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Análise do Diagnóstico de Competências Individuais 
Márcia Rangel e Prof. Sérgio Fialho 
ANÁLISE DO DIAGNÓSTICO DE 
COMPETÊNCIAS INDIVIDUAIS 
Programa da Rede de Inovação em Gestão do Turismo – SETUR- 2014
Análise do Diagnóstico de Competências Individuais 
Márcia Rangel e Prof. Sérgio Fialho 
O termo competência surgiu na década de 70 e ampliou-se nos anos oitenta e noventa do 
século passado, passando a integrar o vocabulário e práticas corporativas. Mas, apesar da 
aceitação desse conceito no ambiente profissional (especialmente nas organizações privadas), 
as diferentes abordagens e teorizações têm dificultado definições amplamente aceitas. Alguns 
estudiosos do tema destacam que é importante compreender que o conceito de competência se 
distancia do seu sentido cotidiano, tendo em vista que coloquialmente tem sido associado à 
capacidade de resolver problemas, aptidão e habilidade. Mas estas imputações são limitadas 
para dar conta das dimensões tanto passiva como ativa do termo. 
Philippe Zarifian (2003) define competência como 
(...) [ter] iniciativa e assumir a responsabilidade 
diante das situações profissionais com as quais nos 
deparamos. Consiste em um entendimento prático de 
situações, que se apoia em conhecimentos adquiridos e 
os transforma à medida que aumenta a diversidade de 
situações. 
Como base na definição do autor supracitado, pode-se entender que competência integra 
habilidade de fazer algo, embora não se restrinja ao saber fazer, ao contrário, ultrapassa a 
dimensão meramente técnica e operacional das práticas administrativas. Do mesmo modo, 
afirma que competência agrega atitude, mas não se limita a capacidade querer fazer, está 
disposto a fazer o que tem que ser feito. Ressalta, pois, que competência pressupõe, acima de 
tudo, uma ação adequada e não uma simples ação. Ou seja, afirma que competência 
pressupõe uma ação que agregue valor diante de novas situações. 
66 
1 ANÁLISE DO DIAGNÓSTICO DE COMPETÊNCIAS 
INDIVIDUAIS 
1.1 Conceito de Competências 
Programa da Rede de Inovação em Gestão do Turismo – SETUR- 2014
Análise do Diagnóstico de Competências Individuais 
Márcia Rangel e Prof. Sérgio Fialho 
Zarifian destaca, ainda, que é possível compreender a composição do conceito de 
competência através de critérios objetivamente mensuráveis, como uma ação proativa e 
simultânea que integra em um mesmo processo três dimensões/processos indissociáveis, 
conforme diagrama abaixo: 
No âmbito da administração pública federal brasileira, o conceito de Gestão por 
Competências foi introduzido formalmente pela Política Nacional de Desenvolvimento de 
Pessoal (PNDP), instituída pelo Decreto nº 5.707, de 23/02/2006. Esta apresenta como 
objetivos a melhoria da qualidade, eficiência, eficácia e efetividade dos serviços públicos 
prestados à sociedade. Nesse sentido, a adequação das competências individuais requeridas 
dos servidores deve estar alinhada aos objetivos institucionais e organizacionais, através de 
ações de capacitação. 
Com base nessa breve conceituação, a metodologia de Mapeamento de Competências 
Profissionais e Organizacionais que fundamentará a execução do Programa e do curso foi 
desenvolvida em quatro fases: 
67 
 Saber conceitualmente (qualificação) – conhecimento 
 Saber fazer (experiência funcional) – habilidade 
 Saber agir (capacidade de obter resultados) – atitude 
Figura: Conceito de competência segundo a PNDP. 
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Análise do Diagnóstico de Competências Individuais 
Márcia Rangel e Prof. Sérgio Fialho 
• Na primeira fase foi realizada Pesquisa Documental junto ao MTUR e à SETUR, 
com o objetivo de identificar às estratégias organizacionais para a identificação das 
competências individuais, gerais e transversais que orientaram o desenvolvimento do 
Programa e o Curso; 
• Na segunda fase essa matriz de avaliação de competências foi debatida em um 
“Grupo Focal”, composto por Consultores da FEA/UFBA e Técnicos especialistas 
em gestão do turismo indicados pela SETUR. A partir dos resultados obtidos, foram 
identificadas e validadas, por ordem de importância, as principais competências a 
serem desenvolvidas, ao longo do Programa e Curso; 
• Na terceira fase, foi desenvolvida as Oficinas de Sensibilização e Mapeamento de 
Competências Profissional e Organizacional, com o objetivo de mobilizar e 
sensibilizar os participantes e identificar as lacunas de competências para a gestão do 
turismo. Ainda nesta fase, os gestores foram convidados a responder o Diagnóstico 
Organizacional, disponibilizado no Ambiente Virtual de Aprendizagem (AVA) da 
Rede, contendo aspectos relevantes para mapear as lacunas de competências 
organizacionais dos Municípios selecionados. Esses aspectos estão distribuídos em 3 
(três) grupos: Contexto e Recursos Gerais da Prefeitura, Infraestrutura Municipal para 
o Turismo e Gestão para o Turismo. 
• Na quarta fase, as Competências Profissionais e Organizacionais serão avaliadas, com 
o objetivo de identificar as de maior importância para a modernização da 
administração municipal e que precisam ser aprimoradas no curso. A identificação de 
eventuais lacunas de competências guiará, portanto, as ações de desenvolvimento do 
Programa Rede de Inovação em Gestão do Turismo. 
68 
Programa da Rede de Inovação em Gestão do Turismo – SETUR- 2014
Análise do Diagnóstico de Competências Individuais 
Márcia Rangel e Prof. Sérgio Fialho 
Brandão  Guimarães (2001)), conceituam lacunas de 
competências como uma “discrepância entre as competências 
necessárias à consecução dos objetivos organizacionais e 
aquelas de que a organização dispõe”. 
Tomando como referência o conceito acima, lacunas de competências, em outras palavras, é a 
diferença entre as competências necessárias e as competências existentes na organização. 
Para os objetivos do Programa e do Curso, o mapeamento de lacunas de competências 
significa poder identificar o perfil dos gestores-alunos, bem como avaliar a capacidade 
institucional e organizacional das prefeituras. Com base nessa avaliação será possível, pois, 
(re) orientar as metodologias de abordagem do Curso e estimular os participantes e o grupo a 
desenvolver seus próprios percursos de aprendizagem. 
Cabe ressaltar, ainda, que, com essa abordagem pedagógica e metodológica, a SETUR e a 
FEA/UFBA inovam na concepção e desenvolvimento de capacitação profissional, assumindo, 
pois, como princípios orientadores do trabalho e educação colaborativa. 
No contexto do processo de formação da Rede de Inovação em Gestão do Turismo, o 
Diagnóstico de Competências Profissionais tem um duplo objetivo: compõe o diagnóstico dos 
municípios integrantes da Rede, para fins de elaboração dos Planos de Gestão do Turismo 
(PGTs) e possibilita que o Curso de Gestão Pública do Turismo tenha foco nas competências 
necessárias ao desempenho dos gestores e técnicos municipais. 
69 
1.2 Conceito de Lacunas de Competências 
1.3 Contexto e Metodologia 
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Análise do Diagnóstico de Competências Individuais 
Márcia Rangel e Prof. Sérgio Fialho 
Responderam ao questionário cerca de 100 servidores de diversos níveis hierárquicos e 
ocupantes de variados cargos, com atuação nas secretarias de turismo e/ou outras unidades 
organizacionais. Esse universo representa cerca de 50 municípios turísticos, selecionados pela 
Secretaria de Turismo do Governo do Estado da Bahia. 
O foco do Diagnóstico Profissional foi verificar o grau de domínio, pelos gestores e técnicos 
municipais de turismo, de um conjunto de competências relacionadas às principais funções 
que a gestão municipal necessita desempenhar para planejar e gerir, com eficiência, eficácia, 
efetividade e qualidade, as estratégias do município para o desenvolvimento do setor de 
turismo. 
