SlideShare ist ein Scribd-Unternehmen logo
1 von 36
BRONQUIOLITE OBLITERANTE
(BO)
Camila Amaral Venuto
R1 Pediatria – HRAS/SES/DF
Orientadora: Dra. Lisliê
Brasília, 13 de junho de 2008
www.paulomargotto.com.br
CASO CLÍNICO
• GGS, 2a8m, natural de Uruana –MG,
procedente de Arinos – MG.
• Lesões variceliformes com início há 8 dias.
Internação por 4 dias na cidade de origem,
transferência para PS do HRAS em 19-08-06 e
para UTIP no mesmo dia com os diagnósticos:
varicela necro-hemorrágica infectada, choque
séptico, PNM com derrame pleural à D
CASO CLÍNICO
• Intubação no 1º dia, colocado em VM. PCR
durante intubação, reanimado com sucesso.
• Usou drogas vasoativas, sedoanalgesia e
hidrocortisona
• Lesões pulmonares compatíveis com SARA
observadas em 21-08. Necessitou de pressões
ventilatórias progressivamente mais elevadas,
posição prona e eventual relaxamento muscular.
• Extubado em 29-08, permaneceu com O2 sob
CN até 01-09. Alta da UTI em 04-09
CASO CLÍNICO
• Alta da DIP em 14-09. Em 20-09 (consulta no
Ambulatório): nova PNM, sendo re-internado.
• TC tórax (03-10): sinais de doença intersticial
difusa, com opacidade em vidro fosco,
espessamento de interstício axial e nódulos
acinares centrolobulares com aspecto de “árvore
em brotamento”, caracterizando enchimento de
pequenas vias aéreas. Pequenas consolidações
esparsas e discreta ectasia isolada de alguns
brônquios segmentares
BO - DEFINIÇÃO E HISTÓRICO
• Obstrução crônica do fluxo
aéreo + lesão inflamatória das
pequenas vias aéreas1
• 1901: Lange
• 1942:LaDue – 1 caso em
42.038 autópsias
• 1988:Hardy e cols. – 19 casos
pediátricos em 25 anos
• 2000: Zhang e cols. – 36
crianças na pneumopediatria
do HCPA em 8 anos
1. Bronquiolite Obliterante em Crianças. Jpediatr (Rio J) 2000; 76 (3):185-92
HISTOPATOLOGIA
• Proliferativa1
:
▫ Tecido de granulação (fibroblastos, macrófagos,
linfócitos, neutrófilos e plasmócitos + matriz com
proteoglicanos) em forma de tufo polipóide dentro
da luz da via aérea
▫ Septo alveolar espessado devido a infiltração de
células inflamatórias crônicas e hiperplasia dos
pneumócitos tipo 2
▫ BOOP: BO com envolvimento alveolar, com tecido
de granulação dentro de bronquíolos se estende
até ductos alveolares e alvéolos
1. Bronquiolite Obliterante em Crianças. Jpediatr (Rio J) 2000; 76 (3):185-92
HISTOPATOLOGIA
• Constritiva1
:
▫ Estágio inicial: necrose do epitélio
bronquiolar e infiltração
inflamatória de mucosa, submucosa,
área peribronquiolar e luz
bronquiolar (bronquíolos terminais).
#
▫ Estágio avançado: fibrose
submucosa que atinge luz
bronquiolar em padrão concêntrico,
chegando a obliteração (focal ao
longo do bronquíolo)#
1. Bronquiolite Obliterante em Crianças. Jpediatr (Rio J) 2000; 76 (3):185-92
ETIOLOGIA1,2,3
• Pós-infecciosa
• reumatóide
• Associada ao uso de drogas
• Pós transplante
• Síndrome aspirativa
• Drogas (Penicilina, sulfassalazina, amiodarona)
• Idiopática
1. Bronquiolite Obliterante em Crianças. Jpediatr (Rio J) 2000
2. Sequelas respiratórias das doenças viraris: do diagnóstico ao tratamento. Jpediatr. (Rio J) 2002
3. Bronquiolite Obliterante – Sequelas da Bronquiolite.
BO PÓS-INFECCIOSA
• Lactentes, sexo masculino, após bronquiolite
viral aguda1
• Agentes etiológicos1,2,3,4
:
▫ Vírus: adenovirus – 3,7 e 21;VSR; parainfluenza 2
e 3; influenza A e B; sarampo
▫ Bactérias: Mycoplasma, Bordetella, Streptococcus
b hemolítico, Stapyilococcus aureus,
Pneumocystis jerovesi
1. Bronquiolite Obliterante Pós Infecciosa: aspectos clínicos e exames complementares de 48 crianças.
J.bras.Pneumol. V.30 n.1 São Paulo jan-fev 2004
2. Bronquiolite Obliterante em Crianças. Jpediatr (Rio J) 2000
3. Bronquiolite Obliterante – Sequelas da Bronquiolite.
4. Sequelas respiratórias das doenças viraris: do diagnóstico ao tratamento. Jpediatr. (Rio J) 2002
BO PÓS-INFECCIOSA
• Vírus infecta superfície da célula epitelial e inicia
replicação intracelular  metaplasia escamosa
da mucosa dos brônquios  necrose da parede
bronquiolar  destruição do epitélio ciliado1
• Infiltrados inflamatórios + edema de submucosa
e do tecido conjuntivo + aumento da secreção de
muco  obstrução da luz bronquiolar 
aprisionamento de ar, atelectasias e
bronquiestasias1
1. Bronquiolite Obliterante Pós Infecciosa: aspectos clínicos e exames complementares de 48 crianças.
J.bras.Pneumol. V.30 n.1 São Paulo jan-fev 2004
QUADRO CLÍNICO
• Quadro de BVA que persiste por mais de 2
semanas1,2
:
▫ Febre, tosse, chiado no peito e taquipnéia
▫ Tiragens, sibilos, estertores
▫ RX: infiltrado peribrônquico, hiperinsuflação,
atelectasia segmentar ou subsegmentar
• DPOC persistente: hipoxemia, deformidades
torácicas
• Associação com DRGE3
#
1. Sequelas respiratórias das doenças viraris: do diagnóstico ao tratamento. Jpediatr. (Rio J) 2002
2. Bronquiolite Obliterante em Crianças. Jpediatr (Rio J) 2000
3. Bronquiolite Obliterante Pós Infecciosa: aspectos clínicos e exames complementares de 48 crianças.
J.bras.Pneumol. V.30 n.1 São Paulo jan-fev 2004
EVOLUÇÃO
• Sinais e sintomas mais freqüentes no 1º ano de
doença1
• Cautela na interpretação da melhora clínica
(diâmetro das vias aéreas aumenta com idade)1
• Fatores desfavoráveis: idade avançada no episódio
inicial e elevação de IgE sérico2
• Óbito mais freqüente em crianças de até 2 anos1
• Associação de adenovírus e VSR  insuficiência
respiratória aguda e óbito3
1. Bronquiolite Obliterante em Crianças. Jpediatr (Rio J) 2000
2. Bronquiolite Obliterante Pós Infecciosa: aspectos clínicos e exames complementares de 48 crianças.
J.bras.Pneumol. V.30 n.1 São Paulo jan-fev 2004
3. Infecção viral simultânea a Bronquiolite Obliterante em Crianças. J. Bras. D.Infec.. V.6 n3 Salvador; jun2002
SINTOMAS POR MAIS DE 2 SEMANAS
1) Teste do suor
2) Teste de Mantoux
3) Dosagem de imunoglobulinas
4) Dosagem de a1-antitripsina
5) RX tórax
6) Cintilografia pulmonar
Um dos testes (1a 4) + Testes 1 a 4 negativos
5 e ou 6 +
Considerar diagnóstico de
outra doença Considerar BO pós-infecciosa
a) TCAR
b) Biópsia a céu aberto
EXAMES DE TRIAGEM
DIAGNÓSTICO
CLÍNICO
EXAMES
OPCIONAIS
Bronquiolite Obliterante em Crianças. Jpediatr (Rio J) 2000
BO PÓS-
INFECCIOSA
SIBILÂNCIA
RECORRENTE PÓS-
BRONQUIOLITE
SINTOMATOLOGIA PERSISTENTE RECORRENTE
ESTERTORES FINOS PERSISTENTE AUSENTE
ALTERAÇÕES
RADIOLÓGICAS
PERSISTENTE RECORRENTE
PATOFISIOLOGIA OBLITERAÇÃO DE
BRONQUÍOLOS
HIPER-
RESPONSIVIDADE
BRÔNQUICA
RESPOSTA AO USO
DE
BRONCODILATADOR
INSATISFATÓRIA SATISFATÓRIA
PROGMÓSTICO DESFAVORÁVEL FAVORÁVEL
Bronquiolite Obliterante – Sequelas da Bronquiolite.
RX DE TÓRAX
• Espessamento brônquico
• Hiperinsuflação pulmonar
• Atelectasia
• Bronquiectasia
• Hiperlucência
