SlideShare ist ein Scribd-Unternehmen logo
1 von 19
Downloaden Sie, um offline zu lesen
GERAÇÃO 2020 
O futuro de Portugal aos olhos dos universitários 
Lisboa, Setembro 2014 
BARCELONA BOGOTÁ BUENOS AIRES LIMA LISBOA MADRID MÉXICO PANAMÁ QUITO RIO J SÃO PAULO SANTIAGO STO DOMINGO
3 
ÍNDICE 
4 
5 
6 
8 
11 
16 
17 
Introdução 
Estamos a aprender uma nova linguagem 
Realistas, cultos, desencantados e autoconfiantes 
Resultados do Inquérito Geração 2020 
Cultura 2020 
Autores 
Imago - LLORENTE & CUENCA
4 
As percepções e expectativas 
que recolhemos neste estudo 
sinalizam vontades e são estas 
vontades que movimentam 
as sociedades 
O que é que as expectativas dos jovens sobre Portugal nos 
dizem sobre a reputação do país? 
E de que modo as suas percepções se enquadram num novo 
paradigma de cultura, já não apenas centrado numa herança 
e no passado, mas orientado dinamicamente para o presente 
e para o futuro? 
Que leitura deverão fazer as instituições sobre estas expecta-tivas, 
de forma a construírem e participarem num diálogo com 
uma linguagem comum? 
•• ‘Geração 2020’ é uma sugestão para reflectirmos sobre 
Portugal a partir das expectativas da sua geração de jo-vens 
adultos. Lançámos um conjunto de perguntas ao qual 
responderam mais de um milhar de jovens entre os 18 e os 
30 anos, na sua grande maioria estudantes universitários. 
O valor que atribuímos a estas informações não é o de um 
estudo sociológico ou demográfico. Como consultores de 
comunicação, interessam-nos sobretudo as percepções 
que diversos grupos de pessoas exprimem e partilham so-bre 
a realidade e sobre as formas organizadas como essa 
realidade se estrutura e desenvolve no quotidiano – seja 
através das empresas e dos seus líderes, outras organiza-ções 
ou países. E sobretudo o que esperam destas insti-tuições. 
•• As respostas que recolhemos foram analisadas por Peter 
Hanenberg, Diretor do Centro de Estudos de Comunicação 
e Cultura da Universidade Católica Portuguesa, que nos dá 
uma leitura destes dados à luz de uma renovada noção de 
cultura para o século XXI, como forma de orientação, ex-pressão 
e pertença de pessoas com interesses comuns. 
•• A LLORENTE & CUENCA agradece ainda o contributo da 
Dra. Patrícia Dias, investigadora e docente da Faculdade 
de Ciências Humanas da Universidade Católica Portugue-sa, 
pela preciosa ajuda na organização metodológica des-te 
estudo. 
Introdução
5 
As percepções e opiniões que os indivíduos exprimem sobre o seu 
país são a linguagem elementar com que se constrói a reputação 
desse país. 
Vários acontecimentos – mesmo se considerarmos apenas o último 
ano - fazem com que o momento que vivemos em Portugal tenha 
um significado especial e, como tal, tenham também uma importân-cia 
especial as percepções dos seus cidadãos. Uma crise que está 
provocar profundas mudanças de vida e expectativas, o fim de um 
período de assistência financeira, eleições europeias que registaram 
em Portugal a maior abstenção de sempre, o espectáculo da degra-dação 
de um dos maiores bancos de referência, as dúvidas cada vez 
mais densas sobre a reputação do sistema financeiro e da sua regu-lação, 
que por sua vez expões cada vez mais claramente uma crise 
de lideranças políticas e empresariais – são factos que constroem 
um momento fértil para o movimento de opiniões, controvérsias e 
expectativas, independentemente da dimensão que a história atri-buir 
a este momento concreto. A verdade é que é o nosso momento. 
Quando as gerações futuras estudarem a história do início do sécu-lo 
XXI, esta crise surgirá como expressão de uma forma ‘ocidental’ 
de viver o capitalismo e como o corolário natural de movimentos 
de desregulação do próprio sistema nas últimas décadas do século 
XX. Entretanto, outras crises de maiores dimensões e alcance – re-cursos 
hídricos e energéticos, alimentares ou demográficas - terão 
ocupado as décadas, sobrepondo-se a esta. A história sempre diluiu 
cruelmente as crises sociais – ou no tempo ou substituindo-as por 
crises maiores. 
Mas para nós, que a habitamos, esta crise não é apenas um percalço, 
mas o sinal de que quase tudo o que conhecemos será rapidamente 
de outra maneira. E o que dá enorme dramatismo a esta crise é pre-cisamente 
o curto período de tempo que ocupa; isto é, sabemos que 
é um sinal de mudança e que as causas e as consequências desta 
mudança estão inscritas no ciclo de vida de uma única geração. Para 
os indivíduos em geral é causa de alarme e preocupação, para os 
líderes de organizações – governos, estruturas sociais, empresas – é 
uma responsabilidade para que só alguns estão preparados. E para 
todos é o choque de ter de pensar no dia de amanhã com uma niti-dez 
e urgência como nunca nos tinham ensinado. 
A expectativa é a única parte do futuro que conseguimos viver real-mente 
no tempo presente - a única substância que temos hoje dos 
tempos que estão para vir. 
Por isso, quando procurámos percepções sobre o país, procurámos 
aquelas que dizem respeito às expectativas, sabendo naturalmente 
que o tempo presente e as suas circunstâncias são parte importante 
dessa expectativa, exactamente aquela parte que lhe permite respi-rar 
aquilo a que chamamos ‘realidade’. Começámos, portanto, por 
escutar as percepções sobre este momento, interpretando essas 
percepções como a temperatura do país e da sua reputação. 
A GERAÇÃO 2020 
Na verdade, a ‘Geração 2020’ não existe. O que existe, e por isso 
usamos esta designação, é uma quantidade de pessoas que tem ex- 
Estamos a aprender uma nova linguagem 
Filipe Nogueira 
pectativas. Por definição, quanto mais jovem for um indivíduo mais 
espaço tem disponível para formar e explanar no tempo as suas ex-pectativas. 
E por isso dirigimo-nos aos jovens e colocámos algumas 
questões sobre a forma como vêem Portugal em 2020, que tipo de 
país será o nosso nesse princípio de década, em que acreditam para 
que seja um local melhor para viverem. 
Sabemos que estes jovens – que constituem o universo do inquérito 
que realizámos - não é representativo de todos os jovens do país e 
muito menos da totalidade da sua população. E também não é por 
terem mais espaço de futuro que a sua expectativa vale mais do que 
a de outros segmentos mais velhos da população. Mas quisemos 
recolher opiniões de quem tem a maior parte da sua vida ainda em 
aberto e foi isso que fizemos. 
E PARA QUE SERVEM ESTES DADOS? 
As percepções e expectativas que recolhemos sinalizam vontades 
e são estas vontades que movimentam as sociedades. Sinalizam 
uma vontade de diálogo e actuação ao qual as organizações têm de 
corresponder; e movimentam sociedades porque se organizam em 
processos activos de partilha e construção de opinião e influência. 
Empresas e outras organizações, desde logo os próprios países, não 
podem mais ignorar estes movimentos de opinião, como se fossem 
acções marginais. Nesse caso, o que acontecerá é que são estas 
organizações que ficarão marginalizadas e fora da rota dos gran-des 
movimentos de opinião e conversação. É em contacto directo 
com estes movimentos que os interesses particulares e legítimos de 
empresas e organizações devem encontrar o seu espaço de cresci-mento. 
Vivemos no mesmo mundo e, como tal, devemos aceitar as regras 
de uma conversação global, aprendendo e utilizando a mesma lin-guagem. 
DADOS TÉCNICOS 
•• Para ‘Geração 2020’ foram recolhidas as respostas de 1100 
indivíduos com idade compreendidas entre os 18 e os 30 
anos; 
•• Na sua grande maioria, são estudantes universitários de es-tabelecimentos 
de ensino públicos e privados de diversos 
pontos do país; no entanto, a ser estudante universitário 
não foi condição para responder às questões; 
•• Nas questões com mais de duas opções de resposta, foi 
pedido que se respondesse com mais de uma opção; 
•• As respostas foram recolhidas e analisadas entre Maio e 
Junho de 2014.
6 
Realistas, cultos, desencantados 
e autoconfiantes 
‘O meu futuro depende sobretudo de mim próprio; sou culto 
e informado; não tenho ilusões; não me tentem enganar como 
fizeram com os meus pais.’ Esta podia ser uma das descrições 
dos indivíduos que responderam ao inquérito ‘Geração 2020’. 
Esta é uma das leituras possíveis e que deveremos levar em 
consideração quando pretendemos avaliar as percepções que 
os cerca de 1100 jovens que inquirimos têm a respeito de si 
próprios e de Portugal em geral, quando olham para o futuro. 
De facto, quando lidos em conjunto, alguns destes indicado-res 
– a valorização individual (inclusivamente face à geração 
anterior), a aposta no conhecimento e educação, a descrença 
nos políticos - sugere um perfil realista, culto, desencantado e 
autoconfiante. 
Lemos os dados quantitativos das respostas e quase que os 
ouvimos dizer ‘não espero mais dos outros do que de mim 
mesmo’. E entre os ‘outros’, estão por exemplo os ‘políticos’, 
de quem tradicionalmente se espera algo que valorize a vida 
comum. A valorização negativa dos ‘políticos’ não deve ser 
entendida como um cliché de revolta. Em conjunto com a con-fiança 
muito elevada em itens como ‘tu próprio’, ‘família’ e 
‘universidades’, revela uma elevada valorização do indivíduo. 
É também esta a raiz da autoconfiança que transparece em 
quase todas as respostas. 
Proporcional ao ‘realismo’, há um claro desencanto na atitu-de 
destas pessoas. Mas ‘desencanto’ não é uma atitude ne-cessariamente 
negativa. Pode ser apenas um sinal de extremo 
realismo. O desencanto tem em Portugal um significado con-juntural 
específico. Houve, de facto, uma geração ‘encantada’ 
– a geração anterior à destes jovens, que já tinha consciência 
social há 40 anos, após a revolução de 1974 e que embarcou 
depois na alucinação económica dos anos 80. E estes jovens 
dizem-nos claramente que não pertencem a essa geração. 
Existe aqui um alerta para quem se preocupa com o diálogo 
com estas pessoas, porque quando passa a ser um modo de 
vida, o desencanto transforma-se em cinismo. E o cinismo gera 
dogmas, obstinações e limitações que impedem o diálogo so-cial 
franco e construtivo. 
Na última questão, a forma como escolheram as expressões 
faz-nos crer que, em vez de se dividirem entre ‘totalmente op-timistas’ 
e ‘totalmente pessimistas’, terão escolhido, cada um, 
expressões positivas e negativas, o que revela não uma indeci-são 
mas, mais uma vez, um elevado sentido de realismo. 
Sendo maioritariamente dirigido a jovens universitários, este 
inquérito não pode pretender representar todo o tecido social. 
Mas já é provável que represente as lideranças futuras desse 
tecido. E por isso é essencial conhecermos como se exprimem 
todas estas pessoas, pois a liderança exerce-se cada vez me-nos 
a partir do púlpito ou da cátedra e cada vez mais através 
da partilha de opiniões em rede.
7 
Os jovens revelam 
grande confiança em 
si próprios para fazer 
de Portugal um país 
melhor (63,7%). 
Mas são as universidades 
(81,4%) que recolhem 
a maior preferência como 
instituições com maior poder 
transformador. No fundo 
da tabela estão a justiça, os 
partidos políticos e a Igreja 
Resultados do Inquérito 
Geração 2020 
Em que instituições acreditas mais para fazer 
de Portugal um país melhor em 2020? 
Quase dois terços 
dos jovens pensam que, 
em 2020, Portugal vai ser 
