquete) – 220 Volts, Multishow.
hhh
O Astro (telenovela) – Rede Globo (2011).
hhh
• Devemos delimitar e constituir o corpus de maneira clara e
precisa.
• Ao delimitar, devemos definir critérios que permitam
constituir o corpus e, consequentemente, analisa-lo
• O corpus pode ser constituído de maneiras variadas: podemos
analisar exibições de um determinado programa televisivo
(telejornal, por exemplo) durante um certo período; podemos
analisar a constituição de um gênero televisivo ao longo do
tempo, etc.
a) Etapa de constituição do corpus
hhh
• Ao trabalhar com um material audiovisual, é necessário
(porém nem sempre) transcrever esse material, de forma
a viabilizar nossa análise.
• A transição deve seguir as seguintes orientações:
 reprodução do estrato verbal, isto é, dos enunciados orais
ou escritos que se apresentam no interior do texto
audiovisual.
 congelamento e reprodução das imagens quadro a quadro,
a partir de processos digitais e composição dos
videogramas.
b) Etapa de transcrição
hhh
FONTE: Corrêa-Rosado, 2010.
hhh
• Com o corpus constituído e transcrito, procedemos à
descrição das formas semiológicas, considerando os
objetivos traçados e o ponto de vista que adotamos no
trabalho.
• Decomposição do corpus nos modos de organização do
discurso → na Semiolinguística, os M.O.Ds. correspondem não
somente aos princípios de organização da matéria linguageira, mas
também a uma metodologia de descrição e análise.
• Antes da decomposição e da análise, devemos proceder à
descrição e à configuração do contrato comunicacional da
situação de comunicação (gênero) que estamos analisando.
c) Etapa de descrição
hhh
• Cruzamos os dados situacionais (advindos da descrição do
contrato comunicacional) com os dados discursivos e
linguageiros (descrição das formas linguageiras e
decomposição dos modos de organização do discurso).
• Interpretamos segundo um ponto de vista
interdisciplinar, considerando os dados arrolados (sempre
segundo os objetivos e perguntas de pesquisa) com
conceitos e contribuições advindas de outros campos, tais
como a História, a Antropologia, a Psicanálise, a
Comunicação, a Psicologia Social, a Filosofia, entre
outros.
d) Etapa de interpretação
hhh
• AUMONT, Jacques. A imagem. Trad. Estela dos Santos Abreu e Cláudio C. Santoro. 16. ed. Campinas/SP:
Papirus, 2011.
• AUMONT, Jacques; MARIE, Michel. Dicionário teórico e crítico de cinema. Trad. Eloisa Araújo Ribeiro. 5.
ed. Campinas/SP: Papirus, 2010.
• BENVENISTE, Émile. O aparelho formal da enunciação. In._____. Problemas de linguística geral II.
Campinas/SP: Pontes, 1989.
• CARDOSO, João Batista Freitas. A semiótica do cenário televisivo. São Paulo: Annablume, 2008.
• CHARAUDEAU, Patrick. Langage et discourse – éléments de sémiolinguistique (théorie et pratique). Paris:
Hachette, 1983.
• CHARAUDEAU, Patrick. Une analyse sémiolinguistique du discours. Langages, v. 29, n. 117, p. 96-111.
Paris, 1995.
• CHARAUDEAU, Patrick. Grammaire du sens et de l’expression. Paris: Hachette, 1992.
• CORRÊA-ROSADO. Sorrir ou chorar? A patemização na telenovela brasileira, um estudo de O Astro. 260f.
Dissertação (Mestrado em Letras). Departamento de Letras/UFV, Viçosa, 2013.
• COMPARATO, Doc. Roteiro: arte e técnica de escrever para cinema e televisão. 5. ed. Rio de Janeiro:
Nórdica Editorial, 1983.
hhh
• COSTA, Francisco Araujo da. O figurino como elemento essencial da narrativa. Sessões do Imaginário, v. 2,
n. 8, p. 38-41. Porto Alegre/RS, 2002.
• DONDIS, Donis. A. Sintaxe da linguagem visual. Trad. Jefferson Luiz Camargo. 3. ed. São Paulo: Martins
Fontes, 2007.
• FIELD, Syd. Manual de roteiro: os fundamentos do texto cinematográfico. Trad. Álvaro Ramos. 14. ed. Rio
de Janeiro: Editora Objetiva, 2001.
• GOLIOT-LÉTÉ, Anne et al. Dicionário da imagem. Lisboa: Edições 70, 2011.
• GUIMARÃES, Luciano. A cor como informação: construção biofísica, linguística e cultural da simbologia
das cores. 3. ed. São Paulo: Annablume, 2004.
• JOLY, Martine. L’image et les signes. Paris: Nathan, 1994.
• LOCHARD, Guy; SOULAGES, Jean-Claude. Faire voir la parole. In. CHARAUDEAU, P. La télévision, les débats
culturels « Apostrophes ». Paris: Didier, 1991. p. 141-167.
• LOCHARD, Guy; SOULAGES, Jean-Claude. La ritualisation visuelle de “Ciel mon mardi!”. In. CHARAUDEAU,
P. L’etude d’um genre televisuel: le “talk show” – Rapport scientifique des equipes du CAD. Paris :
Université de Paris XIII, 1993.
