CONTEÚDO
Teoria crítica - Escola de Frankfurt e a indústria cultural [Adorno/Horkheimer]
Importância dos meios de comunicação e da cultura de mercado na formação do modo de vida contemporâneo;
Comunicação não pode ser estudada como fenômeno independente, mas atrelada aos processos históricos e sociais;
As pessoas se “engajam” na esfera social através do consumo estético massificado = exploração mercantil da cultura.
Walter Benjamim – A obra de arte na época da sua reprodutibilidade técnica.
Habermas – Ação Comunicativa e espaço público.
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TC - Escola de Frankfurt
1. Teoria crítica - Escola de
Frankfurt e a indústria cultural
Comunicação Social
Prof° José Geraldo de Oliveira
2. CONTEÚDO
• Teoria crítica - Escola de Frankfurt e a indústria cultural
[Adorno/Horkheimer]
• Importância dos meios de comunicação e da cultura de mercado na
formação do modo de vida contemporâneo;
• Comunicação não pode ser estudada como fenômeno independente,
mas atrelada aos processos históricos e sociais;
• As pessoas se “engajam” na esfera social através do consumo estético
massificado = exploração mercantil da cultura.
• Walter Benjamim – A obra de arte na época da sua reprodutibilidade
técnica.
• Habermas – Ação Comunicativa e espaço público.
3. • A sociedade é o resultado do processo de transformação da natureza
pelo homem.
• O trabalho é o fator responsável pela socialização dos seres
humanos e a criação das bases materiais de seu modo de vida.
• Os indivíduos trabalham cooperativamente para satisfazes as suas
necessidades, estabelecendo determinadas relações sociais, que ao
mesmo tempo, se transformam em condição do próprio trabalho.
• A sociedade surge, pois, com o estabelecimento de um certo modo
de vida, em cujas base se funda o desenvolvimento da civilização.
Friedrich Engels ( 1820-1895)
Karl Marx ( 1818 -1883)
4. • A sociedade é dividida em homens que trabalham e homens que
dirigem os vários processos de trabalho, condiciona os processos
comunicativos.
• A consciência é produzida dentro de condições de desigualdades.
• O trabalho possibilita a formação de consciência do meio sensível
e esta se expressa necessariamente na linguagem, nascida com a
necessidade de cooperação entre os homens.
• A linguagem não é senão a condensação simbólica da praxis
humana que possibilita a comunicação.
5. A história nada mais é do que a sucessão de diferentes
gerações, cada uma das quais explora os materiais, os
capitais e as forças de produção a ela transmitidos pelas
gerações anteriores; ou seja, de um lado, ela prossegue
em condições completamente diferentes da atividade
precedente, enquanto de outro modifica as circunstâncias
anteriores através de uma atividade totalmente diferente (
MARX e ENGELS, 1977: 70).
6. • A comunicação deve ser estudada, em sequência, como processo de
generalização simbólica da práxis humana, enquanto mediação mais ou
menos universal do modo de produção.
• A comunicação é uma categoria abstrata, que precisa ser compreendida
no contexto da totalidade concreta, determinada em última instância pelo
modo de produção dominante na sociedade.
• O indivíduo é produto do trabalho.
• O homem não se diferencia dos animais só pelo manejo de símbolos,
mas antes pelo fato de produzir seus meios de subsistência, criar e
transformar praticamente as suas condições materiais de vida.
7. • O primeiro ato histórico é a produção dos meios necessários à
sua sobrevida, que, em seguida, criam novas necessidades,
entre as quais a necessidade de cooperação entre os
homens.
• Em dado momento, os homens descobrem que a cooperação
pode facilitar a satisfação de suas necessidades, que o
trabalho em conjunto e sua divisão social representam uma
força produtiva, passando então a viver em sociedade.
8. • A comunicação surge no momento, em que as necessidades de trabalhar
em conjunto determina o estabelecimento de certas relações não apenas
entre os homens e a natureza, mas sobretudo entre os próprios indivíduos.
• As relações sociais não surgem para satisfazer necessidades gregárias
abstratas, mas por necessidade de cooperação objetiva.
• Não é um produto de uma vontade de comunicação, mas efeito
comunicativamente mediado do desenvolvimento da cooperação nos
processos de trabalho.
• A produção e o trabalho são fatores de desenvolvimento da comunicação,
da linguagem e da consciência.
9. • 1923 – Pesquisadores do Instituto de Pesquisa
Social estudam a sociedade capitalista e o
movimento operário.
• Amplia os horizontes para estudos críticos sobre a
cultura capitalista e a psicologia.
• Uma de suas principais ambições era realizar uma
síntese entre Marx e Freud, ou seja, examinar os
fundamentos culturais e psicológicos do modo
capitalista de produção e, inversamente, os efeitos
do capitalismo na cultura e no psiquismo.
Integrantes do simpósios sobre
marxismo, núcleo fundador da
Escola (1923)
10. • O clima político na Alemanha da época não era dos melhores.
• A República de Weimar, fundada depois da queda do imperador
Guilherme II em 1919, com a derrota da Alemanha na 1ª Guerra Mundial,
já nasceu conturbada.
• Dívidas externas, desemprego, rivalidades entre diversas correntes
políticas, greves, tudo isso assolava a nação alemã.
• Tentativa de um golpe político, dado em 1922 por um obscuro líder
político de grupos direitistas, chamado Adolf Hitler.
• Em 1930, Max Horkheimer assume a diretoria da instituição. O ambiente
social e político da Alemanha não havia melhorado muito, ao contrário.
11. • No início dos anos 1930 a Alemanha começa a sentir
os fortes efeitos da crise da Bolsa de Nova York (1929).
• As rivalidades políticas aumentam; de um lado
socialistas, comunistas e social-democratas e de outros
grupos direitistas de diversos graus de radicalismo. Os
liberais perdem gradativamente a força, enquanto
aumentava o desemprego, a miséria e a falta de
perspectivas.
• Em 1933 o Partido Nacional Socialista tem maioria no
Parlamento e Adolf Hitler tornar-se o Chanceler.
Integrantes do simpósios sobre
marxismo, núcleo fundador da Escola
(1923)
• Um período de crescente autoritarismo e antissemitismo.
• A Escola de Frankfurt, que sempre teve uma visão crítica, influenciada pelo
marxismo (neomarxismo) não tem mais função nessa sociedade.
12. Max Horkheimer Teodor Adorno Walter Benjamin Eric Fromm Herbert Marcuse Jurgen Habermas
13. • O instituto de pesquisas sociais muda-se para a Califórnia, em 1934 por
causa da perseguições promovidas pelo nazismo.
• Os pesquisadores se vêm diante do mais avançado exemplo de
sociedade capitalista da época [Estados Unidos].
• O choque com a sociedade de consumo americana leva os
pesquisadores a realizarem uma série de pesquisas e reflexões que
ficou conhecida pelo nome de “teoria crítica”.
14. • Apontam que a sociedade capitalista, a
industrialização e a cultura de massa possuem
aspectos negativos.
• Denunciam a alienação, a corrupção da cultura, a
infantilização e a nova forma de escravidão a que
o ser humano “moderno” está sujeito.
