A pedagogia espírita tem origem na tradição ocidental e foi sistematizada por Allan Kardec no século XIX. Embora tenha influências internacionais, surgiu principalmente no Brasil com escolas como o Colégio Allan Kardec. Seus fundamentos incluem a existência do espírito, a vida como aprendizado e o objetivo da evolução espiritual. Seus princípios centrais são a liberdade, a ação e o amor. No entanto, não se resume a catecismo ou aulas sobre espiritismo, mas a uma abordagem human
1. Pedagogia Espírita
A pedagogia espírita tem origem na tradição ocidental, que vem desde Sócrates e
Platão, passando por Comenius, Rousseau, Pestalozzi, antecessores diretos de seu
sistematizador, o pedagogo francês Allan Kardec, que solidificou esses princípios,
evidenciando a existência do espírito e as suas múltiplas vidas.
Entretanto, foi no Brasil que a pedagogia espírita nasceu com este nome, com suas
práticas e propostas. A primeira escola espírita foi o Colégio Allan Kardec, em
Sacramento (MG), fundada e dirigida pelo educador Eurípedes Barsanulfo. Esta
escola pode até hoje ser fonte de inspiração, dada a originalidade e a vanguarda de
suas práticas [carece de fontes]. A Pedagogia Espírita tem como principais teóricos e
defensores o filósofo José Herculano Pires e Dora Incontri, Pós Doutora em
Filosofia da Educação.
Fundamentos
Somos seres interexistenciais – temos uma dimensão espiritual;
A criança é um ser reencarnado;
A vida é um aprendizado permanente, rumo à perfeição;
O objetivo da existência é o desabrochar dos germens divinos da alma;
O processo de educação é sempre um processo de auto-educação;
A função do Educador é despertar o impulso de auto-educação do educando. Essa
relação pedagógica, de ajudar o progresso do outro, sem imposição pode se dar em
qualquer relação, entre dois seres humanos.
Princípios
Pode-se reunir numa tríade os princípios da Pedagogia Espírita:
A pedagogia da liberdade: em qualquer processo pedagógico, estamos lidando com
um ser livre, que deve aderir voluntariamente ao convite de evolução que lhe
propomos.
A pedagogia da ação: o indivíduo só aprende, agindo, experimentando, ensaiando
(inclusive errando). É na ação que o ser desenvolve suas potencialidades.
A pedagogia do amor: o que deflagra o processo evolutivo é a lei do amor, presente
em todas as criaturas. A relação pedagógica deve ser de amor, pois só o amor toca as
fibras divinas da alma e desperta a vontade de evolução.
O que a Pedagogia Espírita não é
A Pedagogia Espírita não é catecismo espírita. Não se trata de fazer proselitismo,
pois deve ser uma pedagogia aplicável a qualquer ser humano, de qualquer tendência
filosófica e religiosa. Kardec sempre alertou para a necessidade de respeito à
liberdade de consciência. Pode-se usar os princípios da Pedagogia Espírita para
ensinar o conteúdo espírita para aqueles que o desejarem, mas não indistintamente, a
qualquer um. Nesse sentido, a Pedagogia Espírita deve trabalhar com o ensino inter-
religioso, contextualizando o educando em todas as religiões e doutrinas filosóficas
existentes.
Não é prática de educação tradicional, com uma aula de espiritismo por semana. É
uma nova abordagem de educação humana.
A Pedagogia Espírita não é um movimento sectário, autoritário e centralizado numa
pessoa ou instituição. Todos podem se embeber de seus princípios e praticá-los
livremente. Ninguém tem o monopólio da idéia.