As competências foram organizadas em oito (8) grupos, conforme desenho da estrutura 
pedagógica do curso, conformado em 4 (quatro) eixos de aprendizagem, conforme as 
seguintes dimensões : 
1. Gestão Tecnopolítica 
2. Visão Sistêmica 
3. Gestão de Recursos Financeiros, Fiscalização e Controle 
4. Planejamento Organizacional 
5. Gerenciamento de Projetos 
6. Captação de Recursos 
7. Monitoramento e Avaliação 
8. Inovação 
Com relação a cada uma das competências indicadas acima, foi solicitado a cada participante 
pesquisado que indicasse o grau de domínio que avaliava ter daquela competência. Foram 
estabelecidos 5 (cinco) graus de domínio, onde 1 equivale a um grau mínimo de domínio e 5 
equivale a um grau máximo da competência (escala Likert). 
A análise dos dados do questionário do Diagnóstico foi realizada com base em dois 
indicadores estatísticos, elaborados a partir das respostas fornecidas pelos alunos-gestores: a 
média ponderada do grau de domínio da competência para o conjunto dos indivíduos 
70 
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pesquisados (RM – ranking médio) e a dispersão ou concentração dos graus de domínio dos 
indivíduos pesquisados em relação à média do conjunto (DP – desvio padrão). 
Enquanto o primeiro indicador (RM) revela o grau médio de domínio do grupo em relação à 
determinada competência, o segundo (DP) indica se a maioria dos indivíduos do grupo se 
concentram próximos da média geral, ou se essa média resulta da dispersão dos indivíduos 
por diversos graus de domínio. Estatisticamente, considera-se que quanto maior o valor de 
DP, menor a dispersão dos indivíduos pelos graus de 1 a 5 e, inversamente, quanto menor o 
valor de DP maior a dispersão dos indivíduos pelos diversos graus de domínio. É importante 
observar que os valores DP não foram calculados para a Tabela 1 porque esta tabela agrega 
muitas competências distintas, tendo sido calculados, então, para as tabelas que detalham as 
competências de cada grupo. 
Considerando que o grau médio de domínio das competências é 3 (valor intermediário entre 1 
e 5), pode-se observar na Tabela 1 e no Gráfico 1 que, para a maioria dos grupos de 
competências, o grau de domínio – avaliado pelos gestores e técnicos participantes – é abaixo 
do índice médio. 
Apenas as competências de “Gestão Tecnopolítica e Visão Sistêmica” tiveram grau de 
competência acima do ponto médio (3). Mas, ainda assim, observa-se apenas um pouco acima 
desse ponto (3,4 e 3,5). 
71 
1.4 Análise dos Dados 
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Nesse nível geral, pode-se constatar que os gestores e técnicos avaliam que são mais 
competentes nas atividades de caráter estratégico (articular-se com os vários segmentos da 
sociedade, desenvolver propostas de ação para o desenvolvimento do turismo na região) e 
pouco competentes nas atividades de caráter operacional (gerenciar e controlar recursos 
financeiros, formatar projetos, captar recursos, gerenciar orçamentos e projetos específicos, 
dominar métodos de aperfeiçoamento das práticas de gestão do turismo). 
72 
Tabela 1 – Média do Grau de Domínio por Grupo de Competências 
Grupo de Competências RM 
Gestão Tecnopolítica 3,4 
Visão Sistêmica 3,5 
Gestão de Recursos Financeiros, Fiscalização e Controle 2,2 
Planejamento Organizacional 2,8 
Gerenciamento de Projetos 2,5 
Captação de Recursos 2,0 
Monitoramento e Avaliação 2,2 
Inovação 2,5 
Gráfico 1 
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Essa constatação é um importante elemento para o planejamento dos conteúdos e abordagens 
metodológicas do Curso, que, de modo geral, tem como foco a capacitação operacional dos 
gestores e técnicos municipais os quais atuam na área de turismo. 
Tabela 2 – Média dos Graus de Domínio e Desvio Padrão no grupo de competências Gestão Tecnopolítica 
73 
As tabelas a seguir detalham as competências que integram cada grupo de competências. 
COMPETÊNCIA RM DP 
1.1 Identificar e responder as demandas do Município na área de turismo 3,8 13 
1.2 Desenvolver relações político-institucionais para o Turismo 
1.2.1 Legislativo (Câmara de Vereadores) 3,0 6 
1.2.2 Lideranças Políticas 3,2 9 
1.2.3 Secretarias de governo 3,4 9 
1.2.4 Associações e Cooperativas 3,4 9 
1.2.5 Sindicatos 3,1 8 
1.2.6 Empresariado 3,2 8 
1.2.7 Representações da Sociedade Civil 3,6 12 
1.3 Acompanhar aspectos básicos da administração pública 
1.3.1 Gestão de pessoas 3,3 8 
1.3.2 Gestão financeira 2,4 9 
1.3.3 Gestão de processos 2,2 9 
1.3.4 Planejamento 3,0 8 
1.4 Possuir perfil de liderança 3,9 14 
1.5 Trabalhar em equipe 4,2 17 
1.6 Priorizar os projetos do turismo de acordo com o planejamento estratégico do 
Município 
3,4 7 
1.7 Planejar as ações de governo dentro de sua área de atuação 3,4 7 
1.8 Manter canais de comunicação com a população sobre assuntos turísticos 3,7 11 
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Considerando os indicadores desse primeiro grupo de competências (Gestão Tecnopolítica), 
conforme indicado na Tabela 2, cabem fazer as seguintes considerações: 
a) Os maiores graus de domínio nesse grupo (RM 4,4 e 4,2) destacam, respectivamente, a 
competência em ter disposição para o aprendizado contínuo sobre a gestão pública, e a 
competência em trabalhar em equipe, o que é altamente significativo na perspectiva de 
desenvolvimento da Rede de Inovação em Gestão do Turismo; 
b) A capacidade de identificar as demandas do município, ter perfil de liderança, manter 
canais de comunicação com o público e promover o envolvimento da comunidade 
constituem graus significativos de domínio do grupo de alunos-gestores avaliados (RM 
entre 3,7 e 3,9); 
c) Existe uma boa avaliação também das competências em desenvolver relações com a área 
política (Legislativo e lideranças políticas), bem como com as outras secretarias de 
governo, associações, sindicatos, empresariado e outras representações da sociedade, com 
valores de domínio que variam entre 3 e 3,6). Igualmente são consideradas relevantes, 
nesse grupo intermediário, as competências em planejar ações de governo na área de 
turismo (3,4) e em ser qualificado na área de turismo ou áreas afins (3,5); 
d) Os mais baixos graus de competências são atribuídos às capacidades de gestão pública 
(especialmente gestão financeira, com 2,4, e gestão de processos organizacionais, com 
2,3) e o domínio de conhecimentos da administração pública (2,8). O que confirma a 
avaliação geral já feita, de que há um déficit de competências nas áreas operacionais, ou 
seja, na capacidade de por em prática as ideias e estratégias para o setor de turismo; 
74 
1.9 Lidar com o público e promover o envolvimento com a comunidade 3,8 12 
1.10 Ter disposição para o aprendizado contínuo sobre gestão pública 4,4 20 
1.11 Ter qualificação na área de turismo ou afins 3,5 7 
1.12 Dominar conhecimentos da administração pública 2,8 9 
RM do conjunto das competências deste bloco 3,4 
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e) Devemos observar, ainda, que os indivíduos se distribuem por vários graus de domínio na 
competência ter qualificação na área de turismo (desvio padrão 7). O que significa que 
existem parcelas importantes do grupo pesquisado nos graus de domínio 2 e 3, apesar da 
média geral nesta competência ser significativa (3,5); 
f) De igual modo, na competência dominar conhecimentos da administração pública, cuja 
média geral é baixa (2,8), existem parcelas importantes do grupo pesquisado nos graus 3 e 
4, ou seja, com competência significativa; 
g) A análise mais detalhada proporcionada pelo indicador de dispersão (DP - desvio padrão) 
é muito útil na perspectiva da implantação da Rede de Inovação em Gestão do Turismo, 
porque indica a existência de contingentes importantes de profissionais competentes, 
mesmo em áreas onde a média geral do grupo é baixa. O que possibilita organizar relações 
de cooperação na rede baseadas nas capacidades desses profissionais. 