• A Teoria Crítica tem nuances e opiniões às vezes
opostas, como o encantamento de Benjamim pela
cidade moderna e o pessimismo de Adorno.
15. • A sociedade de consumo é alienante e desumanizante.
• A crítica não é sentida pelas pessoas que participam como
consumidores da sociedade.
• Boa parte dos norte-americanos acreditavam que a industrialização
trouxe os benefícios de uma vida confortável [ Casas com
eletrodomésticos].Em meio a essa festa de consumo, os teóricos veem
a opressão e recorrem à dicotomia entre “civilização” e “cultura”.
16. • “Agente da barbárie”, os meios de comunicação, são veículos
propagadores de ideologias das classes dominantes que se
impõe às classes populares pela persuasão ou manipulação.
• A Dialética do Iluminismo é uma reflexão a respeito das
consequências nefastas da “indústria da cultura” sobre a
liberdade individual, já que os meios de comunicação nunca
encorajam o exercício do espírito crítico.
• A um indivíduo livre, liberado pela “razão objetiva”, não
escaparia que o mundo por eles apresentados não é e nem
poderia ser real.
17. • O conceito de “indústria da cultura” se destina à análise crítica
da produção de bens simbólicos, em escala industrial.
• A produção em série e a promoção publicitária acarretam a
homogeneização dos padrões de gostos, proporcionando uma
deterioração da Kultur genuína.
• A racionalidade técnica havia subordinado os fatos de cultura a
um princípio de serialização e a um padronização,
“massificando-os”.
• O conceito-chave da proposição franfkurtiana, a “indústria da
cultura” era viva ilustração e ardorosa denúncia do processo
capitalista de mercantilização de artefatos culturais.
18. • A exploração comercial de produções culturais trariam um
reforço à dominação ideológica exercida, proporcionando
“alienação, “conformismo político” e “passividade mental”.
• Produzidas para fins mercantis, tais criações perdem a “aura”,
tornando-se mercadorias; descaracterizando-se as
manifestações artísticas genuínas pelo espetáculo de que
devem fazer parte ou em que devem transformar.
• Para atender a um consumidor extenso e indeterminado há um
rebaixamento da qualidade dos “produtos”.
• A relação entre o artista e o público passou a ser medida pela
técnica, que não é ideologicamente neutra.
19. • O homem ter se tornado superior à natureza também
possibilitou a noção da superioridade do homem sobre o
homem. A dominação ao outro se dá por que o outro é
somente parte da natureza já subjugada.
• Esta dominação não depende do sistema econômico-
social vigente. Em qualquer sistema, seja capitalista ou
socialista, a primazia da técnica tem os mesmos efeitos.
• A força do esclarecimento está em sua própria
contradição. O sistema vigente é sempre fortalecido na
mesma medida em que faz parecer que seu fim está
próximo, já que as tecnologias aumentam a
possibilidade de conforto para a espécie humana ao
mesmo tempo em que intensificam a exploração e a
20. • Assim como qualquer sistema, o esclarecimento é
totalitário, ele entra em todas as esferas da vida e se
instala dramaticamente.
• A reprodução incessante da técnica e o
desencantamento do mundo também produzem
sujeitos desencantados. Esses são sujeitos
racionalizados e completamente adaptáveis à
autoridade da esfera econômica, são vazios, são
somente casca, são sujeitos ocos, é por isso que o
mercado passa a ser o novo juiz dos valores e das
liberdades dos sujeitos da modernidade
desencantada ao extremo.
21. • O sujeito da economia, que seria o sujeito racional,
toma o mercado, esfera última da interação humana
em um mundo desencantado, como o verdadeiro
produtor de valores que podem e devem ser
seguidos.
• Para os autores [adorno e horkheimer], a
grandiosidade que o poder do esclarecimento
forneceu ao homem foi o seu sucesso e seu fracasso.
• Foi a crescente dominação da natureza que viabilizou
o esvaziamento do homem e sua total submissão às
tecnologias.
22. • O desenvolvimento da Indústria Cultural que
possibilitou um controle completo sobre o homem: a
indústria cultural é um complexo de comunicação e
simbolização que perpetua as estruturas vigentes,
causando estímulos aos quais o público espectador
não tem respostas adequadas.
• A indústria cultural não fomenta convicções, impulsos
de transformação, reflexões sobre o mundo, muito
pelo contrário, seu papel no mundo de
superficialidade é evitar todos os impulsos que
poderiam formar um sujeito de fato ativo.
23. • A equação conhecimento = poder gerado pela
primazia da técnica que causa a subjugação e
dominação do homem.
• A barbárie, com uma roupagem científica e racional,
domina as esferas da vida e não é nem mesmo
percebida. Chega a ser incentivada e apoiada pelas
massas, incapazes de perceberem que o avanço
científico trouxe consigo a permanente exploração de
seus corpos e de suas almas.
24. • Quando a tecnologia empurra o mundo para a industrialização,
os teóricos percebem que a sociedade de consumo conseguiu
colocar a civilização no lugar valorativo da cultura.
• A civilização “engole” a cultura e se transforma em “cultura de
massa”.
• O cidadão americano, intoxicado pelo consumo e pela cultura de
massa, deixou de ter aspirações elevados.
• Submete-se ao trabalho e a exploração.
• A cultura de massa cria uma hiper valorização da subjetividade,
dos sentimentos, da felicidade individual, que elimina as marcas
da dominação concreta do mundo exterior.
ESCOLA DE FRANKFURT
[ Elementos da Teoria Crítica ]
25. • O Estado totalitário não exerce mais a hedionda
“manipulação da consciência”.
• É a “Indústria da cultura” e os meios de
comunicação, provenientes do desenvolvimento
técnico, ocupam espaço na “teoria da
dominação” [ social e ideológica].
• A crítica radical é uma denúncia “apocalíptica”
da “barbárie cultural” que os meios de
comunicação transmitem.
26. • Expressão utilizada por Adorno e Horkheimer na
Dialética do Esclarecimento (1947) no capítulo, “A
Indústria Cultural: O Iluminismo como Mistificação
das Massas”, em substituição do termo “cultura de
massas”, para designar a produção e difusão de
bens simbólicos em escala industrial.
Uma cultura concebida e vendida como
mercadoria e motivada pelo desejo de lucro.
“O consumidor não é rei, como a indústria cultural
gostaria de fazer crer, ele não é o sujeito dessa
indústria, mas seu objeto”.
27. • Para Adorno e Horkheimer, a Indústria Cultural, como
subsistema da sociedade capitalista, reproduz a sua
ideologia e estrutura.
• A Indústria Cultural configura produtos veiculados pelos
mass media. Portanto, não designa peças culturais
provindas da elite nem da população menos favorecida.
• As reflexões de Adorno e Horkheimer assentam na
constatação de que a sociedade industrial não realizou
as promessas do iluminismo humanista. Pois o
desenvolvimento da técnica e da ciência não trouxe um
acréscimo de felicidade e liberdade para o Homem.
