2. Argumento válido – quando existe
coerência/conexão e relação entre as premissas e
a conclusão (podem ter proposições falsas);
Argumento sólido – quando, para além de ser
válido, todas as proposições (premissas e
conclusão) são verdadeiras;
Argumento cogentes – as premissas têm de ser
mais plausíveis (convincentes) do que a própria
conclusão. São constituídos por várias premissas,
são muito dificilmente refutáveis e estão presentes
nas teorias filosóficas.
4. Ao contrário dos argumentos da Lógica Formal, um
argumento informal não depende apenas da forma
lógica.
Argumentos Indutivos
o Por generalização – são argumentos com uma
conclusão geral extraída de casos particulares.
Ex.: O ferro é um condutor elétrico.
O cobre é um condutor elétrico.
Todos os metais são condutores elétricos.
o Por previsão – é um argumento que parte de
casos particulares mas a conclusão inferida é a de
que algo ocorrerá no futuro
5. Argumentos por Autoridade
Neste tipo de argumento conclui-se que uma
determinada proposição é verdadeira porque uma certa
autoridade defende que é verdadeira. Para isso, a
autoridade invocada:
• tem de ser competente no que respeita ao assunto em
causa;
• não pode ser contradita ou refutada por outras
autoridades igualmente competentes na mesma área;
•tem de ser imparcial sobre o assunto em causa.
Estes não devem ser usados em Filosofia pois, mesmo
que não as conheçamos, existem sempre teorias
diferentes que se contradizem.
6. Argumentos por Analogia
É uma interferência baseada numa comparação.
(Existindo, obviamente, suficientes pontos de
semelhança entre os elementos comparados.
Ex.: O sistema imunitário dos chimpanzés é muito
semelhante ao dos seres humanos.
A vacina X resultou nos chimpanzés.
Logo, a vacina X resultará nos seres humanos.
Uma analogia não é válida se os objetos comparados
não forem semelhantes.
7. Apelo Falacioso à Autoridade – quando a autoridade não é
um perito no campo em questão e/ou não há acordo entre os
peritos do campo em questão.
Ex.: Tal como afirmou Kant, uma ação é moralmente boa
quando realizada por dever. (Embora Kant seja especialista
na área da Ética, não existe acordo entre peritos. Por isso, o
apelo á autoridade em Filosofia é sempre falacioso).
Esta dieta é boa porque foi a Ana que descobriu na net.
Falácia do Apelo à Ignorância – Conclui-se que uma
proposição é verdadeira por não se ter provado que é falsa ou
vice-versa.
Ex.: A Maria tentou provar que não foi ela que roubou o cacifo,
mas não conseguiu. Portanto, ela devia estar a mentir.
8. Falácia do Falso Dilema – são apresentadas apenas
duas alternativas mas de facto há mais.
Ex.: Ou és feliz ou infeliz. (Há mais opções: podemos
sentirmo-nos parcialmente felizes ou infelizes)
Falácia da Petição de Princípio (Falácia da
Circularidade) – a verdade da conclusão já estava
assumida nas premissas.
Ex.: Porque é que Deus existe? Porque na Bíblia afirma-
se que Deus existe. Ora, a Bíblia é verdadeira, uma vez
que quem a escreveu estava inspirado em Deus.
Portanto, Deus existe. (Conclui-se que Deus existe com
base na Bíblia que foi escrita por alguém inspirado em
Deus. A conclusão “Deus existe” já estava aceite nas
premissas.)
9. Falácia Ataque Pessoal(ad hominem – ataque ao homem) –
ataca-se a pessoa que apresentou um argumento e não o
argumento que foi apresentado. Mais frequentemente ataca-se
o carácter da pessoa ou refere-se circunstâncias relativas à
pessoa ou o facto de a pessoa não fazer o que diz.
Ex.: É natural que concordes com o congelamento dos salários.
Tu és rico… | Dizes que eu não devo beber, mas tu “andas
sempre nos copos”.
Falácia Post Hoc (depois disso, por causa disso) – pelo facto
de A acontecer antes de B, conclui-se que A é a causa de B.
(Normalmente relacionada com crenças religiosas ou
superstições).
Ex.: O Benfica ganhou sempre que eu levei o cachecol. Deve dar
sorte! | O dia começou-me a correr quando vi aquele gato preto!
Foi ele que me deu azar!
10. Falácia Apelo à Força – pretende-se persuadir alguém pela força e
não pelos argumentos.
Ex.: Se não arrumares o quarto ficas de castigo.
Falácia Apelo da Piedade – apela-se à compaixão e não à razão.
Ex.: Eu sei que não mereço passar, mas se o professor me chumbar
o meu pai tira-me a mota.
Falácia da Derrapagem (Bola da Neve ou Declive Escorregadio) –
argumento em que, para refutar ou mostrar que uma tese é
inaceitável, é apresentada pelo menos uma premissa falsa ou
duvidosa numa série de consequências progressivamente
inaceitáveis.
Ex.: Se aprovarmos leis contra as armas automáticas, não demorará
muito até aprovarmos leis contra todas as armas, e então
começaremos a restringir todos os nossos direitos. Acabaremos por
viver num estado totalitário. Portanto, não devemos banir as armas
automáticas.
11. Falácia Generalização Precipitada – a partir de um pequeno
número de casos (de uma amostra pouco
significativa/insuficiente), generaliza-se para todos eles sem
preocupação de verificar a sua veracidade. Estes
argumentos refutam-se facilmente ao arranjarmos
contraexemplos para contrariar os apresentados.
Ex.: Apanharam mais um grupo de jovens com droga. Não há
dúvida: os jovens agora são todos uns drogados.
