1. Leitura do desenvolvimento do ser humano segundo a Psicologia
1.1. Componente do inato (transmissão genética e hereditariedade): o biológico
1.2. Componente do adquirido (meio): o social
1.3. Conceitos de crescimento, maturação e desenvolvimento
1.4. O ciclo de vida humana: a infância, a adolescência, a idade adulta e a velhice
1.5. Principais características e alterações nas diversas etapas da vida
2. O Sistema Nervoso Central
2.1. Cérebro, neurónio e sinapse
2.2. Características específicas do sistema nervoso face aos outros sistemas do organismo
2.3. Zonas cerebrais e suas principais funções
3. O desenvolvimento e comportamento do adolescente
3.1. Transformações físicas e efeitos psicológicos
3.2. Comportamentos de risco, protecção e prevenção:
3.3. Sexualidade na adolescência
3. Componente do inato (transmissão genética e
hereditariedade): o biológico
Em 1860, Francis Galton – investigou a influência da genética em
génios, pesquisou famílias de homens célebres nas ciências.
Concluiu que a hereditariedade é a responsável pela inteligência.
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4. Componente do inato
Galton depois estudou o temperamento ( a sociabilidade e
emotividade).
Pesquisou a diferença entre gêmeos dizigóticos e monozigoticos .
O facto de o comportamento temperamental de gémeos idênticos
variar muito indica que alem da genética a experiência também é
responsável por essas diferenças.
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5. Componente do inato
O psicólogo Donald Hebb enumerou 5 influências do
meio no ser humano.
1 – O meio químico pré-natal – As influências químicas
que agem antes do nascimento, tais como drogas, nutrição e
hormonas.
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6. Componente do inato
O psicólogo Donald Hebb enumerou 5 influências do
meio no ser humano.
2 – O meio químico pós-natal – As influências químicas que
agem após o nascimento, tais como o oxigénio e a nutrição.
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7. Componente do inato
O psicólogo Donald Hebb enumerou 5 influências do
meio no ser humano.
3 – As experiências sensoriais constantes – Os eventos
processados pelos sentidos tanto antes como depois do
nascimento, são em geral inevitáveis para todos os membros
de uma mesma espécie.
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8. Componente do inato
O psicólogo Donald Hebb enumerou 5 influências do
meio no ser humano.
4 – Experiências sensoriais variáveis – Eventos
processados pelos sentidos e que diferem de um animal para
o outro da mesma espécie, dependendo das circunstâncias
particulares de cada indivíduo.
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9. Componente do inato
O psicólogo Donald Hebb enumerou 5 influências do
meio no ser humano.
5 – Eventos físicos traumáticos – Experiências que
resultam na destruição de células de um organismo, antes ou
depois do nascimento.
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10. Componente do adquirido (meio): o social
A psicologia do desenvolvimento estuda o
desenvolvimento do ser humano em todos os seus aspectos:
Aspecto Social – é a maneira como o indivíduo reage diante
das situações que envolvem outras pessoas.
Todos estes aspectos estão interligados.
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11. Conceitos de crescimento, maturação e
desenvolvimento
A psicologia do desenvolvimento estuda o
desenvolvimento do ser humano em todos os seus aspectos:
O crescimento
Aspecto Físico-motor – refere-se ao crescimento
orgânico, à maturação neurofisiológica, à capacidade de
manipulação de objectos e de exercício do próprio corpo.
Ex.: A criança leva a chupeta à boca ou consegue beber o
biberon sozinha, por volta dos 7 meses, porque já coordena
os movimentos da mão.
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12. O crescimento
Aspectos Afectivo-emocional – é o modo particular de o
indivíduo integrar as suas experiências. É o sentir.
Aspecto Intelectual – é a capacidade de organizar o
pensamento e o raciocínio.
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13. A maturação
O termo maturação refere-se ao surgimento de padrões
de comportamento que dependem em grande parte do
crescimento do corpo e do sistema nervoso.
Em grande parte, a maturação depende de factores
genéticos, o exercício pode desacelerar ou acelerar a
maturação, por exemplo, mas não altera a sua ordem
sequencial.
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14. A maturação
No mundo inteiro o comportamento da criança
desenvolve-se praticamente na mesma ordem. Quase
todos os bebés normais, independentemente das
circunstâncias, viram-se antes de se sentarem com apoio,
um pouco mais tarde sentam-se sozinhos.
