O documento decreta como o Natal deveria ser celebrado de forma mais solidária e espiritual, dando aos pobres em vez de presentes, compartilhando comunhão e oração em família, e ajudando quem precisa.
11. A sobra de um é a
necessidade de outro, e
quem reparte bens
partilha Deus.
12. Fica decretado que, pelo
menos um dia, desligaremos
toda a parafernália
eletrônica, inclusive o
telefone e,
recolhidos à solidão, faremos
uma viagem ao interior de
nosso espírito,
13. lá onde habita
Aquele que,
distinto de nós,
funda a nossa
verdadeira
identidade.
15. Fica decretado que,
despidas de pudores, as
famílias farão ao menos
um momento de oração,
lerão um texto bíblico,
agradecendo ao Pai de
Amor o dom da vida,
16. as alegrias do ano
que finda, e até
dores que
exacerbam a
emoção sem que se
possa entender com
a razão.
17. Finita, a vida é um rio que
sabe ter o mar como destino,
mas jamais quantas curvas,
cachoeiras e pedras haverá
de encontrar em seu
percurso.
18. Fica decretado que
arrancaremos a
espada das mãos de
Herodes e nenhuma
criança será mais
condenada ao trabalho
precoce, violentada,
surrada ou humilhada.
19. Todas terão
direito à ternura e
à alegria, à saúde
e à escola, ao pão
e à paz, ao sonho
e à beleza.
20. Fica decretado
que, nos locais de
trabalho, as festas
de fim de ano terão
o dobro de seus
custo convertido
em cestas básicas
a famílias carentes.
21. E será
considerado
grave pecado
abrir uma bebida
de valor superior
ao salário
mensal do
empregado que
a serve.
22. Como Deus não tem
religião, fica decretado
que nenhum fiel
considerará a sua mais
perfeita que a do outro,
23. nem fará
rastejar a sua
língua, qual
serpente
venenosa,
nas trilhas da
injúria e da
perfídia.
24. O Menino do presépio veio
para todos,
indistintamente, e não há
como professar o "Pai
Nosso" se o pão também
não for nosso, mas
privilégio da minoria
abastada.