• Tríade de Hardy: sintomas desproporcionais aos
achados do RX, pulmão hiperlucente e sinais
localizados de hiper-aeração1
1. Bronquiolite Obliterante Pós Infecciosa: aspectos clínicos e exames complementares de 48 crianças.
J.bras.Pneumol. V.30 n.1 São Paulo jan-fev 2004
CINTILOGRAFIA PULMONAR
PERFUSIONAL E VENTILATÓRIA
• Mais acurada para verificar
extensão e localização das
lesões
• Imagem do defeito
emparelhado
• Áreas hipoperfundidas 
vasoconstrição hipóxica
TOMOGRAFIA DE TÓRAX DE ALTA
RESOLUÇÃO
• Estadia a doença e identifica bronquiectasia e
atelectasia
• Compara imagens em ins e expiração,
combinando informações estruturais e
funcionais
• Achados:
▫ Perfusão em mosaico
▫ Bronquiectasia
▫ Aprisionamento de ar
▫ Atelectasias
▫ Espessamento brônquico
▫ Consolidações
▫ Redução do volume pulmonar
BIÓPSIA PULMONAR A CÉU ABERTO
• Padrão ouro
• Resultados inconclusivos e falso- negativos
PROVA DE FUNÇÃO PULMONAR1
• Distúrbio ventilatório obstrutivo, com
concavidade da curva expiratória forçada e fluxo
reduzido
• Padrão restritivo, com redução da capacidade
vital, indica aprisionamento de ar
• Melhora do padrão com o tempo
1. Sequelas respiratórias das doenças viraris: do diagnóstico ao tratamento. Jpediatr. (Rio J) 2002
CLASSIFICAÇÃO DE SEQÜELAS DE
BVAGRAU CLÍNICA RX CINTILO
GRAFIA
TCAR BIÓPSIA
I Crises de sibilos+,
melhora em
semanas
Hiperinsuflação +
nas pioras
Não indicada
Normal
Não indicada
Normal
Não indicada
Normal
II Crises de sibilos +
+, melhora em
meses
Hiperinsuflação +
+ nas pioras
Não indicada
Normal
Não indicada
Normal
Não indicada
Normal
III Crises de sibilos +
++, melhora em
anos
Hiperinsuflação +
++ “bronquite”
Eventual
indicação
Alterações
mínimas
Indicação eventual
Alterações
bronquiolares e de
densidade
Não indicada
Normal
IVa DPCO, sem O2 Hiperinsuflação ++
+, “brobquite”,
bronquiectasia,
atelectasia, redução
da vascularização
Redução da
perfusão em áreas
“MacLeod”
Redistribuição do fluxo,
bronquiectasias +,
alterações na densidade
++, nodularidade,
mosaico
Possível indicação
Obliteração
bronquiolar –
fibrose
IVb DPOC com O2
contínuo
Hiperinsuflação ++
++, “bronquite”,
atelectasia, redução
da vascularização +
+
Redução
acentuada da
perfusão em áreas
“MacLeod”
Redistribuição do fluxo,
bronquiectasia ++,
alterações na densidade
++, nodularidade,
mosaico
Possível indicação
Obliteração
bronquiolar -
fibrose
Bronquiolite Obliterante – Sequelas da Bronquiolite.
TRATAMENTO
• Princípios1
:
▫ Preservar função das vias aéreas ainda não
atingidas
▫ Controle das infecções
▫ Nutrição
▫ Controle da hiperreatividade brônquica
1. Bronquiolite Obliterante – Sequelas da Bronquiolite.
CORTICÓIDES
• Controle do processo inflamatório em fase de
instalação
• Redução do nível de neutrófilos no lavado
broncoalveolar e melhora da função pulmonar
• Componente obstrutivo variável:
▫ Períodos de melhora e exacerbação
▫ Hiperreatividade brônquica
▫ Esporádica resposta aos broncodilatadores
• Mantido por longos períodos
CORTICÓIDES
• Via de administração1
:
▫ Sistêmico
▫ Inalatório
▫ Pulsoterapia
• Falta de resposta: proteína 5F1A do adenovírus
(ação inibidora)2
1. Sequelas respiratórias das doenças virais: do diagnóstico ao tratamento. Jpediatr. (Rio J) 2002
2. Bronquiolite Obliterante Pós Infecciosa: aspectos clínicos e exames complementares de 48 crianças.
J.bras.Pneumol. V.30 n.1 São Paulo jan-fev 2004
BRONCODILATADORES1
• B2 adrenérgicos de curta ação, via inalatória
• B2 adrenérgicos de longa duração: objetivo de
reduzir a dose do corticóide, nunca usado como
monoterapia
• Resposta evidenciada com prova de função
pulmonar
1. Sequelas respiratórias das doenças virais: do diagnóstico ao tratamento. Jpediatr. (Rio J) 2002
ANTIBIÓTICOS
• Controle do aspecto macroscópico da secreção e
seu volume
• Bacterioscopia e cultura de escarro em crianças
maiores; aspirado traqueal e lavado bronco-
alveolar em crianças menores
• Difícil diferenciar colonização de infecção
• Haemophilus influenzae, Streptococcus
pneumoniae, Moraxella catarrhalis e
Staphilococcus aureus
ANTIBIÓTICOS
• Usar na vigência de febre ou piora da secreção
por 14 a 21 dias
• Amoxicilina, ampicilina, cloranfenicol e
sulfametoxazol + trimetoprim
• Macrolídeos por tempo prolongado (até 90 dias)
têm efeito anti-inflamatório1
• Causas de falha terapêutica: mecanismos de
colonização bacteriana, resistência bacteriana
aos antibióticos, demora na restauração no
clearance mucociliar e latência do adenovírus 1
1. Bronquiolite Obliterante Pós Infecciosa: aspectos clínicos e exames complementares de 48 crianças.
J.bras.Pneumol. V.30 n.1 São Paulo jan-fev 2004
2. Sequelas respiratórias das doenças viraris: do diagnóstico ao tratamento. Jpediatr. (Rio J) 2002
FISIOTERAPIA
• Indicação: bronquiectasia, hiperinsuflação e
atelectasia
• Técnicas: máscara de pressão expiratória,
estímulo à tosse, aparelhos de vibração nas vias
aéreas (flutter) e drenagem postural
NUTRIÇÃO
• Consumo energético acentuado
• Dieta hipercalórica e hiperprotéica
• Necessidade de nutrição enteral em casos
selecionados
CIRURGIA
• Indicações: bronquiectasias localizadas e colapso
lobar crônico
• Evitar exacerbações e diminuir necessidade de
fisioterapia
• Hiperinsuflação  cirurgia de redução de
volume pulmonar
OXIGENOTERAPIA
• Objetivo: redução da hipertensão arterial
pulmonar secundária a hipoxemia
• Medida da saturação de hemoglobina nas
consultas de seguimento
• Medida da saturação periférica durante o sono
REFLUXO GASTROESOFÁGICO
• Aumento da pressão intra-abdominal pela
hiperinsuflação pulmonar
• Diagnóstico: pHmetria de 24 horas
• Teste terapêutico: medidas anti-refluxo e
medicamentos
TRANSPLANTE PULMONAR
• Quadro obstrutivo grave persistente, com
declínio da função pulmonar e necessidades
crescentes de cuidado maior e oxigênio
suplementar
TRATAMENTO DAS SEQÜELAS DA
BRONQUIOLITE
ESTÁGIO TRATAMENTO
I B2 INALÁVEL NAS PIORAS
II B2 NAS PIORAS + CORTICÓDE TÓPICO
III B2 INALÁVEL NAS PIORAS + CORTICÓDE TÓPICO
IVa B2 FREQUENTE OU CONTÍNUO + CORTICÓDE TÓPICO
CONTÍNUO + CORTICÓDE SISTÊMICO NAS PIORAS +
ANTIBIÓTICO + FISIOTERAPIA + NUTRIÇÃO
IVb B2 FREQUENTE OU CONTÍNUO + CORTICÓIDE TÓPICO
CONTÍNUO + CORTICÓIDE TÓPICO SISTÊMICO NAS
PIORAS +FISIOTERAPIA + NUTRIÇÃO + O2 CONTÍNUO
PROFILAXIA
• Imunizações: esquema básico + antiinfluenza,
antipneumocócica e anti Haemophilus
influenzae B
• Tabagismo passivo
• Infecções virais: cuidado maios da equipe
durante internação, situação de aglomerados
evitadas até o 4º ano de doença
COMPLICAÇÕES
• Infecções supurativas
• Bronquiectasias
• Enfisema pulmonar  pneumotórax
• Hipoxemia crônica  hipertensão pulmonar e
cor pulmonale