um país melhor para viver, 
quando comparado com 2014 
Em 2020, Portugal vai ser um lugar melhor para viver 
do que em 2014?
8 
Quais as instituições que mais têm de mudar 
para fazer de Portugal um país melhor em 2020? 
Em 2020, Portugal estará mais próximo 
ou distante da Europa? 
Os partidos políticos 
e a justiça são claramente 
as instituições que mais têm 
de mudar. Esta resposta revela 
ainda uma chamada de atenção 
à Europa – metade dos jovens 
considera que a Europa que temos 
não favorece Portugal 
Apesar das reservas 
reveladas antes, cerca de dois 
terços dos indivíduos considera 
que iremos estar mais 
próximo da Europa
9 
A educação e a 
economia – cada uma com 
mais do dobro das outras – 
são as áreas consideradas 
decisivas para traçar 
o futuro do país 
Quais as áreas mais decisivas para o futuro 
de Portugal? 
Achas que a tua geração é mais competente para 
resolver os problemas do país do que a geração 
dos teus pais? 
Autoconfiança ou crítica 
à geração anterior? A geração 
que respondeu a estas questões 
considera-se mais apta (59,8%) 
para resolver os problemas 
do país do que a geração 
dos seus pais (40,2%) 
Em 2020, estarás a viver em Portugal 
ou noutro país? 
Esta é a resposta mais bem 
dividida: quase metade dos jovens 
pensa estar a viver noutro país 
em 2020. Pouco mais de metade 
estará a viver em Portugal
10 
Que expressões mais associas a Portugal em 2020? 
De um leque de 19 expressões 
– positivas e negativas – que os 
jovens mais associam a Portugal 
em 2020, há dois grupos que 
sobressaem: as duas expressões 
em destaque (as únicas com 
mais de 50%) são a Emigração 
e a Esperança; no grupo das 
expressões com mais de 30% 
encontramos Desemprego, 
Pobreza, Solidariedade, 
Revolução, Cultura e Juventude
11 
Quando se fala de cultura, pensa-se muitas vezes em tradições 
e costumes, relacionando-se a cultura mais à história do que 
às questões do futuro e do desenvolvimento. Neste sentido, o 
conceito de cultura parece um conceito virado para o passado. 
Acontece que é exactamente este conceito que o sociólogo 
francês Alain Touraine identificou como o paradigma para o 
século XXI. Em épocas anteriores seguiram-se outros paradig-mas 
como a religião ou a política. Mas no século XXI é a cultura 
que define os caminhos a trilhar. Não é a luta na defesa de 
uma determinada fé e também não é o conflito à volta de uma 
ideologia política que marcam a agenda, mas são as diferenças 
e os direitos culturais. 
Para perceber em que sentido Touraine fala do paradigma da 
cultura, é preciso reconhecer que a cultura numa sociedade 
global não deve ser necessariamente entendida como uma cul-tura 
nacional. Hoje não é em primeiro lugar ou exclusivamente 
o conceito de nação que dá origem a determinadas culturas. 
Um leque amplo e alargado de formações e agrupamentos re-clamam 
por si representar uma cultura específica, sejam eles 
espaços regionais, ou mesmo ao nível do bairro, sejam gru-pos 
sociais com determinadas orientações ou interesses. “Be 
yourself” é o lema de uma sociedade global. O paradigma da 
cultura oferece exactamente isso: a vivência de um interesse 
comum, a experiência de grupo e a orientação do indivíduo no 
seio dos outros. Cultura é, portanto, a forma que os indivíduos 
encontram para se orientarem e exprimirem e para garantir 
a pertença a um grupo que lhes permite viver um interesse 
comum, seja ele nacional, regional ou local, seja profissional, 
geracional (a cultura dos jovens), de género, de uma deter-minada 
tecnologia (a cultura digital), de uma classe ou de 
qualquer outra forma em que indivíduos se associam para a 
vivência de objectivos partilhados. O mesmo indivíduo pode, 
neste sentido, pertencer a várias culturas ao mesmo tempo - e 
é difícil imaginar um indivíduo que não o faça. Como também 
é difícil imaginar um indivíduo que não pertença à cultura ne-nhuma: 
o ser humano precisa e depende da(s) cultura(s) em 
que se insere. Todos nós aprendemos a(s) nossa(s) cultura(s), 
todos vivemo-la(s) e todos transmitimo-la(s). Sem a pertença 
cultural uma vida humana não é possível. 
Entendendo a cultura desta maneira, é óbvio que deixa de ser 
um conceito virado para o passado mas que ganha um signifi-cado 
dinamizador para o presente e o futuro. Numa sociedade 
cada vez mais aberta ao mundo e inserida em processos glo-bais 
com impacto directo nas experiências locais, o reconhe-cimento 
do paradigma de cultura revela-se essencial a vários 
níveis. 
É preciso reconhecer a existência de múltiplas formas de cul-tura, 
uma existência associada a práticas e costumes que jus- 
Cultura 2020 
Peter Hanenberg, Diretor do Centro de Estudos de Comuni-cação 
e Cultura da Universidade Católica Portuguesa
12 
tificam a sua defesa. Este reconhecimento inclui o reconheci-mento 
da diversidade de culturas, o reconhecimento da sua 
existência e dos seus direitos. Mas ao mesmo tempo permite 
perceber como o desafio nas relações entre as culturas abre o 
espaço para novas formações, novas práticas e toda uma dinâ-mica 
social. Gerir esta dinâmica é o grande desafio das socie-dades 
no século XXI e, ao mesmo tempo, é a grande oportuni-dade 
de encontrar novas soluções e novos caminhos. Trata-se 
nos processos culturais de uma permanente transformação da 
experiência do passado nas potencialidades do presente, tan-to 
mais quando se trata de processos entre culturas diferentes. 
Em muito, será através da mediação cultural dos conflitos her-dados 
entre culturas, que uma nova cultura vai emergir. 
Quando os jovens inquiridos sobre Portugal em 2020 acre-ditam 
que as universidades são as instituições que fazem de 
Portugal um país melhor (81,4%), demostram a sua aposta na 
aprendizagem, tal como quando se pergunta pelas áreas mais 
decisivas para o futuro de Portugal (68,6% indicam a educa-ção). 
Logo a seguir são eles próprios os agentes desta mu-dança 
(63,76%), convictos de que já se encontram no caminho 
certo (só 8,33% acreditam que têm de mudar). Curiosamente 
a cultura só é reconhecida por 27,03% dos inqueridos como 
uma área decisiva para o futuro de Portugal, deixando apenas 
a solidariedade com um valor ainda mais baixo (9,21%). Estes 
valores explicam-se - como iremos tentar demonstrar - pela 
própria mudança que o valor e o significado da cultura têm 
tido e terão na sociedade contemporânea. 
Como é que vai ser, então, a cultura em Portugal no horizonte 
do ano 2020? Em primeiro lugar, e tendo em consideração o 
inquérito e as reflexões em torno do paradigma da cultura, pa-rece 
certo que a cultura em Portugal será menos uma cultura 
portuguesa do que uma cultura diversificada. Também 64,73% 
dos jovens inquiridos acreditam que Portugal vai estar mais 
próximo da Europa do que hoje. Esta diversificação não será 
entendida como uma perda de identidade, mas, pelo contrário, 
como uma oportunidade de dar visibilidade a muitas e dife-rentes 
formas de cultura, existentes no espaço ou emergentes 
no contacto com o mundo “lá fora”. Os sinais para uma tal di-versificação 
já são visíveis um pouco por todo o lado: seja, por 
exemplo, no reconhecimento do Fado como património mun-dial, 
seja na sua modernização por jovens músicos, seja nos 
muitos movimentos culturais em defesa do património, seja 
nos conceitos de uma sociedade multicultural e na presença 
real de crenças e religiões diversas, seja pela cultura de um 
Bairro Alto, seja pela cultura da Mouraria, seja pela consciência 
do regionalismo, seja pelos movimentos em defesa da saúde, 
do ambiente e do bem-estar. Longe de apostar numa cultura 
portuguesa única e consensual, as culturas em Portugal con-tribuem 
para uma dinâmica social cujos efeitos tendem a cres-cer. 
É verdade que - no meio deste processo - há resistências, 
Quando os jovens 
inquiridos sobre Portugal em 2020 
acreditam que as universidades 
são as instituições que fazem 
de Portugal um país melhor, 
demostram a sua aposta 
na aprendizagem
13 
pressões e poderes que podem transformar a dinâmica num 
conflito real e com efeitos destrutivos. Há resistências contra 
qualquer mudança, a vontade de “congelar” um passado ima-ginado 
e idílico ad eternum num conservadorismo constran-gedor. 
Mas também é verdade que um certo conservadoris-mo 
é necessário em defesa contra os poderes da promessa 
de mudança fácil, contra as pressões de uma nova uniformi-dade 
universal. Só quando se encontrar os mecanismos para 
permitir a mudança e simultaneamente reforçar e autorizar o 
valor da diversidade contra qualquer tipo de uniformidade, as 
culturas em Portugal vão poder desenvolver o seu potencial 
mobilizador. 
“Vamos para a globalização com aquilo que somos” escreve 
Augusto Mateus num relatório recente. Somos uma cultura 
cada vez mais diversificada, cada vez mais diferenciada que 
não se entende como um peso do passado mas como um mo-tor 
de mobilização. Podemos, por isso, dizer que a cultura em 
Portugal no ano de 2020 vai ser menos uma cultura portugue-sa 
própria e única. Pelo contrário, a cultura em Portugal será 
cada vez mais culturas no plural, conscientes das suas origens 
e interesses e abertas ao mundo, como sempre foi. 
Um segundo aspecto que também merece destaque é a im-portância 
que o desenvolvimento tecnológico tem para a cul-tura. 
Este impacto vai ser cada vez mais notável, na medida em 
que os significados culturais deixam de ser independentes dos 
seus suportes. Na história cultural nada disso é novo. A cultura 
sempre dependeu em muito das condições materiais em que 
se concretizou. Isto é válido para as formas de vestuário tal 
como para a cultura de alimentação ou das ferramentas e ar-mas. 
Mas o mais profundo impacto na cultura têm, sem dúvida, 
as formas de comunicação. 
Se o livro na antiguidade clássica já permitiu uma comunicação 
com pessoas que não partilham o mesmo espaço e o mesmo 
tempo e teve, por isso, um impacto duradouro no crescimen-to 
do conhecimento e do saber, a imprensa que surgiu com a 
Época Moderna permitiu potencializar este desenvolvimento 
extraordinariamente. A humanidade sempre cresceu com os 
seus meios de comunicação (e de armazenamento do saber) 
e crescerá de uma forma ainda desconhecida com o mundo 
digital e em rede que se construiu nas últimas décadas. Será 
neste crescimento que as culturas se vão transformar profun-damente 
e com uma velocidade acelerada. Os 500 anos que 
passaram da invenção do livro impresso até a invenção do livro 
digital vão parecer uma eternidade comparada com o ritmo de 
alterações que o acesso directo e permanente ao saber através 
da rede digital já trouxe para a cultura contemporânea. 
É a pressão da chamada cultura material sobre as práticas do 
quotidiano que vai contribuir para toda uma cultura nova em 
A humanidade sempre cresceu 
com os seus meios de comunicação 
(e de armazenamento do saber) 
e crescerá de uma forma ainda 
desconhecida com o mundo digital 
e em rede que se construiu nas 
últimas décadas. Será neste 
crescimento que as culturas se vão 
transformar profundamente 
e com uma velocidade acelerada
14 
torno desta tecnologia. Hábitos de consumo e lazer, formas 
de contacto e encontro, o próprio conceito de audiência e de 
públicos - tudo isto vai mudar no sentido de uma crescente 
