1. 1
UNIVERSIDADE CATÓLICA PORTUGUESA
FACULDADE DE TEOLOGIA
MESTRADO INTEGRADO EM TEOLOGIA (1.º grau canónico)
JOÃO MIGUEL PEREIRA
Fé e Razão: Igreja e Ciência, União ou Cisão?
Trabalho realizado no âmbito do Seminário Temático de Filosofia e
outros saberes.
sob orientação de:
Prof. Dr. António Sepúlveda Soares
Braga
2015
2. 2
Introdução
A sociedade acusa muitas vezes a Igreja Católica de ser um estorvo ao progresso
científico. Tal opinião pode-se dever ao facto de nem sempre a relação entre ciência e fé ter
sido fecunda.
O trabalho que se apresenta procura esclarecer, ainda que de forma sucinta, a relação
que existe entre a fé cristã, que a Igreja guarda e procura divulgar, e o desenvolvimento das
ciências, não só da filosofia, mas também das ciências comumente apelidadas de
“experimentais”. Irei portanto neste trabalho incluir no conceito “ciência” as ciências
experimentais e as ciências filosóficas.
Proponho-me a expor por meio deste texto, e das ideias que vou reunir para o escrever,
que a Igreja não é hostil às descobertas científicas e que na sua história, quando isso
aconteceu, se deveu a enganos na exegese bíblica, os quais a Santa Sé já reconheceu e por eles
pediu desculpa, procurando na atualidade contribuir para o desenvolvimento científico que
favoreça o conhecimento da verdade protegendo e favorecendo a vida humana.
Pretende-se que o leitor compreenda que a fé cristã é uma fé que apoia e está aberta às
descobertas científicas, mas que procura sempre salvaguardar a vida humana das ameaças que
principalmente a tecnologia lhe apresenta. Para desenvolver de modo científico este
pensamento irei apoiar-me em vários autores reconhecidos, fazendo um apanhado das ideias
gerais que eles apresentam e que vão de encontro a esta minha opinião. Como resultado final,
espera-se um texto de fácil interpretação e leitura que deixe o leitor com algumas noções da
relação que a fé católica estabelece com a ciência e que este, caso assim o almejar, poderá
aprofundar utilizando também por base a bibliografia aqui citada.
Elaboradopor:JoãoMiguelPereira,joaofreigil@hotmail.com,2ºanodeMestradoIntegradoemTeologia–UniversidadeCatólicaPortuguesa,
FaculdadedeTeologia(Braga)–2015/2016.
3. 3
1 - O conceito de Fé na perspectiva cristã
Tal como diz o Papa Francisco na carta encíclica “Lumen fidei”: «A fé nasce no
encontro com o Deus vivo, que nos chama e revela o seu amor»1
. Esse chamamento de Deus
quando escutado pelo homem que lhe abre o coração leva-o a dar-lhe uma resposta. «A
iniciativa vem toda ela de Deus»2
e «a fé é a resposta do homem a Deus que se revela em
Cristo»3
; é um acreditar na verdade revelada no Filho de Deus «em quem toda a revelação do
Deus altíssimo se consuma»4
, nos Evangelhos que Ele pessoalmente promulgou (cf. CCE 75)
e «mandou aos Apóstolos que os pregassem a todos, como fonte de toda a verdade salutar e
de toda a disciplina de costumes» (CCE 75). A fé «é aquela atitude de perseverança do
homem em confronto com uma providência invisível e todavia percetível, escondida, mas que
todavia se manifesta, que tira força da memória viva das gerações em consideração de grandes
intervenções dos tempos remotos»5
, ou seja, é o acreditar numa entidade que os nossos olhos
não podem observar mas da qual podemos sentir a sua atuação na história humana e cuja
precessão é comunicada de geração em geração.
Podemos dizer que a fé é transversal ao tempo. A fé é uma «resposta a uma Palavra
que a precede, será sempre um ato de memória» (LF 9). Ainda assim ela «não se fixa no
passado, porque, sendo memória de uma promessa, torna-se capaz de abrir ao futuro, de
iluminar os passos ao logo do caminho» (LF 9). A fé guia os nossos passos no presente mas
prospetiva sempre um raiar do prometido num futuro: «está intimamente ligada à esperança»
(LF 9).
