O documento discute os conceitos de guerra justa, pacifismo e realismo. A guerra justa argumenta que a guerra pode ser justificada moralmente em algumas circunstâncias, enquanto o pacifismo acredita que a guerra nunca é justificada. O realismo vê a política internacional como anárquica e os estados agindo em seus próprios interesses.
2. A análise filosófica da guerra
examina a guerra do ponto de
vista moral perguntando se pode
haver justificação moral para a
guerra. Não pergunta pelas
causas da guerra mas se há
justificação moral para travar
alguma, como deve ser
conduzida uma vez declarada e Karl von Clausewitz um dos
como agir uma vez terminada. mais influentes pensadores
da área, retratado por Karl
Wilhelm Wach.
3. Uma definição dada por Karl Von Clausewitz diz que a guerra é “ a continuação
da política por outros meios”.Esta definição, apesar de correcta, é vaga e
incompleta pois quem só tiver esta informação não tem qualquer ideia que a
guerra pode ser, por exemplo, um conflito armado. No entanto nem todos os
conflitos armados são guerras, pequenos conflitos entre fronteiras, motins e
outras formas de violência colectiva não têm a importância ou a dimensão de
uma guerra.
Curiosidade: A guerra dos 100 anos durou exactamente 116 anos
4. Há vários tipos de guerra, como a
guerra civil, um conflito armado
entre facções, partidos ou grupos de
um mesmo povo, ou ainda a que
ocorre entre povos ou etnias
habitantes de um mesmo país.
Guerra económica e guerra
psicológica designam também
conflitos agudos com acções
igualmente violentas mas sem o uso
de armas. A guerra pode ter motivos
religiosos, étnicos, ideológicos,
económicos ou territoriais.
Curiosidade: Em 1969, eclodiu uma guerra entre El Salvador e Honduras durante um
jogo eliminatório para Copa do Mundo de Futebol (a guerra do futebol)
5. Algumas pessoas acreditam
que a guerra faz parte da
biologia humana, da sua
necessidade de controlo
territorial e natureza
agressiva e há quem acredite
que a causa da guerra é a
perca da racionalidade por
parte do Homem.
Frase:"O homem tem que estabelecer um final para a guerra, senão, a guerra
estabelecerá um final para a humanidade." (John F. Kennedy)
6. Devido ao seu carácter violento e
aos enormes efeitos na vida das
pessoas e das sociedades, a
guerra é uma fonte óbvia de
questões de natureza moral. A
mais importante dessas questões
é a de saber se a guerra pode em
alguma circunstância ser
justificada ou se, pelo contrário, é
sempre errada…
Frase: A uma guerra justa preferimos uma paz injusta. ( Samuel Butler )
7. Três teorias sobre a
moralidade da guerra:
O Realismo
O Pacifismo
A Teoria da Guerra Justa
Frase: Mais vale uma paz relativa que uma guerra ganha. ( Maria Thereza -Imperatriz
da Áustria )
8. Realismo
É uma teoria popular entre os
cientistas políticos, que consideram
a politica internacional como uma
anarquia, sem quaisquer regras
morais, tendo os estados a regra “o
mais forte á liberdade”, sobrepondo
o interesse do estado a todos os
outros.
Curiosidade: No século XX, os conflitos armados provocaram, directa ou
indirectamente, a morte de 191 milhões de pessoas, mais de metade dos quais
eram civis.
9. Como a guerra é apenas a
continuação da política por
outros meios, os realistas
aplicam à guerra as suas
ideias sobre a política
internacional. A guerra só
deve ser travada se servir os
interesses do estado e, uma
vez em guerra, o estado deve
fazer tudo ao seu alcance
para a ganhar.
Frase: "A diferença entre um anticristo genocída e um herói de guerra é apenas e tão
somente quem venceu a guerra."(Marcelo Eiras)
10. Pacifismo
O pacifismo, ao contrário do realismo,
não separa a ética da guerra. Os
pacifistas consideram em geral que a
guerra está dentro da esfera da moral.
O problema está em que, do ponto de
vista dos pacifistas, nenhuma guerra
pode ser moralmente justificada. Seja
por razões de princípio seja devido às
consequências que dela resultam, a
guerra é sempre errada.