28. • As reflexões de Adorno e Horkheimer assentam na
constatação de que a sociedade industrial não realizou
as promessas do iluminismo humanista. Pois o
desenvolvimento da técnica e da ciência não trouxe um
acréscimo de felicidade e liberdade para o Homem.
• Ao invés de libertar o Homem, o progresso da técnica
acabou por o escravizar, alienando-o.
• A Indústria Cultural configura produtos
veiculados pelos mass media. Portanto, não
designa peças culturais provindas da elite
nem da população menos favorecida.
29. • A reprodutibilidade técnica retirou, tanto da
cultura popular, como da cultura erudita, o
seu valor real. O resultado, a indústria
cultural, não conduz à experiência
libertadora da fruição estética.
• O princípio da reprodução deformaria a
obra, nivelando-a por baixo. Por exemplo:
adaptações de livros a filmes, que são
adocicadas para se tornar mais apetecíveis
ao consumo.
30. Críticas à Indústria Cultural
Aquilo que a indústria cultural oferece de
continuamente novo não é mais do que a
representação, sob formas sempre diferentes,
de algo que é sempre igual (Adorno, 1967, 8).
• O sistema condiciona o tipo, a qualidade
e a função do consumo na sociedade.
• A indústria cultural provoca a
homogeneização dos padrões de gosto.
31. • Para os frankfurtianos, os produtos da Indústria Cultural teriam 3 funções:
1. Ser comercializados;
2. Promover a deturpação e a degradação do gosto popular;
3. Obter uma atitude passiva dos consumidores.
32. • [...] O cinema e o rádio não precisam mais se apresentar como arte. A
verdade de que não passam de um negócio, eles a utilizam como uma
ideologia destinada a legitimar o lixo que propositalmente produzem. Eles se
definem a si mesmos como indústrias, e as cifras publicadas dos rendimentos
de seus diretores gerais suprimem toda dúvida quanto à necessidade social
de seus produtos.
• O facto de que milhões de pessoas participam dessa indústria imporia
métodos de reprodução que, por sua vez, tornam inevitável a disseminação
de bens padronizados para a satisfação de necessidades iguais.
• A racionalidade técnica hoje é a racionalidade da própria dominação. Ela é o
caráter compulsivo da sociedade alienada de si mesma. Os automóveis, as
bombas e o cinema mantêm coeso o todo e chega o momento em que seu
elemento nivelador mostra sua força na própria injustiça à qual servia. Por
enquanto, a técnica da indústria cultural levou apenas à padronização e à
produção e, série, sacrificando o que fazia a diferença entre a lógica da obra
e a do sistema social.
33. “O espectador não deve agir pela sua
própria cabeça: o produto prescreve
todas as reacções: não pelo seu
contexto objectivo que desaparece mal
se volta para a faculdade de pensar –
mas através de sinais. Qualquer
conexão lógica que exija perspicácia
intelectual, é escrupulosamente evitada”
(Horkheimer; Adorno, 1947: 148).
34. “A sociedade é sempre a vencedora e o indivíduo
não passa de um fantoche manipulado pelas
normas sociais” Adorno apud Wolf (1994: 77).
• Os produtos da indústria cultural paralisam a
imaginação e a espontaneidade, impedindo a
atividade mental do indivíduo.
• A indústria cultural reflete o modelo do
35. • A estrutura multiestratificada das mensagens
reflete a estratégia de manipulação da indústria
cultural.
• A recepção das mensagens dos media escapam
ao controlo da consciência. O espectador absorve
ordens, indicações, proibições, sem senso crítico.
• Uma das estratégias de dominação da indústria
cultural é a estereotipização, modelos simplificados
indispensáveis para organizar e antecipar as
experiências humanas.
36. • A divisão dos produtos em gêneros conduz
ao desenvolvimento de formas fixas e impõe
modelos estabelecidos de expectativas.
• Os sujeitos encontram-se privados da
verdadeira compreensão da realidade e da
experiência de vida pelo uso constante de
óculos esfumaçados, oferecidos pelo
sistema através da indústria cultural.
37. INDUSTRIA CULTURA
[Márcia Tiburi ]
• Do século XX até hoje, a inteligência e a sensibilidade coletivas vivem sob o jugo da
Indústria Cultural. Podemos dizer que o todo da cultura se tornou indústria. Nossa vida
sensível toma consciência de si por meio das manifestações artísticas, da educação, da
leitura.
• Das artes clássicas à arte culinária, podemos dizer que há um trabalho humano de
intensificação e valorização das experiências vividas. A Indústria Cultural é hoje a
produção de experiência empobrecida.
• Desde a televisão (o nervo central da produção de imagem), até a alimentação (há uma
Indústria Cultural que coordena o processo alimentar como processo social), passando
pela saúde física (a Indústria da Vida Saudável) e pela saúde mental (Indústria da Vida
Feliz), todos os processos humanos passam por um método de uniformização e
banalização ao qual podemos chamar de Indústria.
• Cabe avaliar se a Indústria Cultural da Felicidade afetou as nossas vidas.
38. • Ela une e descaracteriza
tanto a “cultura superior”
quanto a arte popular: para a
primeira representa uma
simplificação e sem
compromisso com a
seriedade; para a segunda,
uma domesticação, que
subtrai do “popular” seu
caráter autêntico.
39. • Ao invés de libertar o Homem, o progresso da técnica
acabou por o escravizar, alienando-o.
• A reprodutibilidade técnica retirou, tanto da cultura
popular, como da cultura erudita, o seu valor real. O
resultado, a indústria cultural, não conduz à
experiência libertadora da fruição estética.
• O princípio da reprodução deformaria a obra,
nivelando-a por baixo. Por exemplo: adaptações de
livros a filmes, que são adocicadas para se tornar mais
apetecíveis ao consumo.
40. 1. INTRA-ARTÍSTICA - a produção da obra se dá por
critérios e técnicas próprios ao objeto. A pintura é
diferente da música e se guia normas e valores
distintos.
2. EXTRA-ARTÍSTICA - típica da indústria cultural.
Busca suas técnicas e critérios em outros campos,
no caso, no campo da produção de mercadorias.
Podemos pensar que as formas de cultura criadas e
mantidas por governos autoritários [como forma de
propaganda] também se pauta por esses critérios.
41. • A indústria cultural não acaba com o “individualismo” da arte,
mas o submete a critérios comerciais, daí sua feição
ambígua.
• O “grande escritor”, por exemplo, ainda é identificado como
tal, a pesar de se incorporar á lógica do mercado editorial
• Adorno relativiza a questão de pensar o papel da industrial
cultural no comportamento das massas.
• Esse papel não deve ser subestimado, mas que também é
importante pensar a arte em si, e não apenas na sua
dimensão social.
42. • Tem efeitos na massa, mas esses efeitos estão
subordinados às próprias transformações [negativas]
produzidas na arte e na cultura.
• A cultura disseminada não produz uma consciência
política.
• Os padrões de comportamento dela derivados são
claramente “conformistas”.
• Democratiza uma forma de pensar e agir que é
incapaz de auxiliar o homem na sua busca por
emancipação.
43. • O cidadão comum sabe do “logro”, mas fecha os olhos
porque ela produz uma satisfação imediata [infantilismo].