• MELO Mônica Santos de Souza. Estratégias discursivas em publicidades de televisão. 2003. 302f. Tese
(Doutorado em Estudos Linguísticos). FALE - UFMG, Belo Horizonte, 2003.
• METZ, Christian. Significação no cinema. São Paulo: Perspectiva, 1972.
• SOULAGES, Jean-Claude. Les mises en scène visuelles de l’information: étude comparée France, Espagne,
États-Unis. Paris: Nathan, 1999.
hhh
• STASHEFF, Edward et al. O programa de televisão: sua direção e produção. Tradução de Luiz Antonio
Simões de Carvalho. São Paulo/SP: EDU: Ed. da Universidade de São Paulo, 1978.
• ZETTL, Herbert. Manual de produção de televisão. Trad. All Tasks. 10. ed. São Paulo: Cengage Learning,
2010.
hhh
Obrigado!!!
timtimcorre@hotmail.com

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A imagem televisiva método e ferramentas de análise

  • 1. Universidade Federal de Minas Gerais Faculdade de Letras LET 240 – Discurso da imagem Prof.ª Emília Mendes A imagem televisiva: método e ferramentas de análise Leonardo Coelho Corrêa-Rosado Doutorando POSLIN (Linguística do texto e do discurso/análise do discurso)
  • 2. Roteiro de aula (20/03/2014) • Revisão do conteúdo da aula anterior. • Apresentação do método de Melo (2003). • Proposta de análise. • Pressupostos do método. • Categorias de análise. • Discussão do método. • Atividade prática. • Retomada do conteúdo discutido na aula.
  • 3. hhh Antes de passarmos para o método e as ferramentas de análise, vamos tentar delimitar alguns conceitos que foram apresentados na aula passada, para, com isso, seguirmos adiante: a) Televisão ou dispositivo televisivo Diz respeito ao dispositivo que configura a situação de comunicação. Toda troca linguageira está calcada em contrato de comunicação. No caso da comunicação midiática, o contrato pressupõe um mídium, isto é, um meio (suporte) que media a troca. As características físicas do dispositivo (e também institucionais) imprimem especificidade ao contrato da comunicação midiática, o que pressupõe vários aspectos ligados a materialidade significante, a tecnologia, a organização da grade horária, etc.
  • 4. hhh b) Imagem cinética Corresponde a uma das materialidades linguageiras (substância semiológica) que o dispositivo televisivo coloca em jogo durante a mise en scène (encenação) do ato de linguagem. Logo, trata-se de um dos elementos produtores de sentido dentro desse ato. c) Imagem televisiva É a imagem cinética que aparece em nosso televisor (suporte da comunicação midiática televisiva) d) Texto televisivo É o resultado material realizado no interior do dispositivo televisivo. Ex. um programa de televisão exibido na tela.
  • 5. hhh e) Programa de televisão Corresponde àquilo que é produzido pela instância midiática e oferecido ao telespectador. f) Perspectiva semiótico-discursiva Ponto de vista teórico-metodológico de compreensão da imagem televisiva que procura observar as características dos comportamentos linguageiros (o “como” diz a linguagem) em função das condições psicossociais que as restringem segundo o tipo de situação de troca (contrato).
  • 6. hhh • O método que vamos apresentar foi desenvolvido por Melo (2003) em sua tese de doutorado sobre a publicidade televisiva, intitulada Estratégias discursivas da publicidade televisiva. • A pesquisadora realizou um estudo das estratégias discursivas de 25 publicidades de produtos de perfumaria (perfumes, produtos de higiene pessoal e cosméticos) no que concerne ao destinatário dessas publicidades. • Lançou bases, com o seu trabalho, de um modelo de análise da imagem cinética que, partindo da Teoria Semiolinguística do Discurso, integra aquisições de outros campos científicos como: a) as do campo da Semiologia das Imagens; e b) as do campo da Cinematografia-fílmica.
  • 7. hhh • compreende a imagem como um sistema de signos, ou seja, como uma materialidade significante (materialidade que produz sentido em um ato de linguagem); • resgata o postulado de Charaudeau (1995): textos plurisemiológicos (formados pela articulação de materialidades significantes diferentes) devem sofrer uma estratificação do objeto ao nível de análise, já que cada substância semiológica produz sentido com categorias linguageiras específicas; a) Pressupostos
  • 8. “A outra posição, que é a nossa, consiste em estratificar o objeto em níveis de análise autônomos correspondentes às diferentes dimensões semiológicas. O CAD estuda cada uma dessas dimensões (o Verbal, o Visual, o Gestual) separadamente. A princípio, o objetivo da autonomização dos estratos é proporcionar, a cada grupo de pesquisadores que se dedicam a um dos estratos, a descoberta de suas próprias unidades, as do estrato, e seu modo de combinação. Num segundo momento, estudar as relações entre os estratos, as quais podem ser de integração ou de interação
  • 9. hhh • propõe uma transposição dos modos de organização do discurso para a linguagem visual/fílmica; • contempla, portanto, o estrato visual-fílmico de dois pontos de vista:  Semiológico → diz respeito à descrição das substâncias de que este estrato é feito;  Discursivo → concerne à organização dos signos visuais em função tanto dos modos discursivos quanto dos efeitos de sentido que o enunciador pretende provocar dentro das restrições contratuais a que ele está submetido; Modos de organização do discurso (M.O.D) Segundo Charaudeau (1992), os modos de organização constituem em princípios de organização da matéria linguística em função da finalidade comunicativa que se dá o sujeito que fala/escreve: ENUNCIAR, DESCREVER, NARRAR/CONTAR e ARGUMENTAR. Desse modo, há quatro modos de organização: a) enunciativo, b) descritivo, c) narrativo e d) argumentativo. Cada modo é organizado em torno de uma função de base e de princípios de organização.