Com a ajuda de uma fórmula de origem augustiniana, podemos apresentar três aspetos
fundamentais no ato de fé: credere Deum: a fé como conhecimento da verdade revelada, do
1
FRANCISCI PP., «Litterae encyclicae: “Lumen fidei”», in AAS 105/7 (2013) 555-596, 4.
Quando se citar novamente este documento utilizar-se-á a sigla LF.
2
Cf. Luciano PACOMIO, Franco ARDUSSO, Roberto FERRETTI, et al, Diccionario Teologico
Interdisciplinar I-II, Sigueme, Salamanca, 1985, 1092.
3
Luciano PACOMIO, Franco ARDUSSO, Roberto FERRETTI, et al, Diccionario Teologico
Interdisciplinar I-II, Sigueme, Salamanca, 1985, 1091.
4
CATECISMO DA IGREJA CATÓLICA, Gráfica de Coimbra, Coimbra, 19992
, 75. Quando se citar
novamente este documento utilizar-se-á a sigla CCE.
5
Heinrich FRIES, DICIONÁRIO DE TEOLOGIA – CONCEITOS FUNDAMENTAIS DA
TEOLOGIA ATUAL, Vol. II, Edições Loyola, São Paulo, 1970, 193.
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4. 4
Deus revelado em Cristo; credere Deo: a fé como adesão obediente e confiante a Deus que se
revela; credere in Deum: a fé como orientação e energia para a salvação completa e
escatológica6
. Esta conceção encontra fundamento no antigo testamento onde vários termos
expressam o significado do ato de crer, nomeadamente bātāh (estar em sítio seguro), bāsah
(buscar refúgio e amparo), qāubāh (guardar, esperar), jahal (ter esperança, desejar alcançar),
hākāh (aguardar com constância e paciência) e também no termo hebraico he´emîn que
significa prestar fé ou fiar-se7
.
Tal como Abraão acolheu o chamamento de Deus, confiou na sua promessa e
obedeceu aos preceitos que o Senhor lhe indicara, ele, a quem chamamos pai na fé, explica-
nos o significado da fé que «acolhe a palavra, uma realidade aparentemente efémera e
passageira, como uma rocha segura sobre a qual se pode construir com alicerces firmes. A fé
acolhe a palavra como o mais seguro e inabalável a partir do momento em que confia que a
origem dessa palavra é Deus, que é fiel ao homem (cf. LF 10). A fé toma Deus como rocha
segura sobre a qual o homem pode construir toda a sua existência8
.
A manifestação da fé na resposta do homem a Deus, que o chama e age na história,
apresenta-se de várias formas: «O homem responde às exigências de Deus com obediência e
reconhecimento (Dt 9, 23; Sl 119, 66), às promessas com a confiança (Gên 15, 6; Núm 20, 12;
Jer 39, 18; Miq 7, 5; Sof 3, 2; Sl 78, 22), à fidelidade com a fidelidade (Is 26, 2; Am 2, 22)»9
.
Há uma ligeira diferença, do Antigo para o Novo Testamento, na forma como é
dirigida esta resposta a Deus. Enquanto o Antigo Testamento exige a fé como relação geral do
6
Cf. Luciano Pacomio, Franco Ardusso, Roberto Ferretti, et al, Diccionario Teologico
Interdisciplinar I-II, Sigueme, Salamanca, 1985, 1092.
7
Ibidem.
8
Ibidem.
9
Heinrich Fries, DICIONÁRIO DE TEOLOGIA – CONCEITOS FUNDAMENTAIS DA
TEOLOGIA ATUAL, Vol. II, Edições Loyola, São Paulo, 1970, 193.
Sobre isto, diz ainda a encíclica Fides et Ratio de João Paulo II (número 13): «a fé é uma
resposta de obediência a Deus. Isto implica que Ele seja reconhecido na sua divindade, transcendência e
liberdade suprema. Deus que Se dá a conhecer na autoridade da sua transcendência absoluta, traz
consigo também a credibilidade dos conteúdos que revela. Pela fé, o homem presta assentimento a esse
testemunho divino. Isto significa que reconhece plena e integralmente a verdade de tudo o que foi
revelado, porque é o próprio Deus que o garante. Esta verdade, oferecida ao homem sem que ele a possa
exigir, insere-se no horizonte da comunicação interpessoal e impele a razão a abrir-se a esta e a acolher
o seu sentido profundo».
