Dados biológicos e comportamentais de Cobaias em biotérios
1. COBAIA
Dados Biológicos e
Comportamentais
Discente: Albéria Jacqueline e Karla Costa
Docente: Prof. Helena Hemília
UNIVERSIDADE FEDERAL RURAL DE PERNAMBUCO
DEPARTAMENTO DE ZOOTECNIA
DISCIPLINA DE ANIMAIS DE BIOTÉRIO
2. Introdução
O termo "cobaia" é usado para descrever quando humanos ou
outra espécie animal participa de alguma pesquisa ou
investigação científica, na qual se busca a obtenção de novos
resultados. A aplicação desse termo de forma tão
disseminada causa grande dificuldade para compreender que
ele se trata do nome de um animal de laboratório específico,
não devendo ser empregado de modo generalizado a todos os
animais de laboratório.
3. Introdução
O cobaia é roedor da família Cavidae, conhecido popularmente
como porquinho-da-Índia, preá entre outros nomes.
Inicialmente, o cobaia era usado apenas como um animal de
exposição, como um pet e em alguns lugares como
alimentação.
Existem várias espécies de cobaias descritas, porém a espécie
mais usada para fins de pesquisa é a Cavia porcellus.
4.
5. Origem
● Acredita-se que são provenientes da América do Sul;
● Visto pela primeira vez no Peru, pelos espanhóis, no séc. XVI;
● Levados por marinheiros para a Europa com o propósito de
domesticação e exposição.
6. Objetivo
O objetivo deste trabalho é mostrar a utilização das cobaias em
estudos experimentais, abordando seus hábitos, fisiologia, manejo
no biotério e seus comportamentos biológicos e nutricionais.
7. Classificação Zoológica
A cobaia trata-se de uma espécie de roedores
sul-americanos da família dos cavados, que também
inclui os preá, mocó e os marás.
Reino: Animalia.
Filo: Chordata.
Classe: Mammalia.
Ordem: Rodentia.
Subordem: Hystricomrpha.
Família: Caviidae.
Subfamília: Caviinae.
Gênero: Cavia.
8. Algumas Variedades
Inglesa
(Dunkin-Hartley)
Pelo curto, liso e macio.
Mais comum em
pesquisas.
Peruana
Mutante de pelos longos
e sedosos. Usado como
domesticação e
exposição.
Abissíma (também
inglesa)
Mutante de pelos
curtos e áspero em
“rosetas”.
9. Importância na
Experimentação Biológica
● Nuttal e Thierfelder, 1895 - Cesária Asséptica
● Lavoisier, 1970 -Fisiologia Respiratória.
Os cobaias, em especial a espécie Cavia porcellus, servem de fonte de
hemácias, anticorpos policlonais, complemento e tecidos. Tendo ainda
papel importante na realização de ensaios bioquímicos, fisiológicos e
clínicos.
10. Características Anatômicas e
Fisiológicas
● Roedor de baixa estatura, corpo arredondado e sem
cauda (cauda vestigial);
● Olhos salientes, vivos, brilhantes, pretos ou transparente
quando albinos;
● Orelhas pequenas, largas e dobradas;
● Os machos são mais corpulentos que as fêmeas,
pesando em média 700 a 1300g;
● Fêmeas durante a gestação são maiores que os machos;
11. Características Anatômicas e
Fisiológicas
● Adultos podem medir em média 30 a 35cm;
● Ambos possuem um par de glândulas mamárias
abdominais;
● Tem um total de 20 dentes permanentes sem raízes e
com crescimento contínuo.
● Possuem quatro dedos nas patas anteriores e três nas
posteriores.
● Cabeça cônica, relativamente grande em relação ao seu
corpo;
● A maior parte do seu corpo é coberta por pelos grossos
● Possuem olfato bem aguçado.
12. Dados
Comportamentais
● Sociável, tímido, dócil e raramante mordem ou
arranham;
● Assustam-se com facilidade;
● Possuem hábitos de defecar e urinar nos
comedouros e derrubar seu alimento nas
gaiolas;
● Os adultos costumam morder as orelhas dos
mais jovens e os machos tendem a brigar em
disputa por fêmeas em estro;
13. Dados
Comportamentais
● Capacidade de saltar pouco desenvolvida;
● Sensíveis a barulhos e movimentos bruscos;
● São suscetíveis a estímulos estressantes;
● Possuem dificuldade de dissipação de calor,
são mais sensíveis ao calor que ao frio
(recomendado 20°C);
● Adultos usam as glândulas sebáceas para
demarcar território.