  • 10. Relação de influência (EU→TU) Ponto de vista do sujeito (EU→ ELE) Retomada do que já foi dito (ELE) Posição em relação ao interlocutor Posição em relação ao mundo Posição em relação a outros discursos Identificar e qualificar seres de maneira objetiva/subjetiva Organização da construção descritiva (Nomear- Localizar-Qualificar) Encenação descritiva Construir a sucessão das ações de uma história no tempo, com a finalidade de fazer relato Organização da lógica narrativa (actantes e processos) Encenação narrativa Expor e provar causalidades numa visada racionalizante para influenciar o interlocutor Organização da lógica argumentativa Encenação argumentativa FONTE: Charaudeau, 1992.
  • 11. hhh • A linguagem visual-fílmica possui suas próprias categorias linguageiras para a construção da significação discursiva e para o engendramento de efeitos de sentido no interior do ato de linguagem. A linguagem visual-fílmica (imagem cinética ou imagem em movimento) é um sistema de signos. • Antes do ato de enunciação, a linguagem visual-fílmica não é senão uma possibilidade de língua (BENVENISTE, 1966). As categorias linguageiras estão disponíveis para o locutor para que esse realize seu projeto de fala através do processo de apropriação dessas categorias. Ao se apropriar desse linguagem, o locutor transforma a língua em discurso. b) Pontos importantes a considerar
  • 12. hhh • A linguagem visual-fílmica também se organiza em modos de organização do discurso. O sujeito enunciador utiliza as categorias fornecidas pelo sistema da linguagem visual-fílmica para realizar certas finalidades discursivas, enunciar, descrever, narrar e argumentar, e para engendrar efeitos de sentido no ato de linguagem • O agenciamento dos signos visuais-fílmicos no discurso através dos modos de organização não se dá do mesmo modo que o agenciamento dos signos verbais, por exemplo. A organização discursiva da linguagem visual-fílmica é diferente da organização discursiva da linguagem verbal, embora as funções de base e os princípios de organização dos M.O.D. sejam os mesmos.
  • 13. hhh • Os signos visuais-fílmicos são formas-sentido. Possuem uma face significante (forma) e uma face significado (sentido).
  • 14. hhh • A morfologia, sendo o estudo da forma e de sua configuração, nos fornece os principais signos que compõem o sistema visual-fílmico. • Logo, tais signos são categorias linguageiras da linguagem visual-fílmica que são apropriadas pelo sujeito comunicante e organizadas por ele em certos princípios de organização (modos de organização), considerando seu projeto de fala e as restrições impostas pelo contrato comunicacional. • Essa morfologia está organizada em duas grandes categorias: a) signos icônicos ou figurativos e b) signos plásticos ou não-figurativos.
  • 15. hhh • É um tipo de representação que, por meio de certas regras de transformação visual, permite reconhecer alguns “objetos do mundo”. • Nesse sentido, o signo icônico mantém com o objeto que ele representa uma „similitude de configuração‟ que permite reconhecê-lo como representando tal objeto. • Possui uma natureza semiótica. Por um lado, ele é uma uma unidade visual operatória; por outro lado, ele não é o objeto em si, mas uma representação realizada por meio de regras de transformação ou de reconstrução.
  • 16. hhh • Portanto... SIGNO ICÔNICO → signo que, de modo codificado, dá a impressão de semelhança com a realidade, jogando com a analogia perceptiva e com os códigos socioculturais herdados da tradição da representação visual (JOLY, 2010). • Nesse morfologia, consideramos como tipos de signos icônicos: a) formas de visualização; b) figurinos; c) cenários.
  • 17. hhh • correspondem aos modos e níveis de presença dos protagonistas na tela, referindo-se à forma de agenciamento do espaço referencial e interacional que são incorporados no espaço fílmico e reapropriados pela instância midiática (LOCHARD; SOULAGES, 1993). • Tais formas são obtidas através do cálculo das montantes de capitais visuais, ou seja, o cálculo dos capitais videogrâmicos que, por sua vez, se referem ao número de aparições do sujeito ou do objeto filmado na tela. a) Formas de visualização Protagonista na tela Capitais videogrâmicos CAP01SEQ01 CAPnSEQn X Y Z
  • 18. hhh • corresponde ao signo icônico que representa o conjunto de vestimentas e acessórios utilizados pelas personagens/protagonistas de um programa de televisão; • tipo de signo icônico que caracteriza e qualifica a personagem ao distingui-la das demais; • trata-se de um elemento de composição que deverá refletir o papel narrativo da(s) personagem(ns), sua idade, sua posição social no espaço e no tempo. b) Figurino
  • 19. hhh • designa, de modo geral, o quadro físico em que evoluem as personagens/protagonistas de um programa de televisão. • Para Cardoso (2008), o cenário televisivo constitui-se em um tipo especifico de elemento visual que, numa produção televisiva, acumula as seguintes funções: i. cooperar com a configuração do espaço cênico; ii. representar os espaços e tempos onde se encontram as personagens e/ou apresentadores; iii. auxiliar na atuação do ator e/ou apresentador; iv. funcionar como elemento de significação, transmitindo ao telespectador uma determinada mensagem. c) Cenário
  • 20. hhh • Seguindo a proposta de Cardoso (2008), os cenários podem ser categorizados em três tipos: i. espaços naturais → correspondem aos ambientes da natureza ou às edificações construídas pelo homem que possuem uma função independente da gravação do programa, isto é, tais espaços não foram construídos para uma gravação, mas podem ser utilizados como cenários em programas televisivos; ii. espaços naturais representados → dizem respeito aos cenários construídos com a finalidade de serem utilizados em um programa televisivo. Tais espaços utilizam como modelo os “espaços naturais” , porém seu objetivo é servirem à encenação; iii. espaços imaginários → tratam-se aqui dos ambientes fantasiosos que não utilizam como referência os “espaços naturais”. Esses espaços estão presentes em programas de auditório, infantis, documentários, telejornais, etc.