Mais tarde ficam de pé, segurando-se nalguma coisa.
Muito poucos bebés se sentam antes de aprender a
rebolar ou ficam de pé antes de se sentarem.
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15. O desenvolvimento
As capacidades sociais, de linguagem, percepção e
intelectual, também tendem a aparecer em ordem
previsível.
O impacto das privações sensoriomotoras
(impossibilidade de pegar em objectos) não ser
estimulada visualmente ou não estabelecer contatos
sociais, dificulta o desenvolvimento cognitivo, afectivo e
motor.
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16. O meio intra-uterino e o desenvolvimento.
Em 8 semanas (2 meses), o zigoto torna-se feto. Este já se vira, dá
pontapés, cambalhotas, pisca, sorri, soluça, cerra os punhos, chupa
o polegar e responde a tons e vibrações.
No útero o feto recebe estimulação sensorial constante através do
líquido amniótico que o cerca. Os movimentos diários da mãe
fornecem as experiências sensoriais variáveis. Influências químicas
pré-natais, potencialmente destrutivas, podem funcionar como
acontecimentos traumáticos. São eles:
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17. O meio intra-uterino e o desenvolvimento.
A saúde da mãe – doenças maternas crónicas, como a diabetes, a
tuberculose, infecções urinárias, etc.
A dieta da mãe – a nutrição inadequada é a maior ameaça isolada
ao desenvolvimento óptimo da criança no útero.
O uso de produtos químicos pela mãe – as drogas e o uso de
remédios podem alterar o meio intra-uterino e influenciar o feto
indirectamente.
O estado emocional da mãe – mulheres grávidas respondem às
emoções, tais como cólera ou ansiedade, com uma secreção
maciça de hormonas da glândula supra-renal. Essa secreção pode
penetrar na corrente sanguínea do feto.
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18. O ciclo de vida humana: a
infância, a adolescência, a
idade adulta e a velhice
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19. Estágio Pré-Natal
(concepção até o nascimento)
• Formação da estrutura e órgãos corporais básicos.
• O crescimento físico é o mais rápido de todos os
períodos.
• Grande vulnerabilidade às influências ambientais.
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20. Primeira Infância
(nascimento até 3 anos)
•O recém nascido é dependente porém competente.
•Todos os sentidos funcionam no nascimento.
•Crescimento físico e desenvolvimento das habilidades motoras
são rápidos
•Capacidade de aprender e lembrar está presente, até mesmo
nas primeiras semanas de vida.
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21. Primeira Infância
(nascimento até 3 anos)
•Compreensão e fala se desenvolvem rapidamente.
•Autoconsciência se desenvolve no segundo ano.
•Apego aos pais e a outros se forma aproximadamente no
final do primeiro ano de vida.
•Interesse por outras crianças aumenta.
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22. •Forças e habilidades motoras simples e complexas
aumentam.
•Comportamento é predominantemente egocêntrico, mas a
compreensão da perspectiva dos outros aumenta.
•Imaturidade cognitiva leva a muitas idéias ilógicas acerca do
mundo.
Segunda Infância
(3 a 6 anos)
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23. •Brincar, criatividade e imaginação tornam-se mais elaborados.
•Independência, autocontrole e cuidado próprio aumentam.
•Família ainda é o núcleo da vida, embora outras crianças
comecem a se tornar importantes.
Segunda Infância (3 a 6anos)
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24. •Crescimento físico diminui.
•Força e habilidade física se aperfeiçoam.
•Egocentrismo diminui.
•Crianças passam a pensar com lógica, embora
predominantemente concreta.
Terceira Infância
(6 a 12 anos)
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25. •Memória e habilidades de linguagem aumentam.
•Ganhos cognitivos melhoram a capacidade de tirar
proveito da educação formal.
•Auto-imagem se desenvolve, afetando a auto-estima.
•Amigos assumem importância fundamental.
Terceira Infância
(6 a 12 anos)
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26. Adolescência
(12 a 20 anos)
•Mudanças físicas são rápidas e profundas.
•Atinge-se a maturidade reprodutiva.
•Capacidade de pensar abstratamente e usar o pensamento
científico se desenvolve.
•Egocentrismo adolescente persiste em alguns comportamentos.
•Busca de identidade torna-se fundamental.
•Grupos de amigos ajudam a desenvolver e testar a auto-imagem.
•Relacionamento com os pais geralmente é bom.