• Ela apela para a “sedução” para vender uma vida
conformista e reacionária.
• Para manter o mundo tal qual ele é, com suas contradições
justificadas pelo silêncio das massas.
• Os produtores rebatem dizendo que o que fazem é “apenas
entretenimento” e não arte. Adorno retruca: “nenhuma
infâmia é amenizada pelo fato de declarar-se como tal”. O
objetivo final da Indústria Cultural são a dependência e a
escravidão.
44. • Adorno retruca: “nenhuma infâmia é
amenizada pelo fato de declarar-se como
tal”.
• O objetivo final da Indústria Cultural são
a dependência e a escravidão.
45. • Indústria cultural ≠ Cultura de massas
• Cultura de massa surge espontaneamente das próprias
massas na forma de arte popular.
• A mídia adquirem poder sobre a sociedade.
• Poder dos economicamente mais fortes.
• Todo conteúdo produzido pela indústria cultural tem a
função de perpetuar a mensagem, os valores, o poder e
o domínio da situação. É sempre a representação de
uma forma diferente de uma mesma ideia.
• A mensagem é sempre a mesma apresentada com uma
nova roupagem.
• Exclui o novo
46. • Esse tipo de mensagem determina:
• o modo como é usufruída - sem interpretação
• A qualidade do conteúdo – baixa
• Autonomia da audiência - Inexistente
• A cultura industrial promove a fuga à
subjetividade, fuga à necessidade de pensar
por ser:
• Padronizada
• Onipresente
• Baixa qualidade
47. • Os estereótipos facilitam a fuga à subjetividade, já
que o indivíduo fica seguro de que não haverá
surpresas e suas expectativas serão supridas.
• Música Pop
• Reconhecimento = Compreensão
• Música Rica
• O reconhecimento é um meio para a
compreensão
• Chico Buarque – Cálice
• Pink Floyd – The Wall
48. • A arte tem a função de prometer um mundo de justiça e felicidade no
futuro, enquanto o presente é marcado pela injustiça e pela opressão.
• Com o desenvolvimento da sociedade industrial “os bens culturais,
concretizados em obras literárias, sistemas filosóficos e obras de arte
são derrubados de seus pedestais, deixam de ser bens de consumo de
luxo, destinados a uma elite burguesa, para se converterem em bens
de consumo de massa”, graças à possibilidade de reprodução técnica
[WALTER BENJAMIN].
• A cultura se transforma em mercadoria e perde o seu potencial
emancipatório, a sua espiritualidade e capacidade de levar o homem a
um estado de liberdade acima das necessidades materiais do dia-a-dia.
ESCOLA DE FRANKFURT
[ Elementos da Teoria Crítica ]
49. Angelus Novus. Paul Klee - 1920
“A nova produção cultural tem a função de ocupar o
espaço do lazer que resta ao operário e ao
trabalhador assalariado depois de um longo dia de
trabalho, a fim de recompor suas forças para voltar
a trabalhar no dia seguinte, sem lhe dar trégua para
pensar sobre a realidade miserável em que vive”.
• Ela cria a ilusão de uma “felicidade” no presente,
que é sempre conquistada pelo consumo
(material ou simbólico). Se vive a liberdade de
escolha entre produtos lançados no mercado.
ESCOLA DE FRANKFURT
[ Elementos da Teoria Crítica ]
50. • A cultura é marcada por 3 fatores:
- Serialização
- Padronização
- Divisão social do trabalho
• Alguns autores apontam que a teoria crítica traz uma
certa nostalgia de uma forma de arte que, afinal,
nunca esteve disponível para a maioria das pessoas
do mundo.
• Ela é acusada de ser elitista: é uma crítica cultural
que remonta ao mundo (impossível) anterior à
técnica industrial.
ESCOLA DE FRANKFURT
[ Elementos da Teoria Crítica ]
51.
52. WALTER BENJAMIN
A obra de Arte na era de sua reprodutibilidade técnica
(1935/1936)
• Modo de produção capitalista e seus
reflexos na área da cultura.
• Teses sobre as tendências evolutivas
da arte, nas atuais condições
produtivas.
• Põem de lado os conceitos
tradicionais: criatividade e gênio;
validade eterna e estilo; forma e
conteúdo.
• Formulação de exigência
revolucionárias na política artística.
53. • Modo de produção capitalista e seus reflexos
na área da cultura.
• Teses sobre as tendências evolutivas da arte,
nas atuais condições produtivas.
• Põem de lado os conceitos tradicionais:
criatividade e gênio; validade eterna e estilo;
forma e conteúdo.
• Formulação de exigência revolucionárias na
política artística.
WALTER BENJAMIN
A obra de Arte na era de sua reprodutibilidade técnica
(1935/1936)
54. • A obra de arte sempre foi reprodutível
• Novidade: reprodução técnica
Imprensa: reprodução técnica da escrita
Fotografia: reprodução da imagem
Cinema falado: reprodução da imagem e do
som
• Reprodução do som – alto padrão de qualidade
das técnicas de reprodução.
• Para estudar esse padrão, nada mais instrutivo
que examinar como duas funções – a
reprodução da obra de arte e a arte
cinematográfica – repercutem uma sobre a
outra.
WALTER BENJAMIN
AURA
55. • Mesmo na reprodução mais perfeita, um
elemento está ausente: o aqui e agora da
obra de arte, sua existência única, no lugar
em que ela se encontra.
• A história da obra está ausente na
reprodução.
• A autenticidade da obra é a quintessência
de tudo o que foi transmitido pela tradição, a
partir de sua origem, desde sua duração
material até o seu testemunho histórico.
• Desaparece a autoridade da obra.
WALTER BENJAMIN
A obra de Arte na era de sua reprodutibilidade técnica
(1935/1936)
56. • O que se atrofia na era da reprodutibilidade técnica da
obra de arte é sua aura.
• A técnica da reprodução destaca do domínio da tradição
o objeto reproduzido.
WALTER BENJAMIN
AURA
58. Aura
A aura é a absoluta singularidade do aqui e agora.
“A aparição única de uma coisa distante, por mais
perto que ela esteja” (BENJAMIN: p. 170).
WALTER BENJAMIN
AURA
59. • Substitui a existência única da obra por uma
existência serial
• Abalo da tradição
• Seu agente mais poderoso é o cinema
WALTER BENJAMIN
Reprodução técnica
60. “No interior de grandes períodos históricos, a
forma de percepção das coletividades humanas
se transforma ao mesmo tempo que seu modo de
existência” (BENJAMIN: p. 169).
WALTER BENJAMIN
Reprodução técnica
61. • Diferentes formas de percepção
• Crescente difusão e intensidade dos movimentos de massa
• Reprodução:
• Fazer as coisas ficarem mais próximas
• Possuir o objeto
WALTER BENJAMIN
Reprodução técnica
68. • Unicidade da obra de Arte – culto/ritual (religioso
ou o culto do Belo).
• A história da Arte está entre esses dois polos
• Pré-história – magia – valor de culto
• O que importa nessas imagens é que elas
existam, e não que sejam vistas.