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5. 5
povo com o seu Deus, o Novo Testamento apresenta-nos uma visão de uma relação mais
pessoal e íntima de cada indivíduo que aceita a mensagem da ação salvífica de Deus que se
realiza em Cristo e a parir dela se arrepende e se converte10
. No Novo Testamento, o caminho
salvífico tem origem na mensagem de Deus que Cristo veio pregar, na sua aceitação como
«fonte de toda a verdade salutar e de toda a disciplina de costumes» (CCE 75) que deve ser
tomada como guia para o aperfeiçoamento e santificação pessoal e concludentemente para a
salvação11
. Ainda assim não esqueçamos que «o ato de fé do indivíduo insere-se numa
comunidade, no “nós” comum do povo, que, na fé, é como um só homem» (LF 14) a quem
Deus chamara por «Filho Primogénito» (cf. Ex 4, 22). A Igreja é essa comunidade de fé
fundada pelos Apóstolos que pregaram o Evangelho do Senhor, é o povo unido ao seu bispo,
o rebanho submisso ao seu pastor e está em comunhão com todas as outras igrejas espalhadas
pelo mundo, formando assim uma só Igreja unida pelo sacramento da Eucaristia12
a qual
aguarda a plenitude da última vinda para escutar o «eco forte a dizer: “Vem, minha amada
esposa”…»13
.
Tal como explica a Carta Encíclica Lumen Fidei, na fé, que é dom de Deus e virtude
sobrenatural, «reconhecemos que um grande Amor nos foi oferecido, que uma Palavra
estupenda nos foi dirigida» (LF 7) e que ao acolhermos essa Palavra encarnada em Jesus
Cristo, somos transformados pelo Espírito Santo que «ilumina o caminho do futuro e faz
crescer em nós as asas da esperança para o percorrermos com alegria» (LF 7). Assim se
compreende que «a fé enriquece a existência humana em todas as suas dimensões» (LF 6).
Sendo enriquecedora, a fé cristã não anula os resultados da ciência humana, porém dilata-os.
10
Cf. Heinrich Fries, DICIONÁRIO DE TEOLOGIA – CONCEITOS FUNDAMENTAIS DA
TEOLOGIA ATUAL, Vol. II, Edições Loyola, São Paulo, 1970, 194.
11
Sobre isto, diz ainda a encíclica Fides et Ratio de João Paulo II (número 15): «A verdade da
revelação cristã, que se encontra em Jesus de Nazaré, permite a quem quer que seja perceber o
“mistério” da própria vida. Enquanto verdade suprema, ao mesmo tempo que respeita a autonomia da
criatura e a sua liberdade, obriga-a a abrir-se à transcendência. Aqui, a relação entre liberdade e verdade
atinge o seu máximo grau, podendo-se compreender plenamente esta palavra do Senhor: “Conhecereis a
verdade e a verdade libertar-vos-á” (Jo 8, 32)».
12
Cf. Jacques GUILLET, David M. STANLEY, et al, MISIÓN Y TESTIMONIO – LA VIDA DE LA
IGLESIA, Sal Terrae, Santander, 196911
, 98.
13
Carlos AZEVEDO, «A Bíblia na Tradição da Igreja», in Bíblica, 13, 18 (2009), 116.
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6. 6
2 - O diálogo entre a Igreja e a Ciência
Tem sentido afirmar que a ciência nasceu com a filosofia grega, pela qual o homem
iniciou uma pesquisa racional para as questões sobre o cosmos pondo de parte o “mito”, e
ainda com a matemática e a astronomia dos egípcios e helénicos ou gregos. Mas a “Ciência da
Natureza” nasce por volta do séc. XVII na Europa e teve ao início algumas dificuldades em se
impor muito por causa da filosofia e da fé que, às vezes concentradas e outras vezes em
choque, chamavam a si unicamente o direito de definir a verdade14
. Ainda que com custo, esta
nova ciência conseguiu conquistar credibilidade. O conhecimento que toma como ponto de
partida simples hipóteses, «em si mesmas superáveis e de tempos a tempos superadas,
fornecem um conhecimento do Universo muito mais preciso e exacto que as antigas
“certezas”»15
impostas por correntes de pensamento ou tidas como fruto de uma revelação
divina. Afirmações que resultavam do trabalho inaugural desta ciência e que negavam
conhecimentos vistos como verdadeiros pelos crentes e filósofos, como por exemplo relativos
ao movimento da Terra, que eram contrários à leitura literal da Bíblia induziram intelectuais
cristãos, católicos, ortodoxos e protestantes a «decidiram que a ciência é oposta à verdade»16
.