A análise das competências referentes à Visão Sistêmica indicaram obtidos os seguintes 
resultados: 
Nesse grupo, a principal observação a ser feita é que os gestores e técnicos pesquisados 
indicam um grau de domínio acima do ponto médio (3,4 a 3,5) para as competências em 
75 
Tabela 3 – Média de graus de domínio de competências específicas do grupo Visão Sistêmica 
COMPETÊNCIA RM DP 
2.1 Propor o desenvolvimento de ações de infraestrutura Turística. 3,5 11 
2.2 Propor e desenvolver ações de receptivo turístico. 3,5 10 
2.3 Fomentar a criação de atrativos turísticos. 3,5 11 
2.4 Contribuir com os organismos regionais, estaduais e nacionais de fomento ao 
turismo. 
3,4 8 
2.4 Fomentar a preservação, proteção e manutenção dos patrimônios históricos, 
culturais e naturais, bem como dos equipamentos e espaços turísticos. 
3,4 11 
RM do conjunto das competências deste bloco 3,5 
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propor ações em infraestrutura turística, receptivo turístico e preservação do patrimônio 
cultural e ambiental, e dos equipamentos te espaços turísticos. 
Mas, cabe observar que os baixos valores de DP indicam que parcelas importantes dos 
profissionais avaliados estão distribuídas entre os diversos graus de domínio. 
Isso significa considerar que, mesmo em um cenário coletivo favorável, existem importantes 
grupos de profissionais que se atribuíram grau 2 e grau 3 de domínio dessas competências. O 
que indica a necessidade de ações concretas para desenvolver capacidades desse contingente 
de gestores e/ou técnicos. 
Tabela 4 – Média de graus de domínio de competências específicas do grupo Gestão de Recursos 
Financeiros, Fiscalização e Controle. 
Os dados da Tabela 4 indicam que existe elevada carência de capacitação em todas as 
competências relacionadas às atividades de acompanhamento, fiscalização e prestação de 
contas de convênios e contratos. 
76 
COMPETÊNCIA RM DP 
3.1 Formalizar acordos, contratos e convênios. 2,2 11 
3.2 Acompanhar as etapas processuais de contratos e convênios 2,3 10 
3.3 Acompanhar e fiscalizar a execução de contratos e convênios 2,4 9 
3.4 Elaborar prestação de contas, conforme legislação vigente. 2,0 15 
3.5 Elaborar prestação de contas no SICONV. 1,7 17 
3.6 Fiscalizar as ações de investimento relacionadas aos projetos Turísticos. 2,3 9 
3.7 Apoiar e acompanhar os fiscais do CADASTUR nos empreendimentos 
Turísticos. 
2,7 4 
3.8 Fazer planejamento financeiro do seu setor/órgão, com base no PPA, LDO e 
LOA do município. 
2,4 9 
3.9 Acompanhar a adimplência do município junto aos governos federal, estadual 
e outras agencias governamentais e multilaterais. 
2,2 11 
3.10 Coordenar recursos orçamentários, financeiros e tecnológicos. 2,0 14 
RM do conjunto das competências deste bloco 2,2 
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Nesse conjunto de capacidades, a prestação de contas relacionada ao sistema SICONV atinge 
o mais baixo nível de competência, com o RM de 1,7, numa escala de 1 a 5. A prestação de 
contas, em geral, também indica um grau de domínio baixo (2,0). A situação é, ainda, mais 
grave porque, ao se analisar o índice de dispersão (DP), se constata que os profissionais estão 
majoritariamente concentrados nos graus 1 e 2 (DP de 17 e 15). 
Por outro lado, na Tabela 4, os índices DP indicam significativa dispersão dos indivíduos para 
as competências 3.3, 3.6, 3.7 e 3.8, revelando que, apesar da média geral baixa (entre 2,7 e 
2,4) para o grupo, existe uma parcela importante de profissionais com grau de domínio 
elevado (DP de 9 a 4). Como já assinalado, essa situação deve ser observada com atenção 
porque esses profissionais podem contribuir, no âmbito da implantação da Rede e do Curso, 
dando suporte aos colegas com o mesmo domínio. 
Deve ser destacado, ainda, que o baixo grau de domínio das competências 3.6 e 3.9 
(respectivamente, fiscalizar os investimentos em projetos turísticos, com RM de 2,3, e 
acompanhar a adimplência do município, com RM de 2,2) indicam capacidade insuficiente 
dos gestores e/ou técnicos avaliados em ações que são estratégicas para o controle do uso dos 
recursos públicos aplicados em turismo. 
Tabela 5 – Média de graus de domínio de competências específicas do grupo Planejamento 
Organizacional 
77 
COMPETÊNCIA RM DP 
4.1 Identificar visão, missão, objetivos e atribuições da Secretaria/ Órgão/Unidade 
que atua. 
3,2 9 
4.2 Identificar e aplicar metodologias de gestão e planejamento pertinentes a 
finalidade da administração pública. 
2,7 7 
4.3 Especificar e propor programas, políticas, projetos e ações para alcançar os 
objetivos institucionais e organizacionais. 
2,8 5 
4.4 Identificar projetos e programas de desenvolvimento turístico nas esferas 
municipal, estadual e federal. 
3,0 8 
4.5 Dominar as normas e legislações públicas pertinentes a atividades turísticas ou 
afins. 
2,2 10 
4.6 Desenvolver pesquisas voltadas para o fomento do turismo (receita, fluxo, 2,7 6 
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No nível estratégico das atividades de planejamento do setor de turismo dos municípios, os 
graus de domínio de competências específicas situam-se todos do ponto médio (RM = 3) para 
baixo, o que confirma a necessidade de programas continuados de formação e cooperação 
nesta área. 
Deve ser destacado, ainda, o fato de que a competência de conhecer as normas e legislações 
relacionadas a atividades turísticas apresenta um grau de domínio de preocupantemente 
baixo (2,2), considerando a necessidade de que todas as ações sejam formuladas em sintonia 
com a regulação do setor. 
É relevante enfatizar que os índices de dispersão (DP de 10 a 5) revelam uma distribuição dos 
indivíduos por vários graus de domínio, o que significa existir profissionais com elevados 
graus de domínio (4 e até 5) nessas competências, apesar da média geral baixa. 
Tabela 6 – Média de graus de domínio de competências específicas do grupo Gerenciamento de Projetos 
78 
perfil, demanda, etc.). 
4.7 Realizar gestão integrada e estratégica de recursos (capacidade de 
planejamento). 
2,5 7 
4.8 Planejar o Inventário das potencialidades turísticas da área do Município e 
promover a sua divulgação. 
3,0 6 
RM do conjunto das competências deste bloco 2,8 
COMPETÊNCIA RM DP 
5.1 Identificar e atender os objetivos dos Programas e Ações de Governo 
para a área turística. 
2,9 8 
5.2 Identificar oportunidades para a implantação de novos projetos. 3,0 6 
5.3 Dimensionar recursos orçamentários, financeiros e tecnológicos para 
projetos. 
2,2 10 
5.4 Elaborar o documento formal de Projetos. 2,6 7 
5.5 Elaborar Termos de Referência para subsidiar todas as modalidades de 
licitação e/ou convênios de projetos turísticos. 
2,0 13 
5.6 Gerenciar todas as etapas de projetos. 2,5 9 
5.7 Elaborar pareceres técnicos para efeitos de contratação e avaliação de 
produtos ou serviços e avaliação final de projetos. 
2,3 9 
RM do conjunto das competências deste bloco 2,5 
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As competências operacionais na área de gestão de projetos apresenta quadro similar ao que 
observado no plano geral das competências: os graus de domínio são mais elevados para 
competências relacionadas à identificação das oportunidades e dos objetivos das ações para o 
setor de turismo (RM de 2,9 e 3,0 para as competências 3.1 e 3.2) e vão baixando de valor 
para competências técnico-operacionais fundamentais, como elaborar Termos de Referencia 
(RM de 2,0) e dimensionar recursos orçamentários e tecnológicos (RM de 2,2), 
imprescindíveis para que as ideias e objetivos se transformem em práticas de gestão e 
gerência inovadoras. 
Cabe, mais uma vez, observar que, apesar da baixa média geral, existe dispersão dos 
indivíduos pelos vários graus de domínio de quase todas as competências avaliadas. O que 
significa concluir que há disponibilidade de profissionais em condições de cooperar com seus 
colegas de outros municípios nessas matérias, reforçando, desse modo, os propósitos e 
objetivos da implantação da Rede de Inovação em Gestão do Turismo. 