Weitere ähnliche Inhalte

Was ist angesagt?

Cuidados de enfermagem ao paciente com pneumonia
Cuidados de enfermagem ao paciente com pneumoniaCuidados de enfermagem ao paciente com pneumonia
Cuidados de enfermagem ao paciente com pneumoniaManoela Correia
 
PATOGENIA DAS DOENÇAS INFECCIOSAS
PATOGENIA DAS DOENÇAS INFECCIOSAS PATOGENIA DAS DOENÇAS INFECCIOSAS
PATOGENIA DAS DOENÇAS INFECCIOSAS Nathy Oliveira
 
COPD Assement Test - CAT test
COPD Assement Test - CAT testCOPD Assement Test - CAT test
COPD Assement Test - CAT testFlávia Salame
 
Toxoplasmose congênita
Toxoplasmose congênita Toxoplasmose congênita
Toxoplasmose congênita Amanda Thomé
 
Questões doenças exantemáticas professor robson
Questões doenças exantemáticas   professor robsonQuestões doenças exantemáticas   professor robson
Questões doenças exantemáticas professor robsonProfessor Robson
 
4.tuberculose(03 fev2015) SemOsCasos
4.tuberculose(03 fev2015) SemOsCasos4.tuberculose(03 fev2015) SemOsCasos
4.tuberculose(03 fev2015) SemOsCasosMônica Firmida
 
Abordagem da traqueobronquite final 1512
Abordagem da traqueobronquite final 1512Abordagem da traqueobronquite final 1512
Abordagem da traqueobronquite final 1512Ana Maria Matias
 
Pneumonia Pediatria
Pneumonia PediatriaPneumonia Pediatria
Pneumonia Pediatriagiolamarao
 
Mycobacteruim tuberculosis - Renato Varges
Mycobacteruim tuberculosis - Renato VargesMycobacteruim tuberculosis - Renato Varges
Mycobacteruim tuberculosis - Renato VargesRenato Varges - UFF
 

