Célestin Freinet foi um pedagogo francês que desenvolveu técnicas inovadoras como aulas-passeio, jornais escolares e correspondência entre escolas para tornar a aprendizagem mais ativa e significativa. Ele acreditava que a educação deveria estar conectada à realidade dos alunos e que as crianças deveriam ter liberdade para aprender de forma autônoma. Suas ideias revolucionárias inspiraram muitos educadores ao redor do mundo.
1. "A democracia de amanhã se prepara na
democracia da escola"
"Se não encontrarmos respostas adequadas a
todas as questões sobre educação,
continuaremos a forjar almas de escravos em
nossos filhos”
Carolina Paludo
Juliana Prates
Suelen Rocha
2. Célestin Freinet nasceu em 1896 em Gars, povoado na região
da Provence, sul da França. Foi pastor de rebanhos antes de
começar a cursar o magistério.
Em 1920, começou a lecionar na aldeia de Bar-sur-Loup,
onde pôs em prática alguns de seus principais experimentos,
como a aula-passeio e o livro da vida.
Muitos dos conceitos e atividades escolares idealizados pelo
pedagogo francês Célestin Freinet se tornaram tão difundidos
que há educadores que os utilizam sem nunca ter ouvido falar
no autor. É o caso das aulas-passeio (ou estudos de campo), dos
cantinhos pedagógicos e da troca de correspondência entre
escolas.
3. Para Freinet:
-A criança é de mesma natureza
que o adulto;
-Ser maior não significa,
necessariamente, estar acima
dos outros;
-É preciso ter esperanças
otimistas na vida;
-A criança e o adulto não gostam
de uma disciplina rígida, quando
isto significa obedecer
passivamente uma ordem
externa;
4. Na proposta pedagógica de Freinet, a interação aluno-
professor é essencial para a aprendizagem. Estar em contato com
a realidade em que vive o aluno é fundamental.
Celestin se inscreve, historicamente, entre os educadores
identificados com a corrente da Nova Escola que, nas primeiras
décadas do século 20, se insurgiu contra o ensino tradicionalista,
propondo em seu lugar uma educação ativa em torno do aluno.
Seu objetivo básico era desenvolver uma escola popular, com
o intuito de aniquilar todos os resquícios de uma educação que
possa alienar e dar continuidade à exploração e à desigualdade
social proporcionado pelo sistema capitalista.
5. Freinet defendia a ideia de que a proposta pedagógica ao
encontrar-se desconectada do cotidiano das crianças só
serviria para enchê-las de saberes insignificantes. Sem
conteúdos significativos o ensino se transformaria em uma
farsa e os professores teriam jogado o seu trabalho no lixo:
“lamento os educadores que são apenas tratadores e
pretendem tratar metódica e cientificamente os alunos”
(FREINET, 1973).
6. Por encontrar-se incapacitado de passar o dia dando aulas
expositivas, devido a um ferimento no pulmão durante a I Guerra
Mundial, Freinet comprou uma velha imprensa de fazer jornal e
colocou-a no coração de sua sala de aula. O pedagogo produzia
jornal com os alunos, engajando-os na produção de algo
significativo, que os motivava a aprender. Logo, eles trocavam,
pelo correio tradicional, textos, desenhos e poesias com escolas
da França, de outros países da Europa e até da África.
7. Também por acreditar que os
alunos estavam mais voltados
para o que acontecia fora do
que dentro da escola, Freinet
utilizava uma de suas técnicas
pedagógicas, a “aula-passeio”
que tem o objetivo de buscar
motivações extra curriculares
no processo de ensino-
aprendizagem.
Durante essas aulas o aluno
podia se expressar livremente,
usar o tatear para novas
descobertas, colocar em
prática seu senso de
cooperação e refletir sobre
suas atividades individuais e
coletivas.
8. O trabalho de Celestin Freinet despertou grande admiração,
inclusive de Piaget, que considerava o educador francês um pedagogo
genial. Também teve muitos críticos, que o censuravam por promover
a anarquia e a falta de rigor.
O trabalho iniciado por ele multiplicou-se e, até hoje,
encontramos um grande numero de escolas que adota a sua
pedagogia. Esse trabalho também pode inspirar escolas da linha
tradicional que buscam renovar e enriquecer as suas praticas.
É preciso lembrar que o educador francês criou as suas técnicas
para atingir um objetivo maior, que é o despertar, nas crianças, de
uma consciência do seu meio, incluindo aspectos sociais e de sua
história.