O documento discute a importância da contação de histórias na escola, destacando que ela pode desenvolver habilidades como imaginação, concentração e criatividade. Também tem benefícios terapêuticos para quem conta e ouve, renovando o imaginário e as emoções. Qualquer pessoa pode ser contador se tiver paixão pela narrativa e conhecer técnicas como escolher histórias adequadas à idade do público.
2. Contribuições:
Além de despertar o gosto pela literatura e pela leitura,
pois a ação aproxima o ouvinte do livro levando-o a
desenvolver a imaginação, algumas habilidades como
percepção auditiva, concentração, hábito de ouvir,
capacidade de recontar, desenvolvimento da criatividade
na hora de produzir seus próprios textos também podem
ser exploradas.
As histórias também têm um caminho terapêutico, tanto
para quem conta, como para quem ouve, pois é um
exercício de renovação, um encontro com diferentes
possibilidades, o que aguça o imaginário e as emoções.
3. O contador de histórias
Primeiramente, devemos partir do pressuposto que
todos podem ser contadores de histórias.
Para conduzir bem o processo , o contador deve ser
absolutamente apaixonado pelo mundo do faz de
conta. Estar envolvido afetivamente com a narrativa
é ponto fundamental.
Mesmo aqueles que acreditam não possuir a marca
da palavra na alma, podem, através do gosto e do
interesse pela arte de contar histórias, se exercitar e
aprender algumas técnicas que possam facilitar no
momento da “contação”.
4. O ritual da contação
Para contar um conto exige-se que se prepare
devidamente o ambiente. Os ouvintes devem sentir-
se à vontade para se entregar à história e
principalmente sentir confiança naquele que narra,
pois este vai leva-los aos mais fantásticos lugares, à
presença dos mais misteriosos personagens e deve,
sobretudo, inspirar segurança.
Observamos, portanto, que os contos sempre
tiveram uma função muito especial dentro das
práticas culturais e sociais de todos os povos. Não
devemos trabalhá-los, porém, como uma
“maquiagem” para os problemas, para que não se
perceba a realidade social, mas sim para que nos
façam ficar próximos de nossa vivência.
5. A escolha da história
A escolha da história é fundamental para o sucesso
da narrativa. Num primeiro momento deve-se
observar o público e a faixa etária que se quer
atingir. A fase de desenvolvimento da criança e seu
entendimento devem ser avaliados.
Porém, mais importante que o gosto ou a idade do
público, é necessário que o narrador se identifique
com a história, se divirta com ela. Acredite no que vai
contar. Nenhuma história será contada com
veracidade e intensidade se o contador não acreditar
nela.
6. Devemos estudar, conhecer a história que vamos contar.
Isso não significa decora-la, mas sim perceber sua
estrutura.
Deve-se perceber quais são os acontecimentos principais
da história. Na introdução devemos cuidar para que não
seja muito longa, dispersando a atenção dos ouvintes. Já o
clímax deve ser percebido pelos momentos de tensão da
história, que dão realmente o sentido da narrativa e o final,
deve ser o mais esperado pelos ouvintes.
Algumas narrativas podem ser acompanhadas de música,
de versos que “embrulhem” a história, tornando-a ainda
mais encantadora e inesquecível.
7. Formas de apresentação das histórias
Em primeiro lugar o contador deve ter consciência de que
a história é que é importante. Ele é apenas um
transmissor, conta o que aconteceu – e o faz com
naturalidade, sem afetação, deixando as palavras fluírem.
A naturalidade do contador é fundamental e só ocorre
quando o narrador conhece e sente-se seguro diante da
história que escolheu.
Um narrador, mesmo envolvido pela história não deve agir
como se estivesse num palco representando e deve
transmitir suas emoções pela voz, seu principal
instrumento.
8. O narrador tem que se expressar numa voz definida,
inconfundível, tem de saber modulá-la de acordo com o
que está contando, considerando os seguintes aspectos:
intensidade (é a voz que sugere o que aconteceu, ora
mais fortes vibrante, suave, num tom mais baixo ou mais
alto, porém tomando-se o cuidado para não se tornar
estridente ou de falsete);
clareza (significa boa dicção, correção de linguagem e
evitando repetições desncessárias – tipo, né, aí...)
conhecimento ( o narrador precisa aprofundar-se no
estudo da literatura infantil).
9. Recursos mais utilizados
A simples narrativa: a mais fascinante,
antiga, tradicional e autentica de todas as
formas. Não requer nenhum acessório e se
processa por meio da voz e da postura do
narrador. Este por sua vez, com suas mãos
livres, concentra todo sua força na expressão
corporal.
Com o livro: O livro às vezes se faz
necessário quando o texto se utiliza de rimas
ou poemas, ou traz ilustração sem texto.
10. Quando lemos uma história, também temos alguns
compromissos que não devemos esquecer como:
conhecer a história;
ler com expressão;
despertar nos ouvintes sentimentos traduzidos pelo
autor;
ler com voz agradável e de modo inteligível,
pronunciando clara e corretamente as palavras;
ler certo, respeitando pausas e acentuação;
manter o corpo em posição correta.
11. Outros recursos também podem ser utilizados:
com gravuras: as gravuras ampliadas favorecem
sobretudo as crianças pequenas, facilitando sua
visualização;
com flanelógrafo: as figuras podem ser confeccionadas
em flanela, feltro ou papel camurça. Outra opção é usar
recortes de revistas, etc;
com desenhos: as figuras ou idéias que aparecem na
história podem ser desenhadas pelo narrador (em
quadro negro, ou mop) enquanto a história está sendo
contada.
Com interferência do narrador e dos ouvintes. Pode-se
introduzir a interferência se o texto requer ou sugere e a
interferência consite numa participação ativa dos
ouvintes pela voz e/ou gestos.
12. Atividades à partir da história
As atividades subseqüentes, podem ou não serem
propostas após a contação.
Tudo depende da intenção do contador. As
chamadas atividades de enriquecimento ajudam a
“digerir” esse alimento num processo de associação
a outras práticas artísticas e educativas.
A história funciona então como agente
desencadeador de criatividade, inspirando cada
pessoa a manifestar-se expressivamente, de acordo
com sua preferência.
13. Há vários tipos de atividades que podem ser
desenvolvidas baseadas nas sugestões que o
enredo oferece:
dramatização;
desenhos, recortes, modelagem;
criação de textos orais e escritos;
brincadeiras;
construção de maquetes;