Was ist angesagt? (20)

Cuidados de enfermagem ao paciente com pneumonia
Cuidados de enfermagem ao paciente com pneumoniaCuidados de enfermagem ao paciente com pneumonia
Cuidados de enfermagem ao paciente com pneumonia
 
Asma Brônquica
Asma BrônquicaAsma Brônquica
Asma Brônquica
 
DPOC
DPOCDPOC
DPOC
 
PATOGENIA DAS DOENÇAS INFECCIOSAS
PATOGENIA DAS DOENÇAS INFECCIOSAS PATOGENIA DAS DOENÇAS INFECCIOSAS
PATOGENIA DAS DOENÇAS INFECCIOSAS
 
Virologia Clínica Parte 3 Viroses Humanas [Profa.Zilka]
Virologia Clínica Parte 3  Viroses Humanas [Profa.Zilka]Virologia Clínica Parte 3  Viroses Humanas [Profa.Zilka]
Virologia Clínica Parte 3 Viroses Humanas [Profa.Zilka]
 
04 aula tétano
04 aula   tétano04 aula   tétano
04 aula tétano
 
Pneumonia
PneumoniaPneumonia
Pneumonia
 
Tuberculose
TuberculoseTuberculose
Tuberculose
 
COPD Assement Test - CAT test
COPD Assement Test - CAT testCOPD Assement Test - CAT test
COPD Assement Test - CAT test
 
Toxoplasmose congênita
Toxoplasmose congênita Toxoplasmose congênita
Toxoplasmose congênita
 
Questões doenças exantemáticas professor robson
Questões doenças exantemáticas   professor robsonQuestões doenças exantemáticas   professor robson
Questões doenças exantemáticas professor robson
 
Apresentacão meningite
Apresentacão meningiteApresentacão meningite
Apresentacão meningite
 
4.tuberculose(03 fev2015) SemOsCasos
4.tuberculose(03 fev2015) SemOsCasos4.tuberculose(03 fev2015) SemOsCasos
4.tuberculose(03 fev2015) SemOsCasos
 
Abordagem da traqueobronquite final 1512
Abordagem da traqueobronquite final 1512Abordagem da traqueobronquite final 1512
Abordagem da traqueobronquite final 1512
 
Pneumonia Pediatria
Pneumonia PediatriaPneumonia Pediatria
Pneumonia Pediatria
 
Aula: Asma
Aula: AsmaAula: Asma
Aula: Asma
 
Toxoplasmose
ToxoplasmoseToxoplasmose
Toxoplasmose
 
Pneumonia Associada à Ventilação Mecânica (PAVM)
Pneumonia Associada à Ventilação Mecânica (PAVM)Pneumonia Associada à Ventilação Mecânica (PAVM)
Pneumonia Associada à Ventilação Mecânica (PAVM)
 
Mycobacteruim tuberculosis - Renato Varges
Mycobacteruim tuberculosis - Renato VargesMycobacteruim tuberculosis - Renato Varges
Mycobacteruim tuberculosis - Renato Varges
 
Asma sessão clínica
Asma  sessão clínicaAsma  sessão clínica
Asma sessão clínica
 

Andere mochten auch

Andere mochten auch (7)

2. bronquiolite viral aguda (13 jan2015)
2. bronquiolite viral aguda (13 jan2015)2. bronquiolite viral aguda (13 jan2015)
2. bronquiolite viral aguda (13 jan2015)
 
Bronquiolite obliterante pós infecciosa
Bronquiolite obliterante pós infecciosaBronquiolite obliterante pós infecciosa
Bronquiolite obliterante pós infecciosa
 
Lactente sibilante 2014 husp
Lactente sibilante 2014 huspLactente sibilante 2014 husp
Lactente sibilante 2014 husp
 
Apresentação bronquiolite
Apresentação bronquioliteApresentação bronquiolite
Apresentação bronquiolite
 
Bronquiolite
BronquioliteBronquiolite
Bronquiolite
 
Bronquite[1]
Bronquite[1]Bronquite[1]
Bronquite[1]
 
Bronquite
BronquiteBronquite
Bronquite
 

Ähnlich wie Bronquiolite obliterante

Diretrizes+brasileiras+em+pneumonia+adquirida+na+comunidade+em
Diretrizes+brasileiras+em+pneumonia+adquirida+na+comunidade+emDiretrizes+brasileiras+em+pneumonia+adquirida+na+comunidade+em
Diretrizes+brasileiras+em+pneumonia+adquirida+na+comunidade+emArquivo-FClinico
 
SAÚDE+DO+IDOSO+AULA+Fisiopatologia+dos+aparelhos.+respiratorio++gastro+hemato...
SAÚDE+DO+IDOSO+AULA+Fisiopatologia+dos+aparelhos.+respiratorio++gastro+hemato...SAÚDE+DO+IDOSO+AULA+Fisiopatologia+dos+aparelhos.+respiratorio++gastro+hemato...
SAÚDE+DO+IDOSO+AULA+Fisiopatologia+dos+aparelhos.+respiratorio++gastro+hemato...ShesterDamaceno1
 
10. Aula Tuberculose PDF.pdf
10. Aula Tuberculose PDF.pdf10. Aula Tuberculose PDF.pdf
10. Aula Tuberculose PDF.pdfFlaviaAlves91
 
Assistência de enfermagem ao paciente pediátrico com pneumonia
Assistência de enfermagem ao paciente pediátrico com pneumoniaAssistência de enfermagem ao paciente pediátrico com pneumonia
Assistência de enfermagem ao paciente pediátrico com pneumoniaTeresa Oliveira
 
2- hanse e TB.ppt
2- hanse e TB.ppt2- hanse e TB.ppt
2- hanse e TB.pptGeniViana
 
Coqueluche
Coqueluche  Coqueluche
Coqueluche blogped1
 
Documento.docx
Documento.docxDocumento.docx
Documento.docxLorrayne26
 
Tuberculose para Profissionais de UBS 2008.ppt
Tuberculose para Profissionais de UBS 2008.pptTuberculose para Profissionais de UBS 2008.ppt
Tuberculose para Profissionais de UBS 2008.pptMonicaAguilar22698
 
6. Bronquiectasias.pdf
6. Bronquiectasias.pdf6. Bronquiectasias.pdf
6. Bronquiectasias.pdfNayara85
 
Tuberculose em hospitais
Tuberculose em hospitaisTuberculose em hospitais
Tuberculose em hospitaisJosy Farias
 