Esta posição tem vindo a ser negada pela Igreja Católica, que aqui nos importa
estudar. Exemplo desta sensata atitude é a posição do então Papa João Paulo II que em Março
de 1979, recebeu no Vaticano a European Physical Society perante a qual lembrou que «a
ciência em si mesma é boa, por ser conhecimento do mundo que é bom, criado e visto pelo
Criador com satisfação»17
. Na mesma ocasião salientou a importância da técnica e da
tecnologia dizendo que «sob muitos aspectos, o progresso técnico, nascido dos
descobrimentos científicos, ajuda o homem a resolver problemas gravíssimos como o da
14
Cf. João Rodrigues, «Ciência, filosofia e fé – apontamentos para a história das suas
relações», in Communio, Lisboa, 6 (2000), 560.
15
João Rodrigues, «Ciência, filosofia e fé – apontamentos para a história das suas relações», in
Communio, Lisboa, 6 (2000), 561
16
Ibidem.
17
João Paulo II (30 de Março de 1979), «Discurso à European Physical Society», consultado a
17-08-2015 em: http://w2.vatican.va/content/john-paul-ii/pt/speeches/1979/march/documents/hf_jp-
ii_spe_19790331_europ-phys-soc.html .
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7. 7
alimentação, da energia e da luta contra certas doenças, mais que nunca espalhadas pelos
países do Terceiro Mundo»18
. No entanto, João Paulo II mostrava algumas reservas em
relação à tecnologia considerando «que o homem é vítima, hoje, de um grande medo,
considerando-se ameaçado por aquilo mesmo que fabrica, pelos resultados do seu trabalho e
pelo uso dos seus artefactos»19
, isto no que toca a um conjunto de procedimentos técnicos que
têm por objeto o próprio ser humano como é exemplo a clonagem, a procriação medicamente
assistida e outros até com objetivos nefastos para o homem, como as armas nucleares.
Considerando necessária uma fidelidade da ciência e da técnica «às normas morais que regem
a vida do homem»20
, para impedir que estas fiquem sujeitas «à prepotência de poderes
tirânicos, tanto políticos como económicos, e para ordenar positivamente ciência e técnica em
benefício do homem»21
, dirigiu-se aos cientistas com estas palavras:
«Aos homens de ciência das diversas disciplinas – em particular a vós, físicos,
que descobristes energias de um alcance imenso – compete utilizar todo o vosso prestígio,
para que as consequências científicas se sujeitem às normas morais, em vista da proteção
e do progresso da vida humana»22
.
O mesmo Papa mostrava-se também consciente das tensões que surgiram no decurso
da história, entre a Igreja e as ciências naturais reconhecendo as equivocadas avaliações e os
métodos defeituosos que deram origem a esse embate23
. E, reconhecendo que «a razão e a fé
provêm da mesma divina fonte de toda a verdade»24
e que «fé e ciência pertencem a duas
diferentes ordens de conhecimento, que não se podem sobrepor uma à outra»25
, considera que
esse embate é desnecessário sendo que ambas podem coabitar e auxiliar-se mutuamente pois,
18
João Paulo II (30 de Março de 1979), «Discurso à European Physical Society», consultado a
17-08-2015 em: http://w2.vatican.va/content/john-paul-ii/pt/speeches/1979/march/documents/hf_jp-
ii_spe_19790331_europ-phys-soc.html .
19
Ibidem.
20
Ibidem.
21
Ibidem.
22
Ibidem.
23
Cf. João Paulo II (22 de Dezembro de 1980), «Discurso a um grupo de vencedores do
Prémio Nobel» n. 4, consultado a 14-08-2015 em: http://w2.vatican.va/content/john-paul-
ii/pt/speeches/1980/december/documents/hf_jp-ii_spe_19801222_premi-nobel.html .
24
Ibidem.
25
Ibidem.
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FaculdadedeTeologia(Braga)–2015/2016.