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27. •Saúde física atinge o máximo, depois cai ligeiramente.
•Habilidades cognitivas assumem maior complexidade.
•Decisões sobre relacionamento intimo são tomadas.
•A maioria das pessoas se casa; a maioria tem filhos.
•Escolhas profissionais são feitas.
Jovem Adulto
(20 a 40 anos)
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28. •Ocorre certa deterioração da saúde física, e declínio da
resistência e perícia.
•Mulheres entram na menopausa.
•Sabedoria e capacidade de resolução de problemas práticos
são acentuadas; capacidade de resolver novos problemas
declina.
•
•Senso de identidade contínua a se desenvolver.
•Dupla responsabilidade de cuidar dos filhos e pais idosos pode
causar estresse.
Meia Idade
(40 a 65 anos)
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29. •Partida dos filhos tipicamente deixa o ninho vazio.
•Para alguns, sucesso na carreira e ganhos atingem o
máximo; para outros ocorre um esgotamento profissional.
•Busca do sentido da vida assume importância
fundamental.
•Para alguns, pode ocorrer a crise da meia idade.
Meia Idade
(40 a 65 anos)
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30. •A maioria das pessoas é saudável e ativa, embora a saúde e a
capacidade física declinem um pouco.
•Retardamento do tempo de reação afecta muitos aspectos do
funcionamento.
•A maioria das pessoas é mentalmente ativa. Embora a inteligência e
a memória possam se deteriorar em algumas áreas, a maioria das
pessoas encontra modos de compensação.
•A reforma pode criar mais tempo para o lazer mas pode diminuir as
rendas.
•As pessoas precisam de enfrentar perdas em muitas áreas
(perdas das sua próprias faculdades, perda de afeto) e a iminência
de sua própria morte.
Terceira idade
(65 anos em diante)
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31. Principais características e alterações nas
diversas etapas da vida
O psicólogo e biólogo Jean Piaget (1896-1980)
◦ Demonstrou que existem formas de perceber, compreender e de se
comportar diante do mundo, próprias de cada faixa etária, isto é,
existe uma assimilação progressiva do meio ambiente.
Piaget considerava os seguintes factores:
Hereditariedade - Maturação Neurofisiológica
Crescimento Orgânico - Meio
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32. Período Sensório-Motor ( 0 a 2 anos)
No recém-nascido, a vida mental reduz-se ao exercício
dos aparelhos reflexos, de fundo hereditário, como a
sucção.
Por volta dos cinco meses, a criança consegue coordenar
os movimentos das mãos e olhos e pegar em objectos,
aumentando a sua capacidade de adquirir hábitos novos.
No final deste período, a criança é capaz de usar um
instrumento como meio para atingir um objecto.
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33. Período Sensório-Motor ( 0 a 2 anos)
Ao longo desse período, irá ocorrer na criança uma
diferenciação progressiva entre o seu eu e o mundo
exterior.
Isso permite que a criança, por volta de 1 ano, admita que
um objecto continue a existir mesmo quando este não se
encontra presente no seu campo visual.
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34. Período Sensório-Motor ( 0 a 2 anos)
Esta diferenciação também ocorre no aspecto afectivo,
pois o bebé passa das emoções primárias (os primeiros
medos) para uma escolha afectiva dos objectos, quando já
manifesta preferências.
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35. Período Sensório-Motor ( 0 a 2 anos)
Por volta dos 2 anos, a criança evolui de uma atitude
passiva em relação ao ambiente e pessoas do seu mundo
para uma atitude activa e participativa.
A sua integração no ambiente dá-se, também, pela
imitação de regras. E a própria fala é imitativa.
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36. Período Pré-operatório ( 2 a 7 anos)
O que de mais importante acontece é o aparecimento da
linguagem, que irá acarretar modificações nos aspectos
intelectual, afectivo e social da criança.
No início do período, ela exclui toda a objectividade, a criança
transforma o real em função dos seus desejos e fantasias;
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37. Período Pré-operatório ( 2 a 7 anos)
Posteriormente, utiliza-o como referencial para explicar o
mundo real, a sua própria actividade, o seu eu e as suas leis
morais;
E no final do período, passa a procurar a razão causal e
finalista de tudo (é a fase dos “porquês”). É um pensamento
mais adaptado ao outro e ao real.
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38. Período Pré-operatório ( 2 a 7 anos)
No aspecto afectivo, surgem os sentimentos interindividuais,
sendo um dos mais relevantes o respeito que a criança nutre
pelos indivíduos que julga superiores a ela.