ABSCESSO PULMONAR ORIGINAL CETEP
ABSCESSO PULMONAR ORIGINAL CETEPABSCESSO PULMONAR ORIGINAL CETEP
ABSCESSO PULMONAR ORIGINAL CETEPvictorinocachipa
 
Nódulos Centrolobulares com padrão em arvore em brotamento
Nódulos Centrolobulares com padrão em arvore em brotamentoNódulos Centrolobulares com padrão em arvore em brotamento
Nódulos Centrolobulares com padrão em arvore em brotamentoFlávia Salame
 
Pneumonias Conceito Classificações Fisiopatologia Manifestações Clínicas Diag...
Pneumonias Conceito Classificações Fisiopatologia Manifestações Clínicas Diag...Pneumonias Conceito Classificações Fisiopatologia Manifestações Clínicas Diag...
Pneumonias Conceito Classificações Fisiopatologia Manifestações Clínicas Diag...Alexandre Naime Barbosa
 
Tuberculose (1).pdf
Tuberculose (1).pdfTuberculose (1).pdf
Tuberculose (1).pdfesd1assaoka
 

Ähnlich wie Bronquiolite obliterante (20)

Bronquiectasia
BronquiectasiaBronquiectasia
Bronquiectasia
 
Diretrizes+brasileiras+em+pneumonia+adquirida+na+comunidade+em
Diretrizes+brasileiras+em+pneumonia+adquirida+na+comunidade+emDiretrizes+brasileiras+em+pneumonia+adquirida+na+comunidade+em
Diretrizes+brasileiras+em+pneumonia+adquirida+na+comunidade+em
 
Pneumonias - Aula de Microbiologia
Pneumonias - Aula de MicrobiologiaPneumonias - Aula de Microbiologia
Pneumonias - Aula de Microbiologia
 
SAÚDE+DO+IDOSO+AULA+Fisiopatologia+dos+aparelhos.+respiratorio++gastro+hemato...
SAÚDE+DO+IDOSO+AULA+Fisiopatologia+dos+aparelhos.+respiratorio++gastro+hemato...SAÚDE+DO+IDOSO+AULA+Fisiopatologia+dos+aparelhos.+respiratorio++gastro+hemato...
SAÚDE+DO+IDOSO+AULA+Fisiopatologia+dos+aparelhos.+respiratorio++gastro+hemato...
 
10. Aula Tuberculose PDF.pdf
10. Aula Tuberculose PDF.pdf10. Aula Tuberculose PDF.pdf
10. Aula Tuberculose PDF.pdf
 
Assistência de enfermagem ao paciente pediátrico com pneumonia
Assistência de enfermagem ao paciente pediátrico com pneumoniaAssistência de enfermagem ao paciente pediátrico com pneumonia
Assistência de enfermagem ao paciente pediátrico com pneumonia
 
2- hanse e TB.ppt
2- hanse e TB.ppt2- hanse e TB.ppt
2- hanse e TB.ppt
 
Coqueluche
Coqueluche  Coqueluche
Coqueluche
 
30_GRAD_2008_Ricardo_Amorim.ppt
30_GRAD_2008_Ricardo_Amorim.ppt30_GRAD_2008_Ricardo_Amorim.ppt
30_GRAD_2008_Ricardo_Amorim.ppt
 
Documento.docx
Documento.docxDocumento.docx
Documento.docx
 
Tuberculose para Profissionais de UBS 2008.ppt
Tuberculose para Profissionais de UBS 2008.pptTuberculose para Profissionais de UBS 2008.ppt
Tuberculose para Profissionais de UBS 2008.ppt
 
Pneumonia Hospitalar
Pneumonia HospitalarPneumonia Hospitalar
Pneumonia Hospitalar
 
Pneumonia Hospitalar
Pneumonia HospitalarPneumonia Hospitalar
Pneumonia Hospitalar
 
Tuberculose
TuberculoseTuberculose
Tuberculose
 
6. Bronquiectasias.pdf
6. Bronquiectasias.pdf6. Bronquiectasias.pdf
6. Bronquiectasias.pdf
 
Tuberculose em hospitais
Tuberculose em hospitaisTuberculose em hospitais
Tuberculose em hospitais
 
ABSCESSO PULMONAR ORIGINAL CETEP
ABSCESSO PULMONAR ORIGINAL CETEPABSCESSO PULMONAR ORIGINAL CETEP
ABSCESSO PULMONAR ORIGINAL CETEP
 
Nódulos Centrolobulares com padrão em arvore em brotamento
Nódulos Centrolobulares com padrão em arvore em brotamentoNódulos Centrolobulares com padrão em arvore em brotamento
Nódulos Centrolobulares com padrão em arvore em brotamento
 
Pneumonias Conceito Classificações Fisiopatologia Manifestações Clínicas Diag...
Pneumonias Conceito Classificações Fisiopatologia Manifestações Clínicas Diag...Pneumonias Conceito Classificações Fisiopatologia Manifestações Clínicas Diag...
Pneumonias Conceito Classificações Fisiopatologia Manifestações Clínicas Diag...
 
Tuberculose (1).pdf
Tuberculose (1).pdfTuberculose (1).pdf
Tuberculose (1).pdf
 

Kürzlich hochgeladen

CURSO TÉCNICO DE ENFERMAGEM..........pptx
CURSO TÉCNICO DE ENFERMAGEM..........pptxCURSO TÉCNICO DE ENFERMAGEM..........pptx
CURSO TÉCNICO DE ENFERMAGEM..........pptxKarineRibeiro57
 
SDR - síndrome do desconforto respiratorio
SDR - síndrome do desconforto respiratorioSDR - síndrome do desconforto respiratorio
SDR - síndrome do desconforto respiratoriolaissacardoso16
 
700740332-0601-TREINAMENTO-LAVIEEN-2021-1.pdf
700740332-0601-TREINAMENTO-LAVIEEN-2021-1.pdf700740332-0601-TREINAMENTO-LAVIEEN-2021-1.pdf
700740332-0601-TREINAMENTO-LAVIEEN-2021-1.pdfMichele Carvalho
 
Psicologia Hospitalar (apresentação de slides)
Psicologia Hospitalar (apresentação de slides)Psicologia Hospitalar (apresentação de slides)
Psicologia Hospitalar (apresentação de slides)a099601
 
8 - O Teste de sentar e levantar em 1 minuto como indicador de resultado nos ...
8 - O Teste de sentar e levantar em 1 minuto como indicador de resultado nos ...8 - O Teste de sentar e levantar em 1 minuto como indicador de resultado nos ...
8 - O Teste de sentar e levantar em 1 minuto como indicador de resultado nos ...Leila Fortes
 
