1. A MULHER TRABALHADORA NO CONTEXTO
DAS RELAÇÕES DE TRABALHO E ASSÉDIO
MORAL
Acadêmicas de Enfermagem: Suziele Moreira e Danielle
Scholz
Supervisão: Enfª Maria Fátima Borin
Uruguaiana, 2013
2. GÊNERO X SEXO
GÊNERO: Maneira que as diferenças
entre mulheres e homens assumem nas
diferentes sociedades, no transcorrer da
história.
SEXO: Diferenças anátomo fisiológicas
existentes entre os homens e as
mulheres.
3. EVOLUÇÃO HISTÓRICA
TRAGETÓRIA FEMININA NA
HISTÓRIA:
PASSADO: PRESENTE:
MODELO DE FEMINISMO
SOCIEDADE MUDANÇA DA
PATRIARCAL REALIDADE
4. MULHER NO MERCADO DE TRABALHO
O papel da mulher na sociedade vem mudando!
A mulher cada vez mais esta adotando uma postura
atuante! As exigências do mundo moderno, obrigaram os
homens a abrirem mão de sua atitude dominadora e
caminharem no sentido da parceria necessária e
enriquecedora.
O principal motivo da mulher entrar no mercado de
trabalho formal;
Contribuição com a renda familiar
É a realização profissional.
Esta realidade faz com que em muitas famílias a
mulher trabalha fora e o marido fica em casa para
cuidar dos filhos.
5. A MULHER E AS RELAÇÕES DE
TRABALHO NO BRASIL
I e II Guerras
Mundiais. DECÁDA DE
Mulher na 70
Industria
Têxtil
DECÁDA DE
DECÁDA DE
80
90
6. RETALHOS DA HISTÓRIA
NADA DADO – TUDO CONQUISTADO
O voto feminino no Brasil
No Código Eleitoral Provisório (Decreto 21076), de 24 de
fevereiro de 1932, o voto feminino no Brasil foi assegurado.
O direito à voto foi aprovado parcialmente por permitir
somente às mulheres casadas e às viúvas e solteiras que
estivessem renda própria, o exercício de um direito básico
para o pleno exercício da cidadania.
Em 1934, às restrições ao voto feminino foram eliminadas
do Código Eleitoral, embora a obrigatoriedade do voto fosse
um dever masculino. Em 1946 a obrigatoriedade do voto foi
estendida às mulheres.
7. MOVIMENTOS DE MULHERES NO
BRASIL E SUAS CONQUISTAS
Campanha nacional desencadeada pelo
Conselho Nacional dos Direitos da Mulher
(CNDM), que buscou garantir, na Assembléia
Nacional Constituinte instituída em 1986, que o
novo texto da Carta Magna assegurasse os
direitos das mulheres defendidos pelo movimento
feminista no Brasil. A campanha teve o lema
“Constituinte pra valer tem que ter direito da
mulher” e ficou conhecida como o “Lobby do
Batom”.
8. MOVIMENTOS DE MULHERES NO
BRASIL E SUAS CONQUISTAS
Antes do início da Campanha, foi escrita a Carta das
Mulheres Brasileiras aos Constituintes. Dentre as
demandas incluídas neste documento, 80% foram
atendidas na Constituição de 1988. Conquistas tais como,
por exemplo:
o reconhecimento da social da maternidade;
o planejamento familiar como um direito de mulheres e
homens;
a igualdade de direitos civis e de status de homens
mulheres no casamento;
a ampliação da licença maternidade de três para quatro
meses;
a instituição da licença paternidade,
o direito das mulheres presidiárias de amamentar seu
filho; e
9. A MULHER E O TRABALHO
“HOJE”
Hoje em dia as mulheres tem seus direitos
assegurados através de leis e cláusulas contratuais
entre os empregadores.
Contemporaneamente, vemos a mulher crescendo
e posicionando-se no âmbito social, cultural,
político e econômico.
Hoje, podemos presenciar mulheres ocupando
altos cargos em grandes empresas, governando
países, estados ou municípios.
Assim, fica claro que a relação de poder entre os
sexos e a diferenciação de papéis são baseados
mais em critérios sociais do que biológicos
10.