79 
Tabela 7 – Média de graus de domínio de competências específicas do grupo Captação de Recursos 
COMPETÊNCIA RM DP 
6.1 Mapear fontes de financiamento para atividades e empreendimento 
turísticos. 
2,4 9 
6.2 Identificar fontes de recursos, com ênfase no SICONV, Caixa 
Econômica, Ministérios, Secretarias estaduais e outras agências 
governamentais e multilaterais. 
2,1 12 
6.3 Identificar e estabelecer parcerias (públicas, privadas e sociais). 2,4 12 
6.4 Captar recursos para a viabilidade de projetos. 2,1 12 
6.5 Dominar as ferramentas do SICONV 
6.5.1 Cadastramento 1,8 15 
6.5.2 Inclusão da proposta 1,7 17 
6.5.3 Registro de ingresso de recurso 1,6 18 
6.5.4 Prestação de contas 1,6 19 
RM do conjunto das competências deste bloco 2,0 
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A dificuldade dos municípios em por em prática ideias e objetivos de desenvolvimento da 
gestão do turismo fica mais evidenciada nos dados da Tabela 7: o grupo de competências 
relacionadas à Captação de Recursos apresenta o grau de domínio médio mais baixo entre 
todos os grupos de competência, com RM de 2,0 (numa escala de 1 a 5). 
Situação crítica pode ser observada também em relação aos domínios do uso do Sistema de 
Gestão de Convênios e Contratos de Repasse do Governo Federal, cuja utilização é 
obrigatória para todos os repasses federais. A média do grau de domínio dos municípios nas 
funcionalidades do SICONV é a mais baixa (varia de 1,6 a 1,8), entre todas as competências 
examinadas neste diagnóstico. Deve-se observar, ainda, que o índice de dispersão é bastante 
elevado para essas competências (15 a 19). O que, combinado com o RM baixo, significa 
concluir que a grande maioria dos profissionais está associada aos graus de domínio 1 e 2, 
sendo poucos aqueles que revelam grau de domínio acima de 3. 
Um dos módulos do Curso endereça justamente essa carência e desenvolverá atividade de 
treinamento teórico e prático para desenvolver competências no uso das ferramentas do 
SICONV para a captação e controle dos repasses federais. 
Tabela 8 – Média de graus de domínio de competências específicas do grupo Monitoramento e Avaliação 
80 
COMPETÊNCIA RM DP 
7.1 Elaborar instrumentos de monitoramento e avaliação de Programas, 
políticas, projetos e ações. 
2,1 12 
7.2 Aplicar instrumentos de monitoramento e avaliação de Programas, 
políticas, projetos e ações. 
2,1 11 
7.3 Mobilizar atores para a aplicação de instrumentos de monitoramento e 
avaliação. 
2,3 9 
7.4 Sistematizar indicadores e índices com base nos dados coletados nos 
instrumentos. 
2,3 10 
7.5 Analisar e sintetizar dados, indicadores e índices de modo a transformá-los 
em informação para (re)orientar a gestão do turismo. 
2,4 10 
RM do conjunto das competências deste bloco 2,2 
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Todas as competências específicas relacionadas à dimensão Monitoramento e Avaliação de 
Políticas, Programa e Projetos apresentam também baixo grau de domínio (RM de 2,1 a 2,4). 
O que confirma, mais uma vez, a conclusão de que existe uma ampla carência de capacitação 
profissional nos aspectos técnico-operacionais. O que reforça a relevância do curso, 
imprescindível para ajudar a desenvolver capacidades nos profissionais de modo a permitir 
que ações se realizem dentro dos requisitos de eficiência, eficácia, efetividade, respeitando os 
princípios constitucionais da administração pública, em especial os da economicidade dos 
gastos e investimentos públicos. 
Entretanto, os valores de índices de dispersão (DP) de 9 e 10 indicam a existência de um certo 
número de profissionais com grau de domínio 4. O que viabiliza a construção de relações de 
cooperação e colaboração entre os gestores dos municípios selecionados, no âmbito da Rede 
de Inovação em Gestão do Turismo e do Curso. 
A introdução sistemática de melhorias e aperfeiçoamentos dos produtos turísticos e dos 
processos internos de gestão do turismo é uma necessidade crescente no mundo 
contemporâneo onde às inovações técnicas alteram constantemente os modelos e formatos de 
processos e produtos. Esse grupo de competências diz respeito ao domínio de métodos para 
81 
Tabela 9 – Média de graus de domínio de competências específicas do grupo Inovação 
COMPETÊNCIA RM DP 
8.1 Dominar métodos para ouvir e examinar ideias e propostas de servidores, 
empresas, instituições e público em relação ao aperfeiçoamento do turismo 
no município. 
2,7 5 
8.2 Dominar métodos para aperfeiçoar sistematicamente os processos internos de 
gestão do turismo. 
2,3 9 
8.3 Dominar métodos para aperfeiçoar sistematicamente produtos e serviços 
turísticos do município. 
2,6 7 
8.4 Dominar métodos para monitorar sistematicamente as melhores práticas de 
gestão do turismo de outros municípios, nacionais ou estrangeiros. 
2,2 10 
8.5 Dominar conhecimentos para acompanhar, selecionar e utilizar tecnologias da 
informação em apoio à gestão e aos serviços turísticos. 
2,5 8 
RM do conjunto das competências deste bloco 2,5 
Programa da Rede de Inovação em Gestão do Turismo – SETUR- 2014
Análise do Diagnóstico de Competências Individuais 
Márcia Rangel e Prof. Sérgio Fialho 
realizar as atividades de inovação. Mas os achados indicam graus de domínio abaixo do ponto 
médio. 
Apesar dessa constatação, os valores baixos dos índices DP indicam haver importante 
dispersão dos indivíduos pelos diversos graus de domínio, sendo significativo o número de 
profissionais com grau 4. O que implica a possibilidade já mencionada de aproveitar a 
capacidade desses profissionais para estimular o trabalho e formação colaborativa de modo a 
possibilitar o intercambio, a socialização e transferência de tecnologias de gestão com 
municípios que ainda não reúnam essas competências. 
Considerando a análise dos dados, as principais conclusões deste diagnóstico podem ser assim 
resumidas: 
a) De modo geral, as equipes municipais avaliadas revelam reunir competências na área 
estratégica, especialmente no relacionamento com a sociedade, na percepção de 
oportunidades para ações no setor de turismo e na definição dos objetivos dessas 
ações; 
b) Por outro lado, os dados revelam também que a maioria dessa equipe ainda não reúne 
as competências técnico-operacionais indispensáveis para que suas capacidades 
estratégicas de concretizem em projetos que alcancem níveis satisfatórios de eficiência 
e atendam aos princípios da fiscalização e controle necessários à mobilização de 
recursos públicos; 
c) Os dados revelam, também, que existe alinhamento entre o desenho pedagógico e a 
definição de conteúdos básicos propostos para o Curso e as carências reveladas na 
82 
1.5 Considerações Finais 
Programa da Rede de Inovação em Gestão do Turismo – SETUR- 2014
Análise do Diagnóstico de Competências Individuais 
Márcia Rangel e Prof. Sérgio Fialho 
análise das competências. O que implica que esses resultados irão auxiliar tanto a 
produção do material referencial como, principalmente, as abordagens metodológicas 
com o objetivo de estimular processos inovadores de ensino-aprendizagem; 
d) Finalmente, cumpre ressaltar que a técnica estatística utilizada permitiu identificar, 
mesmo nos casos de baixo grau de domínio de determinadas competências na média 
do grupo, a existência ou não de parte dos profissionais com elevado grau de domínio. 
Essa verificação enriquece, nos casos indicados no texto, as possibilidades de 
interação e cooperação entre os municípios para difundir conhecimentos e 
competências na Rede de Inovação em Gestão do Turismo. 