Avanços da Telemedicina em dados | Regiane Spielmann
Avanços da Telemedicina em dados | Regiane SpielmannAvanços da Telemedicina em dados | Regiane Spielmann
Avanços da Telemedicina em dados | Regiane SpielmannRegiane Spielmann
 

Kürzlich hochgeladen (7)

apresentacao-NR 12 2024.ppt
apresentacao-NR                        12 2024.pptapresentacao-NR                        12 2024.ppt
apresentacao-NR 12 2024.ppt
 
CURSO TÉCNICO DE ENFERMAGEM..........pptx
CURSO TÉCNICO DE ENFERMAGEM..........pptxCURSO TÉCNICO DE ENFERMAGEM..........pptx
CURSO TÉCNICO DE ENFERMAGEM..........pptx
 
SDR - síndrome do desconforto respiratorio
SDR - síndrome do desconforto respiratorioSDR - síndrome do desconforto respiratorio
SDR - síndrome do desconforto respiratorio
 
700740332-0601-TREINAMENTO-LAVIEEN-2021-1.pdf
700740332-0601-TREINAMENTO-LAVIEEN-2021-1.pdf700740332-0601-TREINAMENTO-LAVIEEN-2021-1.pdf
700740332-0601-TREINAMENTO-LAVIEEN-2021-1.pdf
 
Psicologia Hospitalar (apresentação de slides)
Psicologia Hospitalar (apresentação de slides)Psicologia Hospitalar (apresentação de slides)
Psicologia Hospitalar (apresentação de slides)
 
8 - O Teste de sentar e levantar em 1 minuto como indicador de resultado nos ...
8 - O Teste de sentar e levantar em 1 minuto como indicador de resultado nos ...8 - O Teste de sentar e levantar em 1 minuto como indicador de resultado nos ...
8 - O Teste de sentar e levantar em 1 minuto como indicador de resultado nos ...
 
Avanços da Telemedicina em dados | Regiane Spielmann
Avanços da Telemedicina em dados | Regiane SpielmannAvanços da Telemedicina em dados | Regiane Spielmann
Avanços da Telemedicina em dados | Regiane Spielmann
 