8. 8
tal como escreveu na Carta Encíclica Fides et Ratio, «a fé e a razão constituem como que as
duas asas pelas quais o espírito humano se eleva para a contemplação da verdade»26
.
João Paulo II esclarece que não é temível, desde que a ciência e a teologia procedam
sempre em conformidade com os princípios metodológicos próprios de cada uma, que
cheguem a resultados contraditórios27
. Assim, João Paulo II refere que, para que não haja
oposição entre fé e ciência, devem cumprir-se duas condições: em primeiro lugar, que a
investigação científica proceda segundo métodos de rigor absoluto e se mantenha fiel ao seu
objeto próprio; e em segundo lugar, que a Escritura seja lida segundo as esclarecidas diretrizes
da Igreja, particularmente as que foram formuladas pelo Concílio Vaticano II (1962-1965) na
Constituição conciliar Dei Verbum28
.
Aquele que crê, sabe que tudo o que existe decorre «de uma palavra proferida pelo
Criador, de um fiat primordial, que já continha todas as coisas e a sua ordem universal»29
.
Desta forma, o crente está certo de que o mundo tem uma explicação: que a causa da sua
origem é Deus e de que à ciência compete chegar à compreensão do que constitui o universo,
das suas leis físicas. «Por sua vez, os grandes cientistas estão convencidos de que o objetivo
final da ciência é a descoberta de uma lei fundamental. […] Esta explicação nunca entraria em
contradição com as afirmações da fé, mas permitiria ao homem conhecer as leis essenciais
deste mundo criado por Deus»30
.
Por considerar que a fé e as ciências oriundas da razão humana, que reflete e
experimenta, não são contraditórias mas se podem complementar com um intuito de buscarem
26
Ioannes PAULUS PP., «Litterae encyclicae: “Fides et ratio”», in AAS 91 (1999), 5-88,
prooemium. Quando se citar novamente este documento utilizar-se-á a sigla FR.
27
Cf. João PAULO II (22 de Dezembro de 1980). «Discurso a um grupo de vencedores do Prémio
Nobel» n. 4, http://w2.vatican.va/content/john-paul-ii/pt/speeches/1980/december/documents/hf_jp-
ii_spe_19801222_premi-nobel.html .
28
Cf. José FERREIRA, «O diálogo entre ciência, razão e fé no pensamento de João Paulo II», in
Interacções, Lisboa, 3 (2006), 106. Também disponível e consultado a 5-08-2015 em:
http://revistas.rcaap.pt/interaccoes/article/viewFile/311/266 .
29
João PAULO II (22 de Dezembro de 1980), «Discurso a um grupo de vencedores do Prémio
Nobel» n. 4, http://w2.vatican.va/content/john-paul-ii/pt/speeches/1980/december/documents/hf_jp-
ii_spe_19801222_premi-nobel.html .
30
José FERREIRA, «O diálogo entre ciência, razão e fé no pensamento de João Paulo II», in
Interacções, Lisboa, 3 (2006), 106. Também disponível e consultado a 5-08-2015 em:
http://revistas.rcaap.pt/interaccoes/article/viewFile/311/266 .
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FaculdadedeTeologia(Braga)–2015/2016.
9. 9
«um conhecimento mais completo do ser humano, dos componentes da sua essência, bem
como da dimensão histórica da sua existência»31
e, sendo da opinião de que a «permuta
interdisciplinar poderá trazer um significativo progresso na compreensão da verdade, que é
complexa, e precisa de ser encarada de diversos ângulos»32
, o mesmo Papa, agora canonizado
pela Igreja, desejava que cientistas e teólogos busquem «o desenvolvimento de um diálogo
construtivo, que torne possível perscrutar cada vez mais profundamente o fascinante mistério
do ser humano, bem como afastar as ameaças contra o ser humano, que infelizmente se
tornam dia a dia mais graves»33
.
2.1 A razão é auxílio da fé?
João Paulo II sempre foi um grande defensor do resultado vantajoso para o homem
que uma relação harmoniosa entre a teologia e as várias ciências filosóficas e experimentais
podem proporcionar. Considerando bom o desejo do homem de encontrar a verdade, que pode
ser incluído no desejo do homem em encontrar Deus na medida em que Ele é a causa primeira
do universo (cf. FR prólogo34
), ele apoiou o trabalho da ciência enquanto a busca do
conhecimento sobre o universo no qual o homem se insere: «A ciência é feita para a verdade e
a verdade, para o ser humano, e o ser humano reflete como numa imagem (cf. Génesis 1, 27)
a eterna verdade transcendente que é Deus»35
.