articulação com o mundo digital. As maneiras como comuni-camos, 
como olhamos para as coisas, como nos informamos e 
como aprendemos - e quem sabe - a maneira como vivemos as 
nossas ideias, convicções e a nossa fé vão sempre ter em conta 
esta presença do digital que tão pouco nos parece matéria 
como nos expõe real e radicalmente ao mundo. Nas culturas 
2020 o digital será integrado transversalmente. 
O terceiro aspecto que caracteriza a cultura no ano 2020 de-riva 
directamente dos dois anteriores: será reconhecido o sig-nificado 
da cultura para a economia nacional em particular e 
para o mundo em geral. No já mencionado relatório sobre “A 
cultura e a criatividade na internacionalização da economia 
portuguesa”, Augusto Mateus & Associados não deixam dúvi-das 
que a cultura e o sector da economia devem ser vistos em 
conjunto. Não existe um mundo de cultura a parte do mundo 
da economia, nem é um sector mais real ou significativo do 
que o outro. 
A cultura atravessa a economia em vários momentos: primeiro 
como a base de valores e práticas nos quais a economia se 
concretiza, depois como um aspecto diferenciador de produ-tos 
e finalmente como um arsenal de conteúdos e significados 
que - só por si - se deixam utilizar como matéria-prima da eco-nomia. 
De facto, as chamadas indústrias e serviços culturais e 
criativos que vão desde a arquitectura e o design até à inves-tigação, 
à edição e às artes, são por si já um sector altamente 
relevante, contribuindo, já em 2006, 2,8% para a riqueza e 2,6% 
para o emprego nacional - com uma tendência crescente. 
O valor da cultura é especialmente visível no sector do turismo 
cuja diversificação corresponde à diversificação cultural em 
geral: tanto será um turismo de sol e praia, como um turismo 
cultural, desportivo, religioso ou de saúde uma oportunidade 
de desenvolvimento. Mas a cultura não fornece só os conteú-dos 
de um turismo diversificado, mas alimenta toda uma in-dústria 
de conhecimento, entretenimento e lazer que cresce 
a um ritmo acelerado. A “fertilização cruzada” (Mateus) en-tre 
tecnologia e cultura oferece perspectivas para a economia 
portuguesa que devem ser exploradas nos próximos anos. Na 
medida em que assistimos à mudança da sociedade de bens e 
serviços para uma sociedade de experiências, a cultura reafir-ma- 
se simultaneamente como palco e motor desta mudança. 
A cultura é um instrumento de excelência para a diferenciação 
de produtos e serviços e será na medida desta diferenciação 
que a economia terá êxito. Por isso, o paradigma da cultura de 
que falava Alain Touraine não é só um valor em si, mas contri-bui 
significadamente para o desenvolvimento social. 
Os 500 anos que passaram 
da invenção do livro impresso 
até à invenção do livro digital vão 
parecer uma eternidade comparada 
com o ritmo de alterações que 
o acesso directo e permanente 
ao saber através da rede digital 
já trouxe para a cultura 
contemporânea
15 
A cultura é um instrumento 
de excelência para a diferenciação 
de produtos e serviços e será na 
medida desta diferenciação que 
a economia terá êxito 
Longe de ser uma área secundária e economicamente irrele-vante, 
a cultura afirma-se como um recurso indispensável para 
as sociedades do século XXI. Especialmente a relação intima 
entre os conceitos de cultura e de criatividade dão origem a 
uma dinâmica em que até pode parecer que a economia tende 
a usurpar toda a acção cultural. Emerge toda uma classe cria-tiva, 
cidades procuram reconhecimento como cidades criati-vas, 
espera-se dos jovens espirito criativo e empreendedor: tal 
presente é já o dispositivo da criatividade que parece transfor-mar- 
se numa imposição. O que acontece à criatividade se se 
afirmar como a regra? É este um dos desafios para a cultura 
2020: tem de manter a chama da diferenciação e da mudança 
viva e oferecer simultaneamente o que a cultura sempre ofere-ceu: 
a experiência de pertença, orientação e interesse. E assim, 
em 2020 Portugal vai ser um lugar melhor para viver do que 
em 2014 - como 62,98% dos inqueridos acreditam.
Autores 
Peter Hanenberg, Diretor do Centro de Estudos 
de Comunicação e Cultura, CECC, Universidade 
Católica Portuguesa. Estudou nas Universida-des 
de Tübingen e Bamberg, Alemanha, onde 
obteve o grau de Doutor em Literatura Alemã. 
Foi assistente no Instituto de Literatura Alemã 
Moderna da Universidade de Bamberg, entre 
1988 e 1995, e, entre 1995 e 2006, coordena-dor 
da Área de Estudos Alemães da Faculdade 
de Letras da Universidade Católica Portuguesa. 
Actualmente é Professor Associado da Facul-dade 
de Ciências Humanas da UCP e Coorde-nador 
do Centro de Estudos de Comunicação 
e Cultura (CECC, UCP, Lisboa). Entre 2006 e 
2010 foi Presidente da Associação Portugue-sa 
de Estudos Germanísticos. Publicou livros e 
artigos sobre a literatura e a cultura europeias 
desde o século XVI, sobre a ideia da Europa e 
sobre cognição e cultura. 
hanenberg@fch.lisboa.ucp.pt 
Filipe Nogueira Diretor Sénior na Imago - 
LLORENTE & CUENCA. Responsável pelo de-partamento 
de Gestão de Crises do escritório 
de Lisboa da LLORENTE & CUENCA. Com mais 
de 20 anos de experiência profissional em Co-municação 
Corporativa, Financeira, de Crise e 
de Marcas, é licenciado em Filosofia pela Uni-versidade 
Católica Portuguesa. Tem sido con-sultor 
de várias companhias no lançamento das 
suas operações em Portugal, em transações 
na Bolsa de Lisboa e em projetos de restru-turações. 
Dirige programas de comunicação 
corporativa e tem desenvolvido projetos para 
diversas instituições nacionais e internacionais. 
fnogueira@llorenteycuenca.com
Consultoria de comunicação líder na Espanha, Portugal e América Latina 
A LLORENTE & CUENCA é a consultora número um de Gestão de Reputação, Comunicação e Assuntos Públicos em Espanha, Portugal 
e América Latina, com operações dirigidas ao mundo de língua espanhola e portuguesa. Conta com 17 sócios e quase 350 profissionais, 
que prestam serviços de consultoria estratégica a empresas de todos os setores de atividade. 
Atualmente, a LLORENTE & CUENCA tem escritórios próprios na Argentina, Brasil, Colômbia, Chile, Equador, Espanha, México, 
Panamá, Perú, Portugal e República Dominicana. Além disso, oferece os seus serviços através de empresas afiliadas nos Estados 
Unidos, Bolívia, Uruguai e Venezuela. 
O seu desenvolvimento internacional levou a LLORENTE & CUENCA a ocupar em 2013 o 55º lugar no Ranking Global de Empresas de 
comunicação mais importantes do mundo, elaborado anualmente pela publicação The Holmes Report. 
Em 2013 foi considerada a Melhor Consultora de Comunicação Financeira do Mundo nos Global SABRE Awards e a Melhor Consultora 
de Comunicação da América Latina e da Europa nos International Business Awards. 
Recebeu ainda um prémio ANDA enquanto Melhor Consultora de Comunicação do Perú e foi reconhecida como a Melhor Consultora 
de Comunicação do Ano no México pela Revista Merca 2.0.
DIREÇÃO CORPORATIVA 
José Antonio Llorente 
Sócio Fundador e Presidente 
jallorente@llorenteycuenca.com 
Enrique González 
Sócio e CFO 
egonzalez@llorenteycuenca.com 
Jorge Cachinero 
Diretor Corporativo de Inovação e Reputação 
jcachinero@llorenteycuenca.com 
ESPANHA E PORTUGAL 
Arturo Pinedo 
Sócio e Diretor Geral 
apinedo@llorenteycuenca.com 
Adolfo Corujo 
Sócio e Diretor Geral 
acorujo@llorenteycuenca.com 
Madri 
Joan Navarro 
Sócio e Vicepresidente de Assuntos Públicos 
jnavarro@llorenteycuenca.com 
Amalio Moratalla 
Sócio e Diretor Sênior 
amoratalla@llorenteycuenca.com 
Juan Castillero 
Diretor Financeiro 
jcastillero@llorenteycuenca.com 
Lagasca, 88 — 3º andar 
28001 Madri 
Tel: +34 91 563 77 22 
Barcelona 
María Cura 
Sócia e Diretora Geral 
mcura@llorenteycuenca.com 
Muntaner, 240-242, 1º-1ª 
08021 Barcelona 
Tel: +34 93 217 22 17 
Lisboa 
Madalena Martins 
Sócia Fundadora 
madalena.martins@imago.pt 
Carlos Matos 
Sócio Fundador 
carlos.matos@imago.pt 
Rua do Fetal, 18 
2714-504 S. Pedro de Sintra 
Tel: + 351 21 923 97 00 
AMÉRICA LATINA 
Alejandro Romero 
Sócio e CEO América Latina 
aromero@llorenteycuenca.com 
José Luis Di Girolamo 
Sócio e CFO América Latina 
jldgirolamo@llorenteycuenca.com 
Antonio Lois 
Diretor Regional de R.H. 
alois@llorenteycuenca.com 
Bogotá 
María Esteve 
Diretora Geral 
mesteve@llorenteycuenca.com 
Germán Jaramillo 
Presidente Conselheiro 
gjaramillo@llorenteycuenca.com 
Carrera 14, # 94-44. Torre B — of. 501 
Bogotá (Colômbia) 
Tel: +57 1 7438000 
Buenos Aires 
Pablo Abiad 
Sócio e Diretor Geral 
pabiad@llorenteycuenca.com 
Enrique Morad 
Presidente Conselheiro para o Cone Sul 
emorad@llorenteycuenca.com 
Av. Corrientes 222, 8º andar. C1043AAP 
Ciudad de Buenos Aires (Argentina) 
Tel: +54 11 5556 0700 
Lima 
Luisa García 
Sócia e CEO Região Andina 
lgarcia@llorenteycuenca.com 
Cayetana Aljovín 
Gerente Geral 
caljovin@llorenteycuenca.com 
Av. Andrés Reyes 420, 7º andar 
San Isidro. Lima (Peru) 
Tel: +51 1 2229491 
México 
Alejandro Romero 
Sócio e CEO América Latina 
aromero@llorenteycuenca.com 
Juan Rivera 
Sócio e Diretor Geral 
jrivera@llorenteycuenca.com 
Bosque de Radiatas # 22 — PH7 
05120 Bosques las Lomas (México D.F.) 
Tel: +52 55 52571084 
Panamá 
Javier Rosado 
Sócio e Diretor Geral 
jrosado@llorenteycuenca.com 
Avda. Samuel Lewis. Edificio Omega, 6º andar 
Tel: +507 263 9899 
Quito 
Catherine Buelvas 
Diretora Geral 
cbuelvas@llorenteycuenca.com 
Av. 12 de Octubre 1830 y Cordero. 
Edificio World Trade Center, Torre B, 11º andar 
Distrito Metropolitano de Quito (Ecuador) 
Tel: +593 2 2565820 
Rio de Janeiro 
Yeray Carretero 
Diretor 
ycarretero@llorenteycuenca.com 
Rua da Assembleia, 10 — sala 1801 
Rio de Janeiro — RJ (Brasil) 
Tel: +55 21 3797 6400 
São Paulo 
José Antonio Llorente 
Sócio Fundador e Presidente 
jallorente@llorenteycuenca.com 
Juan Carlos Gozzer 
Diretor Geral 
jcgozzer@llorenteycuenca.com 
Rua Oscar Freire, 379, CJ 111, 
Cerqueira César, CEP 01426-001 
São Paulo SP (Brasil) 
Tel: +55 11 3082 3390 
Santiago do Chile 
Claudio Ramírez 
Sócio e Gerente Geral 
cramirez@llorenteycuenca.com 
Avenida Vitacura 2939 10º andar. Las Condes 
Santiago de Chile (Chile) 
Tel: +56 2 24315441 
Santo Domingo 
Alejandra Pellerano 
Diretora Geral 
apellerano@llorenteycuenca.com 
Avda. Abraham Lincoln 
Torre Ejecutiva Sonora, 7º andar 
Tel: +1 8096161975 
Web corporativa 
www.llorenteycuenca.com 
Revista UNO 
www.revista-uno.com.br 
YouTube 
www.youtube.com/LLORENTEYCUENCA 
Facebook 
www.facebook.com/llorenteycuenca 
Centro de Ideas 
www.dmasillorenteycuenca.com 
Twitter 
http://twitter.com/llorenteycuenca 
LinkedIn 
www.linkedin.com/company/llorente-&-cuenca 
Slideshare 
www.slideshare.net/LLORENTEYCUENCA
d+i é o Centro de Ideias, Análise e Tendências 
da LLORENTE & CUENCA. 
Porque assistimos a um novo guião macroeconómico e social. E a comunicação não fica para trás. Avança. 
d+i é uma combinação global de relacionamento 
e intercâmbio de conhecimento que identifica, analisa 
e transmite os novos paradigmas da comunicação 
a partir de um posicionamento independente. d+i 
é uma corrente constante de ideias que antecipa 
os novos tempos da informação e da gestão 
empresarial. 
Porque a realidade não é branca nem preta, existe d+i LLORENTE & CUENCA. 
www.dmasillorenteycuenca.com