  • 22. hhh • De modo geral, os signos plásticos correspondem aos aspectos propriamente plásticos da imagem, tais como a cor, a luminosidade, as formas, entre outros; • mantém uma relação de circularidade com o signo icônico, já que muitas vezes os significantes icônicos e plásticos podem ser percebidos num mesmo signo visual como um continuum; FONTE: Joly, 1994.
  • 24. hhh • a cor é uma informação visual, causada por um estímulo físico, percebida pelos olhos, decodificada pelo cérebro. Sendo uma informação visual, a cor desempenha funções variadas, quando aplicada com determinada intenção em determinado objeto, bem como está ligada a uma codificação cultural (GUIMARÃES, 2004). • Nesse sentido, compreendemos cor como uma informação atualizada de um signo, sendo utilizada por um emissor, com determinada intenção, e interpretada por um receptor, que compartilha do mesmo código cultural do primeiro. • Interpretar a cor no dispositivo televisivo é realizar um trabalho de natureza antropológica. a) Cor
  • 26. hhh • Diz respeito à intensidade da obscuridade ou claridade de qualquer coisa vista. • Está relacionada à cor já que a luminosidade ou tom é uma de suas dimensões, sendo de natureza acromática (gradações tonais do claro ao escuro). • Joly (2010) aponta que a interpretação da luminosidade, assim como da cor, é antropológica, pois sua percepção, como qualquer outra, é cultural, porém, tal como a cor, ela parece mais “natural” do que qualquer outra. b) Luminosidade
  • 27. hhh • Correspondem às formas propriamente ditas (círculos, quadrados, triângulos...) e também as linhas, os pontos, as superfícies. • Tal como a cor e a luminosidade, a interpretação das formas é essencialmente antropológica e cultural. c) Formas Tipos de formas Significado Linhas curvas Doçura e feminilidade Linhas retas Virilidade e Masculinidade Linhas oblíquas ascendendo à direita Dinamismo Linhas oblíquas descendendo à esquerda Queda Formas fechadas ou abertas Impressão de prisão, de conforto ou de evasão Linhas pontilhadas Agressividade Ângulos agudos Formas Triangulares Equilíbrio, Espera FONTE: Joly, 1994.
  • 28. hhh • A moldura é a borda da imagem, sua fronteira material e tangível. • Segundo Aumont (2011), a moldura é o signo plástico que manifesta o circundamento da imagem, sendo o limite sensível da imagem, isto é, sua moldura-limite. • Essa moldura-limite define o domínio do que é imagem e do que não é imagem. Assim, ela separa o espaço do espectador com o espaço plástico que é a própria imagem. d) Moldura
  • 29. hhh • A escala de planos é o signo plástico que dá conta do vínculo variável entre a distância da câmera ao objeto filmado e o tamanho aparente desse objeto (AUMONT; MARIE, 2010). • Nesse sentido, a escala de planos corresponde ao posicionamento do objeto que se quer registrar no visor da câmera e o tamanho que esse objeto adquire, sendo tal posicionamento e tamanho variáveis, o que garante uma escala. • Como ressaltam Aumont e Marie (2010), a tipologia da escala de planos é bastante flutuante de uma língua para outra. e) Escala de planos
  • 30. Nome do plano Definição Ilustração Nome do plano Definição Ilustração Plano Superdet. Designa-se o enquadramento de pequenos pormenores do corpo da personagem ou de algum objeto. Plano Close-up Nesse plano, somente a cabeça do ator aparece na tela, causando um efeito de dramaticidade à cena. Primeiro plano As personagens são mostradas dos ombros para cima, evidenciando suas expressões faciais. O cenário, nesse plano, praticamente não aparece, fazendo o espectador concentrar sua atenção sobre a personagem. Plano próximo O enquadramento das personagens se dá da metade do tórax para cima. Nome do plano Definição Ilustração Plano médio As personagens aparecem da cintura para cima, ocupando a maior parte da tela. Plano americano O enquadramento das personagens se dá com essas aparecendo do joelho para cima. Plano conjunto As personagens aparecem de corpo inteiro na tela. Também se observa boa parte do cenário. Plano geral Nesse plano, é possível visualizar complemente o cenário em que as personagens aparecem, bem como as próprias personagens. É geralmente usado para realizar uma localização espacial da sequência, ou seja, indicar onde a ação se desenrola. FONTE: Corrêa-Rosado, 2010.