Mais tarde, adquire uma noção mais elaborada da regra,
concebendo-a como necessária para organizar o brinquedo.
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39. Período Pré-operatório ( 2 a 7 anos)
Surge também uma escala de valores próprios da criança. Ela
passa a avaliar suas próprias ações a partir dessa escala.
É importante considerar, que a maturação neurofisiológica
completa-se permitindo o desenvolvimento de novas
habilidades, como a coordenação motora fina.
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40. Período das Operações Concretas (7 a 11 ou 12 anos)
O aparecimento de uma nova capacidade mental : as
operações, isto é, ela consegue realizar uma acção física ou
mental dirigida para um fim (objecto) e revertê-la para o seu
início.
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41. Período das Operações Concretas (7 a 11 ou 12 anos)
O desenvolvimento mental, caracterizado pelo egocentrismo
intelectual e social, é superado neste período pelo início da
construção lógica, isto é, a capacidade da criança de
estabelecer relações que permitam a coordenação de pontos
de vista diferentes.
No plano afectivo, isto significa que ela será capaz de
cooperar com os outros, de trabalhar em grupo e, ao mesmo
tempo, de ter autonomia pessoal.
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42. Período das Operações Concretas (7 a 11 ou 12 anos)
No aspecto afectivo, ocorre o aparecimento da vontade como
qualidade superior e que actua quando há conflitos de
tendências ou intenções. A criança adquire uma autonomia
crescente em relação ao adulto, passando a organizar seus
próprios valores morais.
O sentimento de pertencer ao grupo de colegas torna-se cada
vez mais forte. Este fortalecimento do grupo implica que não
considera mais as opiniões dos adultos passando a “enfrentá-
los”.
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43. Período das Operações Formais ( 11 ou 12 anos em diante)
Neste período, ocorre a passagem do pensamento
concreto para o pensamento abstrato.
O adolescente domina, progressivamente, a capacidade
de abstrair e generalizar, cria teorias sobre o mundo,
principalmente sobre os aspectos que gostaria de
reformular.
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44. Período das Operações Formais ( 11 ou 12 anos em diante)
No aspecto afectivo, o adolescente vive conflitos.
Deseja libertar-se do adulto, mas ainda depende dele.
Deseja ser aceite pelos amigos e pelos adultos.
O grupo de amigos é um importante referencial para o
jovem, determinando o vocabulário, o vestuário e outros
aspectos de seu comportamento.
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45. Período das Operações Formais ( 11 ou 12 anos em diante)
Há uma modificação orgânica, que o deixa feliz e ao
mesmo tempo confuso, por não saber como devera lidar
com essas novas necessidades e transformações.
Os interesses do adolescente são diversos e mutáveis,
sendo que a estabilidade chega com a proximidade da
idade adulta.
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47. Cérebro
“O cérebro é um tear encantado
onde milhões de lançadeiras
fulgurantes (impulsos nervosos)
tecem um padrão disperso, um
padrão sempre cheio de sentido
e todavia nunca duradouro; uma
harmonia de subpadrões em
constante mutação.”
Sir Charles Sherrington
Constituído por cerca de um bilião de células das quais 100 mil milhões
são neurónios interligados em rede. Trata simultaneamente um número
incalculável de informação. O cérebro contribui de forma decisiva para o
comportamento humano.
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49. Cérebro
Córtex
Cerebral
É a camada exterior que
reveste a superfície dos
hemisférios cerebrais.
É graças a ele que é
possível pensar, falar,
perceber o que se ouve
e o que se vê.
É o córtex cerebral
que nos torna
humanos.
Está dividido em dois
hemisférios - o esquerdo e o
direito – ligados por um feixe
de fibras nervosas
denominado corpo caloso.
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50. Neurónios
50
Os neurónios são considerados unidades básicas de
processamento do cérebro.
Os neurónios estão ligados uns aos outros através de
conexões sinápticas.
A capacidade das sinapses serem moduladas é a principal
base para todos os processos cognitivos, como percepção,
raciocínio e memória.
51. Distribuição dos neurónios no cérebro
Num milímetro cúbico de tecido do córtex, existem
aproximadamente 105 neurónios e 109 sinapses.
Muitas áreas do cérebro apresentam uma organização laminar
de neurônios.