• Com a reprodução técnica, a obra de arte se
emancipa, pela primeira vez na história, de sua
existência parasitária, destacando-se do ritual
• A obra de arte reproduzida é cada vez mais a
reprodução de uma obra de arte criada para ser
reproduzida.
WALTER BENJAMIN
Valor de culto e de exposição
69. • Nas sociedades primitivas a técnica se fundia
com o ritual.
• Na nossa sociedade a técnica se emancipa.
• A técnica refuncionaliza a arte e exige um novo
aprendizado e uma nova percepção.
• Torna-se uma segunda natureza humana.
• À medida que as obras de arte se emancipam do
seu uso ritual, aumentam as ocasiões para que
elas sejam expostas.
• De Instrumento mágico para obra de arte.
• Refuncionalização da arte.
WALTER BENJAMIN
Valor de culto e de exposição
70. ESTE É UM ÍCONE
da obra de arte à cultura popular
O Discóbolo (lançador
de disco) - Míron Discobolus – Sui Jianguo-
2003
71. ESTE É UM ÍCONE
da obra de arte à cultura popular
Nascimento de Vênus –
Sandro Botticelli
Tomoko Nagao. Botticelli - 2012
72. ESTE É UM ÍCONE
da obra de arte à cultura popular
A última ceia – Leonard Da Vinci
Viridiana (1961), de Luis Buñuel
73. ESTE É UM ÍCONE
da obra de arte à cultura popular
Yo mama's last supper . Renée Cox. 1996
74. ESTE É UM ÍCONE
da obra de arte à cultura popular
Mona Lisa. Leonardo da Vinci.
75. ESTE É UM ÍCONE
da obra de arte à cultura popular
Mona Lisa. Leonardo da Vinci.
76. ESTE É UM ÍCONE
da obra de arte à cultura popular
A criação de Adão. Miguelangelo [ 1511]
Caravaggio. A vocação de São Mateus –
[1598 – 1601]
77. ESTE É UM ÍCONE
da obra de arte à cultura popular
Cezary Bodzianowski Onto. Lodz 2009
78. • A fotografia pode ser feita em um grande número de cópias e
a ideia de autenticidade da cópia não faz sentido.
• Mas, no momento em que o critério da autenticidade deixa de
aplicar-se à produção artística, toda a função social da arte
se transforma.
• Em vez de fundar-se no ritual, ela passa a funda-se em outra
práxis: a política
WALTER BENJAMIN
Autenticidade
79. • A reprodutibilidade técnica do filme tem seu fundamento imediato
na técnica de sua produção.
• Esta não apenas permite, da forma mais imediata, a difusão em
massa da obra cinematográfica, como a torna obrigatória.
• A difusão se torna obrigatória, porque a produção de um filme é
tão cara que um consumidor, que poderia, por exemplo, pagar um
quadro, não pode pagar um filme.
WALTER BENJAMIN
O filme é uma criação da coletividade
80. • A reprodutibilidade técnica do filme tem seu fundamento imediato
na técnica de sua produção.
• Esta não apenas permite, da forma mais imediata, a difusão em
massa da obra cinematográfica, como a torna obrigatória.
• A difusão se torna obrigatória, porque a produção de um filme é
tão cara que um consumidor, que poderia, por exemplo, pagar um
quadro, não pode pagar um filme.
WALTER BENJAMIN
O filme é uma criação da coletividade
81. • O filme serve para exercitar o homem nas novas percepções e
reações exigidas por um aparelho técnico cujo papel cresce
cada vez mais em sua vida cotidiana.
• Fazer do gigantesco aparelho técnico do nosso tempo o objeto
das inervações humanas – é essa a tarefa histórica cuja
realização dá ao cinema o seu verdadeiro sentido.
WALTER BENJAMIN
O filme é uma criação da coletividade
82. • O cinema é sempre uma experiência coletiva,
diferentemente da obra de arte “aurática”, cuja fruição é
individual.
• O cinema se parece mais com a arquitetura do que com a
pintura: nasce para ser habitado por muitos, para abrigar a
massa.
WALTER BENJAMIN
O filme é uma criação da coletividade
83. “Enquanto o capitalismo continuar conduzindo o jogo, o único
serviço que se deve esperar do cinema em favor da revolução
é o fato de permitir uma crítica revolucionária das antigas
concepções de arte”.
• A principal força revolucionária das reproduções técnicas é
o fato de corroerem a figura do “especialista”.
• A massa, diante de uma reprodução, se porta como um
semi-especialista capaz de emitir juízos.
• “No cinema, o público não separa a crítica da fruição”.
Diminui a autoridade do perito em função de que todos
podem compartilhar da criação.
• Benjamin se refere aos cinema-diversão, que era o grosso
da produção de sua época.
WALTER BENJAMIN
O filme é uma criação da coletividade
84. • Com a fotografia, o valor de culto começa a recuar, em todas as
frentes, diante do valor de exposição.
• Retrato: último sopro do culto (culto da saudade).
• Fotos como autos da história – orientam a recepção num sentido
determinado.
WALTER BENJAMIN
Fotografia e Cinema como Arte
85. WALTER BENJAMIN
Fotografia e Cinema como Arte
• Quando surge o cinema retoma uma questão: a fotografia alterou a
natureza da arte?
• Para dar o caráter de arte ao cinema introduzem a ideia de culto.
“É a tendência estéril de copiar o mundo exterior, com suas ruas,
interiores, estações e restaurantes, automóveis e praças, que têm
impedido o cinema de incorporar-se ao domínio da arte".
“O cinema ainda não compreendeu seu verdadeiro sentido, suas
verdadeiras possibilidades....Seu sentido está na sua faculdade
característica de exprimir, por meios naturais e com uma incomparável
força de persuasão, a dimensão do fantástico, do miraculoso e do
sobrenatural”.
86. • As pessoas identificam-se com o que possuem;
• Encontram a sua alma no seu automóvel e
aparelhagem doméstica.
• O homem consumista chegou ao cúmulo da alienação,
pois ele não é capaz de refletir sobre os seus objetivos
e, muito menos, sobre os objetivos da sociedade.
• Marcuse defendeu a violência da luta de classes como
única forma de dar fim aos processos alienatórios e
distorcidos com os quais o poder econômico domina a
cultura e subjuga os homens, pela ignorância e
doutrinamento.
HERBERT MARCUSE & O HOMEM UNIDIMENSIONAL
87. • A luta de libertação não caberia aos trabalhadores já
que eles eram alienados pelo sistema cultural e
mediático.
• Quem lutaria seria determinados grupos sociais
minoritários: estudantes e artistas.
• Considerava que muita da infelicidade e da violência
social advém de frustrações libidinosas.
• Tornou se uma das vozes da flexibilidade dos
costumes sexuais [ Ano 60 ] tentando conjugar Marx e
Freud.
HERBERT MARCUSE & O HOMEM UNIDIMENSIONAL
88. HERBERT MARCUSE & A DIMENSÃO ESTÉTICA
• A teoria crítica influenciou muito os trabalhos do
grupo da Internacional Situacionista, contando
com Guy Debord e Raoul Vaneigem, autores
importantes para as revoltas do Maio de 68, em
França.