Frase: Vivemos num mundo onde nos escondemos para fazer amor! Enquanto a
violência é praticada em plena luz do dia. John Lennon
11. O pacifismo moderno é de dois
tipos, consequencialista e
deontologista . O pacifismo
consequencialista baseia-se
normalmente na alegação que os
benefícios da guerra nunca superam
os seus malefícios, ao passo que o
pacifismo deontologista parte da
ideia que a guerra é intrinsecamente
errada porque viola deveres
absolutos como o de não matar
seres humanos.
Frase: A coragem alimenta as guerras, mas é o medo que as faz nascer. ( Émile-
Auguste Chartier )
12. A Teoria da Guerra Justa
Muitos dos primeiros cristãos,
pensavam que a mensagem de
Cristo proibia completamente a
guerra e eram fortemente
pacifistas, opondo-se a todo o
uso da violência, mesmo para
fins exclusivamente defensivos.
Esta posição, no entanto, impedia
a defesa do mundo cristão dos
ataques dos seus inimigos e
acabou por levar ao
desenvolvimento teoria da
guerra justa.
Frase: "Fé é pisar no primeiro degrau, mesmo que você não veja a escada inteira."
Martin Luther King Jr.
13. Ao contrário do que
pensam os realistas, os
defensores da teoria da
guerra justa acreditam
que há moralidade na
guerra, e
contrariamente ao que
acreditam os pacifistas,
por vezes pode ser
justificada.
Frase: Enquanto a cor da pele for mais importante que
o brilho dos olhos, haverá guerra.
Bob Marley
14. É costume distinguir entre
os princípios que visam
determinar quando é
legítimo recorrer à guerra
(jus ad bellum) e os
princípios que procuram
estabelecer como conduzir
a guerra (jus in bello).
Recentemente, alguns
pensadores acrescentaram
uma terceira categoria,
relativa ao que se deve
fazer uma vez a guerra
terminada (jus post bellum).
15. jus ad bellum - Em que condições é
justo declarar uma guerra
As regras do jus ad bellum são dirigidas
principalmente aos governantes, uma vez
que são eles que dentro dos estados têm o
poder de declarar a guerra. As regras são:
1. Causa justa
2. Recta Intenção
3.Autoridade apropriada e declaração
pública.
4. Último recurso
5. Probabilidade de sucesso
6. Proporcionalidade.
Frase: Olho por olho, e o mundo acabará cego .Mahatma Gandhi
16. jus in bello – Em que condições uma vez
declarada é justa a conduta dos militares
O jus in bello respeita à justiça na guerra, àquilo
que é permitido fazer na guerra. A
responsabilidade pelo cumprimento das regras do
jus in bello é dos militares. As regras do jus in
bello são as seguintes:
1. Obedecer a todas as leis internacionais sobre
armas
2. Discriminação e imunidade dos não Frase :Aquele que não
combatentes é capaz de se
3. Proporcionalidade governar a si mesmo
não será capaz de
4. Prisão benévola para os prisioneiros de guerra governar os outros.
Mahatma Gandhi
5. Não se pode utilizar meios que são maus em si
mesmos.
6. As represálias são proibidas
17. jus post bellum – em que
consiste um tratamento justo
dos vencidos.
O jus post bellum refere-se à justiça
durante a fase final da guerra, quando
esta está já decidida e as operações
bélicas propriamente ditas estão a
terminar ou já terminaram.
Basicamente, trata-se de saber o que
fazer uma vez ganha a guerra .As
ideias propostas são:
1. Castigo
2. Compensação
3. Reabilitação Frase: “Não há nada que a guerra tenha
conquistado, que não teríamos feito melhor
sem ela” – Havelock Ellis
18. Ideia kantiana da Paz
Perpétua
Kant vislumbrava um mundo
sem guerra, o império do
direito cosmopolita, onde as
grandes potências não
investiriam em armamentos
bélicos. Na perspectiva
kantiana é possível a chamada
“paz perpétua”, desde que haja
empenho dos Estados.
Frase: “A violência é o primeiro refúgio dos incompetentes” – Isac Asimov
19. Curiosidade: A guerra mais rápida da história durou 37 minutos. Uma
esquadra inglesa decidiu ancorar no porto de Zanzibar, na África, em
1896, para assistir a uma partida de críquete. O sultão de Zanzibar
não gostou e mandou o seu único navio atacar os ingleses. Quando o
navio abriu fogo, os ingleses afundaram-no rapidamente e ainda
destruíram o palácio do sultão, matando quinhentos soldados.
Zanzibar rendeu-se imediatamente e o sultão fugiu para a Alemanha.