Lâminas são camadas de neurónios em contato com outras
camadas.
Um dos arranjos mais comuns de neurónios é uma estrutura
bidimensional em camadas.
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53. Transmissão de sinais nos neurónios e nas
Sinapses
53
Os neurónios ficam contidos num ambiente líquido
contendo uma certa concentração de íons, que podem
entrar ou sair através dos canais iónicos.
Tanto as transmissões de sinais nos axônios, como as
sinapses usam esses canais iônicos.
54. Os canais iónicos podem ser modulados, permitindo ao
cérebro adaptar-se a diferentes situações.
A plasticidade sináptica é a capacidade das sinapses
sofrerem modificações.
A sinapse é a junção entre o axónio pré-sináptico e o
dendrite pós-sináptico.
O neurónio que envia o sinal é chamado pré-sináptico.
O neurónio receptor do sinal é chamado pós-sináptico.
54
Sinapses
55. Transmissão de Sinais nos Neurónios e
sinapses
Neurônio
pré-sináptico Neurônio
pós-sináptico
Neurônio
pós-sináptico
Fenda sináptica
55
57. Fisiologicamente o sistema nervoso pode ser dividido em :
- sistema nervoso voluntário ou somático
- sistema nervoso autónomo
Sistema nervoso somático : voluntário
Funciona de acordo com nossa vontade.
Ex: tecido esquelético
57
Características específicas do sistema nervoso face
aos outros sistemas do organismo
59. Sistema nervoso autônomo tem 2 divisões:
- sistema nervoso autônomo simpático ( snas)
- sistema nervoso autônomo parassimpático( snap)
Sistema nervoso autónomo simpático:
Os impulsos são libertados sob condições de stresse físico
ou psíquico. Situação de emergência.
◦ Ex: os batimentos cardíacos aceleram, a pressão arterial aumenta.
Sistema Nervoso Autónomo Parassimpático:
Age sob condições de repouso, não stressantes. Controlador
da maioria dos efeitos viscerais na maior parte do tempo.
◦ Ex: diminuição dos batimentos cardíacos, diminuição da pressão arterial.
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63. Cérebro direito / Cérebro
esquerdo
Dois hemisférios
Esquerd
o
Direito
Comanda a actividade
motora e sensorial da
parte esquerda do corpo
Controla a parte direita
Hemisférios Cerebrais
63
64. Hemisfério esquerdo é
responsável pela
linguagem verbal, escrita
e falada, pelo
pensamento lógico e
pelo cálculo;
Hemisfério direito
controla a percepção das
relações espaciais, a
formação de imagens, o
pensamento concreto.
Na década de 60 foram clarificadas as
funções de cada hemisfério:
Hemisférios Cerebrais
Contudo, não podemos esquecer que o cérebro funciona como uma
unidade: nos comportamentos mais complexos os dois hemisférios
estão envolvidos, completando-se.
64
66. Lobos cerebrais
coordena, entre outras, as actividades motoras;Lobo frontal
Lobo parietal coordena as sensações relacionadas com a pele;
Lobo occipital coordena a visão;
Lobo temporal coordena a audição.
66
68. Tipos de Áreas Funcionais por Lobo
Áreas primárias, sensoriais ou de
projecção
Áreas que recebem as informações sensoriais, isto é, as mensagens que
têm origem nos órgãos dos sentidos. Áreas que têm funções motoras.
Áreas secundárias, psicossensoriais ou de
associação
Interpretam e coordenam as informações recebidas pelas áreas primárias.
São áreas de coordenação que ocupam a maior parte do córtex cerebral.
68
69. Tipos de Áreas Funcionais
Áreas
motoras:
– responsável pelo movimento do corpo. Uma lesão
nesta área provoca paralisia cortical;
– responsável pela coordenação dos movimentos
corporais. Uma lesão nesta área provoca apraxia.
Áreas
somatossensoriais:– recebe as informações que têm origem na
pele e nos músculos. Uma lesão nesta área
provoca anestesia cortical;
– coordena as mensagens recebidas. Uma
lesão nesta área provoca agnosia sensorial.
Área motora
primária
Área motora
secundária
Área somatossensorial
primária
Área somatossensorial
secundária
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70. Áreas
visuais:
- recebe as mensagens captadas pelos olhos. Uma lesão
nesta área provoca cegueira cortical.
- coordena os dados recebidos na área visual,
permitindo o reconhecimento dos objectos. Uma lesão
nesta área provoca agnosia visual.