Falácia do Espantalho (ou Boneco de Palha)
12. A retórica é a arte de persuadir através do discurso.
O orador ou retor é aquele que recorre ao discurso para
persuadir alguém com técnicas retóricas.
O auditório é o conjunto de pessoas que o orador visa
persuadir.
De acordo com Aristóteles, a retórica é necessária porque:
a) A verdade e justiça estão acima de tudo;
b) Existem auditórios que nem a ciência mas exata persuade;
c) É preciso ser-se capaz de argumentar sobre coisas
contrárias e aprender a dominar o tema, bem como de
refutar argumentos;
d) Devemos ser capazes de nos defender verbalmente.
13. Aristóteles distingue três meios de persuasão na
retórica:
ETHOS – obtém-se a persuasão quando esta
assenta no carácter do orador, ou seja, o orador deve
ser credível e digno de confiança.
PATHOS – obtém-se a persuasão quando esta
assenta no estado emocional do auditório, ou seja,
quando o discurso suscita no auditório sentimentos
que o tornam recetivo à perspetiva do orador.
LOGOS – obtém-se a persuasão por meio de
argumentos e, por isso, assenta na própria
argumentação que leva o auditório a acreditar que a
perspetiva do orador é a mais correta.
14. Os sofistas eram professores profissionais itinerantes que instruíam
os jovens sobre a arte da oratória e retórica, ensinando-os a impor-
se através da palavra, e faziam conferências em que mostravam a
sua eloquência em troca de dinheiro. O seu surgimento está
relacionado com o sistema político da Democracia, já que esta
implica a luta partidária, que, por sua vez, torna necessária a
preparação de oradores capazes de construir discursos persuasivos
em defesa de um projeto político. Deste modo, é natural que os
sofistas atraíssem os jovens gregos que aspiravam à vida política e
possuíam poder económico suficiente para pagar as quantias
exigidas pelos seus ensinamentos (que não eram pequenas).
Os sofistas viam o saber em função de uma certa utilidade e não
como algo ao qual se devesse amor e respeito e que alimentava a
alma do homem à medida que este procurava mais. Por isto mesmo,
os filósofos e os sofistas sempre andaram em contradição.
15. Ensinavam a retórica, cujo domínio era essencial a quem quisesse fazer carreira
política;
Ensinavam, com exceção de Górgias, a aretê
Política (virtude política);
Interessavam-se pela antropologia, pela evolução do homem, da sociedade e da
civilização;
Interessavam-se pelas relações entre as leis e os costumes (nomos ) e a
natureza (physis );
Pretendiam ser capazes de dissertar sobre todos os temas e de responder a
qualquer pergunta que lhes fizessem;
Recusavam a existência de uma realidade permanente que subjaz e justifica as
aparências e adotavam um ponto de vista , relativista e subjetivista;
Assumiam uma perspetiva empirista e cética quanto à origem e possibilidade de
conhecimento, com base na imperfeição e falibilidade das nossas faculdades e na
inexistência de uma realidade estável que pudesse ser objeto de conhecimento.
Os sofistas acreditavam que nem todas as pessoas podiam ser ensinadas, só as
que em vidas anteriores tinham sido inteligentes, sendo, por isso, elitistas e não
acreditando na educação e ensino nas escolas.
16. Górgias começa por dar a sua definição de retórica. Este afirma até que o orador
não precisa de conhecer o tema de que fala para ser persuasivo, ou para ser mais
persuasivo do que um especialista. Assim, o orador conseguirá que o prefiram a
qualquer outro, porque não há matéria sobre a qual um orador não fale, diante da
multidão, de maneira mais persuasiva do que qualquer profissional.
Platão opõe-se vigorosamente à conceção de Górgias da retórica, pois não aceita
que a retórica se transforme em manipulação, já que não está comprometida com a
verdade objetiva.
Platão aponta ainda que, de acordo com esta conceção, o orador só é persuasivo
se o auditório for ignorante quanto ao assunto de que fala.
Assim, Platão refuta a definição de retórica de Górgias com a sua própria definição,
por intermédio da personagem de Sócrates:
• Para Platão, a retórica não é uma arte, mas uma atividade empírica que tem por
fim produzir no auditório um sentimento de agrado e de prazer - adulação.
Assim, Platão e Aristóteles acusavam os retóricos, a quem chamavam de sofistas,
de desprezar a razão e a ética, ensinando a manipular a opinião pública consoante
fosse mais conveniente pois estes eram professores pagos para ensinar jovens
17. o As demonstrações são argumentos científicos
dedutivamente válidos. Numa demonstração as
premissas são verdades estabelecidas que não deixam
margem para a dúvida e a conclusão segue-se delas de
uma forma constringente, isto é, dado que as premissas
são inquestionavelmente verdadeiras e o raciocínio é
dedutivamente válido, não podemos deixar de aceitar a
conclusão.
o A argumentação retórica ou dedução dialética, pelo
contrário, o orador não tem de partir de premissas
inquestionavelmente verdadeiras. Estas podem consistir
apenas em opiniões aceites pelo auditório e, neste caso,
as premissas são prováveis ou verosímeis.
18. Persuadir é convencer alguém a mudar de ideias.
Persuasão Racional Manipulação (ou Persuasão
Irracional)
Tipo de argumentação que
respeita a autonomia de
pensamento das pessoas e
apela à sua inteligência,
convidando ao debate e à
reflexão. Aqui argumentamos
para chegar à verdade das
coisas independentemente de
saber quem “ganha” o debate.
Tipo de argumentação que
viola a autonomia de
pensamento das pessoas,
procurando mesmo impedi-las
de pensar e debater. Nesta
discute-se para “ganhar” o
debate, mesmo não estando
no lado da verdade.