14. ● Expectativa de vida: 3-7 anos em cativeiro
● Peso Corporal Macho Adulto: 900-1.00g
● Peso Corporal Fêmea Adulto: 700-900g
● Peso ao nascer: 70-100g
● Consumo de alimentos (g/kd/dia): 60
● Consumo de água (ml/kg/dia): 100
● Maturidade sexual do macho: 3-4 meses
● Maturidade sexual da fêmea: 2-3 meses
Dados Biológicos e
Fisiológicos
● Período de gestação: 59 - 72 dias
● Temperatura corpórea C°: 39,2°
● Frequência cardíaca 230-380
bpm/min
● Frequência respiratória 42-104
rpm/min
15. Sistema de Acasalamento
● Seleção por valores genéticos;
● Idade sexual das fêmeas: 2-3 meses de idade;
● Idade sexual dos machos: 3-4 meses de idade;
● Primeiro parto: antes do 6 meses de vida;
● Calcificação da pelve: partos distócicos;
● Vida útil dos reprodutores: 24 a 30 meses.
16. Sistema de Acasalamento
Acasalamento Monogâmico
Macho e fêmea acasalam durante toda a vida reprodutiva.
● Vantagem: Fácil identificação e registro dos filhotes,
elevada porcentagem de cio férteis de filhotes desmamados,
maior controle das enfermidades, boa seleção dos
reprodutores e é amplamente utilizado em colônias
consanguíneas onde empregam acasalamento entre irmãos.
● Desvantagem: menor número de animais produzidos, maior
mão-de-obra, maior espaço.
17. Sistema de Acasalamento
Acasalamento Poligâmico
1 macho para 5 a 12 fêmeas;
Espaço mínimo por animal (1200 cm2).
É o sistema mais utilizado na maioria das colônias de produção.
● Vantagem: maior número de animal produzido em menos espaço;
● Desvantagem: O registro dos animais e a identificação da fêmea e do
macho não-férteis.
Os reprodutores são mantidos na colônia até a idade de 24 a 30 meses.
18. Reprodução
● Animal poliéstrico
● Estro: menos de 12h
● Ciclo estral completo de 13 a 24 dias
● Ovulação espontânea;
● Corpo lúteo é funcional;
● O cio começa frequentemente ao anoitecer;
● Filhotes por ninhada: 2 a 8
● Gestação: 59 a 72 dias (média de 63 dias)
19. Reprodução
● As crias nascem com pelos, olhos abertos e
dentição completa;
● Precocidade e auto-suficiência: ingerem
alimentos sólidos 3-5 dias após o desmame;
● Amamentam crias de outras fêmeas.
20. Desmame
Independente do sistema de produção, os
filhotes devem ser desmamados com três
semanas de idade. O melhor critério quando
não existe registro, é provavelmente quando
alcançam mais 180 g de peso.
21. Sexagem
● Tanto os machos quanto as fêmeas apresentam o orifício
genital em igual distância do ânus;
● Nos machos, esta área é ligeiramente arredondada com
sulco único e contínuo entre a abertura da uretra e o
ânus, enquanto nas fêmeas esse sulco é interrompido
pela membrana vaginal, exceto durante o estro ou no
término da gravidez;
● Nos machos, os testículos podem ser palpados e o pênis
pode ser exteriorizado facilmente mediante uma pressão
na região inguinal.
23. Período de Puberdade
● Entre 55 a 70 dias de idade;
● 1° cio 68 dias;
● Idade média de ruptura é de 1° cio, por volta de 58 dias;
● Intervalo entre ruptura vai de 0 a 4 dias;
● Cio ao anoitecer.
24. Controle de
Consanguinidade da Colônia
Animais Consanguíneos -INBRED
● Acasalamento entre irmãos e/ou pais e filhos;
● 20 gerações;
● 35 cepas Inbred destinadas principalmente ao estudo de câncer.
25. Controle de
Consanguinidade da Colônia
Animais Não-Consanguíneos -OUTBRED
● Constituição genética variada;
● Estado de heterozigose-método poiley;
● Colônias de 510 fêmeas e 120 machos;
● Gaiolas para cada unidade reprodutivas (5 fêmeas x 1 macho);
● Colônia dividida em 6 grupos (cada grupo com 85 fêmeas e 17 machos).