• Marcuse, influenciou, nos U.S.A., o aparecimento
do movimento chamado então “Nova Esquerda”,
também nos anos 60 e 70, inicialmente restrito a
estudantes universitários na Students for a
Democratic Society. Este movimento, sem nunca
ter desenvolvido uma organização tradicional,
advogou a democracia participativa e protestou
contra a guerra no Vietnã.
89.
90. AS NOVAS FORMAS DE CONTROLE
HERBET MARCUSE
(1898-1979)
• Aclamado mundialmente como filósofo e ideólogo da
libertação e da revolução nos anos 1960.
• Critico das sociedades totalitárias: nazismo, fascismo,
stalinismo e da sociedade de consumo norte-americana.
• Critico de todas as formas de poder totalitário: combinação de
coordenação política terrorista da sociedade e coordenação
técnico econômica não terrorista que se dá pela manipulação
dos desejos e necessidades vitais humanas.
• Influenciou o movimento dos intelectuais revolucionários e os
ativistas radicais norte-americanos dos anos 1960
(movimento de minorias, estudantes e Panteras Negras etc.)
91. AS NOVAS FORMAS DE CONTROLE
HERBET MARCUSE
(1898-1979)
• Influências teóricas: Hegel, Heidegger, Husserl, Lukács, Karl Jasper
diminuídas à partir da leitura dos Manuscritos Econômicos-
Filosóficos de Marx em1932, onde a partir questão da alienação
encontra o fundamento filosófico da teoria da revolução.
• Com a ascensão do nazismo se exila nos EUA e elabora uma Teoria
Critica da sociedade capitalista do pós-guerra, a sociedade afluente.
• O centro é a denúncia do papel da indústria cultural, da
comunicação de massas como poderoso elemento de dominação,
conformismo e alienação.
• Teórico da Contra-cultura.
92. • A sociedade industrial-consumista com seus
mecanismos do Estado do Bem-Estar Social e avanços
tecnológicos são os responsáveis por um sistema
totalitário de dominação.
• Controlada pela racionalidade e lógica da produtiva,
produção de massa, criadora de um artificialismo e de
uma racionalidade institucional.
• Reino da pseudo-liberdade: ilusão de poder escolher
o que o sistema. Liberdade é meio de dominação.
• O inconformismo perde sentido na medida que
necessidades padronizadas são satisfeitas: Sociedade
sem oposição. Sensação de liberdade: euforia na
infelicidade, no consumo.
AS NOVAS FORMAS DE CONTROLE
HERBET MARCUSE
(1898-1979)
93. HERBERT MARCUSE & O HOMEM UNIDIMENSIONAL
• Proclama a igualdade abstrata “todos são
consumidores” que se realiza como desigualdade
concreta.
• Exerce controle sobre a consciência humana, cria
mecanismos de cooptação e reduz a impotência o
pensamento contestador e crítico.
• Atitudes dos indivíduos prescritas e previsíveis.
• Ideologia dominante: liberação dos desejos regulados
pelo mercado o que implica na sua degradação.
• Revolução/Liberdade sexual: armadilha soporífera e
manipulada: “sexo o ópio da juventude”.
• Erotização como fuga da realidade.
94. • Sociedade eficaz utilização de todos os recursos
tecnológicos para o controle dos indivíduos.
• A dominação funciona com uma administração das
necessidades e prazeres do indivíduo.
• Questão central: produção de falsas necessidades
impostas e alienadas. O consumo pelo consumo.
• Repressão das necessidades libertárias.
• Perda da autonomia humana, a independência de
pensamento e o espaço para a de oposição.
• Presente em todas as esferas da vida pública e privada.
• Ao indivíduo resta a “adaptação voluntária” e a-crítica ao
sistema ao sistema de conduta e pensamento.
HERBERT MARCUSE & O HOMEM UNIDIMENSIONAL
95. • Ponto comum das sociedades totalitárias: supressão
da individualidade pela mecanização de
desempenhos e procedimentos.
• Impostos pelas instituições políticas e de ordem
tecnológicas.
• Consumo manipulado pela propaganda e mídia.
• Processos de cooptação e absorção dos conflitos.
• O indivíduo não luta mais por liberdade, as falsas
necessidades e as satisfações repressivas mascaram
e impõe a consciência de servidão.
HERBERT MARCUSE & O HOMEM UNIDIMENSIONAL
96. • A redução do elemento crítico e contestador leva o
indivíduo a impotência e produz a mediocrização
em massa.
• Sociedade controlada por um (ir) racionalidade
produtiva.
• Implantação de pensamento e modo de vida
único.
• Não há alternativa ao sistema só aprimoramento.
• Império da razão técnica: tudo possui um único
valor e significado. Eliminação de qualquer
contradição.
HERBERT MARCUSE & O HOMEM UNIDIMENSIONAL
CONSCIENCIA UNIDIMENSIONAL
97. • A liberdade e os direito individuais tão importantes na
origem da sociedade industrial, perdem o sentido e o
conteúdo tradicional. A falta liberdade confortável.
• A liberdade individual tornou-se a liberdade de morte,
de alienação, de ausência de valores e de
degradação social.
• Mecanismo do conformismo: o homem na busca
dos desejos pessoais manipulados, perda a
dimensão de totalidade e multilateralidade e vê
a-criticamente o sistema capitalista de consumo.
HERBERT MARCUSE & O HOMEM UNIDIMENSIONAL
CONSCIENCIA UNIDIMENSIONAL
98. • A superação do sistema é possível pela utopia
da Grande Recusa, pelo questionamento do
modo de vida e pensamento dominantes e pelo
resgate da liberdade individual perdida.
• Sujeito histórico do processo todos aqueles
que rejeitam o consumo programado a
integração na sociedade capitalista:
movimentos de juventude, beatniiks, hippies,
explorados e marginalizados etc.
• A classe operária incorporada pelo sistema.
• Ideólogo de das manifestações de1968.
HERBERT MARCUSE & O HOMEM UNIDIMENSIONAL
PROCESSO DE EMANCIPAÇÃO
99. HERBERT MARCUSE & O HOMEM UNIDIMENSIONAL
O FIM DA RACIONALIDADE TECNOLOGIA
• O desenvolvimento tecnológico pervertido e gerador de
desperdício (consumo manipulado e produção de
armamentos) não liberou o tempo livre para o
desenvolvimento da individualidade.
• Instrumento de controle do tempo de trabalho e tempo livre
(lazer). A técnica como o mais eficaz instrumento de político.
• Necessidade de ser redimensionado para o
desenvolvimento da individualidade e de necessidades
vitais.
• A Grande Recusa não se realizou, o sistema capitalista com
o avanço tecnológico continua amortecendo, absorvendo e
derrotando o lógica do protesto.
• Che Guevara ícone daqueles tempos virou grife.
100. HERBERT MARCUSE & O HOMEM UNIDIMENSIONAL
• Marcuse separa progresso técnico de progresso
humanitário.
• Progresso humanitário ligado a noções de qualidade
vida e liberdade humana.