  • 31. hhh • Aumont e Marie (2010) apontam que, embora variáveis, as nomenclaturas da escala de planos partem de uma ideologia antropocêntrica: elas tomam por base o tamanho de uma personagem filmada em pé de maneira que sua cabeça esteja dentro do quadro. FONTE: Corrêa-Rosado, 2010.
  • 32. hhh • O ângulo de filmagem diz respeito ao posicionamento da câmera em relação ao sujeito ou objeto filmado (GOLIOT- LÉTE et al., 2011). • Dessa maneira, ele depende do ângulo formado pelo eixo óptico da objetiva com a horizontal e do ângulo formado pelo horizontal do quadro com o horizonte. f) Ângulos de filmagem
  • 33. hhh Angulação Definição Ilustração Contre-plongée A câmera se encontra abaixo do nível normal do olhar. Dessa forma, o sujeito é filmado de cima para baixo. Cria-se geralmente com esse ângulo uma impressão de superioridade, de exaltação, já que tal recurso fílmico tende a enaltecer o personagem focalizado. Plongée A câmera se encontra acima do nível do olhar. Diante disso, o sujeito é filmado de cima para baixo, tendendo a minimizá-lo. Horizontal A câmera se encontra na altura do olhar do sujeito focalizado. Através do ângulo horizontal, pode-se obter uma tomada frontal (sujeito visto de frente), ou uma tomada lateral (sujeito visto de lado). FONTE: Corrêa-Rosado, 2010.
  • 34. hhh • As variáveis proxêmicas correspondem a uma classificação proposta por Lochard e Soulages (1993) para referir-se ao cruzamento entre a escala de plano e as relações do estudo das distâncias interpessoais propostas pela proxêmica, representada pelo trabalho de Hall, La dimension cachée. i. Distância íntima: corresponde ao plano de superdetalhe e ao plano close-up. ii. Distância pessoal: diz respeito ao primeiro plano e ao plano próximo. iii. Distância social: refere-se ao plano americano e ao plano geral. iv. Distância pública: corresponde ao plano conjunto e ao plano geral. g) Variáveis proxêmicas
  • 35. hhh
  • 36. hhh • A imagem televisiva é móvel. E ela é móvel não só porque percebemos os movimentos internos à moldura/quadro (os movimentos das personagens, por exemplo), mas também porque percebemos os movimentos da moldura/quadro com relação ao campo da imagem, isto é, os movimentos que a própria câmera realiza no momento da produção, os chamados movimentos de câmera. • Soulages (1999) observa que os movimentos de câmera podem assumir várias funções distintas, tais como: i. função descritiva de identificação-localização, cujos exemplos mais evidentes são as panorâmicas sobre as paisagens; ii. função de localização-identificação, cujos zooms sobre objetos e personagens e faces são bons exemplos dessa função; iii. função de seguir a ação ou de acompanhamento dos atores, evidenciada a partir de travellings sobre a ação das personagens; iv. função pontuativa, h) Movimentos de câmera
  • 37. hhh Movimento Definição Ilustração Panorâmica horizontal (PAN-H) A PAN-H é um movimento horizontal da câmera sobre sua base, seja para a esquerda ou para a direita, sem deslocamento do aparelho. É comumente usado para seguir o sujeito focalizado, na medida em que ele se move. Panorâmica vertical (PAN- V) ou tilt Corresponde ao movimento vertical, da câmera sobre sua base. Como na PAN-H, não há deslocamento do aparelho, sendo o movimento realizado pelo eixo vertical do mesmo, que pode mover-se para cima ou para baixo. Dolly Diz respeito ao movimento total da câmera em direção ao sujeito focalizado, aproximando-se ou afastando-se dele. Quando a câmera se desloca em direção ao sujeito, fala-se de dolly-in, quando a câmera afasta do sujeito focalizado, fala- se de dolly-out. Travelling ou truck Corresponde ao movimento completo da câmera em qualquer direção que não seja de aproximação ou afastamento em relação ao objeto de cena. Trata-se, literalmente, de um ‘passeio’ de câmera, como o próprio nome travelling sugere. Esse movimento é geralmente usado para seguir os atores através do cenário, mantendo-se uma distância constante deles. Zoom O zoom não é, propriamente, um movimento de câmera, mas um efeito óptico de movimento. Ele é obtido pela variação da distância focal das lentes, dando um efeito de aproximação (zoom-in) ou de afastamento (zoom-out) do sujeito ou objeto filmado. Embora tanto o zoom quanto o dolly aproximem ou afastem o sujeito focalizado, o resultado visual de cada um desses movimentos é diferente. O movimento em dolly muda a relação do primeiro plano com o plano de fundo do quadro, enquanto que com o zoom isso não ocorre. Por exemplo, quando é feito um dolly através de uma porta, os batentes parecem mover-se para as laterais e o interior da sala torna-se gradualmente visível; já o zoom traz a cena inteira para frente, sem revelar nada mais da sala em frente. FONTE: Corrêa-Rosado, 2010.