Áreas
auditivas: – recebe os sons elementares. Uma lesão nesta área
provoca surdez cortical.
– identifica e interpreta os sons recebidos na área
auditiva. Uma lesão nesta área provoca agnosia
auditiva.
Tipos de Áreas Funcionais
Área visual
primária
Área visual
secundária
Área auditiva
primária
Área auditiva
secundária
70
71. Áreas pré-
frontais:
Surge como órgão coordenador e unificador da actividade cerebral,
responsável pelo pensamento abstracto, atenção, reflexão, entre outros.
Uma lesão nesta área provoca uma “associação entre deficiência na tomada
de decisões e perda de emoções e sentimentos” – António Damásio
Tipos de Áreas Funcionais
71
73. Unidade Funcional do Cérebro
Desde cedo os seres humanos procuraram relacionar os comportamentos do
Homem com diferentes áreas do cérebro;
No séc. XIX o médico Franz Joseph Gall desenhou um mapa dos
sentimentos e do carácter, onde localizou variadas áreas;
A concepção rígida de localização cerebral tinha de ser posta de parte;
Existe no cérebro zonas que comandam e coordenam determinadas funções e
comportamentos, contudo estas áreas não são estanques e compartimentadas;
Descobriu-se que as funções perdidas, devido a lesões podem ser retomadas;
Essa recuperação não é da responsabilidade da regeneração das células
nervosas, mas sim das áreas vizinhas da zona lesionada que entram em acção
podendo vir a substitui-la – função vicariante ou de suplência.
73
74. Há funções que devido à sua complexidade, implicam o
funcionamento do cérebro de modo interactivo e integrado, como por exemplo,
a linguagem, o pensamento, a aprendizagem, a memória, a afectividade…
O cérebro é um sistema complexo e unitário, cujas componentes,
apesar de especializadas em determinadas funções, mantêm relações de
interdependência.
O cérebro é um todo maior do que a soma das suas partes.
Unidade Funcional do Cérebro
74
77. Adolescência
(12 a 20 anos)
•Mudanças físicas rápidas e profundas.
•Atinge-se a maturidade reproductiva.
•Desenvolvimento da capacidade de pensar abstractamente e
usar o pensamento científico
•Egocentrismo adolescente persiste em alguns
comportamentos.
•Busca de identidade torna-se fundamental.
•Grupos de amigos ajudam a desenvolver e testar a auto-
imagem.
•Relacionamento com os pais geralmente é bom. 77
78. Adolescência
Período situado entre a infância e a
vida adulta.
Inicia-se com os primórdios físicos da
maturidade sexual.
Termina com a realização socal da
situação de adulto independente.
Correspponde mais ou menos à fase
entre os 12 e os 20 anos.
Inicia com a puberdade, quando a
pessoa começa a tornar-se sexualmente
madura.
78
79. Transformações físicas e efeitos
psicológicos
A puberdade segue-se a um fluxo de
hormonas, que pode intensificar os ânimos.
Desencadeia um período de dois anos de
rápido desenvolvimento físico.
Pontos de referência da puberdade:
Primeira ejaculação nos rapazes
(por volta dos 14 anos)
Primeiro período menstrual nas
raparigas
(por volta dos 13 anos)
79
80. A sequência de mudanças físicas é muito mais
previsível do que o momento em que irão ocorrer.
Durante a infância, rapazes e raparigas têm mais
ou menos a mesma altura.
Na puberdade, as raparigas passam à frente por
um breve período, os rapazes alcançam-nas por
volta dos 14 anos de idade.
Nesse período a rapariga pode crescer até 8
centímetros por ano e o rapaz 13 centímetros.
80
Transformações físicas e efeitos
psicológicos
81. Desenvolvimento cognitivo
A capacidade de raciocinar está em
desenvolvimento, o que proporciona novo
nível de consciência social e julgamento
moral.
À medida que os adolescentes se tornam
capazes de avaliar o seu pensamento,
começam a imaginar o que outras pessoas
podem pensar sobre eles.
À medida que as faculdades cognitivas
amadurecem, muitos adolescentes começam
a pensar sobre o que é possível em termos
ideais. por isso passam a criticar a
sociedade, os pais e até mesmo as suas
81
Transformações físicas e efeitos
psicológicos
82. Desenvolvimento cognitivo
Nos primeiros anos da adolescência, o
raciocínio é com frequência centrado em si
mesmo.