• Progresso técnico pressuposto de todo progresso
humanitário tem como finalidade a satisfação de
necessidades humanas.
• Progresso técnico não leva automaticamente ao
humanitário, não é um fim em si mesmo.
• Sempre é preciso saber a que necessidades atende.
HERBERT MARCUSE & O HOMEM UNIDIMENSIONAL
PROGRESSO TÉCNICO E PROGRESSO HUMANITÁRIO
101. JÜRGEN HABERMAS (1929)
• Integra a segunda geração da Escola de Frankfurt.
• Foi integrado à escola só depois da publicação de sua
teoria sobre a esfera pública.
• Retoma a teoria crítica, fazendo uma reflexão sobre a
opinião pública e a relação entre a mídia e política.
• Seu trabalho mais importante é a “A mudança
estrutural da esfera pública burguesa” (1962) e
a“Teoria do agir comunicativo” (1981).
• Seu sistema filosófico busca revelar as possibilidades
da razão, da emancipação e da comunicação crítica e
racional das instituições da modernidade.
• Acredita que a modernidade é um projeto que foi
interrompido. Nega o termo pós-modernidade.
102. TEORIA CRÍTICA HOJE
• A continuidade dos trabalhos da Teoria Crítica
foram desenvolvidos por Jurgen Habermas.
• Os seus conceitos mais conhecidos são os de
Racionalidade Comunicativa e Esfera Pública.
• A Racionalidade Comunicativa é aquela que é
possibilitada, por qualquer linguagem, num
debate em que nenhum dos participantes
esteja limitado por coação e todos estejam
apostados em produzir a melhor proposta e os
melhores argumentos.
103. • Em toda sua obra, Habermas defende a retomada dos
valores iluministas. Ele afirma que a modernidade não
terminou, mas que seu projeto foi interrompido. É
preciso retomá-lo.
• Afirma que a “esfera pública” se desenvolveu na
era burguesa. Algo semelhante – embora mais
limitado – existia em outros períodos: Grécia – ágora;
Roma – fórum. Na Idade Média, ela deixou de existir.
• Na modernidade, no século XVIII, ela surge com a
imprensa partidária e independente. Com ela, os
cidadãos podem exercer os seus direitos políticos e
construir uma sociedade democrática.
ESFERA PÚBLICA
104. ESFERA PÚBLICA
• É o local onde se exerce esta racionalidade
comunicativa (distinto da esfera privada e da esfera
do Estado).
• Habermas pretende legitimar propostas e ideias que
estejam fora do alcance das ciências, valorizando a
democracia participativa e o debate, livre de
coações e de jogos de força.
• Essa posição de Habermas é uma uma crítica à
forma dominante de produção de propostas e
intervenções políticas, manipuladas pelos mídia e
sem participação dos interessados.
ESFERA PÚBLICA
105. • Habermas afirma que a “esfera pública” é
modificada já em meados do século XIX, quando a
mídia torna-se um negócio privado, dominado por
grandes empresas. A questão política e a democracia
ficam em segundo plano.
• A “Teoria da ação comunicativa”, que propõe uma
pragmática da comunicação, das relações
interpessoais, retoma elementos da teoria da “esfera
pública”. Ela prega a participação mais ativa, por meio
da comunicação, nas comunidades. Com isso, espera
enfrentar todos os tipos de arbitrariedades.
ESFERA PÚBLICA
106. ESFERA PÚBLICA E COMUNICAÇÃO EM HABERMAS
• O pensamento de Habermas envolve duas
dimensões: uma mais ampla, relacionada à noção de
esfera pública, desenvolvida no início dos anos 1960,
e outra voltada para a interação entre indivíduos, com
o agir comunicativo, a partir do final da década de
1970.
• Esses dois planos envolvem a prática racional da
comunicação, fenômeno central da vida humana.
Com a chamada “teoria da ação comunicativa”,
Habermas se preocupa com “a pragmática universal
da comunicação”.
107. Comunicar não é apenas trocar informações. É agir,
interferir na ação e modificar atitudes em diferentes
escalas. A racionalidade do mundo ocidental, levada a
efeito a partir do século 18, baseia-se sobretudo em um
uso racional da comunicação em várias escalas (SÁ
MARTINO, 2009: 57).
• Habermas Defende que a modernidade não teria
existido sem a mídia. Sem imprensa não havia, a
partir do século 18, a esfera pública.
ESFERA PÚBLICA E COMUNICAÇÃO EM HABERMAS
108. A IMPRENSA E A ESFERA PÚBLICA
Habermas vê uma mudança na esfera pública já no início do
século XIX, quando os jornais passam a ser regidos por
interesses econômicos.Transformada em empresa, a mídia se
transforma em instrumento econômico sem, no entanto, perder o
caráter político. A esfera pública se liga ao mercado (SÁ
MARTINO, 2009: 59).
• O surgimento e a consolidação da imprensa diária favoreceu
a troca de ideias e os debates. Dentre os efeitos políticos,
podem ser enumerados:
- fim do monopólio da Igreja quanto ao conhecimento;
- mudança das relações do poder, já que as decisões políticas,
divulgada nos jornais, poderia ser do conhecimento de todos.
109. Para satisfazer os anunciantes e o mercado, surge um
jornalismo apolítico e imparcial, que é criticado por
Habermas como potencialmente danoso ao debate
político, pois “ [...] seu aspecto político-estratégico
torna-se parte do interesse econômico”. Assim, a nova
esfera pública é “ [...] colonizada pelas regras do
mercado que regem os meios de comunicação (SÁ
MARTINO, 2009: 59).
A IMPRENSA E A ESFERA PÚBLICA
110. ESFERA PÚBLICA
• Essa posição de Habermas é uma uma crítica à forma
dominante de produção de propostas e intervenções políticas,
manipuladas pelos mídia e sem participação dos interessados.
• No começo da modernidade o espaço público fazia a mediação
entre o Estado e a Sociedade.
• O desenvolvimento do industrialismo faz com que a função
pública se transforme em função publicitária.
• Não é mais o debate entre homens livres e esclarecidos, mas
um mecanismo de criação de opiniões, baseadas em discursos
de sedução e manipulação.
• O cidadão tende a se transformar em um consumidor de
comportamentos espetacularizados e atitudes estereotipadas.
111. • Sob a ótica de Habermas, em
sociedades complexas a esfera
pública forma uma estrutura
intermediária que faz a mediação
entre o sistema político, de um
lado, e os setores privados do
mundo da vida e sistemas de ação
especializados em termos de
funções de outro lado.
ESFERA PÚBLICA
112. • Hoje, os meios de comunicação e até o jornalismo
colaboram com essa construção.
• O que vemos no jornal e na TV não é capaz de mobilizar
as pessoas para que percebam a real situação de
exploração da sociedade. Os fatos não são conectados
nem interpretados de maneira a constituírem um todo,
que permitiria uma visão transformadora do mundo.
• As transformações pelas quais passa a esfera pública
dentro da perspectiva de Habermas podem ser divididas
em três momentos.