26. Contenção
● Com a mão sobre o tórax e com a outra apoiando a parte
superior para suportar o peso do animal;
● O animal deve ficar sentado sobre a palma da mão da
pessoa que está manuseando;
● Deve-se evitar apertar o tórax do animal, pois são frágeis;
● Sempre que necessário, fazer a utilização de anestésicos.
27. Contenção
● Ocasionalmente, durante a contenção para a troca de
gaiolas, podemos observar paralisação do animal por
vários minutos e até mesmo a morte.
● Maior cuidado, principalmente no que se refere às
fêmeas grávidas ou aos recém-nascidos, os quais
podem ser pisoteados pelos outros animais do grupo.
● Os cobaias são muito sensíveis à toxicidade por vários
antibióticos, tais como tetraciclina, penicilina e
cloranfenicol.
28. Transporte
Por serem animais muito sensíveis, recomenda-se que
evite ao máximo o transporte, mas caso necessário
realizá-lo em caixa de transporte respeitando o espaço
por animal (1200cm). Por serem animais calmos, não
necessitam de grandes contenções, mas caso
necessário, recomenda-se a sedação.
29. Produção mensal estimado em uma
colônia - 510 fêmeas/102 machos
● Período médio de gestação = 63 dias;
● Número médio de filhotes/parto = 2,75;
● Taxa de mortalidade de lactente = 10%;
● Número de filhotes desmamados/parto = 2,5;
● Desmame 21 dias de idade;
● Acasalamento: média de 90 dias de idade;
● Intervalo entre partos = 63 dias de gestação + 16 dias de ciclo estral = 79
dias;
30. Produção mensal estimado em uma
colônia - 510 fêmeas/102 machos
● 365 dias (ano): 79 dias (intervalo) = 4,6 partos/ano (arredonda 5 partos);
● 5 partos x 2,5 filhotes = 12,5 filhotes desmamados/ano/fêmea;
● 12,5 desmamados/ano x 510 fêmeas = 6.375 desmamados/ano;
● Ou seja, 531,25 desmamados/mês;
● índice reprodutivo 1 filhote/fêmea/mês.
31. Identificação dos animais e registro
da colônia
● Tatuagem individual nas orelhas;
● Cada orelha-três letras ou números;
● Aplicação de corantes-solução de ácido pícrico (amarelo);
● Curta duração e deve ser periodicamente renovado;
● Registros dos eventos ocorridos: data do acasalamento, nascimento,
quantidade de filhotes nascidos, mortos, desmame, variações ambientais
etc.
32. Dados Nutricionais
● São animais fundamentalmente herbívoros, se alimentam de
grãos, verduras e capins;
● Em laboratório, sua dieta principal é composta por rações
balanceadas específicas e em formas de pellets com
diâmetro de no máximo 50mm;
● O consumo varia de idade e estágio da vida. Para um adulto
normal é de 60g/kg;
● Em situações de estresse, a fibra dessa dieta deve ser mais
elevada;
● Necessitam de fontes exógenas de ácido ascórbico, 10mg/kg
para adultos e de 30mg/kg para fêmeas prenhas.
33.
34.
35. Relação com a fisiologia
humana
● Metabolismo lipídico;
● Altas concentrações de colesterol livre;
● Maior parte do colesterol é LDL (alta produção de LDL/HDL);
● Possuem as lipoproteínas plasmáticas CETP, LCAT E LPL;
● Reduzem TGs com exercícios e medicamentos e elevam HDL.
41. Conclusão
A utilização de animais em atividades de pesquisa científica está
relacionada ao desenvolvimento de novos medicamentos ou vacinas,
bem como a procedimentos que levem a um melhor entendimento de
determinada doença ou da interação do agente em determinado
organismo. Vale ressaltar que nem sempre os animais são utilizados no
desenvolvimento de drogas ou vacinas para os seres humanos. A
medicina veterinária tem tido benefícios diretos ligados à
experimentação animal.
42. Referências
Bibliográficas
FERREIRA, Reinaldo Bueno. Cobaia: Cobaia. In: CUIDADOS e manejo de animais de laboratório:
Cobaias. 2. ed. Rio de Janeiro: Atheneu, 2017. v. único, cap. 13, p. 201-226.
ENES, S. et al. Criação e manejo de cobaias. [s.l: s.n.]. Disponível em:
<https://books.scielo.org/id/sfwtj/pdf/andrade-9788575413869-12.pdf>.
RICARDO PORTELA. ICSC48 - Criação e manejo de cobaias. Disponível em:
<https://pt.slideshare.net/rwportela1/icsc48-criao-e-manejo-de-cobaias>. Acesso em: 22 mar. 2023.