83 
Programa da Rede de Inovação em Gestão do Turismo – SETUR- 2014

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  • 1. Análise do Diagnóstico de Competências Individuais Márcia Rangel e Prof. Sérgio Fialho ANÁLISE DO DIAGNÓSTICO DE COMPETÊNCIAS INDIVIDUAIS Programa da Rede de Inovação em Gestão do Turismo – SETUR- 2014
  • 2. Análise do Diagnóstico de Competências Individuais Márcia Rangel e Prof. Sérgio Fialho O termo competência surgiu na década de 70 e ampliou-se nos anos oitenta e noventa do século passado, passando a integrar o vocabulário e práticas corporativas. Mas, apesar da aceitação desse conceito no ambiente profissional (especialmente nas organizações privadas), as diferentes abordagens e teorizações têm dificultado definições amplamente aceitas. Alguns estudiosos do tema destacam que é importante compreender que o conceito de competência se distancia do seu sentido cotidiano, tendo em vista que coloquialmente tem sido associado à capacidade de resolver problemas, aptidão e habilidade. Mas estas imputações são limitadas para dar conta das dimensões tanto passiva como ativa do termo. Philippe Zarifian (2003) define competência como (...) [ter] iniciativa e assumir a responsabilidade diante das situações profissionais com as quais nos deparamos. Consiste em um entendimento prático de situações, que se apoia em conhecimentos adquiridos e os transforma à medida que aumenta a diversidade de situações. Como base na definição do autor supracitado, pode-se entender que competência integra habilidade de fazer algo, embora não se restrinja ao saber fazer, ao contrário, ultrapassa a dimensão meramente técnica e operacional das práticas administrativas. Do mesmo modo, afirma que competência agrega atitude, mas não se limita a capacidade querer fazer, está disposto a fazer o que tem que ser feito. Ressalta, pois, que competência pressupõe, acima de tudo, uma ação adequada e não uma simples ação. Ou seja, afirma que competência pressupõe uma ação que agregue valor diante de novas situações. 66 1 ANÁLISE DO DIAGNÓSTICO DE COMPETÊNCIAS INDIVIDUAIS 1.1 Conceito de Competências Programa da Rede de Inovação em Gestão do Turismo – SETUR- 2014
  • 3. Análise do Diagnóstico de Competências Individuais Márcia Rangel e Prof. Sérgio Fialho Zarifian destaca, ainda, que é possível compreender a composição do conceito de competência através de critérios objetivamente mensuráveis, como uma ação proativa e simultânea que integra em um mesmo processo três dimensões/processos indissociáveis, conforme diagrama abaixo: No âmbito da administração pública federal brasileira, o conceito de Gestão por Competências foi introduzido formalmente pela Política Nacional de Desenvolvimento de Pessoal (PNDP), instituída pelo Decreto nº 5.707, de 23/02/2006. Esta apresenta como objetivos a melhoria da qualidade, eficiência, eficácia e efetividade dos serviços públicos prestados à sociedade. Nesse sentido, a adequação das competências individuais requeridas dos servidores deve estar alinhada aos objetivos institucionais e organizacionais, através de ações de capacitação. Com base nessa breve conceituação, a metodologia de Mapeamento de Competências Profissionais e Organizacionais que fundamentará a execução do Programa e do curso foi desenvolvida em quatro fases: 67 Saber conceitualmente (qualificação) – conhecimento Saber fazer (experiência funcional) – habilidade Saber agir (capacidade de obter resultados) – atitude Figura: Conceito de competência segundo a PNDP. Programa da Rede de Inovação em Gestão do Turismo – SETUR- 2014
  • 4. Análise do Diagnóstico de Competências Individuais Márcia Rangel e Prof. Sérgio Fialho • Na primeira fase foi realizada Pesquisa Documental junto ao MTUR e à SETUR, com o objetivo de identificar às estratégias organizacionais para a identificação das competências individuais, gerais e transversais que orientaram o desenvolvimento do Programa e o Curso; • Na segunda fase essa matriz de avaliação de competências foi debatida em um “Grupo Focal”, composto por Consultores da FEA/UFBA e Técnicos especialistas em gestão do turismo indicados pela SETUR. A partir dos resultados obtidos, foram identificadas e validadas, por ordem de importância, as principais competências a serem desenvolvidas, ao longo do Programa e Curso; • Na terceira fase, foi desenvolvida as Oficinas de Sensibilização e Mapeamento de Competências Profissional e Organizacional, com o objetivo de mobilizar e sensibilizar os participantes e identificar as lacunas de competências para a gestão do turismo. Ainda nesta fase, os gestores foram convidados a responder o Diagnóstico Organizacional, disponibilizado no Ambiente Virtual de Aprendizagem (AVA) da Rede, contendo aspectos relevantes para mapear as lacunas de competências organizacionais dos Municípios selecionados. Esses aspectos estão distribuídos em 3 (três) grupos: Contexto e Recursos Gerais da Prefeitura, Infraestrutura Municipal para o Turismo e Gestão para o Turismo. • Na quarta fase, as Competências Profissionais e Organizacionais serão avaliadas, com o objetivo de identificar as de maior importância para a modernização da administração municipal e que precisam ser aprimoradas no curso. A identificação de eventuais lacunas de competências guiará, portanto, as ações de desenvolvimento do Programa Rede de Inovação em Gestão do Turismo. 68 Programa da Rede de Inovação em Gestão do Turismo – SETUR- 2014
  • 5. Análise do Diagnóstico de Competências Individuais Márcia Rangel e Prof. Sérgio Fialho Brandão Guimarães (2001)), conceituam lacunas de competências como uma “discrepância entre as competências necessárias à consecução dos objetivos organizacionais e aquelas de que a organização dispõe”. Tomando como referência o conceito acima, lacunas de competências, em outras palavras, é a diferença entre as competências necessárias e as competências existentes na organização. Para os objetivos do Programa e do Curso, o mapeamento de lacunas de competências significa poder identificar o perfil dos gestores-alunos, bem como avaliar a capacidade institucional e organizacional das prefeituras. Com base nessa avaliação será possível, pois, (re) orientar as metodologias de abordagem do Curso e estimular os participantes e o grupo a desenvolver seus próprios percursos de aprendizagem. Cabe ressaltar, ainda, que, com essa abordagem pedagógica e metodológica, a SETUR e a FEA/UFBA inovam na concepção e desenvolvimento de capacitação profissional, assumindo, pois, como princípios orientadores do trabalho e educação colaborativa. No contexto do processo de formação da Rede de Inovação em Gestão do Turismo, o Diagnóstico de Competências Profissionais tem um duplo objetivo: compõe o diagnóstico dos municípios integrantes da Rede, para fins de elaboração dos Planos de Gestão do Turismo (PGTs) e possibilita que o Curso de Gestão Pública do Turismo tenha foco nas competências necessárias ao desempenho dos gestores e técnicos municipais. 69 1.2 Conceito de Lacunas de Competências 1.3 Contexto e Metodologia Programa da Rede de Inovação em Gestão do Turismo – SETUR- 2014
  • 6. Análise do Diagnóstico de Competências Individuais Márcia Rangel e Prof. Sérgio Fialho Responderam ao questionário cerca de 100 servidores de diversos níveis hierárquicos e ocupantes de variados cargos, com atuação nas secretarias de turismo e/ou outras unidades organizacionais. Esse universo representa cerca de 50 municípios turísticos, selecionados pela Secretaria de Turismo do Governo do Estado da Bahia. O foco do Diagnóstico Profissional foi verificar o grau de domínio, pelos gestores e técnicos municipais de turismo, de um conjunto de competências relacionadas às principais funções que a gestão municipal necessita desempenhar para planejar e gerir, com eficiência, eficácia, efetividade e qualidade, as estratégias do município para o desenvolvimento do setor de turismo. As competências foram organizadas em oito (8) grupos, conforme desenho da estrutura pedagógica do curso, conformado em 4 (quatro) eixos de aprendizagem, conforme as seguintes dimensões : 1. Gestão Tecnopolítica 2. Visão Sistêmica 3. Gestão de Recursos Financeiros, Fiscalização e Controle 4. Planejamento Organizacional 5. Gerenciamento de Projetos 6. Captação de Recursos 7. Monitoramento e Avaliação 8. Inovação Com relação a cada uma das competências indicadas acima, foi solicitado a cada participante pesquisado que indicasse o grau de domínio que avaliava ter daquela competência. Foram estabelecidos 5 (cinco) graus de domínio, onde 1 equivale a um grau mínimo de domínio e 5 equivale a um grau máximo da competência (escala Likert). A análise dos dados do questionário do Diagnóstico foi realizada com base em dois indicadores estatísticos, elaborados a partir das respostas fornecidas pelos alunos-gestores: a média ponderada do grau de domínio da competência para o conjunto dos indivíduos 70 Programa da Rede de Inovação em Gestão do Turismo – SETUR- 2014