Weitere ähnliche Inhalte

Was ist angesagt?

Cartilha para Movimento Estudantil da Mudança
Cartilha para Movimento Estudantil da MudançaCartilha para Movimento Estudantil da Mudança
Cartilha para Movimento Estudantil da MudançaJoão Paulo Mehl
 
A juventude e o futuro
A juventude e o futuroA juventude e o futuro
A juventude e o futuroPaulo Mesquita
 
Projeto Brasil 2030: da colaboração para o desenvolvimento
Projeto Brasil 2030: da colaboração para o desenvolvimentoProjeto Brasil 2030: da colaboração para o desenvolvimento
Projeto Brasil 2030: da colaboração para o desenvolvimentomanualdoservidor
 
MoçãO RevoluçãO De Mentalidades Nuno Matias
MoçãO RevoluçãO De Mentalidades  Nuno MatiasMoçãO RevoluçãO De Mentalidades  Nuno Matias
MoçãO RevoluçãO De Mentalidades Nuno Matias25026
 
Manual de Guerrilha do Servidor Público
Manual de Guerrilha do Servidor PúblicoManual de Guerrilha do Servidor Público
Manual de Guerrilha do Servidor Públicomanualdoservidor
 
Por que falhamos, o livro
Por que falhamos, o livroPor que falhamos, o livro
Por que falhamos, o livroJamildo Melo
 
A S P E C T O S I N T R O D U TÓ R I O S D A N E G O C I AÇÃ O
A S P E C T O S  I N T R O D U TÓ R I O S  D A  N E G O C I AÇÃ OA S P E C T O S  I N T R O D U TÓ R I O S  D A  N E G O C I AÇÃ O
A S P E C T O S I N T R O D U TÓ R I O S D A N E G O C I AÇÃ Oguestb98526
 
Revista Boa Vontade, edição 217
Revista Boa Vontade, edição 217Revista Boa Vontade, edição 217
Revista Boa Vontade, edição 217Boa Vontade
 
Revista Boa Vontade, edição 206
Revista Boa Vontade, edição 206Revista Boa Vontade, edição 206
Revista Boa Vontade, edição 206Boa Vontade
 
Revista Ser Educacional - No. 2 - dezembro 2017
Revista Ser Educacional - No. 2 - dezembro 2017Revista Ser Educacional - No. 2 - dezembro 2017
Revista Ser Educacional - No. 2 - dezembro 2017LeiaJaOnline
 

Was ist angesagt? (12)

Cartilha para Movimento Estudantil da Mudança
Cartilha para Movimento Estudantil da MudançaCartilha para Movimento Estudantil da Mudança
Cartilha para Movimento Estudantil da Mudança
 
Material lpti 2011 1fev14
Material lpti 2011 1fev14Material lpti 2011 1fev14
Material lpti 2011 1fev14
 
A juventude e o futuro
A juventude e o futuroA juventude e o futuro
A juventude e o futuro
 
Projeto Brasil 2030: da colaboração para o desenvolvimento
Projeto Brasil 2030: da colaboração para o desenvolvimentoProjeto Brasil 2030: da colaboração para o desenvolvimento
Projeto Brasil 2030: da colaboração para o desenvolvimento
 
MoçãO RevoluçãO De Mentalidades Nuno Matias
MoçãO RevoluçãO De Mentalidades  Nuno MatiasMoçãO RevoluçãO De Mentalidades  Nuno Matias
MoçãO RevoluçãO De Mentalidades Nuno Matias
 
Manual de Guerrilha do Servidor Público
Manual de Guerrilha do Servidor PúblicoManual de Guerrilha do Servidor Público
Manual de Guerrilha do Servidor Público
 
Por que falhamos, o livro
Por que falhamos, o livroPor que falhamos, o livro
Por que falhamos, o livro
 
A S P E C T O S I N T R O D U TÓ R I O S D A N E G O C I AÇÃ O
A S P E C T O S  I N T R O D U TÓ R I O S  D A  N E G O C I AÇÃ OA S P E C T O S  I N T R O D U TÓ R I O S  D A  N E G O C I AÇÃ O
A S P E C T O S I N T R O D U TÓ R I O S D A N E G O C I AÇÃ O
 
GVexecutivo - n. 01 | Jan/Jun 2016
GVexecutivo - n. 01 | Jan/Jun 2016GVexecutivo - n. 01 | Jan/Jun 2016
GVexecutivo - n. 01 | Jan/Jun 2016
 
Revista Boa Vontade, edição 217
Revista Boa Vontade, edição 217Revista Boa Vontade, edição 217
Revista Boa Vontade, edição 217
 
Revista Boa Vontade, edição 206
Revista Boa Vontade, edição 206Revista Boa Vontade, edição 206
Revista Boa Vontade, edição 206
 
Revista Ser Educacional - No. 2 - dezembro 2017
Revista Ser Educacional - No. 2 - dezembro 2017Revista Ser Educacional - No. 2 - dezembro 2017
Revista Ser Educacional - No. 2 - dezembro 2017
 

Ähnlich wie Geração 2020: O futuro de Portugal aos olhos dos universitários

Artigo geracoes - Uma confluencia ciclica
Artigo geracoes - Uma confluencia ciclicaArtigo geracoes - Uma confluencia ciclica
Artigo geracoes - Uma confluencia ciclicaLuis Rasquilha
 
Artigo geracoes - Uma confluencia ciclica
Artigo geracoes - Uma confluencia ciclicaArtigo geracoes - Uma confluencia ciclica
Artigo geracoes - Uma confluencia ciclicaLuis Rasquilha
 
AULA 1 - CONTRUCAO DA INFANCIA NL.pptx
AULA 1 - CONTRUCAO DA INFANCIA NL.pptxAULA 1 - CONTRUCAO DA INFANCIA NL.pptx
AULA 1 - CONTRUCAO DA INFANCIA NL.pptxTirza1728
 
Cultivando discípulos do futuro
Cultivando discípulos do futuroCultivando discípulos do futuro
Cultivando discípulos do futuroGiba Canto
 
Informativo projeto fractal
Informativo projeto fractalInformativo projeto fractal
Informativo projeto fractalvictorrbarreto
 
Informativo Projeto Fractal
Informativo Projeto FractalInformativo Projeto Fractal
Informativo Projeto FractalJedaiasNunes
 
Raiva, Desconfiança e Revolução: A Cidadania Ampliada desponta no Brasil
Raiva, Desconfiança e Revolução: A Cidadania Ampliada desponta no BrasilRaiva, Desconfiança e Revolução: A Cidadania Ampliada desponta no Brasil
Raiva, Desconfiança e Revolução: A Cidadania Ampliada desponta no BrasilLuis Rasquilha
 
Atividade de intervenção pedagógica a cabeça dos nossos jovens
Atividade de intervenção pedagógica   a cabeça dos nossos jovensAtividade de intervenção pedagógica   a cabeça dos nossos jovens
Atividade de intervenção pedagógica a cabeça dos nossos jovensNeusa Lima
 
Cidadania como construcao de vida digna
Cidadania como construcao de vida dignaCidadania como construcao de vida digna
Cidadania como construcao de vida dignaOvidio Mendes
 
EducaçãO Para A Diversidade (Out09)
EducaçãO Para A Diversidade (Out09)EducaçãO Para A Diversidade (Out09)
EducaçãO Para A Diversidade (Out09)José Oliveira Junior
 
Desenvolvimento social com_intersetorialidade
Desenvolvimento social com_intersetorialidadeDesenvolvimento social com_intersetorialidade
Desenvolvimento social com_intersetorialidadeVagner Machado
 
Palestra na Escola Lacaniana de Psicanálise- RJ
Palestra na Escola Lacaniana de Psicanálise- RJPalestra na Escola Lacaniana de Psicanálise- RJ
Palestra na Escola Lacaniana de Psicanálise- RJPaulo Hartung
 
Política e Sociedade no Brasil
Política e Sociedade no BrasilPolítica e Sociedade no Brasil
Política e Sociedade no BrasilPaulo Hartung
 
Dossiê Y: Breve Manual de Compreensão da Geração Y
Dossiê Y: Breve Manual de Compreensão da Geração YDossiê Y: Breve Manual de Compreensão da Geração Y
Dossiê Y: Breve Manual de Compreensão da Geração YThiago de Assis Silva
 

Ähnlich wie Geração 2020: O futuro de Portugal aos olhos dos universitários (20)

Discursos à Beira do Sinos
Discursos à Beira do SinosDiscursos à Beira do Sinos
Discursos à Beira do Sinos
 
Projeto Sábio Aprendiz
Projeto Sábio AprendizProjeto Sábio Aprendiz
Projeto Sábio Aprendiz
 
Artigo geracoes - Uma confluencia ciclica
Artigo geracoes - Uma confluencia ciclicaArtigo geracoes - Uma confluencia ciclica
Artigo geracoes - Uma confluencia ciclica
 
Artigo geracoes - Uma confluencia ciclica
Artigo geracoes - Uma confluencia ciclicaArtigo geracoes - Uma confluencia ciclica
Artigo geracoes - Uma confluencia ciclica
 
AULA 1 - CONTRUCAO DA INFANCIA NL.pptx
AULA 1 - CONTRUCAO DA INFANCIA NL.pptxAULA 1 - CONTRUCAO DA INFANCIA NL.pptx
AULA 1 - CONTRUCAO DA INFANCIA NL.pptx
 
Zero Hora - Caderno RUMO
Zero Hora - Caderno RUMOZero Hora - Caderno RUMO
Zero Hora - Caderno RUMO
 
Cultivando discípulos do futuro
Cultivando discípulos do futuroCultivando discípulos do futuro
Cultivando discípulos do futuro
 
Informativo projeto fractal
Informativo projeto fractalInformativo projeto fractal
Informativo projeto fractal
 