  • 38. hhh • Qualquer programa de televisão utiliza um conjunto de tomadas para constituir o todo unificado que é o programa, uma vez que a tomada é a unidade básica da televisão. • Tomada → aquilo que aparece na tela da TV num dado instante, ou seja, aquilo que é visto no vídeo desde o momento em que uma câmera é posta no ar, até ser substituída por outra (STASHEFF et al., 1978). • Transição entre tomadas → correspondem aos elementos visuais que permitem que se passe de uma tomada para a outra de forma a constituir a sequência narrativa, e consequentemente, o texto audiovisual, garantindo, com isso, a continuidade do programa. i) Transição entre tomadas
  • 39. hhh • Essas transições assumem funções variadas, como: i. podem indicar que certa parte do programa está terminada e que uma nova está para começar; ii. podem também introduzir uma outra face da realidade filmada; iii. podem mostrar a continuidade de uma ação sob um outro ponto de vista; iv. podem indicar passagem de tempo ou mudança de lugar.
  • 40. hhh Formas Definição Corte direto Constituído pela mudança instantânea de uma tomada para outra. Fusão Dissolução da imagem, isto é, a imagem vai se extinguindo lentamente dando lugar a uma outra imagem que aparece já definida ou vai se definindo gradualmente. Flou Envolve a cena numa leve camada de gaze atenuando os contrastes tonais da imagem e evocando a atmosfera dos sonhos. Clareamento É o aparecimento progressivo da imagem desde o preto total até sua completa nitidez. Escurecimento É o inverso do clareamento. Congelamento visa transmitir visualmente o ato de tirar uma fotografia: é usado para determinar o encerramento de uma sequência e o início de outra em um plano já em movimento Cortina uma imagem nítida muda para outra igualmente nítida como se a segunda imagem empurrasse a primeira Flashes são pequenas e rápidas tomadas em sucessão montadas por corte direto ou por flashes interligadas informando um resumo da ação. FONTE: Corrêa-Rosado, 2010.
  • 41. hhh • A montagem é a organização das tomadas em certas condições de ordem e tempo. • Ela é criadora não só do movimento e do ritmo, mas também da ideia, ou seja, ela não possui um papel descritivo ou narrativo, mas também um papel explicativo. • Há duas formas de montagem: i. Montagem por continuidade → é própria de sequências narrativas, já que nesse caso os cortes não comprometem as ações do filme, que fluem normalmente, havendo, em geral, uma ação principal e ações secundárias ligadas entre si; ii. Montagem por compilação → não há sequência narrativa, mas as imagens apresentadas servem para ilustrar o texto em off j) Montagem
  • 42. hhh • A produção de um programa televisivo, seja ele ficcional ou não, está calcada em um roteiro, que, de um modo geral, pode ser compreendido como a “(...) forma escrita de qualquer espetáculo áudio e/ou visual.” (COMPARATO, 1983, p. 15). • Conforme nos aponta Zettl (2010), o roteiro está presente nas diversas fases de produção de um programa de televisão, já que ele é o principal meio de comunicação entre os diversos agentes técnicos que produzem o programa (diretores, atores, operadores de câmera, iluminadores, etc.), revelando a natureza do programa, quem faz parte dele, as falas de cada pessoa, o que deverá acontecer no decorrer do programa e até mesmo como o público deve ver e ouvir o evento televisivo. k) Parâmetros de roteiro
  • 43. hhh • Como um elemento de análise, o roteiro pode nos oferecer parâmetros que nos possibilitam compreender, de maneira geral, o todo (ou as partes) de um programa televisivo. • Melo (2003) distingue os seguintes parâmetros: i. externa/interna; ii. visuais/dialogadas; iii. íntimas/coletivas/públicas; iv. com um personagem/com dois personagens/de grupo.
  • 44. hhh • Pensar numa sintaxe da linguagem visual-fílmica é pensar na disposição das partes desse sistema e das relações entre as partes. • Nossa proposta baseia-se na grande sintagmática da banda- imagem de Metz (1972), porém a adaptamos aos postulados da Teoria Semiolinguística (TS) de Patrick Charaudeau (1983, 1992, 2008). • Nessa perspectiva, a sintaxe é um dos meios (uma categoria linguageira) de engendrar efeitos discursos na mise en scène do ato de linguagem.
  • 46. hhh • configuração visual estável definida pela continuidade dos parâmetros de criação de imagens e/ou dos sujeitos/objetos filmados (LOCHARD, SOULAGES, 1993). a) Videograma
  • 47. hhh b) Tomada • sintagma que corresponde a imagem fílmica unitária, ou seja, qualquer segmento de filme compreendido entre duas mudanças de tomada/plano (AUMONT, MARIE, 2010). c) Cena • sintagma que oferece um conjunto tempo-espaço apreendido como não tendo falhas, ou seja, como não tendo efeitos repentinos de aparição/desaparição de objetos/sujeitos, assemelhando-se com a cena de teatro ou mesmo com a vida cotidiana. A cena reconstitui um lugar, um momento, uma pequena ação determinada e concentrada (METZ, 1972).
  • 48. hhh • conjunto de cenas conectadas por uma única ideia, formando um bloco do texto audiovisual que possui início, meio e fim (FIELD, 2001). d) Sequência e) Texto • resultado material do ato de linguagem (CHARAUDEAU, 1992). f) Situação de comunicação (gênero e contrato) • é definida por um contrato de comunicação – correspondente a um conjunto de restrições situacionais que determinam a troca linguageira.