  • 7. Análise do Diagnóstico de Competências Individuais Márcia Rangel e Prof. Sérgio Fialho pesquisados (RM – ranking médio) e a dispersão ou concentração dos graus de domínio dos indivíduos pesquisados em relação à média do conjunto (DP – desvio padrão). Enquanto o primeiro indicador (RM) revela o grau médio de domínio do grupo em relação à determinada competência, o segundo (DP) indica se a maioria dos indivíduos do grupo se concentram próximos da média geral, ou se essa média resulta da dispersão dos indivíduos por diversos graus de domínio. Estatisticamente, considera-se que quanto maior o valor de DP, menor a dispersão dos indivíduos pelos graus de 1 a 5 e, inversamente, quanto menor o valor de DP maior a dispersão dos indivíduos pelos diversos graus de domínio. É importante observar que os valores DP não foram calculados para a Tabela 1 porque esta tabela agrega muitas competências distintas, tendo sido calculados, então, para as tabelas que detalham as competências de cada grupo. Considerando que o grau médio de domínio das competências é 3 (valor intermediário entre 1 e 5), pode-se observar na Tabela 1 e no Gráfico 1 que, para a maioria dos grupos de competências, o grau de domínio – avaliado pelos gestores e técnicos participantes – é abaixo do índice médio. Apenas as competências de “Gestão Tecnopolítica e Visão Sistêmica” tiveram grau de competência acima do ponto médio (3). Mas, ainda assim, observa-se apenas um pouco acima desse ponto (3,4 e 3,5). 71 1.4 Análise dos Dados Programa da Rede de Inovação em Gestão do Turismo – SETUR- 2014
  • 8. Análise do Diagnóstico de Competências Individuais Márcia Rangel e Prof. Sérgio Fialho Nesse nível geral, pode-se constatar que os gestores e técnicos avaliam que são mais competentes nas atividades de caráter estratégico (articular-se com os vários segmentos da sociedade, desenvolver propostas de ação para o desenvolvimento do turismo na região) e pouco competentes nas atividades de caráter operacional (gerenciar e controlar recursos financeiros, formatar projetos, captar recursos, gerenciar orçamentos e projetos específicos, dominar métodos de aperfeiçoamento das práticas de gestão do turismo). 72 Tabela 1 – Média do Grau de Domínio por Grupo de Competências Grupo de Competências RM Gestão Tecnopolítica 3,4 Visão Sistêmica 3,5 Gestão de Recursos Financeiros, Fiscalização e Controle 2,2 Planejamento Organizacional 2,8 Gerenciamento de Projetos 2,5 Captação de Recursos 2,0 Monitoramento e Avaliação 2,2 Inovação 2,5 Gráfico 1 Programa da Rede de Inovação em Gestão do Turismo – SETUR- 2014
  • 9. Análise do Diagnóstico de Competências Individuais Márcia Rangel e Prof. Sérgio Fialho Essa constatação é um importante elemento para o planejamento dos conteúdos e abordagens metodológicas do Curso, que, de modo geral, tem como foco a capacitação operacional dos gestores e técnicos municipais os quais atuam na área de turismo. Tabela 2 – Média dos Graus de Domínio e Desvio Padrão no grupo de competências Gestão Tecnopolítica 73 As tabelas a seguir detalham as competências que integram cada grupo de competências. COMPETÊNCIA RM DP 1.1 Identificar e responder as demandas do Município na área de turismo 3,8 13 1.2 Desenvolver relações político-institucionais para o Turismo 1.2.1 Legislativo (Câmara de Vereadores) 3,0 6 1.2.2 Lideranças Políticas 3,2 9 1.2.3 Secretarias de governo 3,4 9 1.2.4 Associações e Cooperativas 3,4 9 1.2.5 Sindicatos 3,1 8 1.2.6 Empresariado 3,2 8 1.2.7 Representações da Sociedade Civil 3,6 12 1.3 Acompanhar aspectos básicos da administração pública 1.3.1 Gestão de pessoas 3,3 8 1.3.2 Gestão financeira 2,4 9 1.3.3 Gestão de processos 2,2 9 1.3.4 Planejamento 3,0 8 1.4 Possuir perfil de liderança 3,9 14 1.5 Trabalhar em equipe 4,2 17 1.6 Priorizar os projetos do turismo de acordo com o planejamento estratégico do Município 3,4 7 1.7 Planejar as ações de governo dentro de sua área de atuação 3,4 7 1.8 Manter canais de comunicação com a população sobre assuntos turísticos 3,7 11 Programa da Rede de Inovação em Gestão do Turismo – SETUR- 2014
  • 10. Análise do Diagnóstico de Competências Individuais Márcia Rangel e Prof. Sérgio Fialho Considerando os indicadores desse primeiro grupo de competências (Gestão Tecnopolítica), conforme indicado na Tabela 2, cabem fazer as seguintes considerações: a) Os maiores graus de domínio nesse grupo (RM 4,4 e 4,2) destacam, respectivamente, a competência em ter disposição para o aprendizado contínuo sobre a gestão pública, e a competência em trabalhar em equipe, o que é altamente significativo na perspectiva de desenvolvimento da Rede de Inovação em Gestão do Turismo; b) A capacidade de identificar as demandas do município, ter perfil de liderança, manter canais de comunicação com o público e promover o envolvimento da comunidade constituem graus significativos de domínio do grupo de alunos-gestores avaliados (RM entre 3,7 e 3,9); c) Existe uma boa avaliação também das competências em desenvolver relações com a área política (Legislativo e lideranças políticas), bem como com as outras secretarias de governo, associações, sindicatos, empresariado e outras representações da sociedade, com valores de domínio que variam entre 3 e 3,6). Igualmente são consideradas relevantes, nesse grupo intermediário, as competências em planejar ações de governo na área de turismo (3,4) e em ser qualificado na área de turismo ou áreas afins (3,5); d) Os mais baixos graus de competências são atribuídos às capacidades de gestão pública (especialmente gestão financeira, com 2,4, e gestão de processos organizacionais, com 2,3) e o domínio de conhecimentos da administração pública (2,8). O que confirma a avaliação geral já feita, de que há um déficit de competências nas áreas operacionais, ou seja, na capacidade de por em prática as ideias e estratégias para o setor de turismo; 74 1.9 Lidar com o público e promover o envolvimento com a comunidade 3,8 12 1.10 Ter disposição para o aprendizado contínuo sobre gestão pública 4,4 20 1.11 Ter qualificação na área de turismo ou afins 3,5 7 1.12 Dominar conhecimentos da administração pública 2,8 9 RM do conjunto das competências deste bloco 3,4 Programa da Rede de Inovação em Gestão do Turismo – SETUR- 2014