Bronquiolite obliterante

  • 1. BRONQUIOLITE OBLITERANTE (BO) Camila Amaral Venuto R1 Pediatria – HRAS/SES/DF Orientadora: Dra. Lisliê Brasília, 13 de junho de 2008 www.paulomargotto.com.br
  • 2. CASO CLÍNICO • GGS, 2a8m, natural de Uruana –MG, procedente de Arinos – MG. • Lesões variceliformes com início há 8 dias. Internação por 4 dias na cidade de origem, transferência para PS do HRAS em 19-08-06 e para UTIP no mesmo dia com os diagnósticos: varicela necro-hemorrágica infectada, choque séptico, PNM com derrame pleural à D
  • 3. CASO CLÍNICO • Intubação no 1º dia, colocado em VM. PCR durante intubação, reanimado com sucesso. • Usou drogas vasoativas, sedoanalgesia e hidrocortisona • Lesões pulmonares compatíveis com SARA observadas em 21-08. Necessitou de pressões ventilatórias progressivamente mais elevadas, posição prona e eventual relaxamento muscular. • Extubado em 29-08, permaneceu com O2 sob CN até 01-09. Alta da UTI em 04-09
  • 4. CASO CLÍNICO • Alta da DIP em 14-09. Em 20-09 (consulta no Ambulatório): nova PNM, sendo re-internado. • TC tórax (03-10): sinais de doença intersticial difusa, com opacidade em vidro fosco, espessamento de interstício axial e nódulos acinares centrolobulares com aspecto de “árvore em brotamento”, caracterizando enchimento de pequenas vias aéreas. Pequenas consolidações esparsas e discreta ectasia isolada de alguns brônquios segmentares
  • 5. BO - DEFINIÇÃO E HISTÓRICO • Obstrução crônica do fluxo aéreo + lesão inflamatória das pequenas vias aéreas1 • 1901: Lange • 1942:LaDue – 1 caso em 42.038 autópsias • 1988:Hardy e cols. – 19 casos pediátricos em 25 anos • 2000: Zhang e cols. – 36 crianças na pneumopediatria do HCPA em 8 anos 1. Bronquiolite Obliterante em Crianças. Jpediatr (Rio J) 2000; 76 (3):185-92
  • 6. HISTOPATOLOGIA • Proliferativa1 : ▫ Tecido de granulação (fibroblastos, macrófagos, linfócitos, neutrófilos e plasmócitos + matriz com proteoglicanos) em forma de tufo polipóide dentro da luz da via aérea ▫ Septo alveolar espessado devido a infiltração de células inflamatórias crônicas e hiperplasia dos pneumócitos tipo 2 ▫ BOOP: BO com envolvimento alveolar, com tecido de granulação dentro de bronquíolos se estende até ductos alveolares e alvéolos 1. Bronquiolite Obliterante em Crianças. Jpediatr (Rio J) 2000; 76 (3):185-92
  • 7. HISTOPATOLOGIA • Constritiva1 : ▫ Estágio inicial: necrose do epitélio bronquiolar e infiltração inflamatória de mucosa, submucosa, área peribronquiolar e luz bronquiolar (bronquíolos terminais). # ▫ Estágio avançado: fibrose submucosa que atinge luz bronquiolar em padrão concêntrico, chegando a obliteração (focal ao longo do bronquíolo)# 1. Bronquiolite Obliterante em Crianças. Jpediatr (Rio J) 2000; 76 (3):185-92
  • 8. ETIOLOGIA1,2,3 • Pós-infecciosa • reumatóide • Associada ao uso de drogas • Pós transplante • Síndrome aspirativa • Drogas (Penicilina, sulfassalazina, amiodarona) • Idiopática 1. Bronquiolite Obliterante em Crianças. Jpediatr (Rio J) 2000 2. Sequelas respiratórias das doenças viraris: do diagnóstico ao tratamento. Jpediatr. (Rio J) 2002 3. Bronquiolite Obliterante – Sequelas da Bronquiolite.
  • 9. BO PÓS-INFECCIOSA • Lactentes, sexo masculino, após bronquiolite viral aguda1 • Agentes etiológicos1,2,3,4 : ▫ Vírus: adenovirus – 3,7 e 21;VSR; parainfluenza 2 e 3; influenza A e B; sarampo ▫ Bactérias: Mycoplasma, Bordetella, Streptococcus b hemolítico, Stapyilococcus aureus, Pneumocystis jerovesi 1. Bronquiolite Obliterante Pós Infecciosa: aspectos clínicos e exames complementares de 48 crianças. J.bras.Pneumol. V.30 n.1 São Paulo jan-fev 2004 2. Bronquiolite Obliterante em Crianças. Jpediatr (Rio J) 2000 3. Bronquiolite Obliterante – Sequelas da Bronquiolite. 4. Sequelas respiratórias das doenças viraris: do diagnóstico ao tratamento. Jpediatr. (Rio J) 2002
  • 10. BO PÓS-INFECCIOSA • Vírus infecta superfície da célula epitelial e inicia replicação intracelular  metaplasia escamosa da mucosa dos brônquios  necrose da parede bronquiolar  destruição do epitélio ciliado1 • Infiltrados inflamatórios + edema de submucosa e do tecido conjuntivo + aumento da secreção de muco  obstrução da luz bronquiolar  aprisionamento de ar, atelectasias e bronquiestasias1 1. Bronquiolite Obliterante Pós Infecciosa: aspectos clínicos e exames complementares de 48 crianças. J.bras.Pneumol. V.30 n.1 São Paulo jan-fev 2004
  • 11. QUADRO CLÍNICO • Quadro de BVA que persiste por mais de 2 semanas1,2 : ▫ Febre, tosse, chiado no peito e taquipnéia ▫ Tiragens, sibilos, estertores ▫ RX: infiltrado peribrônquico, hiperinsuflação, atelectasia segmentar ou subsegmentar • DPOC persistente: hipoxemia, deformidades torácicas • Associação com DRGE3 # 1. Sequelas respiratórias das doenças viraris: do diagnóstico ao tratamento. Jpediatr. (Rio J) 2002 2. Bronquiolite Obliterante em Crianças. Jpediatr (Rio J) 2000 3. Bronquiolite Obliterante Pós Infecciosa: aspectos clínicos e exames complementares de 48 crianças. J.bras.Pneumol. V.30 n.1 São Paulo jan-fev 2004
  • 12.
  • 13. EVOLUÇÃO • Sinais e sintomas mais freqüentes no 1º ano de doença1 • Cautela na interpretação da melhora clínica (diâmetro das vias aéreas aumenta com idade)1 • Fatores desfavoráveis: idade avançada no episódio inicial e elevação de IgE sérico2 • Óbito mais freqüente em crianças de até 2 anos1 • Associação de adenovírus e VSR  insuficiência respiratória aguda e óbito3 1. Bronquiolite Obliterante em Crianças. Jpediatr (Rio J) 2000 2. Bronquiolite Obliterante Pós Infecciosa: aspectos clínicos e exames complementares de 48 crianças. J.bras.Pneumol. V.30 n.1 São Paulo jan-fev 2004 3. Infecção viral simultânea a Bronquiolite Obliterante em Crianças. J. Bras. D.Infec.. V.6 n3 Salvador; jun2002
  • 14. SINTOMAS POR MAIS DE 2 SEMANAS 1) Teste do suor 2) Teste de Mantoux 3) Dosagem de imunoglobulinas 4) Dosagem de a1-antitripsina 5) RX tórax 6) Cintilografia pulmonar Um dos testes (1a 4) + Testes 1 a 4 negativos 5 e ou 6 + Considerar diagnóstico de outra doença Considerar BO pós-infecciosa a) TCAR b) Biópsia a céu aberto EXAMES DE TRIAGEM DIAGNÓSTICO CLÍNICO EXAMES OPCIONAIS Bronquiolite Obliterante em Crianças. Jpediatr (Rio J) 2000
  • 15. BO PÓS- INFECCIOSA SIBILÂNCIA RECORRENTE PÓS- BRONQUIOLITE SINTOMATOLOGIA PERSISTENTE RECORRENTE ESTERTORES FINOS PERSISTENTE AUSENTE ALTERAÇÕES RADIOLÓGICAS PERSISTENTE RECORRENTE PATOFISIOLOGIA OBLITERAÇÃO DE BRONQUÍOLOS HIPER- RESPONSIVIDADE BRÔNQUICA RESPOSTA AO USO DE BRONCODILATADOR INSATISFATÓRIA SATISFATÓRIA PROGMÓSTICO DESFAVORÁVEL FAVORÁVEL Bronquiolite Obliterante – Sequelas da Bronquiolite.
