O discurso agradece a presença de familiares e amigos no evento de formatura e professores pelo ensino. Celebra a conclusão do curso técnico em automotivo e reflexões sobre o desafio dos estudos. Defende que os técnicos formados são pensadores capazes de solucionar problemas de veículos de forma qualificada, não apenas mecânicos.
3. Em nome da Turma de Formandos do Curso
Técnico Automotivo, gostaria de agradecer a
presença das esposas, mães, pais, namoradas,
parentes, amigos e colegas que, de uma forma
ou de outra, contribuíram para que este
momento se tornasse realidade. Saibam que não
foi fácil para nenhum de nós, abdicar das
inúmeras horas de convívio familiar para poder
estudar, por isso queremos dedicar essa vitória a
vocês.
4. Agradecemos também aos nossos
competentes mestres, representados na
pessoa do ilustríssimo Coordenador do Curso
Automotivo, Professor Solimar Mário Miranda
da Fonseca, por vossa dedicação, atenção e
paciência ao longo da jornada que nos trouxe
aqui esta noite. Há um velho ditado chinês que
diz: "Os mestres podem abrir a porta, mas só
você pode entrar". Sem sombra de dúvidas
nosso corpo docente sempre manteve as
portas abertas para nós.
5. É com grande satisfação e alegria que
nos reunimos esta noite para realizar a
tão esperada formatura. A poucos
minutos de receber o diploma de
técnico, é inevitável o flash back que
roda em nossas mentes, assim como
naqueles efeitos em preto e branco,
tão comuns nos filmes holywoodianos.
6. Lembramo-nos do dia em que subimos este gigantesco
morro para realizar o teste de seleção, da emoção de
estar entre os selecionados, dos primeiros dias de aula
ainda perdidos dentro dos corredores da Fundação
Liberato ... meio ariscos, como costuma dizer o
professor Ernesto. Nesta época, ainda calouros, não
tínhamos a real dimensão do desafio que nos
aguardava. Nossa luta era para nos adaptarmos a uma
nova rotina de teorias, fórmulas, livros, trabalhos e
provas, ainda atordoados com tanta novidade.
Contudo, Albert Einstein disse uma vez: “A mente que
se abre a uma nova ideia, jamais votará ao seu
tamanho original”.
7. E sem ao menos percebermos, essa nova ideia já havia
expandido nossas mentes e tomado conta dos nossos
corações. Em meio às diversas atividades, fomos nos
enturmando, estabelecendo amizades com os colegas e
professores. As disciplinas começaram a ficar mais
inteligíveis, ao mesmo tempo em que as práticas
tornavam tudo menos abstrato e mais interessante.
Descobrimos que a oficina é o nosso quartel general e
que toda sexta-feira rola por lá um churrasco. Aos
poucos o Automotivo começou a fazer parte de nossas
vidas e de nossas famílias. Sim, porque sempre tem um
parente que diz: “Ah! Tu estas fazendo curso
automotivo, bem que tu podias dar um olhada no meu
carro, ele está com um barulho estranho”.
8. Mas é bom que se esclareça que o Técnico
Automotivo formado pela Fundação Liberato é muito
mais que um mecânico de manutenção automotiva,
ou um simples “substituidor” de peças com defeito
ou “seguidor de cartilhas” prescritas pelos
fabricantes. Como técnico, ele deve ser antes de tudo
um pensador, alguém que usa muito mais o córtex
cerebral do que a chave treze combinada, um
profissional capaz de fazer a diferença e achar
soluções baseadas em sólidos conhecimentos
teóricos, compromissos éticos, respeito à legislação,
atenção com a vida e com o meio ambiente.
9. No fundo, essa também é uma questão epistemológica, que
em nossa percepção, foi mais bem resolvida pela Fundação
Liberato e pelo curso, do que pelo mercado, que ainda
enxerga a mão de obra especializada do Técnico Automotivo
como a de um mecânico de manutenção. Talvez a cultura
das empresas que atuam no setor ainda não seja capaz de
distinguir os benefícios que pode obter, tanto de qualidade
quanto financeiros, quando a equipe possui profissionais de
tal gabarito em seus quadros. Mas acreditamos que é uma
questão de tempo, pois com a pressão do mercado e o
aumento da tecnologia embarcada, a necessidade de mão
de obra especializada vai aumentar e será cada vez mais
valorizada.
10. A metáfora que cabe aqui é a do médico e do paciente. Quando
alguém fica doente, vai ao médico porque sabe que vai
encontrar um profissional que saberá através dos sintomas,
fazer exames complexos, identificar a doença e propor o
tratamento mais adequado utilizando a melhor tecnologia
disponível. Porque então, quando seu carro apresenta um
defeito você levaria ele em um “charlatão”? O nosso trabalho,
em termos pragmáticos, é muito semelhante ao do médico: nós
recebemos o paciente, identificamos os sintomas, realizamos
exames dispondo de tecnologias adequadas para cada caso,
reunimos a equipe para pensarmos na melhor solução e só
depois partimos para o procedimento que deve ser preciso,
cirúrgico, e deve resolver o problema integralmente. A nossa
vantagem é que a gente nunca perde o paciente!
11. Para concluir, gostaríamos de dizer
que não foi fácil chegar até aqui, a
dedicação, o esforço, o tempo
empregado, as privações de coisas
que as vezes queríamos fazer mas
que se contrapunham aos estudos,
que tudo isso ... hoje ... valoriza
ainda mais esta nossa conquista!