O documento descreve a Poesia Marginal, um movimento cultural dos anos 1970 no Brasil que surgiu durante a ditadura militar como forma de expressão livre e contestação. A Poesia Marginal tinha como principais nomes Torquato Neto, Francisco Alvim e Paulo Leminski e se caracterizava por pequenos textos com elementos visuais, coloquialidade e humor.
2. Contexto Histórico
• Guerra entre EUA x Vietnã;
• Revolução do Cravo em Portugal;
• Guerra Civil no Líbano;
• “Milagre Econômico” no Brasil;
• 6 anos de Ditadura Militar no Brasil.
3. Definição do Movimento
• A Poesia Marginal foi um acontecimento cultural dos
anos 70, que em um ambiente de medo e repressão
militar, que dominava o país naquela época de ditadura,
teve o intuito de se expressar livremente. Com um
grande número de adeptos, os jovens buscaram
caminhos alternativos para contestar com a censura e
transmitir a indignação e, os seus sentimentos em
relação à situação política do Brasil naquele momento.
4. Principais Nomes da Poesia Marginal
Torquato Neto;
Francisco Alvim;
Paulo Leminski;
Geraldo Carneiro;
Ana Cristina Cesar;
Bernardo Vilhena.
5. Características do Movimento
• A Poesia Marginal foi um movimento cultural
importante para uma geração que buscou através da
Literatura uma atuação cultural distante dos padrões da
Academia e indiferente à crítica literária. Seus pequenos
textos, aliados a elementos visuais como fotografias e
quadrinhos, são permeados pela coloquialidade, ironia,
sarcasmo, gírias e humor. E como herança ficou a
inventividade artística e a vitalidade criativa,
características predominantes do movimento.
6. Torquato Neto
• Letrista, poeta e jornalista, Torquato Neto nasceu
em Teresina em 1944. Viveu, ainda, em Salvador
e, a partir de 1963, no Rio, onde cursou
Jornalismo. Trabalhou nas redações do Correio
da Manhã e de O Sol, onde assinou durante
quase um ano a coluna Música popular, de crítica
musical. Trabalhou também em agências de
propaganda e na gravadora Philips. Militou até a
exaustão no cinema marginal e suicidou-se em
1972, no Rio.
8. Soneto – Ana Cesar
Pergunto aqui se sou louca
Quem quer saberá dizer
Pergunto mais, se sou sã
E ainda mais, se sou eu
Que uso o viés pra amar
E finjo fingir que finjo
Adorar o fingimento
Fingindo que sou fingida
Pergunto aqui meus
senhores
quem é a loura donzela
que se chama Ana Cristina
E que se diz ser alguém
É um fenômeno mor
Ou é um lapso sutil?
9. Jogos florais I – Antônio de Brito
I
Minha terra tem
palmeiras
onde canta o tico-tico
Enquanto isso o sabiá
vive comendo o meu
fubá.
Ficou moderno o Brasil
ficou moderno o
milagre:
a água já não vira
vinho,
vira direto vinagre.
10. Jogos florais II – Antônio de Brito
II
Minha terra tem
Palmares
memória cala-te já.
Peço licença poética
Belém capital Pará.
Bem, meus prezados
senhores
dado o avançado da hora
errata e efeitos do vinho
o poeta sai de fininho.
(Será mesmo com dois
esses que se escreve
paçarinho?)