  • 11. Análise do Diagnóstico de Competências Individuais Márcia Rangel e Prof. Sérgio Fialho e) Devemos observar, ainda, que os indivíduos se distribuem por vários graus de domínio na competência ter qualificação na área de turismo (desvio padrão 7). O que significa que existem parcelas importantes do grupo pesquisado nos graus de domínio 2 e 3, apesar da média geral nesta competência ser significativa (3,5); f) De igual modo, na competência dominar conhecimentos da administração pública, cuja média geral é baixa (2,8), existem parcelas importantes do grupo pesquisado nos graus 3 e 4, ou seja, com competência significativa; g) A análise mais detalhada proporcionada pelo indicador de dispersão (DP - desvio padrão) é muito útil na perspectiva da implantação da Rede de Inovação em Gestão do Turismo, porque indica a existência de contingentes importantes de profissionais competentes, mesmo em áreas onde a média geral do grupo é baixa. O que possibilita organizar relações de cooperação na rede baseadas nas capacidades desses profissionais. A análise das competências referentes à Visão Sistêmica indicaram obtidos os seguintes resultados: Nesse grupo, a principal observação a ser feita é que os gestores e técnicos pesquisados indicam um grau de domínio acima do ponto médio (3,4 a 3,5) para as competências em 75 Tabela 3 – Média de graus de domínio de competências específicas do grupo Visão Sistêmica COMPETÊNCIA RM DP 2.1 Propor o desenvolvimento de ações de infraestrutura Turística. 3,5 11 2.2 Propor e desenvolver ações de receptivo turístico. 3,5 10 2.3 Fomentar a criação de atrativos turísticos. 3,5 11 2.4 Contribuir com os organismos regionais, estaduais e nacionais de fomento ao turismo. 3,4 8 2.4 Fomentar a preservação, proteção e manutenção dos patrimônios históricos, culturais e naturais, bem como dos equipamentos e espaços turísticos. 3,4 11 RM do conjunto das competências deste bloco 3,5 Programa da Rede de Inovação em Gestão do Turismo – SETUR- 2014
  • 12. Análise do Diagnóstico de Competências Individuais Márcia Rangel e Prof. Sérgio Fialho propor ações em infraestrutura turística, receptivo turístico e preservação do patrimônio cultural e ambiental, e dos equipamentos te espaços turísticos. Mas, cabe observar que os baixos valores de DP indicam que parcelas importantes dos profissionais avaliados estão distribuídas entre os diversos graus de domínio. Isso significa considerar que, mesmo em um cenário coletivo favorável, existem importantes grupos de profissionais que se atribuíram grau 2 e grau 3 de domínio dessas competências. O que indica a necessidade de ações concretas para desenvolver capacidades desse contingente de gestores e/ou técnicos. Tabela 4 – Média de graus de domínio de competências específicas do grupo Gestão de Recursos Financeiros, Fiscalização e Controle. Os dados da Tabela 4 indicam que existe elevada carência de capacitação em todas as competências relacionadas às atividades de acompanhamento, fiscalização e prestação de contas de convênios e contratos. 76 COMPETÊNCIA RM DP 3.1 Formalizar acordos, contratos e convênios. 2,2 11 3.2 Acompanhar as etapas processuais de contratos e convênios 2,3 10 3.3 Acompanhar e fiscalizar a execução de contratos e convênios 2,4 9 3.4 Elaborar prestação de contas, conforme legislação vigente. 2,0 15 3.5 Elaborar prestação de contas no SICONV. 1,7 17 3.6 Fiscalizar as ações de investimento relacionadas aos projetos Turísticos. 2,3 9 3.7 Apoiar e acompanhar os fiscais do CADASTUR nos empreendimentos Turísticos. 2,7 4 3.8 Fazer planejamento financeiro do seu setor/órgão, com base no PPA, LDO e LOA do município. 2,4 9 3.9 Acompanhar a adimplência do município junto aos governos federal, estadual e outras agencias governamentais e multilaterais. 2,2 11 3.10 Coordenar recursos orçamentários, financeiros e tecnológicos. 2,0 14 RM do conjunto das competências deste bloco 2,2 Programa da Rede de Inovação em Gestão do Turismo – SETUR- 2014
  • 13. Análise do Diagnóstico de Competências Individuais Márcia Rangel e Prof. Sérgio Fialho Nesse conjunto de capacidades, a prestação de contas relacionada ao sistema SICONV atinge o mais baixo nível de competência, com o RM de 1,7, numa escala de 1 a 5. A prestação de contas, em geral, também indica um grau de domínio baixo (2,0). A situação é, ainda, mais grave porque, ao se analisar o índice de dispersão (DP), se constata que os profissionais estão majoritariamente concentrados nos graus 1 e 2 (DP de 17 e 15). Por outro lado, na Tabela 4, os índices DP indicam significativa dispersão dos indivíduos para as competências 3.3, 3.6, 3.7 e 3.8, revelando que, apesar da média geral baixa (entre 2,7 e 2,4) para o grupo, existe uma parcela importante de profissionais com grau de domínio elevado (DP de 9 a 4). Como já assinalado, essa situação deve ser observada com atenção porque esses profissionais podem contribuir, no âmbito da implantação da Rede e do Curso, dando suporte aos colegas com o mesmo domínio. Deve ser destacado, ainda, que o baixo grau de domínio das competências 3.6 e 3.9 (respectivamente, fiscalizar os investimentos em projetos turísticos, com RM de 2,3, e acompanhar a adimplência do município, com RM de 2,2) indicam capacidade insuficiente dos gestores e/ou técnicos avaliados em ações que são estratégicas para o controle do uso dos recursos públicos aplicados em turismo. Tabela 5 – Média de graus de domínio de competências específicas do grupo Planejamento Organizacional 77 COMPETÊNCIA RM DP 4.1 Identificar visão, missão, objetivos e atribuições da Secretaria/ Órgão/Unidade que atua. 3,2 9 4.2 Identificar e aplicar metodologias de gestão e planejamento pertinentes a finalidade da administração pública. 2,7 7 4.3 Especificar e propor programas, políticas, projetos e ações para alcançar os objetivos institucionais e organizacionais. 2,8 5 4.4 Identificar projetos e programas de desenvolvimento turístico nas esferas municipal, estadual e federal. 3,0 8 4.5 Dominar as normas e legislações públicas pertinentes a atividades turísticas ou afins. 2,2 10 4.6 Desenvolver pesquisas voltadas para o fomento do turismo (receita, fluxo, 2,7 6 Programa da Rede de Inovação em Gestão do Turismo – SETUR- 2014
  • 14. Análise do Diagnóstico de Competências Individuais Márcia Rangel e Prof. Sérgio Fialho No nível estratégico das atividades de planejamento do setor de turismo dos municípios, os graus de domínio de competências específicas situam-se todos do ponto médio (RM = 3) para baixo, o que confirma a necessidade de programas continuados de formação e cooperação nesta área. Deve ser destacado, ainda, o fato de que a competência de conhecer as normas e legislações relacionadas a atividades turísticas apresenta um grau de domínio de preocupantemente baixo (2,2), considerando a necessidade de que todas as ações sejam formuladas em sintonia com a regulação do setor. É relevante enfatizar que os índices de dispersão (DP de 10 a 5) revelam uma distribuição dos indivíduos por vários graus de domínio, o que significa existir profissionais com elevados graus de domínio (4 e até 5) nessas competências, apesar da média geral baixa. Tabela 6 – Média de graus de domínio de competências específicas do grupo Gerenciamento de Projetos 78 perfil, demanda, etc.). 4.7 Realizar gestão integrada e estratégica de recursos (capacidade de planejamento). 2,5 7 4.8 Planejar o Inventário das potencialidades turísticas da área do Município e promover a sua divulgação. 3,0 6 RM do conjunto das competências deste bloco 2,8 COMPETÊNCIA RM DP 5.1 Identificar e atender os objetivos dos Programas e Ações de Governo para a área turística. 2,9 8 5.2 Identificar oportunidades para a implantação de novos projetos. 3,0 6 5.3 Dimensionar recursos orçamentários, financeiros e tecnológicos para projetos. 2,2 10 5.4 Elaborar o documento formal de Projetos. 2,6 7 5.5 Elaborar Termos de Referência para subsidiar todas as modalidades de licitação e/ou convênios de projetos turísticos. 2,0 13 5.6 Gerenciar todas as etapas de projetos. 2,5 9 5.7 Elaborar pareceres técnicos para efeitos de contratação e avaliação de produtos ou serviços e avaliação final de projetos. 2,3 9 RM do conjunto das competências deste bloco 2,5 Programa da Rede de Inovação em Gestão do Turismo – SETUR- 2014