Informativo Projeto Fractal
Informativo Projeto FractalInformativo Projeto Fractal
Informativo Projeto Fractal
 
Raiva, Desconfiança e Revolução: A Cidadania Ampliada desponta no Brasil
Raiva, Desconfiança e Revolução: A Cidadania Ampliada desponta no BrasilRaiva, Desconfiança e Revolução: A Cidadania Ampliada desponta no Brasil
Raiva, Desconfiança e Revolução: A Cidadania Ampliada desponta no Brasil
 
Atividade de intervenção pedagógica a cabeça dos nossos jovens
Atividade de intervenção pedagógica   a cabeça dos nossos jovensAtividade de intervenção pedagógica   a cabeça dos nossos jovens
Atividade de intervenção pedagógica a cabeça dos nossos jovens
 
Cidadania como construcao de vida digna
Cidadania como construcao de vida dignaCidadania como construcao de vida digna
Cidadania como construcao de vida digna
 
Artigo de raisa ojala na anpocs 2008
Artigo de raisa ojala na anpocs 2008Artigo de raisa ojala na anpocs 2008
Artigo de raisa ojala na anpocs 2008
 
EducaçãO Para A Diversidade (Out09)
EducaçãO Para A Diversidade (Out09)EducaçãO Para A Diversidade (Out09)
EducaçãO Para A Diversidade (Out09)
 
Desenvolvimento social com_intersetorialidade
Desenvolvimento social com_intersetorialidadeDesenvolvimento social com_intersetorialidade
Desenvolvimento social com_intersetorialidade
 
Palestra na Escola Lacaniana de Psicanálise- RJ
Palestra na Escola Lacaniana de Psicanálise- RJPalestra na Escola Lacaniana de Psicanálise- RJ
Palestra na Escola Lacaniana de Psicanálise- RJ
 
Política e Sociedade no Brasil
Política e Sociedade no BrasilPolítica e Sociedade no Brasil
Política e Sociedade no Brasil
 
Modulo 4
Modulo 4Modulo 4
Modulo 4
 
Dossiê Y: Breve Manual de Compreensão da Geração Y
Dossiê Y: Breve Manual de Compreensão da Geração YDossiê Y: Breve Manual de Compreensão da Geração Y
Dossiê Y: Breve Manual de Compreensão da Geração Y
 
As redes sociais e as novas identidades
As redes sociais e as novas identidadesAs redes sociais e as novas identidades
As redes sociais e as novas identidades
 

Mehr von LLYC

Forbes Portugal. José Antonio Llorente: "Esta é a nova geração de líderes"
Forbes Portugal. José Antonio Llorente: "Esta é a nova geração de líderes"Forbes Portugal. José Antonio Llorente: "Esta é a nova geração de líderes"
Forbes Portugal. José Antonio Llorente: "Esta é a nova geração de líderes"LLYC
 
José Antonio Llorente: "El liderazgo cambia de modelo"
José Antonio Llorente: "El liderazgo cambia de modelo"José Antonio Llorente: "El liderazgo cambia de modelo"
José Antonio Llorente: "El liderazgo cambia de modelo"LLYC
 
Diario Financiero: LLYC adquiere la consultora Factor C en Chile
Diario Financiero: LLYC adquiere la consultora Factor C en ChileDiario Financiero: LLYC adquiere la consultora Factor C en Chile
Diario Financiero: LLYC adquiere la consultora Factor C en ChileLLYC
 
Gonzalo Carranza: "La urgencia del CEO político"
Gonzalo Carranza: "La urgencia del CEO político"Gonzalo Carranza: "La urgencia del CEO político"
Gonzalo Carranza: "La urgencia del CEO político"LLYC
 
Anel Hernández: "La marca ciudad es mucho más que un logo"
Anel Hernández: "La marca ciudad es mucho más que un logo"Anel Hernández: "La marca ciudad es mucho más que un logo"
Anel Hernández: "La marca ciudad es mucho más que un logo"LLYC
 
Alejandro Romero: "El nuevo rostro de las marcas tras el impacto de la crisis"
Alejandro Romero: "El nuevo rostro de las marcas tras el impacto de la crisis"Alejandro Romero: "El nuevo rostro de las marcas tras el impacto de la crisis"
Alejandro Romero: "El nuevo rostro de las marcas tras el impacto de la crisis"LLYC
 
Paco Hevia: "Por qué saldrán antes de la crisis las empresas familiares"
Paco Hevia: "Por qué saldrán antes de la crisis las empresas familiares"Paco Hevia: "Por qué saldrán antes de la crisis las empresas familiares"
Paco Hevia: "Por qué saldrán antes de la crisis las empresas familiares"LLYC
 
Guía práctica para generar #ContenidosSinContacto
Guía práctica para generar #ContenidosSinContactoGuía práctica para generar #ContenidosSinContacto
Guía práctica para generar #ContenidosSinContactoLLYC
 
Arantxa Lafuente en Dircomfidencial
Arantxa Lafuente en DircomfidencialArantxa Lafuente en Dircomfidencial
Arantxa Lafuente en DircomfidencialLLYC
 
Maria Obispo en PR Noticias
Maria Obispo en PR NoticiasMaria Obispo en PR Noticias
Maria Obispo en PR NoticiasLLYC
 
Luisa García en PR Noticias
Luisa García en PR NoticiasLuisa García en PR Noticias
Luisa García en PR NoticiasLLYC
 
Arturo Pinedo en PR Noticias
Arturo Pinedo en PR NoticiasArturo Pinedo en PR Noticias
Arturo Pinedo en PR NoticiasLLYC
 
Guillermo Tejada en Itsmo Panamá
Guillermo Tejada en Itsmo PanamáGuillermo Tejada en Itsmo Panamá
Guillermo Tejada en Itsmo PanamáLLYC
 
Análisis de María Obispo en Equipos & Talento
Análisis de María Obispo en Equipos & TalentoAnálisis de María Obispo en Equipos & Talento
Análisis de María Obispo en Equipos & TalentoLLYC
 
Jon Pérez: Seis recetas para el talento (contra el coronavirus)
Jon Pérez: Seis recetas para el talento (contra el coronavirus)Jon Pérez: Seis recetas para el talento (contra el coronavirus)
Jon Pérez: Seis recetas para el talento (contra el coronavirus)LLYC
 
Jorge López Zafra y Luis Guerricagoitia: ¿Salir a bolsa? Guía para empresas a...
Jorge López Zafra y Luis Guerricagoitia: ¿Salir a bolsa? Guía para empresas a...Jorge López Zafra y Luis Guerricagoitia: ¿Salir a bolsa? Guía para empresas a...
Jorge López Zafra y Luis Guerricagoitia: ¿Salir a bolsa? Guía para empresas a...LLYC
 
José Antonio Llorente: "Disrupción comunicativa y éxito empresarial"
José Antonio Llorente: "Disrupción comunicativa y éxito empresarial"José Antonio Llorente: "Disrupción comunicativa y éxito empresarial"
José Antonio Llorente: "Disrupción comunicativa y éxito empresarial"LLYC
 
David González Natal: "La palanca para impulsar y construir una marca robusta"
David González Natal: "La palanca para impulsar y construir una marca robusta"David González Natal: "La palanca para impulsar y construir una marca robusta"
David González Natal: "La palanca para impulsar y construir una marca robusta"LLYC
 
Paco Hevia: "Más allá del accionista, más allá del corto plazo"
Paco Hevia: "Más allá del accionista, más allá del corto plazo" Paco Hevia: "Más allá del accionista, más allá del corto plazo"
Paco Hevia: "Más allá del accionista, más allá del corto plazo" LLYC
 
Una gestión de comunicación para la empresa del siglo XXI
Una gestión de comunicación para la empresa del siglo XXIUna gestión de comunicación para la empresa del siglo XXI
Una gestión de comunicación para la empresa del siglo XXILLYC
 

Mehr von LLYC (20)

Forbes Portugal. José Antonio Llorente: "Esta é a nova geração de líderes"
Forbes Portugal. José Antonio Llorente: "Esta é a nova geração de líderes"Forbes Portugal. José Antonio Llorente: "Esta é a nova geração de líderes"
Forbes Portugal. José Antonio Llorente: "Esta é a nova geração de líderes"
 
José Antonio Llorente: "El liderazgo cambia de modelo"
José Antonio Llorente: "El liderazgo cambia de modelo"José Antonio Llorente: "El liderazgo cambia de modelo"
José Antonio Llorente: "El liderazgo cambia de modelo"
 
Diario Financiero: LLYC adquiere la consultora Factor C en Chile
Diario Financiero: LLYC adquiere la consultora Factor C en ChileDiario Financiero: LLYC adquiere la consultora Factor C en Chile
Diario Financiero: LLYC adquiere la consultora Factor C en Chile
 
Gonzalo Carranza: "La urgencia del CEO político"
Gonzalo Carranza: "La urgencia del CEO político"Gonzalo Carranza: "La urgencia del CEO político"
Gonzalo Carranza: "La urgencia del CEO político"
 
Anel Hernández: "La marca ciudad es mucho más que un logo"
Anel Hernández: "La marca ciudad es mucho más que un logo"Anel Hernández: "La marca ciudad es mucho más que un logo"
Anel Hernández: "La marca ciudad es mucho más que un logo"
 
Alejandro Romero: "El nuevo rostro de las marcas tras el impacto de la crisis"
Alejandro Romero: "El nuevo rostro de las marcas tras el impacto de la crisis"Alejandro Romero: "El nuevo rostro de las marcas tras el impacto de la crisis"
Alejandro Romero: "El nuevo rostro de las marcas tras el impacto de la crisis"
 
Paco Hevia: "Por qué saldrán antes de la crisis las empresas familiares"
Paco Hevia: "Por qué saldrán antes de la crisis las empresas familiares"Paco Hevia: "Por qué saldrán antes de la crisis las empresas familiares"
Paco Hevia: "Por qué saldrán antes de la crisis las empresas familiares"
 
Guía práctica para generar #ContenidosSinContacto
Guía práctica para generar #ContenidosSinContactoGuía práctica para generar #ContenidosSinContacto
Guía práctica para generar #ContenidosSinContacto
 
Arantxa Lafuente en Dircomfidencial
Arantxa Lafuente en DircomfidencialArantxa Lafuente en Dircomfidencial
Arantxa Lafuente en Dircomfidencial
 
Maria Obispo en PR Noticias
Maria Obispo en PR NoticiasMaria Obispo en PR Noticias
Maria Obispo en PR Noticias
 
Luisa García en PR Noticias
Luisa García en PR NoticiasLuisa García en PR Noticias
Luisa García en PR Noticias
 
Arturo Pinedo en PR Noticias
Arturo Pinedo en PR NoticiasArturo Pinedo en PR Noticias
Arturo Pinedo en PR Noticias
 
Guillermo Tejada en Itsmo Panamá
Guillermo Tejada en Itsmo PanamáGuillermo Tejada en Itsmo Panamá
Guillermo Tejada en Itsmo Panamá
 
Análisis de María Obispo en Equipos & Talento
Análisis de María Obispo en Equipos & TalentoAnálisis de María Obispo en Equipos & Talento
Análisis de María Obispo en Equipos & Talento
 
Jon Pérez: Seis recetas para el talento (contra el coronavirus)
Jon Pérez: Seis recetas para el talento (contra el coronavirus)Jon Pérez: Seis recetas para el talento (contra el coronavirus)
Jon Pérez: Seis recetas para el talento (contra el coronavirus)
 
Jorge López Zafra y Luis Guerricagoitia: ¿Salir a bolsa? Guía para empresas a...
Jorge López Zafra y Luis Guerricagoitia: ¿Salir a bolsa? Guía para empresas a...Jorge López Zafra y Luis Guerricagoitia: ¿Salir a bolsa? Guía para empresas a...
Jorge López Zafra y Luis Guerricagoitia: ¿Salir a bolsa? Guía para empresas a...
 