  • 49. hhh Helen Palmer em Correio Feminino (série) – Fantástico, domingo, 27/10/2013.
  • 50. hhh • O videograma, como menor unidade da sintaxe visual- fílmica, corresponde a uma espécie de enunciado desse sistema. Como aponta Metz (1972), seria errado afirmar que o plano (aqui entendido como videograma) equivale ao enunciado linguístico, uma vez há diferenças entre essas duas unidades. O correto, na visão de Metz, é afirmar que o plano/videograma se parece com o enunciado ou ainda: “[a] única coisa que se pode afirmar, portanto, é que um plano difere menos de um enunciado do que de uma palavra, sem por isso ser parecido com um enunciado.” (METZ, 1972, p. 139). • A sintaxe, ao mesmo tempo que demonstra como um filme narrativo se organiza, também corresponde a uma metodologia para “decomposição” e análise desse estrato. Pontos importantes a considerar:
  • 51. hhh • Os modos de organização do discurso constituem-se como princípios de organização da matéria linguística que dependem da finalidade comunicativa do sujeito falante (CHARAUDEAU, 1992). • São procedimentos de ordem linguageira que consistem no uso de certas categorias de língua, ordenando-as em função das finalidades discursivas do ato de linguagem. • Estão agrupados em quatro modos: enunciativo, descritivo, narrativo e argumentativo.
  • 52. Relação de influência (EU→TU) Ponto de vista do sujeito (EU→ ELE) Retomada do que já foi dito (ELE) Pontos de vista organizadores (jogos escópicos) Ângulos de filmagem Variáveis proxêmicas Escala de Planos Jogos escópicos Identificar e qualificar seres de maneira objetiva/subjetiva Identificação Localização-situação Qualificação Signos icônicos (formas de visualização, cenário, figurino) Signos plásticos (cor, luminosidade, forma) Movimentos de câmera Construir a sucessão das ações de uma história no tempo, com a finalidade de fazer relato Actantes (figura actorial) Processos Sequências Signos icônicos (formas de visualização) Movimentos de câmera Transição de tomadas Escala de planos Ângulos de filmagem Montagem Parâmetros de roteiro
  • 53. hhh • Lochard e Soulages (1991) explicam que o enunciado televisual fixa pontos de vistas múltiplos e variados, mas logicamente agenciados, atualizando ou não a figura do destinatário visual. a) Ponto de vistas organizadores (jogos escópicos)
  • 54. hhh • Os pontos de vistas podem ser:  atribuíveis :  ao parceiro da comunicação televisual, solicitado e designado como tal pelo endereçamento do olhar de um ator midiático à câmera;  a um protagonista identificado;  a um protagonista não ainda identificado, mas identificável;  a um protagonista não identificado.  não-atribuíveis :  correspondendo a essas imagens compósitas, na qual a heterogeneidade de sua composição anula a impressão de realidade gerada pela composição monocular assimilada a um ponto de vista humano.
  • 55. hhh Tipologia do ponto de vista organizadores Ponto de vista direcionado (endereçamento visual) um ator midiático interpela explicitamente o destinatário visual, instala neste último um estatuto de ‘parceiro’, sublinhando o projeto comunicacional que ele é o suporte. Logo, há um endereçamento do olhar do ator midiático ao sujeito-telespectador. Ponto de vista não- direcionado na qual o ator midiático não interpela o destinatário televisual, colocando esse último em uma posição de observador-testemunha O ponto de vista personalizado o sujeito-observador é levado a assumir a visão de um protagonista inscrito dentro da dinâmica interacional do debate. Ele pode ser: Explícito: na imagem aparece o lugar do protagonista-suporte do olhar (apresentado, inicialmente, de costas ou ¾ de costas); Implícito: o protagonista-suporte do olhar, bem como seu traço de afeição, são apagados da encenação visual O ponto de vista anônimo Aparenta-se, por suas coordenadas espaciai,s ao ponto de vista personalizado na medida em que ele poderia ser atribuído a um protagonista da cena televisiva. A diferença nesta última é que o protagonista não pode ser identificado. O ponto de vista “surreal” corresponde aos pontos de vistas atípicos (plongées ou contre-plongées acentuados) que proíbem qualquer atribuição aos sujeitos integrados na cena televisiva.) O ponto de vista “irreal” O qualificativo que foi usado aqui traduz o efeito de ‘desrealizador’ induzido por essas imagens compósitas e plurifocalizadas, incluindo vários planos no quadro, fragmentando-o. FONTE: Corrêa-Rosado, 2010.
  • 56. hhh Água Viva (telenovela) – Rede Globo, 1980.
  • 57. hhh Senhora dos absurdos (Esquete) – 220 Volts, Multishow.
  • 58. hhh O Astro (telenovela) – Rede Globo (2011).