11. ASSÉDIO MORAL
O que é assédio moral ?
Assédio moral ou violência moral no
trabalho não é um fenômeno novo. Pode-
se dizer que ele é tão antigo quanto o
trabalho.
12. ASSÉDIO MORAL
A novidade reside na intensificação,
gravidade, amplitude e banalização do
fenômeno e na abordagem que tenta
estabelecer o nexo-causal com a
organização do trabalho e tratá-lo como
não inerente ao trabalho.
13. O que é assédio moral no
trabalho?
É a exposição dos trabalhadores a situações
humilhantes e constrangedoras, repetitivas e
prolongadas durante a jornada de trabalho e no
exercício de suas funções.
É mais comuns em relações hierárquicas
autoritárias onde predominam relações
desumanas
e aéticas de longa duração, de um ou mais chefes
dirigida a um ou mais subordinado(s).
Isso desestabilizando a relação da vítima com o
ambiente de trabalho e a organização, forçando-o
a desistir do emprego.
14. Mas, humilhação não é um termo
muito abstrato?
Conceito: É um sentimento de ser
ofendido/a,
menosprezado/a, rebaixado/a,
inferiorizado/a, submetido/a, vexado/a,
constrangido/a e ultrajado/a pelo outro/a.
É sentir-se um ninguém, sem valor, inútil.
Magoado/a, revoltado/a, perturbado/a,
mortificado/a, traído/a, envergonhado/a,
indignado/a e com raiva. A humilhação
causa dor, tristeza e sofrimento.
15. Um ato isolado de humilhação não é
assédio moral. Este, pressupõe:
repetição sistemática
intencionalidade (forçar o outro a abrir
mão do emprego)
direcionalidade (uma pessoa do grupo é
escolhida como bode expiatório)
temporalidade (durante a jornada, por
dias e meses)
degradação deliberada das condições
de trabalho
17. Situações de assédio moral:
Seu chefe / Sua chefe e ou colega:
Não lhe cumprimenta nem fala mais com
você
Atribui a você "erros imaginários”
Bloqueia o andamento dos seus trabalhos
Manda cartas de advertência protocolada
Impõe horários injustificados
Enche de trabalho
Pede trabalhos urgentes sem nenhuma
18. Dá instruções confusas e imprecisas
Ignora sua presença na frente dos
outros
Fala mal de você em público
Manda você executar tarefas sem
interesse
Faz circular maldades e calúnias sobre
você
19. Não lhe dá qualquer ocupação; não lhe
passa as tarefas
Retira seus instrumentos de trabalho:
telefone, fax, computador, mesa...
Proíbe seus colegas de falar/almoçar com
você
Agride você somente quando você estão a
sós
Insinua e faz correr o boato de que você
está com problema mental ou familiar
20. O pacto da tolerância e do silêncio
no coletivo
Outros trabalhadores por medo do
desemprego e a vergonha de serem também
humilhados e associado ao estímulo
constante à competitividade, rompem os
laços afetivos com a vítima.
Assim, a vítima fica isolada do grupo sem
explicações, passando a ser hostilizada,
ridicularizada, inferiorizada, culpabilizada e
desacreditada.
21. Risco invisível, porém concreto
A humilhação repetitiva e de longa
duração interfere na vida do trabalhador,
comprometendo sua identidade,
dignidade e relações afetivas e sociais,
ocasionando graves
danos à saúde física e mental, que
podem evoluir para a incapacidade
laborativa, desemprego ou mesmo a
morte.
22. Perfil dos agressores segundo
trabalhadores
Profeta:
Sua missão é "enxugar" o mais rápido
possível a "máquina", demitindo.
Humilha com cautela, reservadamente.
23. Tigrão:
Esconde sua incapacidade com atitudes
grosseiras e necessita de público que
assista seu ato para sentir-se respeitado
e temido por todos.
24. Pitt-bull:
é o chefe agressivo, violento e perverso
em palavras e atos. Demite friamente e
humilha por prazer.