ESFERA PÚBLICA
113. 1. Corresponde aos interesses privados da nobreza no
tocante à construção da esfera pública;
2. constitui-se pelo estabelecimento da esfera pública
burguesa, no qual a racionalidade e a reflexão a
respeito dos interesses da burguesia seriam os
parâmetros de sua construção;
3. Se processaria uma refeudalização da esfera
pública, ou seja, ocorreria uma interpenetração entre
interesses públicos e privados.
ESFERA PÚBLICA
114. A MÍDIA NA ESFERA PÚBLICA
• A imprensa passa, historicamente, a ser um espaço
privilegiado para a formação da opinião pública, uma
vez que consegue atingir grande número de pessoas.
• No jornalismo veiculado via internet, televisão, rádio,
jornais e revistas se formaria uma gama
suficientemente diversificada de formas de abordar a
notícia, com conteúdos diversos, e possibilidades de
ilustrar o cidadão com opiniões capazes de lhe dar
condições de efetivamente tomar decisões.
• A mídia e o jornalismo propriamente dito constituem-se
desta forma, elementos fundamentais na formação da
esfera pública.
115. USOS DA COMUNICAÇÃO
• No final da década de 1970, Habermas volta a
publicar trabalhos sobre a comunicação. Desta vez,
interessa-se pela pragmática do discurso. Ela visa
estudar a interação entre as pessoas para obter
melhores resultados com a comunicação.
116. USOS DA COMUNICAÇÃO
Ao selecionar as informações, o profissional de mídia
utiliza sua premissa de ser o portador de um discurso
válido e, no entanto, faz uso estratégico da comunicação
na medida em que a informação passada gera uma ação
enquanto que as que não foram selecionadas
simplesmente não têm existência social. Aqui é possível
notar a unidade na obra de Habermas: a seleção das
informações que atingem a esfera pública é uma das
situações de uso estratégico da comunicação (SÁ
MARTINO, 2009: 62).
117. APOCALÍPTICOS & INTEGRADOS
Umberto Eco
• Segundo Umberto Eco, o problema apontado pelos
teóricos da Escola de Frankfurt assemelha-se a uma visão
apocalíptica. Seriam críticos e teóricos que anunciam o
“desastre” trazido pela indústria cultural.
• Existem também aqueles que defendem a existência da
indústria cultural, como um fenômeno positivo, são os
integrados.
• Apocalípticos: frankfurtianos
• Integrados: funcionalistas
• Eco lança um novo olhar sobre as antigas teorias que
tentavam explicar a relação entre a sociedade e os meios
de comunicação.
• Há uma “problemática mal formulada".
118. • Os Integrados não conseguem
perceber os problemas gerados
pela indústria cultural,
defendendo a democratização do
acesso a determinadas obras e
bens culturais.
• Segundo os mesmos a cultura de
massa oferece um acervo de
informações e dados acerca do
Universo sem sugerir critérios de
discriminação, mas sensibilizando
o homem contemporâneo diante
do mundo.
APOCALÍPTICOS & INTEGRADOS
Umberto Eco
119. “A cultura de massa é a cultura do
homem contemporâneo”(Umberto
Eco).
A cultura de massa se torna uma
“definição de ordem antropológica,
válida para indicar um preciso contexto
histórico, no qual os fenômenos da
comunicação estão entrelaçados e já
não se pode comparar o nível da
produção cultural recente com a de
outras épocas”(ECO, apud SANTOS).
APOCALÍPTICOS & INTEGRADOS
Umberto Eco
120. • A cultura de massa modifica,
adapta e destrói a verdadeira
cultura para poder vende-la.
• A culura de massa nivela por
baixo e equipara tudo nesse
patamar: mostra Beethoven, a
Mona Lisa e o Pica-Pau como se
fosse a mesma coisa.
• Nem todo mundo está preparado
para ter acesso à cultura. A ideia
de uma “cultura para as massas”
é uma contradição.
• “facilitar” significa mudar, cortar,
adaptar: a cultura é destruída em
nome do sucesso e do lucro.
X
X
X
X
A cultura de massa permitiu o acesso
de mais pessoas a bens culturais
antes restritos a pouco.
A cultura de massa eleva o nível
intelectual das pessoas e permite a
popularização da arte: agora todo
mundo conhece Beethoven e a Mona
Lisa.
A cultura de massa acabou com os
preconceitos: agora qualquer um pode
ouvir todo tipo de música, ter acesso à
cultura.
A cultura de massa facilita o acesso à
obra de arte, tornando-as mais
populares e conhecidas.
APOCALÍPTICOS & INTEGRADOS
Umberto Eco
121. APOCALÍPTICOS & INTEGRADOS
X
X
• Os valores humanos são
deixados de lado, enquanto
futilidades ganham status de
arte e política.
• Na indústria cultural os
artistas são transformados
em operários. A criatividade é
substituídas por fórmulas e
padrões, e a inovação é
sempre vista com
desconfiança: sucesso
significa lucro.
Cultura não é mais uma coisa
erudita e distante: qualquer coisa
se torna cultura imediatamente.
Artistas sempre trabalharam para
os nobres, para os reis, e tinham
que criar conforme a vontade
deles. A cultura de massa deu até
mais espaços para a criação
individual – veja-se Chaplin,
Disney ou Griffith.
APOCALÍPTICOS & INTEGRADOS
Umberto Eco
122. • Os "apocalípticos" estariam equivocados por considerarem a cultura
de massa ruim simplesmente por seu caráter industrial.
• Não se pode ignorar que a sociedade atual é industrial e que as
questões culturais têm que ser pensadas a partir dessa constatação.
• Os "integrados", por sua vez, estariam errados por esquecerem que
normalmente a cultura de massa é produzida por grupos de poder
econômico com fins lucrativos, o que significa a tentativa de
manutenção dos interesses desses grupos por meio dos próprios
MCM.
• Não é pelo fato de veicular produtos culturais que a cultura de massa
deva ser considerada naturalmente boa, como querem os
"integrados".
APOCALÍPTICOS & INTEGRADOS
Umberto Eco
123. “O erro dos apologistas é afirmar que a multiplicação dos
produtos da indústria seja boa em si, segundo uma ideal
homeostase do livre mercado, e não deva submeter-se a uma
crítica e a novas orientações”(ECO).
“O erro dos apocalípticos é pensar que a cultura de massa seja
radicalmente má, justamente por ser um fato industrial, e que
hoje se possa ministrar uma cultura subtraída ao
condicionamento industrial”(ECO).
APOCALÍPTICOS & INTEGRADOS
Umberto Eco
124. “A falha está em formular o problema nestes termos: é bom ou mau que exista a
cultura de massa?”
“Na verdade, o problema é: do momento em que a presente situação de uma
sociedade industrial torna ineliminável aquele tipo de relação comunicativa
conhecido como conjunto dos meios de massa, qual a ação cultural possível a
fim de que permitir que esses meios possam veicular valores culturais?” (ECO)
“Daí a necessidade de uma intervenção ativa das comunidades culturais no
campo das comunicações de massa. O silêncio não é protesto, é cumplicidade; o
mesmo ocorrendo com a recusa do compromisso.” (ECO)
APOCALÍPTICOS & INTEGRADOS
Umberto Eco