  • 59. hhh • Devemos delimitar e constituir o corpus de maneira clara e precisa. • Ao delimitar, devemos definir critérios que permitam constituir o corpus e, consequentemente, analisa-lo • O corpus pode ser constituído de maneiras variadas: podemos analisar exibições de um determinado programa televisivo (telejornal, por exemplo) durante um certo período; podemos analisar a constituição de um gênero televisivo ao longo do tempo, etc. a) Etapa de constituição do corpus
  • 60. hhh • Ao trabalhar com um material audiovisual, é necessário (porém nem sempre) transcrever esse material, de forma a viabilizar nossa análise. • A transição deve seguir as seguintes orientações:  reprodução do estrato verbal, isto é, dos enunciados orais ou escritos que se apresentam no interior do texto audiovisual.  congelamento e reprodução das imagens quadro a quadro, a partir de processos digitais e composição dos videogramas. b) Etapa de transcrição
  • 62. hhh • Com o corpus constituído e transcrito, procedemos à descrição das formas semiológicas, considerando os objetivos traçados e o ponto de vista que adotamos no trabalho. • Decomposição do corpus nos modos de organização do discurso → na Semiolinguística, os M.O.Ds. correspondem não somente aos princípios de organização da matéria linguageira, mas também a uma metodologia de descrição e análise. • Antes da decomposição e da análise, devemos proceder à descrição e à configuração do contrato comunicacional da situação de comunicação (gênero) que estamos analisando. c) Etapa de descrição
  • 63. hhh • Cruzamos os dados situacionais (advindos da descrição do contrato comunicacional) com os dados discursivos e linguageiros (descrição das formas linguageiras e decomposição dos modos de organização do discurso). • Interpretamos segundo um ponto de vista interdisciplinar, considerando os dados arrolados (sempre segundo os objetivos e perguntas de pesquisa) com conceitos e contribuições advindas de outros campos, tais como a História, a Antropologia, a Psicanálise, a Comunicação, a Psicologia Social, a Filosofia, entre outros. d) Etapa de interpretação
  • 64. hhh • AUMONT, Jacques. A imagem. Trad. Estela dos Santos Abreu e Cláudio C. Santoro. 16. ed. Campinas/SP: Papirus, 2011. • AUMONT, Jacques; MARIE, Michel. Dicionário teórico e crítico de cinema. Trad. Eloisa Araújo Ribeiro. 5. ed. Campinas/SP: Papirus, 2010. • BENVENISTE, Émile. O aparelho formal da enunciação. In._____. Problemas de linguística geral II. Campinas/SP: Pontes, 1989. • CARDOSO, João Batista Freitas. A semiótica do cenário televisivo. São Paulo: Annablume, 2008. • CHARAUDEAU, Patrick. Langage et discourse – éléments de sémiolinguistique (théorie et pratique). Paris: Hachette, 1983. • CHARAUDEAU, Patrick. Une analyse sémiolinguistique du discours. Langages, v. 29, n. 117, p. 96-111. Paris, 1995. • CHARAUDEAU, Patrick. Grammaire du sens et de l’expression. Paris: Hachette, 1992. • CORRÊA-ROSADO. Sorrir ou chorar? A patemização na telenovela brasileira, um estudo de O Astro. 260f. Dissertação (Mestrado em Letras). Departamento de Letras/UFV, Viçosa, 2013. • COMPARATO, Doc. Roteiro: arte e técnica de escrever para cinema e televisão. 5. ed. Rio de Janeiro: Nórdica Editorial, 1983.
  • 65. hhh • COSTA, Francisco Araujo da. O figurino como elemento essencial da narrativa. Sessões do Imaginário, v. 2, n. 8, p. 38-41. Porto Alegre/RS, 2002. • DONDIS, Donis. A. Sintaxe da linguagem visual. Trad. Jefferson Luiz Camargo. 3. ed. São Paulo: Martins Fontes, 2007. • FIELD, Syd. Manual de roteiro: os fundamentos do texto cinematográfico. Trad. Álvaro Ramos. 14. ed. Rio de Janeiro: Editora Objetiva, 2001. • GOLIOT-LÉTÉ, Anne et al. Dicionário da imagem. Lisboa: Edições 70, 2011. • GUIMARÃES, Luciano. A cor como informação: construção biofísica, linguística e cultural da simbologia das cores. 3. ed. São Paulo: Annablume, 2004. • JOLY, Martine. L’image et les signes. Paris: Nathan, 1994. • LOCHARD, Guy; SOULAGES, Jean-Claude. Faire voir la parole. In. CHARAUDEAU, P. La télévision, les débats culturels « Apostrophes ». Paris: Didier, 1991. p. 141-167. • LOCHARD, Guy; SOULAGES, Jean-Claude. La ritualisation visuelle de “Ciel mon mardi!”. In. CHARAUDEAU, P. L’etude d’um genre televisuel: le “talk show” – Rapport scientifique des equipes du CAD. Paris : Université de Paris XIII, 1993. • MELO Mônica Santos de Souza. Estratégias discursivas em publicidades de televisão. 2003. 302f. Tese (Doutorado em Estudos Linguísticos). FALE - UFMG, Belo Horizonte, 2003. • METZ, Christian. Significação no cinema. São Paulo: Perspectiva, 1972. • SOULAGES, Jean-Claude. Les mises en scène visuelles de l’information: étude comparée France, Espagne, États-Unis. Paris: Nathan, 1999.
  • 66. hhh • STASHEFF, Edward et al. O programa de televisão: sua direção e produção. Tradução de Luiz Antonio Simões de Carvalho. São Paulo/SP: EDU: Ed. da Universidade de São Paulo, 1978. • ZETTL, Herbert. Manual de produção de televisão. Trad. All Tasks. 10. ed. São Paulo: Cengage Learning, 2010.