A maioria alcança o cume intelectual a que
Piaget chamou operações formais.
82
Transformações físicas e efeitos
psicológicos
83. Tarefa fundamental da infância e da
adolescência:
aprender o certo e errado e desenvolver o
caráter – os músculos psicológicos para
controlar os impulsos.
Piaget acreditava que o julgamento moral das
crianças baseava-se em seu desenvolvimento
cognitivo.
À medida que o desenvolvimento moral
progride, o foco da preocupação desloca-se do
eu para o mundo social mais amplo. 83
Comportamentos de risco, protecção e prevenção
84. Desenvolvimento moral
Kohlberg argumentava que, enquanto nos
desenvolvemos intelectualmente, passamos por
até seis estágios de pensamento moral, do
raciocinio simples e concreto para um raciocínio
mais abstrato e baseado em princípios.
Os estágios são agrupados em 3 níveis básicos:
Nível pré convencional
Desenvolve-se durante o início da infância
moralidade ligada aos interesses pessoais –
para evitar puniçôes ou ganhar recompensas
concretas.
84
Comportamentos de risco, protecção e prevenção
85. Desenvolvimento
moral
Nível convencional: desenvolve-se durante o final da
infância e início da adolescência.
Moralidade ligada a leis e regras sociais: para ganhar
aprovação ou evitar desaprovação.
Sendo capazes de assumir as perspectivas dos outros, os
dolescentes podem aprovar acções que lhes valerão
aprovação social ou que os ajudarão a manter a ordem
social.
Nível pós- convencional: pode-se desenvolver da
adolescência em diante (raciocínio abstrato/ estágio operatório
formal)
Moralidade ligada a princípios abstractos: afirmar direitos 85
Comportamentos de risco, protecção e prevenção
86. Acção moral
-O raciocínio moral influencía o
discursomoral e a acção.
-Influências sociais.
-Estimular o raciocínio moral:
. Discussões de questões morais e as suas
implicações
. Ensinar a empatia pelos sentimentos dos
outros
. Autodisciplina necessária para conterem
impulsos.
-As idéias morais fortalecem-se quando
resultam em acções. 86
Comportamentos de risco, protecção e prevenção
87. Desenvovimento social
Erik erikson argumentou que cada estágio da vida tem o seu
problema “psicossocial”, uma crise que precisa de solução.
Crianças – confiança/autonomia (independência)/iniciativa
Crianças em idade escolar – competência
Adolescência – busca de identidade
Os adolescentes ensaiam, “eus” diferentes para cada situação.
Muitas vezes essa confusão de papéis é resolvida pela
gradativa reformulação de uma autodefinição que unifica os
vários eus num sentimento coerente e concreto de quem se é
– UMA IDENTIDADE. 87
Comportamentos de risco, protecção e prevenção
88. Sexualidade na adolescência
Erikson argumentou que o estágio da identidade
adolescente é seguido, no início da vida adulta, por um
desenvolvimento da capacidade para a intimidade, a
capacidade de estreitar relacionamentos emocionais.
Sexo e conexão social - a luta “normal” para criar uma
identidade separada descreve os homens como mais
individualistas do que as mulheres.
As mulheres estão menos preocupadas do que os homens
em se considerarem individualidades separadas e mais
interessadas em “fazer conexões”.
Separação dos pais - quando os adolescentes,começam a
formar as suas próprias identidades, começam a separar-
se dos pais. 88
89. 89
ÍNDICE
1. Leitura do desenvolvimento do ser humano segundo a Psicologia 2
1.1. Componente do inato (transmissão genética e hereditariedade): o biológico 3
1.2. Componente do adquirido (meio): o social 10
1.3. Conceitos de crescimento, maturação e desenvolvimento 11
1.4. O ciclo de vida humana: a infância, a adolescência, a idade adulta e a velhice 18
1.5. Principais características e alterações nas diversas etapas da vida 31
2. O Sistema Nervoso Central 46
2.1. Cérebro, neurónio e sinapse 47
2.2. Características específicas do sistema nervoso face aos outros sistemas do organismo 57
2.3. Zonas cerebrais e suas principais funções 62
3. O desenvolvimento e comportamento do adolescente 76
3.1. Transformações físicas e efeitos psicológicos 79
3.2. Comportamentos de risco, protecção e prevenção: 83
3.3. Sexualidade na adolescência 88