José Antonio Llorente: "Disrupción comunicativa y éxito empresarial"
José Antonio Llorente: "Disrupción comunicativa y éxito empresarial"José Antonio Llorente: "Disrupción comunicativa y éxito empresarial"
José Antonio Llorente: "Disrupción comunicativa y éxito empresarial"
 
David González Natal: "La palanca para impulsar y construir una marca robusta"
David González Natal: "La palanca para impulsar y construir una marca robusta"David González Natal: "La palanca para impulsar y construir una marca robusta"
David González Natal: "La palanca para impulsar y construir una marca robusta"
 
Paco Hevia: "Más allá del accionista, más allá del corto plazo"
Paco Hevia: "Más allá del accionista, más allá del corto plazo" Paco Hevia: "Más allá del accionista, más allá del corto plazo"
Paco Hevia: "Más allá del accionista, más allá del corto plazo"
 
Una gestión de comunicación para la empresa del siglo XXI
Una gestión de comunicación para la empresa del siglo XXIUna gestión de comunicación para la empresa del siglo XXI
Una gestión de comunicación para la empresa del siglo XXI
 

Geração 2020: O futuro de Portugal aos olhos dos universitários

  • 1. GERAÇÃO 2020 O futuro de Portugal aos olhos dos universitários Lisboa, Setembro 2014 BARCELONA BOGOTÁ BUENOS AIRES LIMA LISBOA MADRID MÉXICO PANAMÁ QUITO RIO J SÃO PAULO SANTIAGO STO DOMINGO
  • 2.
  • 3. 3 ÍNDICE 4 5 6 8 11 16 17 Introdução Estamos a aprender uma nova linguagem Realistas, cultos, desencantados e autoconfiantes Resultados do Inquérito Geração 2020 Cultura 2020 Autores Imago - LLORENTE & CUENCA
  • 4. 4 As percepções e expectativas que recolhemos neste estudo sinalizam vontades e são estas vontades que movimentam as sociedades O que é que as expectativas dos jovens sobre Portugal nos dizem sobre a reputação do país? E de que modo as suas percepções se enquadram num novo paradigma de cultura, já não apenas centrado numa herança e no passado, mas orientado dinamicamente para o presente e para o futuro? Que leitura deverão fazer as instituições sobre estas expecta-tivas, de forma a construírem e participarem num diálogo com uma linguagem comum? •• ‘Geração 2020’ é uma sugestão para reflectirmos sobre Portugal a partir das expectativas da sua geração de jo-vens adultos. Lançámos um conjunto de perguntas ao qual responderam mais de um milhar de jovens entre os 18 e os 30 anos, na sua grande maioria estudantes universitários. O valor que atribuímos a estas informações não é o de um estudo sociológico ou demográfico. Como consultores de comunicação, interessam-nos sobretudo as percepções que diversos grupos de pessoas exprimem e partilham so-bre a realidade e sobre as formas organizadas como essa realidade se estrutura e desenvolve no quotidiano – seja através das empresas e dos seus líderes, outras organiza-ções ou países. E sobretudo o que esperam destas insti-tuições. •• As respostas que recolhemos foram analisadas por Peter Hanenberg, Diretor do Centro de Estudos de Comunicação e Cultura da Universidade Católica Portuguesa, que nos dá uma leitura destes dados à luz de uma renovada noção de cultura para o século XXI, como forma de orientação, ex-pressão e pertença de pessoas com interesses comuns. •• A LLORENTE & CUENCA agradece ainda o contributo da Dra. Patrícia Dias, investigadora e docente da Faculdade de Ciências Humanas da Universidade Católica Portugue-sa, pela preciosa ajuda na organização metodológica des-te estudo. Introdução
  • 5. 5 As percepções e opiniões que os indivíduos exprimem sobre o seu país são a linguagem elementar com que se constrói a reputação desse país. Vários acontecimentos – mesmo se considerarmos apenas o último ano - fazem com que o momento que vivemos em Portugal tenha um significado especial e, como tal, tenham também uma importân-cia especial as percepções dos seus cidadãos. Uma crise que está provocar profundas mudanças de vida e expectativas, o fim de um período de assistência financeira, eleições europeias que registaram em Portugal a maior abstenção de sempre, o espectáculo da degra-dação de um dos maiores bancos de referência, as dúvidas cada vez mais densas sobre a reputação do sistema financeiro e da sua regu-lação, que por sua vez expões cada vez mais claramente uma crise de lideranças políticas e empresariais – são factos que constroem um momento fértil para o movimento de opiniões, controvérsias e expectativas, independentemente da dimensão que a história atri-buir a este momento concreto. A verdade é que é o nosso momento. Quando as gerações futuras estudarem a história do início do sécu-lo XXI, esta crise surgirá como expressão de uma forma ‘ocidental’ de viver o capitalismo e como o corolário natural de movimentos de desregulação do próprio sistema nas últimas décadas do século XX. Entretanto, outras crises de maiores dimensões e alcance – re-cursos hídricos e energéticos, alimentares ou demográficas - terão ocupado as décadas, sobrepondo-se a esta. A história sempre diluiu cruelmente as crises sociais – ou no tempo ou substituindo-as por crises maiores. Mas para nós, que a habitamos, esta crise não é apenas um percalço, mas o sinal de que quase tudo o que conhecemos será rapidamente de outra maneira. E o que dá enorme dramatismo a esta crise é pre-cisamente o curto período de tempo que ocupa; isto é, sabemos que é um sinal de mudança e que as causas e as consequências desta mudança estão inscritas no ciclo de vida de uma única geração. Para os indivíduos em geral é causa de alarme e preocupação, para os líderes de organizações – governos, estruturas sociais, empresas – é uma responsabilidade para que só alguns estão preparados. E para todos é o choque de ter de pensar no dia de amanhã com uma niti-dez e urgência como nunca nos tinham ensinado. A expectativa é a única parte do futuro que conseguimos viver real-mente no tempo presente - a única substância que temos hoje dos tempos que estão para vir. Por isso, quando procurámos percepções sobre o país, procurámos aquelas que dizem respeito às expectativas, sabendo naturalmente que o tempo presente e as suas circunstâncias são parte importante dessa expectativa, exactamente aquela parte que lhe permite respi-rar aquilo a que chamamos ‘realidade’. Começámos, portanto, por escutar as percepções sobre este momento, interpretando essas percepções como a temperatura do país e da sua reputação. A GERAÇÃO 2020 Na verdade, a ‘Geração 2020’ não existe. O que existe, e por isso usamos esta designação, é uma quantidade de pessoas que tem ex- Estamos a aprender uma nova linguagem Filipe Nogueira pectativas. Por definição, quanto mais jovem for um indivíduo mais espaço tem disponível para formar e explanar no tempo as suas ex-pectativas. E por isso dirigimo-nos aos jovens e colocámos algumas questões sobre a forma como vêem Portugal em 2020, que tipo de país será o nosso nesse princípio de década, em que acreditam para que seja um local melhor para viverem. Sabemos que estes jovens – que constituem o universo do inquérito que realizámos - não é representativo de todos os jovens do país e muito menos da totalidade da sua população. E também não é por terem mais espaço de futuro que a sua expectativa vale mais do que a de outros segmentos mais velhos da população. Mas quisemos recolher opiniões de quem tem a maior parte da sua vida ainda em aberto e foi isso que fizemos. E PARA QUE SERVEM ESTES DADOS? As percepções e expectativas que recolhemos sinalizam vontades e são estas vontades que movimentam as sociedades. Sinalizam uma vontade de diálogo e actuação ao qual as organizações têm de corresponder; e movimentam sociedades porque se organizam em processos activos de partilha e construção de opinião e influência. Empresas e outras organizações, desde logo os próprios países, não podem mais ignorar estes movimentos de opinião, como se fossem acções marginais. Nesse caso, o que acontecerá é que são estas organizações que ficarão marginalizadas e fora da rota dos gran-des movimentos de opinião e conversação. É em contacto directo com estes movimentos que os interesses particulares e legítimos de empresas e organizações devem encontrar o seu espaço de cresci-mento. Vivemos no mesmo mundo e, como tal, devemos aceitar as regras de uma conversação global, aprendendo e utilizando a mesma lin-guagem. DADOS TÉCNICOS •• Para ‘Geração 2020’ foram recolhidas as respostas de 1100 indivíduos com idade compreendidas entre os 18 e os 30 anos; •• Na sua grande maioria, são estudantes universitários de es-tabelecimentos de ensino públicos e privados de diversos pontos do país; no entanto, a ser estudante universitário não foi condição para responder às questões; •• Nas questões com mais de duas opções de resposta, foi pedido que se respondesse com mais de uma opção; •• As respostas foram recolhidas e analisadas entre Maio e Junho de 2014.
  • 6. 6 Realistas, cultos, desencantados e autoconfiantes ‘O meu futuro depende sobretudo de mim próprio; sou culto e informado; não tenho ilusões; não me tentem enganar como fizeram com os meus pais.’ Esta podia ser uma das descrições dos indivíduos que responderam ao inquérito ‘Geração 2020’. Esta é uma das leituras possíveis e que deveremos levar em consideração quando pretendemos avaliar as percepções que os cerca de 1100 jovens que inquirimos têm a respeito de si próprios e de Portugal em geral, quando olham para o futuro. De facto, quando lidos em conjunto, alguns destes indicado-res – a valorização individual (inclusivamente face à geração anterior), a aposta no conhecimento e educação, a descrença nos políticos - sugere um perfil realista, culto, desencantado e autoconfiante. Lemos os dados quantitativos das respostas e quase que os ouvimos dizer ‘não espero mais dos outros do que de mim mesmo’. E entre os ‘outros’, estão por exemplo os ‘políticos’, de quem tradicionalmente se espera algo que valorize a vida comum. A valorização negativa dos ‘políticos’ não deve ser entendida como um cliché de revolta. Em conjunto com a con-fiança muito elevada em itens como ‘tu próprio’, ‘família’ e ‘universidades’, revela uma elevada valorização do indivíduo. É também esta a raiz da autoconfiança que transparece em quase todas as respostas. Proporcional ao ‘realismo’, há um claro desencanto na atitu-de destas pessoas. Mas ‘desencanto’ não é uma atitude ne-cessariamente negativa. Pode ser apenas um sinal de extremo realismo. O desencanto tem em Portugal um significado con-juntural específico. Houve, de facto, uma geração ‘encantada’ – a geração anterior à destes jovens, que já tinha consciência social há 40 anos, após a revolução de 1974 e que embarcou depois na alucinação económica dos anos 80. E estes jovens dizem-nos claramente que não pertencem a essa geração. Existe aqui um alerta para quem se preocupa com o diálogo com estas pessoas, porque quando passa a ser um modo de vida, o desencanto transforma-se em cinismo. E o cinismo gera dogmas, obstinações e limitações que impedem o diálogo so-cial franco e construtivo. Na última questão, a forma como escolheram as expressões faz-nos crer que, em vez de se dividirem entre ‘totalmente op-timistas’ e ‘totalmente pessimistas’, terão escolhido, cada um, expressões positivas e negativas, o que revela não uma indeci-são mas, mais uma vez, um elevado sentido de realismo. Sendo maioritariamente dirigido a jovens universitários, este inquérito não pode pretender representar todo o tecido social. Mas já é provável que represente as lideranças futuras desse tecido. E por isso é essencial conhecermos como se exprimem todas estas pessoas, pois a liderança exerce-se cada vez me-nos a partir do púlpito ou da cátedra e cada vez mais através da partilha de opiniões em rede.