  • 16. RX DE TÓRAX • Espessamento brônquico • Hiperinsuflação pulmonar • Atelectasia • Bronquiectasia • Hiperlucência • Tríade de Hardy: sintomas desproporcionais aos achados do RX, pulmão hiperlucente e sinais localizados de hiper-aeração1 1. Bronquiolite Obliterante Pós Infecciosa: aspectos clínicos e exames complementares de 48 crianças. J.bras.Pneumol. V.30 n.1 São Paulo jan-fev 2004
  • 17. CINTILOGRAFIA PULMONAR PERFUSIONAL E VENTILATÓRIA • Mais acurada para verificar extensão e localização das lesões • Imagem do defeito emparelhado • Áreas hipoperfundidas  vasoconstrição hipóxica
  • 18. TOMOGRAFIA DE TÓRAX DE ALTA RESOLUÇÃO • Estadia a doença e identifica bronquiectasia e atelectasia • Compara imagens em ins e expiração, combinando informações estruturais e funcionais • Achados: ▫ Perfusão em mosaico ▫ Bronquiectasia ▫ Aprisionamento de ar ▫ Atelectasias ▫ Espessamento brônquico ▫ Consolidações ▫ Redução do volume pulmonar
  • 19. BIÓPSIA PULMONAR A CÉU ABERTO • Padrão ouro • Resultados inconclusivos e falso- negativos
  • 20. PROVA DE FUNÇÃO PULMONAR1 • Distúrbio ventilatório obstrutivo, com concavidade da curva expiratória forçada e fluxo reduzido • Padrão restritivo, com redução da capacidade vital, indica aprisionamento de ar • Melhora do padrão com o tempo 1. Sequelas respiratórias das doenças viraris: do diagnóstico ao tratamento. Jpediatr. (Rio J) 2002
  • 21. CLASSIFICAÇÃO DE SEQÜELAS DE BVAGRAU CLÍNICA RX CINTILO GRAFIA TCAR BIÓPSIA I Crises de sibilos+, melhora em semanas Hiperinsuflação + nas pioras Não indicada Normal Não indicada Normal Não indicada Normal II Crises de sibilos + +, melhora em meses Hiperinsuflação + + nas pioras Não indicada Normal Não indicada Normal Não indicada Normal III Crises de sibilos + ++, melhora em anos Hiperinsuflação + ++ “bronquite” Eventual indicação Alterações mínimas Indicação eventual Alterações bronquiolares e de densidade Não indicada Normal IVa DPCO, sem O2 Hiperinsuflação ++ +, “brobquite”, bronquiectasia, atelectasia, redução da vascularização Redução da perfusão em áreas “MacLeod” Redistribuição do fluxo, bronquiectasias +, alterações na densidade ++, nodularidade, mosaico Possível indicação Obliteração bronquiolar – fibrose IVb DPOC com O2 contínuo Hiperinsuflação ++ ++, “bronquite”, atelectasia, redução da vascularização + + Redução acentuada da perfusão em áreas “MacLeod” Redistribuição do fluxo, bronquiectasia ++, alterações na densidade ++, nodularidade, mosaico Possível indicação Obliteração bronquiolar - fibrose Bronquiolite Obliterante – Sequelas da Bronquiolite.
  • 22. TRATAMENTO • Princípios1 : ▫ Preservar função das vias aéreas ainda não atingidas ▫ Controle das infecções ▫ Nutrição ▫ Controle da hiperreatividade brônquica 1. Bronquiolite Obliterante – Sequelas da Bronquiolite.
  • 23. CORTICÓIDES • Controle do processo inflamatório em fase de instalação • Redução do nível de neutrófilos no lavado broncoalveolar e melhora da função pulmonar • Componente obstrutivo variável: ▫ Períodos de melhora e exacerbação ▫ Hiperreatividade brônquica ▫ Esporádica resposta aos broncodilatadores • Mantido por longos períodos
  • 24. CORTICÓIDES • Via de administração1 : ▫ Sistêmico ▫ Inalatório ▫ Pulsoterapia • Falta de resposta: proteína 5F1A do adenovírus (ação inibidora)2 1. Sequelas respiratórias das doenças virais: do diagnóstico ao tratamento. Jpediatr. (Rio J) 2002 2. Bronquiolite Obliterante Pós Infecciosa: aspectos clínicos e exames complementares de 48 crianças. J.bras.Pneumol. V.30 n.1 São Paulo jan-fev 2004
  • 25. BRONCODILATADORES1 • B2 adrenérgicos de curta ação, via inalatória • B2 adrenérgicos de longa duração: objetivo de reduzir a dose do corticóide, nunca usado como monoterapia • Resposta evidenciada com prova de função pulmonar 1. Sequelas respiratórias das doenças virais: do diagnóstico ao tratamento. Jpediatr. (Rio J) 2002
  • 26. ANTIBIÓTICOS • Controle do aspecto macroscópico da secreção e seu volume • Bacterioscopia e cultura de escarro em crianças maiores; aspirado traqueal e lavado bronco- alveolar em crianças menores • Difícil diferenciar colonização de infecção • Haemophilus influenzae, Streptococcus pneumoniae, Moraxella catarrhalis e Staphilococcus aureus
  • 27. ANTIBIÓTICOS • Usar na vigência de febre ou piora da secreção por 14 a 21 dias • Amoxicilina, ampicilina, cloranfenicol e sulfametoxazol + trimetoprim • Macrolídeos por tempo prolongado (até 90 dias) têm efeito anti-inflamatório1 • Causas de falha terapêutica: mecanismos de colonização bacteriana, resistência bacteriana aos antibióticos, demora na restauração no clearance mucociliar e latência do adenovírus 1 1. Bronquiolite Obliterante Pós Infecciosa: aspectos clínicos e exames complementares de 48 crianças. J.bras.Pneumol. V.30 n.1 São Paulo jan-fev 2004 2. Sequelas respiratórias das doenças viraris: do diagnóstico ao tratamento. Jpediatr. (Rio J) 2002
  • 28. FISIOTERAPIA • Indicação: bronquiectasia, hiperinsuflação e atelectasia • Técnicas: máscara de pressão expiratória, estímulo à tosse, aparelhos de vibração nas vias aéreas (flutter) e drenagem postural
  • 29. NUTRIÇÃO • Consumo energético acentuado • Dieta hipercalórica e hiperprotéica • Necessidade de nutrição enteral em casos selecionados
  • 30. CIRURGIA • Indicações: bronquiectasias localizadas e colapso lobar crônico • Evitar exacerbações e diminuir necessidade de fisioterapia • Hiperinsuflação  cirurgia de redução de volume pulmonar
  • 31. OXIGENOTERAPIA • Objetivo: redução da hipertensão arterial pulmonar secundária a hipoxemia • Medida da saturação de hemoglobina nas consultas de seguimento • Medida da saturação periférica durante o sono
  • 32. REFLUXO GASTROESOFÁGICO • Aumento da pressão intra-abdominal pela hiperinsuflação pulmonar • Diagnóstico: pHmetria de 24 horas • Teste terapêutico: medidas anti-refluxo e medicamentos
  • 33. TRANSPLANTE PULMONAR • Quadro obstrutivo grave persistente, com declínio da função pulmonar e necessidades crescentes de cuidado maior e oxigênio suplementar
  • 34. TRATAMENTO DAS SEQÜELAS DA BRONQUIOLITE ESTÁGIO TRATAMENTO I B2 INALÁVEL NAS PIORAS II B2 NAS PIORAS + CORTICÓDE TÓPICO III B2 INALÁVEL NAS PIORAS + CORTICÓDE TÓPICO IVa B2 FREQUENTE OU CONTÍNUO + CORTICÓDE TÓPICO CONTÍNUO + CORTICÓDE SISTÊMICO NAS PIORAS + ANTIBIÓTICO + FISIOTERAPIA + NUTRIÇÃO IVb B2 FREQUENTE OU CONTÍNUO + CORTICÓIDE TÓPICO CONTÍNUO + CORTICÓIDE TÓPICO SISTÊMICO NAS PIORAS +FISIOTERAPIA + NUTRIÇÃO + O2 CONTÍNUO
  • 35. PROFILAXIA • Imunizações: esquema básico + antiinfluenza, antipneumocócica e anti Haemophilus influenzae B • Tabagismo passivo • Infecções virais: cuidado maios da equipe durante internação, situação de aglomerados evitadas até o 4º ano de doença
  • 36. COMPLICAÇÕES • Infecções supurativas • Bronquiectasias • Enfisema pulmonar  pneumotórax • Hipoxemia crônica  hipertensão pulmonar e cor pulmonale