Ele reconheceu o importante trabalho da ciência e reconheceu os frutos que muitas
pesquisas trouxeram «favorecendo realmente o progresso da humanidade inteira» (FR 25).
31
João PAULO II (22 de Dezembro de 1980), «Discurso a um grupo de vencedores do Prémio
Nobel» n. 5, http://w2.vatican.va/content/john-paul-ii/pt/speeches/1980/december/documents/hf_jp-
ii_spe_19801222_premi-nobel.html .
32
José FERREIRA, «O diálogo entre ciência, razão e fé no pensamento de João Paulo II», in
Interacções, Lisboa, 3 (2006), 106. Também disponível e consultado a 5-08-2015 em:
http://revistas.rcaap.pt/interaccoes/article/viewFile/311/266 .
33
João PAULO II (22 de Dezembro de 1980). «Discurso a um grupo de vencedores do Prémio
Nobel» n. 4, http://w2.vatican.va/content/john-paul-ii/pt/speeches/1980/december/documents/hf_jp-
ii_spe_19801222_premi-nobel.html .
34
João PAULO II no prólogo (“PROOEMIUM”) à encíclica Fé e Razão escreveu: «Foi Deus
quem colocou no coração do homem o desejo de conhecer a verdade e, em última análise, de O
conhecer a Ele, para que, conhecendo-O e amando-O, possa chegar também à verdade plena sobre si
próprio (cf. Ex 33, 18; Sal 2726, 8-9; 6362, 2-3; Jo 14, 8; 1 Jo 3, 2)».
35
João PAULO II (30 de Março de 1979), «Discurso à European Physical Society», consultado
a 17-08-2015 em: http://w2.vatican.va/content/john-paul-ii/pt/speeches/1979/march/documents/hf_jp-
ii_spe_19790331_europ-phys-soc.html .
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10. 10
Apoiou a autonomia da ciência na sua investigação sobre a verdade inscrita na criação tal
como já havia sido feito pelo Concílio Vaticano II na Constituição Gaudium et Spes que
reconheceu «a autonomia legítima da cultura e em particular a das ciências»36
. É de salientar
o pedido de desculpa da Igreja por nem sempre ter respeitado essa mesma autonomia: «Seja-
nos permitido lamentar certas atitudes que existiram até entre os próprios cristãos, por não
terem entendido suficientemente a legítima autonomia da ciência» (GS 36). Estas atitudes
levaram muitos espíritos a pensar que ciência e fé se opõem e originaram conflitos entre elas
(cf. GS 36).
No entanto, João Paulo II não esqueceu de lembrar que a Igreja «considera a filosofia
uma ajuda indispensável para aprofundar a compreensão da fé e comunicar a verdade do
Evangelho a quantos ainda não a conhecem» (FR 5). A verdade alcançada por meio da
reflexão filosófica e a verdade da Revelação não se confundem, nem uma torna a outra
supérflua. Elas possuem princípios e objetos diferentes: a reflexão filosófica por meio da
razão natural permite-nos compreender o universo ao passo que a fé, que inclui em si o
testemunho da Revelação Divina e o auxílio do Espírito Santo, a graça que vem também do
Alto, nos propõe descobrir e contemplar os mistérios de Deus (cf. FR 9), na consciência de
que o conhecimento que possuímos de Deus «está marcado sempre pelo carácter parcial e
limitado da nossa compreensão» (FR 13).
2.2 A fé pode colaborar com a razão?
Sabemos que a ciência e a tecnologia já muito contribuíram para responder de forma
racional a questões «fundamentais que caracterizam o percurso da existência humana: Quem
sou eu? Donde venho e para onde vou? Porque existe o mal? O que é que existirá depois desta
vida?» (FR 1) e também muito contribuiu para melhorar a qualidade de vida do homem. O
Catecismo da Igreja Católica afirma que a investigação científica e técnica «constituem uma
36
CONCÍLIO DO VATICANO II, «Constitutio Dogmatica: “Gaudium et Spes”», in AAS 58 (1966),
1025-1115, 59. Quando se citar novamente este documento utilizar-se-á a sigla GS.