  • 15. Análise do Diagnóstico de Competências Individuais Márcia Rangel e Prof. Sérgio Fialho As competências operacionais na área de gestão de projetos apresenta quadro similar ao que observado no plano geral das competências: os graus de domínio são mais elevados para competências relacionadas à identificação das oportunidades e dos objetivos das ações para o setor de turismo (RM de 2,9 e 3,0 para as competências 3.1 e 3.2) e vão baixando de valor para competências técnico-operacionais fundamentais, como elaborar Termos de Referencia (RM de 2,0) e dimensionar recursos orçamentários e tecnológicos (RM de 2,2), imprescindíveis para que as ideias e objetivos se transformem em práticas de gestão e gerência inovadoras. Cabe, mais uma vez, observar que, apesar da baixa média geral, existe dispersão dos indivíduos pelos vários graus de domínio de quase todas as competências avaliadas. O que significa concluir que há disponibilidade de profissionais em condições de cooperar com seus colegas de outros municípios nessas matérias, reforçando, desse modo, os propósitos e objetivos da implantação da Rede de Inovação em Gestão do Turismo. 79 Tabela 7 – Média de graus de domínio de competências específicas do grupo Captação de Recursos COMPETÊNCIA RM DP 6.1 Mapear fontes de financiamento para atividades e empreendimento turísticos. 2,4 9 6.2 Identificar fontes de recursos, com ênfase no SICONV, Caixa Econômica, Ministérios, Secretarias estaduais e outras agências governamentais e multilaterais. 2,1 12 6.3 Identificar e estabelecer parcerias (públicas, privadas e sociais). 2,4 12 6.4 Captar recursos para a viabilidade de projetos. 2,1 12 6.5 Dominar as ferramentas do SICONV 6.5.1 Cadastramento 1,8 15 6.5.2 Inclusão da proposta 1,7 17 6.5.3 Registro de ingresso de recurso 1,6 18 6.5.4 Prestação de contas 1,6 19 RM do conjunto das competências deste bloco 2,0 Programa da Rede de Inovação em Gestão do Turismo – SETUR- 2014
  • 16. Análise do Diagnóstico de Competências Individuais Márcia Rangel e Prof. Sérgio Fialho A dificuldade dos municípios em por em prática ideias e objetivos de desenvolvimento da gestão do turismo fica mais evidenciada nos dados da Tabela 7: o grupo de competências relacionadas à Captação de Recursos apresenta o grau de domínio médio mais baixo entre todos os grupos de competência, com RM de 2,0 (numa escala de 1 a 5). Situação crítica pode ser observada também em relação aos domínios do uso do Sistema de Gestão de Convênios e Contratos de Repasse do Governo Federal, cuja utilização é obrigatória para todos os repasses federais. A média do grau de domínio dos municípios nas funcionalidades do SICONV é a mais baixa (varia de 1,6 a 1,8), entre todas as competências examinadas neste diagnóstico. Deve-se observar, ainda, que o índice de dispersão é bastante elevado para essas competências (15 a 19). O que, combinado com o RM baixo, significa concluir que a grande maioria dos profissionais está associada aos graus de domínio 1 e 2, sendo poucos aqueles que revelam grau de domínio acima de 3. Um dos módulos do Curso endereça justamente essa carência e desenvolverá atividade de treinamento teórico e prático para desenvolver competências no uso das ferramentas do SICONV para a captação e controle dos repasses federais. Tabela 8 – Média de graus de domínio de competências específicas do grupo Monitoramento e Avaliação 80 COMPETÊNCIA RM DP 7.1 Elaborar instrumentos de monitoramento e avaliação de Programas, políticas, projetos e ações. 2,1 12 7.2 Aplicar instrumentos de monitoramento e avaliação de Programas, políticas, projetos e ações. 2,1 11 7.3 Mobilizar atores para a aplicação de instrumentos de monitoramento e avaliação. 2,3 9 7.4 Sistematizar indicadores e índices com base nos dados coletados nos instrumentos. 2,3 10 7.5 Analisar e sintetizar dados, indicadores e índices de modo a transformá-los em informação para (re)orientar a gestão do turismo. 2,4 10 RM do conjunto das competências deste bloco 2,2 Programa da Rede de Inovação em Gestão do Turismo – SETUR- 2014
  • 17. Análise do Diagnóstico de Competências Individuais Márcia Rangel e Prof. Sérgio Fialho Todas as competências específicas relacionadas à dimensão Monitoramento e Avaliação de Políticas, Programa e Projetos apresentam também baixo grau de domínio (RM de 2,1 a 2,4). O que confirma, mais uma vez, a conclusão de que existe uma ampla carência de capacitação profissional nos aspectos técnico-operacionais. O que reforça a relevância do curso, imprescindível para ajudar a desenvolver capacidades nos profissionais de modo a permitir que ações se realizem dentro dos requisitos de eficiência, eficácia, efetividade, respeitando os princípios constitucionais da administração pública, em especial os da economicidade dos gastos e investimentos públicos. Entretanto, os valores de índices de dispersão (DP) de 9 e 10 indicam a existência de um certo número de profissionais com grau de domínio 4. O que viabiliza a construção de relações de cooperação e colaboração entre os gestores dos municípios selecionados, no âmbito da Rede de Inovação em Gestão do Turismo e do Curso. A introdução sistemática de melhorias e aperfeiçoamentos dos produtos turísticos e dos processos internos de gestão do turismo é uma necessidade crescente no mundo contemporâneo onde às inovações técnicas alteram constantemente os modelos e formatos de processos e produtos. Esse grupo de competências diz respeito ao domínio de métodos para 81 Tabela 9 – Média de graus de domínio de competências específicas do grupo Inovação COMPETÊNCIA RM DP 8.1 Dominar métodos para ouvir e examinar ideias e propostas de servidores, empresas, instituições e público em relação ao aperfeiçoamento do turismo no município. 2,7 5 8.2 Dominar métodos para aperfeiçoar sistematicamente os processos internos de gestão do turismo. 2,3 9 8.3 Dominar métodos para aperfeiçoar sistematicamente produtos e serviços turísticos do município. 2,6 7 8.4 Dominar métodos para monitorar sistematicamente as melhores práticas de gestão do turismo de outros municípios, nacionais ou estrangeiros. 2,2 10 8.5 Dominar conhecimentos para acompanhar, selecionar e utilizar tecnologias da informação em apoio à gestão e aos serviços turísticos. 2,5 8 RM do conjunto das competências deste bloco 2,5 Programa da Rede de Inovação em Gestão do Turismo – SETUR- 2014
  • 18. Análise do Diagnóstico de Competências Individuais Márcia Rangel e Prof. Sérgio Fialho realizar as atividades de inovação. Mas os achados indicam graus de domínio abaixo do ponto médio. Apesar dessa constatação, os valores baixos dos índices DP indicam haver importante dispersão dos indivíduos pelos diversos graus de domínio, sendo significativo o número de profissionais com grau 4. O que implica a possibilidade já mencionada de aproveitar a capacidade desses profissionais para estimular o trabalho e formação colaborativa de modo a possibilitar o intercambio, a socialização e transferência de tecnologias de gestão com municípios que ainda não reúnam essas competências. Considerando a análise dos dados, as principais conclusões deste diagnóstico podem ser assim resumidas: a) De modo geral, as equipes municipais avaliadas revelam reunir competências na área estratégica, especialmente no relacionamento com a sociedade, na percepção de oportunidades para ações no setor de turismo e na definição dos objetivos dessas ações; b) Por outro lado, os dados revelam também que a maioria dessa equipe ainda não reúne as competências técnico-operacionais indispensáveis para que suas capacidades estratégicas de concretizem em projetos que alcancem níveis satisfatórios de eficiência e atendam aos princípios da fiscalização e controle necessários à mobilização de recursos públicos; c) Os dados revelam, também, que existe alinhamento entre o desenho pedagógico e a definição de conteúdos básicos propostos para o Curso e as carências reveladas na 82 1.5 Considerações Finais Programa da Rede de Inovação em Gestão do Turismo – SETUR- 2014
  • 19. Análise do Diagnóstico de Competências Individuais Márcia Rangel e Prof. Sérgio Fialho análise das competências. O que implica que esses resultados irão auxiliar tanto a produção do material referencial como, principalmente, as abordagens metodológicas com o objetivo de estimular processos inovadores de ensino-aprendizagem; d) Finalmente, cumpre ressaltar que a técnica estatística utilizada permitiu identificar, mesmo nos casos de baixo grau de domínio de determinadas competências na média do grupo, a existência ou não de parte dos profissionais com elevado grau de domínio. Essa verificação enriquece, nos casos indicados no texto, as possibilidades de interação e cooperação entre os municípios para difundir conhecimentos e competências na Rede de Inovação em Gestão do Turismo. 83 Programa da Rede de Inovação em Gestão do Turismo – SETUR- 2014