25. Grande irmão:
Aproxima-se e mostra-se sensível aos
problemas de cada um. Na primeira
"oportunidade", utiliza estes problemas
contra o trabalhador, para rebaixá-lo,
afastá-lo do grupo, demiti-lo ou exigir
produtividade.
26. Tasea: "Ta se achando".
Confuso e inseguro. Esconde seu
conhecimento com ordens contraditórias:
começa projetos novos, para no dia seguinte
modificá-los.
Exige relatórios diários que não serão
utilizados.
Não sabe o que fazer com as demandas dos
seus superiores.
Se algum projeto é elogiado pelos superiores,
colhe os louros. Em caso contrário,
responsabiliza a "incompetência" dos seus
27. Este fenômeno se caracteriza por
algumas variáveis:
Internalização,reprodução, reatualização
e disseminação das práticas agressivas
nas relações entre os pares, gerando
indiferença ao sofrimento do outro e
naturalização dos desmandos dos chefes.
Rompimento dos laços afetivos entre os
pares, relações afetivas frias e
endurecidas, aumento do individualismo e
instauração do ’pacto do silêncio’ no
coletivo.
28. Dificuldade para enfrentar as agressões da
organização do trabalho e interagir em equipe.
Comprometimento da saúde, da identidade e
dignidade, podendo culminar em morte.
Sentimento de inutilidade e coisificação.
Descontentamento e falta de prazer no trabalho.
Aumento do absenteísmo, diminuição da
produtividade.
Demissão forçada e desemprego.
29. Frases discriminatórias
freqüentemente utilizadas
Você é mesmo difícil... Não consegue aprender
as coisas mais simples! Até uma criança faz
isso... e só você não consegue!
É melhor você desistir! É muito difícil e isso é
pra quem tem garra!! Não é para gente como
você!
Não quer trabalhar... fique em casa! Lugar de
doente é em casa! Quer ficar folgando...
descansando.... de férias pra dormir até mais
tarde....
30. Frases discriminatórias
freqüentemente utilizadas
Teu filho vai colocar comida em sua
casa?
Vou ter de arranjar alguém que tenha
uma memória boa, pra trabalhar
comigo, porque você...
Pessoas como você... Está cheio aí
fora!
31. O que a vítima deve fazer?
Resistir: anotar com detalhes toda as
humilhações
sofridas (dia, mês, ano, hora, local ou setor, nome
do
agressor, colegas que testemunharam, conteúdo
da
conversa e o que mais você achar necessário).
Dar visibilidade, procurando a ajuda dos colegas,
principalmente daqueles que testemunharam o
fato
ou que já sofreram humilhações do agressor.
32. O que a vítima deve fazer?
Procurar seu sindicato e relatar o acontecido
assim como: Ministério Público e Justiça do
Trabalho.
Recorrer ao Centro de Referencia em Saúde
dos Trabalhadores e contar a humilhação sofrida
ao médico, assistente social ou psicólogo.
Buscar apoio junto a familiares, amigos e
colegas,
pois o afeto e a solidariedade são fundamentais
para
33. A importância da prevenção.
É fundamental antecipar para evitar este
tipo de agressão e fazer um trabalho
preventivo para que haja cada vez
menos assédio moral.
34. Ah, que a mulher dê sempre a impressão de que se
fechar os olhos
Ao abri-los ela não estará mais presente
Com seu sorriso e suas tramas.
Que ela surja, não venha; parta, não vá
E que possua uma certa capacidade de emudecer
subitamente e nos fazer beber
O fel da dúvida. Oh, sobretudo
Que ela não perca nunca, não importa em que
mundo
Não importa em que circunstâncias, a sua infinita
volubilidade
De pássaro; e que acariciada no fundo de si
mesma
Transforme-se em fera sem perder sua graça de
36. Referências
PERROT, M. As mulheres ou os silêncios da
História.2010.
TRIDAPALLI, E. Mulher no Mercado de Trabalho,
Licença Maternidade e Prazos Processuais. 2009.
SANT’ANNA, W. Trajetórias para a Equidade de
Gênero – as experiências nas relações de
trabalho. 2011.
ANDRADE, L. Assédio Moral. 2011.
PAROSKI, M.V. Assédio moral no trabalho.2006.