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11. 11
expressão significativa do domínio do homem sobre a criação […] são recursos preciosos
quando, postos ao serviço do homem, promovem o seu desenvolvimento integral em
benefício de todos» (CCE 2293) os quais João Paulo II qualificou como ocasião para «um
serviço à verdade, ao bem e à beleza»37
. Ainda assim, a ciência não dá nem poderá dar
resposta integral para todas essas questões:
«Todas as hipóteses científicas, como a de um átomo primitivo, do qual derivaria
o conjunto do universo físico, deixam em aberto o problema respeitante ao início do
universo. A ciência, por si só, não pode resolver uma questão como esta: é preciso saber
que o homem se eleva acima da física e da astrofísica, e a isto se chama metafísica; é
preciso, sobretudo, reconhecer aquilo que tem origem na revelação de Deus»38
.
Existe um “dúplice modo de desenvolvimento”, duas vias de investigação: há um
caminho horizontal, que abrange a cultura, a investigação científica e técnica, ou seja, tudo o
que pertence à horizontalidade do homem e da criação, e que vai crescendo com um ritmo
impressionante; há também um itinerário vertical, que diz respeito àquilo que há de mais
profundo no ser humano, quando, transcendendo o mundo e transcendendo-se a si mesmo, o
homem se volta para Aquele que é o Criador de todas as coisas; e só caminhando com os pés
assentes, um em cada uma dessas vias, é que o homem se realiza plenamente como ser
espiritual e como homo sapiens39
.
Há respostas que só a Revelação feita por Deus ao homem poderá responder, pela qual
é oferecida ao homem a verdade última a respeito da própria vida e do destino da história:
«Na realidade, o mistério do homem só no mistério do Verbo encarnado se esclarece
verdadeiramente», afirma a constituição Gaudium et spes» (FR 12). Sem o contributo da
37
João Paulo II (25 de Maio de 2000), «Discurso por ocasião do Jubileu dos cientistas», n. 4,
consultado a 11-08-2015 em: http://w2.vatican.va/content/john-paul-ii/pt/speeches/2000/apr-
jun/documents/hf_jp-ii_spe_20000525_jubilee-science.html .
38
João Paulo II (3 de Outubro de 1981), «Discurso aos participantes no congresso da Pontifícia
Academia das Ciências», n. 2, consultado a 10-08-2015 em: http://w2.vatican.va/content/john-paul-
ii/pt/speeches/1981/october/documents/hf_jp-ii_spe_19811003_accademia-scienze.html .
39
Cf. João Paulo II (31 de Outubro de 1992), «Discorso di giovanni paolo ii ai partecipanti alla
sessione plenária della Pontificia Accademia Delle Scienze», n. 14, consultado a 11-08-2015 em:
http://w2.vatican.va/content/john-paul-ii/it/speeches/1992/october/documents/hf_jpii_spe_19921
031_accademia-scienze.html .
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perspectiva da Revelação, que constitui o Depósito da fé que é conservado de forma íntegra e
comunicado de forma viva pelo Magistério Vivo da Igreja (cf. CCE 77), seria impossível ao
homem encontrar resposta «para questões tão dramáticas como a dor, o sofrimento do
inocente e a morte» (FR 12). Essas questões só à «luz que dimana do mistério da paixão,
morte e ressurreição de Cristo» (FR 12) podem ser respondidas.
2.3 A Igreja é promotora das ciências?
Tal como foi referido anteriormente, a Igreja nem sempre mostrou a mesma posição
para com os vários ramos das ciências. Se houve épocas da história em que a Igreja foi hostil
à ciência, principalmente aos ramos das ciências experimentais, houve também épocas em que
a submeteu a seu serviço, nomeadamente as ciências filosóficas. Todavia, há vários séculos e
até à atualidade, a Igreja procura contribuir para a produção científica. Disto, são exemplo
grandes nomes da história da Igreja e a história das ciências, nomes que vão desde Copérnico
a Mendel, de Alberto Magno a Pascal, de Galileu a Marconi, que comprovam «de maneira
clara como há uma cultura científica arraigada no cristianismo»40
e assim desmentem o mito
muitas vezes ensinado na sociedade atual que sustenta que a Igreja é radicalmente contra a
ciência. Tal como escreveu o Astrónomo Alexandre Zabot, «o próprio Vaticano, através da
ação de muitos papas, mantém um Observatório Astronômico» que «é prova viva e
testemunho eloquente da relação de amor da Igreja e dos seus membros com a ciência»41
. A
Igreja procura promover o progresso e a excelência científica bem como o seu contributo para
o maior número de povos por meio da Pontifícia Academia das Ciências42
. Além disso a
Igreja tem na ciência uma ponte que pode utilizar para estabelecer um diálogo ecuménico
entre as grandes tradições de fé na busca pela paz inter-religiosa43
.