  • 7. 7 Os jovens revelam grande confiança em si próprios para fazer de Portugal um país melhor (63,7%). Mas são as universidades (81,4%) que recolhem a maior preferência como instituições com maior poder transformador. No fundo da tabela estão a justiça, os partidos políticos e a Igreja Resultados do Inquérito Geração 2020 Em que instituições acreditas mais para fazer de Portugal um país melhor em 2020? Quase dois terços dos jovens pensam que, em 2020, Portugal vai ser um país melhor para viver, quando comparado com 2014 Em 2020, Portugal vai ser um lugar melhor para viver do que em 2014?
  • 8. 8 Quais as instituições que mais têm de mudar para fazer de Portugal um país melhor em 2020? Em 2020, Portugal estará mais próximo ou distante da Europa? Os partidos políticos e a justiça são claramente as instituições que mais têm de mudar. Esta resposta revela ainda uma chamada de atenção à Europa – metade dos jovens considera que a Europa que temos não favorece Portugal Apesar das reservas reveladas antes, cerca de dois terços dos indivíduos considera que iremos estar mais próximo da Europa
  • 9. 9 A educação e a economia – cada uma com mais do dobro das outras – são as áreas consideradas decisivas para traçar o futuro do país Quais as áreas mais decisivas para o futuro de Portugal? Achas que a tua geração é mais competente para resolver os problemas do país do que a geração dos teus pais? Autoconfiança ou crítica à geração anterior? A geração que respondeu a estas questões considera-se mais apta (59,8%) para resolver os problemas do país do que a geração dos seus pais (40,2%) Em 2020, estarás a viver em Portugal ou noutro país? Esta é a resposta mais bem dividida: quase metade dos jovens pensa estar a viver noutro país em 2020. Pouco mais de metade estará a viver em Portugal
  • 10. 10 Que expressões mais associas a Portugal em 2020? De um leque de 19 expressões – positivas e negativas – que os jovens mais associam a Portugal em 2020, há dois grupos que sobressaem: as duas expressões em destaque (as únicas com mais de 50%) são a Emigração e a Esperança; no grupo das expressões com mais de 30% encontramos Desemprego, Pobreza, Solidariedade, Revolução, Cultura e Juventude
  • 11. 11 Quando se fala de cultura, pensa-se muitas vezes em tradições e costumes, relacionando-se a cultura mais à história do que às questões do futuro e do desenvolvimento. Neste sentido, o conceito de cultura parece um conceito virado para o passado. Acontece que é exactamente este conceito que o sociólogo francês Alain Touraine identificou como o paradigma para o século XXI. Em épocas anteriores seguiram-se outros paradig-mas como a religião ou a política. Mas no século XXI é a cultura que define os caminhos a trilhar. Não é a luta na defesa de uma determinada fé e também não é o conflito à volta de uma ideologia política que marcam a agenda, mas são as diferenças e os direitos culturais. Para perceber em que sentido Touraine fala do paradigma da cultura, é preciso reconhecer que a cultura numa sociedade global não deve ser necessariamente entendida como uma cul-tura nacional. Hoje não é em primeiro lugar ou exclusivamente o conceito de nação que dá origem a determinadas culturas. Um leque amplo e alargado de formações e agrupamentos re-clamam por si representar uma cultura específica, sejam eles espaços regionais, ou mesmo ao nível do bairro, sejam gru-pos sociais com determinadas orientações ou interesses. “Be yourself” é o lema de uma sociedade global. O paradigma da cultura oferece exactamente isso: a vivência de um interesse comum, a experiência de grupo e a orientação do indivíduo no seio dos outros. Cultura é, portanto, a forma que os indivíduos encontram para se orientarem e exprimirem e para garantir a pertença a um grupo que lhes permite viver um interesse comum, seja ele nacional, regional ou local, seja profissional, geracional (a cultura dos jovens), de género, de uma deter-minada tecnologia (a cultura digital), de uma classe ou de qualquer outra forma em que indivíduos se associam para a vivência de objectivos partilhados. O mesmo indivíduo pode, neste sentido, pertencer a várias culturas ao mesmo tempo - e é difícil imaginar um indivíduo que não o faça. Como também é difícil imaginar um indivíduo que não pertença à cultura ne-nhuma: o ser humano precisa e depende da(s) cultura(s) em que se insere. Todos nós aprendemos a(s) nossa(s) cultura(s), todos vivemo-la(s) e todos transmitimo-la(s). Sem a pertença cultural uma vida humana não é possível. Entendendo a cultura desta maneira, é óbvio que deixa de ser um conceito virado para o passado mas que ganha um signifi-cado dinamizador para o presente e o futuro. Numa sociedade cada vez mais aberta ao mundo e inserida em processos glo-bais com impacto directo nas experiências locais, o reconhe-cimento do paradigma de cultura revela-se essencial a vários níveis. É preciso reconhecer a existência de múltiplas formas de cul-tura, uma existência associada a práticas e costumes que jus- Cultura 2020 Peter Hanenberg, Diretor do Centro de Estudos de Comuni-cação e Cultura da Universidade Católica Portuguesa
  • 12. 12 tificam a sua defesa. Este reconhecimento inclui o reconheci-mento da diversidade de culturas, o reconhecimento da sua existência e dos seus direitos. Mas ao mesmo tempo permite perceber como o desafio nas relações entre as culturas abre o espaço para novas formações, novas práticas e toda uma dinâ-mica social. Gerir esta dinâmica é o grande desafio das socie-dades no século XXI e, ao mesmo tempo, é a grande oportuni-dade de encontrar novas soluções e novos caminhos. Trata-se nos processos culturais de uma permanente transformação da experiência do passado nas potencialidades do presente, tan-to mais quando se trata de processos entre culturas diferentes. Em muito, será através da mediação cultural dos conflitos her-dados entre culturas, que uma nova cultura vai emergir. Quando os jovens inquiridos sobre Portugal em 2020 acre-ditam que as universidades são as instituições que fazem de Portugal um país melhor (81,4%), demostram a sua aposta na aprendizagem, tal como quando se pergunta pelas áreas mais decisivas para o futuro de Portugal (68,6% indicam a educa-ção). Logo a seguir são eles próprios os agentes desta mu-dança (63,76%), convictos de que já se encontram no caminho certo (só 8,33% acreditam que têm de mudar). Curiosamente a cultura só é reconhecida por 27,03% dos inqueridos como uma área decisiva para o futuro de Portugal, deixando apenas a solidariedade com um valor ainda mais baixo (9,21%). Estes valores explicam-se - como iremos tentar demonstrar - pela própria mudança que o valor e o significado da cultura têm tido e terão na sociedade contemporânea. Como é que vai ser, então, a cultura em Portugal no horizonte do ano 2020? Em primeiro lugar, e tendo em consideração o inquérito e as reflexões em torno do paradigma da cultura, pa-rece certo que a cultura em Portugal será menos uma cultura portuguesa do que uma cultura diversificada. Também 64,73% dos jovens inquiridos acreditam que Portugal vai estar mais próximo da Europa do que hoje. Esta diversificação não será entendida como uma perda de identidade, mas, pelo contrário, como uma oportunidade de dar visibilidade a muitas e dife-rentes formas de cultura, existentes no espaço ou emergentes no contacto com o mundo “lá fora”. Os sinais para uma tal di-versificação já são visíveis um pouco por todo o lado: seja, por exemplo, no reconhecimento do Fado como património mun-dial, seja na sua modernização por jovens músicos, seja nos muitos movimentos culturais em defesa do património, seja nos conceitos de uma sociedade multicultural e na presença real de crenças e religiões diversas, seja pela cultura de um Bairro Alto, seja pela cultura da Mouraria, seja pela consciência do regionalismo, seja pelos movimentos em defesa da saúde, do ambiente e do bem-estar. Longe de apostar numa cultura portuguesa única e consensual, as culturas em Portugal con-tribuem para uma dinâmica social cujos efeitos tendem a cres-cer. É verdade que - no meio deste processo - há resistências, Quando os jovens inquiridos sobre Portugal em 2020 acreditam que as universidades são as instituições que fazem de Portugal um país melhor, demostram a sua aposta na aprendizagem
  • 13. 13 pressões e poderes que podem transformar a dinâmica num conflito real e com efeitos destrutivos. Há resistências contra qualquer mudança, a vontade de “congelar” um passado ima-ginado e idílico ad eternum num conservadorismo constran-gedor. Mas também é verdade que um certo conservadoris-mo é necessário em defesa contra os poderes da promessa de mudança fácil, contra as pressões de uma nova uniformi-dade universal. Só quando se encontrar os mecanismos para permitir a mudança e simultaneamente reforçar e autorizar o valor da diversidade contra qualquer tipo de uniformidade, as culturas em Portugal vão poder desenvolver o seu potencial mobilizador. “Vamos para a globalização com aquilo que somos” escreve Augusto Mateus num relatório recente. Somos uma cultura cada vez mais diversificada, cada vez mais diferenciada que não se entende como um peso do passado mas como um mo-tor de mobilização. Podemos, por isso, dizer que a cultura em Portugal no ano de 2020 vai ser menos uma cultura portugue-sa própria e única. Pelo contrário, a cultura em Portugal será cada vez mais culturas no plural, conscientes das suas origens e interesses e abertas ao mundo, como sempre foi. Um segundo aspecto que também merece destaque é a im-portância que o desenvolvimento tecnológico tem para a cul-tura. Este impacto vai ser cada vez mais notável, na medida em que os significados culturais deixam de ser independentes dos seus suportes. Na história cultural nada disso é novo. A cultura sempre dependeu em muito das condições materiais em que se concretizou. Isto é válido para as formas de vestuário tal como para a cultura de alimentação ou das ferramentas e ar-mas. Mas o mais profundo impacto na cultura têm, sem dúvida, as formas de comunicação. Se o livro na antiguidade clássica já permitiu uma comunicação com pessoas que não partilham o mesmo espaço e o mesmo tempo e teve, por isso, um impacto duradouro no crescimen-to do conhecimento e do saber, a imprensa que surgiu com a Época Moderna permitiu potencializar este desenvolvimento extraordinariamente. A humanidade sempre cresceu com os seus meios de comunicação (e de armazenamento do saber) e crescerá de uma forma ainda desconhecida com o mundo digital e em rede que se construiu nas últimas décadas. Será neste crescimento que as culturas se vão transformar profun-damente e com uma velocidade acelerada. Os 500 anos que passaram da invenção do livro impresso até a invenção do livro digital vão parecer uma eternidade comparada com o ritmo de alterações que o acesso directo e permanente ao saber através da rede digital já trouxe para a cultura contemporânea. É a pressão da chamada cultura material sobre as práticas do quotidiano que vai contribuir para toda uma cultura nova em A humanidade sempre cresceu com os seus meios de comunicação (e de armazenamento do saber) e crescerá de uma forma ainda desconhecida com o mundo digital e em rede que se construiu nas últimas décadas. Será neste crescimento que as culturas se vão transformar profundamente e com uma velocidade acelerada
