1. FILOSOFIA 11.º ano
FFILOSOFIA 11.º anoILOSOFIA 11.º ano
Luís Rodrigues
Verdades indubitáveis que se
deduzem da primeira verdade
2. ANÁLISE COMPARATIVA DE DUAS
TEORIAS DO CONHECIMENTO
O RACIONALISMO DE DESCARTES
FILOSOFIA 11.º ano
Verdades indubitáveis que se deduzem da primeira verdade
3. VERDADES INDUBITÁVEIS QUE SE
DEDUZEM DA PRIMEIRA VERDADE
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Verdades indubitáveis que se deduzem da primeira verdade
4. A distinção entre alma e corpo
Não posso duvidar de que existo. Descobri que existo no ato de pensar
porque duvidar é uma forma de pensar.
Mas será que dizer «Penso, logo, existo» é igual a dizer que é suficiente
pensar para existir?
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Verdades indubitáveis que se deduzem da primeira verdade
5. «Examinando o que somos, nós, que pensamos agora estamos
persuadidos de que fora do pensamento não há nada que seja ou
exista verdadeiramente, e concebemos claramente que, para ser,
não temos necessidade de extensão, de figura, de estar em qualquer
lugar, nem de outra coisa que se possa atribuir ao corpo, e que
existimos apenas porque pensamos.»
René Descartes, Princípios da Filosofia, Lisboa, Edições 70, p. 29
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A distinção entre alma e corpo
6. É impossível duvidar da nossa existência enquanto pensamento,
embora seja possível duvidar da existência do nosso corpo.
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A distinção entre alma e corpo
7. Não sabendo se existem realmente corpos nem se tenho um, sei,
contudo, que existo enquanto penso, existo como substância
pensante. Portanto, a existência da alma ou do pensamento é
totalmente independente do corpo.
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A distinção entre alma e corpo
8. Para dizer «Eu penso, logo, existo», Descartes não teve
necessidade de falar da existência do corpo. Podemos conhecer a
alma (a substância pensante) sem que para afirmar a sua existência
seja necessário que o corpo, a substância corpórea, exista.
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A distinção entre alma e corpo
9. Todas as coisas sensíveis – incluindo o meu corpo – podem não
passar de realidades que só existem em sonho. Mas existo, e disso
não posso duvidar. Se não preciso do corpo para existir, então a alma
– o que eu sou – é distinta do corpo e mais fácil de conhecer do que
este.
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A distinção entre alma e corpo
10. A existência de Deus como ser perfeito
Ponto de partida da prova – A descoberta da ideia de perfeito
Se duvido e nada conheço a não ser que existo e sou um ser
pensante, então sou imperfeito. Mas de onde veio esta ideia?
Comparei as minhas qualidades com as que caraterizam um ser
perfeito. Logo, sem a ideia de um ser perfeito – do que é ser perfeito
–, não saberia que sou imperfeito.
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11. O problema
• Qual a causa ou o autor da ideia de perfeito?
• A questão não é saber se essa ideia existe, mas saber qual a razão de
ser ou causa da sua existência no sujeito pensante.
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A existência de Deus como ser perfeito
12. DUAS HIPÓTESES DE RESOLUÇÃO DO PROBLEMA
A causa da existência da ideia de perfeito
ou
é o sujeito pensante
ou
uma realidade diferente dele.
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A existência de Deus como ser perfeito
13. FORMULACÃO DO PRINCÍPIO DE CAUSALIDADE PARA DECIDIR QUAL
DESTAS HIPÓTESES É VERDADEIRA
Em termos gerais, o princípio de causalidade diz que tudo tem
uma causa. Em termos mais específicos, este princípio diz que no
efeito não pode haver mais realidade do que na causa, ou seja, a
causa não pode ser inferior ao efeito.
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A existência de Deus como ser perfeito
14. O SUJEITO PENSANTE NÃO PODE SER A CAUSA DA IDEIA DE PERFEITO.
Se o sujeito pensante fosse a causa da ideia de ser perfeito (a ideia
de Deus), teria de ser causa dos predicados que constituem a ideia de
Deus. Como os predicados do ser perfeito (predicados como
omnipotência, omnisciência, etc.) são perfeições, o sujeito pensante
teria de ser perfeito para ser o seu autor. Ora, isso não acontece.
Logo, sujeito pensante não pode ser a causa da ideia de perfeito.
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A existência de Deus como ser perfeito
15. DEUS, O SER PERFEITO, É A CAUSA NECESSÁRIA DA IDEIA DE PERFEITO.
O sujeito tem de reconhecer que a causa da ideia de perfeito só
pode ser uma realidade perfeita. Esse ser perfeito é Deus. Só assim se
evita que haja mais realidade no efeito do que na causa.
Se a ideia de um ser perfeito existe, necessariamente existe o ser
perfeito que a «pôs» no sujeito pensante. Deus existe como causa da
ideia de perfeito.
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A existência de Deus como ser perfeito
16. Os objetivos da prova
1. Afastar a desconfiança no funcionamento correto do nosso
entendimento.
Provado que Deus – por ser perfeito – não pode enganar, podemos
confiar nas operações do nosso entendimento/razão.
O critério da evidência é fundamentado de modo que aquilo que
considero claro e distinto – evidente – é claro e distinto,
absolutamente indubitável.
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17. Os objetivos da prova
2. Superar, em parte, o solipsismo.
O termo solipsismo designa a possibilidade de, para além do Cogito e
dos seus pensamentos, nada mais existir.
Deus é o ser cuja existência que não depende do sujeito pensante.
Logo, este não está sozinho.
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18. 3. Mostrar que Deus é o fundamento metafísico das crenças
verdadeiras e que sem ele não há verdade objetiva.
Garante-as absolutamente, porque garante que as evidências atuais
são realmente indubitáveis, como também que o serão sempre. O
conhecimento torna-se assim um conjunto de verdades objetivas,
independentes do sujeito pensante.
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Os objetivos da prova