40
Cf. João Paulo II (25 de Maio de 2000), «Discurso por ocasião do Jubileu dos cientistas», n.
4, consultado a 11-08-2015 em: http://w2.vatican.va/content/john-paul-ii/pt/speeches/2000/aprjun/docu
ments/hf_jp-ii_spe_20000525_jubilee-science.html .
41
Alexandre Zabot (23 de julho de 2015), «O Observatório Astronômico do Vaticano»,
consultado a 20-08-2015 em: http://alexandrezabot.blogspot.pt .
42
Cf. Página da Pontifical Academy of Sciences, consultado a 20-08-2015 em:
http://www.pas.va/content/accademia/en/about/goals.html .
43
Cf. John Polkinghorme, Ciencia y Teología, Sal Terrae, Santander, 2000, 180.
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Conclusão
A relação entre as ciências experimentais e a Teologia, deve ser uma relação de
respeito pelo método que cada uma utiliza e pelas áreas do conhecimento que cabe a cada
uma trabalhar pois, se as primeiras cabe estudar aquilo que é físico e que é suscetível de ser
medido, em complemento, à fé, e deste modo à Teologia, cabe com base na capacidade que o
homem tem de se transcender e na Sagrada Revelação, encontrar luz que desvende parte da
resposta às questões sobre a sua origem e existência e compreender aquilo que é possível ao
homem compreender, dentro da sua finitude, sobre o ser infinito e inabarcável pelas escalas
de medição humana, ou seja Deus.
Uma relação de convivência e respeito entre a ciência e a fé, quando se submetem aos
métodos e campos de abrangência específicos a cada uma, não resulta em prejuízo para o
homem. Elas podem-se auxiliar nos momentos de fraqueza ou podem até impor limites uma à
outra, mas se for estabelecida uma reação de diálogo criam-se condições favoráveis para que
o homem não perca a possibilidade de conhecer de modo adequado a si mesmo o mundo e
Deus (cf. FR 16). É pois essencial que se compreenda a importância que a razão, que filosofa
e experimenta, e a Igreja, que guarda e difunde a fé cristã têm para a história humana, de
modo a que não se cometam os erros do passado onde imperava a desconfiança e a tentativa
de uma anular a outra. Adotando esta atitude criam-se guerras que só prejudicam homem, a
sua história e cultura, afastando-o da contemplação da verdade. É essencial que a sociedade
compreenda que a Igreja Católica também é apaixonada pela ciência e que nela vê uma porta
para o encontro com a Verdade Suprema.
Muito havia ainda a tratar sobre este tema e talvez tenha sido essa a minha maior
dificuldade, ou seja, conseguir resumir aqui em espaço limitado o muito e belo que este tema
compreende. Ainda assim acho que consegui deixar alguns tópicos que respondem à minha
questão: “Igreja e Ciência, União ou Cisão?” e outros que conheci e aqui, por limitações de
espaço não pude abordar, podem ser consultados pelo leitor na bibliografia que citei.
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Bibliografia
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834.
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em: http://revistas.rcaap.pt/interaccoes/article/viewFile/311/266 .
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Índice
Introdução ...............................................................................................................................2
1 - O conceito de Fé na perspectiva cristã ..............................................................................3
2 - O diálogo entre a Igreja e a Ciência ..................................................................................6
2.1 A razão é auxílio da fé?...............................................................................................9
2.2 A fé pode colaborar com a razão?.............................................................................10
2.3 A Igreja é promotora das ciências? ...........................................................................12
Conclusão..............................................................................................................................13
Bibliografia ...........................................................................................................................14
Índice ....................................................................................................................................16
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