  • 14. 14 torno desta tecnologia. Hábitos de consumo e lazer, formas de contacto e encontro, o próprio conceito de audiência e de públicos - tudo isto vai mudar no sentido de uma crescente articulação com o mundo digital. As maneiras como comuni-camos, como olhamos para as coisas, como nos informamos e como aprendemos - e quem sabe - a maneira como vivemos as nossas ideias, convicções e a nossa fé vão sempre ter em conta esta presença do digital que tão pouco nos parece matéria como nos expõe real e radicalmente ao mundo. Nas culturas 2020 o digital será integrado transversalmente. O terceiro aspecto que caracteriza a cultura no ano 2020 de-riva directamente dos dois anteriores: será reconhecido o sig-nificado da cultura para a economia nacional em particular e para o mundo em geral. No já mencionado relatório sobre “A cultura e a criatividade na internacionalização da economia portuguesa”, Augusto Mateus & Associados não deixam dúvi-das que a cultura e o sector da economia devem ser vistos em conjunto. Não existe um mundo de cultura a parte do mundo da economia, nem é um sector mais real ou significativo do que o outro. A cultura atravessa a economia em vários momentos: primeiro como a base de valores e práticas nos quais a economia se concretiza, depois como um aspecto diferenciador de produ-tos e finalmente como um arsenal de conteúdos e significados que - só por si - se deixam utilizar como matéria-prima da eco-nomia. De facto, as chamadas indústrias e serviços culturais e criativos que vão desde a arquitectura e o design até à inves-tigação, à edição e às artes, são por si já um sector altamente relevante, contribuindo, já em 2006, 2,8% para a riqueza e 2,6% para o emprego nacional - com uma tendência crescente. O valor da cultura é especialmente visível no sector do turismo cuja diversificação corresponde à diversificação cultural em geral: tanto será um turismo de sol e praia, como um turismo cultural, desportivo, religioso ou de saúde uma oportunidade de desenvolvimento. Mas a cultura não fornece só os conteú-dos de um turismo diversificado, mas alimenta toda uma in-dústria de conhecimento, entretenimento e lazer que cresce a um ritmo acelerado. A “fertilização cruzada” (Mateus) en-tre tecnologia e cultura oferece perspectivas para a economia portuguesa que devem ser exploradas nos próximos anos. Na medida em que assistimos à mudança da sociedade de bens e serviços para uma sociedade de experiências, a cultura reafir-ma- se simultaneamente como palco e motor desta mudança. A cultura é um instrumento de excelência para a diferenciação de produtos e serviços e será na medida desta diferenciação que a economia terá êxito. Por isso, o paradigma da cultura de que falava Alain Touraine não é só um valor em si, mas contri-bui significadamente para o desenvolvimento social. Os 500 anos que passaram da invenção do livro impresso até à invenção do livro digital vão parecer uma eternidade comparada com o ritmo de alterações que o acesso directo e permanente ao saber através da rede digital já trouxe para a cultura contemporânea
  • 15. 15 A cultura é um instrumento de excelência para a diferenciação de produtos e serviços e será na medida desta diferenciação que a economia terá êxito Longe de ser uma área secundária e economicamente irrele-vante, a cultura afirma-se como um recurso indispensável para as sociedades do século XXI. Especialmente a relação intima entre os conceitos de cultura e de criatividade dão origem a uma dinâmica em que até pode parecer que a economia tende a usurpar toda a acção cultural. Emerge toda uma classe cria-tiva, cidades procuram reconhecimento como cidades criati-vas, espera-se dos jovens espirito criativo e empreendedor: tal presente é já o dispositivo da criatividade que parece transfor-mar- se numa imposição. O que acontece à criatividade se se afirmar como a regra? É este um dos desafios para a cultura 2020: tem de manter a chama da diferenciação e da mudança viva e oferecer simultaneamente o que a cultura sempre ofere-ceu: a experiência de pertença, orientação e interesse. E assim, em 2020 Portugal vai ser um lugar melhor para viver do que em 2014 - como 62,98% dos inqueridos acreditam.
  • 16. Autores Peter Hanenberg, Diretor do Centro de Estudos de Comunicação e Cultura, CECC, Universidade Católica Portuguesa. Estudou nas Universida-des de Tübingen e Bamberg, Alemanha, onde obteve o grau de Doutor em Literatura Alemã. Foi assistente no Instituto de Literatura Alemã Moderna da Universidade de Bamberg, entre 1988 e 1995, e, entre 1995 e 2006, coordena-dor da Área de Estudos Alemães da Faculdade de Letras da Universidade Católica Portuguesa. Actualmente é Professor Associado da Facul-dade de Ciências Humanas da UCP e Coorde-nador do Centro de Estudos de Comunicação e Cultura (CECC, UCP, Lisboa). Entre 2006 e 2010 foi Presidente da Associação Portugue-sa de Estudos Germanísticos. Publicou livros e artigos sobre a literatura e a cultura europeias desde o século XVI, sobre a ideia da Europa e sobre cognição e cultura. hanenberg@fch.lisboa.ucp.pt Filipe Nogueira Diretor Sénior na Imago - LLORENTE & CUENCA. Responsável pelo de-partamento de Gestão de Crises do escritório de Lisboa da LLORENTE & CUENCA. Com mais de 20 anos de experiência profissional em Co-municação Corporativa, Financeira, de Crise e de Marcas, é licenciado em Filosofia pela Uni-versidade Católica Portuguesa. Tem sido con-sultor de várias companhias no lançamento das suas operações em Portugal, em transações na Bolsa de Lisboa e em projetos de restru-turações. Dirige programas de comunicação corporativa e tem desenvolvido projetos para diversas instituições nacionais e internacionais. fnogueira@llorenteycuenca.com
  • 17. Consultoria de comunicação líder na Espanha, Portugal e América Latina A LLORENTE & CUENCA é a consultora número um de Gestão de Reputação, Comunicação e Assuntos Públicos em Espanha, Portugal e América Latina, com operações dirigidas ao mundo de língua espanhola e portuguesa. Conta com 17 sócios e quase 350 profissionais, que prestam serviços de consultoria estratégica a empresas de todos os setores de atividade. Atualmente, a LLORENTE & CUENCA tem escritórios próprios na Argentina, Brasil, Colômbia, Chile, Equador, Espanha, México, Panamá, Perú, Portugal e República Dominicana. Além disso, oferece os seus serviços através de empresas afiliadas nos Estados Unidos, Bolívia, Uruguai e Venezuela. O seu desenvolvimento internacional levou a LLORENTE & CUENCA a ocupar em 2013 o 55º lugar no Ranking Global de Empresas de comunicação mais importantes do mundo, elaborado anualmente pela publicação The Holmes Report. Em 2013 foi considerada a Melhor Consultora de Comunicação Financeira do Mundo nos Global SABRE Awards e a Melhor Consultora de Comunicação da América Latina e da Europa nos International Business Awards. Recebeu ainda um prémio ANDA enquanto Melhor Consultora de Comunicação do Perú e foi reconhecida como a Melhor Consultora de Comunicação do Ano no México pela Revista Merca 2.0.
  • 18. DIREÇÃO CORPORATIVA José Antonio Llorente Sócio Fundador e Presidente jallorente@llorenteycuenca.com Enrique González Sócio e CFO egonzalez@llorenteycuenca.com Jorge Cachinero Diretor Corporativo de Inovação e Reputação jcachinero@llorenteycuenca.com ESPANHA E PORTUGAL Arturo Pinedo Sócio e Diretor Geral apinedo@llorenteycuenca.com Adolfo Corujo Sócio e Diretor Geral acorujo@llorenteycuenca.com Madri Joan Navarro Sócio e Vicepresidente de Assuntos Públicos jnavarro@llorenteycuenca.com Amalio Moratalla Sócio e Diretor Sênior amoratalla@llorenteycuenca.com Juan Castillero Diretor Financeiro jcastillero@llorenteycuenca.com Lagasca, 88 — 3º andar 28001 Madri Tel: +34 91 563 77 22 Barcelona María Cura Sócia e Diretora Geral mcura@llorenteycuenca.com Muntaner, 240-242, 1º-1ª 08021 Barcelona Tel: +34 93 217 22 17 Lisboa Madalena Martins Sócia Fundadora madalena.martins@imago.pt Carlos Matos Sócio Fundador carlos.matos@imago.pt Rua do Fetal, 18 2714-504 S. Pedro de Sintra Tel: + 351 21 923 97 00 AMÉRICA LATINA Alejandro Romero Sócio e CEO América Latina aromero@llorenteycuenca.com José Luis Di Girolamo Sócio e CFO América Latina jldgirolamo@llorenteycuenca.com Antonio Lois Diretor Regional de R.H. alois@llorenteycuenca.com Bogotá María Esteve Diretora Geral mesteve@llorenteycuenca.com Germán Jaramillo Presidente Conselheiro gjaramillo@llorenteycuenca.com Carrera 14, # 94-44. Torre B — of. 501 Bogotá (Colômbia) Tel: +57 1 7438000 Buenos Aires Pablo Abiad Sócio e Diretor Geral pabiad@llorenteycuenca.com Enrique Morad Presidente Conselheiro para o Cone Sul emorad@llorenteycuenca.com Av. Corrientes 222, 8º andar. C1043AAP Ciudad de Buenos Aires (Argentina) Tel: +54 11 5556 0700 Lima Luisa García Sócia e CEO Região Andina lgarcia@llorenteycuenca.com Cayetana Aljovín Gerente Geral caljovin@llorenteycuenca.com Av. Andrés Reyes 420, 7º andar San Isidro. Lima (Peru) Tel: +51 1 2229491 México Alejandro Romero Sócio e CEO América Latina aromero@llorenteycuenca.com Juan Rivera Sócio e Diretor Geral jrivera@llorenteycuenca.com Bosque de Radiatas # 22 — PH7 05120 Bosques las Lomas (México D.F.) Tel: +52 55 52571084 Panamá Javier Rosado Sócio e Diretor Geral jrosado@llorenteycuenca.com Avda. Samuel Lewis. Edificio Omega, 6º andar Tel: +507 263 9899 Quito Catherine Buelvas Diretora Geral cbuelvas@llorenteycuenca.com Av. 12 de Octubre 1830 y Cordero. Edificio World Trade Center, Torre B, 11º andar Distrito Metropolitano de Quito (Ecuador) Tel: +593 2 2565820 Rio de Janeiro Yeray Carretero Diretor ycarretero@llorenteycuenca.com Rua da Assembleia, 10 — sala 1801 Rio de Janeiro — RJ (Brasil) Tel: +55 21 3797 6400 São Paulo José Antonio Llorente Sócio Fundador e Presidente jallorente@llorenteycuenca.com Juan Carlos Gozzer Diretor Geral jcgozzer@llorenteycuenca.com Rua Oscar Freire, 379, CJ 111, Cerqueira César, CEP 01426-001 São Paulo SP (Brasil) Tel: +55 11 3082 3390 Santiago do Chile Claudio Ramírez Sócio e Gerente Geral cramirez@llorenteycuenca.com Avenida Vitacura 2939 10º andar. Las Condes Santiago de Chile (Chile) Tel: +56 2 24315441 Santo Domingo Alejandra Pellerano Diretora Geral apellerano@llorenteycuenca.com Avda. Abraham Lincoln Torre Ejecutiva Sonora, 7º andar Tel: +1 8096161975 Web corporativa www.llorenteycuenca.com Revista UNO www.revista-uno.com.br YouTube www.youtube.com/LLORENTEYCUENCA Facebook www.facebook.com/llorenteycuenca Centro de Ideas www.dmasillorenteycuenca.com Twitter http://twitter.com/llorenteycuenca LinkedIn www.linkedin.com/company/llorente-&-cuenca Slideshare www.slideshare.net/LLORENTEYCUENCA
  • 19. d+i é o Centro de Ideias, Análise e Tendências da LLORENTE & CUENCA. Porque assistimos a um novo guião macroeconómico e social. E a comunicação não fica para trás. Avança. d+i é uma combinação global de relacionamento e intercâmbio de conhecimento que identifica, analisa e transmite os novos paradigmas da comunicação a partir de um posicionamento independente. d+i é uma corrente constante de ideias que antecipa os novos tempos da informação e da gestão empresarial. Porque a realidade não é branca nem preta, existe d+i LLORENTE & CUENCA. www.dmasillorenteycuenca.com